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Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Geral

Introdução
A seção 1 deste capítulo fornece um conhecimento básico de como os sinais são transmitidos
através de um meio metálico.
A seção 1 também apresenta informações precisas para par-trançado de cobre tais como:
• Padrões
• Aplicações.
• Desempenho.
A seção 2 deste capítulo trata de fibras ópticas, tais como:
• Fundamentos de transmissão.
• Suporte de aplicações.
• Desempenho e compatibilidade de equipamentos.

Pré-requisito
Será assumido que o leitor tem um conhecimento elementar de eletricidade e de termos básicos
de eletricidade tais como volt (V), ampere (A) e ohm (Ω).

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Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Manual TDM, 9ª edição 19-2 © 2000 BICSI®


Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Condutores Elétricos

Introdução
Um condutor elétrico é qualquer substancia que levará energia elétrica de um ponto a outro. O
cobre ha muito tempo foi reconhecido como o padrão para a condutividade. As propriedades e
o custo do cobre fazem dele o condutor mais adequado para processamento em fios e cabos.
Os condutores mais comuns são fios e cabos feitos de:
• Cobre.
• Aço recoberto de cobre.
• Ligas de cobre de alta resistência.
• Alumínio.
Prata e ouro são também bons condutores elétricos, mas não são geralmente utilizados devido
a seu alto custo.

Descrição de Condutores
A tabela seguinte fornece uma breve descrição da maioria dos condutores. A tabela 19.2
fornece uma comparação de propriedades físicas.

Tabela 19.1

Condutor Descrição

Cobre Estabelece o padrão para comparação da condutividade de


outros metais. O cobre recozido é utilizado como o valor de
referência (p.ex.: 100 porcento de condutividade). Outros
condutores comuns têm menos do que 100 porcento de
condutividade elétrica do cobre recozido.

Aço recoberto de cobre Também conhecido como aço revestido de cobre, ele
combina a condutividade do cobre com a força do aço. Na
produção deste tipo de fio, uma camada de cobre é unida a
um núcleo de aço por um destes métodos:
• Galvanoplastia
• Solda.
• Liga metalúrgica.

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Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Descrição de Condutores, continuação.

Tabela 19.1
Descrição de condutores, continuação.

Condutor Descrição

Liga de cobre de Uma mistura de cobre e outros metais para melhorar certas
alta resistência propriedades e características do cobre.
Ligas tais como cobre cádmio-cromo e cobre zircônio
oferecem reduções importantes de peso ou maior resistência.
Estes fatores são especialmente importantes em aplicações
de computadores e aeroespaciais.
Entretanto, fazer ligas usando cobre puro sempre tem um
efeito adverso sobre sua condutividade. As ligas acima
mencionadas têm 85 porcento de índice de condutividade.

Alumínio O fio de alumínio é utilizado em aplicações similares àquelas


onde o fio de cobre é utilizado. A maior vantagem do
alumínio sobre o cobre é que ele é muito mais leve. Ele
também difere do cobre em propriedades tais como a
dutibilidade, a condutibilidade térmica e a condutibilidade
elétrica.
Entretanto, os problemas envolvendo o uso de alumínio em
fios ultrapassam as suas vantagens. Os problemas incluem:
• Condutividade relativamente baixa.
• Técnicas de conexão especiais são necessárias para
terminações. Revestimentos de óxido se formam nos
condutores de alumínio, aumentando a resistência
das conexões.
• Corrosão galvânica ocorre quando o alumínio é utilizado
com terminais de cobre padrão ou de liga de cobre.
• Problemas relacionados com aquecimento.

Condutores Sólidos X Condutores Multifilares


Condutores multifilares são feitos pela retorção ou trançamento em conjunto de um número
especificado de fios sólidos de pequena bitola.
• Vantagens dos condutores sólidos:
– São menos caros do que condutores multifilares.
– Requer sistemas de terminais menos complexos.
– Melhor desempenho de transmissão em altas freqüências.
• Vantagens dos condutores multifilares:
– Mais flexíveis do que condutores sólidos.
– Maior durabilidade em relação a flexionamentos do que condutores sólidos.
– Menos susceptibilidade a danos durante processo de fixação (“crimpagem”).

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Comparação de Condutores Sólidos


As propriedades de condutores sólidos feitos de diferentes metais ou ligas são mostradas
abaixo.

Tabela 19.2
Propriedades de condutores sólidos

Propriedade Cobre Cobre/Aço Ligas de Alumínio


alta resistência

Condutividade Estabelece o Menos do que 85% típico 61% típico


elétrica padrão o cobre

Ductilidade Boa Boa Melhor do que o cobre Boa

Solda Boa Boa Boa Técnicas


especiais

Resistência Boa Boa Pobre Boa


.à corrosão

Resistência Boa Boa Boa Pobre


à oxidação

Peso 14.25 kg 13.06 kg — 4.32 kg


(31.42 lb) (28.79 lb) (9.52 lb)

Resistência 250 000 kPa 380 000 kPa Até 550 000 kPa 69 000 kPa
tênsil (36,000 psi) (55,000 psi) (80,000 psi) (10,000 psi)

NOTA: Os pesos são baseados em 305 m (1000 ft) de fio sólido 10 AWG [2.6 mm (0.10 in)]
a 20 °C (68 °F).

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Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

American Wire Gauge (AWG)


Introdução
Através do uso e da padronização industrial, o sistema de dimensionamento AWG tem se
tornado geralmente aceito.
O sistema AWG é importante porque fornece um padrão de referência para várias compara-
ções de materiais condutores.

Base do Sistema de Numeração AWG


Os tamanhos no sistema AWG representam aproximadamente o número de passos envolvidos
no processo de fabricação do fio. Entretanto, os números AWG e os tamanhos dos fios que
eles representam tem um relacionamento inverso. No sistema AWG:
• Números menores denotam fios maiores (pelo fato de haver menos passos envolvidos na
fabricação).
• Números maiores denotam fios menores (pelo fato de haver mais passos envolvidos na
fabricação).

Diâmetros Específicos
Os diâmetros dos condutores para o sistema AWG são baseados nos diâmetros para os meno-
res tamanhos (36 AWG = 5 mil) e os tamanhos mais largos (4/0 = 460 mil), onde 1 mil é igual
a 0,0254 mm (0,001 pol). Os diâmetros para os tamanhos intermediarios são derivados dos
tamanhos mais largos ou dos tamanhos menores de acordo com a projeção geométrica. Por
exemplo, se começarmos com o diâmetro fixado de 4/0, cada condutor de tamanho menor é
derivado do dimensionamento prévio multiplicando por um fator de 1/R = 0,89052571, por
exemplo, 4/0 = 460 mil, 3/0 = 460/R, 2/0 = 460/R², 1/0 = 460/R³, 1 = 460/R4,... 36 = 460/R39.
Para informações adicionais, veja ASTM B 258-96, Standard Specification for Standard
Nominal Diameters and Cross-Sectional Areas of AWG Sizes of Solid Round Wires Used as
Electrical Conductors.

Discrepâncias entre Condutores Sólidos e Multifilares


A compreensão de que os tamanhos AWG são baseados na área da seção transversal explica a
aparente discrepância entre os diâmetros de condutores multifilares e seus equivalentes em
condutores sólidos. Condutores multifilares geralmente tem um diâmetro externo ligeiramente
maior do que o diâmetro do condutor sólido correspondente, devido à área de seção transversal
que é perdida entre fios que compõem o feixe.
Os diâmetros nominais das bitolas dos condutores sólidos para telecomunicações comuns são
mostrados na tabela seguinte:

Tabela 19.3
Diâmetros nominais de bitolas de condutores
Bitola AWG Milímetros Polegadas
19 0.91 0.036
22 0.64 0.025
23 0.57 0.022
24 0.51 0.020

26 0.41 0.016

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Isolação

Introdução
A isolação (também chamada dielétrico) é usada para controlar o fluxo de corrente pelo
impedimento do contato entre:
• Condutores.
• Um condutor e seu ambiente.
A isolação na maioria dos fios e cabos modernos consiste de um ou mais materiais plásticos,
aplicados com uma variedade de métodos. Polímeros extrudados são geralmente utilizados
como isolação pelo fato de que comprovaram serem os materiais para isolação mais funcionais
e confiáveis.
O desempenho elétrico de cabos de pares-trançados é inversamente proporcional à constante
dielétrica da isolação e ao fator de dissipação. Os cabos com uma constante dielétrica e fator
de dissipação mais baixos têm melhores características e capacitância mais baixa.
Muitos cabos telefônicos condutores são isolados com cloreto polivinílico (PVC) e polietileno
(PE). Os condutores isolados com PVC eram geralmente referenciados como “instalação
interna” e os condutores PE eram geralmente referenciados como “instalação externa”. Os
condutores isolados PE apresentam melhor desempenho em transmissões. Entretanto, eles são
inadequados para uso interno devido às suas características desfavoráveis de fumaça e chama.
Para conseguir melhores desempenhos de transmissão (acima da Categoria 3), muitos materi-
ais novos foram introduzidos no mercado de cabeamento interno. Esses materiais, os quais
fornecem melhores características de fumaça e chama assim como as performances de trans-
missão melhoradas incluem:
• Propileno etileno fluoretado (FEP).
• Etileno cloro-trifluor-etileno (ECTFE).

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Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Introdução, continuação.
A tabela a seguir compara as características de vários tipos de isolação.

Tabela 19.4
Características de isolação

Atenuação Atraso
Tipo de Constante Fator de Capacitância (dB/100 ft) do Sinal
Isolação Dielétrica Dissipação Mútua Freqüência (MHz) 20 MHz
pf/m (pf/ft) 1.0 10.0 20.0 (ns/100 ft)

FEP 2.1 0.0005 46 (14) 0.6 1.8 2.7 2.5

Polietileno 2.3 - 52 (15.6) - - - -

ECTFE 2.5 0.01 49 (15) 0.6 2.4 3.7

PVC- 3.4 - 69 (21) 0.6 2.7 9.1 -


Não-plenum

PVC-Plenum 3.6 0.04 59 (18) 0.9 3.7 5.5 8

XL Poliolefina 3.8 - 62 (19) 0.9 3.4 5.2 -

NOTAS: Os valores são baseados nos testes de temperatura da sala com parede de isolação de
6 a 7 mil em seções de 100 m (328 ft) de cabo 24 AWG [0.51 mm (0.020 in)], 4
pares, par-trançado não-blindado (UTP)..
O atraso do sinal e a atenuação são calculados a cada 100 pés somente.
Os parâmetros de desempenho listados na tabela acima não levam em consideração o ambiente
físico no qual os sistemas de cabeamento predial operam. A maior preocupação ambiental é o
aumento na atenuação que ocorre em todos os cabos quando a temperatura sobe. Pelo fato de
que este aumento de temperatura afeta as altas freqüências mais do que as baixas freqüências,
é um assunto de interêsse especialmente importante nos sistemas que operam sobre grandes
distancias em taxas de dados maiores do que 64 kb/s.

AS isolações ECTFE e FEP têm melhor desempenho do que PVC em altas temperaturas.

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Características Elétricas de Materiais Isolantes


A tabela seguinte mostra as características elétricas utilizadas para comparar e avaliar tipos de
isolação.

Tabela 19.5
Características elétricas de tipos de isolação

Característica
Elétrica Explicação

Constante dielétrica A relação entre capacitância de um fio isolado e a capacitância do


mesmo fio não isolado no ar. O ar é a referência com uma constante
dielétrica de 1.0
Geralmente, é desejável uma constante dielétrica baixa. A constante
dielétrica muda com a temperatura, freqüência, e outros fatores.

Resistência dielétrica Mede a voltagem máxima a que uma isolação pode resistir
sem colapsar.
A resistência dielétrica é registrada em testes nos quais a voltagem é
aumentada em uma taxa controlada até que a isolação falhe. A
voltagem desse momento, dividida pela espessura da isolação é igual
à resistência dielétrica. Esta é expressa em volts por milímetro (ou
volts por mil, na qual 1 mil é equivalente a 0,001 de polegada).
É preferível um valor alto (para suportar as elevações e diminuições
da voltagem). Condutores isolados em aplicações de telecomunicações
têm uma resistência dielétrica típica entre 7500 e 30.000 volts por
milímetro (ou 300 e 1200 volts por mil).

Resistência de isolação A habilidade da isolação para resistir ao fluxo de corrente através


dela. Para fios condutores internos, a resistência de isolamento (IR) é
tipicamente expressa em megohm • km ou megohm • 1000 ft.
NOTA: Este é um relacionamento inverso (isto é, à medida que o
comprimento torna-se maior, a resistência ao isolamento
torna-se menor).

Fator de dissipação A perda relativa de energia na isolação para circuitos de


telecomunicações .
Esta é a preocupação principal em faixas de alta freqüência (MHZ)
onde a perda do sinal aumenta devido à estrutura de isolamento do
material.
É preferível um fator de dissipação baixo.

NOTA: Nos Estados Unidos e no Canadá, o ASTM Standard D 4566-94 trata de Método de
teste padrão para propriedades de desempenho elétrico de isolamento e capas
para fios e cabos para telecomunicações (Standard Test Methods for Electrical
Performance Properties of Insulations and Jackets for Telecommunications Wire
and Cable).

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Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Cabos Par-Trançado

Introdução
A maioria dos condutores metálicos utiliza estrutura de par-trançado. A produção de cabos
pequenos desse tipo envolve o trançamento de pares individuais e o agrupamento desses pares-
trançados para formar ou um cabo ou uma unidade para cabos maiores.
A principal razão para condutores de pares-trançados é minimizar o crosstalk e o ruído pela
diminuição do desequilíbrio da capacitância e pelo acoplamento da indutância mútua entre os
pares.

Par-Trançado
Tanto a indução magnética como o não balanceamento da capacitância são afetados pelo
comprimento relativo e pela uniformidade do enlaçamento dos pares. Para minimizar o cross-
talk dentro de um cabo multipar, para cada par dentro de uma unidade de 25 pares é dado um
comprimento de enlace diferente dentro de uma faixa padrão.
Geralmente, é utilizado um trançamento anti-horário com comprimento entre 50 e 150 mm (2 a
6 in). Pares adjacentes são geralmente projetados para terem enlaces de comprimentos diferen-
tes de, pelo menos, 13 mm (1/2 in). Estas especificações mudam de acordo com o fabricante.

Trançamento Estreito
A opção de trançamento apertado, onde o enlace dos pares é menor do que 13 mm (1/2 in), é
utilizada particularmente dentro e entre computadores e outros equipamentos para processa-
mento de dados.
O trançamento estreito tende a preservar melhor sua forma dentro de um cabo. Os trançamen-
tos longos podem tornar-se achatados e deformados como à medida que eles são inseridos em
um cabo; trançamento mais curtos, enlaces apertados têm menos probabilidade de deformar.

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Considerações Ambientais

Interferência Eletromagnética (EMI)


A interferência Eletromagnética (EMI) é uma energia elétrica casual irradiada por sistemas e
dispositivos eletrônicos (incluindo cabos). A EMI pode causar distorção ou interferência nos
sinais em outros cabos ou sistemas próximos.
NOTA: A EMI é algumas vezes chamada de poluição eletromagnética.
Veja capítulo 18 Compatibilidade Eletromagnética, para um debate detalhado sobre EMI. :

Efeitos da Temperatura
Os cabos do tipo par-trançado utilizados em aplicações internas ao edifício são previstos para
operar sob uma variedade de condições ambientais. A maior preocupação, especialmente nas
altas taxas de transferência (64kb/s e acima), é aumento da atenuação nas temperaturas mais
altas do condutor (acima de 21 °C [70 °F]). Temperaturas altas podem ser costumeiramente
encontradas em:
• Paredes exteriores da edificação.
• Espaços em tetos (plenum).
• Salas de mecânica.
Falhas intermitentes são reportadas em redes LAN (local area network [LAN]– (rede de área
local) como um resultado do aquecimento solar de paredes e do cabeamento dentro delas. Para
evitar tais problemas, a atenuação cotada na temperatura mais alta esperada deve obrigatoria-
mente ser utilizada ao projetar do cabeamento do tipo usuário único.
A atenuação aumenta com a temperatura devido a:
• Aumento da resistência do condutor.
• Aumento da constante dielétrica do isolamento
• Fator de dissipação.
Alguns isolamentos têm melhor desempenho do que outros sob condições de alta temperatura.
Os gráficos apresentados nas paginas seguintes mostram uma comparação de atenuação e
freqüência em várias temperaturas para
• FEP (p.ex.: TEFLON® e NEOFLON FEP®).
• ECTFE (p.ex.: HALAR®).
• PVC
NOTA: TEFLON® é uma marca registrada da E.I. du Pont de Nemours & Company, Inc.
NEOFLON FEP® é uma marca registrada da Daikin America, Inc.
HALAR® é uma marca registrada da Ausimont Corporation.

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Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Efeitos da Temperatura, continuação.


Nos Estados Unidos, o padrão ANSI/TIA/EIA-568-A, Commercial Building Telecommunica-
tions Cabling Standard, trata do efeito da temperatura exigindo que os cabos Categoria 4 e 5
em 40 °C (104 °F) e 60 °C definidos pela Electronic Industries Alliance (EIA)
sejam testados a 40 °C (104 °F) e 60 °C (140 °F) e que os ajustes sejam feitos para a tempera-
tura mais alta conforme é mostrado nas duas tabelas seguintes. Para propósitos de testes, a
atenuação é aumentada em um fator de 0,4 por cento por grau Centígrado em todas as fre-
qüências.
As atenuações de alguns cabos podem exibir uma dependência significativa em relação à
temperatura. Um coeficiente de temperatura de 1,5 por cento por grau Centígrado não é
incomum para alguns cabos Categoria 3.

Tabela 19.6
ANSI/TIA/EIA-568-A Categoria 5 - atenuação máxima do par-trançado em temperaturas elevadas

Freqüência 40 °C (104 °F) 60 °C (140 °F)


(dB/100 metros) (dB/100 metros)
64.0 kHz 0.86 0.93
256.0 kHz 1.2 1.3
512.0 kHz 1.6 1.7
772.0 kHz 1.9 2.1
1.0 MHz 2.2 2.3
4.0 MHz 4.4 4.8
8.0 MHz 6.3 6.7
10.0 MHz 7.0 7.6
16.0 MHz 8.9 9.5
20.0 MHz 10.0 10.8
25.0 MHz 11.2 12.1
31.25 MHz 12.6 13.6
62.5 MHz 18.4 19.7
100.0 MHz 23.8 25.5

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Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Efeitos da Temperatura, continuação.


Para maiores informações sobre as Figuras 19.1, 19.2, e 19.3, consulte o “Temperature-
Related Changes in Dielectric Constant and Dissipation Factor of Insulations Increase Attenu-
ation in Data Cables Used in Building Plenums,” escrito por C.Y.O. Lin e J.P. Curilla. (Este
material está disponível na DuPont.)

Figura 19.1
Valores de atenuação calculados para cabos isolados com FEP, ECTFE e PVC de 1 MHz até 135 MHz em 22 °C (72 °F)

210
Resultado da atenuação
200 medida a 20 oC (68 oF) C
V
P

150
PVC
Atenuação (dB)

ECTFE
100 TFE
EC P
FE

FEP
50

0
1M 10M 30M 60M 135M

Freqüência (Hz)

ECTFE = Ethylene chlorotrifluoroethylene


FEP = Fluorinated ethylene propylene
PVC = Polyvinyl fluoride

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Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Efeitos da Temperatura, continuação.

Figura 19.2
Valores de atenuação calculado para cabos isolados com FEP, ECTFE e PVC de 1 MHz até 135 MHz em 40 °C (104 °F)

300
Atenuação medida C
V
P
250

200
Atenuação (dB)

150 E
TF
EC
ECTFE
100 PVC P
FE

FEP
50

0
1M 10M 30M 60M 135M

Freqüência (Hz)

ECTFE = Ethylene chlorotrifluoroethylene


FEP = Fluorinated ethylene propylene
PVC = Polyvinyl fluoride

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Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Efeitos da Temperatura, continuação.

Figura 19.3
Valores de atenuação calculados e medidos para cabos isolados com FEP, ECTFE e PVC de 1 MHz até 135 MHz em
60 °C (140 °F)

500 Atenuação medida

400 C
PV
Atenuação (dB)

300

200
FE
ECT
PVC

E P
100 ECTF FE
FEP

0
1M 10M 30M 60M 135M

Freqüência (Hz)

ECTFE = Ethylene chlorotrifluoroethylene


FEP = Fluorinated ethylene propylene
PVC = Polyvinyl fluoride

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Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Blindagem de Cabo

Descrição
Uma blindagem é uma cobertura metálica ou invólucro envolvendo os itens abaixo, isolados:
• Condutor.
• Núcleo do cabo
• Grupo individual de condutores dentro de um núcleo.
A blindagem pode ser feita de folhas, fios em malha ou fitas/tiras metálicas. Elas são geral-
mente de cobre, cobre estanhado, alumínio ou outro material condutor elétrico. As blindagens
de cabos:
• Reduzem o sinal irradiado pelo cabo a um nível aceitável.
• Reduzem os efeitos de riscos elétricos quando vinculados ou aterrados apropriadamente.
• Minimizam os efeitos de sinais eletromagnéticos externos sobre circuitos internos ao cabo
blindado.
• Aumentam a capacitância por unidade de comprimento do cabo.

Eficácia da Blindagem
A eficácia da blindagem de um cabo é uma função de dois mecanismos básicos:
• Blindagem da onda eletromagnética
• Impedância de transferência da superfície.
Eficácia da blindagem da onda eletromagnética:
• Resulta da atenuação e de reflexões.
• É dependente de fatores tais como o tipo e densidade do material utilizado e do número e
tamanho de aberturas na blindagem.
As blindagens dos cabos são geralmente conectadas de forma a que possam ser utilizadas para
transportar grandes correntes que venham a ser induzidas por um campo externo. O fluxo de
corrente na blindagem resulta em uma queda da tensão ao longo dessa blindagem devido à
resistência finita da blindagem. Como resultado, existe um gradiente entre a tensão dos
condutores dentro do cabo blindado e a tensão da blindagem em si. A razão entre a voltagem
do condutor para a blindagem por unidade de comprimento e a corrente da blindagem é a
impedância de transferência da superfície. Impedância de transferência da superfície é geral-
mente medida em mili-ohms/metro ou ohms/pés.
Os requisitos e procedimentos para testes da eficácia da blindagem são especificados na TIA/
EIA IS-729.

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Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Tipos de Blindagem
Existem muitos tipos de blindagens incluindo:
• Fios entrelaçados.
• Fios enrolados em espiral.
• Fios enrolados em espiral reversa.
• Folhas metálicas, de forma longitudinal ou helicoidal.
• Híbridos, combinando outros tipos.
• Tubos metálicos.
• Materiais não metálicos condutores.

Tubos Metálicos de Paredes Sólidas


Um tubo metálico de parede sólida (conduíte) é a melhor blindagem possível, mostrando
propriedades para blindagem superiores em todas as freqüências. Enquanto tubos metálicos
sólidos são utilizados como blindagem em algumas aplicações muito específicas, sua natureza
rígida os faz inapropriados para muitas aplicações normais de cabos.

Material Condutor Não-Metálico


Materiais condutores não-metálicos, tal como uma fita semicondutora feita com produtos
contendo carbono, são geralmente utilizados em eletricidade e em algumas freqüências baixas.
Estas blindagens semicondutoras não são recomendadas para aplicações em freqüências dentro
ou acima da faixa de rádio-freqüência (RF).

Selecionando uma Blindagem para Cabo


Considere o seguinte critério primário quando selecionar uma blindagem de cabo para uma
dada aplicação:
• A natureza do sinal a ser transmitido. (A faixa de freqüência afeta a performance da maior
parte das blindagens.).
• Os campos EMI através dos quais os cabos passarão.
• Regulamentações para Compatibilidade Eletromagnética (EMC). (Qualquer cabo em
operação dentro de um sistema dado tem que ser projetado de conformidade com os limites
de radiação EMI desse sistema .)
• Ambientes físicos e requisitos mecânicos específicos (p.ex.: a blindagem pode ser utilizada
para acrescentar suporte ao cabo).
NOTA: Limitações ao tamanho geral do cabo podem também afetar esta decisão.

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Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Comparação entre Cabos Blindados


Os tipos de blindagens para cabos são comparados na tabela a seguir:

Tabela 19.7
Tipos de blindagem para cabos

Conduite
Trança em Trança em de Parede Conduite
Característica Camada única Multi Camadas Folha Sólida Flexível

Eficácia da Boa Boa Excelente Excelente Boa


blindagem em
áudio freqüência

Eficácia da Boa Excelente Excelente Excelente Pobre


blindagem em
rádio freqüência

Cobertura normal 60-95% 95-97% 100% 100% 90-97%

Fadiga Boa Boa Moderada Pobre Moderada

Resistência tênsil Excelente Excelente Pobre Excelente Moderada

NOTAS: Nas cotações de eficácia da blindagem:


• Pobre significa menos de 20 dB.
• Moderado significa de 20 a 40 dB.
• Boa significa de 40 a 60 dB.
• Excelente significa mais de 60 dB.
A eficácia das malhas de camada única ou de multicamadas contra campos magnéti-
cos é pobre.
Para blindagem efetiva de folhas e eletrodutos contra campos magnéticos, tem que
ser utilizado material altamente permeável.

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Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Fios de Dreno

Introdução
Se uma blindagem não é apropriadamente aterrada, sua eficácia é reduzida. Fios drenos são
algumas vezes aplicados em acréscimo à blindagem para fornecer um meio mais fácil de
aterrar a blindagem. Um fio dreno correndo ao longo do cabo junto à blindagem fornece amplo
aterramento.
Os fios drenos são utilizados:
• Com lâminas, não metálicas e com blindagens híbridas.
• Ocasionalmente com blindagem em malha para tornar mais fácil a terminação do terra da
blindagem.

Aplicações
Os fios drenos são geralmente:
• Aplicados longitudinalmente junto à parte metálica da blindagem ao longo de todo o
comprimento do cabo.
• Feito de fio de cobre flexível ou sólido o qual pode ser nu ou estanhado.

Especificando os Tipos de Fios Drenos


Os tipos de fios drenos têm que ser especificado na ocasião do pedido do cabo. Os requisitos
para a terminação da aplicação irão determinar se o fio dreno será feito de cobre nu ou esta-
nhado, do tipo sólido ou de feixe.

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Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Sinais Analógicos

Introdução
Esta seção é uma revisão de alguns dos mais fundamentais conceitos de telefonia de voz. Ela
serve como introdução ao assunto. As seções seguintes fornecem um tratamento mais conciso e
profundo de transmissões analógicas e digitais.

Definição
Os sinais analógicos são sinais elétricos que variam continuamente e que seguem diretamente
as variações da entrada, tal como as mudanças do volume ou da freqüência da voz humana.

Freqüências
Existem alguns aspectos do som que são variados para produzir a fala. O primeiro deles é a
freqüência. Quando nós olhamos para as freqüências analógicas com equipamentos de teste
nós vemos uma onda senoidal. Uma onda senoidal assemelha-se muito a uma onda lisa do
oceano.
Vamos primeiro tratar do período da onda: O período é o tempo requerido para produzir uma
onda completa. É normalmente expresso em segundos ou em alguma parte do segundo tal
como um milisegundo ou um microssegundo (um milésimo ou um milionésimo de um segundo,
respectivamente). A freqüência é o inverso do período: Ao invés de dizer quanto tempo leva
uma onda senoidal completa para ocorrer, a freqüência é uma forma de dizer quantas ondas
ocorrem em um segundo, ou ciclos por segundo. Alguns exemplos:
• 1000 ciclos por segundo equivalem a um período de 1.0 milisegundo (1/1000 s.).
• 60 ciclos por segundo equivalem a um período de 16.67 milisegundos (1/60 s.).
O Hertz (Hz) é a unidade utilizada para indicar ciclos por segundo e é a unidade padrão de
medida de freqüência. A faixa de freqüência que os seres humanos podem ouvir é de cerca de
20 Hz a 20,000 Hz. Circuitos telefônicos para voz são geralmente limitados à faixa de 300 a
3400 Hz, que é adequada para a faixa da voz humana.

Medindo Freqüências
Os sinais de comunicações são geralmente compostos de uma combinação de freqüências,
chamada de espectro. Unidades de medida múltiplas de Herz são mostradas na tabela seguin-
te.

Tabela 19.8
Unidades de medida múltiplas do Herz

Unidade Abreviação Valor

Kilohertz kHz 1000 Hz

Megahertz MHz 1.000.000 Hz (1000 kHz)

Gigahertz GHz 1.,000.000.000 Hz (1000 MHz)

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Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Espectros Padrão
Os espectros de diversas faixas de freqüências padrão são mostradas na tabela seguinte:

Tabela 19.9
Espectros de faixas de freqüências padrão

Faixa Símbolo Descrição Alcance

Áudio VLF Freqüência muito baixa 3-30 kHz

Áudio LF Baixa freqüência 30-300 kHz

Radio (RF) MF Média freqüência 300-3000 kHz

Rádio (RF) HF Alta freqüência 3000-30,000 kHz

Vídeo (TV) VHF Freqüência muito alta 30-300 MHz

vídeo (TV) UHF Freqüência ultra alta 300-3000 MHz

vídeo (TV) CATV Antena de TV a cabo 55-750 MHz

Radar SHF Super alta freqüência 3000-30,000 MHz

Radar EHF Extremamente alta freqüência 30-300 GHz

Decibel
Outra propriedade da onda senoidal é a força do sinal (energia).
Um termo que foi desenvolvido e denominado em honra a Alexander Graham Bell é o bel, mais
conhecido como o decibel. Uma pessoa pode perceber a diferença (troca) em volume de apenas
de um 1 decibel. Decibéis são expressos matematicamente como:
(P1)
dB = 10 log
(P2)
Razão de Potência = P1 dividido por P2 onde P1 e P2 são os níveis de potência comparados.

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Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Decibel, continuação.
A tabela seguinte mostra uma faixa de 0 a 30 dB e a razão de potência que eles expressam.

Tabela 19.10
Razão de potência de 0-30 dB

Decibel Razão de potência Decibel Razão de potência

0 1.0 16 39.8

1 1.3 17 50.1

2 1.6 18 63.1

3 2.0 19 79.4

4 2.5 20 100.0

5 3.2 21 125.9

6 4.0 22 158.5

7 5.0 23 199.5

8 6.3 24 251.2

9 7.9 25 316.2

10 10.0 26 398.1

11 12.6 27 500.0

12 15.8 28 631.0

13 20.0 29 794.3

14 25.1 30 1000.0

15 31.6

Decibéis são fatores logarítmicos. Um aumento de três dB resulta no dobro da potência. Uma
diminuição de três dB resulta na diminuição do nível de potencia pela metade. Para ter uma
idéia, um dB é a mudança mínima que o ouvido humano pode perceber.
Decibéis são úteis para expressar níveis de potência. Níveis de decibel são utilizados em
telefonia para expressar a razão de potência.
Um nível padrão de 0 dBm foi estabelecido para a telefonia. (O m significa miliwatt.) O
padrão de 0 dBm resulta de um miliwatt (1 mW) de energia na freqüência de 1000 Hz através
da impedância de 600 Ω.

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Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Eco
Um outro fenômeno que ocorre com o som e a transmissão do sinal é um eco. Ecos são
causados pela descontinuidade no meio que transporta o som. Quando uma onda bate em um
objeto sólido ela é rebatida. Um objeto atua como uma descontinuidade ou retro-alimentação, o
qual causa uma reflexão ou eco. Precisamente a mesma coisa ocorre com o sinal na transmis-
sões elétrica.
Nós todos gritamos através de uma distancia para ouvir nossa voz ecoada. Na verdade, ecos
estão ocorrendo todo o tempo. Eles retornam tão rápido que nós não podemos detectá-los. Para
que um eco ocorra, tem que existir um atraso suficiente para ele ser ouvido acima da fonte
original do som. Isso acontece em telefonia, também.

Fase
Fase é um fenômeno relacionado com o atraso. Um som que é atrasado com respeito ao mesmo
som é dito que está fora de fase com o original. O som viaja livre pelo ar a cerca de 335 m/s
(1100 ft/s). Mesmo nesta alta velocidade, um atraso é facilmente observado, entre ouvir um
som de uma arma e vê-la soltar fumaça (p.ex.: os segundos entre ver um relâmpago e ouvir um
trovão para determinar o quanto longe ele ocorreu.).
Em comunicações, ondas sonoras no ar são substituídas por um sinal elétrico sobre um meio
condutor. Um sistema de transmissão consiste de três componentes:
• Uma fonte de energia
• Alguma espécie de meio para levar a energia.
• Um dispositivo receptor.
Na telefonia, os três componentes correspondentes do sistema de transmissão são:
• Fonte de energia—A voz humana é convertida em sinais elétricos.
• Meio de transportar a energia—Fio é geralmente utilizado como um meio de transmissão.
• Dispositivo receptor—O transdutor em um aparelho telefônico converte a energia elétrica
de volta em energia sonora para o ouvido.

Telefone - Voz
O telefone analógico converte informação de voz (como onda sonora) em sinais analógicos
elétricos que podem ser transmitidos a distancias mais longas do que a onda sonora pode ir.
Três processos relativamente simples estão envolvidos:
1. As ondas sonoras da voz de alguém falando são convertidas em corrente elétrica de
freqüência e amplitude variável, que representam o tom e o volume da voz.
2. A corrente elétrica é transmitida para um receptor distante.
3. O receptor converte a corrente elétrica de volta em onda sonora.

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Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Telefone - Voz, continuação.


A transmissão analógica da informação pela voz pode ser feita dentro de uma largura de banda
razoavelmente estreita, geralmente considerada como sendo de 3100 Hz (freqüências de 300
Hz a 3400 Hz).
Existe um certo número de dispositivos que podem converter energia sonora em energia
elétrica, genericamente chamados de transmissores ou microfones. O transmissor converte a
complexa onda de voz em uma reprodução elétrica de precisão razoável com basicamente a
mesma forma de onda e freqüência.
O sinal elétrico correspondente à onda de voz é transmitido por um par de fios com alguma
perda de energia, mas, sob condições apropriadas, sem distorção substancial. Para que traba-
lhe como um circuito, dois fios são necessários para levar o sinal elétrico. A corrente enviada
por um fio tem que eventualmente retornar para a fonte. No princípio das telecomunicações o
terra era usado como um dos fios. Logo foi percebido que isso produzia muito ruído e final-
mente dois fios foram utilizados. Isto marcou o início da indústria de cabeamento para teleco-
municações.
Dispositivos que convertem energia elétrica em energia sonora são tipicamente denominados
receptores. O receptor é um dispositivo eletromagnético, muito parecido com um alto-falante em
miniatura que converte a forma de onda elétrica numa reprodução aceitável do som original.
O aparelho de mão é a parte do telefone que é mantida próxima da boca e do ouvido. O
transmissor e o receptor são montados nesse aparelho de mão. Um telefone analógico típico
inclui esse aparelho de mão mais um mecanismo de discagem para controlar onde os fios serão
conectados ou comutados.

Impedância de Linha Telefônica


O telefone a partir do qual a corrente de voz é originada pode ser considerado como um
gerador de sinal que tem uma carga que é uma combinação do outro telefone e dos fios conec-
tados. Os fios para conexão formam a linha de transmissão.
A transmissão máxima de energia elétrica acontece quando um dispositivo transmitindo e um
dispositivo recebendo tem a mesma resistência, ou (mais precisamente) a mesma impedância.
Quando uma linha comprida de transmissão é utilizada entre eles, a transferência máxima de
energia acontece se a impedância do transmissor é compatível com a linha e a linha é compatí-
vel com o receptor. Uma medida muito importante de um circuito transmissor é a sua impedân-
cia característica, algumas vezes considerada como a impedância que os condutores mostrari-
am se eles forem infinitamente longos.
Assim, é importante assegurar que a fonte ou carga conectada a uma linha seja compatível da
melhor forma possível para obter a máxima eficiência. Os cabos telefônicos têm uma impedân-
cia característica que depende da freqüência. Em aplicações na faixa de voz, uma impedância
típica de 600 ou 900Ω é utilizada para compatibilizar os pares de cabos. A impedância de
600Ω é preferível para circuitos de linha privada e troncos, enquanto que a de 900Ω é utiliza-
da em circuitos de linha de sistemas de comutação de centrais telefônicas.

Telefone - Eco
Ocasionalmente, os usuários podem encontrar ecos em chamadas de longa distancias (DDI).
Para um eco ser percebido parte do sinal transmitido tem que ser enviado de volta à origem.
Tem que haver um atraso perceptível no caminho da transmissão do sinal.

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Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Telefone - Voz, continuação.


Parte do sinal transmitido é retornado ao transmissor (refletido) quando a impedância da linha
de transmissão e a do receptor não são compatíveis. Isso é o motivo pelo qual a energia
máxima não é transmitida. Compatibilizar estas impedâncias garante a eficiência máxima da
transmissão e também uma quantidade mínima de eco.
A muitos de nós foi dada a impressão que a eletricidade viaja na velocidade da luz
(300 000 km/s [186,000 mi/s]). Enquanto isso é verdade para o rádio, os sinais viajam muito
mais devagar em cabos. Com cabos 19 AWG [0.91 mm (0.036 in)], o atraso na freqüência de
1000 Hz é acima de um milisegundo em 80 km (50 mi) de comprimento. Circuitos maiores
terão proporcionalmente atrasos maiores. A comunicação por satélite viaja na velocidade da
luz, mas como tem uma grande distância para ir e voltar o atraso é de cerca de 1/2 segundo.

Telefone - Distorção
As características de transmissão dos pares de fios também variam com a freqüência. Os sinais
com vários componentes da freqüência que são enviados a uma concessionária, irão sair de
algum tanto em formato diferente; eles irão experimentar alguma distorção dentro da concessi-
onária. Na freqüência de voz, o principal elemento de distorção é a capacitância.
Aumentando a freqüência aumenta a velocidade de transmissão através do fio. Utilizando o
exemplo do fio trançado de 19 AWG (0.91 mm (0.036 in)], a velocidade de transmissão é de
4.023 km/s (2500 mi/s) na freqüência de 300 Hz; na freqüência de 3000 Hz é de cerca de
12.070 km/s (7500 mi/s). Esta variação da velocidade de freqüência da transmissão não afeta
de maneira perceptível a transmissão de voz, mas tem um efeito sério na transmissão de dados.
A aplicação de indutores, denominados pupinização, colocados em intervalos ao longo do cabo
melhora a transmissão de voz. A pupinização:
• Compensa a capacitância do par de cabos.
• Reduz a perda pela capacitância através de uma faixa de áudio freqüências.
As distâncias mais comuns entre os pontos de carregamento são 1.3 km (4.500 ft) para
carregamento D e 1.8 km (6.000 ft) para carregamento H.
Tão bons quanto os circuitos carregados são para voz, tanto eles são insatisfatórios para a
transmissão de dados. É fato que o carregamento melhora as características perda versus
freqüência, mas, por outro lado, ele causa muitos problemas de atraso. O atraso nas altas
freqüências é de longe maior em instalações carregadas do que em instalações não carregadas.

Tendências
O tremendo investimento de capital em redes de transmissão analógicas existentes indicam que
esse tipo de transmissão irá continuar a ser uma parte fundamental das telecomunicações ainda
por muitos anos. Entretanto, é aparente que a indústria de telecomunicações está se movendo
em direção às transmissões digitais. A conversão analógica-para-digital já está acontecendo em
aparelhos telefônicos utilizados com PBXs (digital private branch exchanges – comutadores
digitais de ramais particulares) . Prevê-se que esta tendência vai continuar:
• Com aparelhos telefônicos utilizados eom centrais telefônicas digitais.
• Como o modo de comunicação das LANs baseadas em computador.

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Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Sinais Digitais

Definição
Um sinal digital é um sinal elétrico nominalmente descontínuo que muda de um estado para
outro em passos discretos (discreto = descontínuo, que varia abruptamente por valores inteiros,
1, 2, 3 ...). Os sinais digitais são originados por computadores ou por conversores Analógicos-
para-Digitais (A/D) .

Explicação
A informação levada por sinais digitais é transmitida com uma representação codificada de
suas entradas (ao contrário dos sinais analógicos, os quais transportam informações através
das variações de freqüência e amplitude). Cada pulso digital individual é chamado de bit
(abreviação de binary digit – dígito binário). O bit é a unidade básica do sinal de comunicação
do computador.
O sinal digital leva uma mensagem codificada na forma de uma seqüência de pulsos que são
transmitidos em intervalos de tempo regulares. Os pulsos têm geralmente, mas não necessaria-
mente, a forma de um retângulo. A amplitude dos pulsos é limitada a um número discreto de
níveis, incluindo o nível zero, que é a ausência de pulso. No caso mais simples, um sinal de
dois níveis é utilizado para representar os números binários zero ou um.
Os sinais analógicos, tais como voz ou vídeo, são codificado em formato digital por um
processo multipassos:
• Amostragem
• Quantização/compressão-expansão
• Modulação do código de pulso (Pulse code modulation)
• Multiplexação por divisão de tempo (Time division multiplexing)
• Codificação da linha

Amostragem
O primeiro passo neste processo envolve a amostragem do sinal analógico em intervalos de
tempos regulares. A taxa de amostragem tem que ser pelo menos duas vezes a do componente
da freqüência mais alta da fonte analógica para reprodução fiel do sinal quando este é conver-
tido de analógico para digital e depois retorna a analógico. Por exemplo, um ritmo de amostra-
gem de 8.000 amostras/segundo é requisitado para digitalizar um sinal de voz contendo
freqüências até 4 kHz. Para palavras com alta fidelidade ou sinais de música contendo compo-
nentes de freqüência até 16 kHz, a taxa de amostragem necessita ser aumentada até 32.000
amostras/segundo.

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Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Quantificação/Compressão-Expansão
O segundo passo no processo envolve a quantificação dos pulsos das amostras. Cada pulso é
designado como um nível discreto, que aproxima o sinal analógico da amostragem instantânea.
Por exemplo, se a fonte de sinal varia de amplitude entre 0 e 1 volt, a cada pulso pode ser
designado qualquer dos 256 níveis discretos dentro da faixa. Os incrementos entre os níveis
podem ser uniformes ou seguir um relacionamento não-uniforme.
No caso de sinais de voz, é desejável determinar um grande número de níveis quando o sinal é
mais fraco (próximo de zero) do que quando o sinal é forte (próximo a um). Este mapeamento
não uniforme entre o valor analógico para um nível digital designado é denominado “compres-
são-expansão”. É usado para aumentar a razão sinal-ruído de sinais de baixo nível e para
melhorar a fidelidade do sinal tal como é percebido pelo ouvido humano. O trem de pulso após
a amostragem e quantização é denominado sinal digital com modulação de amplitude de pulso
(PAM).

Modulação de Código por Pulso (Pulse Code Modulation - PCM)


O terceiro passo no processo envolve a conversão do sinal PAM para um formato binário
(p.ex.: uma seqüência de uns e zeros). Um pulso discreto ao qual é designado um qualquer dos
256 níveis pode ser representado por número binário de 8 bits. Por exemplo, um pulso que tem
uma amplitude igual ao nível 137 pode ser representado pelo número binário 10001001. Isso
significa então que o sinal de voz analógico com uma largura de banda de 4 kHz pode ser
representado por um sinal binário com uma taxa de repetição de pulso de:
8.000 amostras/segundo x 8 bits/amostra = 64,000 bits/segundo
Um sinal PAM que é codificado em formato binário é chamado de sinal com modulação do
código de pulso (pulse code modulation - PCM).
O processamento do sinal digital é utilizado para codificar o sinal de voz à taxa de transmissão
de dados abaixo de 64,000 b/s. Por exemplo, a modulação de código de pulso diferencial
adaptável (adaptive differential pulse code modulation - ADPCM) utiliza 32.000 b/s. Existem
outras técnicas de processamento que podem codificar o sinal de voz em velocidades inferiores
a 9600 bits/segundo. Nestas velocidades baixas, a qualidade do sinal de voz decodificada é
baixa.

Multiplexação por Divisão de Tempo (Time Division Multiplexing - TDM)


O quarto passo no processo envolve a combinação de um número de sinais binários de fontes
diferentes (canais) em uma única seqüência de bits composta. Este processo é chamado
multiplexação. O TDM é um meio de aumentar a capacidade de transportar informações de
um sinal digital. Ele é obtido pela intercalação das amostras codificadas de canais diferentes
junto com um ou mais bits de controle com o propósito de constituir um bloco de dados. Os
blocos de dados são então transmitidos seqüencialmente a uma taxa correspondente à taxa da
amostragem. O número de bits por bloco multiplicado pela taxa de amostragem é igual à taxa
da linha de transmissão do sinal digital composto.
O TDM é também utilizado para multiplexar os sinais de um nível mais baixo na hierarquia
digital para um sinal com nível mais alto. Por exemplo, quatro sinais T1 (DS1) são combina-
dos para formar um sinal T2 (DS2). O processo de reconstituição de canais individuais a
partir de sinais compostos é chamado demultiplexação. O equipamento de demultiplexação e
multiplexação é geralmente chamado de banco de canais. Unidades de modernas são também
chamadas terminais multiplexadores inteligentes.

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Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Codificação de Linha
Uma seqüência de pulsos binários consistindo de uns e zeros não é o formato ótimo para
transmitir através de cabos par-trançado balanceados. O passo final do processo de codifica-
ção é a modificação da forma e do padrão de pulso para conseguir transmissões mais eficien-
tes.
Várias técnicas são utilizadas para formatar os pulsos para limitar a largura de banda (conteú-
do da freqüência) do sinal transmitido. Isso melhora a relação do sinal para o ruído induzido
por sistemas adjacentes que estão operando no mesmo cabo. Técnicas de codificação da linha:
• Eliminam o componente da corrente contínua (dc) que pode ter um efeito adverso na
detecção do sinal .
• Melhoram a recuperação da sincronização.
Dois métodos comuns de codificação de linha são:
• Inverter pulsos alternados e substituir muitos zeros sucessivos por um padrão único.
Esta técnica é utilizada para portadoras T1 e é geralmente referida como uma inversão de
marca alternada (alternate mark inversion - AMI) ou codificação bipolar.
• Utilizando a codificação Manchester ou Manchester diferencial onde cada bit dentro de um
intervalo de dados unitário é representado por um pulso positivo sobre metade do intervalo
e um pulso negativo sobre a metade remanescente do intervalo. A vantagem da codificação
Manchester é que ela é mais fácil de sincronizar com o sinal minimizando assim a tremula-
ção.

Técnicas de Codificação
Técnicas de codificação são um aspecto importante dos princípios de transmissão. Elas
formam as bases para a transmissão digital. Se a linha de telecomunicações estiver levando
uma série de bits simples (zeros e uns), trata-se de uma transmissão de dois estágios, apta para
transportar somente duas mensagens diferentes. Se um bit é adicionado a cada elemento do
sinal, criando um di-bit, existirá uma transmissão de quatro estágios, capaz de transportar
quatro mensagens diferentes. Oito estágios podem ser executados pela adição de outro bit para
cada elemento do sinal, agora chamado de tri-bit, e o sinal pode expressar oito combinações
diferentes de zero e um.
Com a utilização do método de codificação apropriado, velocidades de dados mais altas podem
ser alcançadas pelo uso de símbolos em linhas com taxas mais baixas. Isso aumenta a distan-
cia à qual o sinal pode ser transmitido por meio de um par-trançado de cobre. Isso também
reduz as emissões com interferência em rádio freqüência (radio frequency interference - RFI).

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Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Técnicas de Codificação,continuação
As tabelas e figuras a seguir mostram diversos métodos de codificação.

Tabela 19.11
Métodos de Codificação

Taxa de transmissão Método de Largura da Banda


Aplicação da linha Codificação de transmissão

ISDN (taxa básica) 160 kb/s 2B1Q 40 kHz


ISDN (taxa principal) 1.544 Mb/s Bipolar 772 kHz

HDSL 2 x 784 kb/s 2B1Q 196 kHz


ADSL até 7 Mb/s DMT ou CAP 1.04 MHz

IBM System 3X 1.0 Mb/s Manchester 750 kHz


IBM System 3270 2.35 Mb/s Manchester 1.76 MHz

Wang VS/OIS 4.27 Mb/s Manchester 3.2 MHz

IBM token-ring 4 Mb/s Diferencial 3.0 MHz


IBM token-ring 16 Mb/s Diferencial 12.0 MHz

Ethernet 10BASE-T 10 Mb/s Manchester 7.5 MHz


Ethernet 100BASE-TX 100 Mb/s 4B5B/MLT-3 31.25 MHz
Ethernet 100BASE-T4 100 Mb/s 8B6T 12.5 MHz
Ethernet 1000BASE-T 1000 Mb/s 8B/1Q4 PAM5 125 MHz

ATM 12.96 Mb/s CAP-2 12.96 MHz


ATM 25.6 Mb/s 4B5B 32 MHz
ATM (STS-1) 51.8 Mb/s CAP-16 29 MHz
ATM (STS-3) 155 Mb/s NRZ 77 MHz

TP-PMD 125 Mb/s MLT-3 31.25 MHz

NOTA: Enquanto as freqüências são transmitidas acima desta taxa, a maior parte da energia
não irá exceder a esta largura de banda.

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Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Técnicas de Codificação,continuação

Figura 19.4
Polar não-retorno ao zero (non-return to zero - NRZ)

+V

Dois estados
OV

-V
0 1 1 0 1 0 0 1 0 1 1 1 0

Polar NRZ

Figura 19.5
Bipolar (inversão de marca alternada)

+V

Dois estados
OV

-V
0 1 1 0 1 0 0 1 0 1 1 1 0

Bipolar (inversão de marca)

Figura 19.6
Difase (Manchester)

+V

Dois estados
OV

-V
0 1 1 0 1 0 0 1 0 1 1 1 0

Difase (Manchester)

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Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Técnicas de Codificação,continuação

Figura 19.7
2B1Q: 2 bits binários codificados em 1 símbolo quaternário

V
Mapa de codificação

V 00 --> -V
3
01 --> - V
3 Quatro
OV V estados
10 -->
-V 3
3 11 --> V

-V

Figura 19.8
MLT-3 (nível-3 [também pode ser denominado NRZI-3])

+V

OV Três estados

-V

Codificação 8B6T
Para enviar uma informação utilizando a codificação 8B6T, compare o valor do byte de dado
com o valor da tabela 8B6T. Todas os bytes possíveis tem um código 6T único, um conjunto
de 6 símbolos tri-estado. O 8B6T prepara completamente os dados para transmissão; nenhuma
codificação ulterior é necessária. A 100BASE-T4 é atualmente a única tecnologia que utiliza a
codificação 8B6T na subcamada de codificação física (physical coding sublayer - PCS) da
camada física. Assim, a 100BASE-T4 demultiplexa os códigos 6T em três pares de fios
enquanto o par remanescente “ouve” as colisões.

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Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Multitom Discreto (Discrete Multitone - DMT)


O DMT utiliza modulação multiportadora. A faixa de freqüência é dividida em diversas
centenas de subfaixas (geralmente 256), cada uma das quais leva um sinal modulado com
parte do fluxo de dados. A taxa de dados pode ser ajustada aumentando o número de subfaixas
e variando o número de bits levados em cada subfaixa.

Codificação de Amplitude e Fase sem Portadora (Carrierless Amplitude and Phase - CAP)
A codificação CAP utiliza técnica de processamento de sinal digital sofisticada para enviar
dois símbolos ortogonais (independentes) simultaneamente. O receptor tem dois filtros, cada
um reconhece um símbolo e ignora o outro.
Cada par de símbolos ortogonais representa de um a oito bits de dados dependendo do número
de níveis de amplitude que está sendo utilizado.
• CAP-2—Cada símbolo dual representa 1 bit de dado.
• CAP-4—Cada símbolo dual representa 2 bits de dado.
• CAP-16—Cada símbolo dual representa 4 bits de dado.
• CAP-64—Cada símbolo dual representa 8 bits de dado.

Codificação 8B/1Q4 PAM5


Cada grupo de oito bits (8B) é convertido em uma transmissão de quatro símbolos quinários
(1Q4) através de pares trançados. Cada símbolo representa dois bits binários ou zero (PAM5).

Digital versus Analógico


A desvantagem da transmissão digital é o aumento da largura de banda (faixa de freqüência)
necessário para transmissão de pulsos digitais, comparada com a largura de banda necessária
para sinais analógicos equivalentes.
Uma das principais vantagens da transmissão digital é a fidelidade do sinal regenerado, a qual
é relativamente independente da distância de transmissão.

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Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Velocidades de Transmissão Digital

Velocidades de Transmissão
Uma transmissão de dados digital é geralmente executada em velocidades muito altas. Estas
velocidades são expressas nas unidades mostradas na tabela a seguir.

Tabela 19.12
Velocidade de transmissão de bits

Unidade da taxa de transmissão Definição

Bits por segundo (b/s) 1 b/s

Kilobits por segundo (kb/s) 1000 b/s

Megabits por segundo (Mb/s) 1.000.000 b/s

Gigabits por segundo (Gb/s) 1.000.000.000 b/s

Baud
O “Baud” é também utilizado como uma unidade de medida para transmissões digitais. Para
transmissões digitais simples, um baud é igual a um bit por segundo. Tecnicamente, entretan-
to, um baud é a medida de velocidade de sinalização igual ao número de transições de sinal por
segundo, o qual pode ser igual à taxa de dados em b/s .
Por exemplo, em um sistema com elementos de 2-bit (nível-4), uma velocidade de transmissão
de 9600 b/s irá acontecer em 2400 baud. Antes da recomendação da International Telecom-
munication Union (ITU) V.34, 2400 bauds era a taxa máxima de baud utilizada em modems
analógicos para faixa de voz. Um exemplo de codificação multibit em transmissão bandabase
digital é o código de linha 2B1Q utilizado com o ISDN( integrated services digital network –
rede digital de serviços integrados) interface de taxa básica BRI (basic rate interface – interfa-
ce de taxa básica). Neste caso, dois bits são codificados como um dos quatro pulsos de volta-
gem conforme foi mostrado numa figura anterior.

© 2000 BICSI® 19-33 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Conceitos de Linha de Transmissão

Introdução
Uma linha de transmissão ideal é feita com dois condutores que são separadas por um material
dielétrico espaçado uniformemente em toda sua extensão. A figura a seguir ilustra uma linha
de transmissão feita com dois condutores de diâmetro (d) que são fisicamente separados por
uma distância (D). Uma tensão equilibrada (V) é aplicada entre os dois condutores. Correntes
(i)iguais e opostas fluem em cada condutor.

Figura 19.9
Linha de transmissão de dois-fios
d
+V/2

+
I
V D R
Carga
- I

-V/2

O modelo funcional mais antigo de uma linha de transmissão era baseado na perda de resistivi-
dade (veja Figura 19.10). A queda de tensão em cada condutor é diretamente proporcional ao
fluxo de corrente e à resistência da linha (R) em ohms. Quanto maior o diâmetro do condutor,
menor a resistência. Também, quanto mais alta a condutividade do material condutor, mais
baixa a resistência. Um fator adicional, condutância (G), representa um vazamento de corrente
através de um dielétrico não ideal. G é a recíproca da resistência entre as duas linhas conduto-
ras, e é sempre expressa desta forma para propósitos de cálculos.

Figura 19.10
Modelo resistivo
R/2

G Carga

R/2

Manual TDM, 9ª edição 19-34 © 2000 BICSI®


Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Introdução, continuação
À medida que transmissões mais longas foram tentadas, tornou-se claro que o modelo resistivo
simples não era acurado. Um fator adicional ajudou a explicar as limitações observadas na
distância e na largura de banda. A voltagem aplicada entre os condutores causa um movimento
de carga elétrica tal que cargas iguais e opostas são depositadas sobre a superfície de cada
condutor (veja Figura 19.11). A distribuição de carga elétrica cria um campo elétrico (E) no
espaço dielétrico ao redor de cada condutor. Esse campo elétrico é tipicamente modelado como
uma capacitância (C).

Figura 19.11
Modelo de capacitância

+V/2

+
+
V E C Carga
-
-

-V/2

© 2000 BICSI® 19-35 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Introdução, continuação
À medida que aconteceu posteriormente progresso na tecnologia de transmissão, tornou-se
aparente que mesmo os modelos resistivo e capacitivo combinados não eram precisos. Ainda
outro fator foi descoberto. O fluxo de corrente cria um campo magnético concêntrico (B) que
circula cada condutor (veja Figura 19.12). O campo magnético é reforçado no espaço entre os
condutores e é diminuído na região externa de ambos os condutores. O modelo do circuito (L)
é chamado de indutância e medido em “henrys”. Uma separação maior entre os condutores
(D) resulta em um campo magnético maior e portanto uma indutância mais alta. A magnitude
da indutância também depende da permeabilidade magnética de qualquer material magnético
que circunda os condutores. Um material de permeabilidade alta resulta em uma intensidade de
campo magnético mais alta para uma dada corrente, e, portanto, uma indutância mais alta.

Figura 19.12
Modelo indutivo

L Carga

Manual TDM, 9ª edição 19-36 © 2000 BICSI®


Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Introdução, continuação
Uma linha de transmissão pode ser representada por um circuito elétrico contendo somente
componentes passivos que são arranjados em uma rede de suportes. A rede de suportes é feita
de seções em cascata, cada uma com um comprimento muito curto (∆x), consistindo de uma
série de resistências e uma série de indutâncias em paralelo com uma capacitância mútua e
uma condutância mútua ( veja a figura seguinte). Estes componentes distribuídos são chama-
dos de parâmetros fundamentais da transmissão.

Figura 19.13
Parâmetros fundamentais das linhas de transmissão

Seção de linha Mais


seção
de linha

1/2 R Linha 1/2 L Linha

G Linha C Linha

1/2 R Linha 1/2 L Linha

DX DX DX DX

© 2000 BICSI® 19-37 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Introdução, continuação
Os campos magnéticos e elétricos, ao mesmo tempo que as correntes e voltagens do circuito
não são independentes, mas são intrinsecamente relacionadas através da equação de Maxwell.
NOTA: Uma discussão da equação de Maxwell está fora do escopo deste capítulo. É
suficiente saber que ela é a base de toda a teoria das ondas eletromagnética.
Estes parâmetros primários (R,L,G,C) podem ser calculados a partir do conhecimento do
projeto físico dos cabos. Estes relacionamentos com o projeto tendem a ser complexos e vão
depender da:
• Geometria dos cabos.
• Propriedade dos materiais.
• Freqüência do sinal aplicado.
Não é essencial conhecer este relacionamento para compreender os conceitos de linha de
transmissão. Entretanto, para aqueles leitores que querem aprofundar-se posteriormente em
projetos e transmissão de cabos, algumas referencias técnicas úteis são dadas no final deste
capítulo.
Os parâmetros secundários da linha de transmissão são:
• Calculados a partir dos parâmetros primários, ou
• Obtidos pela medida direta.
Os parâmetros secundários definem o comportamento de um sinal elétrico conforme ele passa
através do cabo. Para este propósito, o cabo pode ser considerado como uma caixa preta. A
resposta de saída pode ser medida como uma função do sinal aplicado para diferentes condi-
ções de terminação. A figura a seguir ilustra o modelo geral de transmissão:

Figura 19.14
Modelo geral de transmissão

Zs I I Z
i o

Meio de
V V transmissão V
s i o

Z
Fonte in Carga

Manual TDM, 9ª edição 19-38 © 2000 BICSI®


Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Impedância Característica
A impedância característica corresponde à impedância de entrada de uma linha de transmissão
uniforme de comprimento infinito por exemplo,

Zin = Vι/Iι = Zo , ι→∞


Ela também corresponde à impedância de entrada da linha de transmissão de comprimento
finito que é terminada na sua própria impedância característica. A potência máxima é transfe-
rida da fonte para a carga quando a impedância da fonte (Zs) e a impedância da carga (Zt) são
iguais ao complexo conjugado da impedância característica da linha de transmissão (Zo).
Expressa diferentemente, toda a energia é transmitida e nenhuma energia é refletida de volta
para a terminação do cabo.
Em geral, a impedância característica é um número complexo com um componente resistivo e
reativo. É uma função da freqüência do sinal aplicado, e não é relacionado ao comprimento.
Em freqüências muito altas, forma uma assíntota da impedância característica para um valor
fixo que é resistivo. Por exemplo, o cabo coaxial tem uma impedância de 50 ou 75 ohms na
freqüência alta. Geralmente, cabos telefônicos de par-trançado tem uma impedância de 100
ohms acima de 1 MHz.

Atenuação
A atenuação corresponde à razão em decibéis (dB) da energia de entrada para a energia de
saída quando a carga e a impedância da fonte são compatibilizadas com a impedância caracte-
rística do cabo, por exemplo, Zs = Zt = Zo. Como uma referencia, a energia de entrada de é
obtida medindo a energia diretamente na carga sem passar através do cabo. Para o caso nos
quais as terminações não são perfeitamente ajustadas, a relação entre a entrada e a saída de
energia é chamada de perda por inserção (insertion loss). Medidas práticas de perda por
inserção geram valores que são mais altos do que a atenuação dependendo do grau de incom-
patibilidade.
Atenuação (dB) = 20 log (Vi/Vo)
Quando:
Zs = Zt = Zo
Onde:
Vi = Voltagem de entrada
Vo = Voltagem de Saída

© 2000 BICSI® 19-39 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Crosstalk
Crosstalk é a interferência no sinal entre pares, a qual pode ser causada por um par captando
sinais indesejados de:
• Pares adjacentes de condutores, ou;
• Cabos próximos
Por exemplo, esta interferência pode ser resultado de um campo magnético que circula qual-
quer condutor que conduz corrente. A interferência crosstalk pode ser compreensível ou
incompreensível dependendo dos modos de acoplamento.

Near-End Crosstalk (NEXT)


Near-end crosstalk é a medida do acoplamento de sinal indesejado vindo de um transmissor na
extremidade próxima num par próximo, medido na extremidade próxima. O NEXT é medido
pela aplicação e medida de uma transferência de sinal na mesma extremidade.

Far-End Crosstalk (FEXT)


Far-end crosstalk é a medida do acoplamento de sinais indesejados vindos de um transmissor
na extremidade próxima num par próximo medido na extremidade distante. O FEXT é medido
pela aplicação de um ruído no par na extremidade próxima e medindo o nível do nivel de
transferência do sinal no par afetado na extremidade distante.

Equal Level Far-End Crosstalk (ELFEXT)


Equal level far-end crosstalk é a medida do acoplamento do sinal indesejado vindo de um
transmissor na extremidade próxima num par da vizinhança na extremidade distante e normali-
zado para o nível de sinal recebido.

Power Sum
Power sum é o efeito combinado sobre um par de todos os outros pares do cabo. Cada par
pode ser disturbado pelos múltiplos pares adjacentes disturbadores.

Power Sum Near-End Crosstalk (PSNEXT)


Power sum near-end crosstalk é uma computação do acoplamento de sinais indesejados de
múltiplos transmissores na extremidade próxima num par medido na extremidade próxima.

Power Sum Equal Level Far-End Crosstalk (PSELFEXT)


Power sum Equal level far-end crosstalk é a computação do acoplamento de sinal indesejado
de múltiplos transmissores na extremidade próxima num par medido na extremidade distante e
normalizado para o nível de sinal recebido.

Manual TDM, 9ª edição 19-40 © 2000 BICSI®


Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Capacitâncias Desbalanceadas
Capacitâncias desbalanceadas entre condutores de dois pares que são locados em estreita
proximidade de cada um com outros dentro de um cabo pode resultar na transferência indese-
jável do sinal que é geralmente denominada crosstalk.

Velocidade Normal de Propagação


Um sinal viajando da entrada até a saída é atrasado em um valor igual ao comprimento do
cabo dividido pela velocidade de propagação (υ) do meio de transmissão. No caso de uma
linha de transmissão ideal consistindo de dois condutores no vácuo, a velocidade de propaga-
ção é igual à velocidade da luz (c). Para práticas em cabeamento, a velocidade de propagação
depende das propriedades do material dielétrico em volta dos condutores. Em freqüências
muito altas υ as assíntotas tendem a um valor constante.
c
υ=
√ µε
Onde:
µ = Permeabilidade relativa do dielétrico
ε = Permissividade relativa do dielétrico
A velocidade normal de propagação (nominal velocity of propagation - NVP) é expressa como
uma porcentagem da velocidade da luz.
Exemplo:
NVP = 62.0%

Atraso na Propagação
O desenvolvimento de novas aplicações de alta velocidade utilizando múltiplos pares para
transmissões em paralelo mostra a necessidade para requisitos de transmissão adicionais tais
como atraso na propagação e delay skew (assimetria do atraso) para sistemas de cabeamento
com 100 ohm, 4-pares.
A equação a seguir poderia ser utilizada para computar o máximo de atraso na propagação
permitido entre 1.0 MHz até a mais alta freqüência referenciada para uma dada categoria:
36
delay (ns/100m) = 534 +
√ freq MHz

© 2000 BICSI® 19-41 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Delay skew (Assimetria do Atraso)


Delay skew é a diferença de atraso na propagação entre quaisquer pares dentro de uma mesma
capa de cabo. As especificações ANSI/TIA/EIA-568-A-1, Atraso na Propagação e Delay
Skew para cabo 100-Ohm 4-Pares, requerem que o delay skew entre o par mais rápido e o
mais lento do cabo não exceda 45 nanosegundos (ns) em 100 m (328 ft).

Tabela 19.13
Atraso na Propagação/Delay skew

Freqüência Atraso Máximo Velocidade Mínima Máximo Delay


MHz ns/100 m de Propagação Skew ns/100

1 570 58.5% 45

10 545 61.1% 45

100 538 62.0% 45

Coeficiente de Reflexão
Considere o caso onde a impedância da terminação é Zt ≠ Zo. Um sinal indo ao longo do cabo é
refletido parcialmente na junção da carga/cabo. A magnitude da reflexão é dada pelo coeficien-
te de reflexão (ρ). Se Zt < Zo, então a onda refletida tem uma amplitude negativa, ou se Zt > Zo,
então a onda refletida tem uma amplitude positiva.
Coeficiente de reflexão (ρ) = (Zt - Zo)/(Zt + Zo)

Perda por Retorno


A energia do sinal refletido é chamada de perda por retorno (return loss - R) medida em em dB
e é derivada do coeficiente de reflexão. Quanto melhor for o casamento da impedância menor
será a energia refletida e maior a perda por retorno.
Return loss (R) in dB = 10 log (ρ2)
Return loss é um parâmetro importante para redes gigabit que utilizam transmissões paralelas,
full-duplex sobre todos os quatros pares. Isto é pelo fato de que cada par transportará a
informação em ambas as direções, idêntico a uma linha de telefone analógico. Qualquer
impedância desencontrada entre componentes irá resultar em uma reflexão de sinal (ecos) que
soam como um ruído no receptor. Embora este ruído seja parcialmente cancelado no equipa-
mento, fica uma quantidade significativa de contribuição para o ruído completo.

Manual TDM, 9ª edição 19-42 © 2000 BICSI®


Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Perda Desbalanceada
A energia do sinal transmitido é reduzida por uma soma chamada de perda desbalanceada
(mismatch loss - M) medida em dB e é derivada do coeficiente de reflexão.
Perda desbalanceada (M) em dB = 10 log (1 -ρ2)
Para qualquer comprimento do cabo, a perda por inserção pode ser calculada levando em
conta a atenuação do cabo mais o efeito de múltiplas reflexões em cada extremidade do cabo.

Relação Sinal-Ruído (Signal-to-Noise Ratio - SNR)


SNR é a relação entre o nível de sinal recebido em comparação ao nível do ruído recebido. O
nível do sinal recebido deve exceder significativamente o nível do ruído recebido para que a
transmissão seja aceitável.
Vi Vi
SNR (dB) = 20 log - 20 log
Vn Vo

Onde:
Vo = nível do sinal recebido
Vi = nível do sinal transmitido
Vn = nível do sinal de ruído no receptor

Razão Atenuação-Crosstalk (Attenuation-to-Crosstalk Ratio (ACR)


Se outras fontes de ruído não são significativas, a relação de sinal-ruído pode também ser
expressa como ACR. ACR é a diferença entre o sinal atenuado e o sinal acoplado indesejado
em uma freqüência específica, e pode ser calculado conforme segue:
ACR = Perda do NEXT Mínima - Atenuação Máxima

Razão Crosstalk-da-Extremidade-Próxima / Perda por Inserção (Near-End-Crosstalk-to-


Insertion Loss Ratio (NIR)
ACR é também denominado NIR em algumas aplicações padrão.

© 2000 BICSI® 19-43 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Tipos de Linhas de Transmissão

Introdução
Linhas de transmissão são geralmente classificadas como:
• Linha Simplex.
• Linhas Half-duplex.
• Linhas Full-duplex.
Embora a palavra linha seja usada, este termo se aplica para qualquer meio de transmissão,
incluindo:
• Microondas.
• Fibra óptica
• Rádio.
• Cabos de cobre.
Pelo fato de termos similares serem utilizados de formas diferentes nas comunicações de rádio
e nas de computador, as definições a seguir são apresentadas para exemplificar o uso desses
termos em telecomunicações.

Linhas Simplex
As linhas simplex transmitem sinais em uma única direção. Um exemplo simples, mas famili-
ar, de transmissão simplex e o sistema de dirigir-se ao público. O sinal (que representa a voz
do locutor) é levado para um certo número de alto-falantes. Não existe caminho para que os
ouvintes possam responder.

Linhas Half-Duplex
As linhas half-duplex podem transmitir sinais em ambas as direções, mas somente em uma
direção de cada vez.
Isto necessita consenso entre as estações e tipicamente emprega:
• Um interruptor “Aperte-para-falar” (“Push-to-talk”) para os circuitos de voz.
• Um protocolo de sinalização.
Um intercomunicador caseiro é um exemplo familiar da operação half-duplex.

Linhas Full-Duplex
Linhas Full-duplex podem transmitir sinais em ambas as direções ao mesmo tempo. Todas as
linhas de telefones modernas são full-duplex, permitindo a ambas as partes falar simultanea-
mente.

Manual TDM, 9ª edição 19-44 © 2000 BICSI®


Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Transmissão Síncrona e Assíncrona

Introdução
Para as finalidades desta seção os termos assíncrono e síncrono referem-se a diferentes méto-
dos de conjugação no tempo dos sinais digitais para transmissão. O método utilizado é generi-
camente ditado pelo equipamento envolvido.

Transmissão Assíncrona
A transmissão assíncrona (async) ocorre sem um relacionamento de tempo regular nos carac-
teres de sinais, ou nos bits que os representa. Cada caractere de informação:
• É enviado sem observar um relacionamento entre ele e qualquer outro caractere de infor-
mação.
• Leva consigo os sinais de início e parada.
Este é um método popular de comunicação entre usuários de microcomputadores devido à
interface padronizada comum e ao protocolo entre máquinas.
A transmissão assíncrona é menos eficiente do que a transmissão síncrona, pelo fato de
necessitar de algum tipo de combinação de bit de inicio e parada para o fluxo de dados, mas é
fácil de implementar no sistema com velocidades menores do que 20 Kb/s.

Transmissão Síncrona
A transmissão síncrona é realizada pela sincronização dos bits de dados em fase ou em unísso-
no com os sinais ou pulsos de sincronia espaçados igualmente. Tanto quem envia quanto quem
recebe têm que possuir a capacidade de sincronização e de se colocar em fase com os pulsos de
sincronia. Os pulsos de sincronia impedem a confusão de caracteres no fluxo de dados.
Uma transmissão síncrona é mais eficiente do que a transmissão assíncrona porque não tem
necessidade de bits de início e de parada. Ela é utilizada com a transmissão de velocidades tão
baixas quanto 2.4 kb/s.

© 2000 BICSI® 19-45 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Hierarquia Digital

Introdução
Muitos passos são dados na transmissão para maximizar o número de canais de comunicação
disponível. Um dos mais significativos é o de combinar múltiplos sinais em um canal pelo
processo chamado “Multiplexação por Divisão de Tempo (time division multiplexing - TDM).
A multiplexação é particularmente fácil de aplicar a sinais digitais.
Os níveis seguintes de multiplexação são utilizados na América do Norte:
• DS0
• DS1
• DS1C
• DS2
• DS3
• DS4

Nível DS0
O nível de canal mais baixo de portadora digital é conhecido como DS0. Em sistemas de
modulação de código de pulso (pulse code modulation - PCM), existem 24 canais DS0 (64 kb/
s). Alguns sistemas têm 48 canais DS0 (32 kb/s).

Nível DS1
O primeiro nível do TDM é o DS1, o qual:
• Utiliza uma taxa de transmissão de 1.544 Mb/s.
• Pode transmitir dados até 64 kb/s por meio de qualquer canal, desde que o sistema de
transmissão tenha capacidade de canal livre.
NOTA: Muitos sistemas podem transmitir somente até 56 kb/s por causa das necessida-
des da densidade do pulso de recuperação da sincronia.
• É capaz de manejar 24 canais de voz analógica padrão (largura de banda 3100 Hz )
quando utiliza 64.000 bits/segundos de codificação. Quarenta e oito canais de voz ficam
disponíveis se utilizar 32,000 b/s.
• Pode operar sobre cabos par-trançado padrão, dentro de limites de distância e condições
específicas de projeto.
NOTA: Os pares transmissores e receptores são normalmente separados em grupos
acondicionados em envoltórios não-adjacentes ou em compartimentos classifica-
dos.
• É largamente utilizado para transmissões de curta distância (até 320 km [200 mi]).

Manual TDM, 9ª edição 19-46 © 2000 BICSI®


Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Nível DS1, continuação.


Um sistema com classificação DS1 sem capacidade de canal livre é capaz de manusear
aproximadamente 1.344 kb/s de dados transferindo (24 x 56 kb/s) ou 1.536 kb/s de dados (24
x 64 kb/s) se estiver disponível a capacidade de canal livre. Portanto, esses sistemas podem ser
utilizados com terminais de dados de banda larga.
Os repetidores T1 operados por portadora na taxa DS1 são codificados AMI bipolar com 50
porcento do rendimento.
NOTA: A linha com taxa de transmissão de 1.544 Mb/s é determinada pela seguinte fórmula:
(Canais x bits por amostra) + bits de sincronismo do quadro = Número de bits no conjunto
Bits no quadro x taxa da amostragem =Taxa da linha de transmissão (bit rate)
Inserindo os valores de 24 canais, 8 bits por amostra, 1 conjunto de bits sincroniza-
do e 8000 amostras por segundo, o cálculo é:
(24 x 8) + 1 = 193
193 x 8000 = 1,544,000 b/s (1.544 Mb/s)

Nível DS1C
Os requisitos especiais para portadoras T2 levaram ao desenvolvimento de um nível intermedi-
ário, conhecido como DS1C, o qual:
• Utiliza um processo chamado “pulse stuffing” (preenchimento forçado do pulso) para
sincronizar os dois sinais DS1.
• Faz mais uso da planta de cabos existentes para distâncias curtas e médias.
• Não foi designado para uso com multiplexação de nível mais alto.
• Pode transmitir dois sinais DS1 (total de 48 canais de voz) na taxa de transmissão de
3.152 Mb/s (classificação DS1C).
• É obsoleto.

Nível DS2
O segundo nível completo de multiplexação é o DS2, o qual:
• Suporta tipicamente quatro canais DS1, para um total de 96 canais de voz.
• Emprega um fluxo de pulsos de 6.312 Mb/s.
NOTA: Este funciona com um pouco mais do que quatro vezes a taxa DS1, devido ao
preenchimento forçado de bits.
Para distâncias que excedem a 305 m (1000 ft), as portadoras T2 necessitam de cabo par-
trançado especial (tal como LoCap) que tem características especiais de crosstalk e de atenua-
ção. Sistemas par-trançado utilizando transportadores T2 são obsoletos; entretanto, sistemas
em fibra óptica de baixa velocidade transportam sinais DS2.

Nível DS3
O nível DS3 está tendo uso crescente entre locais do cliente e entre o cliente e locais de instala-
ções de entrada principal. O nível DS3:
• é utilizado para multiplexar sinais de 28 DS1 ou 7 DS2 em 44.736 Mb/s.
• É uma velocidade comum para sistemas de fibras ópticas e de rádio digital.
• Utiliza o preenchimento forçado do bit para sincronizar os fluxos DS1 ou DS2 entrantes
para o terminal multiplex.

© 2000 BICSI® 19-47 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Multiplexadores (mux)
Um multiplexador (mux) é uma unidade que combina um número de taxas de transmissões
elétricas intermediárias, a partir de uma taxa de sinal DS1 (1.544 Mb/s) até a taxa DS3
(44.736 Mb/s) e dentro da faixa gigabit/segundo. Esta é a função básica de um multiplexador/
demultiplexador.

Níveis Mais Altos


Níveis mais altos de multiplexação e transmissão através de portadoras são resumidos na
tabela a seguir:

Tabela 19.14
Níveis de multiplexação e transmissão

Sinal Taxa Canais Instalação Notas


Digital Mb/s

DS1 1.544 24 Cabos em pares Sistema Básico


Norte Americano

DS1C 3.152 48 Cabos em pares Expansão do sistema para


DS1 existente

DS2 6.312 96 LoCap Especial


Cabos em pares ou
fibra óptica

DS3 44.736 672 Fibra óptica ou


rádio digital

DS4 274.176 4032 Cabo coaxial ou Sistema de alta densidade


rádio microonda e percurso longo

Rede Digital de Serviços Integrados (Integrated Services Digital Network [ISDN])


Existe um movimento global em direção ao ISDN para fornecer transmissões de voz e serviços
de dados melhores para negócios e assinantes residenciais. O ISDN utiliza a transmissão
digital (consulte o CCITT I.430) em uma taxa básica ou principal, dependendo do tipo de
aplicação.
Taxa básica ISDN:
• É projetada para usuários residenciais e pequenos negócios.
• Tem uma capacidade de informação total de 144 kb/s (taxa da linha = 160 kb/s).
• Utiliza uma compressão do sinal digital de dois canais B de 64 Kb/s (designado para voz e
dados) e um canal D de 16 Kb/s (designado para sinalização e pacotes de dados).

Manual TDM, 9ª edição 19-48 © 2000 BICSI®


Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Rede Digital de Serviços Integrados (Integrated Services Digital Network [ISDN]), continuação
Taxa principal ISDN:
• É projetada para usuários de grandes negócios.
• Tem uma capacidade de informação total de 1.536 kb/s (taxa da linha = 1.544 Mb/s).
• Utiliza um sinal digital comprimido de 23 canais B e um canal D, cada um operando em
64 kb/s.
A taxa primária ISDN pode ser implementada nos repetidores de portadora T1 ou em instala-
ções de linha de assinante digital de alta taxa de transferência de bit (HDSL). Ela também
pode estar embutida em sistemas de transmissão de taxa mais alta.

Linha de Linha Digital de Assinante (Digital Subscriber Line - DSL)


Muitas tecnologias de telecomunicações relacionadas entre si recaem soba ampla categoria de
linha digital de assinante (geralmente abreviada como DSL ou xDSL). Variações das tecnolo-
gias DSL incluem HDSL (taxa de bit alta), SDSL (simétrica), ADSL (assimétrica), RADSL
(adaptável à taxa), e VDSL (taxa de bit muito alta). Em termos gerais, todas estas soluções
são orientadas no sentido de fornecer alta velocidade, alta qualidade de transmissão de dados,
voz, e/ou vídeo utilizando as linhas telefônicas de cobre existentes.

Linha Digital de Assinante de Alta Taxa de Bits (High Bit Rate Digital Subscriber Line [HDSL])
O HDSL é simplesmente a melhor forma de transmitir sinais com taxa DS1 utilizando cabos
de cobre de par-trançado. Não requer repetidores em linhas de menos que 3600 m (12,000 ft),
para fios 24 AWG [0.51 mm (0.020 in)]. Utilizando as técnicas de modulação mais avançadas,
o HDSL transmite 1.544 Mb/s ou 2.048 Mb/s em largura de banda de menos que 500 kHz,
dependendo da técnica específica, em lugar dos 1.5 MHz absorvidos pelo AMI. O HDSL
requer dois pares para o DS1 e três pares para o E1, cada um operando à metade ou a um
terço da velocidade.
Aplicações típicas incluem conexões com redes de PBX, estações com antena celular, sistemas
de portadoras de loop digital, servidores de internet e redes de dados privativas. Como a
HDSL é a mais madura das tecnologias DSL com taxas girando em torno de um megabit, ela
será utilizada por adotantes precoces em aplicações de usuário único para internet e acesso
remoto a LANs, mas da mesma forma abrirão caminho para a ADSL e a SDSL no futuro.

Linha de Assinante Digital Simétrica (SDSL)


O SDSL é a versão do HDSL em par único, transmitindo até sinais com taxa DS1 através de
um único par-trançado. O SDSL tem uma importante vantagem quando comparado com o
HDSL; ele serve o mercado para as áreas de assinantes individuais que freqüentemente são
equipados com apenas uma linha telefônica. O SDSL será desejado para qualquer aplicação
necessitando de acesso simétrico (tal como servidores e usuários de LANs de alimentação de
energia remota), e, portanto, ele complementa o ADSL (veja abaixo). Deve-se notar, de
qualquer forma, que o SDSL não irá alcançar muito além dos 3000 m (10,000 ft), a distância
na qual o ADSL consegue taxas acima de 6 Mb/s.

© 2000 BICSI® 19-49 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Linha de Assinante Digital Assimétrica (Asymmetric Digital Subscriber Line [ADSL])


Um circuito ADSL conecta um modem ADSL em cada extremidade de uma linha telefônica de
par-trançado, criando três canais de informações: um canal com fluxo de alta velocidade no
sentido da corrente (downstrean), um canal duplex com velocidade média, e um “velho e
simples serviço de telefone” (plain old telephone service [POTS]). O canal POTS é separado
do modem digital por filtros, assim garantindo POTS ininterruptos, mesmo se o ADSL falhar.
As faixas dos canais em alta velocidade vão de 1.5 a 6.1 Mb/s, enquanto que as faixas de
taxas duplex vão de 6 a 640 kb/s. Cada canal pode ser submultiplexado para formar múltiplos,
canais com taxas mais baixas.
Os modems ADSL fornecem taxas de dados consistentes com as hierarquias digitais da
América do Norte e Europa e podem ser adquiridas com várias faixas de velocidades e capaci-
dade. A configuração mínima fornece 1.5 ou 2.0 Mb/s no sentido da corrente (downstream) e
um canal duplex de 16 kb/s; outros fornecem taxas de 6.1 Mb/s e duplex de 64 kb/s. Os
modems ADSL irão acomodar o transporte ATM com taxas variáveis e compensação para
excessos do ATM, tão bem quanto os protocolos IP (internet protocol). As taxas de dados no
sentido da corrente (downstream) dependem de um grande número de fatores, incluindo o
comprimento da linha de cobre, a bitola dos fios, a múltipla presença dos mesmo par em
diversos pontos de distribuição (conexões múltiplas) e a interferência crosstalk. Ignorando as
conexões múltiplas, o ADSL irá desempenhar conforme segue:

Tabela 19.15
Desempenho do ADSL

Taxa de Dados Bitola do Fio Distância

1.5 ou 2 Mb/s 24 AWG [0.51 mm (0.020 in)] 5.5 km (18,000 ft)

1.5 ou 2 Mb/s 26 AWG [0.41 mm (0.016 in)] 4.6 km (15,000 ft)

6.1 Mb/s 24 AWG [0.51 mm (0.020 in)] 3.7 km (12,000 ft)

6.1 Mb/s 26 AWG [0.41 mm (0.016 in)] 2.7 km (9000 ft)

Muitas aplicações imaginadas para o ADSL envolvem vídeo com compressão digital. Como
um sinal de tempo real, o vídeo digital não pode utilizar link ou procedimentos de controle de
nível de erro geralmente encontrados em sistemas de comunicação de dados. Os modems
ADSL, portanto, incorporaram a correção de erros transferidos o que reduz dramaticamente os
erros causados pelo ruído do impulso. A correção de erro numa base de símbolo a símbolo
também reduz os erros causados pelo ruído continuo acoplado numa linha.

Linha de Assinante Digital com Adaptável à Taxa (Rate Adaptive Digital Subscriber Line - RADSL)
O RADSL é a variação do ADSL adaptável à taxa. A velocidade de transmissão é adaptável à
taxa baseada no comprimento e na qualidade do de uma linha. Os produtos RADSL têm a
opção de selecionar a velocidade de operação mais alta praticável automaticamente ou como
especificada pelo provedor de acesso (access provider - AP). O RADSL permite ao AP ajustar
a largura de banda do link DSL para adequar às necessidade da aplicação e para responsabili-
zar-se pelo comprimento e qualidade da linha. Além disso, o RADSL estende a distância
possível do assinante até as instalações do AP, aumentando assim o percentual de usuários
atendidos pelos serviços DSL.

Manual TDM, 9ª edição 19-50 © 2000 BICSI®


Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Linha de Assinante Digital com Taxa de Transmissão Muito Alta (Very High Bit-Rate Digital
Subscriber Line - VDSL)
Enquanto o VDSL não tiver alcançado o mesmo grau de definição do ADSL, ele avançou
bastante, o suficiente para discutir objetivos realizáveis, começando com a faixa e a taxa de
transmissão de dados. Taxas no sentido da corrente (downstream) derivam de submúltiplos de
rede óptica síncrona (synchronous optical network - SONET) e de hierarquia digital síncrona
(synchronous digital hierarchy - SDH) que têm velocidades regulares de 155.52 Mb/s, vale
dizer 51.84 Mb/s, 25.92 Mb/s, e 12.96 Mb/s. Cada taxa tem um faixa-alvo correspondente à
planta externa existente (cabeamento Categoria 3).

Tabela 19.16
Taxa VDSL e faixa-alvo

Taxa de Dados Faixa

12.96 - 13.8 Mb/s 1500 m (4900 ft)

25.92 - 27.6 Mb/s 1000 m (3300 ft)

51.84 - 55.2 Mb/s 300 m (990 ft)

É possível alcançar velocidades maiores utilizando um cabo Categoria 5; por exemplo, 52 Mb/
s podem ser alcançados em 1000 m (3300 ft) utilizando cabeamento Categoria 5, 22 AWG
[0.64 mm (0.025 in)].
As taxas no sentido contra-corrente (upstream) sob discussão estão em três faixas gerais:
• 1.6 até 2.3 Mb/s
• 19.2 Mb/s
• Igual à downstream
As primeiras versões de VDSL certamente incorporarão a taxa assimétrica mais lenta.
Configurações simétricas e upstream mais altos podem somente ser possíveis para linhas muito
curtas.
Como o ADSL, o VDSL pode transmitir vídeo comprimido, o qual é um sinal em tempo real
inadequado para esquemas de retransmissão de erros utilizado em comunicaçào de dados. Para
alcançar taxas de erros compatíveis com vídeo comprimido, o VDSL terá que incorporar
correção de erro na frente (forward error correction - FEC) com suficiente intercalação para
corrigir todos os erros criados pelos eventos de ruído impulsivo de algumas durações específi-
cas. Esta intercalação introduz atraso, da ordem de 40 vezes o comprimento máximo do
impulso corrigível.
Em muitas formas o VDSL é mais simples do que o ADSL. Linhas mais curtas impõem de
longe menores restrições à transmissão, de modo que a tecnologia do transceiver básico pode
ser menos complexa, embora ela seja 10 vezes mais rápida. Neste momento, o VDSL se dirige
para as arquiteturas de rede ATM, evitando a canalização e os requisitos do tratamento de
pacotes imposto pelo ADSL. O VDSL é planejado para utilizar terminais de rede passivos,
habilitando mais de um modem VDSL a ser conectado na mesma linha do cliente na instalação
tipo único usuário, muito semelhantemente a como extensões telefônicas são conectadas nas
fiações residenciais para POTS. .

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Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Linha de Assinante Digital com Taxa de Transmissão Muito Alta (Very High Bit-Rate Digital
Subscriber Line (VDSL), Continuação.
O VDSL foi chamado de VASDL ou BDSL ou mesmo ADSL até Junho de 1995, quando o
T1E1.4 escolheu o VDSL como o título oficial. Os outros termos ainda permanecem nos
documentos técnicos criados antes daquela data e nos outros meios de apresentação ainda não
cientes dessa convergência. O ETSI TM3, a contrapartida Européia para o T1E1.4, também
adotou o VDSL, mas temporariamente anexou uma letra minúscula “e” para indicar que a
versão Européia do VDSL pode ser levemente diferente da versão americana. Este é o caso
tanto do HDSL como do ADSL, embora não exista convenção para refletir no nome as
diferenças. As diferenças são suficientemente pequenas (geralmente girando em torno da
mesma taxa de dados) para que a tecnologia da silica acomode ambas.

Rede Óptica Síncrona (Synchronous Optical Network - SONET) e Hierarquia Digital Síncro-
na (Synchronous Digital Hierarchy - SDH)
De natureza similar à hierarquia digital para transmissões em cobre, foram estabelecidos
padrões para fibras ópticas portadoras de transmissões. Estes dois padrões são basicamente
idênticos. SONET é o padrão Norte Americano e SDH é o padrão internacional. Estes padrões
organizam dados dentro de blocos de 810-byte que incluem dados sobre o roteamento e o
destino do sinal, assim como o próprio sinal. O “síncrono” significa que todos os nós da rede
derivam de forma ideal todos os sinais de sincronia de um gerador (relógio) principal; entre-
tanto, pelo fato disso nem sempre ser prático, o SONET e o SDH podem acomodar nós com
diferentes relógios principais. A tabela 19.17 mostra as taxas de transmissão SDH e SONET
comuns.

Tabela 19.17
Taxas de transmissão SDH e SONET comum

Nome da Taxa Taxa de Dados (MB/s) Canais de Voz

STS-1/OC-1 51.84 672

STS-3/OC-3 155.52 2016

STS-12/OC-12 622.08 8064

STS-48/OC-48 2488.32 32,256

STS-96/OC-96 4976.64 64,512

STS-192/OC-192 9953.28 129,024

NOTAS: STS = Sinal de transporte síncrono (Synchronous transport signal)


OC = Portadora óptica (Optical carrier)

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Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Transmissão de Vídeo

Sinalização Digital
A sinalização digital utiliza níveis discretos de uma seqüência de caracteres codificados para
representar o conteúdo da informação. Os sinais digitais necessitam de mais largura de banda
do que os sinais analógicos, mas pelo uso de técnicas de modulação especiais e compressão de
sinais, a largura de banda necessária pode ser significativamente reduzida. Exemplos de
sinalização de vídeo digital são os monitores VGA, a vídeo-conferencia e o HDTV.

Banda Básica Analógica


Uma banda básica analógica com sinal de vídeo é uma contínua variação do sinal cuja magni-
tude e freqüência representam o conteúdo do vídeo (luminância, crominância e sincronização).
Uma banda básica com sinal de vídeo contém todas as informações para reproduzir uma
figura, mas não modula uma portadora RF. Dois termos geralmente utilizados para descrever
diferentes tipos de sinalização em banda básica são componente e composto.

Formato Composto
No formato composto, o sinal analógico contém todos os componentes necessários para
construir uma figura colorida ou monocromática, mas não contem informações de áudio. Este
tipo de sinal é tipicamente encontrado nas saídas dos VCR, Monitores de TV, câmeras,
filmadoras e toca-discos a laser.

Formato Componente
Uma figura em vídeo colorido é feita de três cores (vermelha, verde e azul -[red, green, and
blue RGB]), que são combinadas em intensidades variadas para criar uma imagem complexa.
Vídeo componente, também chamado de vídeo RGB, mantém separadas as três cores compo-
nentes de uma imagem utilizando três cabos para levar o sinal de vídeo. O sinal RGB separa a
informação da cor primária de um sinal de luminância, o que minimiza o crosstalk e permite
resoluções mais altas. A sinalização RGB é tipicamente utilizada para estações gráficas de
trabalho muito caras onde há a necessidade para imagens de qualidade mais alta.

Banda Larga Analógica


O termo vídeo de banda larga se refere ao vídeo de banda básica composta com sinais de áudio
que são modulados em freqüência e amplitude, respectivamente, com uma portadora RF de
acordo com as informações de áudio e vídeo a serem transportadas (p.ex.: TV a cabo [commu-
nity antenna television - CATV]). Cada portadora RF representa um canal de TV, e os canais
são separados por um buffer de 6 a 8 MHZ. Veja capítulo 22: Sistemas de Distribuição CATV
Privativo, para maiores informações.

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Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Implementação da Mídia Par-Trançado


Os sinais de vídeo tradicionalmente têm sido transportados através de cabos coaxiais ou de
fibra óptica. Devido às crescentes exigências para a transmissão de sinais de vídeo em aplica-
ções comerciais, nos últimos anos tem sido realizado um trabalho de desenvolvimento para
suportar transmissão analógica de vídeo, juntamente com os componentes de áudio associados,
utilizando sistemas de cabeamento estruturado de par-trançado. A emissão de sinais composta
da banda base pode ser suportada por cabos da Categoria 3 ou maiores, acima de 100 m (328
ft). Sinais de componentes RGB são suportados por cabos da Categoria 3 ou maiores para um
mínimo de 100 m (328 ft) usando adaptadores de mídia passivos.
Sinais de TV a cabo analógica de banda larga podem ser implementados nos cabos de par-
trançado da Categoria 5 ou maiores, para distâncias de até 100 m (328 ft). Atualmente, os
cabos da Categoria 5 podem suportar transporte de sinais de TV a cabo entre 55 MHz e 550
MHz.

Padrões de Par-Trançado

Introdução
Cabos de par-trançado são comumente utilizados na comunicação de dados em edifícios. Eles
são menos volumosos, menos dispendiosos, mais fáceis de instalar e de fazer terminações do
que cabos mais complexos como os coaxiais ou os pares-trançados blindados. Entretanto, a
implementação bem sucedida da abordagem par-trançado para instalações LAN exige enge-
nharia apropriada para:
• Assegurar compatibilidade com os requisitos do sistema.
• Evitar maiores problemas devidos à falta de desempenho no cabeamento.
As características de transmissão dos cabos de telecomunicações dependem bastante da
freqüência do sinal a eles aplicado. Essas diferenças são sobretudo aparentes nas freqüências
acima de um MHz. É importante para o projetista do sistema ser capaz de avaliar as capacida-
des das diferentes mídias de transmissão para uma determinada aplicação. Os parâmetros de
transmissão de maior importância compreendem:
• A atenuação do sinal como função da freqüência.
• As reflexões do sinal nas terminações.
• A quantidade de ruído relativa ao sinal recebido.
O ruído pode ser inserido no cabo por circuitos adjacentes que compartilham a mesma capa
(acoplamento crosstalk) ou por influências externas.
Os cabos das Categorias 3 até 5e (e a Categoria 6 proposta) tem uma impedância característi-
ca nominal de 100 ohms na freqüência de 1 MHz. A melhoria na atenuação para cabos de alta
performance é realizada por meio de projetos e materiais melhores. Da mesma maneira, um
melhoramento de 10 dB para cima na performance do ruído crosstalk é obtido através de
melhor balanceamento e da otimização do trançamento do par. Esses cabos de par-trançado
fornecem margens melhores do sinal para o ruído, o que corresponde a um alcance maior ou a
uma capacidade de taxa de transmissão mais alta.

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Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Organizações Geradores de Padrões


Os cabos de par-trançado estão presentes na maioria dos edifícios de escritórios e são algo
fáceis de instalar e manter. Até os anos 80, os cabeamentos de edifícios, na sua maioria, eram
de comprimentos limitados e utilizados em aplicações limitadas à freqüência da voz. Dado que
a distância era relativamente curta, o cabeamento tinha pequeno efeito sobre as características
de transmissão do loop a ele conectado. As LANs eram tradicionalmente baseadas na mídia de
transmissão de cabos coaxiais e eram inteiramente separadas do loop.
Nos primeiros anos 80, a IBM introduziu especificações de performance para cabeamento de
par-trançado para ser usado na sua LAN token-ring (estrutura LAN de anel), utilizando um
cabo de impedância característica nominal de 150 ohm. A LAN IBM é agora comumente
referida como o Token-Ring IEEE 802.5, segundo o padrão IEEE que se aplica a ela. As
especificações IBM listam uma quantidade de testes mecânicos e elétricos que são necessários
para verificar a performance dos vários tipos de cabo. Esses testes abrangem as características
de impedância, a atenuação, a resistência, a crosstalk, o desbalanceamento capacitivo e
resistivo, a resistência do isolamento, os efeitos da temperatura e da umidade e os testes de
esforço mecânico.
As especificações originais do cabeamento STP de 150 ohms suportava sinais de até 20 Mhz.
À medida que as velocidades das LANs aumentaram, as especificações originais para STP
foram modificadas e estendidas para obter critérios de performance estável em aplicações de
freqüência mais alta. Uma especificação de cabos melhorada e um novo conector, designado
STP-A, para suportar até 300 MHz está coberta na ANSI/TIA/EIA-568-A, Commercial
Building Telecomunications Cabling Standard – Padrão de Cabeamento de Telecomunica-
ções para Edifícios Comerciais.
À medida que se propagou o uso de computadores pessoais (PCs) e de LANs baratas, a
indústria das telecomunicações (através da Eletronic Industries Alliance [EIA] – Aliança das
Indústrias Eletrônicas e da Telecomunications Industry Association [TIA] – Associação da
Indústria de Telecomunicações) reconheceu a necessidade de padronizar o cabeamento de
edifícios. Isto era necessário para permitir o uso contínuo de instalações de novos e embutidos
cabos de par-trançado nos sistemas digitais e nas LANs. Os padrões da indústria foram
distribuídos publicamente nos primeiros anos 90 e continuam a evoluir à medida que a experi-
ência cresce. Desses, o ANSI/TIA/EIA-568-A tem um significado de longo alcance.
Para ajudar na seleção de cabos, instalações de teste elétrico de terceiros bem conceituadas
reconhecem uma certa quantidade de níveis de performance de transmissão para os cabos STP
(shielded twisted pair – par trançado blindado) e UTP (unshielded twisted pair – par trançado
não blindado). As embalagens dos cabos testados são marcadas com o nível de performance
para facilitar a identificação no campo.
Quase ao mesmo tempo, outras associações da indústria (p.ex. a National Electrical Manufac-
turers Association® [NEMA®] – Associação Nacional dos Fabricantes de Material Elétrico e a
Insulated Cable Engineers Association [ICEA] – Associação dos Engenheiros de Cabos
Isolados) publicaram especificações para cabos de par-trançado de alta performance.

© 2000 BICSI® 19-55 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Organizações Geradoras de Padrões, continuação


A tabela a seguir apresenta a comparação das especificações estabelecidas pelas organizações
geradoras de padrões dos Estados Unidos.

Tabela 19.18
Padrões para cabos de par-trançado nos Estados Unidos

Parâmetro EIA IBM UL NEMA Telcordia ICEA

Especificação ANSI/TIA/ GA27-3773-1 200-131A WC63 TA-NWT- S80-576


publicada EIA-568-A 000133

Bitola AWG do 22, 24 22, 24, 26 22, 24 22, 24, 26 24 22, 24, 26
condutor

Impedância 100 150 100 100, 150 100 Não


(ohms) especificada

Tamanho dos 4 a 25 - Sub 2 a 6 25 ou 6 ou Qualquer 3600 ou


Cabos (Pares) unidades de menos menos menos
. pares

Blindagem UTP/STP-A STP STP/UTP STP/UTP UTP* STP/UTP

Performance Categoria: Tipo: 1-9 Categoria: Padrão; Categoria: Não


1-5e 1-5e baixa perda; 1-5e especificada
baixa perda,
freqüência
estendida

Equivalência 1 (nenhuma) 1 (nenhuma) 1 (nenhuma)


ao 2 Tipo 3 2 (nenhuma) 2 (nenhuma)
ANSI/TIA/ 3 (nenhuma) 3 Padrão; 3 (nenhuma)
EIA-568-A 4 (nenhuma) 4 baixa perda; 4 (nenhuma)
5 (nenhuma) 5 baixa perda, 5 (nenhuma)
5e 5e freqüência
estendida

* O consultor técnico não proíbe o STP.

Manual TDM, 9ª edição 19-56 © 2000 BICSI®


Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Mídia do Par-Trançado
A tabela a seguir define as categorias ANSI/TIA/EIA-568-A e outras propostas para cabos de
cobre horizontais.

Tabela 19.19
Categorias de cabos horizontais ANSI/TIA/EIA-568-A
Denominação Definição
Categoria 1, 2 Estes cabos de par-trançado não são reconhecidos no padrão
ANSI/TIA/EIA-568-A. Eles são tipicamente usados para voz e para
taxas de transmissão de dados de baixa velocidade (9600 b/s ou
menos).
Categoria 3 Esta denominação aplica-se a par-trançado e a hardware de conexão
atualmente especificada no padrão ANSI/TIA/EIA-568-A.
As características desses cabos estão especificadas até 16 MHz.
Eles são tipicamente utilizados para voz e para taxas de transmissão
de dados até 10 Mb/s (p.ex. anexo par-trançado IEEE 802.5 4 Mb/s
e IEEE 802.3 10BASE-T).
Categoria 4 As características destes componentes de cabos de par-trançado são
especificadas até 20 MHz. Eles são destinados a serem usados para
voz e taxas de transmissão de dados até e maior que 16 Mb/s (p.ex.
padrão par-trançado IEEE 802.5 16 Mb/s).
Categoria 5 As características destes componentes de cabos de par-trançado são
especificadas até 100 MHz. Eles são destinados a serem usados para
voz e taxas de transmissão de dados até incluso 16 Mb/s (p.ex.
par-trançado padrão IEEE 802.5 16 Mb/s e par-trançado padrão
ANSI X3T9.5 100 Mb/s dependente do meio físico [TP-PMD]).
Categoria 5e As características dos componentes de cabos Categoria 5e são
especificadas até 100 MHz, com parâmetros de transmissão adicio-
nais necessários para suportar aplicações que fazem uso de todos os
quatro pares de cabos para transmissão bidirecional simultânea
(tal como o IEEE 802.3 1000BASE-T).
Categoria 6* O continuo desenvolvimento de aplicações de alta velocidade levou
à necessidade de mais largura de banda do que os sistemas de cabea-
mento da Categoria 5e. Os canais da Categoria 6 têm uma soma de
potência que é maior que zero a 200 MHz, e os parâmetros são
especificados até 250 MHz.
Categoria 7** Estes cabos consistem de quatro pares-trançados individualmente
blindados tendo impedância nominal de 100 Ω. O cabo da Categoria
7 necessita do projeto de um novo conector totalmente blindado que
ainda está em desenvolvimento. O cabo Categoria 7 tem uma largura
de banda de 500 MHz (PSACR > 0) e os parâmetros são
especificados até 600 MHz.
STP-A As características destes componentes de cabo de 150 Ω STP são
especificadas até 300 MHz. Estes cabos consistem de dois condutores
individualmente trançados de bitola 22 AWG [0.64 mm (0.025 in)]
cobertos por uma blindagem e ainda por uma capa.

* Proposta

** Sob consideração na ISO/IEC 11801

© 2000 BICSI® 19-57 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Sumário dos Documentos de Padrões de Cabos


Diversos documentos contendo padrões especificam e/ou recomendam parâmetros de transmissão para os
diferentes sistemas de cabeamento. A seguir é apresentado um sumário dos documentos mais comuns:
ANSI/TIA/EIA-568-A, Commercial Building Telecomunications Cabling Standard – Padrão para
Cabeamento de Telecomunicações de Edifícios Comerciais
• Divulgado em Outubro de 1995.
• Cobre as Categorias 3, 4, 5 e STP-A.
• Especifica:
– A atenuação para os cabos e para o hardware de conexão.
– Perda NEXT (near-end crosstalk – crosstalk próxima da extremidade) para o cabo e para o
hardware de conexão.
ANSI/TIA/EIA-568-A-1, Propagation Delay and Delay Skew Specifications for
100-Ohm 4-Pair Cable – Especificações de Assimetria de Atraso e Atraso de Propagação para o cabo
100-Ohm 4-Pares
• Divulgado em Setembro de 1997.
• Cobre as Categorias 3, 4, 5, e par-trançado blindado (screened twisted-pair ScTP).
• Especifica:
– Atraso de propagação para o cabo.
– Assimetria do atraso para o cabo.
ANSI/TIA/EIA-568-A-3, Hybrid Cables – Cabos híbridos ANSI/TIA/EIA-568-A-3
• Divulgado em Setembro de 1998.
• Trata dos cabos híbridos e bundled (vários cabos recobertos por uma só capa contínua).
ANSI/TIA/EIA-568-A-4, Production Modular Cord NEXT Loss Test Method and Requirements for
Unshielded Twisted-Pair Cabling – Requisitos para os Cabos de Par-Trançado Não Blindados e
Método de Teste para a perda NEXT de Cordões (de ligação) Modulares de Produção ANSI/TIA/EIA-
568-A-4
• Divulgado em Agosto 1999.
• Cobre os cordões de ligação na tomada de equipamentos (patch cords).
ANSI/TIA/EIA-568-A-5, Additional Transmission Performance Specifications for 4-Pair 100-Ohm
Category 5e Cabling - Especificações Adicionais da Performance de Transmissão de cabos 4-Pares
Categoria 5e 100-Ohm ANSI/TIA/EIA-568-A-5
• Divulgado em 1999.
• Cobre a Categoria 5e.
• Especifica:
– perda NEXT para o cabo, para o hardware de conexão, para o link básico e para o canal.
– perda PSNEXT (power sum near-end crosstalk – total da potência da crosstalk próxima da
extremidade) para o cabo e para o cabeamento.
– perda ELFEXT (equal-level far-end crosstalk – crosstalk distante da extremidade de igual nível)
para o cabo e para o cabeamento.
– perda FEXT (far-end crosstalk – crosstalk distante da extremidade) para o hardware de
conexão.
– perda PSELFEXT (power sum equal-level far-end crosstalk – total da potência da crosstalk
distante da extremidade de igual nível) para o cabo e para o cabeamento..
– Perda de retorno, para o cabo, para o hardware de conexão, para o link básico e para o canal.
– Atraso de propagação para o link básico e para o canal.
– Assimetria do atraso para link básico e para o canal.

Manual TDM, 9ª edição 19-58 © 2000 BICSI®


Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Sumário dos Documentos de Padrões de Cabos, continuação


TIA/EIA TSB67, Transmission Performance Specifications for Field Testing of Unshielded
Twisted-Pair Cabling Systems – Especificações de Performance de Transmissão para Teste
de Campo de Sistemas de Cabeamento de Par-Trançado Não Blindado TIA/EIA TSB67
• Divulgado em Outubro de 1995.
• Cobre as Categorias 3, 4, 5.
• Especifica:
– Configurações de teste para o link básico e para o canal.
– Atenuação para o link básico e para o canal.
– Perda NEXT para o link básico e para o canal.
TIA/EIA TSB95, Additional Transmission Performance Guidelines for 4-Pair 100-Ohm
Category 5 Cabling
• Divulgado em Setembro de 1999.
• Cobre recomendações para um sistema de cabeamento de Categoria 5 minimamente
válido.
• Recomendações:
– ELFEXT para o cabo, para o link básico e para o canal
– PSELFEXT para o link básico e para o canal
– Perda de retorno para o link básico e para o canal
– Assimetria de atraso para o link básico e para o canal

Aplicação de Padrões
As redes de dados atuais já instaladas ou a serem instaladas em edifícios continuam a colocar
pesadas exigências de largura de banda na mídia de transmissão de dados, especialmente na
taxa de 1000 Mb/s utilizando sistemas de par-trançado. O ímpeto para taxas de transmissão
maiores é determinado pela disponibilidade de estações de trabalho de alta resolução para
softwares de “projeto-auxiliado-por-computador” e “fabricação-auxiliada-por-computador”,
de aplicações gráficas e aplicações de vídeo.
As taxas de transmissão mais altas utilizando cabos de par-trançado tornaram-se possíveis
pelos progressos técnicos na fabricação de pares-trançados e pela melhoria dos esquemas de
isolação de codificação de sinais. Os cabos melhorados têm menor atenuação e maior cross-
talk, qualidades que são ambas necessárias para transportar sinais a taxas mais altas.

© 2000 BICSI® 19-59 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Performance do Link Básico do Par-Trançado

Modelo do Link Básico


As tabelas constantes das páginas seguintes listam alguns dos parâmetros especificados nos
documentos de padrões de cabeamento como se aplicam ao link básico, mostrando compara-
ções dos vários sistemas de cabeamento.
NOTA: A figura 19.15 representa um modelo de link básico.

Figura 19.15
Configuração de teste de link básico

Conector do ponto
de telecomunicações
Link ou
Aparelho
Básico conector do ponto
de teste
de transição

Conexão cruzada secundária


(Distribuidor de piso)
Cordão do
equipamento
de teste

Cordão do Aparelho
equipamento Link de teste
de teste Básico

O link básico consiste de até 90 m (295 ft) de cabo horizontal, incluindo um conector em cada
ponta e um máximo de 2 m (6,6 ft) de cordão elétrico de equipamento de teste em cada ponta.

Manual TDM, 9ª edição 19-60 © 2000 BICSI®


Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Link Básico—Atenuação
A tabela a seguir mostra a atenuação para uma configuração de link básico (comprimento do cabo
horizontal 90 m [295 ft], comprimento dos cordões de ligação do equipamento 4 m [13 ft]).

Tabela 19.20
Atenuação para link básico

Freqüência Categoria 3 Categoria 5/5e


(MHz) (dB) (dB)

1.0 3.2 2.1

4.0 6.1 4.0

8.0 8.8 5.7

10.0 10.0 6.3

16.0 13.2 8.2

20.0 - 9.2

25.0 - 10.3

31.25 - 11.5

62.5 - 16.7

100.0 - 21.6

Referências para a tabela: ANSI/TIA/EIA-568-A


ANSI/TIA/EIA-568-A-5
TIA/EIA TSB67

© 2000 BICSI® 19-61 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Link Básico—Perda NEXT


A tabela seguinte mostra a perda NEXT para o link básico.

Tabela 19.21
Perda NEXT (crosstalk próxima da extremidade) para um link básico

Freqüência Categoria 3 Categoria 5 Categoria 5e


(MHz) (dB) dB) (dB)

1.0 40.1 60.0 64.2

4.0 30.7 51.8 54.8

8.0 25.9 47.1 50.0

10.0 24.3 45.5 48.5

16.0 21.0 42.3 45.2

20.0 - 40.7 43.7

25.0 - 39.1 42.1

31.25 - 37.6 40.6

62.5 - 32.7 35.7

100.0 - 29.3 32.3

Referências para a tabela: ANSI/TIA/EIA-568-A


ANSI/TIA/EIA-568-A-5
TIA/EIA TSB67

Manual TDM, 9ª edição 19-62 © 2000 BICSI®


Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Total da Potência da Crosstalk Distante da Extremidade de Igual Nível do Link Básico (PSELFEXT)
A tabela seguinte mostra o PSELFEXT para o link básico.

Tabela 19.22
PSELFEXT do link básico

Freqüência Categoria 5 Categoria 5e


(MHz) (dB) (dB)

1.0 54.4 57.0

4.0 42.6 45.0

8.0 36.4 38.9

10.0 34.4 37.0

16.0 30.3 32.9

20.0 28.4 31.0

25.0 26.4 29.0

31.25 24.5 27.1

62.5 18.5 21.1

100.0 14.4 17.0

200.0 NS NS

Referências para a tabela: ANSI/TIA/EIA-568-A-5


TIA/EIA TSB95

© 2000 BICSI® 19-63 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Perda de Retorno do Link Básico


A tabela seguinte mostra a perda de retorno do link básico.

Tabela 19.23
Perda de retorno do link básico

Freqüência Categoria 5 Categoria 5e


(MHz) (dB) (dB)

1=<f<20 15 17

20=<f<100 15 – 7 log (f/20) 17 – 7 log (f/20)

Referências para a tabela: ANSI/TIA/EIA-568-A-5


TIA/EIA TSB95

Cordões de Ligação de Par-Trançado e Pontes para Conexão Cruzada


Jumpers para conexão cruzada e cabos utilizados em cordões de ligação devem cumprir as
mesmas exigências de performance de transmissão especificadas para o cabeamento horizontal
de 100 Ω com as seguintes exceções:
• Para cabos de fios torcidos, cordões de ligação de fios torcidos têm maior atenuação do
que cabos de condutores sólidos. O padrão ANSI/TIA/EIA-568-A permite um aumento de
20% na atenuação para a estrutura de fios torcidos. O padrão ISO/EIC 11801 permite um
aumento de 50% na atenuação para a estrutura de fios torcidos.
• Uma nova exigência no padrão Categoria 5e é um teste de perda de retorno do cordão de
ligação. O novo test de perda de retorno do cordão de ligação exige que o cordão de
ligação seja testado antes e depois de um manuseio mecânico, para assegurar que a
impedância permanece estável e dentro de limites estreitos. Um desvio maior do que ± 5Ω
acima da impedância nominal de 100 Ω pode resultar num defeito. Foi observado na
prática que muitos cordões de ligação de fios torcidos tendem a mostrar grandes oscilações
na impedância quando flexionados ou manuseados. Um novo projeto de cordão de ligação
da Categoria 5e pode ser exigido para assegurar uma performance de perda de retorno
estável.

Manual TDM, 9ª edição 19-64 © 2000 BICSI®


Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Performance do Canal de Par-Trançado

Modelo de Canal
A figura seguinte mostra um canal incluindo os componentes de cabeamento que determinam a
performance do canal.
Os componentes que compõem o canal consistem de:
• Uma tomada de telecomunicações.
• Cabo de par-trançado balanceado de 90 m (295 ft).
• Sistema de conexão-cruzada.
• Total de 10 m (33 ft) de equipamento, linha e cordões de ligação.
• Ponto de transição.

Figura 19.16
Configuração do teste de canal

Início Ponto de
do canal Telecomunicações Conector do ponto de
transição ou consolidação
Aparelho (opcional)
de A B
Teste

Conexão cruzada secundária


C (distribuidor de piso)

Aparelho
de
Teste

D E

Max (B+C) = 90 m (295 ft) Fim do


Max (A+D+E) = 10 m (33 ft) canal

NOTAS: O modelo de canal especificado no ANSI/TIA/EIA-568-A não inclui os conectores


em cada uma das duas extremidades (no ponto central de conexões [hub] ou na
estação).
Informações mais detalhadas, tal como as especificações do link básico e do canal
podem ser encontradas na TIA/EIA TSB67.

Parâmetros de Performance
Os dois parâmetros mais importantes que afetam a performance são a atenuação e o NEXT.
Outros parâmetros (p.ex. velocidade de propagação, assimetria de atraso, perda de retorno,
impedância longitudinal, variação da atenuação, FEXT e considerações sobre a potência total)
estão se tornando tão críticos quanto os dois acima mencionados, desde que vêm sendo imple-
mentadas aplicações de maior velocidade, esquemas de codificação mais complexos e trans-
missões multipares duplex.

© 2000 BICSI® 19-65 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Limites da Performance de Atenuação


A atenuação do canal é igual à soma da atenuação dos vários componentes do canal de teste.
No pior caso, o canal mostrado na figura anterior consiste de 90 m (295 ft) de cabo horizontal
e de até um total de 10 m (33 ft) de equipamento e cordões de ligação combinados. Geralmen-
te, os cordões de ligação têm uma estrutura flexível de fios torcidos e, por essa razão, apresen-
tam maiores perdas por m/ft do que os cabos horizontais.
A tabela seguinte mostra a atenuação máxima para as várias categorias de cabeamento. Todos
os componentes devem cumprir os requisitos mínimos de atenuação da categoria apropriada de
par-trançado.

Tabela 19.24
Atenuação ponta-a-ponta permitida para uma configuração do canal

Freqüência Categoria 3 Categoria 5 ISO Classe D Categoria 5e ISO Classe E


(MHz) (dB) (dB) (dB) (dB) (dB)

1.0 4.2 2.5 2.5 2.2 2.2

4.0 7.3 4.5 4.5 4.5 4.2

10.0 11.5 7.0 7.0 7.1 6.5

16.0 14.9 9.2 9.2 9.1 8.3

20.0 — 10.3 10.3 10.2 9.3

31.25 — 12.8 12.8 12.9 11.7

62.5 — 18.5 18.5 18.6 16.9

100.0 — 24.0 24.0 24.0 21.7

200.0 — — — — 31.7

250.0 — — — — 36.0

Referências para a tabela: ANSI/TIA/EIA-568-A-5


ISO/IEC 11801
TIA/EIA TSB67
TIA/EIA TSB95

Manual TDM, 9ª edição 19-66 © 2000 BICSI®


Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Limites da perda NEXT


A perda NEXT no canal é a soma vetorial da crosstalk induzida no cabo, dos conectores e dos
cordões de ligação.
A perda NEXT é dominada pelos componentes na zona próxima (<20 m [<66 ft]).
Para verificar a performance, meça a perda NEXT de ambos, da sala de telecomunicações e da
tomada ou conector de telecomunicações. Todos os componentes têm de cumprir as exigências
mínimas para NEXT da categoria apropriada de par-trançado.
A tabela seguinte mostra as perdas NEXT para o canal do pior caso.

Tabela 19.25
Pior perda NEXT par-a-par para uma configuração do canal

Freqüência Categoria 3 Categoria 5 ISO Classe D Categoria 5e ISO Classe E


(MHz) (dB) (dB) (dB) (dB) (dB)

1.0 39.1 60.0 60.3 60.0 65.0

4.0 29.3 50.6 50.6 53.6 63.0

10.0 22.7 44.0 44.0 47.0 56.6

16.0 19.3 40.6 40.6 43.6 53.2

20.0 — 39.0 39.0 42.0 51.6

31.25 — 35.7 35.7 38.7 48.4

62.5 — 30.6 30.6 33.6 43.4

100.0 — 27.1 27.1 24.0 39.9

200.0 — — — — 34.8

250.0 — — — — 33.1

Referências para a tabela: ANSI/TIA/EIA-568-5


ISO/IEC 11801
TIA/EIA TSB67
TIA/EIA TSB95

© 2000 BICSI® 19-67 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Limites para as perdas PSELFEXT


A PSELFEXT é um cálculo do acoplamento não desejado do sinal de múltiplos transmissores
na extremidade próxima num par medido na extremidade distante. A PSELFEXT é calculada
de acordo com o algoritmo de soma de potência. Valores determinados para várias freqüências
são mostrados abaixo.

Tabela 19.26
Perda da soma de potência de crosstalk de igual nível (PSELFEXT) para uma configuração de canal.

Freqüência Categoria 5 ISO Classe D Categoria 5e ISO Classe E


(MHz) (dB) (dB) (dB) (dB)

1.0 54.4 54.4 54.4 60.2

4.0 42.6 42.4 42.6 48.2

10.0 34.4 34.4 34.4 40.2

16.0 30.3 30.3 30.3 36.1

20.0 28.4 28.4 28.4 34.2

31.25 24.5 24.5 24.5 30.3

62.5 18.5 18.5 18.5 24.3

100.0 14.4 14.4 14.4 20.2

200.0 — — — 14.2

250.0 — — — 12.3

Referências para a tabela: ANSI/TIA/EIA-568-A-5


ISO/IEC 11801
TIA/EIA TSB95

Manual TDM, 9ª edição 19-68 © 2000 BICSI®


Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Limites da Perda de Retorno


Perda de retorno é a medida da energia refletida provocada por defasagem de impedâncias no
sistema de cabeamento. A perda de retorno mínima do canal deve observar ou exceder os
valores mostrados abaixo.

Tabela 19.27
Perda de retorno para uma configuração de canal

Freqüência Categoria 5 ISO Classe D Categoria 5e ISO Classe E


(MHz) (dB) (dB) (dB) (dB)

1.0 15.0 17.0 17.0 19.0

4.0 15.0 17.0 17.0 19.0

10.0 15.0 17.0 17.0 19.0

16.0 15.0 17.0 17.0 19.0

20.0 15.0 17.0 17.0 19.0

31.25 13.1 15.1 15.1 17.1

62.5 10.1 12.1 12.1 14.1

100.0 8.0 10.0 10.0 12.0

200.0 — — — 9.0

250.0 — — — 8.0

Referências para a tabela: ANSI/TIA/EIA-568-A-5


ISO/IEC 11801
TIA/EIA TSB95

© 2000 BICSI® 19-69 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Razão Atenuação/Crosstalk (ACR)


A performance do canal de par-trançado especificada anteriormente é determinada a partir de
medidas de transmissão em cabos e em hardware de conexão. Essas medidas são realizadas no
domínio da freqüência. O intervalo de freqüências que pode ser transmitido com sucesso para
uma dada distância determina em MHz a largura de banda do canal disponível para um canal
especificado.
Há diferentes critérios que podem ser utilizados para determinar a largura de banda disponível.
Um desses critérios é o do nível mínimo do sinal recebido na saída de um link em relação ao
pico do nível de ruído. Excluindo os ruídos de fontes externas ao canal (p.ex. todos os ruídos
exceto ruído de crosstalk), este critério é então definido como ACR.
Para assegurar uma taxa de erro de bit aceitável (BER), o sinal deve ser uma réplica razoável
do sinal transmitido. A atenuação é o decréscimo na magnitude do sinal. Componentes de alta
freqüência do sinal digital incorrem em maior atenuação num dado canal de par-trançado. O
efeito líquido é uma redução na amplitude e uma mudança na forma do sinal transmitido como
ele aparece no receptor. Além disso, o ruído NEXT adiciona variações abruptas à magnitude
do sinal. A confiabilidade do receptor para detectar mudanças no formato da onda do sinal é
afetada por esses deterioramentos do sinal

O Conceito de Largura de Banda


Há uma relação fundamental entre a largura de banda de um canal expressa em MHz e a taxa
de transmissão de dados expressa em Mb/s. O fluxo de tráfego numa rodovia importante
propicia uma boa analogia para ilustrar o conceito de largura de banda versus a taxa de
transmissão de dados. A largura de banda é similar à largura da rodovia e ao número de faixas
de rolamento. A taxa de transmissão de dados é similar ao fluxo de tráfego ou ao número de
veículos passando por hora. Uma maneira de aumentar o fluxo de tráfego é aumentar a
rodovia. Outra maneira é melhorar a superfície de rolamento e eliminar engarrafamentos. Da
mesma maneira, é possível suportar uma maior taxa de transmissão de dados em qualquer
canal utilizando um código de linha mais elaborado para empacotar mais bits de informação
por Hz de largura de banda. Códigos de linha mais elaborados requerem uma razão maior de
sinal-para-ruído (SNR), a qual corresponde a uma superfície de rolamento mais lisa na nossa
analogia.
A largura de banda para links de par-trançado está ilustrada na figura seguinte. A largura de
banda disponível é comumente determinada como o intervalo de freqüência no qual o SNR é
positivo. Para a maioria dos sistemas LAN de hoje em dia, a fonte de ruído dominante é a
interferência NEXT entre um par transmissor e um par receptor. Se todos os quatro pares são
empregados na transmissão paralela, então o total do ruído NEXT é denominado soma da
potência da crosstalk da extremidade próxima (PSNEXT). Neste caso,
• SNR é a razão da soma de potência para a atenuação-para-crosstalk (PSACR) na qual,
PSACR = PSNEXT - Atenuação.
• A largura de banda é o intervalo de freqüência no qual PSACR > 0.

Manual TDM, 9ª edição 19-70 © 2000 BICSI®


Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

O Conceito de Largura de Banda, continuação

Figura 19.17
Largura de Banda

Ruído

Perda
db

Sinal

0 db MHz

Largura de banda

Sumário
As performances chave que guiam os canais de par-trançado são a crosstalk e a atenuação. O
NEXT é particularmente importante na configuração de redes de cabos de par-trançado. Ao
medir a atenuação, o projetista de distribuição de telecomunicações necessita conhecer como o
comprimento do cabo e a freqüência do sinal afetam a quantidade de perdas. Entretanto, o
NEXT ocorre no começo do canal e não muda muito à medida que o comprimento do cabo
aumenta. A condição de atenuação e da crosstalk é importante para a capacidade do canal de
transmitir de forma confiável os sinais da rede. A maneira como a crosstalk é medida, baseada
em todos os componentes do canal, é importante para avaliar corretamente a qualidade total da
instalação. Como foi mencionado acima, outros parâmetros tais como a velocidade de propa-
gação, a assimetria do atraso, a perda do retorno, a impedância longitudinal, a variação da
atenuação, o FEXT e as considerações sobre a soma da potência têm se tornado tão criticas
quanto as performances chave referidas acima, desde que aplicações de maiores velocidades,
de esquemas de codificação mais complexos e de transmissões multipares duplex começaram a
ser implementadas.

© 2000 BICSI® 19-71 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Aplicações de Par-Trançado

Considerações de Projeto
À medida que as velocidades de transmissão aumentam e os usuários emigram para cabeamen-
tos de performance superior, é importante para a indústria fornecer assistência nos cabos
disponíveis para aplicações de dados. As categorias de transmissão de todos os componentes
utilizados no mesmo sistema de cabeamento têm de ser compatíveis para assegurar um consis-
tente alto nível de confiabilidade e de performance de transmissão.
Considera-se que os parâmetros chaves da transmissão de um sistema de cabeamento são a
atenuação e o NEXT. Outras considerações importantes são a perda de retorno e o ACR.
As tabelas 19.27 e 19.28 fornecem os requisitos para a performance de transmissão desses
cabos e do hardware de conexão associado, com respeito à atenuação e ao NEXT.
O desenvolvimento de novas aplicações de alta velocidade utilizando múltiplos pares para
transmissão em paralelo mostrou a necessidade de requisitos de transmissão adicionais tais
como o atraso da propagação e a assimetria do atraso. Exerça cautela quando utilizar cabos
com isolações mistas, pois a velocidade de propagação varia com o tipo de isolação utilizado e
o desvio entre pares pode ser excessivo para algumas aplicações de alta velocidade. Este item
está presentemente sob investigação da TIA.
Para determinar a adequação total dos cabos descritos para aplicações específicas, o projetista
de cabos deve também consultar com:
• Fornecedores de sistemas.
• Fabricantes de equipamentos.
• Integradores de sistemas.

Manual TDM, 9ª edição 19-72 © 2000 BICSI®


Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Seleção da Mídia
A tabela seguinte mostra várias aplicações e a escolha ou escolhas de mídia sugeridas.

Tabela 19.28
Seleção da Mídia

Aplicação Par-trançado Par-Trançado Par-Trançado


ou Interface Categoria 3 Categoria 5 Categoria 5e

Aparelho telefônico X X X
analógico

Aparelho telefônico X X X
digital

EIA-RS232 X X X

EIA-422/449 X X X

EIA-423/449 X X X

ISDN X X X

IEEE 802.3 X X X
10BASE-T

IEEE 802.5 rede anel X X X


(token-ring) de 4 Mb/s

IEEE 802.5 rede anel


(Token-ring) de 16 Mb/s Nota 1 X X

TP-PMD X X

IEEE 802.3 X X
100BASE-TX

IEEE 802.3 Nota 2 X X


100BASE-T4

IEEE 802.3 X
1000BASE-T

IEEE 802.12 Nota 2 X X


100VG-qualquer LAN

© 2000 BICSI® 19-73 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Seleção da Mídia, continuação

Tabela 19.28
Seleção da Mídia, continuação

Aplicação Par-Trançado Par-Trançado Par-Trançado


ou Interface Categoria 3 Categoria 5 Categoria 5e

ATM 25.6 Mb/s X X X

ATM 12.96 Mb/s X X X

ATM 51.8 Mb/s X X X

ATM 155 Mb/s X X

Banda base de vídeo X X X


composta

Componente de banda base X X X


de vídeo

Banda larga de vídeo X X

X = Media suportada
NOTAS: 1. Esta aplicação não é normalmente recomendada, mas pode ser utilizada se o
cabo instalado cumpre as orientações de qualificação.
2. Exerça cautela quando especificar cabos Categoria 3 para estas aplicações.
Verifique as especificações eletrônicas do fabricante.

Manual TDM, 9ª edição 19-74 © 2000 BICSI®


Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Requisitos de Distâncias e Pares


A tabela seguinte mostra distâncias de transmissão típicas e requisitos de pares-trançados para
varias aplicações de dados.

Tabela 19.29
Requisitos de transmissão, de velocidade, de distância e de pares

Aplicação Taxa da Distâncias típicas obtidas Pares-


Linha com par-trançado 24 AWG Trançados
m ft

Voz/dados 64 kb/s 1220 4000 1-2


integrados

EIA/TIA-232-E* 19.2 kb/s 15 50 2-4

ISDN-BRI 160 kb/s 1000 3280 2-4


(2B+D)

ISDN-PRI 1.544 Mb/s 1500 4920 2


(23B+D)

Taxa DS1 1.544 Mb/s 1500 4920 2

Sistema IBM 1.0 Mb/s 1495 4903 1


3X/AS-400

Sistema IBM 2.0 Mb/s 435 1430 1


5080 CAD

Sistema IBM 2.35 Mb/s 518 1700 1


3270

Wang VS/OIS 4.27 Mb/s 122 400 2

ARCnet 2.5 Mb/s 91 300 1

Rede anel (Token ring) 4 Mb/s 100 330 2


(IEEE 802.5)

Rede anel (Token ring) 16 Mb/s 100 330 2


(IEEE 802.5)

Ethernet
(IEEE 802.3)
10BASE-T 10 Mb/s 100 330 2
100BASE-TX 100 Mb/s 100 330 2
100BASE-T4 100 Mb/s 100 330 4
1000BASE-T 1000 Mb/s 100 330 4

© 2000 BICSI® 19-75 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Requisitos de Distâncias e Pares, continuação

Tabela 19.29
Requisitos de transmissão, de velocidade, de distância e de pares, continuação

Aplicação Taxa da Distâncias típicas obtidas Pares-


Linha com par-trançado 24 AWG Trançados
m ft

100VG-Any LAN 125 Mb/s 100 330 4


(IEEE 802.12)

TP-PMD 100 Mb/s 100 330 2


(ANSI X3T9.5)

ATM 12.96 Mb/s 200 Categoria 3 656


320 Categoria 5 1050 2

ATM 25.6 Mb/s 100 Categoria 3 330 2

ATM 51.8 Mb/s 100 Categoria 3 330


160 Categoria 5e 520 2

ATM 155 Mb/s 100 330 2

Banda base de vídeo 0-6 MHz 360 Categoria 3 1200 1 (+2 estéreo)
composta 450 Categoria 5e 1500 1 (+2 estéreo)

Componente de banda 0-30 MHz 150 490 3


base de vídeo

Banda larga de vídeo 550 MHz 60 200 1


250 MHz 100 330 1

Manual TDM, 9ª edição 19-76 © 2000 BICSI®


Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Aplicações e Compatibilidade de Capas Compartilhadas


Instalar sistemas de cabeamento de edifícios é uma atividade que usa intensivamente mão de
obra e, portanto, é dispendiosa. Para fazer o máximo uso dos recursos do cabeamento, multi-
pares do cabo UTP podem ser utilizados para servir a uma quantidade de aplicações diferen-
tes. Sempre que possível, é recomendado segregar aplicações diferentes em grupos de feixes
separados. Ainda que sistemas de teclas ou PBX possam coexistir dentro do mesmo cabo, isso
não é recomendado para alguns sistemas devido à crosstalk.
Com relação ao cabeamento secundário UTP, geralmente recomenda-se que somente uma
aplicação seja suportada numa única capa de cabos encapados.
Exemplos de restrições para capas compartilhadas em aplicações específicas utilizando grupos
de feixes de cabos multipares UTP incluem:
• Não mais do que 12 sistemas 10BASE-T podem compartilhar um grupo comum.
• As aplicações EIA-232D e ISDN têm que estar grupos separados.
• Sinais do tipo 3270 que são convertidos em UTP balanceados não podem compartilhar o
mesmo feixe que o Ethernet de 10 Mb/s.
• Sinais de servidores com controladores múltiplos não podem compartilhar o mesmo feixe
(sinais do mesmo controlador podem compartilhar o mesmo feixe).
• Sinais com diferenças significativas de níveis de potência não podem compartilhar o
mesmo feixe.
Geralmente, as interfaces de transmissão de dados que são desbalanceadas com respeito ao
solo não podem ser misturadas com outros sistemas. Por exemplo, a interface EIA-232,
quando é estendida utilizando cabos de par-trançado é incompatível com quase tudo o mais.
Entretanto a interface EIA-232 pode ser estendida utilizando modems de distância limitada,
modems de banda de voz ou fibras ópticas, que amenizam as restrições de compatibilidade.
Apesar de que o padrão EIA-232 limita a distância de transmissão a 15 m (50 ft) para cabos
metálicos, os projetistas e instaladores freqüentemente tentam estender essa distância. Estender
essa distância não é recomendável por ambas as razões, performance e EMI.
Sistemas de cabeamento do cabo primário podem ser utilizados como portadores de ambos os
sinais, analógicos e digitais, para mais de um tipo de LAN, PBX, para sistema de teclas (key
system) e para sistema de alarme. Geralmente, todos os sistemas de transmissão de dados
digitais de banda base que operam a velocidades de 64 kb/s ou menos são compatíveis com
circuitos de estações de PBX analógicos e digitais e com sistemas de teclas, desde que usem
esquemas de transmissão balanceados.

© 2000 BICSI® 19-77 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Conversão de Mídia
Terminais que são equipados com outra interface de mídia que não o par-trançado podem ser
facilmente adaptados para utilizar o par-trançado de cobre para transmissão de sinais e podem
operar com uma performance equivalente à do cabo coaxial, do twinax, do coaxial dual, etc.
Na maioria dos casos, as limitações de distância rigorosas aplicam-se quando a se faz a
conversão de mídia; entretanto, a performance não se degrada.
Algumas das vantagens da conversão de mídia para o par-trançado são:
• É uma solução mais econômica.
• Alterações são muito mais simples de implementar.
• É necessário menos espaço para tubos-de-subida/conduítes.
As três categorias principais de interfaces de terminal são:
• Dispositivos para emparelhar impedâncias.
• Conversores de sinal.
• Filtros de mídia.

Dispositivos para Casamento de Impedâncias (Baluns)


Os dispositivos para casamento de impedâncias são conhecidos comumente como baluns. O
termo balun é tomado das palavras BALanced (balanceado) e UNbalanced (não balanceado).
Os baluns são utilizados para adaptar a impedância balanceada de pares-trançados com a
impedância não balanceada de cabos coaxiais. Cada tipo de mídia requer um tipo específico de
balun para emparelhar sua respectiva impedância. Os baluns são necessários sempre que é
feita uma transição de par-trançado para coaxial ou de coaxial para par-trançado.

Conversores de Sinal
Os sinais EIA/TIA-232-E podem ser convertidos para um sinal balanceado com o dispositivo
EIA-422-A antes da transmissão. Estes dispositivos:
• Diminuem o risco de problemas de transmissão.
• Ampliam o alcance do sinal desbalanceado EIA/TIA-232-E.

Filtros de Mídia
Os filtros de mídia podem ser necessários para a transmissão de freqüências mais altas nos
pares-trançados não blindados. Eles eliminam freqüências indesejáveis que afetam a perfor-
mance do link e que irradiam do cabo de cobre não blindado.

Manual TDM, 9ª edição 19-78 © 2000 BICSI®


Seção 1: Mídia Metálica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Conclusão
A familiaridade com os componentes complexos envolvidos no projeto de sistemas de trans-
missão é importante para o projetista, ainda que ele nunca venha a ser envolvido em qualquer
projeto que exija um conhecimento profundo desses parâmetros. Essa familiaridade será útil
especialmente quando ele estiver determinando o tipo de mídia a ser utilizada em um determi-
nado serviço.

Ainda que os parâmetros primários e secundários sejam complexos, o resultado final é que
uma linha de transmissão deve ser vantajosa em termos de custo e deve ter:
• Características uniformes de impedância.
• Baixa atenuação.
• Constante de fase que é uma função linear da freqüência.
• Baixa crosstalk entre os pares.
• Alta imunidade a ruídos.

© 2000 BICSI® 19-79 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 1: Mídia Metálica

Manual TDM, 9ª edição 19-80 © 2000 BICSI®


Seção 2: Fibra Óptica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Selecionando um Tamanho de Núcleo de Fibra para Aplicação ou para


Especificações de OEM

Introdução
Aplicações padrão como o modo assíncrono de transferência (ATM) do Institute of Electrical
and Electronics Engineers Inc. (IEEE®) e o Fibre Channel da ANSI determinam a distância
máxima na qual os seus sistemas podem operar. Eles recomendam um tamanho específico de
núcleo e a performance da fibra para dados comprimentos e taxas de transmissão de dados.
Entretanto, tamanho de núcleo e performance da fibra freqüentemente não são impostos pelo
fabricante nas seguintes circunstâncias:
• A seleção da fibra é feita antes da seleção dos componentes ativos.
• Os sistemas são projetados para potenciais incrementos, para os quais os elementos ativos
ainda não estão disponíveis.
• Fibras instaladas já existentes são utilizadas, sejam ou não do tipo recomendado para um
determinado equipamento.
Portanto, é importante para o projetista de distribuição de telecomunicações entender:
• As características da aplicação e dos componentes ativos e
• Como as características da aplicação e dos componentes ativos afetam a seleção da fibra.

Visão Geral do Sistema

Partes de um Sistema
Os transmissores e receptores ópticos são transdutores pelo fato de que eles convertem um tipo
de energia em outro tipo de energia. A fonte óptica converte sinais elétricos para ópticos
enquanto que receptores ópticos convertem sinais ópticos de volta para elétricos. É muito
comum na indústria o uso de transceivers, que combinam as funções de transmissores e
receptores ópticos em um só pacote.
Antes que o transmissor óptico receba o sinal elétrico, tem que haver algum condicionamento
ou multiplexação do sinal elétrico para que possa ser utilizado na rede óptica. Para aplicações
LAN típicas, das duas uma, ou nenhuma alteração é feita no sinal elétrico ou o sinal é ligeira-
mente modificado para ser posto no formato óptico apropriado. Para maiores informações veja
o Capítulo 20: Redes de Área Local (LANs) e Inter-redes. Para transmissão de canais, trans-
missões síncronas específicas tais como sinais digitais de conexão cruzada (DSX) e SONET
(Synchronous optical network – Rede óptica síncrona), os canais individuais são freqüente-
mente multiplexados antes que sejam enviados a um receptor óptico.

© 2000 BICSI® 19-81 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 2: Fibra Óptica

Partes de um Sistema, continuação


A figura 19.18 ilustra uma configuração que multiplexa sinais tipo DSX em uma ou mais
fibras ópticas.

Figura 19.18
Projeto multiplexado óptico DSX

Transmissor Receptor
COT óptico Óptico RT

Equipamento
para interconexão
d
D e D
S mux m S
X u X
x

Jumpers Cabos Jumpers


para de fribra para
fibra única fibra única
DS-() DS-()
Sinais Sinais

COT = Central office terminal


demux = demultiplexer
DS = Digital signal
DSX = Digital signal cross-connect
mux = multiplexer
RT = Remote terminal

Manual TDM, 9ª edição 19-82 © 2000 BICSI®


Seção 2: Fibra Óptica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Partes de um Sistema, continuação


A figura 19.19 ilustra a configuração que multiplexa diferentes tipos de sinais em SONET.

Figura 19.19
Projeto multiplexado SONET

Escritório central Terminal remoto

Para outros
terminais
Controles Controles remotos
comuns Transporte comuns
Transporte
e ópticos e ópticos
M SONET SONET
Switch D
F • T1
Serviços • POTS
Banco de Banco de • Dados em alta velocidades
especiais
canais canais • Serviços especiais
Aplicações • ISDN
interescritórios
(DCS, fibra
mux, T1, etc.)

DCS = Digital cellular system


ISDN = Integrated services digital network
MDF = Main distribution frame
mux = multiplexer
POTS = Plain old telephone service
SONET = Synchronous optical network

A multiplexação pela divisão do comprimento de onda (wavelenght division multiplexing) é


um meio alternativo de multiplexar sinais em um sistema de fibra óptica. O WDM multiplexa
múltiplos e separados sinais elétricos em uma fibra utilizando um comprimento de onda para
cada sinal elétrico. O WDM utiliza uma série de lentes para refratar e dirigir os pulsos de luz
para um único cabo que transporta os comprimentos de onda combinados num único caminho
de fibra. Na outra extremidade do cabo de fibra, outro WDM identifica e separa os compri-
mentos de onda e envia-os como sinais elétricos separados para os circuitos eletrônicos. O
WDM pode também ser utilizado para tornar possível a uma única fibra ambas as funções,
transmitir e receber. O WDM é mais comumente utilizado em transmissões de grande largura
de banda, de longo percurso e não é corriqueiramente utilizado em redes de um só usuário.
.

© 2000 BICSI® 19-83 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 2: Fibra Óptica

Partes de um Sistema, continuação


A figura 19.20 ilustra o WDM sendo utilizado para transmitir três sinais separados de 90 Mb/
s por meio da mesma fibra.

Figura 19.20
Multiplexação por divisão de comprimentos de onda

Comprimento Comprimento
de onda 1 de onda 1

90 Mb/s 90 Mb/s
sistema A sistema A

Comprimento Comprimento
de onda 2 Caminho em fibra única de onda 2
Filtro
WDM
90 Mb/s WDM 90 Mb/s
filter
sistema B (mux) sistema B
(demux)

Comprimento Comprimento
de onda 3 90 Mb/s no comprimento de onda 1
de onda 3
e
90 Mb/s no comprimento de onda 2
90 Mb/s 90 Mb/s
e
sistema C sistema C
90 Mb/s no comprimento de onda 3

demux = demultiplexer
mux = multiplexer
WDM = wavelength division multiplexer

Um sistema de telecomunicações de fibra óptica contém uma série de links, cada um com três
partes fundamentais. Essas partes são (veja a figura seguinte):
• Transmissor óptico.
• Receptor óptico.
• Meio de fibra.
Selecione a mídia de fibra apropriada entendendo antes as características do transmissor e do
receptor.

Figura 19.21
Componentes do sistema de fibra

Tx Rx

Transmissor Meio Receptor

Manual TDM, 9ª edição 19-84 © 2000 BICSI®


Seção 2: Fibra Óptica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Sistema Fundamental: Transmissores

Introdução
Quase todo o hardware de fibra óptica disponível contém um transmissor óptico. Esse trans-
missor óptico contém um dos seguintes:
• Diodo emissor de luz (Light-emitting diode [LED])
• Laser de curto comprimento de onda de disco compacto (CD)
• Lasers emissores de superfície de cavidade vertical (Vertical cavity surface emitting lasers
[VCSEL])
• Diodo laser (Laser diode [LD])
O transmissor é um dispositivo eletrônico que:
1. Recebe um sinal eletrônico modulado.
2. Converte o sinal eletrônico modulado em um sinal de luz modulado (usualmente digital).
3. Lança o sinal de luz modulado na fibra.

Características da Fonte de Luz que Influenciam na Seleção da Fibra


As características comuns dos pulsos de luz emitidos pelo transmissor que influenciam na
seleção da fibra são:
• Comprimento de onda central.
• Largura do espectro.
• Potência média.
• Freqüência da modulação.

Comprimento de Onda Central


Qualquer fonte de luz emite luz com o seu próprio conjunto de cores e campo de variação de
comprimentos de onda. Os transmissores de fibra óptica para fibras ópticas de vidro normal-
mente emitem luz em, ou próximo de, um dos três seguintes comprimentos de onda nominais,
medidos em nanômetros (nm) (1 nm = 1 bilionésimo de metro):
• 850 nm
• 1300 nm
• 1550 nm
Esse valor nominal é chamado de comprimento de onda central.

© 2000 BICSI® 19-85 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 2: Fibra Óptica

Largura do Espectro
A potência total emitida por um transmissor é distribuída ao longo de um campo de variação
de comprimentos de onda espalhados ao redor dos comprimentos de onda centrais. Esse campo
de variação é a largura do espectro. A largura do espectro é medida em nanômetros. As
larguras do espectro variam de estreitas, para lasers (alguns nanômetros) até largas, para
LEDs (de dezenas até centenas de nanômetros) dependendo do tipo de fonte utilizada. Veja a
figura seguinte.

Figura 19.22
Comparação do perfil espectral entre laser e LED

Laser
Intensidade

LED

1250 1300 1350

Comprimento de onda (nm)

Manual TDM, 9ª edição 19-86 © 2000 BICSI®


Seção 2: Fibra Óptica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Largura Espectral, continuação


Larguras espectrais grandes levam à crescente dispersão dos pulsos de luz à medida que os
pulsos de luz se propagam ao longo da fibra.
NOTA: A largura espectral (ou largura do pulso) é usualmente dada como o campo de
variação dos comprimentos de ondas emitidos com um nível de intensidade maior ou
igual à metade do nível de intensidade máxima ou largura espectral máxima à meia
largura (full width half maximum [FWHM]). Veja a figura abaixo.

Figura 19.23
Largura de pulso de uma fonte de luz mostrando a máxima meia largura plena (FWHM)

Intensidade
Máxima
Intensidade

Metade da
Intensidade
Máxima

Largura total metade da máxima


(FWHM) largura espectral

Comprimento de onda (nm)

Potência Média
A potência média do transmissor é o nível médio da saída de potência de uma dada fonte de luz
durante a modulação. Medida em dBm ou miliwatts, a potência acoplada média é normalmente
especificada para um/uma particular:
• Tamanho de núcleo de fibra.
• Abertura numérica.
Quanto maior potência um transmissor lança numa fibra, mais potência ótica se torna disponí-
vel para:
• Aumento de comprimento.
• Junções.
• Conectores.

© 2000 BICSI® 19-87 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 2: Fibra Óptica

Potência Média, continuação


Quando um transmissor de LED é acoplado a uma fibra que tem um diâmetro de núcleo ou
abertura numérica diferente (numerical aperture [NA]) do que a potência média especificada,
um nível de potência diferente é lançado na fibra. Isto acontece porque o LED lança um
“ponto” de luz de tamanho muito grande. Entretanto, lasers de pequeno comprimento de onda e
VCSELs lançam um ponto de luz de tamanho menor, tipicamente de 25 µm, e, portanto, a
potência média no 62.5/125 µm ou no 50/125 µm é a mesma.

Figura 19.24
Abertura numérica

Comparação do tamanho do núcleo, NA, e LED—Potência acoplada

Tamanho da fibra Abertura numérica Potência acoplada


(µm) (NA)* relativa a 62.5/125

50/125 0.20 -2.2 dB

62.5/125 0.275 0 dB

*Variações de 1% a 5% nas especificações de abertura numérica entre diferentes


fibras e fornecedores podem resultar em diferentes resultados de medidas.

Núcleo

NA = sinq

Revestimento

q
Cone de aceitação

Manual TDM, 9ª edição 19-88 © 2000 BICSI®


Seção 2: Fibra Óptica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Freqüência da Modulação
A freqüência de modulação de um transmissor é a taxa da mudança de intensidade da trans-
missão, usualmente utilizando “0”s e “1”s lógicos. Esta mudança de intensidade é semelhante
a mudar a fonte de luz de acesa para apagada. Os LEDs têm uma freqüência de modulação
relativamente baixa e são limitados a taxas de 622 Mb/s ou mais baixas. Os lasers têm uma
freqüência de modulação muito mais alta e podem suportar taxas de transmissão acima de 10
G/s.

Comparação de Transmissores
Os quatro tipos mais importantes de fontes de luz de transmissores são:
• LEDs.
• Lasers de comprimentos de onda curtos (CDs).
• VCSEL.
• LDs ou lasers.

Diodos Emissores de Luz (LEDs)


O LED é um transmissor comum e relativamente pouco dispendioso.

Tabela 19.30
Características de fontes LED típicas

Características de Fontes Típicas de LED

Custo Relativamente não dispendiosos

Usos Basicamente utilizados em sistemas de telecomunicações de fibra


óptica multimodal

Comprimento de onda Entre:


central • 800 a 900 nm, ou
• 1250 a 1350 nm

Larguras espectrais Usualmente:


• 30 a 60 nm FWHM na região mais baixa (perto de 850 nm)
• Até 150 nm FWHM na região mais alta (perto de 1300 nm)
devido à dispersão material mais baixa
Fontes LED operando próximo a 850 nm são tipicamente mais
econômicas. Taxas de transmissão de dados de 10 ou 16 Mb/s
tipicamente utilizam LED de comprimentos de onda curtos; LEDs
de comprimentos de onda longos são utilizados para taxas de
transmissão de 100 Mb/s até 622 Mb/s.

Freqüências de modulação • A maioria está abaixo de 200 MHz


• Pode ser tão alta quanto 600 MHz

Nível de potência -10 a -30 dBm em fibra multimodal


média lançado

© 2000 BICSI® 19-89 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 2: Fibra Óptica

Lasers de Comprimento de Onda Curto


O laser de comprimento de ondas curto é comumente referido como laser CD. O CD é um
transmissor pouco dispendioso.

Tabela 19.31
Características de fontes típicas de CD

Características de Fontes Típicas de CD

Custo Relativamente pouco dispendiosas.

Usos Usadas principalmente em sistemas de telecomunicações de fibra


óptica multimodais nas taxas de transmissão de dados mais altas
de 200 Mb/s a 1 Gb/s. A aplicação principal é o Fibre Channel.

Comprimento de onda 780 nm.


central

Largura espectral Muito estreita quando comparada aos LEDs (4 nm)

Freqüências de modulação Muito mais altas do que os LEDs (podem exceder 1 GHz),
permitindo-lhes operar a taxas de transmissão mais altas.

Nível de potência +1 a -5 dBm.


média lançado

NOTE: Os lasers CD foram os primeiros lasers multimodais introduzidos. Se bem que ainda
sejam utilizados, a tendência do mercado é a de utilizar VCSELs para aplicações
multimodais de 1 Gb/s e maiores.

Manual TDM, 9ª edição 19-90 © 2000 BICSI®


Seção 2: Fibra Óptica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Laser Emissor de Superfície de Cavidade Vertical (VCSEL)


Os VCSELs foram introduzidos como transmissores multimodais pouco dispendiosos para os
ethernet gigabits da Ethernet e para a Fibre Channel. Ainda que os VCSELs sejam uma
tecnologia relativamente nova, eles:
• São projetados para ser a futura tecnologia de fonte de luz para telecomunicações ópticas
de dados.
• Têm imensa aceitação pelo mercado.
A despeito de suas características de performance, eles são fáceis de fabricar e há a expectati-
va de que eles venham a ter um preço parecido com o de um LED.

Tabela 19.32
Características de fontes VCSEL

Características de Fontes VCSEL Típicas

Custo Relativamente não dispendiosas

Usos Utilizadas em sistemas de telecomunicações de fibra óptica


multimodais de altas taxas de transmissão de gigabits e maiores

Comprimento de onda 850 nm de expedição e predominante; 1300 nm em


Central desenvolvimento

Largura espectral Muito estreita (1 a 6 nm) quadrado médio da raiz .


(root mean square [rms])

Freqüências de modulação Muito mais altas do que os LEDs, permitindo taxas de


transmissão acima de 5 Ghz

Nível de potência +1 a -3 dBm em fibra multimodal


média lançada

NOTA: Diferentemente de LEDs, VCSELs lançam níveis de potência iguais nas fibras
multimodais 50/125 µm e 62.5/125 µm.

© 2000 BICSI® 19-91 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 2: Fibra Óptica

Diodos Laser (LDs)


LDs (ou simplesmente lasers) são tipicamente mais dispendiosos do que fontes LED ou CD.

Tabela 19.33
Características de fontes LD

Características de Fontes LD Típicas

Custo Mais dispendiosas do que fontes LED e CD.

Usos • Usadas quase exclusivamente em links de fibra óptica


monomodal.
• Alguns sistemas disponíveis usam lasers com fibra multimodal
para maximizar o comprimento do sistema atingível.

Comprimento de onda Comprimento de ondas centrais de aproximadamente:


central • 1300 nm são os mais predominantes.
• 1550 nm estão se tornando mais populares para comunicações
de longa distância em sistemas monomodais.

Larguras espectrais Muito estreitas (usualmente de 1 nm a 6 nm FWHM) quando


comparadas aos LEDs.

Freqüências de modulação Muito mais rápidas do que os LEDs. Freqüências de modulação


acima de 5 GHz são atingíveis.

Níveis de potência Muito mais altos do que os LEDs, com valores comuns de
média lançada +1 dBm a -3 dBm fibras monomodais.
ADVERTÊNCIA: Estes níveis de potência podem apresentar um
risco de segurança se olhados diretamente de
frente.

Manual TDM, 9ª edição 19-92 © 2000 BICSI®


Seção 2: Fibra Óptica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Comparação de LEDs, CDs e Lasers


A tabela abaixo proporciona uma comparação condensada de LEDs, CDs e lasers.

Tabela 19.34
Comparação entre transmissores

Laser de
comprimento
de onda
LED curto (CD) VCSEL Laser (LD)

Custo Menos Menos Menos Mais


dispendioso dispendioso dispendioso dispendioso

Tipo principal Multimodal Multimodal Multimodal Monomodal


de fibra

Comprimento 850 nm 780 nm 850 nm 1300 nm,


de onda central 1300 nm 1550 nm

Largura para 850: 4 nm 1.0 a 6.0 nm 1.0 a 6.0 nm


espectral 30-60 nm FWHM FWHM
FWHM;
para 1300: até
150 nm FWHM

Freqüências de Usualmente abaixo Pode exceder Até Pode exceder


modulação de 200 MHz 1 GHz 10 GHz 10 GHz

Nível de -10.0 dBm a +1.0 dBm a +1.0 dBm a +1.0 dBm a


potência média -30.0 dBm -5.0 dBm -3.0 dBm –3.0 dBm
lançada

© 2000 BICSI® 19-93 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 2: Fibra Óptica

Sistemas Fundamentais: Receptores

Introdução
Quase todos os tipos de receptores de link de fibra óptica incorporam um fotodetector para
converter o sinal óptico entrante em um sinal elétrico.
O comprimento de onda do receptor é selecionado de maneira que corresponda ao transmissor
e à fibra.
O campo de variação do comprimento de onda sobre o qual o receptor mantém seu nível de
sensibilidade é limitado. Um receptor projetado para operar a 1300 nm pode não ser adequado
para um link de 850 nm.

Parâmetros Característicos
Os parâmetros característicos de receptores de fibra óptica são:
• Sensibilidade.
• Taxa de erros de bit (Bit error rate [BER]).
• Campo de variação dinâmico.

Sensibilidade e Taxa de Erros de Bit (BER)


A sensibilidade e a BER estão relacionados:
• A sensibilidade de um receptor é uma indicação do nível mínimo de potência que um sinal
entrante tem que ter para ser lido com um número limitado de erros.
• O BER é o máximo número fracionário de erros que se permite que ocorram entre o
transmissor e o receptor, quando comparado à taxa dos bits transmitidos.
Se a potência do sinal entrante recai abaixo da sensibilidade do receptor, o número de erros de
bits aumenta para além do máximo especificado para aquele receptor.

Campo de Variação Dinâmico


Enquanto que a sensibilidade define uma potência média mínima necessária para manter um
dado BER, o campo de variação dinâmico é utilizado para definir a máxima potência média
recebida por esse BER.
Se muita potência é recebida pelo detector, o resultado é:
• Distorção do sinal.
• Erros de bit.

Manual TDM, 9ª edição 19-94 © 2000 BICSI®


Seção 2: Fibra Óptica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Sistema Fundamental: Fibra

Parâmetros para a Seleção do Tamanho do Núcleo da Fibra


Os dois fatores chave para determinar que fibra deve ser utilizada numa dada aplicação são:
• A distância.
• A largura da banda (taxa de transmissão de dados).

Distância
O mais influente fator ao determinar que fibra utilizar é a distância em que o sinal é transpor-
tado. Os links de telecomunicações de fibra óptica variam de links muito curtos entre computa-
dores centrais (mainframes) até linhas tronco de telefone muito longas. A distância ponta-a-
ponta do mais longo link no sistema é a consideração mais importante na seleção do tipo ou
tamanho da fibra. Em algumas redes, é conveniente considerar mais de um tipo de fibra por
causa da variação dos comprimentos de links envolvidos.

Por exemplo, um banco metropolitano na Filadélfia pode usar uma:


• Rede de fibra multimodal para telecomunicações com as suas filiais locais.
• Fibra monomodal para um link com o seu escritório principal em Baltimore.
Aumentando o comprimento de um link pode resultar:
• Num aumento na atenuação total do sinal de uma ponta para outra.
• Na redução da largura de banda do sistema devido à dispersão.
• Na necessidade de um grande número de junções ou de conectores exigidos pelo sistema, o
que também contribui para a atenuação do sinal (perda de potência óptica).

Largura de Banda
A capacidade de taxa de transmissão de sinais ou largura de banda da fibra é a segunda
consideração importante ao selecionar um tamanho de fibra. Este requisito de capacidade é
usualmente definido pela aplicação para o qual o sistema é construído.
Por exemplo:
• Um sistema de voz ou dados opera a 1,54 megabits por segundo (Mb/s).
• Um sistema primário Ethernet de dados opera a 10 Mb/s.
Para determinar a largura de banda necessária, considere:
• Necessidades atuais.
• Alterações futuras possíveis.
Enlaces adicionais e taxas de transmissão mais altas necessitarão de mais largura de banda
mais tarde. Se os aumentos da largura de banda não são considerados no projeto original do
sistema, mais tarde eles podem exigir a instalação de cabos qualificados para larguras de
banda maiores.

© 2000 BICSI® 19-95 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 2: Fibra Óptica

Classificação das Fibras


As duas principais classificações das fibras são:
• Multimodais.
• Monomodais.
Multimodais
A fibra multimodal é mais adequada para aplicações do tipo local nas quais os cami-
nhos de transmissão (links) são menores que:
• 2000 m (6560 ft) para taxas de transmissão de 155 Mb/s ou menos.
• 500 m (1640 ft) para taxas de transmissão de 1 Gb/s ou menos.
• 300 m (984 ft) para taxas de transmissão de 1.25 Gb/s ou menos.
NOTA: Estão em desenvolvimento aplicações destinadas a suportar taxas de transmissão de
10 Gb/s por fibras multimodais para comprimentos de até 300 m (984 ft).
A maior abertura numérica da fibra multimodal permite o uso de transmissores LED, VCSELs
e SW laser (CD) que são relativamente pouco dispendiosos. Eles são mais do que adequados
para aplicações de curta distância. Veja neste capítulo Fibra Multimodal para conhecer as
características típicas dessa fibra.
Monomodais
A fibra monomodal é mais adequada para:
• Aplicações de longa distância.
• Qualquer aplicação que requer largura de banda extremamente alta.
Veja neste capítulo Fibra Monomodal para conhecer as características típicas dessa fibra.

Manual TDM, 9ª edição 19-96 © 2000 BICSI®


Seção 2: Fibra Óptica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Fibra Multimodal

Tabela 19.35
Características típicas da fibra multimodal

Item Características

Tamanho da fibra Os dois tamanhos populares da fibra multimodal são:


• 62.5/125 µm.
• 50/125 µm.
Veja a Figura 19.22 para maiores informações.
NOTA: Os padrões ANSI/TIA/EIA-568-B e ISO 11801 especifi-
cam o uso da 62.5/125 µm e da 50/125 µm para aplicações
multimodais.

As fibras multimodais são freqüentemente referenciadas


pelo núcleo e pelo diâmetro externo ambos medidos em
micrometros/mícrons (µm) (1µm = 1 milionésimo do
metro)(Figura 19.21). Por exemplo,uma fibra multimodal
com um núcleo de diâmetro de 62.5 micrometros e um
diâmetro externo de 125 micrometros é caracteristicamente
designada como uma fibra 62.5/125 µm.

Custo Não obstante a fibra multimodal seja mais dispendiosa do que a


monomodal, o sistema instalado é menos dispendioso do que a
monomodal por causa das fontes e conectores LED, que são de
menor preço.

Distância Utilizada mormente para links de telecomunicações menores que


2,0 km (1,2 mi) de distância.

Capacidade • Taxas de transmissão de 155 Mb/s são comuns para links de


campus ou menos do que 2.0 km (1.2 mi).
• Taxas de transmissão de 1 Gb/s são comuns para primários de
edifícios ou menos do que 500 m (1640 ft).
• Taxas de transmissão de 10 Gb/s estão em desenvolvimento para
primários e horizontais de edifícios de menos de 300 m (980 ft).

Comprimento de onda Opera a 850 nm (primeira janela), 1300 nm (segunda janela), ou


operacional ambas (janela dual).
NOTA: Um cabo de fibra óptica especificado para 850 nm e 1300
nm é recomendado. Para maiores informações veja Com-
primento de Onda Operacional neste capítulo.

Tipo de sistema Utilizado para voz, dados, segurança e circuitos fechados de TV.

© 2000 BICSI® 19-97 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 2: Fibra Óptica

Fibra Multimodal, continuação

Figura 19.25
Núcleo e Revestimento

Revestimento/
Núcleo Casca
buffer

Fibra Multimodal de 50/125 µm

Tabela 19.36
Características da fibra multimodal de 50/125 µm

Item Característica

Atenuação Baixa atenuação nas regiões de comprimento de onda de 850 nm e


de 1300 nm.

Largura de banda A maior largura de banda obtenível entre as fibras multimodais.

Abertura Baixo NA e tamanho de núcleo pequeno resultam na minimização da


numérica (NA) potência dos dois tamanhos de fibra multimodais para os sistemas
LED. Sistemas laser (VCSELs) não são afetados.

Compatibilidade É compatível com todas as fibras multimodais e monomodais e


peças conectoras 62.5/125 µm devido ao diâmetro comum.

Manual TDM, 9ª edição 19-98 © 2000 BICSI®


Seção 2: Fibra Óptica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Fibra Multimodal 62.5/125 µm

Tabela 19.37
Características da fibra multimodal de 62.5/125 µm

Item Características

Atenuação Atenuação ligeiramente maior do que a da fibra de largura de banda


de 50/125 nm.

Largura de banda Largura de banda moderada que acomoda a maioria


das aplicações de dados.

Abertura NA maior do que a da fibra 50/125 µm permitindo maior potência


numérica (NA) acoplada de um LED na fibra

Compatibilidade Compatível com todas as fibras multimodo e monomodo e peças


conectoras 50/125 µm devido ao diâmetro comum.

Campos de Variação Ópticos Típicos das Fibras Multimodais

Figura 19.26
Campos de Variação Ópticos Típicos das Fibras Multimodais

Faixas de desempenho óptico típico para fibras multimodo

Tamanho da fibra Faixa de atenuação Faixa de largura de banda


(µm) 850 nm (dB/km) 850 nm (MHz-km)
1300 nm (dB/km) 1300 nm (MHz-km)

2.7 a 4.0 500 a 1000


50/125
0.8 a 3.0 500 a 1500

3.0 a 5.0 160 a 300


62.5/125
0.9 a 3.0 500 a 1500

NOTAS: A ANSI/TIA/EIA-568-B e um vasto número de padrões de aplicação têm espe-


cificado cabos de fibras ópticas multimodais de 62.5/125 µm e 50/125 µm com
uma:
• Atenuação de 3.5 dB/km a 850 nm e de 1.5 dB/km a 1300 nm.
• Largura de banda de 160 MHz • km a 850 nm e 500 MHz • km a 1300 nm para
a de 62.5/125 µm.
• Largura de banda de 500 MHz • km a 850 nm e 500 MHz • km a 1300 nm para
50/125 µm

© 2000 BICSI® 19-99 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 2: Fibra Óptica

Janelas de Comprimento de Onda


As fibras ópticas não transmitem todos os comprimentos de onda da luz com a mesma eficiên-
cia. A atenuação dos sinais de luz é muito maior para a luz visível (comprimentos de onda de
400 a 700 nm) do que a luz nas proximidades da região do infravermelho (comprimentos de
onda de 700 a 1600 nm).
Dentro dessa região próxima ao infravermelho, há bandas de comprimento de onda de eficiên-
cia de transmissão diminuída. Isto deixa apenas alguns comprimentos de onda nos quais as
fibras podem operar com perdas muito pequenas. Estas áreas de comprimento de onda que são
mais adequadas para comunicações ópticas são chamadas de janelas. As janelas mais comu-
mente utilizadas são encontradas perto dos 850, 1300 e 1550 nm.

Comprimentos de Onda Operacionais


As fibras multimodais que são vendidas hoje em dia são tipicamente do tipo dual (isto é, são
especificadas para ambos os comprimentos de onda operacionais de 850 nm e 1300 n m),

Tabela 19.38
Características típicas dos comprimentos de onda operacionais das fibras multimodais

Item Característica

Atenuação Menor largura de banda a 1300 nm do que a 850 nm.

Largura de banda Maior a 1300 nm do que a 850 nm na de 62.5/125 µm. Largura de banda
igual nas duas janelas para a de 50/125 µm.

Potencialização É importante no planejamento para futura potencialização do sistema


de cabeamento. A fibra multimodal dual é recomendada hoje em dia
para instalações de comunicação de dados porque uma fibra instalada
para atender a uma Ethernet (10 Mb/s) na primeira janela pode também
suportar um crescimento para FDDI, ATM ou para um sistema Ethernet
Rápido operando na segunda janela e uma Ethernet Gigabit na
primeira janela. A maior parte das instalações de cabos de hoje em dia
são projetadas para este cenário.

Manual TDM, 9ª edição 19-100 © 2000 BICSI®


Seção 2: Fibra Óptica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Fibra Monomodal
A fibra monomodal é semelhante à fibra multimodal na aparência física e na composição, mas
tem características de performance que diferem por ordens de grandeza das da fibra multimo-
dal.

Tabela 19.39
Características típicas de fibras monomodais

Item Características

Distância Utilizadas por provedores de serviço (p.ex companhias telefônicas,


TV a cabo). São possíveis intervalos de 120 km (75 mi) sem repeti-
doras, utilizando equipamento no estado-da-arte.

Capacidade Alcance da taxa de transmissão de dados maior do que 10 Gb/s é


comum.

Performance do • Largura de banda muito alta.


sistema • Atenuação muito baixa.
• Boa para aplicações de telefonia e TV a cabo.
• Ideal para aplicações locais com links de comprimento de
2 km (1.2 mi).
• Satisfaz as necessidades de altas larguras de banda em aplicações
de primários, especificamente nos 500 m (1640 ft).

Características • Diâmetro do núcleo: Entre 8 e 9 µm.


da fibra • Diâmetro: 125 µm.
• Atenuação: o campo de variação é de 0.3 a 1.0 dB/km a 1310 nm
e 1550 nm.
• Largura de banda: maior do que 20 GHz.
• Abertura Numérica: por ser o NA muito pequeno, as fibras são
utilizadas quase exclusivamente com fontes laser que podem
concentrar mais potência em uma área de lançamento menor.

Custo Menos dispendiosas do que as fibras multimodais, mas o custo mais


alto dos equipamentos de transmissão monomodais usualmente
significam um custo maior em sistemas de pequeno alcance
(usuário único).

Comprimento de onda 1310 nm e 1550 nm.


operacional

NOTA: Para o cabo de fibra monomodal, o ANSI/TIA/EIA-568-B especifica os seguintes


valores de atenuação:
• Cabos externos: 0.5 dB/km a 1310 nm e 1550 nm
• Cabos internos: 1.0 dB/km a 1310 nm e 1550 nm

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Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 2: Fibra Óptica

Sumario: Fibras Monomodais e Multimodais


A tabela abaixo sumariza as comparações entre os dois tipos de fibras multimodais e a fibra
monomodal.

Tabela 19.40
Comparação sumarizada de tamanhos de núcleo de cabos de fibra óptica monomodais e multimodais

Multimodal Monomodal de
62.5/125 µm 50/125 µm Dispersão Deslocada

Atenuação Baixa Mais baixa Mais baixa ainda

Largura de banda Moderada Alta Muito alta

Abertura numérica Média Menor Muito pequena

Diâmetro externo da fibra 125 µm 125 µm 125 µm

Comprimentos de onda 850, 850, 1300,


1300 nm 1300 nm 1550 nm

Manual TDM, 9ª edição 19-102 © 2000 BICSI®


Seção 2: Fibra Óptica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Informação de Suporte para Aplicações de Fibra Óptica


Reconhecimento. Esta seção (Páginas 99-102) é reproduzida com a permissão da Telecomuni-
cations Industry Association (TIA). A informação foi colhida no Anexo E da ANSI/TIA/EIA-
568-B.1.
Esta seção fornece informação que diz respeito a suporte de aplicações para muitas das redes
de área local de fibra óptica (LAN) através dos tipos de mídia de fibra óptica. Esta informação
permite ao usuário acessar de forma suficientemente fácil a informação básica para tomar
decisões com conhecimento de causa sobre escolha de mídia óptica e projeto de sistema. Com
um conhecimento pré-determinado das distâncias necessárias, uma idéia do suporte de aplica-
ções necessário e do projeto do sistema de cabeamento, o usuário pode determinar a mídia
mais adequada para as suas necessidades.
Dois fatores fundamentais são obrigatórios na seleção da fibra e do projeto do sistema:
• Máxima distância suportável
• Máximaa atenuação do canal
O primeiro fator é o suporte da máxima distância suportável baseado na largura de banda, nas
especificações do transmissor e do receptor, no atraso da propagação, na tremulação e em
numerosos outros fatores. Essa máxima distância suportável é estabelecida em função dos
padrões de aplicação. A tabela 19.40 lista a máxima distância suportável baseada nos requisi-
tos mínimos de performance das fibras monomodais de 62.5/125 nm e de 50/125 nm.
O segundo fator é a máxima atenuação do canal. A máxima atenuação é dada pela diferença
entre a potência mínima de saída do transmissor acoplado na fibra e a sensibilidade do recep-
tor, menos quaisquer limites de potência estabelecidos. A atenuação do canal pode ser afetada
pelo projeto do sistema (isto é, pelo número de conexões e/ou pelo de junções, pelo compri-
mento, pelo comprimento de onda operacional e pelos valores de perda dos componentes). A
Tabela 19.40 fornece a máxima atenuação do canal para cada aplicação baseada no tipo de
fibra e no comprimento de onda. As equações permitem aos usuários determinar se o projeto
do sistema recai dentro da máxima atenuação do canal.

© 2000 BICSI® 19-103 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 2: Fibra Óptica

Distâncias e Atenuação do Canal Suportáveis


A Tabela 19.41 lista a máxima distância suportável e a máxima atenuação do canal para
aplicações ópticas por tipo de fibra. A distância máxima suportável e a máxima atenuação do
canal listadas aplicam-se a pressupostos específicos e restrições fornecidas nas notas. Pressu-
postos e restrições diferentes podem alterar a máxima distância suportável e a máxima atenua-
ção do canal.

Tabela 19.41
Distâncias e atenuação de canal suportáveis para aplicações de fibra óptica por tipo de fibra.

Aplicação Comprimento Distância Máx. Suportável²(m) Atenuação Máx. do Canal² (dB)


de onda 62.5 µm 50 µm¹ Monomodo 7
62.5 µm 50 µm¹ Monomodo
7

10BASE-FL
(ETHERNET) 850 2000 NST 12.5 7.8 NST
Token Ring 4/16 850 2000 NST 13.0 8.3 NST
Demand Priority³ 1300 2000 NST 7.0 2.3 NST
(100VG-AnyLAN) 850 500 7.5 2.8
100BASE-FX
(Fast Ethernet) 1300 2000 NST 11.0 6.3 NST
FDDI (Custo Baixo) 1300 500 NST 7.0 2.3 NST
FDDI (Original) 1300 2000 40,000 11.0 6.3 10.0 a 32.0
ATM 52 1300 3000 15,000 10.0 5.3 7.0 a 12.0
155 1300 3000 15,000 10.0 5.3 7.0 a 12.0
1558 850 1000 7.2 7.2
622 1300 500 15,000 6.0 1.3 7.0 a 12.0
6228 850 300 4.0 4.0
Canal de 133 1300 1500 1500 NST 6.0 1.3
Fibra 266 1300 1500 1500 10,000 6.0 5.5 6.0 a 14.0
8
266 850 700 200 12.0 12.0
531 850 350 1000 8.0 8.0
8
531 1300 10,000 14.0
4
1062 850 300 500 4.0 4.0
10628 1300 10,000 6.0 a 14.0
8
1000 BASE-SX
2205 5506 3.29 9
(Gigabit Ethernet) 850 3.9
1000BASE-LX8
(Gigabit Ethernet) 1300 550 550 5,000 4.09 3.59 4.79

Manual TDM, 9ª edição 19-104 © 2000 BICSI®


Seção 2: Fibra Óptica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Distâncias e Atenuação do Canal Suportáveis, continuação

Tabela 19.41
Distâncias e atenuação do canal suportáveis para aplicações de fibra óptica, por tipo de fibra, continuação

NOTAS: 1. Um pior caso de perda por acoplamento na fonte de 4.7 dB é utilizado pelo 50
µm relativo a 62.5 µm para aplicações baseadas em LED. Esta perda de
acoplamento é baseada na máxima perda de acoplamento teórica. A 10BASE-
FL especifíca uma perda máxima de acoplamento de 5,7 dB em fibra de 50 µm.
2. Registros NST (não padrão) indicam onde o padrão não especifica suporte para
a mídia, porém onde existe equipamento normalmente disponível para converter
os sinais da aplicação nativa para uma forma compatível com a mídia não
nativa.
3. A aplicação especifica fibra de 62.5 µm com largura de banda de 200 MHz-km
a 850 nm.
4. 300 m (984 ft) de capacidade especificada na Fibre Channel atualizada, FC-PH-
2.
5. Para fibras de 62.5 µm o IEEE especifica 220 m (720 ft) para larguras de banda
modais de 160/500 MHz-km e 275 m (902 ft) para fibra com largura de banda
modal de 200/500 MHz-km.
6. Para fibras de 50 µm o IEEE especifica 500 m (1640 ft) para larguras de banda
modais de 400/400 MHz-km e de 550 para larguras de banda modais de 500/
500 MHz-km.
7. A diferença entre a potência do sinal transmissor e a sensibilidade do sinal
recebedor (power budget) e a capacidade de distância depende da opção de
classificação do transmissor e do receptor. A distância especificada é dada para
a opção de maior power budget.
8. Esta é uma aplicação baseada em laser. Quando isto não for indicado, as
aplicações multimodais são baseadas em LED.
9. A máxima atenuação do canal é baseada na perda de inserção do canal mais a
margem não utilizada da IEEE 802.3z.

Para sistemas já existentes, a atenuação do canal deve ser medida. Para novas instalações, o
projeto do sistema pode ser verificado utilizando as equações abaixo baseadas nas mínimas
especificações de componentes:
• Atenuação do canal < Máxima Atenuação do Canal (Tabela 19.41)
• Atenuação do canal = Atenuação do cabo + atenuação do conector + atenuação da junção
• Atenuação do canal = [Coeficiente de atenuação do cabo (dB/km) x comprimento (km)]+
[quantidade de pares de conectores x 0.75 dB] + [quantidade de junções x 0.3 dB]
Portanto, para determinar o comprimento máximo para o projeto de um sistema em particular,
a equação resultante é:
• Comprimento máximo (km/mi) = (Máxima atenuação do canal – [quantidade de pares de
conectores x 0.75 dB] + [quantidade de junções x 0.3 dB]) ÷ coeficiente de atenuação do cabo

© 2000 BICSI® 19-105 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 2: Fibra Óptica

Distâncias e Atenuação do Canal Suportáveis, continuação


Os coeficientes máximos de atenuação dos cabos especificados pela ANSI/TIA/EIA-568-B.3
estão listados abaixo.

Tabela 19.42
Coeficiente máximo de atenuação do cabo

Comprimento de onda (nm) 62.5 µm 50 µm Monomodal

850 3.5 dB/km N/A

1300 1.5 dB/km 0.5 dB/km (cabos externos à instalação)


1.0 dB/km (cabos internos à instalação)

Verificando a Performance da Fibra e a Compatibilidade com os Apare-


lhos Eletrônicos

Acerca desta Seção


Esta seção foi projetada para fornecer um entendimento da relação do link com os requisitos
dos aparelhos eletrônicos (transmissor e receptor). Todavia, é mais critico assegurar que o link
instalado atenda aos requisitos de um sistema genérico de cabeamento, independente de uma
aplicação específica ou de um produto eletrônico.
O ANSI/TIA/EIA-568-A desenvolveu requisitos para um sistema genérico de cabeamento,
para ambos os tipos, multimodal e nonomodal, para o cabeamento primário e para o horizon-
tal. Esses requisitos são baseados em procedimentos há tempos válidos e de comprovação no
campo através de testes, permitindo a ambos, o contratante e o usuário final, certificar a
instalação.
Esse procedimento de teste e os requisitos são explicados no item Teste, Documentação e
Manutenção deste capítulo.

Introdução
É necessário verificar que o sistema como um todo vai funcionar adequadamente quando
novos componentes forem instalados para reconfigurar um sistema existente. Isto é verdade se
as alterações envolvem um novo:
• Sistema de cabeamento de fibra óptica para componentes ativos que já foram escolhidos, ou
• Sistema de componentes ativos modificados do cabeamento de fibra óptica instalado anteriormente.
Esta verificação é um processo iterativo (repetitivo). As decisões referentes a caminho, a
aparelhos eletrônicos, a comprimentos de onda e a configurações de sistema são todos inter-
relacionados. Freqüentemente a análise de uma solução de compromisso—variando um ou
mais desses parâmetros—é necessária.
A padronização da indústria está tornando mais fácil essa verificação; mais e mais fabricantes
têm desenvolvido sistemas LAN multimodais, os quais operam com fibras multimodais. De
qualquer forma, é ainda importante que o projetista ou o usuário final entendam alguns dos
conceitos fundamentais e dos cálculos necessários para certificar-se de que um sistema vai
operar apropriadamente.
Manual TDM, 9ª edição 19-106 © 2000 BICSI®
Seção 2: Fibra Óptica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Introdução, continuação
Para sistemas curtos ou simples, os requisitos de performance têm sido freqüentemente consi-
derados pelo fabricante e convertidos em especificações de sistema para:
• Comprimento de cabos ópticos.
• Quantidade de junções e de conectores.
• Performance dos cabos ópticos.
Para aplicações mais longas ou mais complexas, recomenda-se geralmente que o usuário final
ou o projetista analisem o sistema proposto.

Parâmetros Chave
Os dois parâmetros chave do cabeamento da fibra óptica que devem ser obrigatoriamente
verificados em relação à compatibilidade com os aparelhos eletrônicos propostos são:
• A atenuação.
• A largura de banda.
É importante considerar quanto os níveis específicos de fibra afetam a performance do sistema.
(A atenuação e as variações de campo das larguras de banda que estão disponíveis com os
diferentes tamanhos e tipos de fibra são discutidos neste capítulo em Sistema Fundamental:
Mídia Fibra).

Teoria e Metodologia da Verificação


A teoria e a metodologia utilizadas para verificar a performance adequada da fibra é a mesma
para ambos os tipos, monomodal e multimodal, em qualquer comprimento de onda:
IMPORTANTE: As especificações utilizadas para cada um dos componentes (transmissor,
receptor, fibras, conectores, etc.) devem corresponder ao tipo de fibra e ao
comprimento de onda. Por exemplo, se ao desenhar um sistema multimodal
62.5/125 µm para operar a 1300 nm, a atenuação especificada para um
conector multimodal 50/125 µm não pode ser utilizada, também não pode
sê-lo a potência média do transmissor de uma fonte LED de 850 nm
especificada para uma fibra 50/125 µm. Somente podem ser utilizadas as
especificações para uma fibra 62,5/125 µm para 1300 nm e a perda nos
conectores especificados para a fibra de 62,5/125 nm. Além disso, qual-
quer transição da fibra 50/125 µm (ou uma fonte de transmissão especifi-
cada para a fibra 50/125 µm) para uma fibra 62.5 µm para sistemas LED
terá de levar em conta a atenuação nessa junção. Veja o diagrama seguinte.

© 2000 BICSI® 19-107 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 2: Fibra Óptica

Teoria e Metodologia da Verificação, continuação

Figura 19.27
Desacerto entre tamanho do núcleo e perda de potência

Fibra
transmissora

Fibra 50 µm 62.5 µm
receptora (NA = 0.20) (NA = 0.275)

50 µm (NA = 0.20) 0.00 -2.2 dB

62.5 µm (NA = 0.275) 0.00 0.00

Para redes de telecomunicações que têm mais de um link de fibra, o projetista pode usar
qualquer das seguintes soluções:
• Escolher o mais longo, o mais complexo link para verificar a performance do sistema e
para selecionar o nível de fibra para toda a rede, ou
• Decidir selecionar um nível de fibra específico para cada link individual. (Isto é em geral
desnecessário e não é recomendado.).

Atenuação
A máxima atenuação do sistema permitida de ponta-a-ponta em um dado link é determinada
pela potência média do transmissor e pela sensibilidade do receptor. Para analisar a atenuação
de um sistema e determinar se os aparelhos eletrônicos propostos virão a operar com o cabea-
mento implantado, use os nove passos abaixo. Verifique após isso a perda mínima do sistema
(veja neste capítulo Verificando a Perda Mínima do Sistema).
Os nove passos são listados abaixo e explicados em detalhe nas páginas seguintes.
NOTA: Assegure-se que a montagem do teste simula o sistema real. (Utilize os jumpers
ou pelo menos inclua suas perdas nos cálculos finais.).

Manual TDM, 9ª edição 19-108 © 2000 BICSI®


Seção 2: Fibra Óptica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Atenuação, continuação

Tabela 19.43
Calculando a Performance da Fibra

Objetivo Passo Cálculo

A. Calcule atenuação do 1 Calcule a perda na fibra.


sistema de cabeamento
passivo 2 Calcule a perda nos conectores.

3 Calcule a perda nas junções.

4 Calcule outras perdas em componentes (p.ex. switches


de sobrepasso, acopladores, divisores).

5 Calcule o total da atenuação do sistema de cabeamento


passivo somando os resultados dos passos 1 a 4.

B. Calcule a perda total entre 6 Calcule o ganho do sistema.


a fonte e o detector inserido
no link, (link loss budget) 7 Determine as restrições de potência.
com margem de segurança
8 Calcule a perda total entre a fonte e o detector inserido
no link subtraindo as restrições de potência do ganho do
sistema.

C. Verifique a performance. 9 Subtraia a atenuação do sistema de cabeamento


passivo (resultado do passo 5) da perda total entre a
fonte e o detector inserido no link (resultado do passo 8).
Se este resultado é um número negativo, o sistema não
operará.

© 2000 BICSI® 19-109 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 2: Fibra Óptica

Planilha para Cálculo da Performance da Fibra


O exemplo seguinte ilustra como calcular a margem de performance do sistema para verificar
a potência adequada. Informação detalhada é apresentada nas páginas seguintes.

Exemplo 19.1
Exemplo de planilha para cálculo da performance da fibra

A. Calcule a Atenuação do Sistema de Cabeamento Passivo


1 Calcule a perda da fibra no Distancia do cabo 1.5 km
comprimento de onda operacional x Perda individual da fibra x 1.5 dB/km
Perda total da fibra 2.25 dB
2 Calcule a Perda nos Conectores Perda individual no conector 0.75 dB
(Exclua os Conectores TX e RX) xQuantidade de pares de conectores x 4
Total da perda nos conectores 3.0 dB
3 Calcule a perda nas Junções Perda individual nas junções 0.3 dB
x Quantidade de junções x 3
Perda total nas junções 0.9 dB
4 Calcule perdas em outros componentes Total de outros componentes (nenhum) 0.0 dB
5 Calcule o total de atenuação do Total da perda na Fibra 2.3 dB
Sistema de cabeamento passivo + Total da perda nos conectores + 3.0 dB
+ Total da perda nas junções + 0.9 dB
+ Total da perda nos componentes + 0.0 dB
Total da atenuação do sistema 6.2 dB
B. Calcule o Link Loss Budget
Exemplo de especificações dos Comprimento de onda do sistema 1300 nm
fabricantes dos aparelhos eletrônicos Tipo de fibra 62.5/125 µm
multimodal
Saída média do transmissor -18.0 dBm
Sensibilidade do receptor (109 BER) -31.0 dBm
Escala de recepção dinâmica 11.0 dB
6 Calcule o ganho do sistema Potência média do transmissor -18.0 dBm
- Sensibilidade do receptor -31.0 dBm
Ganho do sistema 13.0 dB
7 Determine as restrições de potência Margem de operação (nenhuma citada) 2.0 dB
+ Restrições de potência do receptor +0.0 dB
(nenhuma citada)
+ Margem de consertos (2 junções de + 0.6 dB
fusão a 0.3 dB cada)
Total das restrições de potência 2.6 dB
8 Calcule o Link Loss Budget Ganho do sistema 13.0 dB
- Restrições da potência - 2.6 dB
Total do Link Loss Budget 10.4 dB
C. Verifique a Performance
9 Calcule a performance do sistema Link Loss Budget 10.4 dB
Margem para verificar a potência - Atenuação do Sistema de
adequada Cabeamento passivo - 6.2 dB
Margem de performance do sistema 4.2 dB

NOTA: 4.2 > 0. Portanto o sistema vai funcionar da forma como foi instalado.

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Seção 2: Fibra Óptica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

A. Calculando a Atenuação do Sistema de Cabeamento Passivo


Para calcular a atenuação do sistema de cabeamento passivo, totalize os valores para:
• A perda nas fibras.
• A perda nos conectores.
• A perda nas emendas.
• A perda em outros componentes.
NOTA: Quando trabalhar com instalação de cabos já existente, a atenuação do sistema de
cabeamento passivo pode ser medida diretamente. A tabela abaixo explica como
calcular cada uma dessas perdas:

Tabela 19.44
Calculando perdas

Para Calcular a… Deve-se…

Perda nas fibras Multiplicar o comprimento do link proposto pela atenuação


normalizada do cabo (dB/km) para a fibra no comprimento de
onda operacional do sistema.
NOTA: A temperatura pode afetar a perda do cabo de
de fibra. Veja Efeitos da Temperatura na
Perda das Fibras.

Perdas nos conectores Some os valores individuais de atenuação (em dB) para cada
par de conector ao longo da rota da fibra, do transmissor ao
receptor, excluindo os conectores do transmissor e do recep-
tor (veja Valores da Perda nos Conectores).
NOTA: Quando escolher comprimentos de links que requer
em mais de dois conectores, é importante selecionar
o conector de menor perda, a fim de permanecer
dentro do loss budget.

Perda nas junções Some os valores individuais da atenuação local (em dB) para
cada junção ao longo da rota da fibra, do transmissor para o
receptor (veja Valores de Perda nas Junções).

Perdas em outros componentes Some os valores de atenuação de outros componentes


(estrelas passivas, etc.) que contribuam para perdas na rota
da fibra, do transmissor para o receptor.

Some os valores de cada uma dessas perdas para obter o total da atenuação do sistema de
cabeamento passivo.
NOTA: Exemplo de cálculos para a atenuação do sistema de cabeamento passivo e seus
quatro componentes é mostrado na Planilha de Cálculos de Performance de Fibras.

© 2000 BICSI® 19-111 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 2: Fibra Óptica

Efeitos da Temperatura na Perda das Fibras


Mudanças de temperatura podem afetar a perda dos cabos de fibra óptica. As variações da
perda devidas às mudanças de temperatura podem algumas vezes ser tão grandes quanto 2 dB/
km. Algumas especificações de fabricantes indicam a perda do cabo apenas na temperatura
interna da sala, em lugar de através de todo o intervalo operacional de temperatura. Acrescente
uma margem adicional (em dB/km) para o valor da atenuação da fibra normalizada quando
calcular a perda do link de fibra (veja Calculando a Atenuação do Sistema de Cabeamento
Passivo) se as especificações do cabo são:
• Somente para a temperatura ambiente da sala, ou
• Baseada na média de diversas fibras.

Valores de Perda nos Conectores


Valores de perda típicos e máximos para tipos padrão de conectores de fibras ópticas são
mostrados no diagrama abaixo. Quando projetar links com:
• 0-4 pares de conectores, use o valor máximo.
• 5 ou mais pares de conectores, use o valor típico.
NOTA: O ANSI/TIA/EIA-568-B.3 especifica uma perda máxima de 0,75 dB num par de
conectores. Os novos conectores tipo fator de pequeno-formato (small-form factor
[SFF]) devem observar ou exceder esses requisitos de atenuação.

Tabela 19.45
Valores de perda para conectores de fibra óptica

Perdas em dB (por par de conectores)


Multimodal Monomodal
Tipo de Conector Típico Máximo Típico Máximo

Compatível com ST 0.3 0.5 0.3 0.5

568SC 0.3 0.5 0.3 0.5

FDDI 0.3 0.7 0.3 0.5

SMA 906/905 0.8 1.8 n/a n/a

Bicônico 0.7 1.4 0.7 1.3

D4 PC n/a n/a 0.3 0.5

FC PC n/a n/a 0.3 0.5

NOTA: Os valores de atenuação típica e máxima variam de fabricante para fabricante e com
as diferentes ofertas de produtos. Projetistas e instaladores devem assegurar-se de
que o conector selecionado terá uma atenuação máxima de 0,75 dB por par casado
quando instalado corretamente.

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Seção 2: Fibra Óptica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Valores de Perda nas Emendas


Valores gerais de perdas nas emendas para planejamento de sistemas e para análise de perdas
em links são dados na tabela abaixo. Fornecedores específicos ou contratantes podem usar
outros valores.
NOTA: A ANSI/TIA/EIA-568-B especifica uma perda máxima de 0,3 dB nas emendas.

Tabela 19.46
Valores de perdas nas junções

Valores de perda nas junções em dB


Multimodais Monomodais
Tipo de Junção Média Máxima Média Máxima

Por fusão 0.15 0.3 0.15 0.3

Mecânica 0.15 0.3 0.2 0.3

B. Calculando o Link Loss Budget


O link loss budget é a máxima perda permitida ao sistema de cabeamento de ponta-a-ponta.
Para calcular o link loss budget, calcule o ganho do sistema e as restrições da potência:
• O ganho do sistema é a diferença entre a potência média do transmissor e a sensibilidade
do receptor.
• As restrições de potência são fatores, incluindo a margem de operação, restrição de
potência do receptor e margem de conserto, que ajustam o ganho do sistema.
A tabela abaixo explica como calcular o ganho do sistema, as restrições de potência e o link
loss budget.
NOTA: Para informação sobre cálculos de link loss budget pelos fabricantes, veja a nota de
rodapé no fim da tabela.

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Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 2: Fibra Óptica

B. Calculando o Link Loss Budget, continuação

Tabela 19.47
Ganho do sistema, restrições da potência e os cálculos do link loss budget

Para calcular… Deve-se…

O ganho do sistema Subtrair a sensibilidade do receptor (em dBm) da potência


média do transmissor (em dBm). Isto dá a perda máxima
permitida (em dB) entre o transmissor e o receptor para o BER
especificado pelo receptor.
NOTA: Se a potência do transmissor não é baseada no tipo de
fibra do sistema, ela pode ser ajustada utilizando a tabela da
figura 19.23.

As restrições de potência Some os valores de perda para:


• A Margem de Operação*—Esta perda cobre:
– Variações no comprimento de onda central do .
transmissor.
– Alterações na potência média do transmissor e na
sensibilidade do receptor, decorrentes da idade.
– Variações na temperatura dos componentes dentro da .
escala operacional do sistema.
Se o fabricante do sistema não especifica a margem
operacional, use valores de:
– 2 dB para LEDs.
– 3 dB para lasers.
• Restrições de Potência do Receptor*—Alguns fabricantes
podem especificar outras restrições de potência (dispersão,
tremulações, larguras de banda ou recuperação do clock)
que têm de ser subtraídas do ganho do sistema. Se elas são
fornecidas elas devem ser subtraídas do ganho do sistema
disponível.
• Margem de Conserto*—Se o cabo estiver posto onde possa
ser cortado ou danificado por acidente deixe margem de
perda suficiente no projeto para acomodar pelo menos duas
junções de conserto. Se o cabo está posto numa área de alto
risco ou se um re-roteamento está previsto, o projetista pode
decidir-se por mais de duas junções.

Link loss budget* Subtraia o valor total (em dB) de todas as restrições de potência
do ganho do sistema. O resultado é o link loss budget.

* Em alguns casos, o fabricante dos aparelhos eletrônicos já calculou o link loss budget. Nesses casos é normalmente seguro
pressupor a margem de operação (isto é, o envelhecimento do transmissor) e as restrições de potência do receptor que foram
incluídas nos cálculos do fabricante.
Entretanto, a margem de reparo não é usualmente incluída no cálculo do link loss budget do fabricante, a menos que a
documentação do produto especificamente declare a margem de conserto. Quando uma margem de conserto não é declarada pelo
fabricante, o projetista deve subtraí-la do ganho do sistema para determinar o link loss budget.

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Seção 2: Fibra Óptica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

C. Verificando a Performance
Para verificar a performance, subtraia a atenuação do sistema de cabeamento passivo do link
loss budget. Se o resultado é:
• Maior que zero (isto é, a atenuação do sistema de cabeamento passivo é menor que o link
loss budget), o sistema tem potência suficiente para operar sobre a porção passiva do link.
• Menor que zero (isto é, a atenuação do sistema de cabeamento passivo é maior que o link
loss budget), o sistema não tem potência suficiente para operar.
Se o resultado fica abaixo de zero e o sistema não foi instalado, faça mudanças no projeto
(p.ex. use conectores, junções ou fibras de menor perda, ou modifique os caminhos) para
reduzir as perdas passivas do sistema. Em raros casos, será necessário acrescentar componen-
tes ativos com maiores ganhos de sistema.
Quando se está lidando com uma instalação de cabeamento já existente, a atenuação do
sistema de cabeamento passivo pode ser medida diretamente. Lembre-se de que o arranjo para
o teste deve simular o sistema real (p.ex. use os jumpers ou pelo menos inclua suas perdas nos
cálculos finais).
Um exemplo de cálculos para as perdas no link é apresentado na Planilha de Cálculos de
Performance de Fibra.

Verificando a Perda Mínima do Sistema


Depois de verificar que os aparelhos eletrônicos têm potência suficiente para operar, resta mais
uma verificação de atenuação no projeto do sistema. Compare a atenuação do caminho da
transmissão com a escala dinâmica do receptor para assegurar que não há uma perda muito
pequena no caminho da transmissão.
Insuficiente perda mínima do sistema (isto é, perda muito pequena no link) torna-se problema
algumas vezes quando a fonte de laser é utilizada em ambientes de um único usuário (no qual
as distâncias são curtas).
Para calcular a perda mínima necessária do sistema, subtraia a escala dinâmica do receptor do
ganho do sistema (ambos em dB). Utilizando o exemplo dado na Planilha de Cálculos de
Performance da Fibra:

Ganho do Sistema 13 dB
- Escala dinâmica do receptor - 11 dB
Perda mínima necessária do Sistema 2 dB

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Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 2: Fibra Óptica

Verificando a Perda Mínima do Sistema, continuação


Tabela 19.48
Perda mínima do sistema

Se o resultado é… Então…

Menor que zero Nenhuma verificação posterior é necessária, já que é


impossível ir além dessa combinação de transmissor/
receptor.

Maior que zero O número resultante representa a mínima perda que tem
de ser introduzida no link entre o transmissor e o receptor
para manter o BER especificado. A perda total na fibra,
nos conectores e nas junções tem que exceder esse valor.
Utilizando o exemplo dado na Planilha de Cálculos da
Performance da Fibra:
• Perda na fibra: 2.3 dB
• Perda nos conectores: 3.0 dB
• Perda nas junções: 0.9 dB
• Total 6.2 dB
6.2 > 2; portanto, o sistema irá operar como foi instalado.

Se for necessária uma perda adicional num dado link, é fácil adicionar um atenuador de link
apropriado ao sistema. Os atenuadores são dispositivos que podem ser inseridos nos sistemas
de transmissão de fibra óptica, usualmente num ponto onde existe um conector, para introduzir
perda adicional. Há dois tipos de atenuadores:
• Atenuadores fixos, que geram um nível específico de perda adicional.
• Atenuadores variáveis, que podem ser sintonizados para um dado link.

Análise Final
Determine se o critério de perda mínima foi obedecido medindo a atenuação de cada link
depois de instalados.

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Seção 2: Fibra Óptica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Largura de Banda

Introdução
A largura de banda é a capacidade de transportar informações de um sistema. A largura de
banda ponta-a-ponta de um sistema está relacionada com as correspondentes larguras de
bandas dos seus componentes. Para um sistema de fibra óptica, os elementos essenciais para
uma largura de banda de ponta-a-ponta são:
• O transmissor.
• A fibra.
Técnicas de instalação não podem afetar desfavoravelmente a largura de banda óptica (multi-
modal) e a dispersão (monomodal). Portanto, não são necessárias medidas no campo.

Exemplo de Distância de Largura de Banda do Sistema

Figura 19.28
Exemplo de distância de Largura de Banda do Sistema

1100

1000 Legenda: = Modal


= Modal e cromática
Largura de banda do sistema (MHz)

900

800

700

600

500

400

300

200

100
0.1* 0.4 0.8 1.2 1.6 2 2.4

Comprimento do sistema (km)

* Distância máxima recomendada pela ANSI/TIA/EIA-568-A entre a sala de telecomunicações e a estação de trabalho.

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Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 2: Fibra Óptica

Transmissores e Tempo de Subida


Os transmissores têm limitações de largura de banda porque tomam tempo para mudar de um
estado de baixa potência (0 lógico) para um estado de alta potência (1 lógico). Este período é
chamado de tempo de subida.
O tempo de subida é costumeiramente medido de 10 a 90 porcento do nível de potência. Em
discussões simplificadas, o tempo de subida suposto é zero. Em taxas de transmissão de dados
altas, o tempo de subida torna-se significativo.
A figura 19.26 ilustra como o tempo de subida de um transmissor limita a taxa de transmissão
máxima de um sistema. A ilustração mostra a diferença entre a representação lógica simplifi-
cada de uma seqüência de bits e a performance real de um transmissor óptico.
• Na Área A, o transmissor tem um tempo real de subida que não tem impacto sobre o sinal.
• Nas Áreas B e C mostra-se como o sinal torna-se distorcido à medida que a taxa de
transmissão de dados é duplicada e, então, novamente duplicada.

Manual TDM, 9ª edição 19-118 © 2000 BICSI®


Seção 2: Fibra Óptica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Transmissores e Tempo de Subida, continuação

Figura 19.29
Dispersão do pulso devido ao tempo de subida e taxa de transmissão de dados

Lógica

(A) Potência Fluxo de bit típico

Real

Tempo

Lógico
Potência

Taxa de dados dobrada


(B)

Real

Tempo

Lógico
Potência

Taxa de dados quadruplicada


(C)

Real

Tempo

NOTA: À medida que a taxa de transmissão de dados é duplicada e, após isso, duplicada
novamente, o efeito de um pulso real não perfeito resulta em mais e mais distorção.

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Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 2: Fibra Óptica

Fibras
As fibras têm limitações de largura de banda por causa da dispersão. A dispersão causa o
alargamento na duração do pulso de luz à medida que ele viaja através da fibra.

Sistema Monomodal
Em lugar da largura de banda, a máxima dispersão do pulso é usada freqüentemente para
definir a capacidade do sistema nos sistemas monomodais. A dispersão do pulso é uma função
da dispersão da fibra, da largura espectral do transmissor e do comprimento.
NOTA: A dispersão do link monomodal raramente é uma preocupação nas aplicações de um
único usuário.
A máxima dispersão da fibra é expressa usualmente numa fração que tem no numerador os
picosegundos (ps) de alargamento de pulso e no denominador o produto do comprimento do
sistema pelos nanômetros da largura espectral do transmissor (ps/nm-km).
NOTA: Para calcular a dispersão do link, multiplique a especificação de dispersão da fibra
pela largura espectral da fonte e pelo comprimento do link de fibra. Compare esse
número à dispersão máxima permitida declarada pelo fabricante para o receptor em
questão.
A dispersão nos sistemas monomodais é uma função do comprimento de onda. É importante
que a especificação de dispersão da fibra coincida com o intervalo de comprimento de onda
operacional do transmissor.

Sistemas Multimodais
Calcular e predizer os requisitos de largura de banda de um sistema multimodal é muito mais
complexo do que determinar a dispersão de um sistema monomodal. Esse processo consiste em
combinar os efeitos de todos os três seguintes pontos:
• Tempo de subida do transmissor
• Dispersão modal da fibra
• Dispersão cromática
NOTA: Este processo envolve complexas pressuposições e cálculos que estão além do
escopo desta publicação. Usualmente, a aplicação dos padrões ou do OEM determi-
nam a mínima largura de banda necessária para suportar um dado sistema.
Desde que a maioria das aplicações de usuário único hoje em dia é de menos de alguns kilome-
tros (milhas) de comprimento, os aparelhos eletrônicos para fibra óptica típicos usam um
transmissor LED e fibras multimodais para obter taxas de transmissão de dados de 155 Mb/s
ou menos. Para taxas de transmissão de dados de 1 Gb/s ou maiores, o transmissor VCSEL é,
em geral, utilizado.
Para essas distâncias curtas, uma fibra multimodal com um mínimo de largura de banda modal
de 160 MHz • km a 850 nm suporta taxas de transmissão de dados acima de 20 Mb/s para 2
km (1,2 mi). Essa mesma fibra suporta taxas de transmissão de dados de até 1 Gb/s (Ethernet
Gigabit) para distâncias até 300 m (984 ft) utilizando VCSELs. Além disso, essa mesma fibra,
com uma largura mínima de 500 MHz • km a 1300 nm, suporta taxas de transmissão de
dados de até 155 Mb/s para 2 km (1.2 mi [p.ex. ATM]).
A largura de banda modal é medida com uma condição de lançamento extravasada (overfilled
launch condition [OFL]), que é diretamente relacionada com os sistemas LED. Para os siste-
mas VCSEL, a indústria está desenvolvendo uma condição de teste de condição restritiva de
lançamento (RLC) que irá medir a largura de banda que é diretamente relacionada com os
sistemas VECSEL.

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Seção 2: Fibra Óptica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Dispersão Modal e Cromática nos Sistemas Multimodais


A largura de banda de um sistema multimodal é uma função da dispersão cromática e da
dispersão modal, assim como do comprimento.

Dispersão Cromática
As fontes LED freqüentemente utilizadas em sistemas multimodais têm larguras espectrais
mais amplas do que as fontes de laser monomodais. Isto resulta em dispersão cromática. A
dispersão cromática ocorre quando o mais amplo campo de variação de comprimentos de onda
em cada pulso viaja num mais amplo campo de variação de velocidades individuais. Isto faz
com que a duração de um pulso aumente com a distância.
A quantidade de dispersão cromática que ocorre, depende parcialmente do comprimento de
onda central do link. A maioria das fibras ópticas de vidro tem uma dispersão cromática
mínima característica de cerca de 1300 nm.

Dispersão Modal
Os vários modos numa fibra multimodal seguem caminhos diferentes através do núcleo de uma
fibra. Esses caminhos individuais têm comprimentos diferentes. Os modos que seguem os
caminhos mais curtos chegam ao fim da fibra antes que os modos que seguem caminhos mais
longos. Um pulso de luz, que consiste de centenas de modos numa fibra multimodal, alarga-se
no tempo, à medida que ele viaja através da fibra. Este tipo de dispersão é chamado de disper-
são modal.

Medida e Especificação dos Sistemas Multimodais


Os fornecedores de fibras usualmente medem a largura da banda utilizando uma fonte muito
estreita de laser num comprimento fixo de fibra devido à variação da dispersão cromática com
as características da fonte (comprimento de onda central e largura espectral) e com o compri-
mento da fibra. O valor da largura da banda declarado pelo fornecedor representa somente o
efeito da dispersão modal porque a largura espectral de uma fonte típica de laser é usualmente
tão pequena que torna a dispersão cromática negligenciável.
Também, pelo fato de que a largura de banda declarada pelo fornecedor de cabo e de fibra é o
resultado de uma medida feita com fonte laser de diodo, esta medida não é prontamente
aplicável ao projeto de sistemas LED.
A largura de banda modal (usualmente chamada de largura de banda da fibra pelos fabricantes
e fornecedores) é comumente expressa como um produto da distância pela freqüência (p.ex.
MHz • km). Isto significa que uma dada fibra pode suportar maiores taxas de transmissão
através de distâncias mais curtas do que pode através de distâncias mais longas.
Por exemplo, um sistema que requer 90 Mhz de largura de banda de ponta-a-ponta necessita
de um grau mais alto de fibra para um link de 2 km (1,2 mi) do que necessitaria para um link
de 1 km (0,6 mi). Para links de algumas centenas de metros/pés ou menos, a largura de banda
não é freqüentemente algo a ser levado em conta.

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Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 2: Fibra Óptica

Medida e Especificação de Sistemas Multimodais, continuação


Cálculo
Muita experimentação foi feita para caracterizar a relação entre:
• O componente modal da largura de banda da fibra e
• A largura de banda de um link de fibra óptica completo.
Alguns métodos são propostos para determinar aproximadamente essa relação; todos são
matematicamente complicados. Eles tomam em consideração:
• O comportamento da fibra na dispersão e
• As características espectrais do transmissor.
A figura seguinte mostra o uso de um algoritmo conservador para gerar a curva do compri-
mento do sistema versus a largura de banda do sistema, para uma típica fibra multimodal de
62.5/125 µm e um transmissor LED específico. Se somente o produto distância vezes a largura
de banda tomada da especificação do fabricante fosse utilizada, a curva iria predizer um
comprimento de sistema obtenível mais longo. Isso demonstra os erros perigosos que resultam
de uma super simplificação dos cálculos de largura de banda.

Manual TDM, 9ª edição 19-122 © 2000 BICSI®


Seção 2: Fibra Óptica Capítulo 19: Princípios de Transmissão

Medida e Especificação de Sistemas Multimodais, continuação

Figura 19.30
Largura de banda de link a 1300 nm utilizando uma fibra multimodal de 62.5/125 µm

500

450

Características do transmissor:
• Fibra = 62.5 mm
400 Largura de banda modal = 500 MHz • km
• Transmissor
lc = 1300 nm
D l = 140 nm
Link de largura de banda entre extremidades (MHz)

350

300

Prognóstico do
sistema incorretamente
250 baseado somente
na largura de
banda modal

200

150

100 Prognóstico do sistema


mais apurado com componentes
em largura de banda modal e cromática

50

0
0 1 2 3 4 5 6
Distance (km)

A melhor maneira de determinar a largura de banda necessária é a de fazer medidas e experi-


mentações.
É melhor deixar a cargo do fabricante de fibra, de cabo ou da parte eletrônica a determinação
da largura de banda necessária da fibra.

© 2000 BICSI® 19-123 Manual TDM, 9ª edição


Capítulo 19: Princípios de Transmissão Seção 2: Fibra Óptica

Referências

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Industries Alliance. ANSI/TIA/EIA-568-A. Commercial Building Telecommunictions Cabling
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———. ANSI/TIA/EIA-568-A-1. Propagation Delay and Delay Skew Specifications for 100-
Ohm 4-Pair Cable. Arlington, Va.: Telecommunications Industry Association/Electronic
Industries Alliance, September 1997.
———. ANSI/TIA/EIA-568-A-3. Hybrid Cables. Arlington, Va.: Telecommunications
Industry Association/Electronic Industries Alliance, September 1998.
———. ANSI/TIA/EIA-568-A-4. Production Modular Cord NEXT Loss Test Method and
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———. ANSI/TIA/EIA-568-A-5. Transmission Performance Specifications for 4-Pair 100-
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———. ANSI/TIA/EIA-568-B. Commercial Building Telecomunications Cabling Standard.
Arlington, Va.: Telecomunications Industry Association/Electronic Industries Alliance.
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Lin, C. Y. O., and J. P. Curilla. Temperature-Related Changes in Dielectric Constant and
Dissipação Factor of Insulations Increase Attenuation in Data Cables Used in Building
Plenums. Wilmington, Del.: E. I. du Pont de Nemours & Company, Inc.
Reeve, Whitham D., ed. Subscriber Loop Signaling and Transmission Handbook-Digital.
New York: Institute of Electrical and Electronics Engineers, Inc., 1995.
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———. TIA/EIA TSB95. Additional Transmission Performance Guidelines for 4-Pair 100-
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Manual TDM, 9ª edição 19-124 © 2000 BICSI®

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