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1. Palavras-cápsula
Jogos florais
Grupo escolar (1974)
I
Minha terra tem palmeiras
onde canta o tico-tico.
Enquanto isso o sabiá
vive comendo o meu fubá.
Ficou moderno o Brasil
ficou moderno o milagre:
a água já não vira vinho,
vira direto vinagre.
II
Minha terra tem Palmares
memória cala-te já.
Peço licença poética
Belém capital Pará.
Bem, meus prezados senhores
dado o avançado da hora
errata e efeitos do vinho
o poeta sai de fininho.
(será mesmo com dois esses
que se escreve paçarinho?)
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A palavra do $enhor
Mar de mineiro (1982)
No princípio
Era
A Verba
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Golpe de estado
Na corda bamba (1978)
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Cota zero
Drummond (Alguma poesia, 1930)
Reflexo condicionado
Grupo escolar (1974) Stop.
A vida parou
Pense rápido: Ou foi o automóvel?
Produto Interno Bruto
ou
Brutal produto interno 2. Temas existenciais
?
Clausura
A palavra cerzida (1967)
Nasci. Haveria de estar
preparado para a vida, mas
continuo na sala de espera.
Quem abrirá esta porta?
Que continente ou que
cidade se descortina
além da laje de meus olhos?
Sugestões me fascinam
mas a visão ceifada
não alcança outra margem.
A mão trêmula se
confunde, e torna baixa
a um beijo, um chamado
de estreita possibilidade.
Estamos prestes a marchar
mas o Inimigo é escasso
e destrói nossos anseios.
De novo uma tentativa,
outra e outras tantas,
que o presente absorve o ódio,
o orgulho, o afago:
O tempo é de conformação.
No escuro formulamos
a sentença e o sorriso
que haverão de romper
o medo. Projetamos
nossas forças e arrepios
além das graves paredes
Gastamos fardos de sonhos,
Trigos e confissões
Engravidamos a mente.
No escuro nos preparamos.
Mas ao primeiro lampejo
Das matrizes da manhã
De novo nos corrompemos
E voa nossa esplanada
E nossa razão premente
Em forma de anel extinto.
Perguntamos:
Até quando?
Rio 1964
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Arca de Noé
Na corda bamba (1978)
Nasceu
Fudeu
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3. Metalinguagem
Vestibular
Na corda bamba (1978) Natureza-morta
Na corda bamba (1978)
Não creio mais na metafísica porque tenho
Medo da morte Toda coisa que vive é um relâmpago
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Na corda bamba
Na corda bamba (1978)
Poesia
Eu não te escrevo
Eu te
Vivo
E viva nós!
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4. Poemas musicados
Lambada de serpente
Cacaso / Djavan (1979)
Lambada de serpente
A traição me enfeitiçou
Quem tem amor ausente já viveu a minha dor Desarrumo toda a trama, desacato Satanás
Sou brasileiro de estatura mediana
No chão da minha terra Gosto muito de fulana mas sicrana é quem me
Um lamento de corrente quer
Um grão de pé de guerra
Pra colher dente por dente Porque no amor quem perde quase sempre
ganha
Lambada de serpente Veja só que coisa estranha, saia dessa se puder
A traição me enfeitiçou Diz um ditado natural da minha terra
Quem tem amor ausente já viveu a minha dor Bom cabrito é o que mais berra onde canta o
sabiá
### Desacredito no azar da minha sina
Tico-tico de rapina, ninguém leva o meu fubá
Amor amor
Cacaso / Sueli Costa (1977) ###
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Lero Lero
Edu Lobo / Cacaso (1978)