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All content following this page was uploaded by Leonardo S. L. Bastos on 16 April 2016.
PROGRAMAÇÃO LINEAR DE
PRODUÇÃO PARA MAXIMIZAÇÃO DE
RECEITA: ESTUDO DE CASO EM UMA
CERVEJARIA ARTESANAL
Leonardo dos Santos Lourenco Bastos (UEPA )
lslbastos@hotmail.com
Matheus Lopes Mendes (UEPA )
mendes_matheus@hotmail.co.uk
Victor Gouvea Ribeiro (UEPA )
victorgouvearibeiro@hotmail.com
Marcelo Henrique Castro Assuncao (UEPA )
marceloassuncao_@hotmail.com
Yvelyne Bianca Iunes Santos (UEPA )
yvelyne@superig.com.br
1. Introdução
A competitividade empresarial é um contexto de grande dinâmica nos últimos anos. As
corporações, de um modo geral, buscam intensamente aprimorar seus processos e seus
produtos a fim de atrair demanda e garantir sua lucratividade no mercado. Estas melhorias são
reflexos de planejamentos bem elaborados, com metas objetivas as quais moldam o
comportamento da produção para atender às demandas existentes.
Um dos meios de gerenciar e obter valores para reconhecimento e definição de ações dos
fatores citados é o uso de ferramentas da Pesquisa Operacional. Ela aplica métodos científicos
de forma a auxiliar o processo de tomada de decisão a fim de criar e organizar sistemas para
alocação de recursos (YANASSEE; ARENALES; MORABITO; ARMENTANO, 2007).
Este estudo, portanto, apresenta a análise da alocação de recursos dentro de uma cervejaria
artesanal localizada no município de Belém-PA. Com o reconhecimento dos processos dentro
da fábrica de cervejas, sinalizou-se a questão a respeito da produção de dois tipos de cerveja,
uma tipo Pilsen e outra tipo Lager (tratadas como Tipo 1 e Tipo 2) para seis meses. Com isto,
consideraram-se os recursos disponíveis para uso e as respectivas demandas a serem
analisadas para cada tipo.
Este estudo, portanto, busca a obtenção da receita máxima que pode ser obtida em seis meses
de produção dos dois tipos de cerveja. Para isto, aplicam-se os estudos da Pesquisa
Operacional, para obtenção de um modelo de função de maximização de faturamento de
forma linear, e utilização de ferramenta computacional para análise das restrições do modelo e
sua resolução.
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XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
Desta forma, o estudo estabelece os preços atuais de cada tipo de cerveja utilizado para
obtenção de uma receita máxima, de acordo com a demanda especificada. Decerto o preço
compreende os custos da produção, entretanto, no mercado cervejeiro, é necessário considerar
quantidades fixas para cada ingrediente dentro do produtivo. A análise da receita, portanto,
nos oferece o quanto a demanda, se atendida, pode retornar de lucro, e que variáveis
influenciam nesta, visto que também influem diretamente nos custos da empresa.
Para não perder o sabor proveniente da pura cerveja, a empresa utilizam os seguintes maltes:
O Malte Pilsen e o Malte torrado. Porém quando utilizado na cerveja Pilsen, utiliza-se
somente o grão de próprio nome da cerveja, enquanto que na cerveja Lager, utilizam-se o
Pilsen e o torrado.
Os Lúpulos são cones de Humulus lupulus, de forma natural ou industrializada, que permite
melhor conservação da cerveja e apura o gosto e o aroma característico da bebida (ANVISA,
2012). É o lúpulo que dá sabor e aroma, atua como um conservante natural e auxilia na
formação da espuma. Para este estudo, consideram-se quatro tipos de Lúpulos, numerados de
1 a 4.
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A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
Uma das principais vantagens do uso de PO é a utilização de modelos, o que permite uma
avaliação da tomada de decisão bem mais detalhada, levando em considerações diversas
variáveis. Andrade (2002) afirma que “por si sós, a economia de recursos e a experiência
adquirida com a experimentação justificam o conhecimento e a utilização da Pesquisa
Operacional como instrumento de gerência”.
A Pesquisa Operacional utiliza modelo para representar um sistema real, o qual servirá como
base para análise e compreensão do sistema. Assim, podem ser feitas alterações para alcançar
o desempenho desejado: a solução ótima do sistema. Esta solução é aquela que apresenta o
melhor resultado para o problema inicial, satisfazendo os interesses envolvidos, adequando o
resultado esperado com as restrições apresentadas.
Dessa forma, Colin (2007) considera que a programação linear compreende o problema de
alocação de recursos escassos para a realização de atividades. Logo, entende-se que a solução
oferecida por esta é ótima, e não há outra melhor.
4. Metodologia da pesquisa
O estudo constou em aplicar as técnicas de modelagem e programação linear sobre o
problema abordado em uma fábrica de cervejas da região. Desta forma, Gil (1999) e Silva e
Menezes (2005) compreendem esta pesquisa como um Estudo de Caso, visto que esta
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A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
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Para efetuação do estudo, obtiveram-se dados a respeito da composição de cada um dos tipos
de cerveja abordados, assim como seu preço de venda e respectivas demandas previstas em
seis meses. Com isto, determinou-se um programa de produção para tal período, obedecendo
à capacidade produtiva da empresa com o objetivo de maximizar os lucros.
Nos dados adquiridos, o preço para cada tipo de cerveja é constate nos meses para o quais
será programada a produção, e são iguais a R$3,12 para o Tipo 1 e R$3,16 para o Tipo 2.
Desta forma, é possível considerar e , e, aplicando os respectivos valores
destes preços, a função objetivo é expressa por:
4.2. Restrições
Esta maximização do faturamento está sujeita a restrições de capacidade produtiva mensal,
demanda mensal, e disponibilidade de matéria prima.
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b) Demanda Mensal (Tabela 2): A demanda mensal foi estabelecida para um período de
seis meses. Consideraram-se as demandas individuais de cada tipo, para cada mês.
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2, determina-se que: ; ;
; ; .
Meses 1 2 3 4 5 6
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Restrição de Lúpulo 1: Este Lúpulo é utilizado apenas pelo Tipo 1. Logo, tem-se o
modelo de restrição baseado na quantidade produzida do Tipo 1 multiplicado pela
quantidade que este utiliza de Lúpulo 1 ( ), por litro de cerveja, limitando-se ao total
que a empresa dispõe ( ), sendo que .
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Restrição de Lúpulo 2: Este Lúpulo é utilizado por ambos os tipos produzidos. Para a
expressão de restrição, utilizaram-se as quantidades dos dois tipos de cerveja
multiplicados pelas respectivas quantidades utilizadas deste ingrediente, por litro de
cerveja produzido, e devem obedecer ao limite de capacidade ( . Desta forma,
tem-se, para cada mês ( , a restrição para o Lúpulo tipo 2 .
Restrição de Lúpulo 3: Este tipo de Lúpulo também é utilizado apenas na Cerveja Tipo
1.Esta restrição segue o mesmo padrão do Lúpulo 1, na qual a quantidade de cada
Lúpulo 3 ( utilizada, multiplicada pela quantidade de Cerveja Tipo 1 a ser
produzida, não deve ultrapassar o total de Lúpulo 3 ( ) oferecido.
Restrição de Lúpulo 4: Este tipo de Lúpulo é utilizado apenas pela Cerveja Tipo 2.
Nesta restrição, as quantidade de Lúpulo 4 ( utilizadas são multiplicadas pela
quantidade de Cerveja Tipo 2 a ser produzida, sem ultrapassar o limite de 9,86 Kg
totais de Lúpulo 4 ( ) que a fábrica dispõe, para cada mês ( ).
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O mínimo a ser produzido é igual para os dois tipos de cerveja e constante para os
meses de produção e corresponde à 2400L. Dessa forma, a restrição de produção
mínima mensal se apresenta para
Mês 1 2 3 4 5 6
Faturamento R$ 112.348,85
Como definido nas restrições de Demanda Mensal e Produção Mínima Mensal, verifica-se
que a quantidade calculada de cada cerveja, nos meses estudados, obedece ao mínimo de 2400
litros mensais, além de a produção ser mostrada possível. Isso ocorre devido à capacidade
total de produção ser relativamente alta, o que faz a produção ser capaz de atender as
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Nas tabelas 7 e 8, constam-se as quantidades dos ingredientes, para cada tipo de cerveja,
calculadas pelo modelo proposto.
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Esta diferença entre os valores ocorre justamente devido ao planejamento da quantidade a ser
produzida. Os suprimentos estão moldados de acordo com a capacidade produtiva total, o que
confere grandes volumes dos mesmos, relativamente. Contudo, o modelo oferece como
resultados ótimos para um faturamento máximo valores bem menores aos previamente
utilizados.
Isso pode resultar em prejuízos no faturamento, uma vez que se obtém custo desnecessário
por excesso de matéria-prima, ao se comparar com a solução ótima do problema. Caso fossem
utilizadas as quantidades estabelecidas pelo modelo, haveria produção de cerveja, de qualquer
um dos tipos, acima da restrição de demanda, atendendo-a, e seriam apresentados custos
menores para o modelo apresentado.
O modelo proposto também pode ser utilizado para diferentes tipos de demandas, sendo estas
variáveis aquelas que moldam a programação da produção. O total de capacidade de produção
da cerveja 1, por exemplo, pode abranger toda a produção dos seis meses de uma vez. Com
isto, é possível obter uma flexibilidade da demanda, no horizonte estudado, sendo necessário
apenas configurar o suprimento de matéria prima para a produção.
6. Considerações finais
Ao considerar os fatos que foram mostrados neste artigo, percebe-se a importância da
pesquisa operacional como uma ferramenta relevante para o processo de otimização de uma
empresa.
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A partir disso, pode-se procurar a viabilidade para uma aplicação prática maior. A
compreensão da capacidade produtiva e do modelo torna capaz o planejamento de mais tipos
de produtos utilizados pela cervejaria, como, por exemplo, novos tipos de cerveja, envase, etc.
Também se deve aliar a estes fatores a manutenção do modelo, como em casos de aumento de
capacidade produtiva.
Além de tudo que foi demonstrado na pesquisa, pode-se perceber a dinâmica do mercado
cervejeiro, altamente estratégico e cheio de competitividade. Assim, como forma de se obter
lucro, a empresa é obrigada a investir em soluções que otimizem seu plano de produção para
assim se manter na disputa do mercado atual com produtos de qualidade.
REFERÊNCIAS
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 2003. Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/home>.
ANDRADE, E. L. Introdução à Pesquisa Operacional: Métodos e Modelos para Análise de Decisões. 3 ed.
Rio de Janeiro. LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 2002.
MOREIRA, Daniel A. Introdução à Administração da Produção e Operações. São Paulo: Pioneira, 2008.
SILVA, L.; MENEZES, E. M. Metodologia de Pesquisa e Elaboração de Dissertação. 4. ed. rev. atual.
Florianópolis: UFSC, 2005
YANASSE, H.; ARENALES, M.; MORABITO, R.; ARMENTANO, V.; Pesquisa operacional para cursos de
engenharia. Editora Campus, 2007.
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