Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RICO LINS
É com total satisfação que produzimos essa capacitação. Cada uma das reuniões,
a concepção do material, as propostas das atividades, foi tudo desenvolvido
especialmente para você, docente do eixo de produção Cultural e Design.
As atividades foram elaboradas com muito carinho pelo Rico Lins, levando em
consideração toda a diversidade de nossas escolas e dos nossos alunos, pois nossa
intenção, além do aprofundamento de seu conhecimento conceitual e prático Ana Raquel Elisa Satim Rodrigues
do assunto, é de fornecer material para que você possa utilizar em sala de aula Professora Coordenadora de Projetos
enriquecendo assim suas propostas pedagógicas. Cetec – Centro Paula Souza
7
O CARTAZ
SUMÁRIO
Ostengruppe 41
Reflexões preliminares 10
Bienal de São Paulo 42
Reflexões preliminares 12
Poloneses 43
O cartaz 19
Direitos Humanos 45
História do Cartaz 19
Cartazes de cinema 45
O Cartaz no brasil 22
Vocabulário específico 46
Projeto Brasil em Cartaz 32
Design 48 8
Exposição Connexions > Conexões 34
Tipografia 49
Exposição Ponto de Vista 35
Serigrafia 49
Exposição Manifesto Gráfico 35
Offset 50
Cartazes comentados 37 Lambe-lambe 50
Referencias bibliográficas 70
cartaz. Impresso publicitário ou aviso, caracterizado pelo seu
grande formato, e que se afixa nos lugares de trânsito ou de fre-
quência pública. (Do àr. Kartas,papel.) Frederico Porta, Dicionário
de Artes Gráficas (1958) 9
Disponível em:
‹https://dicionariodoaurelio.com/manifestar›. Acesso em: 02 Aug. 2017
10
REFLEXÕES
PRELIMINARES
11
REFLEXÕES PRELIMINARES
A criação é inerente ao ser humano e deve sempre primar pela li-
berdade, em qualquer atividade, é processo onde entram talento,
consciência social e profissionalismo. E quando o assunto pede
conscientização, poucos meios de comunicação conseguem pro-
duzir impactos tão fortes e duradouros quanto bons cartazes.
Emilie Chamie
Begarstaff
cartaz 4º salao
De forma resumida, pode-se perceber duas grandes vertentes na
construção de um cartaz. Na primeira, a informação indica e limi-
ta fortemente os caminhos a serem tomados. Precisão, clareza e
limpidez orientam a informação numa trajetória sem escalas, do
emissor ao receptor, uma via de mão única. Na segunda enfati-
za-se mais o papel do diálogo implícito na comunicação. Para os
designers que trabalham dessa forma, não é a informação quem
manda, mas a conversa estabelecida com o público. Nesse caso,
a ambiguidade é mais relevante que a precisão. Como falar de
imagem é falar de ambiguidade, o cartaz se beneficia de diversos 13
modos dessa premissa. Com as rápidas mudanças tecnológicas e
sociais dos últimos vinte anos, muitos cartazes são mais facilmente
encontrados na internet, em coleções e museus do que nas ruas...
No entanto, a força de sua expressão conquista novos espaços no
mundo virtual, incorporando som, movimento, hiperlinks, etc.
Sternberg Brothers
WMMA
14 Parte do projeto proposto é oriundo de uma ex- Como as possibilidades de abordagem do as-
tensa amostragem resultante de meu interesse sunto propiciam reflexões técnicas, históricas,
pessoal pelo tema tanto como designer como temáticas e semânticas, optei por concentrá-las
quanto professor, curador e colecionador. Meu em um curso introdutório de caráter formativo
envolvimento com esta área de conhecimento teórico-prático.
possibilitou a organização de diversas ativida-
des didáticas, exposições e publicações. Uma A ideia é colocar em evidência que as diversas
coleção de aproximadamente mil peças gráficas formas de expressão no campo do cartaz con-
reunidas desde os anos 1980, permite traçar um temporâneo representam visões de mundo
recorte abrangente do tema. Essa mostragem criativas, autorais e questionadoras, organiza-
do cartazismo contemporâneo se formou aos das em três grupos principais: cartazes publici-
poucos e de modo orgânico através de trocas, tários, culturais e sociais.
doações e algumas aquisições. *
Hans Rudi Erdt
15
Cassandre
16
Eugène Grasset
® Banania
Ludwig Hohlwein
Fortunato Depero
Herbert Leupin
Leonetto Cappiello
Ziraldo
Savignac
Pierre Mendell Jean Carlu
Alain LeQuernec
Shigeo Fukuda
Tomi Ungerer
Rafic Farah
17
18
Paul Rand Michel Bouvet
Rico Lins
Stephan Bundi
Grapus
René Azcuy
O CARTAZ
HISTÓRIA DO CARTAZ
Registros comprovam que foram produzidos
cartazes na antiguidade: nas ruínas das cidades
Jules Cheret
italianas de Pompéia e Herculano, encontraram
vários cartazes comerciais. Até o século XV, os
cartazes usavam apenas o recurso das palavras;
a partir desse período, no entanto, passaram
a lançar mão da ilustração. Sua produção co-
meçou a crescer, nos séculos XVIII e XIX, com a 19
Revolução Industrial.
Autor desconhecido
Tullio d’Albisola
O cartaz, inicialmente identificado com o Art
20 Noveau, absorveu os movimentos da vanguarda
do século XX como o Dadaísmo, o Futurismo e o
Sternberg Brothers
Construtivismo – e, posteriormente, o Art Déco.
Esses movimentos influenciaram a sua produ-
ção na Europa e no mundo. O cartaz se afirmou
como um eficaz meio de comunicação de massa
e teve um de seus momentos mais produtivos
durante a primeira metade do século xx, com a
ascensão do cinema e das mudanças políticas
e sociais importantes ocorridas antes, durante
e após as grandes guerras. Ao cartaz cabia di-
vulgar produtos e entretenimento, assim como
mensagens políticas e ideológicas.
Cassandre
22
O CARTAZ
NO BRASIL
O CARTAZ
Atelier Mirga
Atelier Mirga
Os caminhos traçados pelas artes gráficas bra-
sileira são bastante tortuosos. Instalado oficial-
mente apenas em 1808, mais de três séculos após
Gutenberg, o primeiro prelo brasileiro veio na
bagagem da corte portuguesa, que fugia da ocu-
pação napoleônica que se espalhava pela Europa.
Ainda que submetida, em seus primórdios, à uma
censura prévia, logo a imprensa brasileira se diver-
sificou em diversos folhetins e jornalecos dispos-
tos a desafiar o discurso monárquico e formar uma Tardio, o salto qualitativo viria apenas em 1880,
24 consciência civilizatória no país. Infelizmente, as com a Proclamação da República. Nesta ocasião,
condições materiais destas publicações não eram a imprensa assumiu uma posição de maior res-
das melhores, com prelos precários, papel de qua- ponsabilidade na vida pública brasileira, aban-
lidade sofrível e máquinas compradas de segunda donando, aos poucos, o caráter artesanal de
mão de países mais desenvolvidos. seus primeiros anos. Porém, somente no século
XX, ela incorpora algumas novidades tecnológi-
cas já utilizadas na Europa e nos Estados Unidos,
tais como a impressão rotativa, o papel-bobina
e a composição mecanizada de texto. A partir
da década de 30, com o surgimento das grandes
empresas de comunicação, ela definitivamente
Atelier Mirga
cresce e se aprimora.
Autor desconhecido
Ziraldo
27
28
Pedro Mattos
Diego Belo
Rico Lins
29
30
Rico Lins
PROJETO BRASIL EM CARTAZ
O cartaz é um meio de comunicação gráfica por excelência mas
sua produção foi pouco sistematizada em exposições ou livros.
Tema de diversas teses universitárias, o cartaz, assim como o design
brasileiro contemporâneo vive momento de crescente reconheci-
mento internacional, o que por si só justifica o empenho em divulgar
a sua produção na França, berço histórico do cartazismo moderno.
http://www.ricolins.com/portfolio/connexions/
Rico Lins
EXPOSIÇÃO PONTO DE VISTA
Rico Lins
36
CARTAZES
COMENTADOS
BRASIL EM CARTAZ
Rico Lins
A peça, criada para divulgar a primeira grande
mostra de cartaz brasileiro no exterior, teve a
intenção de discutir o papel do cartaz no Brasil,
os quais muitas vezes são relegados ao segun-
do plano, enquanto peça de comunicação. O
autor do projeto e curador da exposição resol-
veu explorar, simultaneamente, as três princi-
pais linguagens tecnológicas utilizadas (o lam-
be-lambe, o offset e a serigrafia) para falar desta 37
produção. O lambe-lambe tradicional quase
não conta com a participação do designer, man-
tendo sua função básica de informação direta e
muitas vezes é encomendado por telefone e im-
presso, tipograficamente, com grandes letras de
madeira ou chumbo. A serigrafia é um processo
antigo e versátil que costuma ser utilizado, des-
de formatos bem simples a impressões mais so-
fisticadas, com várias cores especiais. É comum
ser usada na Europa e no Japão para a impres-
são de cartazes de grande formato. Considerado
Rico Lins
Rico Lins
o meio principal de impressão para grandes tiragens, o offset
baseia-se na litografia e vale-se dos meios digitais de produção,
sendo impressos industrialmente. Nesse contexto, foi criada uma
série de cartazes utilizando cada uma dessas diferentes técnicas
para serem posteriormente impressos uns sobre os outros, dispu-
tando a mesma folha de papel e espaço na parede – e refletindo
a precariedade da produção do cartaz no Brasil. O prendedor de
roupa, símbolo da exposição, faz uma referência ao cordel e ao
efêmero, que – juntamente com a frase do artista plástico Hélio
Oiticica, ‘Seja marginal, seja herói’ – define e sintetiza bem a situ-
38 ação e atuação do cartaz no Brasil.
LAMBE-LAMBE
Ostengruppe
40
BIENAL DE SÃO PAULO
41
Antonio Bandeira
Danilo di Prete
Goebel Wayne
Rodolfo Vanni
POLONESES
A Polônia tem grande tradição na criação de o trabalho de grupos como o Grapus, forma-
cartazes, impulsionada por uma lei que incenti- do por seus ex-alunos, que contribuíram para
vou sua produção no país, nas décadas de 60 e transformar o cartaz em peça central da militân-
70. Henryk Tomaszewski, professor da escola de cia política e cultural na França.
cartaz de Varsóvia, assumiu papel importante
em toda a produção polonesa ao introduzir uma
atitude mais conceitual, interpretativa e subjeti-
va do cartazista em relação ao tema. Influenciou
42
Henry Tomaszewski
Boleslaw Polnar
Riszard Kaja
Jan Sawka
DIREITOS HUMANOS
Como parte das comemorações do bicentená- brasileiro Rico Lins, convidado latino-americano
rio da Revolução Francesa, em 1989, o coletivo para integrar a mostra.
Grapus organizou uma exposição de cartazes www.ricolins.com/portfolio/les-droits-de-lhomme-et-du-citoyen/
Tibor Kalman
Rico Lins
Peret
Rogerio Duarte
CARTAZES DE CINEMA
Jair de Souza
os cartazes desenvolveram-se nas décadas se-
guintes com contribuição de artistas, como
Benício e outros cartazistas oriundos da publi-
cidade. Em paralelo, surgiram propostas mais
44 gráficas e contemporâneas, a exemplo da pro-
Rubens Gerchman
VOCABULÁRIO
ESPECÍFICO
Iuzaku Kamekura
46
DESIGN
Paul Rand
A palavra design vem do latim designare e relaciona-se tanto com designar quanto com desenhar.
Trata-se de uma atividade que trabalha os conceitos cultural, material e visualmente: uma produ-
ção artística voltada para o cotidiano na criação de objetos, peças de comunicação e logos, que
dialoga com as áreas de arquitetura, artes visuais e outras. A produção industrial está diretamente
relacionada ao design, antes mesmo deste adotar essa nomenclatura. Em decorrência da divisão do
trabalho, intensificada com a Revolução Industrial, a atividade artesanal é substituída pelo uso de
máquinas e uma linha de produção complexa.
Rico Lins
Esse processo de impressão consiste no transferencia da tinta –
por meio da pressão de um rodo ou puxador – através da tela
previamente preparada e esticada em um quadro de madeira,
alumínio ou aço. Para cada cor de impressão é utilizada uma ma-
triz serigráfica, resultando em um impresso com grande densida-
de de cor, saturação e textura. Embora existam máquinas serigrá-
ficas automatizadas, o processo manual ainda é muito utilizado
tanto para materiais de baixo custo como para sofisticadas tira-
gens de obras de arte. Essa técnica de impressão é muito versá-
til e possibilita obter uma grande variedade de resultados sobre
diversos materiais além do papel.
OFFSET
LAMBE-LAMBE 49
https://www.youtube.com/watch?v=kI5RekPMh_c
Bijari
Bansky
ESTÊNCIL
50
Niklaus Troxler
SUGESTÃO DE
ATIVIDADES 51
PARA
PROFESSORES
52
1. NOTÍCIAS E MANCHETES
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE OPORTUNIDADES DE DISCUSSÃO:
Com referências de cartazes de cunho social, os participantes Como abordar a informação de maneiras diferentes. Explorar a
serão convidados a escrever em um pedaço de papel uma man- dimensão política do cartaz. Discutir como imagem e texto es-
chete real ou inventada. Em seguida, todas elas serão misturadas truturam uma mensagem e sua interação com o contexto para o
e sorteadas. Individualmente ou em duplas, os participantes de- qual foi criada.
senvolverão um cartaz considerando o teor da manchete, poden-
do ou não utilizá-la na composição. No final, cada um apresenta-
rá a manchete escolhida, o percurso criativo percorrido e o cartaz 53
desenvolvido.
MATERIAIS NECESSÁRIOS:
Os participantes serão convidados a recriar cartazes a partir do O que um cartaz é capaz de comunicar? Como apresentar, de
título de um filmes já existente aplicado a um filme de outro maneira rápida e eficiente, as informações mais relevantes sobre
gênero. Poderão ser considerados filmes de aventura, romance, um determinado tema? Para qual público queremos falar? O que
comédia, terror, animação, ficção científica, faroeste, drama ou pode ser interessante no filme para que as pessoas assistam?
musical, desde que seja de um gênero diferente do filme cujo tí-
tulo foi escolhido. Será possível mesclar épocas, técnicas, atores
54 e diretores em um mesmo cartaz. Apresentar previamente para
os participantes uma seleção variada de cartazes de cinema e es-
timulá-los a criarem em grupo uma lista de títulos de filmes que
os inspirem.
MATERIAIS NECESSÁRIOS:
TEXTOS
ESCOLHIDOS
56
O CARTAZ BRASILEIRO NA HISTÓRIA
Por Rafael Cardoso
Rico Lins
Benicio
Rico Lins
Marcos Minini
1.
Cartaz é gráfica pública.
Foi assim que começou, como grito das ruas.
O cartaz é gráfica de intervenção.
67
2.
Cartaz é cruzamento de linguagens.
Carrega a marca do autor, a marca do contexto e a
marca do referente — do filme, da exposição, da causa.
É simultaneamente cruzamento e ponto de encontro.
3.
Cartaz é discurso no presente.
Conectado ao transitório, o sentido é de urgência.
4. 7. 10.
Cartaz é registro e memória. Cartaz é soco no estômago, é pura provocação. Cartaz é manifestação de esperança.
O cartaz do espetáculo é registro do espetáculo É pedra no caminho, é asserção. Esperança de encontro com o outro,
e é memória da experiência do espetáculo. esperança de mudar o mundo.
O cartaz torna o transitório permanente.
8.
Cartaz é gráfica na escala do corpo.
5. Antes, impresso, era papel colado na parede,
Só isso.
6. 9.
Cartaz é comentário. Cartaz é síntese.
O espetáculo se instaura por meio de um co- Mesmo quando saturado de elementos,
mentário enunciado por uma voz externa. é embate com a concisão.
O comentário pode explicar e pode confundir.
O cartaz está dentro e fora ao mesmo tempo.
69
REFERENCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
CARDOSO, Rafael. Design para um mundo complexo. LIMA, Rafael Efrem Leite de. Te cuida Hollywood: MELO, Chico Homem de. O Design Gráfico Brasileiro:
São Paulo: Cosac Naify, 2012. Análise gráfica de cartazes de chanchada de 1957 a Anos 60. São Paulo: Cosac Naify, 2006.
1963. Recife, 2008. 95 p.
______. O design brasileiro antes do design: MOLES, Abraham. O Cartaz. São Paulo: Editora
Aspectos da história gráfica, 1870-1960. São Paulo: ______. Estética moderna do design pernambucano: Perspectiva, 1969.
Cosac Naify, 2005. Lula Cardoso Ayres 137 f. Dissertação (Mestrado em
Design) – Programa de Pós- Graduação em Design, RAMOS, Elaine (org). MELO, Chico Homem de (org).
______. Uma introdução à história do design. São Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 2011. Linha do tempo do design gráfico no Brasil. São
Paulo: Edgar Blücher, 2004. Paulo: Cosac Naify, 2011.
KIRCHSTETTER, Christelle. LINS, Rico /.
70 CARMEL-ARTHUR, Judith. Bauhaus. Tradução Luciano Conexions>Connexões. Catálogo de exposição, Sesc Rico Lins: uma gráfica de fronteira – Rico Lins: graphic
Machado. São Paulo: Cosac & Naify, 2001. 80p., il. Pompéia. São Paulo, 2009. 96p. borderlines/ textos: Agnaldo Farias ...[et al]; tradução
Anthony Doyle. Rio de Janeiro: Solisluna Editora,
DESIGN . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e LINS, Rico. Brasil em Cartaz. Primeira Edição, Les Silos, 2009.
Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Maison du livre et de l`affiche. Chaumont, 2005. 84p.
Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.
br/termo3179/design>. Acesso em: 25 de Jul. 2017. ______. Ponto de Vista. Catálogo de exposição, Caixa
Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7 Cultural. São Paulo, 2015. 96p.
GAUDÊNCIO JUNIOR, Norberto. Brasil em Cartaz. ______. Manifesto Gráfico. Catálogo de exposição,
Primeira Edição, Les Silos, Maison du livre et de Espaço Cultural Porto Seguro. São Paulo, 2017. 144p.
l`affiche. Chaumont, 2005. 84p.
®Rico Lins, 2018
2018