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Publicações

abiquifi comemora a
30ª edição do Index
O Index teve início em 1982, Correia da Silva, presidente da
quando uma equipe de trabalho, abiquifi, no Editorial da 30ª
coordenada por Renato Libanio, edição do Index abiquifi: é um
ex-presidente e agora Associado feito notável esta 30ª publicação,
Emérito da abiquifi – à época ainda não só pelo aprimoramento das
denominada FARMEXPORT – en- informações que disponibiliza-
tendeu ser chegado o momento de mos, mas, também e principal-
nominar os fabricantes brasileiros, de mente, por refletir o esforço de
capital nacional e estrangeiro, e seus uma equipe que, num trabalho
respectivos produtos, em uma mesma incansável, busca divulgar com
publicação que seria utilizada pelo extremo profissionalismo a rea-
mercado e pelas autoridades para lidade da produção nacional e
avaliação do potencial e do esforço regional na área de insumos far-
do empresariado daquela época. macêuticos ativos e excipientes
Na opinião expressa por José para a indústria farmacêutica.

Dicionário de Substâncias
Farmacêuticas Comerciais
A 4ª edição do Dicionário con- vários documentos oficiais, como
solida em um único documento resoluções, portarias e instruções nor-
12.133 substâncias farmacêuticas, mativas, além de publicações oficiais e
extraídas de quatorze diferentes privadas nacionais e internacionais, a
fontes, cada uma contendo nove abiquifi decidiu elaborar o Dicioná-
dados específicos, perfazendo mais rio de Substâncias Farmacêuticas Co-
de 100.000 registros. merciais incluindo em cada verbete as
Considerando que estas infor- informações necessárias ao trabalho de
mações estavam disseminadas por vários segmentos da sociedade.

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Insumos Farmacêuticos

Um Olhar Sobre o Mundo


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N ú m e r o 81

Páginas 2 e 3 Páginas 4 a 7
A necessidade de refor- R o n a l d R u b i n s te i n
çar a produção local de (foto), diretor-presidente
medicamentos e insumos da ITF Chemical, fala sobre
farmacêuticos e reduzir a a produção de cinco no-
dependência das impor- vas moléculas no País. E,
tações é destacada por ainda, entrevista exclusiva
Zich Moysés Júnior, com Paolo Oligeri, pre-
diretor do Departamento sidente da Chemi S.p.A.
do Complexo Industrial e (do grupo italiano Italfar-
Inovação em Saúde, do maco), à qual pertence o
Ministério da Saúde. laboratório brasileiro.
Produção local de moléculas
ajudará a reduzir déficit
Dependente ainda, em grande parte das importações de medicamentos
e farmoquímicos, o Brasil começa a vislumbrar um novo cenário com uma
série de medidas adotadas pelo Governo nos últimos anos no sentido
de incentivar a produção local e que já resultaram na qualificação de um
laboratório para fabricar cinco moléculas até então importadas pelo País.

As iniciativas efetivadas nos atingir quase 9 bilhões em 2010.


últimos anos pelo governo, no “Além do aumento de consumo e
intuito de tornar mais acessíveis da incorporação de novos produtos
os medicamentos, bens essenciais /insumos no Setor Saúde, dois dos
para a saúde da população, aliadas principais fatores que influenciam
a uma economia mais aquecida, o déficit comercial e, consequente-
que estimulou a demanda, tem tido mente, os preços, foram a abertura
efeitos benéficos na cadeia produ- total desse setor para importação,
tiva farmoquímica-farmacêutica do criando uma forte dependência
Brasil, que é um dos dez maiores externa, e, recentemente, a variação
mercados do mundo no setor. cambial”, destacou.
No entanto, a despeito dessas
ações e da mobilização e investi- Parcerias
mentos que vêm sendo efetivados
pela indústria farmacêutica e pelos Diante desse cenário, o Ministé-
laboratórios farmoquímicos no rio da Saúde vem buscando alter-
sentido de ampliar seu portfólio, nativas que reduzam o alto volume
inclusive produzindo novas mo- das importações por intermédio
léculas no País, e sua capacidade do fomento à produção local de
produtiva local, a balança comercial insumos estratégicos para o Siste-
brasileira na área de saúde ainda ma Único de Saúde (SUS). “Tem
continua deficitária. Mas isso já sido implementado um conjunto
começa a mudar. de iniciativas, sendo que a medida
“Realmente, o ponto mais vul- mais efetiva para diminuição do
nerável em nosso País na área de déficit da balança comercial foi o
Saúde é o alto volume de impor- estabelecimento das parcerias para
tações, tanto de produtos acabados o desenvolvimento produtivo”,
quanto de insumos/matérias-pri- explica o Zich Moysés.
mas, principalmente a dependência Segundo ele, essas parcerias vêm
de importação de produtos com alto ocorrendo entre os laboratórios
valor agregado e de alta densidade públicos e produtores privados de
tecnológica”, afirma Zich Moysés fármacos e medicamentos, com o
Júnior, diretor do Departamento objetivo de promover o fortaleci-
do Complexo Industrial e Inovação mento dos laboratórios públicos e a
em Saúde, da Secretaria de Ciência, ampliação de seu papel de regulação
Tecnologia e Insumos Estratégicos de mercado, bem como estimular a
Zich Moysés Júnior
do Ministério da Saúde. produção local de produtos de alto
Diretor do Departamento do Ele observa que a importa- valor agregado e/ou de grande im-
Complexo Industrial e Inovação em ção do setor passou de US$ 900 pacto sanitário e social e fomentar
Saúde, da Secretaria de Ciência, milhões, em 1990, para cerca de o desenvolvimento da capacidade
Tecnologia e Insumos Estratégicos
do Ministério da Saúde 11 bilhões em 2010, sendo que o produtiva da indústria farmoquí-
déficit total do Setor Saúde deve mica nacional.

Um Olhar Sobre o Mundo


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“No período de novembro de promover a melhoria da qualifi - Ele destaca uma medida re-
2009 a setembro de 2010 foram cação dos insumos importados e centemente adotada pelo Gover-
aprovadas 20 parcerias, envolvendo nacionais com vistas a atender os no Federal, ao promulgar a Lei
nove laboratórios e 17 parceiros padrões internacionais, os critérios 12.349/2010, que introduz o uso
privados, sendo sete estrangeiros de regulação sanitária e também os do poder de compra do Estado
e dez nacionais, que contemplam de promoção à política industrial como fator real de incentivo à pro-
a produção de 25 produtos. Esses no âmbito do Complexo Industrial dução tecnológica no Brasil.“A lei,
projetos representam R$ 1,2 bilhão da Saúde” resultante da conversão da Medida
de compras anuais pelo Ministério Provisória 495, de julho de 2010,
da Saúde, com uma economia mé- Inovação presume uma reinterpretação da
dia estimada de R$ 250 milhões Constituição de forma a promover
nos próximos cinco anos”, revela A fabricação no Brasil de no- o uso das compras públicas como
o diretor do Departamento do vas moléculas, como é o caso, por ferramenta de desenvolvimento
Complexo Industrial e Inovação exemplo, da ITF Chemical, que nacional”, frisa.
em Saúde, destacando que três está qualificada para produzir car-
medicamentos já começaram a bonato de sevelâmer, cloridrato de Prioridades


ser fabricados em 2010: tenofovir sevelâmer, deferasirox, doxazosina e
(para AIDS), clozapina e quetiapina Em relação à fabricação no
(dois antipsicóticos). “A previsão Brasil de moléculas importadas, ele
é que cerca de 15 comecem a ser lembra que o Ministério da Saúde
fabricados em 2011”. tem envidado esforços expressivos
juntamente ao setor produtivo –
Exportações Com a aprovação laboratórios públicos e empresas
a Lei 12.349/2010 privadas – para viabilizar a produ-
Mesmo com um saldo negativo, ção local dos insumos importados.
houve mudanças significativas na abre-se uma nova “As definições das parcerias e dos
balança comercial. Ele confirma a janela de produtos a serem desenvolvidos
tendência já indicada pela abiquifi,
em setembro, de crescimento da
capacidade de exportação, princi-
palmente do setor farmoquímico.
“De fato, existe um incremento
das exportações, tanto de produtos
oportunidades para
o desenvolvimento
do setor.
“ ficam a cargo das negociações entre
laboratórios públicos e empresas
privadas, sendo que o Ministério
da Saúde avalia os projetos apre-
sentados pelo laboratório público
envolvido”, observa.
acabados quando de fármacos e Esse tipo de produção atende
adjuvantes”, pontua Zich Moysés. as prioridades não só do Minis-
De acordo com ele, segundo tério da Saúde como da Política
consolidações de dados da Balança pemetrexede (oncológica), até então Governamental de desenvolvi-
Comercial do Setor, o crescimen- importadas pela indústria farmacêu- mento produtivo, além de auxiliar
to das exportações do Complexo tica e pelos laboratórios oficiais, são a diminuição do déficit da balança
Industrial da Saúde no período de um claro indício de que o setor tem comercial brasileira neste impor-
2002 – 2010 ficou em torno de buscado inovar. tante segmento industrial que é
13,5% – atingindo cerca de U$ 1,6 “Efetivamente, tem havido uma o Complexo Industrial da Saúde.
milhões em 2010. No segmento melhoria da inovação da indús- “Esses itens também fazem parte
de fármacos e adjuvantes, o cres- tria brasileira, conforme dados da da portaria de produtos estraté-
cimento nesse mesmo período foi Pesquisa de Inovação Tecnológica gicos para o Ministério da Saúde”,
maior – 18,6%. (Pintec 2008): a taxa de inovação complementa.
“Destaca-se a capacidade das e P&D foi de 38,6%, contra 34,4% Zich Moysés salienta que a
empresas farmoquímicas nas suas em 2005, num universo de 106 mil proposição atual é de continuida-
exportações em comparação com empresas; a área de P&D apresen- de do fortalecimento do modelo
a sua produção. O que precisamos tou o melhor desempenho, com de parcerias adotado desde 2009,
apoiar é o aumento substancial uma taxa de inovação de 97,5%; implementando novas ações e me-
dessa produção”, salienta o diretor, o percentual gasto em atividades lhorias. “Entretanto, com a apro-
lembrando que novas medidas da inovadoras foi de 2,9%, ficando vação da Lei 12.349/2010 abre-se
Agência Nacional de Vigilância novamente à frente a atividade de uma nova janela de oportunidades
Sanitár ia (Anvisa) estão sendo pesquisa e desenvolvimento, com para o desenvolvimento do setor”,
aguardadas. “São medidas para 71,15%”, cita Zich Moysés. conclui.

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Brasil produz cinco novas moléculas
O laboratório ITF Chemical está produzindo cinco fármacos que ainda
não eram fabricados no País, alinhado com a estratégia de expandir seu
portfólio tanto para o exterior como também para atender a demanda
doméstica de medicamentos no País que é o nono maior mercado do mundo.

Braço brasileiro da área de quí- Essa capacitação é resultado de


mica fina do grupo italiano Italfar- uma ousada estratégia da empresa
maco S.p.A. / Chemi S.p.A., a ITF de investir em pesquisa e desenvol-
Chemical Ltda. estará produzindo vimento de moléculas novas ou que
em 2011 cinco novas moléculas ainda não são produzidas no País,
no Brasil: carbonato de sevelâmer, assim como de farmoquímicos que
cloridrato de sevelâmer, deferasirox, têm grande demanda no mercado
doxazosina e pemetrexede (oncoló- mundial.“Temos uma área de desen-
gica). Esses farmoquímicos são hoje volvimento de novos produtos, que
importados pelos laboratórios públi- reúne um capital humano altamente
cos e privados do País para a fabri- qualificado de químicos e engenhei-
cação de medicamentos, onerando ros químicos que estão voltados para
ainda mais a balança comercial da a P&D e geração de genéricos que
cadeia farmacêutica. ainda não são produzidos localmen-
As duas moléculas de sevelâmer te. São comercializados no País, mas
são anti-hiperfosfatêmicos utilizados não fabricados aqui”, revela Ronald
em medicamentos para insuficiên- Rubinstein, diretor-presidente da
cia renal crônica, enquanto que o ITF Chemical.
deferasirox é um agente quelante
no monitoramento do excesso de Aposta brasileira
ferro crônico. É de grande impor-
tância para o País a produção local Rubinstein lembra que essa
de doxazosina, por ser utilizada no iniciativa faz parte do DNA da ITF
tratamento da hipertensão arterial Chemical. “Estamos sempre visua-
e na hiperplasia prostática benigna, lizando cinco a dez anos na frente,
doença que afeta milhares de pessoas para desenvolver rotas diferenciadas
no mundo, assim como do antine- de moléculas de genéricos ou que
oplásico pemetrexede, utilizado no estão com a patente para vencer,
tratamento do câncer de pulmão. para que quando isso aconteça es-
A produção dessas moléculas na tejamos em condições de fornecer o
planta fabril no Pólo Petroquími- produto, com alto grau de qualidade.
co de Camaçari, na Bahia, reforça Esse foi o foco da empresa ao se
ainda mais a competitividade dessa instalar no Brasil”, destaca.
subsidiária do grupo italiano, que Segundo ele, com a globalização
completou dez anos de Brasil, pois do mercado e o real valorizado, a
representa também a expansão de estratégia da empresa tem sido a de
sua capacidade produtiva e de seu gerar moléculas com maior valor
portfólio de produtos. Tanto que agregado, mais complexas. “Nesse
nesse início de ano a ITF Chemical sentido, temos um grande diferen-
está dando a partida na primeira cial em relação a outros laboratórios
unidade de fármacos oncológicos do setor, e que nos dá uma vantagem
Ronald Rubinstein do grupo no Brasil, para iniciar a competitiva: o suporte tecnológico
Diretor-presidente da ITF Chemical produção local de pemetrexede. da matriz, e a transferência desse

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Vista parcial da planta fabril da ITF
e detalhe da unidade multipropósito II
Pólo Petroquímico de Camaçari – Bahia

conhecimento, possibilitando à ITF Incentivos para a indústria campanha de qualificação, estando


dar passos que outras empresas não preparada para a inspeção da Anvisa.
conseguem, em um espaço menor Ele pontua que a indústr ia Os projetos das outras moléculas
de tempo”, frisa o executivo. farmoquímica brasileira vem se também vêm sendo desenvolvidos
Químico e engenheiro químico, reerguendo, retomando espaços nessa mesma linha.
com uma longa experiência na área que havia perdido – até mesmo por A certificação não é um proble-
de química fina, Ronald Rubinstein falta de uma política industrial mais ma para a empresa, que tem a sua
fala com entusiasmo dos projetos da efetiva para a cadeia produtiva far- linha de produção já certificadas
empresa que o levou para uma área macêutica. “O governo, ao listar os não somente pela Agência Nacio-
nova em sua trajetória profissional: medicamentos estratégicos, que são nal de Vigilância Sanitária (Anvisa),
o segmento de farmoquímicos. “A fornecidos pelos laboratórios ofi- como também pela agência norte-
Italfarmaco, que é a holding na Itália, ciais ao SUS, incentiva e prioriza a americana Food and Drug Admi-
é uma empresa familiar do setor far- produção local em relação à impor- nistration (FDA) e pela International
macêutico, que tem como seu braço tação. Já há várias parcerias público- Conference on Harmonisation of
farmoquímico a Chemi (é a ela que privadas (PPPs) com laboratórios Technical Requirements for Re-
a ITF está subordinada). Há cerca públicos, no qual o medicamento gistration of Pharmaceuticals for
de dez anos o grupo viu a oportu- tem incentivos para sua produção Human Use (ICH) para produzir
nidade de se instalar no Brasil para no País”, ressalta o executivo. vários produtos.
desenvolver moléculas genéricas e Esse é o caso das moléculas de “Cinco a dez anos, que é a nossa
comprou uma fábrica já existente”, sevelâmer (tanto o cloridrato como visão, como já destaquei, é um pra-
lembra o diretor-presidente. o carbonato).“Dominamos a tecno- zo viável para o desenvolvimento
Embora a intenção inicial fosse a logia de fabricação local adequada de produção de novas moléculas,
de ter a planta brasileira como uma para produzir esses farmoquímicos. qualificação do processo, geração e
plataforma de exportação, alguns fa- Assim, o sevelâmer será fabricado distribuição de amostras, inspeção
tores levaram a empresa a olhar com pela ITF, formulado pelo laborató- pelos órgãos sanitários nacionais e
mais atenção para o mercado domés- rio farmacêutico privado, o Cristália, internacionais, de forma que quan-
tico.“Foi um desdobramento natural e possivelmente comercializado pelo do a patente cair, estejamos prontos
diante do interesse do governo de laboratório oficial, o Bahiafarma, para iniciar a produção local”, diz
incentivar a indústria a ampliar a base para o SUS”. Este projeto será uma o executivo, lembrando que a ITF
de produção local de farmoquímicos, PPP, explica Rubinstein. já tem certificação de Boas Práticas
gerando renda e empregos, além de No caso do sevelâmer, a ITF de Fabricação (BPF), já foi auditada
reduzir as importações desses produ- já desenvolveu a rota de síntese duas vezes pela FDA e é auditada
tos”, observa Rubinstein. das duas moléculas e realizou a anualmente pela Anvisa.

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Expansão programada presa quer aproveitar a sua capacidade o mercado externo, pois este mer-
de produção e qualificação que a cado é praticamente inexistente no
Ronald Rubinstein observa que habilitam a exportar para países da Brasil. A quarta planta, que está em
essa expansão do portfólio e da pro- Europa e dos Estados Unidos, para fase final de montagem, tendo a sua
dução já estava prevista no plano de atender também ao mercado interno. operação prevista para as próximas
negócios da companhia, que abran- Para isso conta com quatro unidades semanas, vai produzir oncológicos.
ge um triênio. “Temos investido na de produção, sendo uma delas utili- “Hoje temos um portfólio de 15
recuperação do parque existente, zada no desenvolvimento de novas itens, que vão da área nutricional até
construindo novas instalações e moléculas. “Não é uma unidade antibióticos, antidepressivos e produ-
contratando e capacitando recur- dedicada a um produto, pois a cada tos para a prevenção e tratamento da
sos humanos. A fina sintonia com campanha estamos trabalhando com osteoporose. E uma produção total
a matriz possibilita que tenhamos uma molécula diferente”, explica. em torno de 150 toneladas anuais”,
um capital humano qualificado na A segunda planta é dedicada à diz o executivo, sem detalhar os nú-
Itália. Todo projeto é desenvolvido produção da linha nutricional, o meros. Dessa produção, em torno de
em total interação com as equipes fosfatidil serina, derivado da lecitina 99% segue para fora do País. Mas isso
da matriz”, destaca. de soja, amplamente utilizada no começa a mudar. “Acreditamos que
A força de trabalho da ITF Che- Japão, EUA e Europa. “Já começa- o mercado interno vai ter uma par-
mical, formada majoritariamente mos a vender para um laboratório cela mais significativa dessa produção
por brasileiros – dos 74 empregados no Brasil”, revela Rubinstein. A local, devido ao próprio crescimento
apenas um é de origem italiana, e terceira planta, uma unidade cons- econômico do País, o maior acesso
está justamente na área de quali- truída em 2001, é dedicada a um a remédios e alimentos, que resulta
dade – tem, assim, acesso garantido produto que utiliza como base a em maior consumo e demanda por
ao conhecimento acumulado pela caseína, derivado de leite. “É uma medicamentos mais modernos, como
Chemi e às tecnologias de ponta proteína a base de ferro e caseína, esses que estamos produzindo”, con-
que ela desenvolve ou utiliza. para mulheres lactantes e grávidas”, clui Ronald Rubinstein, confirman-
Com a qualificação e capacitação diz o executivo, explicando que a do uma nova rota da ITF, que passa
garantidas por essa interação, a em- totalidade dessa produção vai para pelo mercado doméstico.

Em sua 30ª edição, o Index abiquifi


registrou, em primeira mão, as cinco novas
moléculas produzidas no Brasil

carbonato de sevelâmer; sevelamer carbonate; 2-propen-1-amine polymer with (chloromethyl) oxirane


carbonate; anti-hiperfosfatêmico; antihyperphosphatemic; USP Dictionary 2009, pág 827;
CAS: 845273-93-0; DCB: 09631; NCM: 2922.50.99; TEC: 2%; Bra: ITF
cloridrato de sevelâmer; sevelamer hydrochloride; 2-propen-1-amine polymer with (chloromethyl)
oxirane hydrochloride; anti-hiperfosfatêmico; antihyperphosphatemic; Merck Index 14, 8474;
CAS: 182683-00-7; DCB: 07973; NCM: 2922.50.99; TEC: 2%; Bra: ITF
deferasirox; deferasirox; 4-[3,5-bis(2-hydroxyphenyl)-1H-1,2,4-triazol-1-yl] benzoic acid; agente
quelante (ferro); chelating agent (iron); Merck Index 14, 2858; CAS: 201530-41-8; DCB: 09329;
NCM: 2933.99.69; TEC: 2%; Bra: ITF
doxazosina; doxazosin; 1-(4-amino-6,7-dimethoxy-2-quinazolinyl)-4-[(2,3-dihydro-1,4-benzodioxin-2-yl)
carbonyl] piperazine; anti-hipertensivo, no tratamento da hipertrofia prostática benigna; antihyper-
tensive, in treatment of benign prostatic hypertrophy; Merck Index 14, 3433; CAS: 74191-85-8;
DCB: 03209; NCM: 2934.99.39; TEC: 2%; Bra: ITF
pemetrexede; pemetrexed; N-[4-[2-(amino-4,7-dihydro-4-oxo-1H-pyrrolo[2,3-d]pyrimidin-5-yl)ethyl]
benzoil]-L-glutamic acid; antineoplásico; antineoplasic; Merck Index 14, 7077; CAS: 137281-23-3;
DCB: 06897; NCM: 2933.59.99; TEC: 2%; Bra: ITF

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Entrevista Paolo Oligeri, presidente da Chemi S.p.A.

Chemi aposta no Brasil


A produção de novas moléculas da fábrica da Bahia tem sido volta- desenvolvimento e produção de
no Brasil pela ITF Chemical revela a da, até o momento, para o mercado medicamentos sofisticados.
posição de destaque que o Brasil tem externo (Europa, Japão, Oriente e
na estratégia de expansão do grupo EUA). Isto requer o pleno aten- Qual a expectativa da Chemi
italiano, como confirma Paolo Oligeri, dimento não somente à legislação em relação ao Brasil?
presidente da Chemi S.p.A., sediada local, mas também às legislações dos – A nossa estratégia é continuar a
em Milão, Itália, em entrevista exclu- países de destino. Percebemos que a investir nas nossas operações no Brasil,
siva ao jornal Um Olhar Sobre o legislação relativa aos IFAs no Brasil em nível de produção e de posicio-
Mundo, da abiquifi. tem sofrido alterações, refletindo a namento no mercado local. Temos
tendência internacional. Também nos últimos anos investido na nossa
Qual a importância da ITF ocorreu no País, nos últimos anos, fábrica da Bahia visando a capacitação
Chemical nos negócios da o desenvolvimento do mercado do nosso pessoal, bem como buscado
Chemi? local, em muito alavancado pelo a melhoria das instalações existentes
– A importância da ITF Chemi- crescimento do poder aquisitivo da e construção de novas unidades. Isto
cal na nossa estratégia é relevante. O população, bem como das políticas tem possibilitado a ITF Chemical
desenvolvimento e introdução de públicas na área de saúde implemen- passar com sucesso por diversas au-
novos IFAs na nossa empresa passa tadas pelos governantes. A qualidade ditorias de clientes internacionais,
pelas nossas operações no Brasil. Há dos medicamentos é fundamental autoridades brasileiras (Anvisa) e FDA
dez anos montamos a estratégia e para assegurar uma boa saúde da (Food and Drug Administration).
a partir daí temos implementado a população. Estamos bem alinhados
mesma com muito sucesso. Temos com esta necessidade, uma vez que Ou seja: a empresa conti-
investido na capacitação de nosso atendemos todos os mercados a nuará expandindo seus negócios
pessoal e na fábrica como um todo. nível internacional. no País?
Nosso time é capaz e comprometi- – Atualmente estamos em fase
do com a melhoria sistemática do O Brasil se tornou um mer- final de montagem de unidade de
que fazemos. cado importante? fabricação de oncológicos na nossa
– O desenvolvimento e fabrica- fábrica da Bahia. Uma unidade
Há uma forte interação entre ção de IFAs no Brasil nos posiciona provida de equipamentos moder-
a subsidiária brasileira e a ma- de forma diferenciada não somente nos com design de ultima geração.
triz, na Itália? no mercado internacional, mas Ela nos possibilitará, a partir de
– Existe uma perfeita integração sobretudo no Brasil. A introdu- 2011, produzir diversos IFAs que
na nossa organização aqui na Itália ção de novos IFAs através da ITF no momento não são fabricados
com a brasileira. Barreiras iniciais, Chemical tem sido uma estratégia no Brasil. Isto está de acordo com
tais como a comunicação, devido aos vitoriosa: temos claras evidências a nossa estratégia interna e em per-
diferentes idiomas, distância entre os que a empresa tem respondido bem feita sintonia com a estratégia do
países e mesmo sutis diferenças entre as demandas. O Brasil é sim um Ministério da Saúde Brasileiro que
as nossas culturas foram trabalhadas mercado importante para a nossa é de incentivar a produção local de
e hoje eu poderia dizer que traba- empresa. Já há algum tempo tínha- medicamentos considerados estra-
lhamos em perfeita sintonia. mos esta percepção e ultimamente tégicos para o SUS. Outro exemplo
partimos para a implementação de que posso antecipar é a breve insta-
O que mudou no Brasil uma estratégia para nos posicionar lação de unidade de formulação de
nesses dez anos que levaram a no mercado local. O nosso nicho medicamentos à base de “peptideos”
empresa a lançar novas molé- de atuação é nos IFAs com tecno- (biotecnologia recombinante) tam-
culas e abrir seu portfólio para logia associada: diferenciamos-nos bém na nossa fabrica de Camaçari.
o mercado local (Brasil)? pelo conhecimento de técnicas
– Basicamente, toda a produção apuradas e suas aplicações no Matérias: Beatriz Cardoso

Um Olhar Sobre o Mundo


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