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APOSTILA DE
ANESTESIOLOGIA

Apostila de anestesiologia
produzida pelos alunos do
quarto período do curso de
Odontologia da faculdade
Arnaldo, em Belo Horizonte, sob
a supervisão do professor de
Marco Antônio de Oliveira
Monteiro
3

Esse trabalho surgiu com uma ideia do


professor de anestesiologia da Faculdade
Arnaldo, Marco Antônio, de criar uma
apostila sobre o tema “anestesia” baseado no
material dado em sala de aula e pesquisas na
literatura. O projeto ganhou vida, onde os
alunos do quarto período de Odontologia se
uniram para formar uma apostila,
descrevendo como funciona conjunto
agulha e seringa, os anestésicos e suas
principais características e usos, as técnicas
anestésicas e muito mais. O intuito é
fornecer um material simples e objetivo que
possa auxiliar outros estudantes e até
profissionais da área, facilitando a
democracia do conhecimento.
4

1.1 Classificação e Tipos de Seringas: 10


1.2 Tipos de seringas e agulhas utilizadas na odontologia: 10
A)Seringa metálica de carregamento lateral do tipo cartucho montada. 10
B)Seringa para anestésicos locais desmontada 10
Seringa eletrônica a pilha. 10
Seringa descartável: 11
1.3 Tipos de agulhas: 11
1.4 Bisel 11
1.5 Contaminação do instrumental 14
1.6 fratura de agulha 14
1.7 Complicações 15
1.8 Contaminação 16

ANESTÉSICOS LOCAIS 18
2.1 Anestésicos de compostos alcoólicos. 18
2.2 Anestésicos mais utilizados na odontologia. 18
2.3 Dissociação dos anestésicos locais. 18
2.4 Tratamento 19
Caso haja suspeita de intoxicação por anestésicos locais, as medidas seguintes devem ser tomadas:19
2.5 LIDOCAÍNA. 20
2.6 Lidocaína 3% 21
2.7 MEPIVACAÍNA. 21
2.8 Bupivacaína. 22
2.9 Prilocaína. 22
2.10 ARTICAÍNA 23
2.11 CÓDIGO DE CORES 24
2.12 Sinais e sintomas pré convulsivos de toxicidade do Sistema Nervoso Central. 25

Vasoconstritores 27
3.1 Epinefrina/Adrenalina. 27
3.2 Norepinefrina/Noradrenalina 27
3.3 Fenilefrina 27
3.4 Felipressina 27
3.5 Tipos de anestésicos: 28
3.6 CONTRAINDICAÇÕES; 28
3.7 Doses máximas dos anestésicos locais: 32
5

3.8 Dosagens pediátricas (dosagem máxima/kg): 32


3.9 Acidentes e complicações durante o uso de anestésicos tópicos podem desencadear problemas a
saúde do paciente, como: 32

TÉCNICAS ANESTÉSICAS MAXILARES: 35


4.1ANESTESIA SUBPERIOSTEAL (infiltrativa) 35
4.3 Anestesia Infraorbitária. 36
4.4 ANESTESIA SUPRAPERIÓSTEA 36
4.5 Nervo palatino maior. 37
4.6Técnica Anestésica Alveolar Superior Posterior 37
4.7 Nervo alveolar superior anterior. 38
4.8 Complicações anestésicas, condutas e tratamentos: 38

5 Técnicas anestésicas Mandibulares: 41


5.1 INERVAÇÃO MANDIBULAR 41
5.2 BLOQUEIO DO NERVO ALVEOLAR INFERIOR 42
5.3 Técnica anestésica de Gow-Gates: 44
5.4 Anestesia para o nervo bucal longo 47
5.5 Anestesia do Nervo Milo-Hióideo 48
5.6 bloqueio do nervo lingual 50
5.7 bloqueio do nervo incisivo 53
5.8 Bloqueio do nervo bucal 53
Referência 54
6
7
8
9

1. AGULHAS ODONTOLÓGICAS
administrador um controle maior
1.1 CLASSIFICAÇÃO E TIPOS DE SERINGAS:
sobre a seringa

1. Critérios Americans
1.2 TIPOS DE SERINGAS E AGULHAS
Dental Association: A.D.A
UTILIZADAS NA ODONTOLOGIA:
● As seringas devem ser
duráveis e capazes de repetir a
esterilização sem danos (Caso
sejam descartáveis, a unidade A)SERINGA METÁLICA DE CARREGAMENTO
tem que estar embalada em um LATERAL DO TIPO CARTUCHO MONTADA.
recipiente estéril).
B)SERINGA PARA ANESTÉSICOS LOCAIS

DESMONTADA
● Elas devem apresentar
uma aceitação de uma grande Essa classificação pode ser observada na
variedade de cartuchos e de figura 1
agulhas de fabricantes diferentes
podendo possibilitar o uso
repetido.

● As seringas devem ser


econômicas, autocontidas, leves
e de uso simples com uma das
mãos.

● Elas devem proporcionar


a aspiração efetiva e ser
elaboradas de tal modo que o
sangue possa ser observado
facilmente no cartucho. Figura 1- Malamed, S. F. Manual
de Anestesia Local - Elsevier, 6ª
● O carpule deve apresentar ed., 2013.
o anel do polegar e o arpão, pois
com esta seringa consegue SERINGA ELETRÔNICA A PILHA.
realizar uma aspiração antes da
A seringa eletrônica tem a
injeção da droga anestésica no
função de injetar o anestésico de
paciente.
forma lenta com um fluxo
previamente programada e o
● O anel do polegar e os
tempo de duração sendo
apoios para os dedos dão ao
praticamente indolor.
10

Figura 3- Malamed, S. F. Manual


de Anestesia Local - Elsevier, 6ª
Figura 2- Malamed, S. F. Manual ed., 2013
de Anestesia Local - Elsevier, 6ª
● Agulhas 27 G - agulhas grossas
ed., 2013.
e longas (Diâmetro 0,31mm).
● Agulhas 30 G – Finas e
curtas (Diâmetro 0,30mm).
SERINGA DESCARTÁVEL:

Figura 3- Malamed, S. F. Manual


de Anestesia Local - Elsevier, 6ª
ed., 2013 1.4 BISEL

As seringas descartáveis estão O que causa a dor no paciente é a


disponíveis em vários tamanhos, com picada da agulha, porém se o
diversos calibres de agulha. Porém, bisel não estiver afiado ou
não são encontradas no Brasil. estragado e a velocidade para
injetar o anestésico for muito
1.3 TIPOS DE AGULHAS: rápida, desmente os tecidos
moles.
No mercado existem 4 tipos de
agulhas: extra curta, curta, longa Por isso é importante que a
e extralonga. velocidade para injetar seja
constante e leve um minuto e
meio.
11

ez.A 2° coluna representa um


bisel utilizado uma v

A 3° coluna representa um bisel


utilizado duas vezes.

OBS.: NÃO SE DEVE UTILIZAR A MESMA

AGULHA PARA APLICAR UMA SEGUNDA

ANESTESIA!

● Após a primeira aplicação


todos apresentam deformação no
bisel, e na segunda aplicação é
Figura 4- Malamed, S. F. Manual notório a piora na envergadura
de Anestesia Local - Elsevier, 6ª do bisel.
ed ● O bisel A e B apresentam
perfeito estado antes de serem
A agulha precisa estar com o bisel em
bom estado, precisa estar lubrificada utilizados, porém o bisel C e D
ao injetar o anestésico e precisa-se de apresentam defeito de fabricação,
um minuto e meio para esvaziar o pois estão com bisel torto.
tubete anestésico com isso ajuda na ● Quando vamos anestesiar
diminuição da dor que o paciente o paciente pela 2ª vez com a
possa sentir.
mesma agulha muitas vezes é
Indicação onde o bisel está localizado preciso exercer força, pois o bisel
e aberto. não está em perfeito estado.
Nesse caso, devemos nos atentar,
● Japão - bisel tri facetado
diâmetro menor. pois quando o bisel está
● França - bisel tri facetado danificado, ele pode causar
diâmetro maior. rasgos no tecido, causando dor
ao paciente
BISEL DA AGULHA

Figura 5- Malamed, S. F. Manual de a


Anestesia Local - Elsevier, 6ª ed

A 1° coluna representa um bisel novo,


nunca utilizado.
12

procedimentos a serem
realizados.

Figura 7- Foto retirada da aula


de anestesiologia do professor
Marco Antônio Monteiro

INJEÇÃO DE ANESTÉSICO EM VASOS SANGUÍNEOS


Ao introduzirmos a agulha, devemos
nos atentar para a possibilidade de
injeção de anestésico dentro de algum
vaso sanguíneo. Esta prática, pode
desencadear desde sintomas leves
como tremores até a sintomas mais
intensos, como convulsões.
● Ao introduzir a agulha em
um vaso sanguíneo, que é uma
Figura 6
região bem irrigada, é necessário
CUIDADOS DURANTE A ANESTESIA ter cautela e atenção para
detectar a presença de sangue
PROBLEMAS QUE PODEMOS ENFRENTAR DURANTE dentro da seringa.
O PROCEDIMENTO ● Diante deste problema,
devemos superficializar a agulha
FECHAMENTO BUCAL DO PACIENTE:
ou introduzi-la mais
● O paciente tende a fechar
profundamente para que ela seja
a boca e isso poderá dificultar a
retirada de dentro do vaso.
visualização do procedimento
(principalmente em crianças).
Dessa forma, será necessário
usar algum artifício para manter
a abertura bucal.
● Se durante a técnica
Deve-se realizar uma nova
anestésica de o paciente fechar a
aspiração para garantir que a
boca, o anestésico poderá ser
agulha não esteja mais dentro do
injetado em locais indesejados,
vaso em questão.
causando anestesia de tecidos
não relevantes aos
13

1.5 CONTAMINAÇÃO DO INSTRUMENTAL

Ao desencapar a agulha, é importante não

deixarmos com que ela entre em contato com o

SMS contaminado. A contaminação da agulha

de injeção anestésica pode gerar graves

complicações e infecções aos pacientes.


Figura 8- Foto retirada da aula
de Anestesiologia do professor
Marco Antônio

DOR AO TOCAR AGULHA NO OSSO.


● Algumas técnicas
anestésicas exigem a checagem
da distância da agulha do osso,
Podemos evitar este problema
dessa forma, devemos tocar o ●

osso e retrair um pouco a agulha com a simples ação de utilizar o


(somente para desencostar a
tubete anestésico como apoio para a
agulha do osso).
● Porém, o periósteo é carpule, como indicado na figura a
ricamente inervado, por isso, o seguir:
paciente poderá relatar sensação
de dor ou choque ao encostarmos
1.6 FRATURA DE AGULHA
a agulha no osso.
● Para se diminuir dores e ● Essa complicação pode
desconfortos, devemos tocar o ocorrer ao se dobrar a agulha e
osso com a agulha de forma mais penetrá-la inteira no tecido mole
suave e lenta. do paciente, ou caso o paciente
realize algum movimento brusco
com a cabeça um pouco antes da
finalização da penetração da
agulha nos tecidos moles.
● Caso haja fratura da
agulha e esta esteja dentro dos
tecidos, o cirurgião dentista
deverá removê-la com a pinça e
em casos mais graves, essa
Figura 9- Foto retirada da aula remoção deverá ser realizada
do professor Marco Antônio através de cirurgia.
Monteiro ● Diante de uma remoção
cirúrgica, o paciente estará
suscetível a diversos danos,
14

como sequelas e cirurgias que esta agulha também


agressivas. apresente características
● O paciente poderá pertinentes a cada técnica
também entrar com um processo anestésica.
judicial contra o dentista. ● Aliado a boas práticas, o
cirurgião dentista deverá
também apresentar um bom
embasamento teórico sobre as
técnicas anestésicas.
● Um dos aspectos a serem
avaliados ao se praticar uma
anestesia é o bisel da agulha que
precisa estar em perfeitas
condições e nunca devem ser
utilizados por mais de uma vez,
pois essa prática poderá gerar
desconforto e dor ao paciente.
A fratura da agulha é uma
complicação local rara nos dias de PARESTESIA
hoje devido ao uso de agulhas
As alterações da função sensorial
descartáveis e quando ocorre é uma
oral podem ocorrer por vários
situação que exige uma conduta muita
rígida. Entre as principais causas de fatores tais como, procedimentos
fraturas estão: orais restaurativos e cirúrgicos e
uma das possíveis causas
● Agulhas mais finas –
incluem hemorragia dentro da
calibre.
bainha neural, trauma direto do
● Movimento inesperado e
nervo pela agulha com a
súbito do paciente.
formação de tecido cicatricial, ou
● Agulhas inseridas de
possível neurotoxicidade
forma incorreta.
associada a determinadas
● Agulhas curvadas.
formulações de anestésicos
● Agulhas com erro de
locais.
fabricação.
DOR E QUEIMAÇÃO
1.7 COMPLICAÇÕES
● Para a realização de uma A dor à injeção pode ocasionar
boa técnica anestésica, é um quadro de ansiedade do
necessário que o cirurgião paciente levando a movimentos
dentista se atente para a inesperados súbitos, elevando o
qualidade da agulha. É risco de fratura de agulha e lesão
necessário que a agulha traumática de tecido mole no
apresente boas condições de paciente devido aos movimentos
trabalho para se evitar que podem atrapalhar o
complicações durante o
profissional executar a técnica
procedimento. É imprescindível
15

uma vez que é necessário que o


paciente não se movimente.

1.8 CONTAMINAÇÃO

A prática incorreta da
biossegurança pode ocasionar
contaminação na agulha além
de que alguns profissionais tem a
prática de submergir o tubete
anestésico em uma solução
desinfetante, como clorexidina
alcoólica, álcool 70%,
glutaraldeído, ácido peracético
entre outros e isso por sua vez
poderia contaminar da solução
anestésica por conta dessa
imersão, porque a membrana na
ponta do tubete pode em muitos
casos ser permeável, por isso
essa pratica não deve ser
realizada sob hipótese alguma.
16
17

●São utilizados em situações onde o paciente


2.ANESTÉSICOS apresente nevralgia. Como exemplo temos a
LOCAIS nevralgia do nervo trigêmeo.
●Alguns exemplos de álcoois utilizados são:
Os anestésicos locais, quando utilizados para o
álcool etílico, benzóico, clorbutanol e fenol.
controle da dor, deixam de exercer efeito no paciente
quando são absorvidos do local de administração 2.2 ANESTÉSICOS MAIS UTILIZADOS NA ODONTOLOGIA.
para a circulação sanguínea. Um importante fator
envolvido no término de ação dos anestésicos locais ●Atualmente o tipo de anestésico local mais
é a sua redistribuição da área próxima à fibra utilizado na odontologia são os anestésicos do tipo
nervosa para o sistema cardiovascular. amida, esses anestésicos e seus metabólitos são
excretados pelos rins, mas uma porcentagem da
As soluções usadas como anestésicos locais dose administrada é excretada inalterada na urina e
exercem uma ação farmacológica nos vasos esse valor varia de acordo com a substância.
sanguíneos da área onde elas são administradas. Os ●O tipo éster também possui potentes
sais anestésicos apresentam um grau de substâncias vasodilatadoras, mas por serem
vasoatividade e eles produzem uma vasodilatação substâncias com diversos relatos de alergia, não são
que varia de acordo com cada tipo de sal no local mais usadas atualmente, apenas a benzocaína é
onde são depositados. usada como anestésico tópico.

O principal ponto da vasodilatação causada


pelos cloridratos é a rapidez na absorção da solução
anestésica para o sistema cardiovascular, o que
resulta em rápida perda de efeito, consequente
queda no controle da dor do paciente e aumento da
concentração sanguínea (ou plasmática) do
anestésico e o potencial de superdosagem (reação
tóxica).

É por esse motivo que a maioria dos anestésicos


Figura 1: Benzotop
locais são combinados com vasoconstritores, que
são substâncias capazes de provocar a 2.3 DISSOCIAÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS.
vasoconstrição do local onde são administrados e
assim reduzir a velocidade de absorção da solução e ●Os anestésicos locais são estáveis e solúveis
assim prolongando a durabilidade da anestesia, o em água,
que pode favorecer o tempo de trabalho do cirurgião ●Esses sais se ionizam em contato com
dentista. soluções aquosas e essa ionização é importante pois
o anestésico fica mais lipossolúvel permitindo sua
2.1 ANESTÉSICOS DE COMPOSTOS ALCOÓLICOS. penetração mais rapidamente nas bainhas de
mielina, membranas axionais e tecido conjuntivo
●Os anestésicos de compostos alcoólicos são
que circunda os feixes de fibras nervosas.
tóxicos e podem provocar destruição da estrutura
●Um anestésico local em contato com a água,
celular como por exemplo, esses compostos são
ioniza e se torna mais lipossolúvel, com isso se fixa
capazes de necrosar um nervo.
melhor na bainha de mielina (onde há gordura),
18

●Após isso, ele se dissocia e forma as aminas ●alterações auditivas (tinidos);


quaternárias catiônicas que bloqueiam os canais de ●distúrbios neurovegetativos que podem ser
sódio. E as aminas terciárias lipossolúveis (pouco causados por medo, ansiedade, dor e desconforto.
formada em regiões inflamadas) que evitam a
despolarização da membrana. CASO HAJA SUSPEITA DE INTOXICAÇÃO POR ANESTÉSICOS

●Em regiões com inflamação, o pH local é baixo, LOCAIS, AS MEDIDAS SEGUINTES DEVEM SER TOMADAS:

com isso o anestésico tem dificuldade de se 1)Interrompa a administração da droga;


dissociar, ou seja, dificulta a formação de amina
terciária, o que faz com que ocorra a despolarização 2)Ofereça oxigênio a 100% por máscara: O2
da membrana nervosa e consequentemente o aumenta o limiar convulsivo e previne hipoxemia,
paciente sentirá dor. melhorando o prognóstico do quadro;
●Outro problema de regiões inflamadas que
3)Coloque o paciente em decúbito dorsal
dificulta a ação dos anestésicos, é a vasodilatação
horizontal ou leve Trendelenburg, a fim de melhorar
local, que contribui para a rápida absorção da
as perfusões cardíaca e cerebral;
solução, reduzindo ainda mais a sua duração.
●Um importante fator que influencia o início da 4)O tratamento segue os algoritmos
ação do anestésico local, é o valor do pKa (constante P - C – A – B – D;
de dissociação), quanto maior esse valor for, mais
P= Paciente consciente posicionado
tempo a solução anestésica levará para agir.
confortavelmente.
●É importante dizer ainda que a duração de um
anestésico é menor em pacientes ansiosos/com C= Circulação, verificar pulso.
pressão arterial alta, pois ele é rapidamente
absorvido para o sistema cardiovascular. A= Vias aéreas, extensão do pescoço e elevação
do queixo.
2.4 TRATAMENTO
B= Respiração, ver os movimentos do tórax,
Quando se utiliza anestésicos locais associados ouvir os sons respiratórios e sentir o ar exalado.
a vasoconstritores, a hipertensão e/ou taquicardia
pronunciada nos 60 segundos seguintes ao início da D= Tratamento definitivo.
administração são sinais de injeção intravascular
5) Caso o paciente não tenha acesso venoso
inadvertida.
estabelecido, providencie um se for necessário;
Com relação a isso, o monitoramento da pressão
6) Mantenha monitorização adequada de
arterial e frequência cardíaca são de grande
oxigenação (oximetria de pulso), ritmo e frequência
importância para que se evite agravamento do
cardíaca (eletrocardiografia contínua) e pressão
quadro de intoxicação.
arterial.
Ao buscarmos sinais de intoxicação por
7) O controle farmacológico das convulsões
anestésicos locais, devemos entender o quadro
pode ser obtido com benzodiazepínicos por via
neurológico precocemente para que possamos dar
venosa, particularmente com o Diazepan (5 a 10 mg)
atenção a possíveis sinais e sintomas mais
ou com o Midazolan (5 a 15 mg).
específicos como:
Lembre-se sempre que estas medicações podem
●alterações gustativas (gosto metálico);
contribuir também para que o paciente entre em
●alterações visuais (diplopia);
19

parada respiratória. Assim, você deve estar Meia vida do anestésico: aproximadamente 90
preparado para ventilá-lo artificialmente. minutos.

8) Após o fim da reação, certifique-se que o Contraindicações: Não utilizar sem


paciente será examinado por um médico ou por um vasoconstritor e em grandes cirurgias.
membro da equipe hospitalar, para determinar
Indicações: anestésico clínico, grávidas em
possíveis causas da reação. A avaliação deve incluir
regime de urgência (máximo 2 tubetes).
exames de sangue e provas de função hepática e
renal. 9) Não deixar o paciente sair sozinho do Complicações: a sobredosagem promove
consultório. Deve-se obter um acompanhante adulto, estimulação inicial do SNC, seguida de depressão,
caso a hospitalização não seja necessária. convulsões e coma.

9) Determinar a causa da reação antes de Lidocaína 2% sem vasoconstritor: suas


prosseguir com o tratamento que exige mais propriedades vasodilatadoras limitam muito a
anestésicos locais duração e a profundidade da anestesia da polpa
dentária (5 a 10 minutos).
2.5 LIDOCAÍNA.
Lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 e
Lidocaína 2% com epinefrina 1:200.000 são os mais
utilizados

DOSES MÁXIMAS:

Figura 2- Imagem retirada da aula do professor


Marco Antônio Monteiro

Nome comercial: Xilocaína / Alphacaine

Metabolismo: fígado

Excreção: rins, menos de 10% de forma


inalterada, mais de 80% na forma de vários Figura 3- Imagem retirada da aula do professor
metabólitos. Marco Antônio Monteiro
Propriedades vasodilatadores: maiores que as
da Prilocaína e da Mepivacaína

Início de ação: 3 a 5 minutos.

Concentração odontológica eficaz: 2%


20

2.6 LIDOCAÍNA 3% Excreção: pelos rins, 1 a 16% da dose são


excretados inalterados. Propriedades
Não é utilizada na odontologia, principalmente
vasodilatadoras: produz apenas uma ligeira
em crianças pois pode causar necrose. Quando
vasodilatação.
aumenta a concentração de 2% para 3% aumenta a
potência e consequentemente a toxicidade, sendo ●A duração da anestesia pulpar com
assim é necessário diminuir o número de tubetes. mepivacaína sem vasoconstritor é de 20 a 40
minutos (a da lidocaína sem vasoconstritor dura
apenas de 5 a 10 minutos; a da procaína sem
vasoconstritor é de até 2 minutos).

Início de ação: 3 a 5 minutos.

Concentração odontológica eficaz: 3% sem


vasoconstritor, 2% com vasoconstritor.

Meia vida do anestésico: 1,9 hora

Indicações mepivacaína 3% sem vasoconstritor:


HOF (para não causar necrose na pele) crianças
quando precisar que passe rápido, pacientes
Figura 4-Foto retirada da aula do professor
geriátricos, pacientes com contraindicação ao
Marco Antônio Monteiro
vasoconstritor, procedimentos sem necessidade de
anestesia pulpar de longa duração ou grande
profundidade.
2.7 MEPIVACAÍNA.
Indicações mepivacaína 2% com vasoconstritor
(epinefrina 1:100.000): cirurgia

Contraindicações: grávidas pois é tóxica para o


fígado fetal

OBS: Entre todos os sais usados nos anestésicos


locais, a mepivacaína é o que tem menor potencial
de vasodilatação, por isso ele é o escolhido em
situações em que não se usa vasoconstritor.

DOSES MÁXIMAS:

Figura 5-Foto retirada da aula do professor


Marco Antônio Monteiro

Nome comercial: Carbocaína

Metabolismo: fígado
21

A seguir estão listadas duas indicações básicas


para sua utilização em odontologia:

1. Procedimentos dentários prolongados, nos


quais é necessário uma anestesia pulpar (profunda)
por mais de 90 minutos (p. ex., reconstruções totais
da boca, cirurgias de implante, procedimentos
periodontais extensos).

2. Controle da dor pós-operatória (p. ex.,


endodôntica, periodontal, pós-implante e cirúrgica).

Quando a bupivacaína é usada para controlar a


dor, a necessidade pós-operatória de analgésicos
opióides será muito reduzida. Fornece anestesia por
Figura 6-Foto retirada da aula do professor até 12 horas, por isso é usada em cirurgias de grande
Marco Antônio Monteiro porte.

2.8 BUPIVACAÍNA.

• Nome comercial: Marcaína/Neo caína. Figura 7- Foto retirada da aula do professor


Marco Antônio Monteiro
• Metabolismo: fígado Excreção: rins.

• Propriedades vasodilatadoras: maiores que as 2.9 PRILOCAÍNA.


da lidocaína, prilocaína e mepivacaína.

• Início da ação: 6 a 10 minutos (maior tempo de


ação comparado aos outros anestésicos locais de
uso comum).

• Concentração odontológica eficaz: 0,5%.


• Nome comercial: Citanest.
• Meia vida do anestésico: 2,7 horas.
• Excreção: rins.
A bupivacaína está disponível em forma de
• Propriedades vasodilatadoras: a prilocaína é
tubete no Canadá desde fevereiro de 1982 e nos
um vasodilatador, ação maior que a da mepivacaína
Estados Unidos em julho de 1983.
porém menor que a da lidocaína.
Disponível em solução a 0,5% com adrenalina a
• Concentração odontológica eficaz: 4% Meia
1:200.000.
vida do anestésico: 1,6 hora.
22

Além disso, apresenta alta penetração e alta difusão


tecidual, garantindo assim uma maior segurança e
confiabilidade no seu uso durante as práticas
cirúrgico-clinicas. Vale acrescentar que a grande
vantagem presente nesse composto, é a sua
capacidade de se difundir por tecidos moles e duros
de forma mais efetiva devido a sua maior
Figura 8- Foto retirada da aula do professor
lipossolubilidade, quando comparado a outros
Marco Antônio Monteiro
anestésicos.
●A prilocaína contendo adrenalina fornece
Metabolização: a articaína é o único anestésico
anestesia de longo prazo com a menor concentração
local do tipo amida que contém um grupo tiofeno.
de adrenalina: 1: 200.000. Pode ser obtida anestesia
Como o cloridrato de articaína é o único anestésico
pulpar durante 60 a 90 minutos e anestesia de
local do tipo amida amplamente utilizado que
tecidos moles por 3 a 8 horas. Para pacientes
também contém um grupamento éster, sua
sensíveis à adrenalina que requerem anestesia
biotransformação ocorre tanto no plasma sanguíneo
endodôntica prolongada (≥ 60 minutos), é
quanto no fígado.
recomendado o uso de prilocaína pura ou adrenalina
na proporção de 1: 200.000, ela é rapidamente Excreção: pelos rins, 5% a 10% na forma
biotransformada e, por essa razão, é considerada um inalterada, aproximadamente 90% como
anestésico local seguro (de baixa toxicidade). metabólitos.
●A prilocaína é relativamente contraindicada
para pacientes com metahemoglobinemia idiopática Propriedades vasodilatadoras: o efeito
ou congênita, hemoglobinopatias (anemia vasodilatador da articaína é equivalente ao da
falciforme), anemia ou insuficiência cardíaca ou lidocaína.
respiratória evidenciada por hipóxia, pois os níveis
Início da ação: articaína 1:200.000, infiltração: 1 a
de metahemoglobina aumentam, diminuindo a
2 minutos, bloqueio mandibular: 2 a 3 minutos;
capacidade de transporte de oxigênio. Para
articaína 1:100.000, infiltração: 1 a 2 minutos,
pacientes em uso de acetaminofeno ou fenacetina, a
bloqueio mandibular: 2 a 2,5 minutos.
administração de prilocaína é também
relativamente contraindicada, pois ambos Concentração odontológica eficaz: 4% com
produzem elevação dos níveis de metahemoglobina. adrenalina a 1:100.000 ou 1:200.000.
●É o anestésico de escolha para pacientes
Meia vida do anestésico: aproximadamente 27
hipertensos (não altera a pressão arterial),
minutos.
diabéticos (não causa hiperglicemia), cardíacos (não
altera a frequência cardíaca), e asmáticos. Indicações e contraindicações: o cloridrato de
articaína deve ser usado com cautela, mas é
2.10 ARTICAÍNA
indicado para pacientes com problemas hepáticos,
A articaína é um anestésico local classificado visto que, parte de sua metabolização é feita no
como do tipo amida que é indicado para a utilização plasma sanguíneo, ou seja, é mais seguro nesses
de bloqueios anestésicos locais ou periféricos de casos. Além disso, vale ressaltar que a mesma é
nervos. Ela possui várias características como início contraindicada para pacientes anêmicos,
de ação rápido, baixa toxicidade, biotransformação insuficiência cardíaca ou respiratória com hipóxia,
diferenciada, menor meia vida e a alta potência. grávidas por poder gerar contrações e mulheres que
23

estejam amamentando pois não se sabe se é 2.11 CÓDIGO DE CORES


excretada no leite. Ademais, vale acrescentar que a
Para uma identificação padronizada e prática
administração em crianças com idade inferior a 4
que facilite o reconhecimento, os anestésicos locais
anos não é recomendada, por causa da inexistência
possuem um código de cores nos tubetes. Essas
de dados que forneçam suporte a tal utilização.
cores dizem respeito a qual sal anestésico está
Complicações: apesar do uso ser considerado contido na solução anestésica presente no frasco.
seguro, existem alguns riscos de ocorrer efeitos
adversos, como com qualquer outra droga, como
efeitos sistêmicos: superdosagem, alergia ou
idiossincrasia; e efeitos locais, como edema, trismo,
hematoma e parestesia.

Figura 11- Malamed, S. F. Manual de Anestesia


Local - Elsevier, 6ª ed., 2013.
Figura 9 Foto retirada das aulas de
Anestesiologia do professor Marco Antônio

DOSE MÁXIMA:

Figura 12- Foto retirada da aula de


anestesiologia do professor Marco Antonio

DOSE TÓXICA.
Figura 10 Foto retirada das aulas de
●Alguns pacientes podem necessitar de mais de
Anestesiologia do professor Marco Antônio
uma dose de anestésico seja pelo limiar da dor ou
pelo grau do procedimento a ser feito, o que é
comum.
24

●Embora sejam permitidas doses extras, para a


realização da anestesia, é imprescindível que o
protocolo de limite dessas doses seja respeitado,
avaliando quadros de saúde, idade e peso do
paciente.
●Nesse sentido, se o limite for ultrapassado
acontece a chamada dose tóxica que é quando
durante o uso de uma solução anestésica o paciente
apresenta efeitos colaterais indesejáveis.
●Com o aumento do nível sanguíneo do
anestésico local acima de seu limite terapêutico,
podem ser observadas reações adversas, e como o
SNC é muito mais suscetível às ações dos
anestésicos locais do que os outros sistemas, não é Figura 13 - Malamed, S. F. Manual de Anestesia
surpreendente que os sinais e sintomas clínicos Local - Elsevier, 6ª ed., 2013.
iniciais de superdosagem (toxicidade) tenham
origem no mesmo.
●Quando relacionada a dose tóxica do sal, o
paciente pode apresentar sintomas e sinais como
confusão, visão dupla, tontura, calafrios, entre
outros.
●A conduta correta é deitar a cadeira
odontológica com o paciente.
●O mesmo pode ocorrer por toxicidade
relacionada ao vasoconstritor e o indivíduo pode
apresentar tremor e suor. Nesse caso, a conduta é de
levantar a cadeira com o paciente.

2.12 SINAIS E SINTOMAS PRÉ CONVULSIVOS DE TOXICIDADE

DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL.


25
26

●A literatura relata seu uso e a necroses nos


3.Vasoconstritores tecidos do palato pela difícil irrigação e
vasoconstrição prolongada;
Os vasoconstritores são fármacos que contraem os ●Atenção ao seu uso em cardiopatas (pelo
vasos sanguíneos, portanto, controlam a perfusão aumento da pressão arterial que essa substancia
tecidual. Eles são adicionados às soluções provoca).
anestésicas locais para equilibrar as ações
vasodilatadoras intrínsecas dos anestésicos locais. 3.3 FENILEFRINA
Tem como função a absorção lenta deste sal,
redução da sua toxicidade, aumento no tempo de ●Apresenta 5% da potência vasoconstritora da
duração da anestesia e aumento da eficácia do adrenalina;
bloqueio anestésico. ●Pode promover vasoconstrição com duração
mais prolongada;
●Efeitos adversos mais duradouros (aumento da
3.1 EPINEFRINA/ADRENALINA.
pressão arterial e cefaléia);
●Presente na maioria dos anestésicos locais em ●Não é tão eficaz para o controle da hemostasia
odontologia; durante o procedimento, porem no pósoperatório
●Mais utilizado em todo o mundo; segue com menos sangramento.
●Presente nos AL lidocaína, mepivacaína, ●Não apresenta vantagens sobre a
articaína e bupivacaína; epinefrina/adrenalina.
●Eficaz na redução da perda de sangue;
●Dosagem minimizada para cardiopatas (pelo
aumento da pressão sistólica e da freqüência
3.4 FELIPRESSINA
cardíaca);
●Uso com atenção em pacientes diabéticos (pela ●Hormônio sintético;
quebra de glicogênio em glicose, podendo ●Análogo sintético da vasopressina (hormônio
desencadear uma hiperglicemia); antidiurético);
●Uso com atenção em gestantes ou lactantes ●Contida em soluções de Prilocaína;
(pela difícil metabolização do feto ou bebê); ●Tem valor mínimo no controle da hemostasia;
●Uso com atenção em anêmicos (pela ●Indicado a pacientes grávidas (induz as
metemoglobinemia que é caracterizada pela contrações intrauterinas).
dificuldade de transporte da molécula de oxigênio
pela hemácia);
●Nessas situações o uso da lidocaína 2% na
concentração de 1:100.000 ou 1:200.000 é o mais
indicado (tente não exceder 2 a 3 tubetes).

3.2 NOREPINEFRINA/NORADRENALINA

●Sua utilização na odontologia tem sido


reduzida;
●Produz intensa vasoconstrição periférica;
●Não apresenta vantagens sobre a adrenalina;
27

3.5 TIPOS DE ANESTÉSICOS:

Vale lembrar que anestésicos locais possuem


ação vasodilatadora, isto é, dão maior suporte
sanguíneo para a área de injeção. Fazendo assim com
que substâncias injetadas sejam mais rapidamente
dissolvidas.

Para controlar este efeito vasodilatador dos


anestésicos, são adicionados agentes vasoconstritores
no tubete para que o fluxo sanguíneo e a distribuição
de sangue pelos tecidos sejam diminuídos.

Ao diminuir o fluxo sanguíneo, consegue-se uma


maior hemostasia dos vasos, trazendo assim menores
sangramentos transoperatórios.

Ao reduzir a perfusão tecidual, há menor


dissolução do anestésico local, característica que
garante ao dentista um maior tempo de trabalho.

3.6 CONTRAINDICAÇÕES;
PACIENTES COM COMPROMETIMENTO
SISTÊMICO:
28
29
30
31

Mepivacaína 3% com epinefrina 1:100.000 –


4.4mg/kg.

Prilocaína 3% sem vaso – 6 mg/kg.

Articaína 4% com epinefrina 1:100 – 7 mg/kg.

●Em pacientes não colaborativos, pode-se tornar


necessário a utilização de outras técnicas anestésicas
como o óxido nitroso, conhecido também como gás
hilariante. Para isso, é necessário que o
cirurgião-dentista possua habilitação em sedação
consciente inalatória com óxido nitroso.

●O cirurgião dentista deve se atentar à quantidade


de anestésico aplicado em pacientes pediátricos. Em
casos de superdosagem, a criança pode desenvolver
problemas de saúde como reações alérgicas e reações
tóxicas.

2.9 ACIDENTES E COMPLICAÇÕES DURANTE O USO DE


TEMPO DE DURAÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS: ANESTÉSICOS TÓPICOS PODEM DESENCADEAR PROBLEMAS A SAÚDE

DO PACIENTE, COMO:

ÚLCERAS TRAUMÁTICAS.

3.7 DOSES MÁXIMAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS:


Orientar a realização de acompanhamento da
lesão, realizar bochechos com água morna e sal e se
necessário, prescrever medicamentos que cessem a
dor do paciente.

HEMATOMAS.

Orientar a realizar compressas de água morna na


região afetada e se o paciente possuir alguma
3.8 DOSAGENS PEDIÁTRICAS (DOSAGEM MÁXIMA/KG): desordem hematológica, deve-se instruir o
responsável pela criança a respeito das possíveis
Lidocaína 2% sem vaso – 4.4mg/kg.
respostas exacerbadas acerca da lesão tecidual.
Lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000 –
DOR.
4.4mg/kg
A aplicação de anestésicos locais em músculos no
Mepivacaína 3% sem vaso – 4.4mg/kg.
momento da aplicação da agulha, pode desencadear
dor ao paciente.
32

TRISMO.

Pode ocorrer traumatismo do músculo durante a


inserção da agulha no momento da realização da
técnica anestésica.

PARALISIA FACIAL.

Acontece após a aplicação da técnica anestésica


com uma injeção demasiadamente profunda na
região do espaço pterigomandibular. A paralisia pode
durar horas ou até 2 dias.

PARESTESIA.

Quanto há emprego de técnica anestésica


incorreta, pode ocorrer parestesia. Porém, a parestesia
também pode ocorrer devido a infecções acometidas
ao paciente.

LIPOTIMIA.

Ocorre leve perda de consciência ao paciente,


porém não chega a ser um desmaio.

XEROSTOMIA.

Quando o cirurgião-dentista aplica o agente


anestésico próximo ao nervo corda do tímpano, pode
ocorrer dessensibilização.

NÁUSEAS E VÔMITOS.

Devido a ansiedade e nervosismo, o paciente pode


desenvolver um quadro de náuseas e vômitos.

REAÇÕES TÓXICAS.

Podem ocorrer após a aplicação de altas dosagens


no paciente. Podem ocorrer devido ao rápido
metabolismo do anestésico realizado pelo corpo ou o
cirurgião-dentista pode ter realizado uma aplicação
anestésica intravascular.

REAÇÕES ALÉRGICAS.

Podem ocorrer devido a hipersensibilidade ao


agente anestésico utilizado.
33
34

4.TÉCNICAS
ANESTÉSICAS
MAXILARES:

4.1ANESTESIA SUBPERIOSTEAL (INFILTRATIVA)

Indicações: Técnica complementar,


principalmente da técnica supraperiósteal, pode ser Figura 1- Foto tirada por Andreia Ribeiro
dada tanto na face vestibular quanto na face palatina,
4.2 Técnica anestésica do nervo nasopalatino.
utilizada somente na maxila.
●O bloqueio do nervo nasopalatino envolve
Área anestesiada: Polpa de 1 a 2 dentes, osso
apenas uma perfuração do tecido. Imediatamente
vestibular e palatino, periósteo, mucosa e submucosa
lateral à papila incisiva, na face palatina dos incisivos
vestibular e tecidos moles da região.
centrais maxilares.
Ponto a ser anestesiado: Fundo de saco adjacente ●Os nervos anestesiados pelo bloqueio do nervo
ao elemento. esfenopalatino são os nervos nasopalatinos bilaterais,
e as áreas anestesiadas são:
Tamanho agulha: Curta oPorção anterior do palato duro desde a face
Inclinação da agulha: 45° ao longo eixo do dente medial do primeiro pré-molar direito até a face mesial
do primeiro pré-molar esquerdo.
Volume do anestésico: ¼ á ½ por dente. ●Recomenda-se agulha curta de calibre 27 ou 25.
●Aplicação do anestésico tópico pois é a injeção
Técnica: Levantar o lábio e tensionar o tecido, até
intra-oral mais traumática.
que apareça o saco de vestíbulo, secar a mucosa com
●O trajeto de introdução deve ser: aproximar do
gaze estéril e aplicar anestésico tópico, após
local de injeção em um ângulo de 45 graus em direção
introduzir a agulha na prega muco-jugal acima do
ápice do dente a ser anestesiado, orientar o bisel da à papila incisiva.
agulha voltado para superfície óssea, introduzir a ●Procedimento: Limpar e secar a área, comprimir
agulha lentamente e em uma única direção até que a a área da papila com cotonete, colocar o bisel contra
agulha toque o osso, após tocar, injetar o anestésico os tecidos moles isquêmicos no local da injeção. A
lentamente (realizando refluxo ou aspiração), retirar a agulha deve estar estabilizada. Aplicar pressão
agulha cuidadosamente, aguardar 3 a 5 minutos para suficiente para curvar levemente a agulha, injetar
o efeito anestésico. pequeno volume de solução anestésica.
●A profundidade de penetração deve ser de 6 a
10mm, injetar pequenos volumes de anestésico à
medida que o tecido é perfurado, injetar no máximo ¼
do tubete após aspiração negativa. Retirar a agulha.
35

Figura 3- Foto tirada por Amanda Correa


Figura 2- Foto tirada por Emanuela Pastor
4.4 ANESTESIA SUPRAPERIÓSTEA
4.3 ANESTESIA INFRAORBITÁRIA.
A anestesia supraperióstea ou paraperióstea é aquela
Técnica: Posicionar o paciente inclinado, de modo que não toca o osso. Onde tem osso, é recoberto pelo
que o local da punção permaneça acessível. Palpar periósteo.
externamente a crista infra orbital, para identificar o
A agulha vai perto do periósteo, porém não toca o
forame infra orbital. Traçar uma linha imaginária,
osso. É mais usada na maxila, pelo osso ser mais
usando o forame infra orbital como guia, usando o
poroso, anestesia a polpa do dente, a raiz, o periósteo
dedo indicador e o polegar, segurar e retrair o lábio
vestibular, tecido conjuntivo e mucosa. Anestesia 1 ou
superior lateralmente. Aplicar anestésico tópico na
2 dentes superiores ou tecidos moles. Se anestesiar no
área de submucosa onde será a punção. Direcionar a
meio de duas raízes (dentes vizinhos), anestesia os
agulha paralela ao longo eixo do dente, 2° pré-molar,
dois, se for no meio de uma raiz, no longo eixo de um
utilizando o forame infraorbitário como guia.
dente, anestesia o dente específico e geralmente
Puncionar a agulha por mais ou menos 15 mm,
anestesia na face vestibular, para complementar essa
realizar aspiração e injetar lentamente 2/3 do tubete.
anestesia, para anestesiar a palatina, anestesia o
Retrair lentamente a agulha.
forame palatino maior (inerva molares, pré-molares,
Áreas anestesiadas: Alveolar superior anterior, até a distal dos caninos). Ou pode-se fazer a anestesia
supraperióstea no palato.
alveolar superior médio, nervo infraorbitário
(palpebral inferior, nasal lateral, labial superior.), polpa Essa técnica é contraindicada para anestesiar áreas
e periodonto do incisivo central até os pré-molares da com inflamações ou infecções e em ossos densos que
área em questão com a possível inclusão da raiz recobrem os ápices dentários, e indicada para casos
mesio vestibular do primeiro molar superior. de cáries, fraturas, alvéolo seco e abscessos dentários
leves. E as vantagens dela, são que tem alta taxa de
Agulha utilizada: Longa sucesso (95%), é uma técnica fácil, e na maioria das
vezes, quando usado o anestésico tópico, a dor é
Possíveis complicações: Punção incorreta do
mínima. Dentre as suas desvantagens, pode-se citar
plexo venoso infra orbital ou do globo devido à que pode ocorrer falha quando aplicada abaixo do
inserção excessiva da agulha, causando parestesia da ápice do dente (a polpa não fica anestesiada), e que a
área. Um hematoma pode se formar (raramente) na técnica não serve para anestesia de grandes áreas, já
pálpebra inferior e nos tecidos entre esta e o forame que envolve 1 ou 2 dentes.
infraorbitário. Para resolver isso, aplicar pressão nos
tecidos moles acima do forame por 2 a 3 minutos. Quando essa anestesia é aplicada entre as raízes dos
pré-molares ela pode ser chamada de anestesia
36

supraperióstea ou anestesia do nervo alveolar


superior médio, não existe diferença entre as duas.

Em alguns casos, pode ocorrer complicações, como


reação alérgica ao anestésico, Toxicidade por
superdosagem de anestésico (convulsões, arritmias
cardíacas), e a maioria das complicações resulta de
inserção imprecisa da agulha. Utiliza-se agulha de
calibre 25 ou 27.

TÉCNICA:

Figura 5- Foto tirada por Andreia Ribeiro


●Segurar a seringa anestésica com o bisel da
agulha voltado para o dente. O forame palatino maior fica situado cerca de 1 cm
●Inserir a agulha na profundidade da prega mediatamente ao terceiro molar ou entre o segundo e
mucosa bucal e avançar paralelamente ao dente até terceiros molares, e 3 a 4 mm adiante da borda
que entre em contato com o osso, direcionando para o posterior do palato duro.
ápice ( média de 1 a 1,5 cm até entrar em contato com Observações: Quando se injeta quantidades excessivas
a maxila). da solução anestésica ou se penetra mais
●Fazer a aspiração com a seringa e caso não posteriormente ao forame, haverá anestesia de úvula,
tenha retornado sangue, dar continuidade, se ocorrer o palato mole e tonsila palatina. Com consequência de
contrário, retrair a seringa e repetir o processo. causar náuseas e vômitos.
●Injetar lentamente cerca de 1 a 2 mL de
anestésico.
Objetivos da técnica:
●Anestesia do palato duro e tecidos distais ao
canino superior.
●Bloqueio do nervo palatino maior.

Materiais a se utilizar:
●Agulha curta de calibre 27.
Figura 4- Foto retirada por Andreia Ribeiro ●Seringa carpule.

Descrição da técnica:
4.5 NERVO PALATINO MAIOR.
●Boa anestesia tópica.
●Compressão até isquemia.
●Introdução entre o 2° e 3° molares superiores até
tocar o osso.
●Injetar até ⅓ do tubete (o mais devagar possível).
●Anestesiar o forame palatino maior.

4.6TÉCNICA ANESTÉSICA ALVEOLAR SUPERIOR POSTERIOR

Áreas que são anestesiadas:


37

• Polpa do 1º, 2º e 3º molares superiores (Exceto a • Aspecto anterior do seio maxilar;


raiz mesiovestibular do 1º molar). • Pálpebra do óleo inferior;
• Tecido periodontal e mucosa vestibular • Asa do nariz;
• Ossos sobrejacente dos dentes • Lábio superior;
• Periodontal e osso vestibular;
TÉCNICA:
• Polpa dos incisivos centrais, laterais e caninos
• Utilizar uma agulha curta; superiores;
• O conjunto seringa agulha deve ser posicionado • Polpa dos pré-molares.
no ângulo da boca;
1- Para anestesiá-lo, deve-se localizar o
• Deve-se introduzir o conjunto seringa agulha na
forame infraorbitário.
altura da prega mucosa vestibular, acima do 2º molar
2- Deve-se descer com o dedo indicador cerca
superior;
de 1 cm abaixo do forame, e com o polegar deve-se
• Bisel voltado para o osso;
levantar o lábio do paciente, visualizando a prega
• Angulação de 45 com o plano oclusal maxilar; mucosa vestibular, que é localizada sobre o primeiro
• Em direção ao Nervo Alveolar Superior Posterior pré-molar superior.
na tuberosidade maxilar; 3- Em posição de 10 h na frente do paciente, a
• Aplicar o anestésico de 1-2 minutos a quantidade agulha deve entrar passando pela distal do canino, no
de 0,9 a 1,8 ml. sentido onde o seu dedo indicador está, fazer a
aspiração caso a agulha não esteja dentro de um vaso
sanguíneo.
É indicado utilizar nessa técnica uma agulha curta, 4- Injetar 2/3 de 1 tubete.
para evitar atingir o plexo pterigóideo ou
pterigomaxilar.

Figura 7- Foto retirada por Andreia Ribeiro

4.8 COMPLICAÇÕES ANESTÉSICAS, CONDUTAS E TRATAMENTOS:

O nervo Alveolar superior médio, está presente em


apenas cerca de 28% da população segundo Malamed.
Isso faz com que a técnica anestésica, que é
Figura 6- Foto retirada por Andreia ribeiro relativamente simples, tenha uma utilidade clínica
bem limitada. A finalidade é o bloqueio do nervo ASM
4.7 NERVO ALVEOLAR SUPERIOR ANTERIOR. e seus ramos terminais, com o uso de anestésico local.

Responsável por inervar:


38

Essa técnica atua em região de polpa dentária, tecido


periodontal vestibular, osso e periósteo do primeiro e
segundo pré-molares superiores, e raiz
mesiovestibular do primeiro molar superior.

ATRAVÉS DO BLOQUEIO DESSE NERVO, PODEMOS:

●Realizar tratamentos de diversas especialidades


odontológicas, como endodontia, cirurgias em geral e
periodontia.
●Para a aplicação, a literatura preconiza que a
agulha seja curta ou longa de calibre 27 a 30.
●A técnica consiste inicialmente em secar a
mucosa com gaze estéril ou jato de ar, e aplicar
anestésico tópico. Observando a ação do anestésico
tópico, a agulha, deve ser inserida na prega
mucovestibular, com o bisel voltado para a
●Superfície óssea, inclinada entre 10º a 15º, acima
do segundo pré-molar superior em profundidade
aproximada de 15 mm, aplicando lentamente um
volume entre ½ e 2/3 do tubete. Cerca de 5 minutos
depois da aplicação, é esperado que já se tenha o efeito
anestésico.
●Eventualmente um hematoma pode se
desenvolver no local da injeção. Para amenizar,
deve-se aplicar pressão com gaze estéril acima da
lesão por 60 segundos.

Figura 8- Foto retirada por Andreia Ribeiro


39
40

5 Técnicas anestésicas
Mandibulares:
A anestesia tem como objetivo primordial retirar a dor
do paciente durante um procedimento, por isso a
anestesiologia tem um destaque muito importante no
campo da medicina, realizar procedimentos sem dor é
a forma que o paciente encontra para saber se o
profissional é bom.

Antes de começar propriamente dita sobre as técnicas


da anestesia da mandíbula, iremos mostrar alguns
pontos importantes para o êxito da anestesiologia. Figura 1- Demonstração do tronco do nervo
mandiubular. Anatomy Atlas- Visible Body, version
Primeiramente, é necessário saber como o processo
7.4.0.1. Argosy Publishing, Inc 2007-2015.
da dor ocorre, basicamente as fibras nervosas
possuem canais de sódio e potássio, onde a parte
externa é positiva devido a grande quantidade de
sódio e a interna negativa devido ao potássio, isso em Esse nervo emite ramos motores como o n temporal,
situação de equilíbrio Quando ocorre um estímulo n. pterigóideo lateral, n pterigóideo medial e n.
doloroso, ocorre a despolarização, ou seja, a parte masseter e possui fibras sensoriais como o nervo
externa passa a ficar negativa e a interna positiva, o alveolar inferior, bucal, lingual e milo-hióideo.
anestésico tem como função impedir essa
despolarização.

5.1 INERVAÇÃO MANDIBULAR

A inervação mandibular é realizada pelo nervo


mandibular, segundo ramo do nervo trigêmeo, quinto
par craniano. Esse nervo irá passar pelo forame oval,
como pode ser observado na figura 1.
41

Anatomy Atlas- Visible Body, version 7.4.0.1. 1. Dentes mandibulares até a linha média .
Argosy Publishing, Inc 2007-2015. 2. Corpo da mandíbula na parte inferior do
ramo.
5.2 BLOQUEIO DO NERVO ALVEOLAR INFERIOR
3. Mucoperiósteo bucal, membrana mucosa
É uma técnica indicada quando é necessário todo anteriormente ao forame mentual ( nervo mentual).
um quadrante da boca. Essa técnica necessita de uma
4. Dois terços anteriores da língua e assoalho
técnica complementar nos seguintes casos:
da cavidade oral (nervo lingual)

1. Quando é exigida a anestesia dos tecidos 5. Periósteo e tecidos moles linguais (nervo
moles na região bucal posterior, necessitando do lingual)
complemento com a técnica do bucal
Malamed, S. F. Manual de Anestesia Local - Elsevier,
2. Pode ser necessário uma supraperiosteal
6ª ed., 2013.
na região anterior devido a superposição das fibras
sensoriais do lado contralateral que pode ocorrer.
3. Uma no ligamento periodontal pode ser
necessário em partes isoladas dos dentes
mandibulares, normalmente a raiz mesial do primeiro
molar, caso permaneça sensível após administração
do alveolar inferior.

Os nervos anestesiados são: alveolar inferior,


incisivo, mentual e lingual (comumente),
apresentados na figura 2.

ALTERNATIVAS

1. Para os tecidos moles bucais


anteriormente até o primeiro molar pode ser usado o
bloqueio do nervo mentual.
2. Tecidos moles pulpares e bucais dos
dentes anteriores, geralmente segundo pré-molar ao
incisivo central, pode ser usar o bloqueio incisivo
3. Bloqueio com a técnica anestésica de
Figura 2. A imagem demonstra os nervos Gow-Gates.
resultantes do nervo mandibular, ou seja, os ramos
4. Bloqueio nervo mandibular
alveolar inferior, mentual, incisivo, lingual,
Vazirani-Akinosi
milo-hióide. Anatomy Atlas- Visible Body, version
7.4.0.1. Argosy Publishing, Inc 2007-2015. 5. Injeção de LPD para anestesia pulpar de
qualquer dente mandibular
ÁREAS ANESTESIADAS:
42

O nervo alveolar inferior representando na figura 3,


aparece logo após o nervo mandibular passar no
forame oval e percorre toda a mandíbula até a linha
média.

Figura 4- Para aplicação do bloqueio do nervo


alveolar inferior, alguns marcos anatômicos são
importantes. A imagem demonstra a linha oblíqua
externa e a raf pterigomandibular, ambas podem ser
sentidas pela palpação, em que teremos o local de
Figura 3. O nervo alveolar inferior está marcado inserção a metade da distância dessas linhas.
de azul na imagem, é possível observar o seu caminho Anatomy Atlas- Visible Body, version 7.4.0.1. Argosy
pela mandíbula, ele surgiu logo após o nervo Publishing, Inc 2007-2015
mandibular passa no forame oval localizado no osso
esfenóide. Anatomy Atlas- Visible Body, version 5. O próximo passo é a demarcação da altura

7.4.0.1. Argosy Publishing, Inc 2007-2015 que a agulha irá penetrar, no caso dessa anestesia é
um 1cm acima do plano oclusal. Uma forma de obter
Para anestesiar esses o nervo alveolar inferior alguns essa medida é usar o polegar em cima do trígono
marcos anatômicos serão usados para que o sucesso retromolar, oferecendo o ponto de penetração. Como é
do bloqueio seja alcançado. observado na figura 6.
6. Secar a área de infiltração com uma gaze
1. Para um destro sentar em posição de 8 estéril e posteriormente aplicar o anestésico tópico.
horas.
7. Colocar o conjunto seringa agulha na
2. Utilizar uma agulha longa comissura da boca, na direção dos pré-molares
3. Solicitar que o paciente fique com abertura oposto.
máxima 8. Ao penetrar observar se houve aspiração.
4. Localizar a linha oblíqua externa e a raf 9. A penetração será até encostar o osso,
pterigomandibular e aplicar na metade dessa injetando ¾ do anestésico
distância, como pode ser observado na figura 4.
10. O restante ¼ será aplicado no nervo
lingual, isso será feito com retração da agulha por
cerca de 5mm.

A FORMA DE SE POSICIONAR PARA ANESTESIAR O N. ALVEOLAR

INFERIOR É A POSIÇÃO DE 10 HORAS;


43

giro, indicaremos o local de introdução


da nossa agulha. Então, devemos
repousar a seringa carpule na
comissura labial do lado oposto (na
altura dos pré-molares inferiores). Em
movimento contralateral,
introduzimos nossa agulha na
depressão pterigomandibular, em um
Figura 5- Malamed, S. F. Manual de Anestesia ponto equidistante dos planos oclusais
Local - Elsevier, 6ª ed., 2013. superior e inferior. A agulha deve
penetrar cerca de 20mm e assim,
● Deve-se utilizar o polegar da mão depositaremos 2/3 do tubete
esquerda para afastar a mucosa do anestésico.LOCAL DE INTRODUÇÃO DA AGULHA

paciente. A mão direita é utilizada para PARA A TÉCNICA ALVEOLAR INFERIOR:

guiar o conjunto seringa-agulha. O


dedo anelar deve auxiliar na guia da
seringa. Deve-se segurar o rosto do
paciente também, para que ele não vire
o rosto durante o procedimento
anestésico.

Figura 7- Foto retirada da aula de anestesiologia


do professor Marco Antônio

5.3 TÉCNICA ANESTÉSICA DE GOW-GATES:

A técnica de gow-gates anestesia 7 nervos: e


anestesia toda a mandíbula até a linha média:
Figura 6- Malamed, S. F. Manual de
Anestesia Local - Elsevier, 6ª ed., 2013.

● Deve-se palpar a linha obliqua externa


até se encontrar a maior concavidade.
No caso de anestesiarmos o lado
esquerdo, a palpação deverá ser
realizada com o polegar da mão
esquerda. Após localizarmos a área de
maior concavidade, realizamos ¼ de
volta com o nosso dedo (sentido
anti-horário caso a anestesia seja do Figure 1- . Anatomy Atlas- Visible Body, version

lado direito e sentido horário caso seja 7.4.0.1. Argosy Publishing, Inc 2007-2015

lado esquerdo). Ao realizarmos esse


44

● Observar como a pegada da agulha é imediatamente distal ao


alta: segundo molar maxilar como a
altura estabelecida na etapa
precedente;
⮚ 5. Orientação do bisel: não tem
importância crítica;
⮚ 6. Procedimento;
o 6.a. Assumir a posição
correta.
✔ (a.1.) Para um BNMGG direito, um
administrador destro deve se sentar na
posição de 8 horas de frente para o
paciente.
✔ (a.2.) Para um BNMGG esquerdo, um
administrador destro deve se sentar na
posição de 10 horas voltado para a
Figura 2- . Anatomy Atlas- Visible Body, version mesma direção que o paciente.
7.4.0.1. Argosy Publishing, Inc 2007-2015 6.b. Posicionar o paciente.
✔ (b.1.) E recomendado o decubito dorsal,
● 1. Recomendada uma agulha longa de embora a posição de semidecubito
calibre 25 ou 27; também possa ser usada.
● 2. Área de inserção: membrana ✔ (b.2.) Pedir ao paciente para estender o
mucosa na parte mesial do ramo da pescoço e abrir bem a boca por toda a
mandíbula, numa linha da incisura duração da técnica. O côndilo assume
intertrágica até o canto da boca, então uma posição mais frontal e fica
imediatamente distal ao segundo mais próximo do tronco nervoso
molar maxilar; mandibular.
● 3. Área-alvo: aspecto lateral do colo 6.c. Localizar os marcos extraorais.
condilar, logo abaixo da inserção do ✔ (c.1.) Incisura intertragica
músculo pterigóide lateral. o 6.d. Colocar seu dedo
● . Marco: indicador ou seu polegar na
a. Extraorais incisura coronóide; a
✔ (a.1.) Borda inferior do trago determinação dessa
(incisura intertragica). O marco incisura não e essencial
correto e o centro do meato para o sucesso do bloqueio
auditivo externo, que esta de Gow-Gates, mas, na
oculto pelo trago; por esta experiência do autor, a
razao, sua borda inferior e palpação desse marco
adotada como auxilio visual; intraoral familiar
✔ (a.2.) Canto da boca proporciona uma sensação
o 4.b. Intraorais de segurança, possibilita a
✔ (b.1.) Altura da injeção retração dos tecidos moles e
estabelecida pela colocação da auxilia na determinação do
ponta da agulha logo abaixo da local de penetração da
cúspide mesiolingual agulha.
(mesiopalatina) do segundo 6.e. Visualizar os marcos intraorais.
molar maxilar; ✔ (e.1.) Cúspide mesiolingual
✔ (b.2.) Penetração dos tecidos (mesiopalatina) do segundo molar
moles num ponto maxilar;
45

✔ (e.2.) O local de penetração da agulha e 4. Tecidos moles e periósteo da língua;


imediatamente distal ao segundo 5. Corpo da mandíbula, parte inferior do ramo
molar maxilar, na parte alta da ponta da mandíbula;
de sua cúspide mesiolingual. 6. Pele sobre o zigoma, parte posterior da
bochecha e regiões temporais.

INDICAÇÕES

1. Múltiplos procedimentos nos dentes


mandibulares;
2. Casos em que e necessária a anestesia dos
tecidos moles bucais, do terceiro molar ate a
linha media;
Foto retirada da aula do professor Marco Monteiro 3. Casos em que e necessária a anestesia dos
tecidos moles linguais;
4. Casos em que um bloqueio do nervo
alveolar inferior convencional não e
bem-sucedido.

CONTRA INDICAÇÕES

1. Infecção ou inflamação na área de injeção


(rara);
2. Pacientes que possam morder o lábio ou a
língua, como crianças pequenas e adultos
portadores de deficiência física ou mental;
3. Pacientes que não consigam abrir bem a
boca (ex., trismo);

Figura 3- . Anatomy Atlas- Visible Body, version VANTAGENS


7.4.0.1. Argosy Publishing, Inc 2007-2015

1.Requer apenas uma injeção; um bloqueio


O segredo da técnica de Gow-Gates é a mira
nervoso bucal e geralmente desnecessário (a
da agulha apoiada no primeiro molar inferior inervação acessoria foi bloqueada).
até o colo do côndilo. Se o paciente possuir 2. Elevada frequência de êxito (> 95%), com a
ausência de dentes, ir atrás do segundo molar experiência;
para buscar o colo do côndilo. 3. Mínima frequência de aspiração;
4. Poucas complicações pós-injeção (ex.,
trismo)
5. Proporciona uma anestesia bem-sucedida
ÁREAS ANESTESIADAS
na presença de um nervo alveolar inferior
bífido e de canais mandibulares bífidos.
1. Dentes mandibulares até a linha média;
2. Mucoperiósteo e membranas mucosas
bucais do lado da injeção; DESVANTAGENS

3. Dois terços anteriores da língua e assoalho


da cavidade oral;
46

1. A anestesia da língua e do lábio inferior e Penetração de 2 a 5mm.


desconfortável para muitos pacientes e pode
ser perigosa para alguns indivíduos;
2. O tempo ate o inicio da anestesia e um ÁREA ANESTESIADA PELO NERVO BUCAL:
pouco mais longo (5 minutos) do que o de um
BNAI (de 3 a 5 minutos), principalmente
devido ao tamanho do tronco nervoso sendo
anestesiado e a distancia do tronco nervoso
ao local de deposito (aproximadamente 5 a 10
mm).
3. Ha uma curva de aprendizado no uso da
técnica de Gow-Gates. A experiência clinica e
necessária para se aprender efetivamente a
técnica e tirar proveito integral de sua maior
freqüência de sucesso. Essa curva de
aprendizado pode se mostrar frustrante para
algumas pessoas.
Figura 1- Malamed, S. F. Manual de Anestesia
Local - Elsevier, 6ª ed., 2013.
5.4 ANESTESIA PARA O NERVO BUCAL LONGO
PONTO DE ANESTESIA PARA O NERVO BUCAL:
Quando falamos de anestesia para exodontias
de dentes posteriores, a única área que não é
anestesiada pelos nervos alveolares inferiores
e lingual é a mucosa do periósteo
vestibulares, e para isso, precisamos
anestesiar o nervo bucal.

Ao anestesiarmos este nervo, bloquearemos a


sensibilidade do periósteo vestibular e
mucosa vestibular do primeiro molar inferior
ao terceiro molar inferior do lado
correspondente a infiltração.
Figura 2- Foto retirada da aula de anestesiologia
● Inerva tecidos moles vestibulares do
do professor Marco Antonio
1º, 2º e 3º molares e periósteo
adjacente. Atrás do terceiro molar, entre as linhas
● Situa-se imediatamente abaixo da
oblíquas externa e interna.
membrana mucosa.
● Chamado de bloqueio do n. bucal longo
ou do n. bucinador.
● Punção na confluência das linhas
oblíquas externa e interna.

No vértice do trígono
retromolar.
Acesso pelo lado vestibular.
47

Deve-se tomar cuidado para não anestesiar


muito atrás, pois assim anestesia ríamos a
Figura 3- Foto retirada da aula do professor
rafe pterigomandibular e os tecidos moles
Marco Antonio
adjacentes.
ÂNGULOS PARA APLICAÇÃO DO ANESTÉSICO:
Desvantagem: a dor caso a agulha entre em
Qualquer ângulo que se insira a agulha e contato com o periósteo durante a injeção.
chegue até a área das linhas obliquas
5.5 ANESTESIA DO NERVO MILO-HIÓIDEO
externa/interna.
● Anatomicamente: passa no sulco do N.
É uma das anestesias mais fáceis de se Milo-Hióideo:
realizar. Porém, quando se penetra a agulha
neste local, o paciente sente um pouco de dor
e desconforto.

De verdinho na imagem, temos o trígono


retromolar, e no vértice dele devemos
penetrar a agulha para injetar o anestésico. O
acesso deve ser sempre pelo lado vestibular.

Figura 5 Foto retirada da aula do professor


Marco Antonio

No nervo mandibular passa dentro do forame


mandibular, quando ele penetra no nervo
Figura 4- Malamed, S. F. Manual de Anestesia
mandibular, ele se ramifica no ramo azul da
Local - Elsevier, 6ª ed., 2013
imagem abaixo, e esse ramo passa no sulco
A penetração da agulha é rasa. – 2 a 5mm. do milo hióideo, e inerva os molares,
pré-molares, caninos e incisivos até a linha
Deve-se injetar 1/8 do tubete – 0.3 ml em 10
média.
segundos.
48

Figura 6- Foto retirada da aula do professor


Figura 8 Foto retirada da aula do professor
Marco Antonio
Marco Antonio
Pode ocorrer uma variação anatômica no
Quando se está com a agulha na altura do
nervo milo-hióideo, que ao invés dele
nervo alveolar inferior, pode-se realizar um
penetrar logo após o forame mandibular, ele
pequeno recuo da agulha para se anestesiar o
pode estar um pouco mais para trás e
nervo lingual. Devemos recuar a agulha cerca
começar lá em cima, antes do forame.
de 1cm e deslocar a seringa da comissura do
lado oposto para a linha média mandibular.
Confirma-se se a agulha segue em um ponto
equidistante dos dois planos oclusais e, então,
injetamos 1/3 de tubete que restou da técnica
anestésica do alveolar inferior.

O nervo lingual realiza a inervação do


periósteo lingual, mucosa lingual dos
Durante a anestesia, se você injetar o
incisivos central inferiores, mucosa e
anestésico nesse ponto verde, o anestésico
musculatura dos 2/3 anteriores da língua,
não anestesiou o milo hióideo:
glândulas sublingual e submandibular e
soalho bucal do lado correspondente a
infiltração.

Figura 7 Foto retirada da aula do professor


Marco Antonio

Se o paciente apresentar essa variação


Figura 9- Malamed, S. F. Manual de Anestesia
anatômica, deve-se aplicar a solução
Local - Elsevier, 6ª ed., 2013.
anestésica diretamente no nervo
milo-hióideo, ilustrado a seguir na região da Quando se realiza a anestesia do alveolar
setinha branca: inferior, acaba-se por anestesiar também o
nervo milo-hióideo devido a proximidade,
49

exceto em casos de variação anatômica desse


nervo milo-hióideo.

● O nervo milo hióideo é um nervo


misto:
- Motor para músculo milo-hióideo e
para o ventre anterior do músculo
digástrico.

- Sensorial para incisivos, polpa dos


molares inferiores e particularmente a raiz
mesial do primeiro molar.

5.6 BLOQUEIO DO NERVO LINGUAL


O bloqueio do alveolar inferior e do lingual
processa-se em uma mesma manobra clínica.
Esta consiste em localizar-se com o dedo
indicador da mão oposta à que segura a
seringa o arco existente na borda interna do
ramo ascendente da mandíbula.

Aproximadamente na altura da metade desse


arco, é que o nervo alveolar inferior emerge do
canal mandibular através do forame do
mesmo nome. A metade do arco formado pelo
ângulo ascendente e horizontal da mandíbula
equivale aproximadamente à distância de um
centímetro acima do plano oclusal do terceiro
molar inferior. Com o próprio dedo indicador,
os tecidos moles são distendidos em direção à
bochecha e a agulha é introduzida na altura
Figura 10- Aula de Anestesiologia Marco
da porção média da unha do indicador,
Ribeiro mantendo-se a seringa sempre paralela ao
plano oclusal.

Logo após ter percorrido meio centímetro, a


Nervo milo-hiódeo inerva: agulha ultrapassa a linha milo-idea, local de
passagem do nervo lingual. Aí infiltram-se
algumas gotas de solução anestésica e
continua-se a penetração da agulha por mais
Raiz
um centímetro, quando então giramos a
mesial dos dentes 36 e 46.
seringa do lado oposto, até a altura dos
pré-molares e injetamos o anestésico para
bloquear o nervo alveolar inferior antes de
sua entrada no canal mandibular.
50

Figura 13- Malamed, S. F. Manual de Anestesia


Figura 11- Imagem retirada da aula de Anestesiologia Local - Elsevier, 6ª ed., 2013.
do professor Marco Antonio
Os ramos que vão até o incisivo, denominado
Para anestesiarmos, como vimos, a mucosa nervos incisivos, podem ser bloqueados
vestibular na área de molares inferiores há injetando-se anestésico no periósteo
necessidade de bloquear o nervo bucal, o que correspondente ao dente a ser anestesiado
é conseguido introduzindo-se a agulha na (técnica supra-perióstica).
prega mucosa existente imediatamente acima
É de boa norma, ao pretender-se fazer uma
do terceiro molar inferior bochecha como é
cirurgia de todo o hemiarco, anestesiar os
visto na figura 12,
ramos anteriores do nervo alveolar inferior,
bloqueando suas terminações não só na área
que está sendo operada, mas também
processar-se da mesma forma nos ramos do
hemiarco oposto, para trabalharmos com
tranqüilidade na linha média. Aliás, o nervo
lingual pode ser bloqueado infiltrando-se
anestésico na mucosa lingual nas áreas
correspondentes às raízes de cada dente.

Como reconhecer se a anestesia ‘pegou’ os


sintomas são fornecidos pelos pacientes 5
a 10 minutos após a anestesia, dependendo da
situação da agulha em relação ao forame
mandibular; quanto mais próximo se situa a
agulha, em relação a este forame, menor será
o tempo de latência. O paciente apresenta os
2/3 anteriores da língua, adormecidos ou
Figura 12- Malamed, S. F. Manual de insensíveis, metade do lábio inferior, devido à
Anestesia Local - Elsevier, 6ª ed., 2013. anestesia respectivamente dos nervos lingual
e alveolar inferior
Caso existam apenas alguns dentes
anteriores, podemos anestesiar o nervo DURAÇÃO DA ANESTESIA
mentoniano na sua emersão do forame
mentoniano, que fica localizado na altura
Varia de acordo com o volume da solução
distal do primeiro pré-molar inferior. anestésica, utilizado corretamente e também
da relação da agulha com o sulco e forame
mandibular, quando mais próximo a agulha
51

do referido sulco ou forame, maior será a aqueles casos que apresentam infecção no local
duração da anestesia. Esta anestesia, feita de punção da agulha, podendo provocar
seguindo os preceitos da técnica, dura duas septicemias ou abscesso no espaço
horas ou mais. ptérigo-mandibular, que é de difícil solução.

TEMPO DE ESPERA PARA ANESTESIA PEGAR


PARESTESIA

Geralmente de 5 a 10 minutos. Quando a


Seu principal sintoma é a ausência de
agulha atinge em cheio o nervo alveolar o
sensibilidade na região afetada, causando
paciente sente um “choque” instantâneo e o
grande desconforto ao paciente. O quadro
efeito é imediato.
poderá resolver-se espontaneamente, mas
quando isso não ocorrer, as modalidades
TIPO DE SERINGA E AGULHA
terapêuticas disponíveis já apresentam bons
Seringa carpule com agulha longa resultados em determinados casos e devem
padronizada começar imediatamente depois de
identificada a mesma.
INDICAÇÃO TÉCNICA
O tratamento da parestesia varia de acordo
Principalmente para intervenções na região com a sua etiologia, incluindo: acupuntura
posterior da mandíbula onde as tábuas ósseas (opção principal ou coadjuvante a
são espessas e compactas. Na região de outros tratamentos);
primeiro e segundo pré-molares inferiores Laser terapia (acelera o tratamento da dor
pode-se empregar a técnica da anestesia e diminui os processos inflamatórios)
mentoniana. Na região de incisivos laterais e tratamento medicamentoso (complexo
centrais, tanto por causa da pouca espessura vitamínico B1 associado à estricnina e
das tábuas quanto pela existência de complexo
foraminas que facilitam a difusão do citidina-uridina-hidroxicobalamina);
anestésico, pode-se empregar a técnica microneurocirurgia, eletro-estimulação
subperióstica. (TENS) fisioterapia e calor úmido.
A parestesia do NAI trata-se de um déficit
São indicadas, estas técnicas, em cirurgias de sensorial na área abrangida pelo nervo,
alveolectomias corretoras, extrações em série
quando o mesmo é lesado. Seu principal
de terceiro molar à canino, remoção de dentes
sintoma é sensibilidade alterada ao frio, calor
inclusos, apicectomias, osteomas, odontomas,
e dor, sensação de dormência, formigamento,
cistos residuais, preparação de cavidades,
pulpectomias, enfim, todos os trabalhos “fisgadas” e coceira. Já a parestesia do NL
odontológicos de demandem longa duração pode causar sensação de queimação na
da anestesia, possibilitando a mínima dor ao língua, alteração de paladar, lesões nos lábios
paciente durante a realização dos mesmos. e língua pelo trauma da mordida e
queimaduras dos lábios com líquidos quentes.
A etiologia da parestesia pode ser direta ou
CONTRA INDICAÇÕES indireta: a primeira é causada por injeção de
anestésico e por acidentes no trans
As contra-indicações desta técnica são para
operatório. A lesão indireta é resultado da
pacientes acometidos de trismos
movimentação das raízes em contato
mandibulares, impossibilitados de abrir a
boca devido à contração das fibras íntimo com as paredes do canal mandibular
musculares dos músculos mastigatórios, e da compreensão por edema ou hematoma.
masseter e pterigóideo medial e também para
52

Há uma variação entre 0 e 23% para a


parestesia do NL e 0,4% para o NAI.

5.7 BLOQUEIO DO NERVO INCISIVO


- Nervos anestesiados nervo incisivo e
mentoniano
- Áreas anestesiadas mucosa vestibular
anterior ao forame mentoniano do
segundo pré-molar até a linha média,
lábio inferior e pele do mento, fibras
nervosas pulpares dos pré-molares,
caninos e incisivos.
- - Indicação em procedimentos Figura 13- Universidade de João Pessoa
dentários que exijam anestesia pulpar UNJPE – Anestesia Mandibula
dos dentes inferiores anteriores ao
forame mentoniano, quando não está 5.8 BLOQUEIO DO NERVO BUCAL
indicado bloqueio do nervo alveolar
Nervo Bucal – Passando pelo trigono retro
inferior.
molar o nervo bucal inerva:
- - Contraindicação infeção ou
inflamação na área da injeção. ● Molares mandibulares
- - Vantagem garante anestesia pulpar ● Tecidos moles dos vestibulares de
e dos tecidos duros sem anestesiar o molares
lingual e apresenta uma elevada ● Periósteo adjacente

frequência de êxito.
Desvantagem risco de hematoma
(<10%), visto que a injeção é traumática,
logo para evitar deve-se aplicar a
solução anestésica lentamente.

TÉCNICA

Com a agulha de calibre 25 deverá


introduzir a solução anestésica na prega
da mucosa vestibular do forame
mentoniano, penetrando de 5 a 6 mm, o Imagem da aula de anestesiologia do
bisel da agulha deve estar orientado professor Marco Antonio
para o osso. Em seguida espera em torno
Ponto de Punção – Linhas oblíquas e
de 3 minutos para começar o
vértice do trígono retromolar
procedimento.
53

Descrição da Técnica – Após a


identificação dos pontos de reparo, a
punção deve ser realizada na confluência
das linhas oblíquas no vértice do trígono
retromolar. O acesso é por vestibular e a
agulha penetra no máximo de 2 a 5 mm,
deve-se aplicar 1/8 do tubete anestésico.

Desvantagem da Técnica – A dor causada


se a agulha entrar em contato com o
periósteo durante a punção.
54

REFERÊNCIA
1- 2020 INTERNATIONAL JOURNAL OF
SCIENCE DENTISTRY | AVAILABLE
ONLINE
http://www.periodicos.uff.br/index - Qual
o melhor anestésico local para meu
paciente? Tabela das condições
sistêmicas encontradas na clínica
odontológica e a sua relação na escolha
do sal anestésico e vasoconstritor. Beatriz
Paraná Silva Costa, Suelen Cristina
Sartoretto Lorenzzi, Marcelo José
Pinheiro Guedes de Uzeda, Rafael Seabra
Louro, Mônica Diuana Calasans Maia,
Rodrigo Figueiredo de Brito Resende -
Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal Fluminense
Niterói/RJ.
2- CORREIA, F. Bloqueios anestésicos
utilizados em medicina dentária. Revista
de Anestesia Regional e Terapia da Dor, p.
22, Março 2010.

3- F.Malamed , Stanley, Manual de


Anestesia local , 5, ed, Editora Elsevier,
2005.

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