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Resumo
A atuação do professor nas instituições vem gerando cada vez mais a incidência de problemas de
saúde, tanto no início ou no final do percurso profissional. Devido a isso, doenças resultantes do
exercício desta profissão são nosso objecto de estudo. Trata-se de um estudo descritivo com
abordagem quantitativa dos dados realizada com 57 docentes atuantes na Escola Secundaria do
Infulene, através de um questionário semiestruturado com o objetivo de identificar as principais
doenças ocupacionais que acometem os professores da instituição, suas consequências em relação
a estabilidade no emprego e a qualidade de vida durante o exercício da profissão. Os resultados
obtidos mostraram que os professores apresentam doenças ocupacionais como: Estresse (21%),
Depressão (12%), Insônia (12%), Ansiedade (30%), Síndrome de Burnout (9%), vertigens e
tremores (16%). Esses problemas estão relacionados às condições de trabalho, à carga horária e a
dupla jornada dos docentes.
Palavras-Chave: Doenças ocupacionais. Professores. Qualidade de vida no trabalho.
Introdução
Com base nessa linha de pensamento, a docência é uma área que apresenta diferentes
exigências e dimensões de cuidado, aprendizado e ensino que estão relacionados a
conteúdos cognitivos, efetivos e instrumentais que demandam muito do profissional e
podem afetar a sua qualidade de vida. Essa interferência apresenta riscos ocupacionais
aos professores que se não forem aplicadas as ações de políticas públicas de atenção
integral à Saúde do Trabalhador, visando à assistência, promoção, vigilância e prevenção
dos agravos, pode acarretar em doenças e/ou disfunções ocupacionais aos professores,
afetando no seu desempenho na instituição de ensino.
Portanto, o presente estudo vem identificar quais as principais doenças ocupacionais que
acometem os professores da Escola Secundaria do Infulene, a sua relação com
estabilidade no emprego e qualidade de vida no trabalho.
Por estes motivos justifica-se realizar tal estudo para a necessidade de discutir sobre as
condições de trabalho, tempo de exercício de profissão e a saúde/qualidade de vida dos
professores da Escola Secundaria do Infulene. Para que assim seja possível a inserção e
colaboração da assistência de enfermagem aos docentes e aos estudantes para a melhora
da qualidade de vida e redução dos riscos à saúde.
Resultados
A amostra do presente estudo foi composta por 57 professores que atuam na Escola
Secundaria do Infulene, dois quais 38 são homens e 19 são mulheres, como ilustra o
gráfico 1 abaixo.
19; 33%
Homens
Mulheres
38; 67%
Estresse
9; 16% 12; 21% Depressao
5; 9% Insonia
7; 12% Ansiedade
17; 30% 7; 12% Sindrome de Burnout
Vertigens e tremores
Outro facto observado neste estudo está relacionado a Ansiedade, 17 professores (30%),
padecem de transtorno de ansiedade. A ansiedade é um sinal de alerta, que adverte sobre
perigos iminentes e capacita o indivíduo a tomar medidas para enfrentar ameaças. O
professor é acometido por um sentimento desagradável, vago, acompanhado de sensações
físicas como vazio (ou frio) no estômago (ou na espinha), opressão no peito, palpitações,
transpiração, dor de cabeça, ou falta de ar, dentre várias outras, e pode evoluir para
transtornos de pânico.
Enfim, o estresse foi o problema mais abordado nesse quesito por estar relacionado com
o excesso da carga de trabalho, rotina cansativa, quantidade de alunos em sala de aula,
qualidade e disponibilidade de materiais e recursos didáticos para ensino, problema
interpessoais com outros professores, alunos e pais de alunos, entre outros fatores
relacionados à instituição, além dos problemas pessoais de cada docente que não foram
abordados no presente estudo.
Portanto, isto tudo gera uma grande sobrecarga no profissional e um esgotamento físico
e emocional podendo desencadear em outros problemas como depressão, problemas
emocionais, transtornos de ansiedade, fobias, distúrbios psicossomáticos, síndrome de
Burnout.
Considerações finais
Não obstante, estas doenças podem causar a exaustão emocional, o estresse agudo, além
de distúrbios comportamentais como, por exemplo, a despersonalização, irritabilidade,
impaciência, apatia, medo, agressividade dentre outros. Entre os fatores que interferem
na qualidade de vida do professor estão as condições inadequadas de trabalho, seguidas
de jornadas duplas e/ou triplas, ausência de lazer, fragmentação das atividades laborais,
e mais especificamente, os ambientes de trabalho insalubres.
Portanto, frente a essas considerações, percebe-se que mais estudos precisam ser
realizados abrangendo a investigação dos aspectos psicossociais presentes no processo de
adoecimento dos professores. Ao se discutir as questões psíquicas e sociais a questão do
direito à saúde vem à tona em formato de políticas públicas, atribuindo assim, a
importância necessária que essa temática demanda.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
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