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Introdução a Exegese do AT

Leitura Complementar: RABUSKE, Irineu J. Teologia e o Estudo das Escrituras. Teocomunicação, Porto
Alegre, v. 37, n. 156, p. 249-258, jun. 2007

Profa. Teresa Akil 1


}  “Uma análise minuciosa visando a
interpretação, por exemplo, de um texto
bíblico ou de uma palavra. Se distingue de
outras interpretações bíblicas pelo seu
caráter científico, detalhado e
TIRAR AS
Exegeomai. aprofundado.”
CORTINAS
}  “É uma atividade complicada e de
Exegesis. QUE
procedimento muito indireto para descobrir
Arrancar para ESTÃO
a pista do significado histórico de um
fora do texto. SOBRE UM
texto.”
TEXTO
}  Exegese é uma prática da hermenêutica que
busca a mais fiel interpretação dos textos
bíblicos, sempre se valendo das línguas
originais (hebraico, aramaico e grego), da
confrontação dos diversos textos bíblicos e
extra-bíblicos e das técnicas aplicadas na
linguística e na filosofia.

Profa. Teresa Akil 2


}  Aclarar as situações descritas nos textos, ou
seja, por o passado bíblico a descoberto, de “A exegese deve ter uma finalidade
tal forma que aquilo que é dito e narrado comunitária e popular, exatamente
nos textos antigos se torne compreensível no sentido de poder melhor respaldar,
para nós que vivemos em outra época e confirmar, alimentar e animar, mas
cultura. eventualmente também redirecionar,
}  “A exegese deve dar apoio à fé que Deus corrigir ou relativizar as expressões e
deu e não pode ser incompatível com
convicções de fé das comunidades. A
relação a ela” e complementa "é a partir do
exegese pode, assim, oferecer
texto que ficamos sabendo se precisamos
importantes subsídios para a leitura
popular dos textos bíblicos.”
mudar a nossa perspectiva ou rever a nossa
atitude". (Jakob Van Bruggen) (Prof. Schneider)

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}  Vencer alguns “abismos” entre nosso tempo e o
texto sagrado:

}  a. Abismo Cronológico


◦  Quem foi usado para escrever o texto viveu
num outro tempo e nós não estávamos lá. Não
podemos então conversar com os autores, nem
com os primeiros ouvintes e leitores para
entender naturalmente o significado do que
escreveram. Estamos separados pelo tempo.

}  b. Abismo Geográfico


◦  Especialmente nós, daqui do Ocidente,
estamos a quilômetros de distância da região e
dos países onde se deram os fatos narrados na
Bíblia. O texto faz parte de um espaço
geográfico diferente do nosso.

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Desafios da Exegese
c. Abismo Cultural
O texto, alvo de Exegese, tem como pano de fundo uma cultura,
que nada mais é do que o aspecto da vida social que se relaciona
com a produção do saber, arte, folclore, mitologia, costumes, etc.
Assim, o jeito de olhar pra vida na cultura onde o texto estava
inserido originalmente, tende a ser bastante diferente da
percepção moderna e ocidental.

d. Abismo Lingüístico e Literário


Há um dano ao texto no ato da tradução e isso é inevitável. A
estrutura gramatical, o jeito de escrever (falta de pontuação,
acentos e separação entre palavras), as peculiaridades das línguas
originais, algumas expressões incomuns ou de sentido obscuro, a
qualidade dos fragmentos de texto aos quais temos acesso, a
possibilidade de erros na transmissão do texto, constituem um
abismo entre o exegeta moderno e o texto.
O estilo e a forma de escrita dos textos do Antigo e do Novo
Testamento diferem do nosso estilo atual de escrever. Não é tão
comum assim em nossa escrita o uso de imagens, parábolas e
provérbios como era nos tempos do AT e do NT.

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}  Permitir que o texto bíblico possa ser
ouvido naquela intenção que ele realmente
teve em sua origem. Ou seja, trazer mais
clareza sobre o que foi considerado válido
no tempo do texto bíblico, sem pretender
que isso seja a palavra definitiva também
para hoje.
}  Respaldar e ou levar a uma revisão ou
relativização de posições teológicas e éticas.
}  Diminuir o perigo de uma leitura
fund a menta lista d e tex to s b íb lic o s,
forçando sua leitura dentro do seu contexto Voltar a atenção do intérprete para a

literário. pessoa do autor, que também foi intérprete


de sua situação.

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u  Desvendar o sentido que representa o
texto para o local, a época e as
comunidades, dentro dos quais foi
“Somente a exegese proporciona formulado pela primeira vez.

argumentos e possibilidades de u  Proporcionar acesso ao sentido do texto


original por meio do conhecimento das
controle ou crítica a intuição,
línguas bíblicas, tornando o pregador ou
oferece a possibilidade de o estudioso capaz de perceber nuances

verificação (prova e contra-prova) de sentido que concordam com as de sua


cultura ou diferem dela.
e tem papel um dialógico”. u  Levar um maior conhecimento das
(Prof. Schneider) condições históricas de surgimento de
um texto bíblico, proporcionando maior
sensibilidade para os motivos de sua
redação e o efeito que pretende produzir.

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}  A exegese é um elemento
preventivo a qualquer tentativa de
perverter o cristianismo para fins A exegese oferece a
próprios. A ética do exegeta deve
ser a de ser fiel ao que ele entender
possibilidade do diálogo,
ser fidedigno e compatível com os fazendo com que não se
textos originais.
}  A exegese abastece as pessoas com
imponham verdades ou
informações importantes para o agressões ao texto e a teologia.
entendimento dos processos
históricos que levaram à fé da qual
se tornou adepta.

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Bíblia Hebraica
Stuttgartensia

Pelo menos três


Comentários e
versões diferente
dicionário Bíblicos
de Bíblias

Dicionário de
Léxico e analítico
português

Dicionário de
hebraico e grego

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TAREFA DEVOCIONAL TAREFA CIENTÍFICA
Estudar e explicar as Escrituras de Realiza um trabalho de pesquisa e de
maneira a colocar todas as suas riquezas ensino que coloca o exegeta em contato com
à disposição dos pastores e dos fiéis. vários setores da pesquisa científica.

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Ter sempre em mente que a Bíblia Nunca esquecer que a Bíblia é a
exprime em palavras humanas — Palavra de Deus. A finalidade da
com a marca do seu tempo — a exegese só é atingida quando se
revelação histórica que Deus fez de tiver esclarecido o sentido do
si mesmo e do plano de salvação. texto bíblico como palavra de
Deus para a atualidade.

Explicar o alcance cristológico e


eclesial dos escritos bíblicos. Mas
lembrando que o alcance Explicar a relação que existe entre
cristológico nem está sempre a Bíblia e a Igreja.
evidente.

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Leituras e exegese possíveis do AT
Leituras Complementares: SIMIAN YOFRE H., (Org) Metodologia do Antigo Testamento, p. 13-24;

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}  É uma exegese feita geralmente pelos judeus que interpretavam a escritura ao pé da
letra, por causa da noção de inspiração que tinham.
}  Veem na Bíblia vários sentidos:

◦  Literal - sentido inerente às palavras, expressão pura e simples da ideia do autor,


◦  Pleno - fundado no literal, mas que tem um aprofundamento talvez nem previsto
pelo autor
◦  Acomodatício - é a acomodação a um sentido à parte que combina com as palavras,
é a Bíblia aplicada à realidade apenas pela coincidência dos textos.
◦  Midrashíco – Segundo a tradição, teve início na era do Segundo Templo. Usa a Lei
Oral para interpretar o conteúdo da Lei Escrita e suprir suas lacunas.
◦  Tipológica - A exegese tipológica busca reconhecer e interpretar símbolos, tipos e
alegorias das Escrituras fazendo uma correspondência entre pessoas e
acontecimentos do passado, do presente e do futuro.

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}  Começou com os pais da igreja como Agostinho e Tomás de Aquino.
Desenvolveu-se muito no século XX com a crítica textual, na qual aprovou a
teoria dos vários gêneros literários da Bíblia.
}  Existe um amplo leque de métodos apontados pelo documento "A
Interpretação da Bíblia na Igreja”, a saber:

}  Método Diacrônico, estuda como se formou o texto até chegar a forma final:
◦  A. Método histórico-crítico
}  Métodos Sincrônicos, estudam o texto na sua forma final:
◦  B. Novos métodos de Análise Literária
◦  C. Abordagens baseadas na Tradição
◦  D. Abordagens através das Ciências Humanas
◦  E. Abordagens Contextuais

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A. Método histórico-crítico

B. Novos métodos de análise literária

• Análise retórica. Análise narrativa. Análise semiótica. Análise estruturalista

C. Abordagens baseadas na Tradição

• Abordagem canônica. Abordagem com recurso às tradições judaicas de


interpretação. Abordagem através da história dos efeitos do texto

D. Abordagens através das ciências humanas

• Abordagem sociológica. Abordagem através da antropologia cultural.


Abordagens psicológicas e psicanalíticas

E. Abordagens contextuais

• Abordagem da libertação. Abordagem feminista

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}  Surgiu do protesto contra a autoridade da Igreja Católica como intérprete fiel da Bíblia. Lutero instituiu
o princípio da sola scriptura, sem tradição, sem autoridade, sem outra prova que não a própria Bíblia.

A. Método Histórico-Crítico

B. Exegese Estrutural

• Do latim strutura (= disposição interna de uma construção). Sustenta estar o


significado do texto bíblico além do processo de composição e das intenções
do autor. Neste método é levado em conta as estruturas e padrões do
pensamento humano.

C. Exegese gramático-histórica

• Procura encontrar o significado do texto bíblico baseando-se no significado


das palavras, no seu sentido literal, à luz do contexto histórico em que foi
escrito. Cada palavra não pode, porém, ser considerada singularmente, mas na
sua relação gramatical com as outras palavras dentro da frase, ou seja, precisa
considerar a sintaxe do texto. Além disso é preciso entender o texto dentro do
contexto histórico-cultural, que ilumina as intenções dos autores sagrados.

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TRADUÇÃO LITERAL
• É aquela feita a partir da tradução do idioma original do texto para a língua do tradutor (passar do
hebraico, aramaico ou grego para português). Está relacionada com a definição dos vocábulos, verbos,
coordenação e subordinação gramatical do original.

TRADUÇÃO TEXTUAL 
• Tem por sua tarefa esclarecer o que o hagiógrafo (ou autor original) realmente diz em hebraico,
aramaico ou grego. Esse tipo de tradução é muito importante pois ela transmite a intenção, força e
riqueza do original, defende a brevidade e a simplicidade, respeita assimetias, asperezas gramaticais e
redundâncias contidas no original, preserva a pureza do autógrafo e valoriza a riqueza da comunicação
do texto.

TRADUÇÃO LITERÁRIA
• É aquela feita a fim de orientar todos seus esforços para o texto original, ou seja, o autor, o ambiente e
sua época, utilizando todas as funções da linguagem literária a reproduz em todos os seus aspectos.

TRADUÇÃO DINÂMICA
• É a tradução que se utiliza de paráfrases. Isto é aquela que provoca conscientemente uma
transformação no texto original a fim de que o leitor possa ter seu entendimento do texto facilitado.
Como exemplos de paráfrases podemos citar as bíblias infantis, a Bíblia Vida e a Bíblia na Linguagem de
Hoje. A grande problemática desse tipo de tradução está no fato de se orientar mal o leitor ao fazê-lo
supor que está lendo a verdadeira Palavra de Deus.

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APRESENTANDO AS BÍBLIAS HEBRAICAS – BHK e BHS
Leitura Complementar: SIMIAN YOFRE H., (Org) Metodologia do Antigo Testamento, p. 25-69
FRANCISCO, Edson de Faria. Manual da Bíblia Hebraica, p.25-33
FRANCISCO, Edson de Faria. Edições da Bíblia Hebaica.pdf
FRANCISCO, Edson de Faria Edições do Texto Massorético.pdf

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}  É uma bíblia toda em hebraico
}  Junto ao texto hebraico, tem-se:
◦  Apontamentos massoréticos
◦  Apontamentos de divergências textuais
}  É partir de uma bíblia que reúne estes apontamentos que fazemos exegese.
}  A história da Bíblicas Hebraicas com estas características rementa há muitos
tempos...
}  A primeira bíblia para exegese chamava-se Bíblia Hebraica Kittel (BHK)
}  Teve três edições:
◦  1906 – Baseada no Mm de Ben Chayyim
◦  1912 – Baseada no Mm de Ben Chayyim
◦  1937 – Baseada no Mm de Ben Asher
}  A maioria das notas de rodapé era baseada em comparações com o Pentateuco
Samaritano, LXX, Vulgata e Peshita.

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1906 – Baseada no Mm de Ben Chayyim 1937 – Baseada no Mm de Ben Asher

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}  Motivos do surgimento:
1.  Necessidade de revisar e ampliar os
aparatos críticos da BHK.

}  Texto Base


◦  Manuscrito Leningradense ou L19
(1008)
◦  É o manuscrito mais completo do
texto hebraico.

}  Tempo de preparo


◦  Levou dez anos para ficar pronta
1967-1977.

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Massora
Parva

Texto
Massorético

Massora
Magna
Aparato
Crítico

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APRESENTANDO A BÍBLIA HEBRAICA
As Massoras
Leitura Complementar: FRANCISCO, Edson de Faria. Manual da Bíblia Hebraica, p.37-120

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}  Os escritores da BH dividiam-se em:

◦  Sopherim (os que contam) ou escribas


–  Escrevem o texto consonantal
◦  Nakdanin (os que pontuam)
–  Colocam os acentos e pontos vocálicos
◦  Massoretas
–  Eruditos que escreviam as mossaras
–  Incorporaram a BH: Os pontos vocálicos, acentos e
anotações marginais (exegéticas e críticas) aos manuscritos
hebraicos.

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}  Definição

◦  Massar - raiz verbal que significa “transmitir”.


◦  São as anotações que esses eruditos fizeram nos
textos.

}  O trabalho de transmissão e anotação do texto durou


500 anos.

}  Duas tradições textuais foram importantes:


◦  Ocidental (Palestina – Tiberíades – Moises ben Asher)
◦  Oriental (Babilônia).

Profa. Teresa Akil 26


A BHS possui três massoras

Mp - Massora Parva ou
menor

Mm - Massora Magna ou
Gadolah ou maior

Mf - Massora Finalis ou
Sofit

Profa. Teresa Akil 27


}  Funções da Massora Parva (Mp)

◦  Observar todos os aspectos do texto hebraico:


–  Palavras e expressões únicas
–  Frequência de vocábulo e expressões
–  Detalhes gramaticais
–  Ortografias incomuns
–  Observações sobre a leitura (qetib e qerib)
–  Posições de palavras e expressões dentro do verso
–  Questões semânticas, etc.

Profa. Teresa Akil 28


}  Funções da Massora Magna (Mm)

◦  Objetivou ser uma concordância massorética da Mp


◦  Fornece as passagens bíblicas aludidas na Mp
◦  Na BHS foi editada num volume a parte.

Profa. Teresa Akil 29


}  Funções da Massora Finalis (Mf)

◦  Aparecendo ao término de cada


livro e bloco da BH.
◦  Contém os respectivos “dados
estatísticos”, informando sobre
–  O total de versículos do livro
–  O versículo que está na metade
do livro
–  O total de sederim (sessões de
leitura)

Profa. Teresa Akil 30


}  Para decodificar a Mp será necessário:

◦  Ter acesso a decodificação da Mp através de FRANCISCO, Edson


de Faria. Manual da Bíblia Hebraica, p.93-108.
◦  Observar o circellus colocado margem direita do texto hebraico,
que pode aparecer sobre uma palavra e no meio de duas palavras.

Mas. Parva

Texto Massorético

Profa. Teresa Akil 31


}  Lendo a Mp de Gn 1.1:

}  Mp = A expressão “Bereshit bara” ocorre 5x (letra “He”)


no texto bíblico hebraico, sendo 3x (letra “guimel”) no
inicio do versículo e 2x (letra “bet”) no meio.

Profa. Teresa Akil 32


APRESENTANDO A BÍBLIA HEBRAICA
As Pontuações e Acentos
Leituras Complementares: FRANCISCO, Edson de Faria. Manual da Bíblia Hebraica, p.120-125
FRANCISCO, Edson de Faria. Os acentos da Bíblia Hebraica.pdf

Profa. Teresa Akil 33


}  As pontuações servem para
◦  Dividir frase e versos
◦  Pontuar as leituras (parashá e seder)

}  Os acentos tem por função:


◦  Marcar a sílaba tônica das palavras do verso
◦  Marcar a divisão semântica
◦  Marcar a melodia dos vocábulos do verso

}  São divididos em dois grupos:


◦  1. Disjuntivos ou domini, interruptores, divisores de versos
◦  2. Conjuntivos ou servi, auxiliadores dos disjuntivos

}  Os acentos também variam para:


◦  1. Os livros em prosa possuem 18 domini e 9 servi (27 acentos totais)
◦  2. Os livros poéticos possuem12 domini e 9 servi (21 acentos totais)

Profa. Teresa Akil 34


- Divide o verso em a, b, c etc

- Subdivide o atnah o em alfa, beta, gama etc

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Por conta do “atnah” (acento ^
embaixo da palavra Elohim)
Da partícula “et” até “haaretz” dividimos a passagem em
teremos Gn 1.1b Gn 1.1a

Profa. Teresa Akil 36


Gn 1.3b

Por conta do “atnah” (acento ^ embaixo da


palavra Or) dividimos a passagem em
Gn 1.3a

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Gn 1.5b Gn 1.5a

Gn 1.5b-beta Gn 1.5b-alfa

Profa. Teresa Akil 38


}  Utilize o texto a partir de Gn 1.6 para visualizar os acentos ^ (atnah) e :
(zaqef) e dividir os versos.

Profa. Teresa Akil 39


Profa. Teresa Akil 40
Profa. Teresa Akil 41
APRESENTANDO A BÍBLIA HEBRAICA
O Aparato Crítico
Leitura Complementar: FRANCISCO, Edson de Faria. Manual da Bíblia Hebraica, p.37-93
FRANCISCO, Edson de Faria. Símbolos do Aparato Crítico.pdf

Profa. Teresa Akil 42


Massora
Parva

Texto
Massorético

Massora
Magna
Aparato
Crítico

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}  O objetivo:
◦  Pontuar diferenças entre o TM e as antigas versões
◦  Fornecer emendas textuais.

}  No AP estão as variantes textuais do TM como:


◦  LXX
◦  Pentateuco Samaritano
◦  Peshita
◦  Vulgata
◦  Targuns

Profa. Teresa Akil 44


}  O Aparato Crítico utiliza:
◦  Letras góticas para as antigas versões clássicas,
manuscritos e edições do texto bíblico.
◦  Letras do alfabeto grego para indicarem determinadas
versões bíblicas.

LXX

Vulgata Peshita

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}  Para descobrir se existem apontamentos no AC sobre o texto que
estamos lendo, basta ficar atento as letras pequeninas que aparecem
próximo as palavras hebraicas no Texto Massorético.

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}  Mais um exemplo, agora em Gn 1.6:

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}  Outro exemplo, agora em Gn 1.7:

Profa. Teresa Akil 48


}  Para traduzir ou decodificar o que está nos Aparato Crítico do
texto que estamos estudando precisamos de:

1.  Tabela para decodificar as indicações em latim


2.  Tabela para decodificar as variantes textuais
3.  Bons dicionários de hebraico, de grego e de latim

}  Os ítens 1 e 2 estão a nossa disposição no livro do


FRANCISCO, Edson de Faria. Manual da Bíblia Hebraica, p.
37-93.

Profa. Teresa Akil 49


Na pronúnia hebraica
Ou samaritana
Bareshit Bareshit
Originalmente
Bresit

Profa. Teresa Akil 50


Confira na LXX e
Transpõe para cá o versos 9,11,15,
acento atnah 20, 24 e 30.

Profa. Teresa Akil 51


Profa. Teresa Akil 52
Exercícios de Fixação
}  Decodifique o aparato critico de Gn 2.4:

Profa. Teresa Akil 53


Exercícios de Fixação
}  Decodifique o aparato critico de Gn 2.11:

Profa. Teresa Akil 54


Exercícios de Fixação
}  Decodifique o aparato critico de Gn 2.12:

Profa. Teresa Akil 55


Exercícios de Fixação
}  Decodifique o aparato critico de Gn 4.1:

Profa. Teresa Akil 56


Exercícios de Fixação
}  Decodifique o aparato critico de Gn 4.4:

Profa. Teresa Akil 57


OS MÉTODOS EXEGÉTICOS DO AT
Leitura Complementar: FITZMYER, Joseph A. A Bíblia na Igreja. S.Paulo: Loyola, 1997, p.19-70.

Profa. Teresa Akil 58


}  Durante muito tempo foi tido como o único método científico para o estudo bíblico.
}  E um método histórico, pois procura elucidar os processos históricos de produção dos textos
bíblicos. Em suas diferentes etapas de produção, os textos da Bíblia são dirigidos a diversas
categorias de ouvintes ou de leitores, que se encontravam em situações de tempo e de espaço
diferentes.
}  É um método crítico, porque ele opera com a ajuda de critérios científicos tão objetivos quanto
possíveis em cada uma de suas etapas (da crítica textual ao estudo crítico da redação), de
maneira a tornar acessível ao leitor moderno o sentido dos textos bíblicos, muitas vezes difícil
de perceber.

Crítica
textual Análise da Crítica da
(ou constitui- transmiss Crítica do
Crítica da Crítica da gênero Crítica da Hermenêu
Análise ção do redação ão do forma tradição tica
literário
das texto texto
Fontes)

Profa. Teresa Akil 59


}  1. Análise retórica
◦  Considera os textos bíblicos como textos persuasivos, que são formados por 3 elementos: o
orador, o discurso e o público. Aplicados á Bíblia esses três personagens são, respectivamente, o
autor, o texto e o destinatário. Esse método presta atenção em três elementos de persuasão do
discurso: a autoridade do orador, as argumentações do discurso e as reações que este provoca no
público.
◦  Análise do artigo MEYNET, Roland. A Analise retórica - Um novo método para compreender a Bíblia.
Brotéria 137 (1993) 391-408. Site para estudar mais: www.retoricabiblicaesemitica.org

}  2. Análise narrativa


◦  Compreende o texto como elemento narrativo, visto que a Bíblia é a narração da História da
Salvação. A exegese narrativa então estuda a trama, os personagens, o ponto de vista do autore e
como ele tenta, com o seu texto, envolver o leitor naquela narração. Segundo esse método existe
um autor real, aquele que compôs o texto, e um autor implícito, aquele que o texto cria
progressivamente. Ao mesmo tempo existe um leitro real, todo aquele que pode ler o texto, e um
leitor implícito, o leitor que é capaz de entrar no mundo da narração, capaz de entender as
motivações e lógicas afetivas do texto.
◦  Análise do artigo de FERREIRA, João Cesário Leonel. A Bíblia como Literatura - Lendo as narrativas
bíblicas. Revista Eletrônica Correlatio n. 13 - Junho de 2008

Profa. Teresa Akil 60


}  3. Análise semiótica
◦  Procura analisar o texto seguindo o princípio segundo o qual toda língua é baseada
sobre um sistema de relações que obedecem a regras determinadas. Por isso o
método considera que todo texto contém em si tudo aquilo que quer transmitir e por
isso a análise estuda somente o texto, não recorrendo a elementos externos, como o
autor, o destinatário e a história da redação.
◦  Análise do artigo de RAMOS, Karin Adriane Henschel Pobbe. Análise semiótica da
narrativa bíblica “A prova de Abraão”. Assis, São Paulo, UNESP/ Faculdade de Ciências
e Letras de Assis.

}  4. Análise estruturalista


◦  Estuda como se articulam os elementos do texto bíblico. Seu objetivo é resgatar, a
partir do que está escrito, quem são os leitores, sobre que tema trata, em que época
e onde se dá a interlocução, qual o objetivo desse texto, o que havia de comum na
linguagem entre autor e receptor e, por fim, qual a intenção (atual, não no momento
em que aconteceu) desse texto.

Profa. Teresa Akil 61


}  1. Abordagem canônica
◦  Parte da fé: a Bíblia em seu conjunto. Para fazê-lo, interpreta cada texto bíblico
à luz do Cânon das Escrituras, isto é, da Bíblia enquanto recebida como norma
de fé por uma comunidade de fiéis.

}  2. Abordagem com recurso às tradições judaicas de interpretação


◦  É riqueza da erudição judaica colocada a serviço da Bíblia, desde suas origens
na antiguidade até nossos dias,

}  3. Abordagem através da história dos efeitos do texto


◦  Apóia-se sobre dois princípios: a) um texto torna-se uma obra literária
somente se ele encontra leitores que lhe dão vida apropriando-se dele; b) essa
apropriação do texto, que pode se efetuar de maneira individual ou comunitária
e toma forma em diferentes domínios (literário, artístico, teológico, ascético e
místico), contribui a fazer compreender melhor o texto em si.

Profa. Teresa Akil 62


}  1. Abordagem sociológica
◦  Interessa-se pelos possíveis comportamentos sociais que caracterizam os diversos
ambientes nos quais as tradições bíblicas se formaram, pelas marcas dos ambientes
sócio-culturais que as transmitiram. O conhecimento dos dados sociológicos que
contribuem a fazer compreender o funcionamento econômico, cultural e religioso do
mundo bíblico.

}  2. Abordagem através da antropologia cultural


◦  Interessa-se por um vasto conjunto de outros aspectos que se refletem na
linguagem, arte, religião, mas também nos vestuários, ornamentos, festas, danças,
mitos, lendas e tudo o que concerne a etnografia.

}  3. Abordagens psicológicas e psicanalíticas


◦  Os estudos de psicologia e de psicanálise trazem à exegese bíblica um
enriquecimento, pois, graças a eles os textos da Bíblia podem ser melhor entendidos
enquanto experiências de vida e regras de comportamento.

Profa. Teresa Akil 63


}  1. Abordagem da libertação
◦  A teologia da libertação. Interessa-se pelo sentido da presença de Deus que salva; a
insistência sobre a dimensão comunitária da fé; a urgência de uma práxis libertadora
enraizada na justiça e no amor; uma releitura da Bíblia que procura fazer da Palavra
de Deus a luz e o alimento do povo de Deus em meio a suas lutas e suas esperanças

}  2. Abordagem feminista


◦  Interessa-se pela mulher, a libertação da mulher e a conquista de direitos iguais aos
do homem. Existem três formas principais da hermenêutica bíblica feminista: a forma
radical, a forma neo-ortodoxa e a forma crítica.
◦  A forma radical recusa completamente a autoridade da Bíblia, dizendo que ela foi
produzida por homens em vista de assegurar a dominação do homem sobre a mulher
(androcentrismo).
◦  A forma neo-ortodoxa aceita a Bíblia como profecia e suscetível de servir, na medida
em que ela toma partido pelos fracos e assim também pela mulher.
◦  A forma crítica utiliza uma metodologia sutil e procura redescobrir a posição e o
papel da mulher cristã no movimento de Jesus e nas Igrejas paulinas.

Profa. Teresa Akil 64

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