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PÚBLICOS E AS
RODOVIAS FEDERAIS
NO BRASIL
EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS
INVESTIMENTOS
PÚBLICOS E AS
RODOVIAS FEDERAIS
NO BRASIL
EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS
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CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
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LISTA DE
GRÁFICOS
Gráfico 1 – Investimentos em rodovias por instância pública e privada, 2001-2020, e 2021(P),
em % do PIB..................................................................................................................19
Gráfico 2 – Investimentos federais em rodovias, por tipo de obra, 2010-2020, em milhões
constantes¹....................................................................................................................22
Gráfico 3 – Investimentos federais em rodovias, por tipo de obra e Região, em milhões
constantes¹, 2019..........................................................................................................23
Gráfico 4 – Participação na malha federal¹ e investimentos federais em manutenção
de rodovias por Região, em %, 2019...........................................................................23
Gráfico 5 – Participação na malha federal¹ e investimentos federais em rodovias por Região,
em %, 2019....................................................................................................................24
Gráfico 6 – Investimento Necessário vs. Realizado (R) ou Previsto (PLOA), 2019-2022,
em R$ bilhões de 2021.................................................................................................36
LISTA DE
TABELAS
Tabela 1 – Investimentos em transportes, em R$ bilhões correntes e % do PIB, 2001-2020,
e 2021(P).........................................................................................................................17
Tabela 2 – Investimentos em rodovias por instância, em R$ bilhões constantes¹, 2001-2020
2021(P)............................................................................................................................18
Tabela 3 – Investimentos federais do DNIT e outras fontes, em milhões correntes e %................21
Tabela 4 – M
alha rodoviária federal¹ pavimentada por tipo de administração e de pista²,
2010-2021, em km..........................................................................................................28
Tabela 5 – M
alha rodoviária federal¹ pavimentada por tipo de administração e de pista²,
2010-2021, em %............................................................................................................29
Tabela 6 – Condição de manutenção da malha federal, em 2020..................................................30
Tabela 7 – Q
uilômetros de rodovias federais concedidos entre 2019 e 2021, e estimativa
para 2022........................................................................................................................34
Tabela 8 – Projeção de malha a ser concedida 2023-2026, em km...............................................34
Tabela 9 – D
emanda de investimentos da malha sob Adm. Federal, 2023-2026 em R$ milhões
de 2021...........................................................................................................................35
Tabela 10 – Investimento Necessário (N) vs. Realizado (R) ou Previsto (PLOA), 2019-2022
(Por tipo de obra, em R$ milhões de 2021, e %).........................................................36
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO............................................................................................................................ 9
SUMÁRIO EXECUTIVO..................................................................................................................11
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................ 15
2 TRAJETÓRIA DOS INVESTIMENTOS EM TRANSPORTES NO PAÍS.................................... 17
3 A DINÂMICA DOS INVESTIMENTOS FEDERAIS EM RODOVIAS.......................................... 21
4 AS CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA MALHA RODOVIÁRIA FEDERAL............................. 27
5 ESTIMATIVA DA DEMANDA DE INVESTIMENTOS DA MALHA SOB ADMINISTRAÇÃO
FEDERAL NO PERÍODO 2023-2026......................................................................................... 33
6 FINANCIAMENTO DA DEMANDA DE INVESTIMENTOS DA MALHA SOB
ADMINISTRAÇÃO FEDERAL.................................................................................................... 39
CONCLUSÃO................................................................................................................................ 43
REFERÊNCIAS.............................................................................................................................. 45
APÊNDICE A – ALOCAÇÃO DAS RODOVIAS A SEREM CONCEDIDAS DE 2023 A 2026...... 47
APÊNDICE B – METODOLOGIA E MEMÓRIA DE CÁLCULO.................................................... 48
APÊNDICE C – ESTIMATIVAS DE INVESTIMENTO POR REGIÃO............................................ 53
APRESENTAÇÃO 9
APRESENTAÇÃO
As rodovias brasileiras precisam de obras de manutenção, duplicação e construção de novos
trechos. Estimativas apontam que o volume de recursos necessários para investimentos
nos cerca de 50 mil quilômetros de rodovias federais públicas é da ordem de R$ 12 bilhões
ao ano. Nos últimos anos, no entanto, o volume aplicado foi de R$ 7 bilhões, em média.
O presente estudo tem como objetivo estimar a necessidade de investimentos nas rodovias
federais. O trabalho indica alternativas de financiamento para assegurar a integridade da
malha que permanecerá sob administração direta da União nos próximos anos.
Boa leitura.
SUMÁRIO EXECUTIVO
Nas duas últimas décadas, os investimentos públicos e privados em transportes no país
em todos os modais, inclusive mobilidade urbana, foram, em média, da ordem de 0,6%
do PIB. Em 2021, o montante deve se contrair para 0,4%. Esses valores são claramente
insuficientes, frente à uma necessidade ao médio e longo prazo de 2% do PIB para efeitos
de modernizar as infraestruturas subjacentes.
Apesar da retração em anos recentes, nos modais em que o setor privado tem uma atuação
crescente (portos, aeroportos e ferrovias), a tendência é a atual brecha gradativamente
se fechar. Naqueles, contudo, ainda fortemente dependentes do governo federal e
entes subnacionais, as restrições de natureza fiscal impõem limites estritos para ampliar
os investimentos.
Foram utilizados dados relativos à extensão, localização, nível de serviço, tipo de pista,
condição da manutenção e volume médio de tráfego dos mais de 50.000 km de rodovias sob
administração federal, em conjunto com os custos médios gerenciais de obras rodoviárias
disponibilizados pelo sistema SICRO do DNIT. Adicionalmente, estima-se a evolução da
malha federal nos próximos anos a partir dos projetos previstos no PPI e do histórico de
concessões. A metodologia permitiu realizar dois exercícios:
1 INTRODUÇÃO
Nas últimas duas décadas, os investimentos públicos e privados em transportes no país
em todos os modais, inclusive mobilidade urbana, foram da ordem de 0,6% do PIB, em
média, e estima-se que venham a se contrair para 0,4% do PIB em 2021. Esses valores são
claramente insuficientes frente à uma necessidade, ao médio e longo prazo, de 2% do PIB
para efeitos de modernização das infraestruturas subjacentes. Apesar da retração em anos
recentes, nos modais em que o setor privado tem uma atuação de crescente envolvimento
(portos, aeroportos e ferrovias), a tendência é a atual brecha gradativamente se fechar.
Naqueles, contudo, ainda fortemente dependentes do governo federal e entes subnacionais,
as restrições de natureza fiscal impõem limites estritos para ampliar os investimentos.
O trabalho está organizado em seis seções após essa Introdução. Inicialmente documenta-se
os investimentos em transporte no país e no setor rodoviário especificamente nas duas
últimas décadas (seção 2) e a dinâmica dos investimentos federais pelo DNIT (seção 3),
seguido de uma caracterização da malha rodoviária federal (seção 4), os cálculos de
estimativa de demanda de investimentos futura e contrafactual (seção 5), e alternativas
para seu financiamento (seção 6). A seção 7 oferece uma síntese conclusiva.
2 TRAJETÓRIA DOS INVESTIMENTOS
EM TRANSPORTES NO PAÍS 17
2T
RAJETÓRIA DOS
INVESTIMENTOS EM
TRANSPORTES NO PAÍS
No período 2001-2021, os investimentos no setor de transportes como proporção no
PIB descrevem aproximadamente uma parábola, com ponto mais elevado em 2010, e o
nadir ou ponto inferior obtido no ajuste de 2003 (Tabela 1). Em 2021, projeta-se que os
investimentos em todos os modais, públicos e privados, alcancem apenas 0,4% do PIB,
em contraposição à uma necessidade estimada em 2% do PIB, um esforço necessário por
ao menos duas décadas para modernizar a logística de transporte do país.
Setor 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Mobilidade Urbana 0,52 0,26 0,21 0,15 0,14 0,27 1,4 2,93 5,59 3,81
Portos 0,33 0,44 0,25 0,49 0,52 0,74 2,33 1,93 1,71 5,49
Hidrovias 0,28 0,18 0,06 0,23 0,29 0,31 0,34 0,38 0,5 0,31
Rodovias 6,01 5,2 4,05 4,8 6,85 8,85 9,53 12,61 18,24 22,94
Ferrovias 0,83 0,73 1,13 1,97 3,15 2,12 2,34 3,91 2,94 5,72
Aeroportos 0,5 0,6 0,6 0,5 0,7 0,89 0,57 0,4 0,43 0,65
Total 8,47 7,42 6,3 8,14 11,65 13,18 16,51 22,16 29,4 38,92
Total/PIB (%) 0,64 0,5 0,37 0,42 0,54 0,55 0,61 0,71 0,88 1,0
Setor 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021(P)
Mobilidade Urbana 4 5,37 8,69 9,17 15,53 3,62 8,83 6,7 6,46 3,82 5,35
Portos 4,86 5,48 5,67 4,79 2,85 3,88 1,67 1,95 2,74 2,72 3,81
Hidrovias 0,13 0,12 1,05 0,69 0,91 1,46 0,9 0,79 0,42 0,62 0,92
Rodovias 19,05 17,54 21,22 26,55 19,85 18,58 18,96 17,9 16,43 17,73 16,56
Ferrovias 5,59 5,16 5,83 6,84 6,78 9,83 8,58 7,06 4,64 6,3 6,94
Aeroportos 1,15 2,64 6,71 5,84 3,18 2,09 0,97 2,15 2,24 1,1 1,11
Total 34,78 36,32 49,17 53,89 49,1 39,47 39,92 36,55 32,94 32,3 34,69
Total/PIB (%) 0,79 0,75 0,92 0,93 0,82 0,63 0,61 0,52 0,44 0,43 0,40
Fonte: Inter.B.
INVESTIMENTOS PÚBLICOS E AS RODOVIAS
FEDERAIS NO BRASIL: EVOLUÇÃO
18
E PERSPECTIVAS
No caso das rodovias, a trajetória dos investimentos é muito semelhante, inclusive pelo
fato dos investimentos rodoviários serem dominantes dentre os modais, tendo chegado
a R$ 41,3 bilhões em 2010 (a preços de 2021), e se reduzindo a projetados R$ 16,6 bilhões
em 2021 (Tabela 2). A queda foi particularmente acentuada no caso do Orçamento do
Governo Federal (OGF) – fonte de recursos do DNIT – e dos DERs estaduais. Já os inves-
timentos privados tendem a se concentrar em determinados períodos (tipicamente os
primeiros cinco anos de concessão), e nesse sentido a trajetória aparenta refletir também
os ciclos licitatórios das duas últimas décadas. Nesse sentido, à medida que avancem as
licitações e relicitações nesse novo ciclo iniciado em 2017-2018, tanto no âmbito federal
quanto estadual, o total de gastos privados de capital deve se recuperar e possivelmente
se posicionar em valores superiores ao ciclo passado.
Origem 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
OGF* 5,3 5,03 2,35 4,92 6,16 9,47 10,5 9,98 14,9 18,73
DERs 6,65 5,75 5,6 6,07 6,78 7,29 7,09 10,13 14,63 15,93
Privado 5,65 4,72 2,7 2,51 3,09 3,45 3,14 5,12 6,13 6,62
Total 17,59 15,5 10,65 13,5 16,03 20,21 20,72 25,23 35,67 41,28
Origem 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021p
OGF* 19,17 14,6 13,19 13,18 7,97 10,64 9,57 8,82 7,47 7,3 5,19
DERs 8,76 6,06 10 10,62 5,43 5,93 5,31 3,97 3,77 3,22 3,94
Privado 6,77 7,74 9,75 13,39 12,3 9,42 8,31 8,34 7,29 8,67 7,42
Total 34,7 28,4 32,94 37,18 25,69 25,99 23,19 21,13 18,53 19,19 16,56
Fonte: Inter.B. (*) OGF – Orçamento do Governo Federal.
0,59
0,60
0,55
0,50
0,46 0,44 0,46
0,41
0,40 0,36 0,40
0,37 0,35
0,35
0,32 0,33
0,30
0,30 0,29
0,26
0,24 0,24 0,22
0,24
0,19
0,20
0,10
0,00
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
(P)
Público 0,33 0,24 0,18 0,19 0,26 0,31 0,30 0,33 0,46 0,50 0,35 0,27 0,28 0,30 0,18 0,18 0,18 0,15 0,13 0,13 0,11
Privado 0,13 0,11 0,06 0,05 0,06 0,06 0,05 0,08 0,09 0,09 0,09 0,10 0,12 0,16 0,15 0,12 0,10 0,10 0,09 0,11 0,09
Fonte: Inter.B.
3 A DINÂMICA DOS INVESTIMENTOS
FEDERAIS EM RODOVIAS 21
3A
DINÂMICA DOS
INVESTIMENTOS FEDERAIS
EM RODOVIAS
O Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT) é a autarquia ligada ao
Ministério de Infraestrutura responsável pela operação direta da malha rodoviária federal,
sua manutenção (incluindo conservação), restauração e readequação, e eventual expansão.
Nesse sentido, é a entidade responsável por praticamente a totalidade dos investimentos
na malha federal sob administração direta (Tabela 3). Os investimentos rodoviários do
DNIT (praticamente a totalidade do seu orçamento) sofreram uma redução tanto em
termos reais (uma contração de 57,9% nos anos 2010-2020 – Gráfico 2) quanto em valores
nominais (Tabela 3). Em valores correntes, depois de atingir R$ 10,84 bilhões em 2011,
a trajetória de queda foi quase monotônica, com exceção de 2015, por conta da tentativa
de ajuste das contas públicas nesse ano.
GRÁFICO 2 – Investimentos federais em rodovias, por tipo de obra, 2010-2020, em milhões constantes¹
25.000
15.000 14.608,6
13.199,0 13.191,7
10.644,0
10.000 9.569,5 8.818,0
7.971,3
7.466,7 7.298,3
5.000
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Resíduo 702,9 359,0 128,8 39,1 25,6 3,6 0,0 0,1 0,2 - -
Construção 4.141,9 5.141,5 4.393,0 2.686,3 1.919,7 1.540,9 1.442,0 1.391,0 1.244,5 1.153,3 990,9
Adequação 3.811,8 5.098,1 5.085,3 4.218,3 4.071,3 2.249,3 2.220,5 2.199,3 2.611,1 2.086,3 2.054,5
Manutenção 10.085,2 8.582,3 5.001,5 6.255,3 7.175,2 4.177,5 6.981,5 5.979,1 4.962,2 4.227,1 4.252,9
Fonte: Portal SIGA Brasil. ¹ Valores corrigidos pelo IPCA de 2021. Obs: Segundo as terminologias do DNIT, “Construção” engloba as atividades de implantação
de pistas (pavimentadas ou não) e pavimentação; “Adequação” abrange a duplicação de trechos, melhoria de traçado, construção de faixas e eliminação de
segmentos críticos; e “Manutenção” corresponde a investimentos em manutenção, recuperação, conservação, sinalização e operação de rodovias, entre outros.
Tendo em vista os gastos realizados pelo DNIT, uma questão que surge é como se distribui
regionalmente esses recursos e, ainda, com que lógica ou critério. Em 20191, observa-se
que 21,6% dos aportes do DNIT foram na região Norte, 11,5% no Centro-Oeste, 24,6% no
Nordeste, 14,7% no Sudeste e 26,2% na região Sul (Gráfico 3). No caso dos investimentos
em manutenção, sua participação regional é razoavelmente aderente à extensão da
malha, com a possível exceção do NE (Gráfico 4). Porém, a distribuição da malha parece
refletir menos a distribuição dos investimentos agregados (Gráfico 5). Em ambos os casos,
haveria necessidade de se modular pelo volume de tráfego, intensidade de uso, histórico
dos investimentos, ritmo de execução, dentre outros fatores. Ainda assim, o DNIT parece
1 Foi utilizado como referência o ano de 2019, sobretudo pela disponibilidade de dados e pela sua relativa normalidade.
3 A DINÂMICA DOS INVESTIMENTOS
FEDERAIS EM RODOVIAS 23
seguir como critério maior a participação regional da malha federal, que evita dificuldades
inerentes à economia política do país.
1000
800
600
400
200
0
Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul
Manutenção 717,4 1.057,8 1.116,5 553,4 710,7
Construção 81,0 203,6 435,7 171,1 259,9
Adequação 162,6 565,9 7,3 370,8 979,7
Fonte: Portal SIGA Brasil. ¹ Valores corrigidos pelo IPCA de 2021. Optou-se por representar o ano de 2019 pois neste ano houve um resíduo de apenas R$
73 milhões em projetos sem localização definida, contra R$ 3,3 bilhões em 2020. Segundo as terminologias do DNIT, “Construção” engloba as atividades
de implantação de pistas (pavimentadas ou não) e pavimentação; “Adequação” abrange a duplicação de trechos, melhoria de traçado, construção de faixas
e eliminação de segmentos críticos; e “Manutenção” corresponde a investimentos em manutenção, recuperação, conservação, sinalização e operação de
rodovias, entre outros.
Fonte: Portal SIGA Brasil. ¹ Considera-se toda a malha implantada, com exceção do Leito Natural. Optou-se por representar o ano de 2019 pois neste ano houve
um resíduo de apenas R$ 73 milhões em projetos sem localização definida, contra R$ 3,3 bilhões em 2020.
INVESTIMENTOS PÚBLICOS E AS RODOVIAS
FEDERAIS NO BRASIL: EVOLUÇÃO
24
E PERSPECTIVAS
40%
35% 33,85%
30%
26,12%
24,47% 24,61%
25%
20,89%
20%
15,96%
14,67%
15% 12,87% 13,48%
12,10%
10%
5%
0%
Centro Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul
Fonte: Portal SIGA Brasil. ¹ Considera-se toda a malha implantada, com exceção do Leito Natural. Optou-se por representar o ano de 2019 pois neste ano houve
um resíduo de apenas R$ 73 milhões em projetos sem localização definida, contra R$ 3,3 bilhões em 2020.
4 AS CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA MALHA
RODOVIÁRIA FEDERAL 27
4A
S CARACTERÍSTICAS
BÁSICAS DA MALHA
RODOVIÁRIA FEDERAL
A partir das Tabelas 4 e 5, é possível notar a distribuição da malha federal pavimentada
pela natureza da operação – na realidade se administrada pelo DNIT, um DER delegado
pelo governo federal ou uma concessão privada – e pelo tipo de pista, se duplicada ou
em duplicação, ou simples. De forma sintética, os seguintes fatos podem se sublinhados:
• Primeiro, entre o início da década e seu final, a extensão das rodovias pavimentadas
sob administração pública federal recuou relativamente pouco – de 57,7 mil para
52,8 mil km; e inversamente, após um salto de 4.755 km nas concessões fede-
rais em 2014, estas foram ampliadas em apenas 1.650 km no período 2015-2021,
o que denota não apenas a dificuldade do processo de licitar novos trechos, mas
principalmente de lidar com o legado de relicitações – com o término dos contrato
vigentes – e repactuações, neste caso por conta de problemas na modelagem e no
desenho dos leilões em meados da década passada.
• Segundo, observa-se que a atual malha federal administrada pelo DNIT é dominante-
mente composta por rodovias de pista simples (93,8% do total) e residualmente de
pista dupla (4,8%), em contraposição às atuais concessões federais, em que 35,7%
da sua extensão é de pista duplas, e 59,8% de pista simples. Esse fato é indicativo
da dificuldade de se almejar a transferência de grandes blocos de rodovias federais
nos próximos anos, seja por conta do volume ainda limitado de tráfego (que vem
demandando apenas pista simples), e que reduziria sua atratividade, seja ainda pelos
requisitos de investimento para fins de duplicação (apenas 2.470 km das rodovias
administradas pelo DNIT já são duplicadas). De qualquer forma, mesmo rodovias de
pista simples necessitam serem corretamente mantidas e demandam algum nível
de adequação, e nesse sentido deveriam ser objeto de transferência e licitação
desde que o volume de tráfego venha suportar os investimentos correspondentes.
• Terceiro, ainda que a qualidade das rodovias federais não possa ser diretamente
inferida – e será discutida a seguir –, é sintomático que do total de 48.576 km de
rodovias federais em pista simples administradas pelo DNIT, somente 746 km ou
1,54% estão “em duplicação” (e num ritmo lento pela leitura da Tabela 4).
INVESTIMENTOS PÚBLICOS E AS RODOVIAS
FEDERAIS NO BRASIL: EVOLUÇÃO
28
E PERSPECTIVAS
Outros4 Total
Setor Em Em
Duplicada Simples Total Duplicada Simples Total
duplicação duplicação
2010 0 581,8 5.599,50 6.181,30 1.027,90 5.547,30 62.202,40 68.777,60
2011 0 544,2 4.132,20 4.676,40 938,3 5.137,90 57.889,40 63.965,60
2012 0 538,2 4.132,20 4.670,40 1.238,10 5.183,20 58.300,00 64.721,30
2013 0 575,2 4.136,00 4.711,20 1.376,10 5.202,40 58.342,10 64.920,60
2014 135,9 537,6 3.921,50 4.595,00 1.624,60 5.593,30 59.056,90 66.274,80
2015 14,5 662,9 1.856,10 2.533,50 1.275,80 6.220,80 57.398,00 64.894,60
2016 0 760,1 3.498,40 4.258,50 1.378,30 6.350,90 57.096,20 64.825,40
2017 0 761,8 3.442,70 4.204,50 1.395,60 6.407,20 57.811,80 65.614,50
2018 0 729,8 1.816,80 2.546,60 1.163,00 6.930,90 57.275,70 65.369,60
2019 0 704,3 1.809,30 2.513,60 1.334,80 7.072,30 57.106,20 65.513,30
2020 0 725,8 1.734,10 2.459,90 1.301,30 7.125,00 55.596,10 64.022,40
2021 0 725 2.046,50 2.771,50 1.242,50 7.183,10 57.309,10 65.734,70
Fonte: DNIT, ANTT e Inter.B; dados oficiais de out/2021. ¹ Rodovias coincidentes foram desconsideradas. ² Pistas em obras de duplicação, já duplicadas ou
simples. ³ As rodovias já concedidas, mas cuja transferência ainda não consta na versão mais recente do Sistema Nacional de Viação (SNV) foram inseridas
em “Concessão Federal”: CCR Via Costeira, Ecovias do Cerrado e Ecovias Araguaia. 4 “Outros” engloba concessões estaduais e convênios de administração.
4 AS CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA MALHA
RODOVIÁRIA FEDERAL 29
Outros4 Total
Setor Em Em
Duplicada Simples Total Duplicada Simples Total
duplicação duplicação
2010 0,00% 9,41% 90,59% 100% 1,49% 8,07% 90,44% 100%
2011 0,00% 11,64% 88,36% 100% 1,47% 8,03% 90,50% 100%
2012 0,00% 11,52% 88,48% 100% 1,91% 8,01% 90,08% 100%
2013 0,00% 12,21% 87,79% 100% 2,12% 8,01% 89,87% 100%
2014 2,96% 11,70% 85,34% 100% 2,45% 8,44% 89,11% 100%
2015 0,57% 26,17% 73,26% 100% 1,97% 9,59% 88,45% 100%
2016 0,00% 17,85% 82,15% 100% 2,13% 9,80% 88,08% 100%
2017 0,00% 18,12% 81,88% 100% 2,13% 9,76% 88,11% 100%
2018 0,00% 28,66% 71,34% 100% 1,78% 10,60% 87,62% 100%
2019 0,00% 28,02% 71,98% 100% 2,04% 10,80% 87,17% 100%
2020 0,00% 29,51% 70,49% 100% 2,03% 11,13% 86,84% 100%
2021 0,00% 26,16% 73,84% 100% 1,89% 10,93% 87,18% 100%
Fonte: DNIT, ANTT e Inter.B; dados oficiais de out/2021. ¹ Rodovias coincidentes foram desconsideradas. ² Pistas em obras de duplicação, já duplicadas ou
simples. ³ As rodovias já concedidas, mas cuja transferência ainda não consta na versão mais recente do Sistema Nacional de Viação (SNV) foram inseridas
em “Concessão Federal”: CCR Via Costeira, Ecovias do Cerrado e Ecovias Araguaia. 4 “Outros” engloba concessões estaduais e convênios de administração.
INVESTIMENTOS PÚBLICOS E AS RODOVIAS
FEDERAIS NO BRASIL: EVOLUÇÃO
30
E PERSPECTIVAS
Bom 49,2
Regular 19,8
Ruim 10,1
Péssimo 20,8
Fonte: DNIT, fevereiro de 2021.
Na realidade, aqui se realiza dois exercícios: primeiro, com base num conjunto de inputs
e premissas detalhadas no texto e nos apêndices, se estima a demanda de investimento
no âmbito federal a ser executado pelo DNIT no período 2023-2026; segundo, se realiza
um exercício de contrafactual, na tentativa de responder à seguinte questão: quanto o
DNIT necessitaria no período 2019-2022; frente ao executado (2019 e 2020), em execução
(2021) e programado de acordo com o PLOA (2022).
5 ESTIMATIVA DA DEMANDA DE INVESTIMENTOS
DA MALHA SOB ADMINISTRAÇÃO FEDERAL
NO PERÍODO 2023-2026 33
5E
STIMATIVA DA DEMANDA DE
INVESTIMENTOS DA MALHA
SOB ADMINISTRAÇÃO FEDERAL
NO PERÍODO 2023-2026
Os cálculos que seguem têm por objetivo estabelecer a demanda de investimentos na
malha rodoviária sob administração federal direta, e mirando o quadriênio 2023-2026.
As estimativas foram elaboradas com base nos seguintes inputs:
• Extensão, localização, tipo de pista, nível de serviço e volume médio diário da malha
da Administração Federal;
• Índice de Condição da Manutenção (ICM) dos trechos da malha da Adm. Federal;
• Manual de Custos Médios Gerenciais do DNIT (SICRO); e
• Cronograma de concessões de rodovias federais do Programa de Parceria de In-
vestimentos (PPI) e ANTT.
Vale detalhar um pouco mais essa última premissa. De 2019 a 2021 foram concedidos
1.876 km conforme está apresentado no quadro abaixo (Tabela 7). Em 2022, dado o nível
de incerteza, é razoável a expectativa de que apenas serão concedidas (contratadas) as
duas rodovias que já foram leiloadas (BR-163/230/MT/PA e BR-101/RJ/SP). Este histórico
sugere ser irrealista a expectativa do governo federal de transferir cerca de 11.2002 km
de novos trechos rodoviários até 2023.
TABELA 7 – Quilômetros de rodovias federais concedidos entre 2019 e 2021, e estimativa para 2022
Quilômetros concedidos
A Tabela 9 sintetiza os resultados obtidos3. Entre 2023 e 2026, projeta-se uma demanda
anual média de investimentos de R$ 11,5 bilhões para a malha rodoviária federal sob
administração direta. Cabe ressaltar que a simulação não considera a necessidade de
expansão da malha ou outros tipos de obras além de Conservação, Recuperação, Pavi-
mentação e Duplicação. Nesse sentido, a demanda tende a ser maior que a estimada e
2 Foram desconsideradas as rodovias que atualmente já são administradas pelo setor privado: BR-040/DF/GO/MG, BR-040/495/RJ/
MG, BR - 163/267/MS, (BR-116/SP/RJ (antiga Nova Dutra), BR-116/RJ (antiga CRT), Rodovias Integradas do Paraná (federais) e BR
- 060/153/262/DF/GO/MG). A soma foi calculada com base na extensão das rodovias registrada no SNV, de acordo com os trechos
iniciais e finais que constam na página do projeto na ANTT. Devido à desconsideração de trechos planejados e de rodovias estaduais e
municipais coincidentes, além de alguma imprecisão da ANTT na especificação dos trechos iniciais e finais, os valores podem ter alguma
dissonância em relação ao que consta na página do projeto da ANTT.
3 A metodologia utilizada para estimação e correspondente memória de cálculo está descrita no Apêndice B, enquanto o Apêndice C
desagrega os resultados pelas macrorregiões brasileiras.
5 ESTIMATIVA DA DEMANDA DE INVESTIMENTOS
DA MALHA SOB ADMINISTRAÇÃO FEDERAL
NO PERÍODO 2023-2026 35
pode ser tomada como um limite inferior do que é de fato necessário para manter a malha
federal sob administração do DNIT em bom estado.
TABELA 9 – Demanda de investimentos da malha sob Adm. Federal, 2023-2026 em R$ milhões de 2021
Outro fator reforça a noção de que a demanda futura de investimentos pode ser ainda
maior que o montante apresentado: a conversão em Lei da MP 1.050/2021, que amplia
as margens de tolerância na pesagem de veículos de carga e liberalização na pesagem
por eixo (ao levar em consideração apenas o peso bruto para veículos até 50 toneladas),
e mesmo na ausência de razões técnicas para tal. Do ponto de vista das necessidades de
investimento para garantir a qualidade da operação rodoviária, mais além da segurança
de tráfego e riscos de acidentes, essa legislação pode ser considerada um retrocesso,
reduzindo a vida útil das obras de manutenção e recuperação da malha, e deve ser revista
à luz das melhores práticas e na futura regulamentação pelo CONTRAN.
TABELA 10 – Investimento Necessário (N) vs. Realizado (R) ou Previsto (PLOA), 2019-2022
(Por tipo de obra, em R$ milhões de 2021, e %)
Manutenção 5.265 4.227,08 80,3 6.374,1 4.252,9 66,7 6.577,4 3.537,5 53,8 6.502,2 2.925,9 45,0
Construção 3.945,5 1.153,305 29,2 3.945,5 990,9 25,1 3.945,5 580,7 14,7 3.945,5 504,3 12,8
Adequação 1.895,1 2.086,35 110,1 1.895,1 2.054,5 108,4 1.895,1 1.074,2 56,7 1.895,1 772,5 40,8
Total 11.105,6 7.466,7 67,2 12.214,7 7.298,3 59,8 12.418 5.192,4 41,8 12.342,8 4.202,8 34,1
Fonte: Estimativas próprias, com base em dados do DNIT e do Portal SIGA Brasil. ¹ Nota: Estimativa calculada por regra de três simples, a partir do valor
executado até 16 de novembro de 2021.
7,5 7,3
5,2
4,2
Fonte: Estimativas próprias, com base em dados do DNIT e do Portal SIGA Brasil. ¹ Nota: Estimativa calculada por regra de três simples, a partir do valor
executado até 16 de novembro de 2021.
6 FINANCIAMENTO DA DEMANDA DE
INVESTIMENTOS DA MALHA SOB
ADMINISTRAÇÃO FEDERAL 39
6 F INANCIAMENTO DA DEMANDA
DE INVESTIMENTOS DA MALHA
SOB ADMINISTRAÇÃO FEDERAL
Como financiar a demanda por recursos públicos federais para investimentos em rodovias?
Claramente, não há uma única resposta, dada a crise fiscal que tem um longo histórico,
e ainda pelo choque exógeno da pandemia nas contas públicas. A tensão ocasionada
pela discussão do orçamento e suas prioridades têm resultado em pressões políticas
crescentes para mudar o marco legal que ancora as expectativas dos agentes econômicos
colocando em causa a própria estabilidade macroeconômica, especificamente a Emenda
Constitucional 95 – Emenda do Teto dos Gastos, e um dos preceitos básicos da Lei de
Responsabilidade Fiscal – a Lei Complementar 101/2000, que estabelece de forma clara
que a criação de qualquer despesa orçamentária de caráter permanente deve identificar
a priori um corte equivalente de despesa ou uma fonte permanente de receita.
Em 2021, nada menos de R$ 34 bilhões das despesas discricionárias serão alocados para
emendas, sendo R$ 16,9 bilhões as denominadas “emendas do relator” (RP9), montante
que corresponde a 27,3% das despesas discricionárias. Dado o valor estimado dos inves-
timentos em rodovias federais em 2021 de R$ 5,19 bilhões e o montante necessário de
aproximadamente R$ 12,4 bilhões (a preços de 2021) para o DNIT cumprir suas funções
básicas e assegurar boas condições de trafegabilidade nas rodovias federais, a diferença
de R$ 7,2 bilhões corresponde a 42% da RP9, uso com elevado retorno social para esses
recursos, e abrangendo todas as regiões do país.
INVESTIMENTOS PÚBLICOS E AS RODOVIAS
FEDERAIS NO BRASIL: EVOLUÇÃO
40
E PERSPECTIVAS
Contudo, mesmo estados com limitações orçamentárias para investimento, poderiam – iso-
ladamente ou com apoio do BNDES, dentre outras instituições – absorver rodovias federais
de “vocação” ou interesse estadual para serem licitadas individualmente ou em blocos no
âmbito de contratos de manutenção (e mesmo adequação). Para tanto, seria necessário
um estudo prévio de viabilidade para assegurar não apenas um volume mínimo de tráfego
que sustente uma concessão simples, mas que os estados tenham efetiva capacidade de
regular e fiscalizar as concessões, seja por meio da sua autarquia especializada (DER), seja
por meio da agência estadual de regulação. Contudo, vale aqui uma observação: na medida
da necessidade de reduzir os custos regulatórios – seja a função exercida por autarquia
ou entidade autônoma – é importante assegurar contratos razoavelmente completos que
em parte têm efeito substitutivo ao da regulação centralizada.
Uma terceira fonte de recursos complementares e com histórico de relativo sucesso são os
de origem de instituições multilaterais, a exemplo do BID e Banco Mundial, com um longo
histórico de assistência ao país. Deve-se, contudo, explorar ativamente outras alternativas,
a exemplo do New Development Bank (NDB) e do Asia Infrastructure Development Bank
6 FINANCIAMENTO DA DEMANDA DE
INVESTIMENTOS DA MALHA SOB
ADMINISTRAÇÃO FEDERAL 41
Nesta perspectiva, o ponto de partida seria o governo federal (ou mesmo um ente sub-
nacional, havendo espaço fiscal, e com nota de capacidade de pagamento – CAPAG- A ou
B, de modo a assegurar garantias do Tesouro) desenhar um programa de manutenção e
modernização de rodovias efetivamente inovador na dimensão mais sensível – na esfera
da sustentabilidade e mudanças climáticas. Um programa de investimentos dessa natureza
seria bem recebido por essas instituições; inversamente, a ausência de um componente
ambiental significativo e inovador dificultaria eventual aprovação e contratação.
Finalmente, a premissa com a qual aqui se opera é que a dificuldade para a coalizão que
irá governar o próximo quadriênio não se resume à pressão sobre o orçamento e suas
prioridades, mas também de aumentar a carga tributária. Há um relativo consenso entre
muitos analistas que as demandas sociais crescentes e o objetivo de reduzir a desigualdade
no país irá levar ao aumento da carga tributária, por mais indesejável que seja.
4 Criada por meio da Lei nº 10.336/2001, a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico relativa às atividades de importação
e comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico combustível, direcionou cerca de
R$ 37,6 bilhões em infraestrutura de transporte de 2002 a 2012. Do total de recursos arrecadados, 20% são desvinculados, 29%
cabem a Estados e DFD, e dos 29%, um-quarto seriam destinados aos municípios para igualmente serem aplicados em infraestrutura
de transportes (a lei também faculta a utilização no pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, de gás
natural e seus derivados e de derivados de petróleo; e no financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do
petróleo e do gás. Em 2015 a CIDE Combustível foi reintroduzida, e seu nível se situa em níveis mais modestos: R$ 0,1/L no caso de
gasolina; R$ 0,05/L para o diesel, e zero no caso do etanol.
CONCLUSÃO 43
CONCLUSÃO
O objetivo deste trabalho foi estimar a necessidade de investimentos rodoviários na
malha pública federal sob administração do DNIT, ainda dominante em pista simples,
e possivelmente um dos segmentos mais afetados pela crise fiscal estrutural que o governo
central enfrenta. Aqui se realizam dois exercícios:
REFERÊNCIAS
BRASIL. Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT. Lista de concessões rodoviá-
rias. Disponível em: https://portal.antt.gov.br/concessionarias. Acesso em: 22 nov. 2021.
BRASIL. Senado Federal. Painel Cidadão do Portal SIGA Brasil. Disponível em: https://
www12.senado.leg.br/orcamento/sigabrasil. Acesso em: 22 nov. 2021.
APÊNDICE A – ALOCAÇÃO DAS RODOVIAS
A SEREM CONCEDIDAS DE 2023 A 2026 47
BR-381/262/MG/ES 686
2023 1.223,4
BR-116/465/493/RJ/MG¹ 537,4
BR-135/316/MA 438
BR-158/155/MT/PA 1.111
APÊNDICE B – METODOLOGIA
E MEMÓRIA DE CÁLCULO
A análise da demanda de investimentos em rodovias sob administração federal partiu dos
dados do Sistema Nacional de Viação e do Manual de Custos Médios Gerenciais do DNIT. São
disponibilizados custos gerenciais de acordo com o tipo de intervenção, Região, duração
da obra, extensão da via, volume de tráfego e especificações técnicas. As especificações
técnicas consideradas – como classe da via, tipo de terreno e solução a ser aplicada no
pavimento – foram as especificações “padrão” detalhadas no Manual, que busca refletir
os projetos reais de rodovias.
Foi considerada uma duração padrão de 12 meses, em consonância com o Manual, além
de uma média de duas faixas de rolamento em rodovias. Para todas as obras, desconta-se,
a cada ano, os trechos que devem ser concedidos à iniciativa privada. Isto foi feito da
seguinte maneira:
• Em 2022, foram considerados os trechos cujo leilão ocorreu em 2021, mas cujos
contratos ainda devem ser assinados; em 2023, adiciona-se 10% sobre a extensão
concedida no ano anterior; em 2024 repete-se o mesmo para 2023; e assim por diante.
• Buscou-se respeitar a participação de cada região nos projetos de concessões do PPI.
Manutenção
No presente estudo, a demanda de investimentos em “Manutenção” engloba as obras de
Conservação e Recuperação. No caso da Conservação, adotou-se a premissa que toda malha
deve ser conservada, anualmente. No caso da Recuperação, os cálculos foram aplicados
aos trechos rodoviários com ICM “Ruim” ou “Péssimo” no ano de 2021, e a demanda de
investimentos desta malha foi distribuída igualmente no período 2023-2026.
APÊNDICE B – METODOLOGIA E MEMÓRIA
DE CÁLCULO 49
Adicionalmente, parte-se da premissa que, a cada ano, 1/8 da malha classificada como
“Regular” decairá para a classificação “Ruim”, de modo que os custos referentes a esta
parcela são incluídos na soma a partir de 2022.
Onde:
𝐷𝐷
𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 = 𝐶𝐶𝐶𝐶! ×𝐾𝐾 + 𝐶𝐶𝐶𝐶" + 𝐶𝐶𝐶𝐶# ×𝐶𝐶$ + 𝐶𝐶𝐶𝐶% ×𝑁𝑁×𝐸𝐸& × × 1 + 𝐾𝐾'() ×𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹
12
Construção
A demanda de investimentos em Construção teve como foco as necessidades de Pavi-
mentação da malha, cuja estimação seguiu duas etapas:
A cada ano, foram retirados dos cálculos os trechos em obras de pavimentação e não
pavimentados a serem concedidos à iniciativa privada.
Onde:
*
𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 = 𝐶𝐶𝐶𝐶! ×𝐾𝐾 + 𝐶𝐶𝐶𝐶" + 𝐶𝐶𝐶𝐶# + 𝐶𝐶𝐶𝐶$ ×𝐸𝐸% + )* 𝐶𝐶𝐶𝐶&,( ×𝐸𝐸),( +
(+!
Adequação
A demanda de investimentos em Adequação teve como foco as necessidades de Duplicação
da malha, cuja estimação seguiu duas etapas:
A cada ano, foram retirados dos cálculos os trechos em obras de duplicação ou com nível
de serviço D, E ou F a serem concedidos à iniciativa privada.
INVESTIMENTOS PÚBLICOS E AS RODOVIAS
FEDERAIS NO BRASIL: EVOLUÇÃO
52
E PERSPECTIVAS
Onde:
* *
𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 = 𝐶𝐶𝐶𝐶! ×𝐾𝐾 + 𝐶𝐶𝐶𝐶" + 𝐶𝐶𝐶𝐶# + ( 𝐶𝐶𝐶𝐶$ ×𝐸𝐸% + *+ 𝐶𝐶𝐶𝐶&,( ×𝐸𝐸),( , + -+ 𝐶𝐶𝐶𝐶&,( ×𝐸𝐸,,( , + 𝐶𝐶𝐶𝐶-./0% . × 1 + 𝐾𝐾123 ×𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹𝐹
(+! (+!
Norte 0 0 0 0
Centro-Oeste 0 0 0 0
APÊNDICE C – ESTIMATIVAS DE
INVESTIMENTO POR REGIÃO
GRÁFICO 1 – Demanda de investimentos federais em rodovias (2023-2026) na região Norte, por tipo
de obra, em milhões de Reais de 2021
4000 3563,3
3563,3 3454,5 3454,5
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
2023 2024 2025 2026
Adequação 0,0 0,0 0,0 0,0
Construção 2411,3 2411,3 2411,3 2411,3
Manutenção 1151,9 1151,9 1043,1 1043,1
Fonte: Estimativas próprias, com base em dados do DNIT e PPI. Nesta simulação, “Manutenção” engloba obras de Conservação e Recuperação; “Construção”
refere-se à Pavimentação da malha; e “Adequação” refere-se às necessidades de Duplicação.
3000
2745,3 2644,6 2627,3
2547,6
2500
2000
1500
1000
500
0
2023 2024 2025 2026
Adequação 54,8 54,8 49,4 47,8
Construção 370,7 370,7 370,7 370,7
Manutenção 2319,8 2219,1 2207,2 2129,0
Fonte: Estimativas próprias, com base em dados do DNIT e PPI. Nesta simulação, “Manutenção” engloba obras de Conservação e Recuperação; “Construção”
refere-se à Pavimentação da malha; e “Adequação” refere-se às necessidades de Duplicação.
INVESTIMENTOS PÚBLICOS E AS RODOVIAS
FEDERAIS NO BRASIL: EVOLUÇÃO
54
E PERSPECTIVAS
1200
996,9 996,9
1000
854,0
791,6
800
600
400
200
0
2023 2024 2025 2026
Adequação 0,0 0,0 0,0 0,0
Construção 257,2 257,2 158,3 158,3
Manutenção 739,7 739,7 695,6 633,3
Fonte: Estimativas próprias, com base em dados do DNIT e PPI. Nesta simulação, “Manutenção” engloba obras de Conservação e Recuperação; “Construção”
refere-se à Pavimentação da malha; e “Adequação” refere-se às necessidades de Duplicação.
3500
3007,4 3007,4 3007,4 3007,4
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
2023 2024 2025 2026
Adequação 592,9 592,9 592,9 592,9
Construção 973,2 973,2 973,2 973,2
Manutenção 1441,3 1441,3 1441,3 1441,3
Fonte: Estimativas próprias, com base em dados do DNIT e PPI. Nesta simulação, “Manutenção” engloba obras de Conservação e Recuperação; “Construção”
refere-se à Pavimentação da malha; e “Adequação” refere-se às necessidades de Duplicação.
APÊNDICE C – ESTIMATIVAS DE INVESTIMENTO
POR REGIÃO 55
GRÁFICO 5 – Demanda de investimentos federais em rodovias (2023-2026) na região Sul, por tipo
de obra, em milhões de Reais de 2021
1600 1494,1
1458,2 1419,6
1400 1275,3
1200
1000
800
600
400
200
0
2023 2024 2025 2026
Adequação 524,2 524,2 485,7 485,7
Construção 111,8 111,8 111,8 111,8
Manutenção 858,1 822,2 822,2 677,9
Fonte: Estimativas próprias, com base em dados do DNIT e PPI. Nesta simulação, “Manutenção” engloba obras de Conservação e Recuperação; “Construção”
refere-se à Pavimentação da malha; e “Adequação” refere-se às necessidades de Duplicação.
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