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Caderno de Resumos

Versão Preliminar
UERJ – UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Centro de Educação e Humanidades (CEH)
Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp-UERJ)

Reitor Mario Sergio Alves Carneiro


Diretor do CAp-UERJ Thiago Corrêa Almeida


Vice-diretora Cláudia Hernandez Barreiros Sonco

Coordenadora do Núcleo de Extensão, Pesquisa e Editoração (NEPE)


Elizandra Martins Silva

Coordenador de Editoração
Alexandre Xavier Lima

CONSELHO EDITORIAL
Alexandre Xavier Lima
Andrea da Paixão Fernandes
Cláudia Hernandez Barreiros Sonco
Elizandra Martins Silva

CONSELHO CIENTÍFICO
Afranio Gonçalves Barbosa (UFRJ)
Aline Viégas Vianna (CPII)
Angélica Maria Reis Monteiro (U.PORTO)
Daniel Suarez (UBA)
Edmea Santos (UFRRJ)
José Humberto Silva (UNEB)
Marcelo Moreira Antunes (UFF)
Marcus Vinicius de Azevedo Basso (UFRGS)
Rogerio Mendes de Lima (CP II)
Silvia Rodrigues Vieira (UFRJ)
Waldmir Araujo Neto (UFRJ)
Walter Silva Junior (EAUFPA)

5ª JORNADA CIENTÍFICA DO NEPE


Caderno de Resumos

Núcleo de Extensão, Pesquisa e Editoração - NEPE

18 de agosto de 2022

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


INSTITUTO DE APLICAÇÃO FERNANDO RODRIGUES DA SILVEIRA
CAP-UERJ

2022
COORDENAÇÃO GERAL DA 5ª JORNADA CIENTÍFICA DO NEPE
Elizandra Martins Silva

COMISSÃO ORGANIZADORA
Alexandre Xavier Lima
Andreson Luis de Carvalho Rêgo
Cláudia Hernandes Barreiros Sonco
Débora de Aguiar Laje
Elizandra Martins Silva
Lincoln Tavares Silva
Suellem Barbosa Cordeiro
Thiago Daboit Roberto
Thiago Correa de Almeida
Walace Ferreira

COMISSÃO CIENTÍFICA
Alexandre Xavier Lima
Andreson Luis de Carvalho Rêgo
Débora de Aguiar Laje
Elizandra Martins Silva
Márcia Cristina Alves dos Santos
Suellem Barbosa Cordeiro
Thiago Daboit Roberto
Walace Ferreira

EDITORAÇÃO
Alexandre Xavier Lima
Katarine da Silva Costa André
Leonardo Augusto Pereira dos Santos
Projeto de Extensão Práticas de Editoração ao Alcance

Versão Preliminar

2022

Editora CAp-UERJ
Rua Barão de Itapagipe, 96
Rio Comprido – RJ CEP 20.261-005
http://www.cap.uerj.br/site/
Sumário
APRESENTAÇÃO - 6

Elizandra Martins Silva

DIALOGIA: IDEIAS-FORÇA DA DOCÊNCIA NA EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA - 7


Letícia Santiago Frazão Souza e Ana Lucia Gomes de Souza

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NO CONTEXTO PÓS-PANDEMIA - 8


Yasmin Ribeiro de Carvalho e Ana Lucia Gomes de Souza

INTERSECCIONALIDADES NAS PESQUISAS SOBRE/COM JUVENTUDES: O QUE ESTAMOS


APRENDENDO? - 9
Talita Mosquera Filgueras, João Pedro Ribeiro Deolindo e Luís Paulo Cruz Borges

GÊNEROS JORNALÍSTICOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO CAP-UERJ - 10


Laís dos Santos Lima, Alexandre Xavier Lima e Angélica de Oliveira Castilho Pereira

PROJETO DE EXTENSÃO REVISTA FORMAÇÃO EM DIÁLOGO - 11


Victória Almeida e Cláudia Barreiros

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA A EXPANSÃO DA PERSPECTIVA CRÍTICA - 12


Enayle Cristina dos Santos Silva e Camila Costa Gigante

ATENDIMENTO DE DEMANDAS SOCIOEDUCATIVAS E FORMAÇÃO CIDADÃ - 14


Thamyres Celestino de Oliveira e Maria Claudia de Oliveira Reis

AÇÕES EDUCATIVAS EM ESPAÇOS DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL - 15


Laura Marinho e Maria Claudia de Oliveira Reis

ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA EM ESPAÇOS SOCIOEDUCATIVOS - 16


Elias Inacia Rangel e Maria Claudia de Oliveira Reis

EFEITOS DO USO CRÔNICO DO ADOÇANTE NATURAL STEVIA SOBRE OS CARDIOMIÓCITOS DE


CAMUNDOGOS HIPERALIMENTADOS NA LACTAÇÃO - 17
Camily Vitória de Freitas Mariani Boareto e Anatalia Kutianski Gonzalez Vieira

A FEIRA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DO CAP-UERJ CONECTANDO CURRÍCULO À SNCT - 18


Laurem Oliveira da Silva, Joyce Costa, Thais Cordeiro da Silva e Elizandra Martins Silva

REDES SOCIAIS E O ENSINO DE QUÍMICA: UMA AVALIAÇÃO DOS DISCENTES - 19


Agns dos Santos Souza e Suellem Barbosa Cordeiro

CONSTRUÇÃO DE EBOOK COMO PROPOSTA DIGITAL PARA O ENSINO DE QUÍMICA- 20


Barbara Cristina Lisboa Santos Pessanha e Suellem Barbosa Cordeiro

UM RELATO SOBRE EXPERIÊNCIAS NA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA: DESAFIOS E PERCEPÇÕES


SOBRE O TEMA CULTURA E IDENTIDADE - 21
Nadine Tutunji, Thaiana Rodrigues e Walace Ferreira

5ª JORNADA CIENTÍFICA DO NEPE


A SOCIOLOGIA NO ENEM SEGUNDO ESTUDANTES DO CAP-UERJ - 22
Bernardo Ribeiro Bispo, Rodrigo Maciel Vidal e Walace Ferreira

UMA ANÁLISE SOBRE A III SEMANA DE FORMAÇÃO EM CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA


DO CAP-UERJ - 23
Guilherme Nogueira de Souza, Helena Maria Marques Araújo, Vladimir Moreira Lima Ribeiro, Juliana
Dias Lima e Walace Ferreira

JOVEM, QUAL SUA IMPORTÂNCIA NA SOCIEDADE? UMA PERSPECTIVA A PARTIR DO


PROJETO SOCIOLOGIA, JUVENTUDE E CIDADANIA - 24
Juliana Dias Lima, Rosiane Oliveira de Figueiredo, Jeanne Tavares de Oliveira e Walace Ferreira

O SUBPROJETO DE SOCIOLOGIA NA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA DA UERJ (2020-2022):


OBSERVANDO ALGUMAS EXPERIÊNCIAS - 25
Ingrid Nunes da Silva, Ricardo Jouan Alé e Walace Ferreira

OS IMPACTOS DA REFORMA DO ENSINO MÉDIO SEGUNDO OS PROFESSORES DE


LICENCIATURA EM CIÊNCIAS SOCIAIS DO CAP-UERJ - 26
Alexia Rachid Drumond Benitez, Stella de Sousa Martins, Glaucio Gomes de Siqueira Barros e Walace
Ferreira

PRODUTOS EDUCACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA E FORMAÇÃO DOCENTE:


DESENVOLVIMENTO, MOSTRA, DIVULGAÇÃO E APLICAÇÃO - 28
Tayan Sequeira Valerio e Maria Beatriz Dias da Silva Maia Porto

CIRCULARIDADES NA ESCOLA: RODAS DE CONVERSA EM SEUS PROCESSOS DE


FORMAÇÃO/EXTENSÃO - 30
Brena Carvalho Ferreira, Beatriz Morettes Rodrigues, Millena Carvalho de Sant'Ana Pimentel, Priscilla da
Silva Figueiredo e Thamara da Silva Figueiredo

ESPAÇO INDUSTRIAL E O ATIVISMO SINDICAL NA OBRA FÍLMICA ELES NÃO USAM BLACK
TIE - 32
Samara Silva dos Santos, Lohany Aparecida Dias Monteiro e Fábio Tadeu de Macedo Santana

O FILME EU, DANIEL BLAKE COMO RECURSO DIDÁTICO - 33


Nicolas Matheus Raimundo Pessoa, Luca Seabra Marins de Mendonça, Zeca Borges de Macedo Santana e
Fábio Tadeu Santana

O FILME VOCÊ NÃO ESTAVA AQUI COMO RECURSO DIDÁTICO - 34


Carolina Prates Behring e Fabio Tadeu de Macedo Santana

A GRAVIDEZ TARDIA NO ANO DE 2020 NO BRASIL - 35


Thamiris dos Santos de Sousa, Izadora Gonçalves Rodrigues e Denise Leite Maia Monteiro

A ASSOCIAÇÃO DA PREMATURIDADE E BAIXO PESO AO NASCER COM A GRAVIDEZ NA


ADOLESCÊNCIA ENTRE 2016 E 2020 NO BRASIL - 36
Izadora Gonçalves Rodrigues, Thamiris dos Santos de Sousa e Denise Leite Maia Monteiro

5ª JORNADA CIENTÍFICA DO NEPE


Apresentação

É com imensa alegria que o Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp-
UERJ) apresenta o Caderno de Resumos da 5ª Jornada Científica, realizada no dia 18 de
agosto de 2022. Organizada pelo Núcleo de Extensão, Pesquisa e Editoração – NEPE, a 5ª
JCN mostrou mais uma vez a qualidade e a intensidade do engajamento de docentes e
discentes no ensino, na pesquisa e na extensão, propiciando a reflexão e o desenvolvimento
do pensamento científico e tecnológico.

Nesta jornada, são apresentados resultados e propostas em andamento de projetos que vêm
sendo desenvolvidos desde 2020, ano singular em que, diante de muitos desafios, professores
e estudantes abraçaram a tecnologia, romperam barreiras e descobriram novas formas de
interagir, de ensinar e de aprender.

Este caderno carrega a simbologia do encontro e do reencontro, uma vez que, no dia da
exposição de trabalhos, recebemos em nossa nova sede os ex-alunos, orientados durante o
distanciamento social. Celebramos também o diálogo científico presencial com nossos novos
colaboradores, além de trazermos à luz trabalhos docentes que de forma resiliente seguiram
seu propósito social.

As comunicações desse evento foram organizadas em duas partes: a primeira trouxe


trabalhos desenvolvidos no âmbito da Iniciação Científica, Iniciação Científica Junior e
Jovens Talentos, sob o protagonismo dos estudantes de graduação e da educação básica; a
segunda, as apresentações de projetos de graduação originados de projetos de extensão,
Estágio Interno Complementar, Iniciação à Docência, Prodocência, Pibid e Residência
Pedagógica, apresentados por discentes da graduação, coordenadores e membros de
projetos.

A todos que nos prestigiam com a sua presença, desejamos que esta oportunidade lhes
permita renovar os seus conhecimentos e experiências pela força transformadora que este
encontro pode favorecer.

Elizandra Martins Silva

5ª JORNADA CIENTÍFICA DO NEPE 6


DIALOGIA: IDEIAS-FORÇA DA DOCÊNCIA NA EXTENSÃO
UNIVERSITÁRIA
Letícia Santiago Frazão Souza1
Ana Lucia Gomes de Souza2

A formação continuada de professores é o tema do nosso trabalho. Nosso objetivo é


apresentar os resultados alcançados com o Projeto de Extensão “Dialogia: proposta de
interação sobre ideias-força da docência”. Em 2021, devido ao isolamento social,
realizamos oito lives em plataforma digital. Consideramos estas como possibilidades
significativas de trocas de saberes e produção de conhecimento com professores
conceituados de nossa universidade e outros convidados externos. Nosso público-alvo é
constituído de professores e estudantes das licenciaturas. Desse modo, ampliamos ainda
mais as discussões e sentidos sobre a prática do contexto educacional permeada de
diálogos sobre as “ideias-força” da docência, ou seja, “princípios estabelecidos que
potencializam uma ação”, a partir da interação de pessoas por uma enorme energia
dinâmica e transformadora” (CANDAU, 2016). O dialogismo acontece no encontro do
um discurso com o discurso de outrem. Numa relação de sentido que se estabelece entre
dois enunciados (BAKHTIN, 1988). Atualmente o projeto possui uma página no
Instagram, no Facebook e no Youtube onde ampliamos a divulgação das lives e a
visibilidade de nossas formações. Como resultados, apontamos que a equipe se articulou
de forma positiva e inovadora para o atendimento durante o período pandêmico. De
acordo com as avaliações dos encontros, acreditamos termos contribuído para um
diálogo consistente sobre práticas educativas, fazeres pedagógicos e troca de
experiências interessantes para a sala de aula com crianças pequenas. De igual forma,
essa experiência também auxilia grandemente em novas maneiras de pensarmos o fazer
educativo dentro do Instituto de Aplicação.

Palavras-chave: Formação Continuada; Extensão Universitária; Dialogia.

1
Estudante de Pedagogia da UERJ. E-mail: letisantiago.31@gmail.com.
2
Professora Adjunta do CAp-UERJ. E-mail: analucia.eja@gmail.com.

7
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NO CONTEXTO PÓS-
PANDEMIA
Yasmin Ribeiro de Carvalho1
Ana Lucia Gomes de Souza2

O letramento, tema desse trabalho, é um conceito criado há vinte anos, para auxiliar,
dentre outras coisas, na nomeação de práticas sociais das áreas da leitura e da escrita
que vão além do que a alfabetização e a ortografia conseguem abarcar. (SOARES,
2004). Ele surge na ampliação do conceito de alfabetização e por isso ambos são
confundidos. A importância da distinção entre ambos se dá no plano pedagógico; o
letramento vai além da simples leitura, requer a interpretação do discente. Porém,
embora distintos, estes são indissociáveis e interdependentes (SOARES, 2004). O
objetivo principal da pesquisa desenvolvida no âmbito do Projeto Prodocência é buscar
formas de aprendizagem para o desenvolvimento da alfabetização e letramento, tão
afetados durante o período pandêmico. Metodologicamente tal pesquisa se desdobra,
inicialmente, a partir da observação das bolsistas em atividades realizadas com
estudantes do 5º ano de escolaridade, nas disciplinas de Núcleo Comum. Trazemos a
atividade da roda de leitura, onde o aluno escolhe um livro disponível dentro de sua sala
de aula, lê durante uma semana e o apresenta para a classe. Tal atividade possibilita o
olhar das bolsistas para questões como a dificuldade na interpretação e na apresentação
da leitura realizada, assim como a hesitação dos estudantes na escolha de leituras mais
longas e de livros considerados apropriados para o 5º ano. Como resultados iniciais,
destacamos que o período remoto, por quase dois anos, possivelmente tenha causado
perdas significativas no campo da alfabetização e do letramento que se evidenciam
nesse período pós-pandemia. Sendo assim, acreditamos na sistematização das rodas
literárias capazes de promover a intimidade com os livros e diversos textos.

Palavras-chave: Alfabetização; Letramento; Pós- pandemia.

1
Estudante da UERJ. E-mail yasminribeirodecarvalho@gmail.com
2
Professora Adjunta do CAp-UERJ. E-mail analucia.eja@gmail.com

8
INTERSECCIONALIDADES NAS PESQUISAS SOBRE/COM JUVENTUDES: O QUE
ESTAMOS APRENDENDO?
Talita Mosquera Filgueras1
João Pedro Ribeiro Deolindo2
Luís Paulo Cruz Borges3

O presente trabalho faz parte do projeto de pesquisa, ainda em andamento, Os sentidos


de futuro nas vozes discentes: a relação dos jovens estudantes com a escola pública
(2019-2022), que tem como objetivo geral analisar os sentidos de futuro a partir das
vozes dos jovens-estudantes do Ensino Médio da rede pública do estado do Rio de
Janeiro. Como objetivo específico, queremos produzir, aqui, uma reflexão sobre
interseccionalidade nas pesquisas com/sobre juventudes. Para isso, foram elaborados
mapas conceituais como escolha do caminho metodológico, pensando também a sua
relevância e contribuição à educação; produção dos inventários do saber apreendendo as
vozes/textos dos estudantes; e a reflexividade dos/das pesquisadores/as no Grupo de
Estudos e Pesquisa. As teorizações se fundamentam na Sociologia da Educação nos
auxiliando nos processos analíticos e descritivos dos dados. Em linhas gerais, a pesquisa
vem mostrando o que estamos aprendendo sobre juventudes interseccionais, sobretudo,
pensando a correlação entre diversos marcadores sociais que nos ajudam ampliar as
dimensões sobre as juventudes dentro/fora da escola. As conclusões indicam que esse
processo permitiu estabelecer novas relações entre significados e significantes do objeto
de estudo, evidenciando complexidades que se materializam na pluralidade do conceito
em diálogo com as categorias de classe social, gênero e sexualidade, raça/cor, ensino
médio e território.

Palavras-chave: Juventudes; Interseccionalidade; Ensino Médio.

1
Bolsista de Iniciação Científica Jr. do CNPq/UERJ e estudante do Ensino Médio do CAp-UERJ.
2
Bolsista de Iniciação Científica Jr. do CNPq/UERJ e estudante do Ensino Médio do CAp-UERJ.
3
Professor Adjunto do Instituto Fernando Rodrigues da Silveira da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (CAp-UERJ). borgesluispaulo@yahoo.com.br

9
GÊNEROS JORNALÍSTICOS EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO CAP-UERJ

Laís dos Santos Lima1


Alexandre Xavier Lima2
Angélica de Oliveira Castilho Pereira3

O presente trabalho visa à identificação de práticas de ensino capazes de integrar


gêneros jornalísticos a atividades discursivas. Dessa forma, é necessária a pesquisa do
uso do jornal em materiais pedagógicos de Língua Portuguesa. Em prol disso,
selecionamos para entrevistas professores experientes que lecionam no Instituto de
Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp-UERJ). As perguntas conduziram os
entrevistados à narrativa de suas práticas, sobretudo, em relação à utilização do jornal,
desde quando começaram a trabalhar na instituição, as mudanças ocorridas, material
que se apoiavam, a metodologia abordada, entre outros questionamentos. A partir das
respostas escritas ou proferidas oralmente, produzimos roteiros das práticas relatadas
com o uso dos jornais. Para construção desse material, utilizamos como arcabouço
teórico Célestin Freinet (1974), abordando o trabalho com o jornal; Luiz Carlos
Travaglia (2009) sobre concepção de linguagem; Luiz Antônio Marcuschi (2008) com
seu trabalho sobre gêneros textuais e a visão sociointeracionista; Adair Bonini (2003)
para se ater a gêneros do discurso, ensino e aprendizagem de Língua Portuguesa,
pedagogia crítica; Mikhail Bakhtin (2016) a respeito do conceito de texto e gênero do
discurso; e Meihy e Holanda (2020) de apoio para estudar a história oral. Como
resultado, por meio das entrevistas, conseguimos elaborar 7 roteiros contemplando a
perspectiva discursiva, o método indutivo, a produção textual demonstrando sua
utilidade social e atendendo aos PCN. De acordo com as falas dos entrevistados, as
práticas de linguagens realizadas pelos professores no CAp-UERJ antecedem aos
documentos como a BNCC e subsidiaram novos materiais a partir das práticas dos
jornais citadas pelos docentes.

Palavras-chave: Gêneros jornalísticos; Práticas pedagógicas; CAp-UERJ.

1
Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ.
2
Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira - CAp-UERJ. alexandrexl@gmail.com
3
Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira - CAp-UERJ. aocastilho@gmail.com

10
PROJETO DE EXTENSÃO REVISTA FORMAÇÃO EM DIÁLOGO

Victória Almeida
Cláudia Barreiros1

A Revista Formação em Diálogo é uma revista digital (ISSN 2317-0794), que começou
suas publicações no site no ano de 2012. Até 2019 aconteciam de forma trimestral; em
janeiro de 2022 mudou o sistema de publicações para fluxo contínuo, isto é, após
cumpridas todas as etapas, o texto já é publicado e poderá ser acessado e citado por seus
leitores. Ela é mantida pelo grupo de pesquisa Formação em diálogo – GPFORMADI,
criado no ano de 2012, sediado no Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da
Silveira – CAP-UERJ e atuante no Programa de Pós-Graduação em Educação em
Ensino de Educação Básica – o PPGEB. A revista é destinada à divulgação científica de
pesquisas e experiências em educação básica, abrangendo suas mais variadas formas. O
objetivo é publicar trabalhos que possam contribuir com o debate de temas que são
voltados para as questões da educação em geral, contemplando em especial a educação
infantil, os anos iniciais e finais do ensino médio, a educação de jovens e adultos e a
inclusão através de perspectivas disciplinares, transdisciplinares e transversais.
Aceitam-se também, publicações de entrevistas, resenhas, comentários de leitura e
trabalhos de divulgação científica na área da educação. A revista possui 12 dossiês
publicados e está com chamada aberta para mais 3 dossiês, cada um focado em um
aspecto da educação, em seu site oficial e também possui uma página no Facebook e
Instagram, gerenciadas pela bolsista. A bolsista atua nas seguintes funções: assessorar e
coordenar as relações institucionais e interinstituicionais, atender autores e avaliadores
da revista por e-mail, fazer a primeira avaliação técnica dos textos que chegam até o e-
mail da revista, fichar textos indicados pela coordenação, manter a planilha de fluxos
atualizadas, entre outras funções, atua sempre com a orientação. Buscamos compartilhar
conhecimentos junto da narrativa de professores da Educação Básica, currículos e
cultura e acrescentar, ainda mais, conhecimentos para quem está em formação como
professor.

Palavras-chave: Revista; Educação Básica; Publicações.

1
Vice-diretora e professora do CAP-UERJ. E-mail: claudiahbsonco@gmail.com

11
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA A EXPANSÃO DA PERSPECTIVA
CRÍTICA
Enayle Cristina dos Santos Silva1
CamilaCostaGigante2

O projeto intitulado “Clube de Leitura e a responsabilidade com o patrimônio


(i)material do Cap/UERJ” compreende no ato da leitura um caminho para as
construções de sentidos e compreensões de mundos a partir do contato com a
pluralidade literária. Nesse viés, mesmo com pouco tempo de atividade, o projeto
busca auxiliar o processo de alfabetização e despertar o interesse dos estudantes pela
leitura a fim de expandir sua perspectiva crítica sobre o mundo que os cerca. Em sua
obra “A importância do ato de ler”, Paulo Freire (1921-1997) diz que a leitura é
relevante para entendermos o sentido do mundo, de forma que possamos fazer
relações com o que vivenciamos. Dessa forma,o trabalho realizado tem como objetivo
a organização de seu acervo bibliográfico para continuar desenvolvendo o interesse
dos estudantes em narrativas que partem de diversos lugares do mundo. Isso porque
acreditamos que as manifestações étnico-culturais são de suma importância para
aproximar os estudantes e a comunidade escolar de outras experiências culturais e
sociais. Como formas de fazer sentido e troca de experiências entre os estudantes e
comunidade escolar, o Clube de Leitura Paula Saldanha investe no trabalho com o
repertório individual dos estudantes, discutidas a partir das histórias de leitores e
leituras. O enfoque metodológico por meio da diversidade de gêneros literários e
linguagens promove a constituição do Clube de Leitura como disciplina dos anos
iniciais do Ensino Fundamental desde 1982 (MENEZES, 2002), ocorrendo em uma
sala ambiente, por meio da produção textual e leituras diversas que enfoquem
produções de identificação (LACLAU; MOUFFE, 2015) dos estudantes. O processo
de alfabetização considera uma abordagem literária específica para cada ano de
escolaridade, o que torna necessária uma curadoria especializada que leve em
consideração a relação dos estudantes com o mundo em que estão inseridos. O projeto
busca articular a catalogação com estratégias metodológicas para auxiliar docentes no
processo de alfabetização do 1° ao 5° ano do ensino fundamental. Sendo assim, a
organização do acervo é pensada a partir de estratégias metodológicas que visam uma

1
Estudante de História da UERJ. E-mail: enaylecristina.uerj@gmail.com.
2
Professora Assistente do Instituto de Educação Cap/UERJ. E-mail: camilagiga@hotmail.com

12
maior circulação das obras disponíveis no Instituto de Aplicação Fernando
Rodrigues da Silveira, gerando, portanto, uma sistematização considerada produtiva.

Palavras-chave: Leitura; Acervo bibliográfico; Estágio Interno Complementar.

13
ATENDIMENTO DE DEMANDAS SOCIOEDUCATIVAS E FORMAÇÃO
CIDADÃ
Thamyres Celestino de Oliveira1
Maria Claudia de Oliveira Reis2

O tema desse trabalho tem como objetivo apresentar parte dos resultados das atividades
socioeducativas que vêm sendo realizadas pelo Projeto de Iniciação à Docência
Investindo no Sucesso Escolar em Ambientes de Educação Não Formal. A atividade do
projeto de ID acontece em rede de parceria com organizações comunitárias de Niterói,
atendendo grupos de crianças e adolescentes participantes dos projetos sociais Casa
Reviver (morro do Estado) e RecrerEAção (Viradouro). Com a supervisão da
coordenadora, o bolsista planeja, elabora e realiza oficinas e estudos diversificados a
fim de atender às demandas educativas de crianças das classes populares que enfrentam
baixo desempenho escolar. A concepção sócio-pedagógica da prática educativa do
projeto se baseia no conceito de educação não formal de Gohn (2010). A educação não
formal configura um campo de práticas educativas específicas, articuladas ao campo da
educação cidadã e tem como objetivo a formação para a cidadania. Esse modelo
educativo prima pela formação do pensamento crítico e da cidadania democrática e
constitui os princípios que norteiam o PNEDH (2007). No ano de 2022, as atividades do
projeto têm buscado suprir demandas de aprendizagens de leitura-escrita do público-
alvo, articulando com o estudo de diferentes conteúdos, tais como: geografia social
local, com trilhas pela comunidade e reconhecimento do seu entorno; exploração de
ideias criativas com as linguagens da música, da dança e a produção de letras de rap;
realização de palestras no Maio Laranja, como atividade de mobilização na campanha
nacional de combate ao abuso e à exploração sexual infantil.

Palavras-chave: Educação não formal; Leitura e escrita; Formação cidadã.

1
Estudante do curso de Licenciatura em Geografia da FFP-UERJ e ex-bolsista do Projeto de ID
Investindo no Sucesso Escolar em Ambientes de Educação Não Formal e ex-bolsista do Projeto de
Extensão Ações Educativas em Favelas Urbanas. thayoliveira007@gmail.com
2
Professora Adjunta do DEF do CAp-UERJ e coordenadora do Projeto de Extensão Ações Educativas em
Favelas Urbanas e do Projeto de ID Investindo no Sucesso Escolar em Ambientes de Educação Não
Formal.mcoliveirareis@gmail.com

14
AÇÕES EDUCATIVAS EM ESPAÇOS DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL

Laura Marinho1
Maria Claudia de Oliveira Reis2

Este trabalho tem o objetivo de apresentar parte das atividades realizadas pelo Projeto
de Extensão Ações Educativas Em Favelas Urbanas no ano de 2022. Essa ação
extensionista visa o atendimento de demandas socioeducativas de pessoas de territórios
populares urbanos e desenvolve ações formativas com educadores sociais interessados
no processo de escolarização das classes populares. O projeto é realizado em rede de
parcerias com atores comunitários, como as organizações sociais Casa Reviver (Morro
do Estado) e RecrerEAção (Viradouro), localizadas em Niterói. Atualmente, as ações
educativas do projeto atendem crianças e adolescentes participantes dessas duas
organizações parceiras, oferecendo oficinas de estudo diversificadas, com leitura e
produção de textos, jogos e desafios matemáticos e temáticas sociopolíticas, assim
como a realização de expedições culturais e ambientais, como visitas a museus, teatros,
cinemas, bibliotecas e trilhas em parques ecológicos. No primeiro semestre do ano, as
atividades com a nova bolsista foram voltadas para dinâmicas de integração, ampliação
do vocabulário e ortografia, jogos matemáticos, brincadeiras de rua (queimado),
alfabetização cartográfica, jogos matemáticos, uso do material dourado, visitação à
biblioteca do Sesc Niterói, ética de convivência com a produção de um “contrato de
boas maneiras” e o desenvolvimento da temática ''meu lugar no mundo'': realização de
rodas de conversas com o propósito de explorar as visões de mudo, os sonhos e as
expectativa de pré-adolescentes, buscando auxiliar nas escolhas e trajetórias de vida e a
elaboração de um “diário dos sonhos”.

Palavras-chave: Educação não formal, Ações educativas, Classes populares.

1
Estudante do curso de Pedagogia da FFP e bolsista do Projeto de Extensão Ações Educativas em Favelas
Urbanas (CAp). marinholaura21@gmail.com
2
Professora Adjunta do DEF-CAp e coordenadora do Projeto de Extensão Ações Educativas em Favelas
Urbanas e do Projeto de ID Investindo no Sucesso Escolar em Ambientes de Educação Não Formal.
mcoliveirareis@gmail.com

15
ALFABETIZAÇÃO CARTOGRÁFICA EM ESPAÇOS SOCIOEDUCATIVOS

Elias Inacia Rangel 1


Maria Claudia de Oliveira Reis2

Este trabalho visa divulgar parte das atividades que vêm sendo realizadas pelo Projeto
de Extensão Ações Educativas em Favelas Urbanas. O projeto oferece oportunidades
diversificadas de estudo, no modelo de educação não formal, em espaço não escolar,
voltadas para alfabetização e formação de sujeitos leitores e escritores e o
fortalecimento da cidadania das classes populares. O público-alvo das atividades é
formado por crianças, adolescentes e adultos alfabetizandos, que residem em favelas de
Niterói e são participantes dos projetos sociais Casa Reviver e RecrerEAção. Em 2022,
as ações educativas incluem oficinas de alfabetização cartográfica, visando o
desenvolvimento do pensamento socioespacial dos educandos, de modo que consigam
pensar e perceber o espaço em que vivem, tornando-se conscientes em relação ao lugar
social e a importância que ocupam no espaço geográfico. As atividades partem do
pensamento lógico-espacial para desenvolver a leitura crítica dos sujeitos, através de
propostas interativas que estimulem noções espaciais, auxiliem as percepções de mundo
e consigam desenvolver as noções de pontos, linha, área, lateralidade, orientação,
localização, referências, noção de espaço e tempo (RIBEIRO et al., 2001). Sob as
perspectivas Martinelli (1998) e Almeida (2001), o eixo de atuação pedagógica, política
e social se fundamenta na participação, valorização da cultura, vocações locais e de
memória, com a leitura e interpretação do espaço próximo através de símbolos que se
relacionem entre si.

Palavras-chave: educação não formal; alfabetização cartográfica; cidadania.

1
Estudante do curso de Licenciatura em Geografia da FFP e ex-bolsista do Projeto de Extensão Ações
Educativas em Favelas Urbanas (CAp). elias14rangel@gmail.com
2
Professora Adjunta do DEF-CAp e coordenadora do Projeto de Extensão Ações Educativas em Favelas
Urbanas e do Projeto de ID Investindo no Sucesso Escolar em Ambientes de Educação Não Formal.
mcoliveirareis@gmail.com

16
EFEITOS DO USO CRÔNICO DO ADOÇANTE NATURAL STEVIA SOBRE
OS CARDIOMIÓCITOS DE CAMUNDOGOS HIPERALIMENTADOS NA
LACTAÇÃO
Camily Vitória de Freitas Mariani Boareto
Anatalia Kutianski Gonzalez Vieira1

Estudos prévios demonstraram que a hiperalimentação na lactação induziu hipertrofia


cardíaca, hiperinsulinemia e hiperglicemia na vida adulta de camundongos swiss
(A.K.G Vieiraet al.2015). A Stevia é uma planta que contém componentes com
potencial de adoçar aproximadamente 200 a 300 vezes mais que a sacarose. Além disso,
a planta é rica em fitoesteróis, que podem desenvolver um importante papel na
profilaxia de doenças induzidas pela hipercolesterolemia (BEATA OLAS,2022).
Portanto, este estudo busca analisar em camundongos machos adultos da raça Swiss
hiperalimentados na lactação os efeitos da administração do adoçante Stevia na biologia
molecular dos seus cardiomiócitos. Para isto, foram formados grupos experimentais
com os animais (Controle Água, Controle Stevia, Obeso Água e Obeso Stevia). Aos 180
dias de vida dos animais, foi realizado o sacrifício e a coleta de tecido adiposo, fígado e
coração para a realização de análises bioquímicas. Em relação às técnicas, está sendo
utilizada a técnica de Western Blotting para estudar a via de sinalização da insulina nos
cardiomiócitos, bem como a PCR em tempo real para analisar a expressão gênica e a
técnica de estresse oxidativo para avaliar a peroxidação lipídica e atividade enzimática.
Até o presente momento, temos como resultados biométricos aumento do peso do
coração e da gordura retroperitoneal dos camundongos hiperalimentados em
comparação com o grupo controle, aumento na peroxidação lipídica no grupo obeso
água e uma redução no grupo obeso Stevia, colaborado com a hipótese de que o
adoçante Stevia tem um papel importante na restauração de alterações causadas pela
síndrome metabólica.

Palavras-chave: Hiperalimentação; Stevia Reubadiana; Cardiomiócitos.

1
UERJ/IBRAG/LFND - anatuerj@gmail.com

17
A FEIRA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DO CAP-UERJ CONECTANDO
CURRÍCULO À SNCT
Laurem Oliveira da Silva1
Joyce Costa2
Thais Cordeiro da Silva3
Elizandra Martins Silva4

O Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira - CAp-UERJ tem sua


participação na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia - SNCT marcada através do
evento Feira de Ciências e Tecnologia do CAP-UERJ, que caminha para sua 6a edição.
A cada ano buscamos uma participação mais ativa na temática proposta, realizando
eventos presenciais, ou remotos quando necessário. A ação contempla projetos
apresentados pelos estudantes da educação básica, palestras em mesas redondas e
oficinas didáticas. Em 2021, explorando a temática transversalidade da Ciência,
contamos com 52 trabalhos apresentados envolvendo os 17 objetivos de
desenvolvimento sustentável presentes na Agenda 2030 da ONU, todos na forma de
vídeo. Diante do tema proposto, Bicentenário da Independência do Brasil – 200 anos de
Ciência, Tecnologia e Inovação, estabelecemos o subtema "História da ciência, seus
desdobramentos e o porvir", permitindo a transversalidade com temas de trabalho de
diferentes grupos de pesquisa e extensão presentes na UERJ. Desde 2021, o projeto tem
se dedicado à organização de materiais de apoio para o desenvolvimento de projetos
discentes, através de playlists de vídeos e podcasts de conteúdos produzidos por fontes
confiáveis de informação sobre os temas trabalhados, tutoriais sobre ferramentas
digitais, vídeos lúdicos, para os anos iniciais do ensino fundamental, e dicas de leitura
sobre os temas. Neste trabalho, apresentamos o projeto de extensão universitária que
tem estruturado suas ações sobre o tripé – Ensino, Pesquisa e Extensão com a dedicação
de diferentes agentes, estabelecendo objetivos que convergem para uma proposta ao
modelo educacional CTSA- Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente.

Palavras-chave: Educação Científica; CTSA; Feiras de Ciências

1
Universidade do Estado do Rio de Janeiro – FFP. Bolsista de extensão laurenmalakian@gmail.com.
2
Universidade do Estado do Rio de Janeiro – FBEF. Bolsista EIC joyce.costajoy@gmail.com.
3
Centro Universitário Augusto Mota – UNISUAM. Bolsista Proatec cordeirothaisfiocruz@gmail.com.
4
Universidade do Estado do Rio de Janeiro – CAp-Uerj. elizandra.silva@uerj.

18
REDES SOCIAIS E O ENSINO DE QUÍMICA: UMA AVALIAÇÃO DOS
DISCENTES
Agns dos Santos Souza
Suellem Barbosa Cordeiro1

Dada a importância das redes sociais, o perfil de jovens nativos digitais e a falta de
motivação dos alunos em Química, este trabalho visa contribuir com a prática docente
no que tange o ensino e a aprendizagem na educação básica, através de uma avaliação
preliminar do papel e influência das redes sociais como o Facebook e o Instagram.
Bona e outros autores (2013) já haviam reforçado que o Facebook é uma rede social
que proporciona um processo dinâmico de ensino-aprendizagem do qual os estudantes
se sentem parte integrante, revelando-se mais autônomos e responsáveis pela
construção do conhecimento. Por sua vez, Porto e Gama Neto (2014) ressaltaram, que
“o professor precisa deixar de se considerar um “emissor do saber” e se tornar um
mediador do conhecimento”. Nesse sentido, estudantes de 4 turmas do ensino médio,
essencialmente da rede pública de ensino, responderam à pesquisa do tema, via google
forms, como parte de um projeto de Química de Iniciação Científica Júnior. Os
resultados apontaram o acesso frequente ao Instagram e TikTok, especialmente. Mas a
maioria não segue uma página específica sobre a Química. Entretanto, já se depararam
com postagens que permitiram relacionar o que é aprendido em sala de aula, na
disciplina. Os dados mostraram ainda que seus professores não utilizam, ou utilizam
com pouca frequência as redes sociais nos processos de ensino-aprendizagem com a
turma; quando ocorre, o YouTube é o recurso que aparece como uma ferramenta,
especialmente como um legado da pandemia. Foram unânimes quando afirmaram
positivamente se gostariam de ver mais relação do conteúdo apreendido, nas redes
sociais. Eles gostariam de ter mais chances de se aproximar da Química, através das
redes sociais de forma lúdica e gratuita. Apenas uma pequena parte dos respondentes
(15%) afirma ter pensado em postar seu cotidiano escolar nas redes sociais, atribuindo
protagonismo estudantil nesse processo. Mediante o exposto, as redes sociais se
mostram bem aceitas pelos discentes, como ferramenta de ensino, mas ainda são
pouco exploradas pelos professores e alunos.

Palavras-chave: Formação de professores; Recursos tecnológicos; Ensino de Química.

1
Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira. suellembarbosa@yahoo.com.br.

19
CONSTRUÇÃO DE EBOOK COMO PROPOSTA DIGITAL PARA O ENSINO
DE QUÍMICA
Barbara Cristina Lisboa Santos Pessanha
Suellem Barbosa Cordeiro1

No que diz respeito ao ensino de Química, o processo de ensino-aprendizagem tem


diversos obstáculos, um deles é o conteúdo que apresenta muitos termos científicos em
uma abordagem distante da realidade da maioria dos alunos, deixando nas mãos do
professor, grande parte da decodificação, para o desenvolvimento do estudante. O outro,
é a fragmentação do conhecimento, proporcionado por meio de disciplinas isoladas e
descontextualizadas, que não contemplam a integração do conteúdo das disciplinas do
ciclo básico. É provavelmente, a causa da falta de interesse dos estudantes pela
disciplina, o que leva a dificuldade na aprendizagem. Rocha e Lucas (2015), ressaltam
que [...] embora o conhecimento e o uso de recursos tecnológicos sejam considerados de
extrema importância, deve-se atentar para o fato que eles devem servir de apoio aos
processos de ensino e de aprendizagem e, sobretudo, facilitar o diálogo entre
professores e estudantes, não devendo ser confundido como um antídoto para falta de
interesse nas salas de aula. Nesse sentido, foi elaborado um material didático, dinâmico,
lúdico e interativo, pensando em auxiliar o estudante a conduzir seu processo de
aprendizagem e permitir uma visão geral e contextualizada, para aplicação dos
conceitos quando for desejado. De posse deste material, os professores têm o papel de
colaborador, guiando seus alunos, elaborando atividades e construindo mais facilmente
seu planejamento. Já o que concerne aos alunos, eles terão em mãos, um material
organizado, que evidencia as relações entre os conteúdos, contém vídeos explicativos,
resolução de exercícios e jogos para motivação e fixação. Esse conjunto pode ser
consultado em qualquer momento do curso, permitindo autonomia discente e até
revisões futuras. O conhecimento de um dado assunto, segundo Vygotsky, é
consolidado, a partir das experiências individuais e coletivas do aluno. Esse processo
depende da compreensão, da retenção, da prática e, possivelmente, da disseminação do
conteúdo, por parte do estudante. Assim, a criação de um material colorido, contendo
recursos tecnológicos como QR Code, vídeos em plataformas de streaming e
experiências químicas, é bastante promissor, visto que ressalta a atração pela questão
visual, se assemelhando ao que acontece com comidas e objetos mais desejados. Além
disso, o E-book compilou assuntos e conteúdos principais, dentro das habilidades e
competências da disciplina e os detalhes da produção/estrutura serão avaliados e
reportados ao término da avaliação, que se encontra em andamento, de modo a melhorar
o processo de ensino e aprendizagem do estudante e contribuir com a formação docente,
apresentando novas possibilidades com a utilização do recurso pedagógico.
Palavras-chave: Formação de professores; Recursos tecnológicos; Ensino de Química.

1
Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira. suellembarbosa@yahoo.com.br.

20
UM RELATO SOBRE EXPERIÊNCIAS NA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA:
DESAFIOS E PERCEPÇÕES SOBRE O TEMA CULTURA E IDENTIDADE
Nadine Tutunji1
Thaiana Rodrigues2
Walace Ferreira3

O presente trabalho é fruto de vivências alcançadas durante a realização do Programa de


Residência Pedagógica de Sociologia, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ), edital 2020-2022, no Colégio Estadual Professor Ernesto Faria (CEPEF),
localizado no bairro São Cristóvão, na cidade do Rio de Janeiro. Trata-se mais
especificamente de uma experiência ocorrida entre julho e outubro de 2021, em aulas no
primeiro ano do Ensino Médio sobre o tema “Cultura e Identidade”, através da
plataforma do Google Classroom e Google Meet. As atividades foram desenvolvidas
através da elaboração de um plano de curso sobre Cultura e Identidade, baseando-se na
pedagogia crítica de Paulo Freire e contemplando competências e habilidades da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC). O objetivo do plano de curso foi sensibilizar os
educandos sobre o processo colonizatório brasileiro através das teorias antropológicas,
com a introdução aos conceitos de Etnocentrismo e Relativismo Cultural, atentando-se
para a preservação da cultura brasileira. A escolha de associar o tema de diversidade aos
conceitos, teorias e fatos culturais afro-brasileiros e indígenas se justifica pela cobrança
expressiva desse conteúdo no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Ao final da
experiência foi observado um crescente engajamento da turma nas críticas às práticas
evolucionistas, e por consequência, às práticas racistas e etnocêntricas presentes no
cotidiano brasileiro.

Palavras-chave: Cultura; Identidade; ENEM.

1
Graduanda em bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais pelo Instituto de Ciências Sociais (ICS)
da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e ex-bolsista do subprojeto de Sociologia do
Programa de Residência Pedagógica da UERJ (2020-2022). E-mail:nadinetvu@gmail.com
2
Mestra pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro e Professora da SEEDUC/RJ e da Escola SESI/FIRJAN Duque de Caxias. Ex-preceptora do
subprojeto de Sociologia do Programa de Residência Pedagógica da UERJ (2020-2022). E-mail:
thaiana.docente@gmail.com
3
Professor de Sociologia do CAp-UERJ, e ex-orientador do subprojeto de Sociologia do Programa de
Residência Pedagógica da UERJ (2020-2022). E-mail: walaceuerj@yahoo.com.br

21
A SOCIOLOGIA NO ENEM SEGUNDO ESTUDANTES DO CAP-UERJ
Bernardo Ribeiro Bispo1
Rodrigo Maciel Vidal2
Walace Ferreira3

O objetivo inicial da pesquisa “A Sociologia no ENEM”, entre 2018 e 2020, foi


analisar a presença da Sociologia no ENEM, considerando as provas de Ciências
Humanas e as Redações desde 2009. Já a segunda etapa, realizada no biênio 2020-
2022, e que se encontra na reta final, pretendeu investigar a percepção dos estudantes
do Ensino Médio do CAp-UERJ acerca das seguintes questões: 1) a importância do
ENEM durante seus estudos; 2) a visão que possuem sobre a contribuição da
Sociologia para o Exame; 3) de que maneira o entendimento sobre os direitos humanos
é compreendido por estes estudantes. Através dos dados coletados com a aplicação de
um formulário eletrônico do google em turmas do segundo e do terceiro ano do Ensino
Médio, no ano de 2021, obtendo-se 36 respostas, alcançamos algumas valiosas
conclusões. Dentre elas, observamos que o ENEM está no radar da maioria dos
discentes, embora vejam a formação escolar com importância bem maior que esta
função. Percepção parecida aparece nas respostas sobre a importância da Sociologia
para o ENEM, quando a percepção da disciplina é a de que ela auxilia bastante na
preparação para o exame, entretanto, não se limita a esta utilidade. O principal
propósito do ENEM, segundo 63% dos respondentes, é ingressar numa universidade
pública, o que é recorrentemente abordado no CAp-UERJ, importante instituição
pública de ensino. As três temáticas sociológicas que os estudantes consideram mais
importantes em sua preparação para o ENEM são: Direitos Humanos; Poder, política e
Estado; Desigualdade Social. A maior parte dos respondentes acredita que a Sociologia
contribui fortemente para a realização de uma boa redação, já que fornece conceitos
que podem ser mencionados na prova, além de estimular os discentes a desenvolver
visões de mundo embasadas teoricamente. Vale a pena mencionar, também, como a
pandemia afetou os estudantes em sua preparação para o ENEM em 2021. As
principais dificuldade relatadas foram a adaptação ao modelo remoto e a redução dos
conteúdos, dificuldades emocionais e/ou financeiras e a falta de um ambiente
adequado de estudo. Por fim, a defesa dos direitos humanos no ENEM é valorizada
pelos respondentes da pesquisa, de modo que a maioria assinalou entender por direitos
humanos a defesa da pluralidade étnica, de gênero e religiosa, bem como o respeito à
democracia e à defesa dos direitos fundamentais da Constituição de 1988.
Palavras-chave: Ensino de Sociologia; ENEM; Direitos Humanos.

1
Bolsista CNPq do projeto de ICJr “A Sociologia no ENEM”.
2
Estagiário voluntário do projeto ICJr “A Sociologia no ENEM”.
3
Professor de Sociologia do CAp-UERJ e orientador do projeto ICJr “A Sociologia no ENEM”. E-mail:
walaceuerj@yahoo.com.br

22
UMA ANÁLISE SOBRE A III SEMANA DE FORMAÇÃO EM CIÊNCIAS
HUMANAS E FILOSOFIA DO CAP-UERJ
Walace Ferreira1
Guilherme Nogueira de Souza2
Helena Maria Marques Araújo3
Vladimir Moreira Lima Ribeiro4
Juliana Dias Lima5

Entre 26 e 28 de julho de 2022, o Departamento de Ciências Humanas e Filosofia do


Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (DCHF/CAp-UERJ) realizou sua
III Semana de Formação, evento que surgiu em 2019 tendo como público-alvo docentes
da educação básica e do ensino superior e, principalmente, licenciandos dos cursos de
Humanidades da UERJ. Nossa compreensão é que as primeiras décadas do século XXI
são marcadas pelos impactos da globalização do capitalismo financeiro, dos desmandos
governamentais, de ataque aos movimentos sociais, da redução da Educação à sua
dimensão econômica e de ofensiva ao ensino de Ciências Humanas e Filosofia, situação
agravada pela pandemia da COVID-19. Tendo em vista este cenário, a Semana de
Formação procurou, nesta edição, cujo título foi “A formação de professores no
contexto da pandemia: desafios e possibilidades”, refletir sobre as transformações na
formação docente advindas das demandas neoliberais e desta urgência sanitária, assim
como a maneira como estudantes da educação básica e das licenciaturas se veem frente
à atual conjuntura. Os princípios educativos do neoliberalismo vêm se difundindo na
forma de dogmas revestidos como “evolução natural” da vida moderna. Ao mesmo
tempo em que se cultua o protagonismo do “indivíduo”, percebemos hostilidades e
agressões ao pensamento social crítico e às ciências em geral, em prol de uma apologia
da ignorância e do negacionismo, além do forte apelo a um anti-intelectualismo
constatado na sedução de professores/as e jovens estudantes por discursos fascistas. Em
contrapartida, deparamo-nos com dinâmicas sociais que buscam e escolhem modos
distintos de lidar com a realidade. São novas formas de solidariedade, novos paradigmas
educacionais, outras experiências pedagógicas e concepções históricas, visões políticas
alinhadas a uma perspectiva crítica e progressista. Nesse sentido, além das conferências
de abertura e de encerramento, a III Semana do DCHF desenvolveu onze atividades,
quase sempre em perspectiva interdisciplinar, dentre mesas redondas, oficinas, palestras
e rodas de conversa. Os temas envolveram a reforma do ensino médio e o lugar das
Humanidades nesse processo, o ensino decolonial, pesquisas sobre a ditadura militar, a
pedagogia dos grafittes, a formação docente no século XXI, experiências LGBTQIAP
na escola, dentre outros.
Palavras-chave: III Semana do DCHF; Formação Docente; Ciências Humanas e
Filosofia.

1
Professor de Sociologia do CAp-UERJ. E-mail: walaceuerj@yahoo.com.br
2
Professor de Sociologia do CAp-UERJ. E-mail: guilherme.nogueira.souza@hotmail.com
3
Professora de História do CAp-UERJ. E-mail: hmaraujo.maosaobra@gmail.com
4
Professor de Filosofia do CAp-UERJ. E-mail: vladub77@gmail.com
5
Estudante de Licenciatura em Ciências Sociais da UERJ. E-mail: juuliana_dl@hotmail.com

23
JOVEM, QUAL SUA IMPORTÂNCIA NA SOCIEDADE? UMA PERSPECTIVA
A PARTIR DO PROJETO SOCIOLOGIA, JUVENTUDE E CIDADANIA
Juliana Dias Lima1
Rosiane Oliveira de Figueiredo2
Jeanne Tavares de Oliveira3
Walace Ferreira4
O projeto de extensão “Sociologia, Juventude e Cidadania”, inscrito na Universidade
do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) desde fins de 2017, propõe a execução de
atividades (palestras, oficinas e rodas de conversa) com estudantes da rede estadual
pública do Rio de Janeiro, objetivando reflexões, questionamentos e a construção de
novos saberes a partir da articulação entre universidade e sociedade. Com a chegada da
pandemia da COVID-19, o projeto passou por uma reconfiguração, mas seu intuito
permaneceu o mesmo: alcançar jovens do ensino médio buscando apresentá-los
temáticas pertinentes ao cotidiano e a sua relevante importância no contexto de
transformações sociais. As atividades migraram para o ambiente virtual a partir de
março de 2020, dando origem ao Instagram @sociologiajovem, o qual buscou
desenvolver postagens de temáticas críticas, reflexivas e informativas, mantendo como
público-alvo principal os estudantes do ensino básico, mas ampliando também para
licenciandos em Ciências Sociais, estudantes de pré-vestibulares e professores de
sociologia. Ademais, foi possível a realização de parcerias e, consequentemente,
atividades no âmbito online. Entre 2020 e 2021 foram realizadas 3 ações em 2 escolas
distintas, assim como 4 lives entre Instagram e YouTube. Enquanto presencial, o
projeto contou com 31 atividades realizadas em 18 escolas distintas da rede estadual,
entre 2018 e 2019, distribuídas em 6 áreas temáticas: 1) Contra todas as formas de
discriminação; 2) Combate às Fake News; 3) A importância do meio ambiente e da
reciclagem; 4) Cidadania, Política e Direitos Humanos; 5) Gênero, Indústria cultural e
Violência doméstica e 6) O sistema de cotas da UERJ e a perspectiva de mobilidade de
jovens de origem popular. Com a flexibilização às medidas restritivas contra a
pandemia do Coronavírus e com o retorno das atividades educacionais de maneira
presencial nas escolas do Rio de Janeiro, o projeto visa a reintegração no ambiente
escolar retomando o diálogo e sua contribuição na formação da cidadania entre os
jovens através da conscientização dos estudantes promovendo o senso crítico e a
responsabilidade social que refletirá em uma sociedade mais igualitária.
Palavras-chave: Universidade; Sociedade; Transformações sociais.

1
Graduanda do Curso de Licenciatura em Ciências Sociais da Universidade Estadual do Rio de Janeiro
(UERJ). E-mail: juuliana_dl@hotmail.com
2
Graduanda do Curso de Licenciatura em Ciências Sociais da Universidade Estadual do Rio de Janeiro
(UERJ). E-mail: rosifig@gmail.com
3
Graduanda do Curso de Licenciatura em Ciências Sociais da Universidade Estadual do Rio de Janeiro
(UERJ). E-mail: jeannetvuerj@gmail.com
4
Professor de Sociologia do CAp-UERJ e coordenador do projeto de extensão: “Sociologia, Juventude e
Cidadania”. E-mail: walaceuerj@yahoo.com.br

24
O SUBPROJETO DE SOCIOLOGIA NA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA DA
UERJ (2020-2022): OBSERVANDO ALGUMAS EXPERIÊNCIAS
Ingrid Nunes da Silva1
Ricardo Jouan Alé2
Walace Ferreira3

Entre os anos de 2020 e 2022, realizou-se o Programa de Residência Pedagógica de


Sociologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o primeiro a
contemplar o curso de Ciências Sociais da universidade, financiado pela Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O objetivo desta
proposta, em formato de relato de experiência, é contemplar a vivência plena de alguns
integrantes do projeto que, ao longo de dezoito meses, divididos em três módulos,
puderam desenvolver na prática as concepções teóricas que no ambiente acadêmico
somente são debatidas em sala de aula. Tais ações envolveram, por exemplo, oficinas
temáticas, elaboração de planos de aulas, atividades de leitura e produção de textos
embasados nos documentos oficiais de educação, tais como a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) e o Currículo Mínimo de Sociologia do Estado do Rio de Janeiro.
Ademais, houve investimento no estudo de autores tidos como referências na área,
bem como a iniciativa de apresentar aos estudantes os métodos de pesquisa
quantitativa e qualitativa das Ciências Sociais. O programa teve como intuito
aperfeiçoar os empreendimentos didático-pedagógicos desenvolvidos pelas equipes nas
escolas-campo, a saber, Colégio Estadual Professor Ernesto Faria (situado na
Mangueira) e Colégio Estadual Antônio Prado Júnior (situado na Praça da Bandeira).
Tal movimento é, inclusive, um dos principais objetivos do programa: alinhar a teoria
com a prática docente, estimulando os/as licenciandos/as na carreira professoral e
fortificando a relação entre pesquisa e docência. Porém, como o projeto se deu quase
que inteiramente no contexto pandêmico, é importante ressaltar que as experiências
relatadas estão dentro dos parâmetros possíveis que envolveram o contexto do Ensino
à Distância, com o acompanhamento das aulas de modo síncrono e assíncrono e a
participação dos bolsistas em eventos acadêmicos online. Nosso trabalho, por fim,
envolve as últimas ações que puderam ser contempladas de modo presencial nos
últimos três meses do programa, destacando-se a possibilidade de todos/as os/as
participantes elaborarem e aplicarem suas aulas em suas respectivas turmas, em
comum acordo com as professoras preceptoras e com o orientador do subprojeto.
Palavras-chave: Currículo; Métodos de pesquisa; Residência pedagógica.

1
Licencianda em Ciências Sociais da UERJ. E-mail: ingridsiilva018@gmail.com
2
Licenciando em Ciências Sociais da UERJ. E-mail: ricardojale15@gmail.com
3
Professor de Sociologia do CAp-UERJ. E-mail: walaceuerj@yahoo.com.br

25
OS IMPACTOS DA REFORMA DO ENSINO MÉDIO SEGUNDO OS
PROFESSORES DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS SOCIAIS DO CAP-UERJ
Alexia Rachid Drumond Benitez1
Stella de Sousa Martins2
Glaucio Gomes de Siqueira Barros3
Walace Ferreira4

Este trabalho apresenta resultados parciais de duas pesquisas desenvolvidas na


Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), as quais relacionam a Sociologia e o
Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), sendo eles: Projeto PIBIC “A Sociologia
no ENEM e a visão dos licenciandos em Ciências Sociais da UERJ” e Projeto de IC
FAPERJ “A Sociologia, o ENEM e a Licenciatura em Ciências Sociais da UERJ”. As
análises resultam das entrevistas com os cinco professores do Instituto de Aplicação
Fernando Rodrigues da Silveira (CAp-UERJ), correspondendo ao vínculo que possuem
com a licenciatura em Ciências Sociais da UERJ. A metodologia utilizada foi em
formato de entrevista qualitativa aberta, de modo que apresentamos neste trabalho a
maneira como os professores formadores têm acompanhado a implementação do Novo
Ensino Médio e a reformulação dos currículos segundo à Base Nacional Comum
Curricular (BNCC). Buscou-se compreender, a partir da perspectiva dos entrevistados,
qual o lugar da Sociologia nesta reforma e os possíveis impactos na formação dos
futuros docentes de Sociologia. A partir das entrevistas com os cinco professores, todos
disseram estar atentos à reforma do Ensino Médio, entretanto, sinalizaram que ainda não
houve discussões institucionais sobre a implementação do Novo Ensino Médio no CAp-
UERJ. Além disso, todos demonstraram uma descrença na permanência do Novo
Ensino Médio da forma como foi aprovado em 2017, e aplicado na rede estadual do Rio
de Janeiro a partir de 2022, e esperam que no ano de 2023 as discussões sobre o tema
sejam retomadas e possíveis mudanças ocorram. Outro aspecto importante presente na
fala docente é o possível desinteresse dos discentes da licenciatura em Ciências Sociais
depois da aprovação da reforma, tendo em vista a redução da carga horária da

1
Graduanda em bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais no Instituto de Ciências Sociais (ICS) da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). E-mail: alexiarachid06@gmail.com
2
Graduanda em bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais no Instituto de Ciências Sociais (ICS) da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). E-mail: ssmartins2210@gmail.com
3
Graduando em bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais no Instituto de Ciências Sociais (ICS) da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). E-mail: barrosglaucio@outlook.com
4
Professor de Sociologia do CAp-UERJ. E-mail: walaceuerj@yahoo.com.br

26
Sociologia no currículo do Ensino Médio e a possível redução do mercado de trabalho
para os futuros docentes. Neste sentido, a temática trabalhada pelas pesquisas se mostra
de suma importância para compreender os impactos da reforma na perspectiva dos
docentes formadores de Sociologia do CAp-UERJ, como ela tem sido aplicada e de que
forma esta vem sendo acompanhada pelos mesmos.

Palavras-chave: Reforma do Ensino Médio; Docentes de Sociologia do CAp-UERJ;


Formação Docente.

27
PRODUTOS EDUCACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA E FORMAÇÃO
DOCENTE: DESENVOLVIMENTO, MOSTRA, DIVULGAÇÃO E APLICAÇÃO
Tayan Sequeira Valerio
Maria Beatriz Dias da Silva Maia Porto1

Produtos Educacionais são objetos de aprendizagem utilizados nas Instituições de


Ensino de Educação Básica e de Ensino Superior. No que diz respeito aos Programas
Profissionais da Área de Ensino, os Produtos Educacionais estão fortemente
presentes. O estudante de um curso de Mestrado Profissional da área de Ensino, para
obter o título de Mestre, deverá, obrigatoriamente, desenvolver, além da dissertação,
um Produto Educacional ou protótipo de Produto Educacional, voltado para a
Educação Básica, que tenha sido aplicado, antes de ser submetido à Banca
Examinadora. A expectativa é que os Produtos Educacionais tenham a maior
qualidade possível, de acordo com critérios como impacto, complexidade,
replicabilidade e inovação, todos estabelecidos pela Capes. O projeto ora
apresentado, composto por docentes, egressos e discentes do Programa de Pós-
graduação de Ensino em Educação Básica, PPGEB – Uerj, do Programa Pós-
graduação em Ensino na Educação Básica, PPGEEB – Cepae –UFG, alguns
colaboradores externos e um discente do curso de licenciatura em Física, todos
atuantes na área de Ensino, tem como um dos objetivos a oferta de oficinas virtuais,
todas voltadas para a formação inicial e continuada de professores, sobretudo, alunos
e egressos do PPGEB e do PPGEEB, com vistas à elaboração de Produtos
Educacionais cada vez mais satisfatórios. Outro objetivo do Projeto é a organização
de “Mesas Virtuais de Produtos Educacionais”, inseridas na “Mostra Virtual de
Produtos Educacionais”, de periodicidade anual, onde os autores dos Produtos
exibem, divulgam e mostram a aplicabilidade dos seus trabalhos. Com a expectativa
de que as Oficinas e os Produtos Educacionais desenvolvidos atinjam o maior
número possível de professores, futuros professores e demais interessados, o
Projeto conta com o apoio técnico de um bolsista que utiliza o StreamYard e faz as
transmissões das lives e das Oficinas pelo YouTube, além de participar e colaborar na
organização dos eventos relacionados. Os resultados do Projeto têm se revelado
bastante satisfatórios, pois os eventos têm atingido números cada vez maiores de

1
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail para contato:mbeatrizdsmp@gmail.com

28
usuários, como pode ser constado nas diversas lives disponíveis em:
https://www.youtube.com/channel/UC9Vepfmv8HAKYmmiNYeQQHg.
Para o ano de 2022, ainda acontecerão quatro Mesas Virtuais de Produtos e três
Oficinas pedagógicas.

Palavras-chave: Produto Educacional; formação de Professores; Mesa Virtual.

29
CIRCULARIDADES NA ESCOLA: RODAS DE CONVERSA EM SEUS
PROCESSOS DE FORMAÇÃO/EXTENSÃO
Brena Carvalho Ferreira
Beatriz Morettes Rodrigues
Millena Carvalho de Sant'Ana Pimentel
Priscilla da Silva Figueiredo1
Thamara da Silva Figueiredo2

A criação cotidiana expressa nos currículos e nas didáticas é uma máxima proposta
por Inês Barbosa de Oliveira (2012) que nos faz pensar na escola como lugar de
produção de conhecimento. A pandemia causada pela COVID-19 gerou em nós
mudanças profundas nas formas de ser/fazer/pensar das nossas práticas pedagógicas.
A presente Roda de Conversa tem como objetivo narrar os processos formativos
docentes e discentes desenvolvidos no âmbito do projeto de extensão “Circularidades
na escola pública: significando culturas no cotidiano escolar” do Instituto de
Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (CAp-UERJ), do Colégio Pedro II (CPII) e das Escolas da Rede Municipal da
Cidade do Rio de Janeiro (SME-Rio) com o foco nas ações desenvolvidas no
circularidades em roda. Enquanto projeto coletivo, entendemos currículo/didática
como produção cultural e, por isso, buscamos evidenciar lutas sociais e políticas pela
reafirmação das diferenças na sociedade que ocorrem dentro do campo pedagógico.
Atuamos através de propostas que possibilitem a produção discursiva dessas
demandas, entre elas, criação de oficinas, apresentação de estudos, leituras coletivas,
ciclos de debates e rodas de conversa. Apostando em um desenvolvimento
colaborativo, o intuito deste projeto é produzir conhecimentos acerca dos processos
de ensino-aprendizagem-ensino, pautando-os em uma significação cultural,
entendendo a cultura em constante desenvolvimento e apostando na formação
humana integral. Dessa forma, propomos os seguintes temas de rodas: Roda de
Conversa Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva: que ações estão
acontecendo no contexto da pandemia; Roda de conversa entre docentes: como
estamos e o que pensamos para o futuro; Roda de Conversa Circularidades na escola:
significando infâncias no cotidiano escolar; Roda de conversa Circularidades na

1
Professora do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp-UERJ).
profpriscillafigueiredo@gmail.com
2
Professora do Colégio Pedro II.

30
escola e a formação docente hoje; Roda de Leitura Pedagogia da autonomia de Paulo
Freire. Esse projeto se apresenta como importante possibilidade de diálogo e debate
sobre temas muito caros e atuais da educação brasileira. As questões referentes às
diferenças culturais suscitam um debate que tem interessado diferentes setores da
sociedade, em diferentes momentos políticos, sob diferentes olhares e perspectivas
teórico-políticas. Dessa forma, a relação sociedade e a escola têm sido instigante nas
articulações entre políticas de igualdade com políticas de identidades pensando à
formação docente e discente. Metodologicamente operamos com a ideia de conversa
como gesto pedagógico, baseados em Skliar (2018, p. 12). Assim, estamos apostando
nas rodas de conversa, que ao longo dos anos de 2020 e 2021 ganharam formato
virtual, como potência do trabalho pedagógico presente na relação escola-
universidade. Por fim, reafirmamos a ideia de uma escola que passa a ser
compreendida como produtora de conhecimentos que narrados coletivamente vão
adiando, um pouco, o fim do mundo e trazendo esperança em tempos sombrios
(KRENAK, 2019). Docentes e discentes em rodas de conversa de forma horizontal,
dialógica, sensível e política tem sido uma ação constante do Circularidades na
Escola.

Palavras-chave: Circularidades; Extensão; Formação docente.

31
ESPAÇO INDUSTRIAL E O ATIVISMO SINDICAL NA OBRA FÍLMICA ELES
NÃO USAM BLACK TIE
Samara Silva dos Santos1
Lohany Aparecida Dias Monteiro2
Fábio Tadeu de Macedo Santana3
O trabalho tem origem a partir do projeto de pesquisa “A produção audiovisual no
ensino básico: a linguagem imagética como recurso para educação geográfica" e contou
com participantes do Grupo de Pesquisa em Educação Geográfica (GPEG) nas
dependências do Laboratório de Ensino de Geografia (LEGEO). A pesquisa tem como
objetivo o uso do audiovisual visando melhor entendimento da ciência geográfica, não
somente como instrumento didático, mas aliado à prática docente. Em face disso,
propõe-se: a formação dos alunos a um olhar mais crítico sobre a realidade do espaço
industrial brasileiro e sobre o mundo do trabalho; no uso da linguagem imagética no
ensino de Geografia; baseado no uso do audiovisual na estruturação de material didático
e paradidático como referencial; além da produção de material acadêmico auxiliar a
formação continuada de professores contribuindo de forma experimental as teorias
acerca do uso da linguagem imagética no processo de aprendizagem ensino espacial.
Com a finalidade de desenvolver um material didático acessível e de fácil entendimento
para educandos do Ensino Fundamental e Médio do CAp-UERJ, utilizamos como
metodologia uma análise sistêmica individual e coletiva do filme. Posteriormente,
foram elaborados escritas individuais e a construção de um texto cooperativo, que neste
contexto, foi fundado a partir das discussões oriundas do estudo do filme “Eles Não
Usam Black-tie” como: Greves do ABC Paulista, Era Sindical, Legislação Trabalhista,
Regime Ditatorial, Industrialização, Desindustrialização, Economias de Aglomeração e
Deseconomias de Aglomeração. Temos como resultado do projeto um recurso didático
escrito coletivamente pelos estudantes de graduação e ensino básico, possibilitando o
aperfeiçoamento do ensino-aprendizagem geográfico e dos fenômenos socioespaciais,
devido ao aprofundamento das temáticas e problemáticas sobre elementos centrais ao
aparato audiovisual.

Palavras-chave: Geografia; Audiovisual; Recurso Didático.

1
Universidade do Estado do Rio De Janeiro. samara75684046@gmail.com.
2
Universidade do Estado do Rio De Janeiro. lo.hanyborgess@gmail.com.
3
Instituto de Aplicação Fernandes Rodrigues da Silveira. professorfabiotadeu@gmail.com.

32
O FILME EU, DANIEL BLAKE COMO RECURSO DIDÁTICO
Nicolas Matheus Raimundo Pessoa
Luca Seabra Marins de Mendonça
Zeca Borges de Macedo Santana
Fábio Tadeu Santana1

O projeto utiliza as possibilidades de uso da linguagem imagética como recurso para


educação geográfica. Para a iniciação do projeto, analisamos o filme Eu, Daniel
Blake, situado na Inglaterra entre os anos de 2015 e 2016. Vemos no longa
metragem, um idoso, que após uma parada cárdica, é impedido de trabalhar e então,
busca pelo auxílio financeiro dado pelo governo. Daniel encontra Katie em uma de
suas idas aos departamentos governamentais, e os dois se encontram em uma situação
similar. Durante todo o longa vemos as dificuldades de Katie e Daniel para conseguir
ajuda nesse sistema que só os dificulta a vida. Após assistirmos ao filme duas vezes,
uma reunião foi feita para discutir os temas que rodeiam o filme. cada integrante
pegou uma temática para elaborar um texto, fazendo sua conexão com o filme. Os
temas debatidos foram: O Estado de Bem-estar Social, Tatcherismo, A dificuldade de
idosos no mundo tecnológico, O desemprego e a prostituição, Ativismo x
Vandalismo, Relações trabalhistas no século XXI, e Necropolítica. Realizamos outras
6 reuniões no total, onde comentamos e discutimos a produção textual dos
participantes. Ao final de tudo, obtivemos um único texto falando como o filme Eu,
Daniel Blake, pode ser usado como recurso didático dentro de sala de aula.

Palavras-chave: Linguagem imagética; Educação geográfica; Recurso didático.

1
CAp UERJ. Email: professorfabiotadeu@gmail.com

33
O FILME VOCÊ NÃO ESTAVA AQUI COMO RECURSO DIDÁTICO
Carolina Prates Behring
Fabio Tadeu de Macedo Santana1

Em virtude do principal propósito do projeto orientado pelos professores Fabio Tadeu


Santana e Rejane C. A. Rodrigues, o trabalho tem o objetivo de investigar as
possibilidades de uso da linguagem imagética para a educação geográfica. Dentre outros
filmes trabalhados, foi selecionado o “Você não estava aqui”, dirigido pelo britânico
Ken Loach. O longa metragem retrata em um contexto pós crise financeira de 2008,
uma família inglesa, na qual Ricky Turner e seus familiares lutam para conseguir se
manter e pagar as contas. Sobre pressão, Ricky aceita um trabalho em que é oferecido
apenas benefícios, mas essa escolha vai afetar ele e sua família de maneiras
inimagináveis. Após assistir e analisar o filme, foram organizadas reuniões para discutir
as temáticas apresentadas na obra, e os aspectos geográficos presentes em cada situação
que os personagens se encontravam. Assim, cada aluno escolheu um dos temas
observados no filme para fazer pesquisa. A partir disso, organizamos um roteiro
contendo todos os aspectos geográficos analisados ao longo da obra, alguns como: a
uberização no mundo do trabalho, a desumanização do trabalhador dentro do sistema
capitalista, a dificuldade na inserção de jovens no mercado de trabalho, a negligência
estatal em torno da população economicamente inativa, o neoliberalismo e os impactos
psicológicos que ele pode causar na vida dos trabalhadores e suas famílias. Em
conclusão, o recurso audiovisual é um importante recurso didático na vida acadêmica
dos alunos e professores. Dessa forma, estudar as temáticas no contexto de um
documentário ou um filme, como o “Você não estava aqui”, tornam aprendizado dos
alunos muito mais rico e interessante.

Palavras-chave: Linguagem imagética; Educação geográfica; Recurso audiovisual.

1
CAp UERJ. Email: professorfabiotadeu@gmail.com

34
A GRAVIDEZ TARDIA NO ANO DE 2020 NO BRASIL
Thamiris dos Santos de Sousa
Izadora Gonçalves Rodrigues
Denise Leite Maia Monteiro1

A gestação tardia ou com idade materna avançada é definida como aquela em que a
mãe apresenta idade >34 anos e há maior risco de complicações na gravidez. Com
isso objetiva-se avaliar nas mães com ≥ 35 anos, a raça, a duração da gestação, o
número de consultas pré-natais, o tipo de parto e o peso do recém-nato ao nascer. O
estudo foi realizado por busca de informações no Sistema de Informação sobre
Nascidos Vivos (SINASC) do Departamento de Informática do Sistema Único de
Saúde (DATASUS). A população estudada foi constituída por mulheres com idade ≥
35 anos que tiveram filhos no ano de 2020 no Brasil. Foram excluídas as informações
dos registros com idade gestacional < 22 semanas por se tratar de aborto e os casos
com idade gestacional ignorada. Aponta-se como resultados: a raça negra foi a mais
prevalente com 54,5% (236.870) das mães, seguida pela branca com 44,3%
(192.449), a indígena com 0,6% (2.738) e a amarela com 0,6% (2.643). A
prematuridade representada pela idade gestacional entre 22-36 semanas foi de 13,9%
(61.874), os partos a termo (entre 37-41 semanas) ocorreram em 84,8% (378.583) e
os partos pós-termo (≥ 42 semanas) foram 1,3% (5.859). Verificou-se que 1,3%
(5.740) não fizeram pré-natal, 20,7% (91.851) entre 1 e 6 consultas e 78% (346.690)
compareceram a 7 ou mais consultas pré-natais. O parto cesáreo foi o predominante,
representando 70,6% (315.256) e o parto vaginal ocorreu em 29,4% (131.094). O
peso do recém-nato ao nascer foi <2.500g em 10,3% (46.496), entre 2.500-3.999g foi
83,6% (377.461) e ≥4.000g em 6% (27.284). Conclui-se que, na gravidez tardia, a
raça negra foi a mais prevalente, a prematuridade foi elevada, quase 80% fizeram pré-
natal com número de consultas adequado, o parto cesáreo predominou e o baixo peso
do recém-nascido ocorreu em 10,3%.

Palavras-chave: Prematuridade; Idade Materna; Pré-Natal; Baixo Peso ao Nascer.

1
Professora Titular da Disciplina de Obstetrícia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail:
denimonteiro2@yahoo.com.br.

35
A ASSOCIAÇÃO DA PREMATURIDADE E BAIXO PESO AO NASCER COM
A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA ENTRE 2016 E 2020 NO BRASIL
Izadora Gonçalves Rodrigues
Thamiris dos Santos de Sousa
Denise Leite Maia Monteiro1

A maternidade na adolescência pode causar repercussões desfavoráveis para o binômio


materno-fetal. Pretende-se avaliar a taxa de prematuridade e baixo peso ao nascer entre
crianças de mães adolescentes. Trata-se de um estudo com desenho transversal,
realizado por busca no banco de dados no Sistema Único de Saúde
(DATASUS), com informações do Sistema de Informação Sobre Nascidos
Vivos (SINASC). O estudo incluiu todas as mulheres de 10 a 34 anos que
tiveram nascidos vivos (NV), no ano de 2016 a 2020 no Brasil, totalizando
12.129.712 casos. A idade materna foi dividida em 10-14, 15-19 e 20-34
anos. A prematuridade foi representada pela idade gestacional (IG) entre 22
e 36 semanas. O peso do recém-nascido (RN) foi dividido entre <2500g e
≥2500g. A frequência de prematuridade foi de 17,6% entre os RN de mães de 10 a
14 anos, 12,2% de 15-19 anos e de 10,2% entre 20-34 anos. A adolescente de 10-14
anos apresenta chance 91% maior de ter filho prematuro do que a de 20-34 anos
(p<0,001; OR=1,91 (IC95% 1,88-1,95), enquanto a de 15-19 anos apresenta 23% a mais
de chance do que a de 20-34 anos (p<0,001; OR=1,23 (IC95% 1,22-1,23). A
adolescente <15 anos apresenta 56% a mais de chance de ter um filho prematuro do que
a adolescente com 15 anos ou mais (p<0,001; OR=1,56 (IC95% 1,54-1,59). O baixo
peso do RN foi mais frequente com a idade materna de 10-14 anos (13,6%), sendo de
9,5% entre 15-19 anos e de 7,9% entre 20-34 anos. A adolescente de 10 a 14 anos
apresenta 83% a mais de chance de ter filho prematuro do que a de 20-34 anos
(p<0,001; OR=1,83 (IC95% 1,80-1,87), enquanto a adolescente de 15-19 anos apresenta
22% a mais de chance de parto pré-termo do que a de 20-34 anos (p<0,001; OR=1,22
(IC95% 1,21-1,22). Verificou-se também que a adolescente < 15 anos apresenta 51% a
mais de chance de ter um filho prematuro do que a adolescente com 15 anos ou mais
(p<0,001; OR=1,51 (IC95% 1,48-1,53). Conclui-se que a adolescência demonstrou ser
fator de risco para a prematuridade e o baixo peso em RN. Quanto menor a idade da
mãe, maior a incidência de crianças prematuras e nascidas com baixo peso.
Palavras-chave: Prematuridade; IdadeMaterna; Adolescência; Baixo Peso ao Nascer.

1
Professora Titular da Disciplina de Obstetrícia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail:
denimonteiro2@yahoo.com.br.

36
Este caderno compõe a linha editorial AUTORIAS cuja
atenção está voltada para as produções coletivas,
estabelecidas no discurso e na relação com o outro.
Enquadram-se nessa linha as obras artístico-
culturais ou científicas desenvolvidas a partir da
articulação entre docentes, técnicos e estudantes,
em que se reconheça a originalidade e a relevância
temática para a sociedade.

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