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Geral
Introdução
A seção 1 deste capítulo fornece um conhecimento básico de como os sinais são transmitidos
através de um meio metálico.
A seção 1 também apresenta informações precisas para par-trançado de cobre tais como:
• Padrões
• Aplicações.
• Desempenho.
A seção 2 deste capítulo trata de fibras ópticas, tais como:
• Fundamentos de transmissão.
• Suporte de aplicações.
• Desempenho e compatibilidade de equipamentos.
Pré-requisito
Será assumido que o leitor tem um conhecimento elementar de eletricidade e de termos básicos
de eletricidade tais como volt (V), ampere (A) e ohm (Ω).
Condutores Elétricos
Introdução
Um condutor elétrico é qualquer substancia que levará energia elétrica de um ponto a outro. O
cobre ha muito tempo foi reconhecido como o padrão para a condutividade. As propriedades e
o custo do cobre fazem dele o condutor mais adequado para processamento em fios e cabos.
Os condutores mais comuns são fios e cabos feitos de:
• Cobre.
• Aço recoberto de cobre.
• Ligas de cobre de alta resistência.
• Alumínio.
Prata e ouro são também bons condutores elétricos, mas não são geralmente utilizados devido
a seu alto custo.
Descrição de Condutores
A tabela seguinte fornece uma breve descrição da maioria dos condutores. A tabela 19.2
fornece uma comparação de propriedades físicas.
Tabela 19.1
Condutor Descrição
Aço recoberto de cobre Também conhecido como aço revestido de cobre, ele
combina a condutividade do cobre com a força do aço. Na
produção deste tipo de fio, uma camada de cobre é unida a
um núcleo de aço por um destes métodos:
• Galvanoplastia
• Solda.
• Liga metalúrgica.
Tabela 19.1
Descrição de condutores, continuação.
Condutor Descrição
Liga de cobre de Uma mistura de cobre e outros metais para melhorar certas
alta resistência propriedades e características do cobre.
Ligas tais como cobre cádmio-cromo e cobre zircônio
oferecem reduções importantes de peso ou maior resistência.
Estes fatores são especialmente importantes em aplicações
de computadores e aeroespaciais.
Entretanto, fazer ligas usando cobre puro sempre tem um
efeito adverso sobre sua condutividade. As ligas acima
mencionadas têm 85 porcento de índice de condutividade.
Tabela 19.2
Propriedades de condutores sólidos
Resistência 250 000 kPa 380 000 kPa Até 550 000 kPa 69 000 kPa
tênsil (36,000 psi) (55,000 psi) (80,000 psi) (10,000 psi)
NOTA: Os pesos são baseados em 305 m (1000 ft) de fio sólido 10 AWG [2.6 mm (0.10 in)]
a 20 °C (68 °F).
Diâmetros Específicos
Os diâmetros dos condutores para o sistema AWG são baseados nos diâmetros para os meno-
res tamanhos (36 AWG = 5 mil) e os tamanhos mais largos (4/0 = 460 mil), onde 1 mil é igual
a 0,0254 mm (0,001 pol). Os diâmetros para os tamanhos intermediarios são derivados dos
tamanhos mais largos ou dos tamanhos menores de acordo com a projeção geométrica. Por
exemplo, se começarmos com o diâmetro fixado de 4/0, cada condutor de tamanho menor é
derivado do dimensionamento prévio multiplicando por um fator de 1/R = 0,89052571, por
exemplo, 4/0 = 460 mil, 3/0 = 460/R, 2/0 = 460/R², 1/0 = 460/R³, 1 = 460/R4,... 36 = 460/R39.
Para informações adicionais, veja ASTM B 258-96, Standard Specification for Standard
Nominal Diameters and Cross-Sectional Areas of AWG Sizes of Solid Round Wires Used as
Electrical Conductors.
Tabela 19.3
Diâmetros nominais de bitolas de condutores
Bitola AWG Milímetros Polegadas
19 0.91 0.036
22 0.64 0.025
23 0.57 0.022
24 0.51 0.020
26 0.41 0.016
Isolação
Introdução
A isolação (também chamada dielétrico) é usada para controlar o fluxo de corrente pelo
impedimento do contato entre:
• Condutores.
• Um condutor e seu ambiente.
A isolação na maioria dos fios e cabos modernos consiste de um ou mais materiais plásticos,
aplicados com uma variedade de métodos. Polímeros extrudados são geralmente utilizados
como isolação pelo fato de que comprovaram serem os materiais para isolação mais funcionais
e confiáveis.
O desempenho elétrico de cabos de pares-trançados é inversamente proporcional à constante
dielétrica da isolação e ao fator de dissipação. Os cabos com uma constante dielétrica e fator
de dissipação mais baixos têm melhores características e capacitância mais baixa.
Muitos cabos telefônicos condutores são isolados com cloreto polivinílico (PVC) e polietileno
(PE). Os condutores isolados com PVC eram geralmente referenciados como “instalação
interna” e os condutores PE eram geralmente referenciados como “instalação externa”. Os
condutores isolados PE apresentam melhor desempenho em transmissões. Entretanto, eles são
inadequados para uso interno devido às suas características desfavoráveis de fumaça e chama.
Para conseguir melhores desempenhos de transmissão (acima da Categoria 3), muitos materi-
ais novos foram introduzidos no mercado de cabeamento interno. Esses materiais, os quais
fornecem melhores características de fumaça e chama assim como as performances de trans-
missão melhoradas incluem:
• Propileno etileno fluoretado (FEP).
• Etileno cloro-trifluor-etileno (ECTFE).
Introdução, continuação.
A tabela a seguir compara as características de vários tipos de isolação.
Tabela 19.4
Características de isolação
Atenuação Atraso
Tipo de Constante Fator de Capacitância (dB/100 ft) do Sinal
Isolação Dielétrica Dissipação Mútua Freqüência (MHz) 20 MHz
pf/m (pf/ft) 1.0 10.0 20.0 (ns/100 ft)
NOTAS: Os valores são baseados nos testes de temperatura da sala com parede de isolação de
6 a 7 mil em seções de 100 m (328 ft) de cabo 24 AWG [0.51 mm (0.020 in)], 4
pares, par-trançado não-blindado (UTP)..
O atraso do sinal e a atenuação são calculados a cada 100 pés somente.
Os parâmetros de desempenho listados na tabela acima não levam em consideração o ambiente
físico no qual os sistemas de cabeamento predial operam. A maior preocupação ambiental é o
aumento na atenuação que ocorre em todos os cabos quando a temperatura sobe. Pelo fato de
que este aumento de temperatura afeta as altas freqüências mais do que as baixas freqüências,
é um assunto de interêsse especialmente importante nos sistemas que operam sobre grandes
distancias em taxas de dados maiores do que 64 kb/s.
AS isolações ECTFE e FEP têm melhor desempenho do que PVC em altas temperaturas.
Tabela 19.5
Características elétricas de tipos de isolação
Característica
Elétrica Explicação
Resistência dielétrica Mede a voltagem máxima a que uma isolação pode resistir
sem colapsar.
A resistência dielétrica é registrada em testes nos quais a voltagem é
aumentada em uma taxa controlada até que a isolação falhe. A
voltagem desse momento, dividida pela espessura da isolação é igual
à resistência dielétrica. Esta é expressa em volts por milímetro (ou
volts por mil, na qual 1 mil é equivalente a 0,001 de polegada).
É preferível um valor alto (para suportar as elevações e diminuições
da voltagem). Condutores isolados em aplicações de telecomunicações
têm uma resistência dielétrica típica entre 7500 e 30.000 volts por
milímetro (ou 300 e 1200 volts por mil).
NOTA: Nos Estados Unidos e no Canadá, o ASTM Standard D 4566-94 trata de Método de
teste padrão para propriedades de desempenho elétrico de isolamento e capas
para fios e cabos para telecomunicações (Standard Test Methods for Electrical
Performance Properties of Insulations and Jackets for Telecommunications Wire
and Cable).
Cabos Par-Trançado
Introdução
A maioria dos condutores metálicos utiliza estrutura de par-trançado. A produção de cabos
pequenos desse tipo envolve o trançamento de pares individuais e o agrupamento desses pares-
trançados para formar ou um cabo ou uma unidade para cabos maiores.
A principal razão para condutores de pares-trançados é minimizar o crosstalk e o ruído pela
diminuição do desequilíbrio da capacitância e pelo acoplamento da indutância mútua entre os
pares.
Par-Trançado
Tanto a indução magnética como o não balanceamento da capacitância são afetados pelo
comprimento relativo e pela uniformidade do enlaçamento dos pares. Para minimizar o cross-
talk dentro de um cabo multipar, para cada par dentro de uma unidade de 25 pares é dado um
comprimento de enlace diferente dentro de uma faixa padrão.
Geralmente, é utilizado um trançamento anti-horário com comprimento entre 50 e 150 mm (2 a
6 in). Pares adjacentes são geralmente projetados para terem enlaces de comprimentos diferen-
tes de, pelo menos, 13 mm (1/2 in). Estas especificações mudam de acordo com o fabricante.
Trançamento Estreito
A opção de trançamento apertado, onde o enlace dos pares é menor do que 13 mm (1/2 in), é
utilizada particularmente dentro e entre computadores e outros equipamentos para processa-
mento de dados.
O trançamento estreito tende a preservar melhor sua forma dentro de um cabo. Os trançamen-
tos longos podem tornar-se achatados e deformados como à medida que eles são inseridos em
um cabo; trançamento mais curtos, enlaces apertados têm menos probabilidade de deformar.
Considerações Ambientais
Efeitos da Temperatura
Os cabos do tipo par-trançado utilizados em aplicações internas ao edifício são previstos para
operar sob uma variedade de condições ambientais. A maior preocupação, especialmente nas
altas taxas de transferência (64kb/s e acima), é aumento da atenuação nas temperaturas mais
altas do condutor (acima de 21 °C [70 °F]). Temperaturas altas podem ser costumeiramente
encontradas em:
• Paredes exteriores da edificação.
• Espaços em tetos (plenum).
• Salas de mecânica.
Falhas intermitentes são reportadas em redes LAN (local area network [LAN]– (rede de área
local) como um resultado do aquecimento solar de paredes e do cabeamento dentro delas. Para
evitar tais problemas, a atenuação cotada na temperatura mais alta esperada deve obrigatoria-
mente ser utilizada ao projetar do cabeamento do tipo usuário único.
A atenuação aumenta com a temperatura devido a:
• Aumento da resistência do condutor.
• Aumento da constante dielétrica do isolamento
• Fator de dissipação.
Alguns isolamentos têm melhor desempenho do que outros sob condições de alta temperatura.
Os gráficos apresentados nas paginas seguintes mostram uma comparação de atenuação e
freqüência em várias temperaturas para
• FEP (p.ex.: TEFLON® e NEOFLON FEP®).
• ECTFE (p.ex.: HALAR®).
• PVC
NOTA: TEFLON® é uma marca registrada da E.I. du Pont de Nemours & Company, Inc.
NEOFLON FEP® é uma marca registrada da Daikin America, Inc.
HALAR® é uma marca registrada da Ausimont Corporation.
Tabela 19.6
ANSI/TIA/EIA-568-A Categoria 5 - atenuação máxima do par-trançado em temperaturas elevadas
Figura 19.1
Valores de atenuação calculados para cabos isolados com FEP, ECTFE e PVC de 1 MHz até 135 MHz em 22 °C (72 °F)
210
Resultado da atenuação
200 medida a 20 oC (68 oF) C
V
P
150
PVC
Atenuação (dB)
ECTFE
100 TFE
EC P
FE
FEP
50
0
1M 10M 30M 60M 135M
Freqüência (Hz)
Figura 19.2
Valores de atenuação calculado para cabos isolados com FEP, ECTFE e PVC de 1 MHz até 135 MHz em 40 °C (104 °F)
300
Atenuação medida C
V
P
250
200
Atenuação (dB)
150 E
TF
EC
ECTFE
100 PVC P
FE
FEP
50
0
1M 10M 30M 60M 135M
Freqüência (Hz)
Figura 19.3
Valores de atenuação calculados e medidos para cabos isolados com FEP, ECTFE e PVC de 1 MHz até 135 MHz em
60 °C (140 °F)
400 C
PV
Atenuação (dB)
300
200
FE
ECT
PVC
E P
100 ECTF FE
FEP
0
1M 10M 30M 60M 135M
Freqüência (Hz)
Blindagem de Cabo
Descrição
Uma blindagem é uma cobertura metálica ou invólucro envolvendo os itens abaixo, isolados:
• Condutor.
• Núcleo do cabo
• Grupo individual de condutores dentro de um núcleo.
A blindagem pode ser feita de folhas, fios em malha ou fitas/tiras metálicas. Elas são geral-
mente de cobre, cobre estanhado, alumínio ou outro material condutor elétrico. As blindagens
de cabos:
• Reduzem o sinal irradiado pelo cabo a um nível aceitável.
• Reduzem os efeitos de riscos elétricos quando vinculados ou aterrados apropriadamente.
• Minimizam os efeitos de sinais eletromagnéticos externos sobre circuitos internos ao cabo
blindado.
• Aumentam a capacitância por unidade de comprimento do cabo.
Eficácia da Blindagem
A eficácia da blindagem de um cabo é uma função de dois mecanismos básicos:
• Blindagem da onda eletromagnética
• Impedância de transferência da superfície.
Eficácia da blindagem da onda eletromagnética:
• Resulta da atenuação e de reflexões.
• É dependente de fatores tais como o tipo e densidade do material utilizado e do número e
tamanho de aberturas na blindagem.
As blindagens dos cabos são geralmente conectadas de forma a que possam ser utilizadas para
transportar grandes correntes que venham a ser induzidas por um campo externo. O fluxo de
corrente na blindagem resulta em uma queda da tensão ao longo dessa blindagem devido à
resistência finita da blindagem. Como resultado, existe um gradiente entre a tensão dos
condutores dentro do cabo blindado e a tensão da blindagem em si. A razão entre a voltagem
do condutor para a blindagem por unidade de comprimento e a corrente da blindagem é a
impedância de transferência da superfície. Impedância de transferência da superfície é geral-
mente medida em mili-ohms/metro ou ohms/pés.
Os requisitos e procedimentos para testes da eficácia da blindagem são especificados na TIA/
EIA IS-729.
Tipos de Blindagem
Existem muitos tipos de blindagens incluindo:
• Fios entrelaçados.
• Fios enrolados em espiral.
• Fios enrolados em espiral reversa.
• Folhas metálicas, de forma longitudinal ou helicoidal.
• Híbridos, combinando outros tipos.
• Tubos metálicos.
• Materiais não metálicos condutores.
Tabela 19.7
Tipos de blindagem para cabos
Conduite
Trança em Trança em de Parede Conduite
Característica Camada única Multi Camadas Folha Sólida Flexível
Fios de Dreno
Introdução
Se uma blindagem não é apropriadamente aterrada, sua eficácia é reduzida. Fios drenos são
algumas vezes aplicados em acréscimo à blindagem para fornecer um meio mais fácil de
aterrar a blindagem. Um fio dreno correndo ao longo do cabo junto à blindagem fornece amplo
aterramento.
Os fios drenos são utilizados:
• Com lâminas, não metálicas e com blindagens híbridas.
• Ocasionalmente com blindagem em malha para tornar mais fácil a terminação do terra da
blindagem.
Aplicações
Os fios drenos são geralmente:
• Aplicados longitudinalmente junto à parte metálica da blindagem ao longo de todo o
comprimento do cabo.
• Feito de fio de cobre flexível ou sólido o qual pode ser nu ou estanhado.
Sinais Analógicos
Introdução
Esta seção é uma revisão de alguns dos mais fundamentais conceitos de telefonia de voz. Ela
serve como introdução ao assunto. As seções seguintes fornecem um tratamento mais conciso e
profundo de transmissões analógicas e digitais.
Definição
Os sinais analógicos são sinais elétricos que variam continuamente e que seguem diretamente
as variações da entrada, tal como as mudanças do volume ou da freqüência da voz humana.
Freqüências
Existem alguns aspectos do som que são variados para produzir a fala. O primeiro deles é a
freqüência. Quando nós olhamos para as freqüências analógicas com equipamentos de teste
nós vemos uma onda senoidal. Uma onda senoidal assemelha-se muito a uma onda lisa do
oceano.
Vamos primeiro tratar do período da onda: O período é o tempo requerido para produzir uma
onda completa. É normalmente expresso em segundos ou em alguma parte do segundo tal
como um milisegundo ou um microssegundo (um milésimo ou um milionésimo de um segundo,
respectivamente). A freqüência é o inverso do período: Ao invés de dizer quanto tempo leva
uma onda senoidal completa para ocorrer, a freqüência é uma forma de dizer quantas ondas
ocorrem em um segundo, ou ciclos por segundo. Alguns exemplos:
• 1000 ciclos por segundo equivalem a um período de 1.0 milisegundo (1/1000 s.).
• 60 ciclos por segundo equivalem a um período de 16.67 milisegundos (1/60 s.).
O Hertz (Hz) é a unidade utilizada para indicar ciclos por segundo e é a unidade padrão de
medida de freqüência. A faixa de freqüência que os seres humanos podem ouvir é de cerca de
20 Hz a 20,000 Hz. Circuitos telefônicos para voz são geralmente limitados à faixa de 300 a
3400 Hz, que é adequada para a faixa da voz humana.
Medindo Freqüências
Os sinais de comunicações são geralmente compostos de uma combinação de freqüências,
chamada de espectro. Unidades de medida múltiplas de Herz são mostradas na tabela seguin-
te.
Tabela 19.8
Unidades de medida múltiplas do Herz
Espectros Padrão
Os espectros de diversas faixas de freqüências padrão são mostradas na tabela seguinte:
Tabela 19.9
Espectros de faixas de freqüências padrão
Decibel
Outra propriedade da onda senoidal é a força do sinal (energia).
Um termo que foi desenvolvido e denominado em honra a Alexander Graham Bell é o bel, mais
conhecido como o decibel. Uma pessoa pode perceber a diferença (troca) em volume de apenas
de um 1 decibel. Decibéis são expressos matematicamente como:
(P1)
dB = 10 log
(P2)
Razão de Potência = P1 dividido por P2 onde P1 e P2 são os níveis de potência comparados.
Decibel, continuação.
A tabela seguinte mostra uma faixa de 0 a 30 dB e a razão de potência que eles expressam.
Tabela 19.10
Razão de potência de 0-30 dB
0 1.0 16 39.8
1 1.3 17 50.1
2 1.6 18 63.1
3 2.0 19 79.4
4 2.5 20 100.0
5 3.2 21 125.9
6 4.0 22 158.5
7 5.0 23 199.5
8 6.3 24 251.2
9 7.9 25 316.2
10 10.0 26 398.1
11 12.6 27 500.0
12 15.8 28 631.0
13 20.0 29 794.3
14 25.1 30 1000.0
15 31.6
Decibéis são fatores logarítmicos. Um aumento de três dB resulta no dobro da potência. Uma
diminuição de três dB resulta na diminuição do nível de potencia pela metade. Para ter uma
idéia, um dB é a mudança mínima que o ouvido humano pode perceber.
Decibéis são úteis para expressar níveis de potência. Níveis de decibel são utilizados em
telefonia para expressar a razão de potência.
Um nível padrão de 0 dBm foi estabelecido para a telefonia. (O m significa miliwatt.) O
padrão de 0 dBm resulta de um miliwatt (1 mW) de energia na freqüência de 1000 Hz através
da impedância de 600 Ω.
Eco
Um outro fenômeno que ocorre com o som e a transmissão do sinal é um eco. Ecos são
causados pela descontinuidade no meio que transporta o som. Quando uma onda bate em um
objeto sólido ela é rebatida. Um objeto atua como uma descontinuidade ou retro-alimentação, o
qual causa uma reflexão ou eco. Precisamente a mesma coisa ocorre com o sinal na transmis-
sões elétrica.
Nós todos gritamos através de uma distancia para ouvir nossa voz ecoada. Na verdade, ecos
estão ocorrendo todo o tempo. Eles retornam tão rápido que nós não podemos detectá-los. Para
que um eco ocorra, tem que existir um atraso suficiente para ele ser ouvido acima da fonte
original do som. Isso acontece em telefonia, também.
Fase
Fase é um fenômeno relacionado com o atraso. Um som que é atrasado com respeito ao mesmo
som é dito que está fora de fase com o original. O som viaja livre pelo ar a cerca de 335 m/s
(1100 ft/s). Mesmo nesta alta velocidade, um atraso é facilmente observado, entre ouvir um
som de uma arma e vê-la soltar fumaça (p.ex.: os segundos entre ver um relâmpago e ouvir um
trovão para determinar o quanto longe ele ocorreu.).
Em comunicações, ondas sonoras no ar são substituídas por um sinal elétrico sobre um meio
condutor. Um sistema de transmissão consiste de três componentes:
• Uma fonte de energia
• Alguma espécie de meio para levar a energia.
• Um dispositivo receptor.
Na telefonia, os três componentes correspondentes do sistema de transmissão são:
• Fonte de energia—A voz humana é convertida em sinais elétricos.
• Meio de transportar a energia—Fio é geralmente utilizado como um meio de transmissão.
• Dispositivo receptor—O transdutor em um aparelho telefônico converte a energia elétrica
de volta em energia sonora para o ouvido.
Telefone - Voz
O telefone analógico converte informação de voz (como onda sonora) em sinais analógicos
elétricos que podem ser transmitidos a distancias mais longas do que a onda sonora pode ir.
Três processos relativamente simples estão envolvidos:
1. As ondas sonoras da voz de alguém falando são convertidas em corrente elétrica de
freqüência e amplitude variável, que representam o tom e o volume da voz.
2. A corrente elétrica é transmitida para um receptor distante.
3. O receptor converte a corrente elétrica de volta em onda sonora.
Telefone - Eco
Ocasionalmente, os usuários podem encontrar ecos em chamadas de longa distancias (DDI).
Para um eco ser percebido parte do sinal transmitido tem que ser enviado de volta à origem.
Tem que haver um atraso perceptível no caminho da transmissão do sinal.
Telefone - Distorção
As características de transmissão dos pares de fios também variam com a freqüência. Os sinais
com vários componentes da freqüência que são enviados a uma concessionária, irão sair de
algum tanto em formato diferente; eles irão experimentar alguma distorção dentro da concessi-
onária. Na freqüência de voz, o principal elemento de distorção é a capacitância.
Aumentando a freqüência aumenta a velocidade de transmissão através do fio. Utilizando o
exemplo do fio trançado de 19 AWG (0.91 mm (0.036 in)], a velocidade de transmissão é de
4.023 km/s (2500 mi/s) na freqüência de 300 Hz; na freqüência de 3000 Hz é de cerca de
12.070 km/s (7500 mi/s). Esta variação da velocidade de freqüência da transmissão não afeta
de maneira perceptível a transmissão de voz, mas tem um efeito sério na transmissão de dados.
A aplicação de indutores, denominados pupinização, colocados em intervalos ao longo do cabo
melhora a transmissão de voz. A pupinização:
• Compensa a capacitância do par de cabos.
• Reduz a perda pela capacitância através de uma faixa de áudio freqüências.
As distâncias mais comuns entre os pontos de carregamento são 1.3 km (4.500 ft) para
carregamento D e 1.8 km (6.000 ft) para carregamento H.
Tão bons quanto os circuitos carregados são para voz, tanto eles são insatisfatórios para a
transmissão de dados. É fato que o carregamento melhora as características perda versus
freqüência, mas, por outro lado, ele causa muitos problemas de atraso. O atraso nas altas
freqüências é de longe maior em instalações carregadas do que em instalações não carregadas.
Tendências
O tremendo investimento de capital em redes de transmissão analógicas existentes indicam que
esse tipo de transmissão irá continuar a ser uma parte fundamental das telecomunicações ainda
por muitos anos. Entretanto, é aparente que a indústria de telecomunicações está se movendo
em direção às transmissões digitais. A conversão analógica-para-digital já está acontecendo em
aparelhos telefônicos utilizados com PBXs (digital private branch exchanges – comutadores
digitais de ramais particulares) . Prevê-se que esta tendência vai continuar:
• Com aparelhos telefônicos utilizados eom centrais telefônicas digitais.
• Como o modo de comunicação das LANs baseadas em computador.
Sinais Digitais
Definição
Um sinal digital é um sinal elétrico nominalmente descontínuo que muda de um estado para
outro em passos discretos (discreto = descontínuo, que varia abruptamente por valores inteiros,
1, 2, 3 ...). Os sinais digitais são originados por computadores ou por conversores Analógicos-
para-Digitais (A/D) .
Explicação
A informação levada por sinais digitais é transmitida com uma representação codificada de
suas entradas (ao contrário dos sinais analógicos, os quais transportam informações através
das variações de freqüência e amplitude). Cada pulso digital individual é chamado de bit
(abreviação de binary digit – dígito binário). O bit é a unidade básica do sinal de comunicação
do computador.
O sinal digital leva uma mensagem codificada na forma de uma seqüência de pulsos que são
transmitidos em intervalos de tempo regulares. Os pulsos têm geralmente, mas não necessaria-
mente, a forma de um retângulo. A amplitude dos pulsos é limitada a um número discreto de
níveis, incluindo o nível zero, que é a ausência de pulso. No caso mais simples, um sinal de
dois níveis é utilizado para representar os números binários zero ou um.
Os sinais analógicos, tais como voz ou vídeo, são codificado em formato digital por um
processo multipassos:
• Amostragem
• Quantização/compressão-expansão
• Modulação do código de pulso (Pulse code modulation)
• Multiplexação por divisão de tempo (Time division multiplexing)
• Codificação da linha
Amostragem
O primeiro passo neste processo envolve a amostragem do sinal analógico em intervalos de
tempos regulares. A taxa de amostragem tem que ser pelo menos duas vezes a do componente
da freqüência mais alta da fonte analógica para reprodução fiel do sinal quando este é conver-
tido de analógico para digital e depois retorna a analógico. Por exemplo, um ritmo de amostra-
gem de 8.000 amostras/segundo é requisitado para digitalizar um sinal de voz contendo
freqüências até 4 kHz. Para palavras com alta fidelidade ou sinais de música contendo compo-
nentes de freqüência até 16 kHz, a taxa de amostragem necessita ser aumentada até 32.000
amostras/segundo.
Quantificação/Compressão-Expansão
O segundo passo no processo envolve a quantificação dos pulsos das amostras. Cada pulso é
designado como um nível discreto, que aproxima o sinal analógico da amostragem instantânea.
Por exemplo, se a fonte de sinal varia de amplitude entre 0 e 1 volt, a cada pulso pode ser
designado qualquer dos 256 níveis discretos dentro da faixa. Os incrementos entre os níveis
podem ser uniformes ou seguir um relacionamento não-uniforme.
No caso de sinais de voz, é desejável determinar um grande número de níveis quando o sinal é
mais fraco (próximo de zero) do que quando o sinal é forte (próximo a um). Este mapeamento
não uniforme entre o valor analógico para um nível digital designado é denominado “compres-
são-expansão”. É usado para aumentar a razão sinal-ruído de sinais de baixo nível e para
melhorar a fidelidade do sinal tal como é percebido pelo ouvido humano. O trem de pulso após
a amostragem e quantização é denominado sinal digital com modulação de amplitude de pulso
(PAM).
Codificação de Linha
Uma seqüência de pulsos binários consistindo de uns e zeros não é o formato ótimo para
transmitir através de cabos par-trançado balanceados. O passo final do processo de codifica-
ção é a modificação da forma e do padrão de pulso para conseguir transmissões mais eficien-
tes.
Várias técnicas são utilizadas para formatar os pulsos para limitar a largura de banda (conteú-
do da freqüência) do sinal transmitido. Isso melhora a relação do sinal para o ruído induzido
por sistemas adjacentes que estão operando no mesmo cabo. Técnicas de codificação da linha:
• Eliminam o componente da corrente contínua (dc) que pode ter um efeito adverso na
detecção do sinal .
• Melhoram a recuperação da sincronização.
Dois métodos comuns de codificação de linha são:
• Inverter pulsos alternados e substituir muitos zeros sucessivos por um padrão único.
Esta técnica é utilizada para portadoras T1 e é geralmente referida como uma inversão de
marca alternada (alternate mark inversion - AMI) ou codificação bipolar.
• Utilizando a codificação Manchester ou Manchester diferencial onde cada bit dentro de um
intervalo de dados unitário é representado por um pulso positivo sobre metade do intervalo
e um pulso negativo sobre a metade remanescente do intervalo. A vantagem da codificação
Manchester é que ela é mais fácil de sincronizar com o sinal minimizando assim a tremula-
ção.
Técnicas de Codificação
Técnicas de codificação são um aspecto importante dos princípios de transmissão. Elas
formam as bases para a transmissão digital. Se a linha de telecomunicações estiver levando
uma série de bits simples (zeros e uns), trata-se de uma transmissão de dois estágios, apta para
transportar somente duas mensagens diferentes. Se um bit é adicionado a cada elemento do
sinal, criando um di-bit, existirá uma transmissão de quatro estágios, capaz de transportar
quatro mensagens diferentes. Oito estágios podem ser executados pela adição de outro bit para
cada elemento do sinal, agora chamado de tri-bit, e o sinal pode expressar oito combinações
diferentes de zero e um.
Com a utilização do método de codificação apropriado, velocidades de dados mais altas podem
ser alcançadas pelo uso de símbolos em linhas com taxas mais baixas. Isso aumenta a distan-
cia à qual o sinal pode ser transmitido por meio de um par-trançado de cobre. Isso também
reduz as emissões com interferência em rádio freqüência (radio frequency interference - RFI).
Técnicas de Codificação,continuação
As tabelas e figuras a seguir mostram diversos métodos de codificação.
Tabela 19.11
Métodos de Codificação
NOTA: Enquanto as freqüências são transmitidas acima desta taxa, a maior parte da energia
não irá exceder a esta largura de banda.
Técnicas de Codificação,continuação
Figura 19.4
Polar não-retorno ao zero (non-return to zero - NRZ)
+V
Dois estados
OV
-V
0 1 1 0 1 0 0 1 0 1 1 1 0
Polar NRZ
Figura 19.5
Bipolar (inversão de marca alternada)
+V
Dois estados
OV
-V
0 1 1 0 1 0 0 1 0 1 1 1 0
Figura 19.6
Difase (Manchester)
+V
Dois estados
OV
-V
0 1 1 0 1 0 0 1 0 1 1 1 0
Difase (Manchester)
Técnicas de Codificação,continuação
Figura 19.7
2B1Q: 2 bits binários codificados em 1 símbolo quaternário
V
Mapa de codificação
V 00 --> -V
3
01 --> - V
3 Quatro
OV V estados
10 -->
-V 3
3 11 --> V
-V
Figura 19.8
MLT-3 (nível-3 [também pode ser denominado NRZI-3])
+V
OV Três estados
-V
Codificação 8B6T
Para enviar uma informação utilizando a codificação 8B6T, compare o valor do byte de dado
com o valor da tabela 8B6T. Todas os bytes possíveis tem um código 6T único, um conjunto
de 6 símbolos tri-estado. O 8B6T prepara completamente os dados para transmissão; nenhuma
codificação ulterior é necessária. A 100BASE-T4 é atualmente a única tecnologia que utiliza a
codificação 8B6T na subcamada de codificação física (physical coding sublayer - PCS) da
camada física. Assim, a 100BASE-T4 demultiplexa os códigos 6T em três pares de fios
enquanto o par remanescente “ouve” as colisões.
Codificação de Amplitude e Fase sem Portadora (Carrierless Amplitude and Phase - CAP)
A codificação CAP utiliza técnica de processamento de sinal digital sofisticada para enviar
dois símbolos ortogonais (independentes) simultaneamente. O receptor tem dois filtros, cada
um reconhece um símbolo e ignora o outro.
Cada par de símbolos ortogonais representa de um a oito bits de dados dependendo do número
de níveis de amplitude que está sendo utilizado.
• CAP-2—Cada símbolo dual representa 1 bit de dado.
• CAP-4—Cada símbolo dual representa 2 bits de dado.
• CAP-16—Cada símbolo dual representa 4 bits de dado.
• CAP-64—Cada símbolo dual representa 8 bits de dado.
Velocidades de Transmissão
Uma transmissão de dados digital é geralmente executada em velocidades muito altas. Estas
velocidades são expressas nas unidades mostradas na tabela a seguir.
Tabela 19.12
Velocidade de transmissão de bits
Baud
O “Baud” é também utilizado como uma unidade de medida para transmissões digitais. Para
transmissões digitais simples, um baud é igual a um bit por segundo. Tecnicamente, entretan-
to, um baud é a medida de velocidade de sinalização igual ao número de transições de sinal por
segundo, o qual pode ser igual à taxa de dados em b/s .
Por exemplo, em um sistema com elementos de 2-bit (nível-4), uma velocidade de transmissão
de 9600 b/s irá acontecer em 2400 baud. Antes da recomendação da International Telecom-
munication Union (ITU) V.34, 2400 bauds era a taxa máxima de baud utilizada em modems
analógicos para faixa de voz. Um exemplo de codificação multibit em transmissão bandabase
digital é o código de linha 2B1Q utilizado com o ISDN( integrated services digital network –
rede digital de serviços integrados) interface de taxa básica BRI (basic rate interface – interfa-
ce de taxa básica). Neste caso, dois bits são codificados como um dos quatro pulsos de volta-
gem conforme foi mostrado numa figura anterior.
Introdução
Uma linha de transmissão ideal é feita com dois condutores que são separadas por um material
dielétrico espaçado uniformemente em toda sua extensão. A figura a seguir ilustra uma linha
de transmissão feita com dois condutores de diâmetro (d) que são fisicamente separados por
uma distância (D). Uma tensão equilibrada (V) é aplicada entre os dois condutores. Correntes
(i)iguais e opostas fluem em cada condutor.
Figura 19.9
Linha de transmissão de dois-fios
d
+V/2
+
I
V D R
Carga
- I
-V/2
O modelo funcional mais antigo de uma linha de transmissão era baseado na perda de resistivi-
dade (veja Figura 19.10). A queda de tensão em cada condutor é diretamente proporcional ao
fluxo de corrente e à resistência da linha (R) em ohms. Quanto maior o diâmetro do condutor,
menor a resistência. Também, quanto mais alta a condutividade do material condutor, mais
baixa a resistência. Um fator adicional, condutância (G), representa um vazamento de corrente
através de um dielétrico não ideal. G é a recíproca da resistência entre as duas linhas conduto-
ras, e é sempre expressa desta forma para propósitos de cálculos.
Figura 19.10
Modelo resistivo
R/2
G Carga
R/2
Introdução, continuação
À medida que transmissões mais longas foram tentadas, tornou-se claro que o modelo resistivo
simples não era acurado. Um fator adicional ajudou a explicar as limitações observadas na
distância e na largura de banda. A voltagem aplicada entre os condutores causa um movimento
de carga elétrica tal que cargas iguais e opostas são depositadas sobre a superfície de cada
condutor (veja Figura 19.11). A distribuição de carga elétrica cria um campo elétrico (E) no
espaço dielétrico ao redor de cada condutor. Esse campo elétrico é tipicamente modelado como
uma capacitância (C).
Figura 19.11
Modelo de capacitância
+V/2
+
+
V E C Carga
-
-
-V/2
Introdução, continuação
À medida que aconteceu posteriormente progresso na tecnologia de transmissão, tornou-se
aparente que mesmo os modelos resistivo e capacitivo combinados não eram precisos. Ainda
outro fator foi descoberto. O fluxo de corrente cria um campo magnético concêntrico (B) que
circula cada condutor (veja Figura 19.12). O campo magnético é reforçado no espaço entre os
condutores e é diminuído na região externa de ambos os condutores. O modelo do circuito (L)
é chamado de indutância e medido em “henrys”. Uma separação maior entre os condutores
(D) resulta em um campo magnético maior e portanto uma indutância mais alta. A magnitude
da indutância também depende da permeabilidade magnética de qualquer material magnético
que circunda os condutores. Um material de permeabilidade alta resulta em uma intensidade de
campo magnético mais alta para uma dada corrente, e, portanto, uma indutância mais alta.
Figura 19.12
Modelo indutivo
L Carga
Introdução, continuação
Uma linha de transmissão pode ser representada por um circuito elétrico contendo somente
componentes passivos que são arranjados em uma rede de suportes. A rede de suportes é feita
de seções em cascata, cada uma com um comprimento muito curto (∆x), consistindo de uma
série de resistências e uma série de indutâncias em paralelo com uma capacitância mútua e
uma condutância mútua ( veja a figura seguinte). Estes componentes distribuídos são chama-
dos de parâmetros fundamentais da transmissão.
Figura 19.13
Parâmetros fundamentais das linhas de transmissão
G Linha C Linha
DX DX DX DX
Introdução, continuação
Os campos magnéticos e elétricos, ao mesmo tempo que as correntes e voltagens do circuito
não são independentes, mas são intrinsecamente relacionadas através da equação de Maxwell.
NOTA: Uma discussão da equação de Maxwell está fora do escopo deste capítulo. É
suficiente saber que ela é a base de toda a teoria das ondas eletromagnética.
Estes parâmetros primários (R,L,G,C) podem ser calculados a partir do conhecimento do
projeto físico dos cabos. Estes relacionamentos com o projeto tendem a ser complexos e vão
depender da:
• Geometria dos cabos.
• Propriedade dos materiais.
• Freqüência do sinal aplicado.
Não é essencial conhecer este relacionamento para compreender os conceitos de linha de
transmissão. Entretanto, para aqueles leitores que querem aprofundar-se posteriormente em
projetos e transmissão de cabos, algumas referencias técnicas úteis são dadas no final deste
capítulo.
Os parâmetros secundários da linha de transmissão são:
• Calculados a partir dos parâmetros primários, ou
• Obtidos pela medida direta.
Os parâmetros secundários definem o comportamento de um sinal elétrico conforme ele passa
através do cabo. Para este propósito, o cabo pode ser considerado como uma caixa preta. A
resposta de saída pode ser medida como uma função do sinal aplicado para diferentes condi-
ções de terminação. A figura a seguir ilustra o modelo geral de transmissão:
Figura 19.14
Modelo geral de transmissão
Zs I I Z
i o
Meio de
V V transmissão V
s i o
Z
Fonte in Carga
Impedância Característica
A impedância característica corresponde à impedância de entrada de uma linha de transmissão
uniforme de comprimento infinito por exemplo,
Atenuação
A atenuação corresponde à razão em decibéis (dB) da energia de entrada para a energia de
saída quando a carga e a impedância da fonte são compatibilizadas com a impedância caracte-
rística do cabo, por exemplo, Zs = Zt = Zo. Como uma referencia, a energia de entrada de é
obtida medindo a energia diretamente na carga sem passar através do cabo. Para o caso nos
quais as terminações não são perfeitamente ajustadas, a relação entre a entrada e a saída de
energia é chamada de perda por inserção (insertion loss). Medidas práticas de perda por
inserção geram valores que são mais altos do que a atenuação dependendo do grau de incom-
patibilidade.
Atenuação (dB) = 20 log (Vi/Vo)
Quando:
Zs = Zt = Zo
Onde:
Vi = Voltagem de entrada
Vo = Voltagem de Saída
Crosstalk
Crosstalk é a interferência no sinal entre pares, a qual pode ser causada por um par captando
sinais indesejados de:
• Pares adjacentes de condutores, ou;
• Cabos próximos
Por exemplo, esta interferência pode ser resultado de um campo magnético que circula qual-
quer condutor que conduz corrente. A interferência crosstalk pode ser compreensível ou
incompreensível dependendo dos modos de acoplamento.
Power Sum
Power sum é o efeito combinado sobre um par de todos os outros pares do cabo. Cada par
pode ser disturbado pelos múltiplos pares adjacentes disturbadores.
Capacitâncias Desbalanceadas
Capacitâncias desbalanceadas entre condutores de dois pares que são locados em estreita
proximidade de cada um com outros dentro de um cabo pode resultar na transferência indese-
jável do sinal que é geralmente denominada crosstalk.
Atraso na Propagação
O desenvolvimento de novas aplicações de alta velocidade utilizando múltiplos pares para
transmissões em paralelo mostra a necessidade para requisitos de transmissão adicionais tais
como atraso na propagação e delay skew (assimetria do atraso) para sistemas de cabeamento
com 100 ohm, 4-pares.
A equação a seguir poderia ser utilizada para computar o máximo de atraso na propagação
permitido entre 1.0 MHz até a mais alta freqüência referenciada para uma dada categoria:
36
delay (ns/100m) = 534 +
√ freq MHz
Tabela 19.13
Atraso na Propagação/Delay skew
1 570 58.5% 45
10 545 61.1% 45
Coeficiente de Reflexão
Considere o caso onde a impedância da terminação é Zt ≠ Zo. Um sinal indo ao longo do cabo é
refletido parcialmente na junção da carga/cabo. A magnitude da reflexão é dada pelo coeficien-
te de reflexão (ρ). Se Zt < Zo, então a onda refletida tem uma amplitude negativa, ou se Zt > Zo,
então a onda refletida tem uma amplitude positiva.
Coeficiente de reflexão (ρ) = (Zt - Zo)/(Zt + Zo)
Perda Desbalanceada
A energia do sinal transmitido é reduzida por uma soma chamada de perda desbalanceada
(mismatch loss - M) medida em dB e é derivada do coeficiente de reflexão.
Perda desbalanceada (M) em dB = 10 log (1 -ρ2)
Para qualquer comprimento do cabo, a perda por inserção pode ser calculada levando em
conta a atenuação do cabo mais o efeito de múltiplas reflexões em cada extremidade do cabo.
Onde:
Vo = nível do sinal recebido
Vi = nível do sinal transmitido
Vn = nível do sinal de ruído no receptor
Introdução
Linhas de transmissão são geralmente classificadas como:
• Linha Simplex.
• Linhas Half-duplex.
• Linhas Full-duplex.
Embora a palavra linha seja usada, este termo se aplica para qualquer meio de transmissão,
incluindo:
• Microondas.
• Fibra óptica
• Rádio.
• Cabos de cobre.
Pelo fato de termos similares serem utilizados de formas diferentes nas comunicações de rádio
e nas de computador, as definições a seguir são apresentadas para exemplificar o uso desses
termos em telecomunicações.
Linhas Simplex
As linhas simplex transmitem sinais em uma única direção. Um exemplo simples, mas famili-
ar, de transmissão simplex e o sistema de dirigir-se ao público. O sinal (que representa a voz
do locutor) é levado para um certo número de alto-falantes. Não existe caminho para que os
ouvintes possam responder.
Linhas Half-Duplex
As linhas half-duplex podem transmitir sinais em ambas as direções, mas somente em uma
direção de cada vez.
Isto necessita consenso entre as estações e tipicamente emprega:
• Um interruptor “Aperte-para-falar” (“Push-to-talk”) para os circuitos de voz.
• Um protocolo de sinalização.
Um intercomunicador caseiro é um exemplo familiar da operação half-duplex.
Linhas Full-Duplex
Linhas Full-duplex podem transmitir sinais em ambas as direções ao mesmo tempo. Todas as
linhas de telefones modernas são full-duplex, permitindo a ambas as partes falar simultanea-
mente.
Introdução
Para as finalidades desta seção os termos assíncrono e síncrono referem-se a diferentes méto-
dos de conjugação no tempo dos sinais digitais para transmissão. O método utilizado é generi-
camente ditado pelo equipamento envolvido.
Transmissão Assíncrona
A transmissão assíncrona (async) ocorre sem um relacionamento de tempo regular nos carac-
teres de sinais, ou nos bits que os representa. Cada caractere de informação:
• É enviado sem observar um relacionamento entre ele e qualquer outro caractere de infor-
mação.
• Leva consigo os sinais de início e parada.
Este é um método popular de comunicação entre usuários de microcomputadores devido à
interface padronizada comum e ao protocolo entre máquinas.
A transmissão assíncrona é menos eficiente do que a transmissão síncrona, pelo fato de
necessitar de algum tipo de combinação de bit de inicio e parada para o fluxo de dados, mas é
fácil de implementar no sistema com velocidades menores do que 20 Kb/s.
Transmissão Síncrona
A transmissão síncrona é realizada pela sincronização dos bits de dados em fase ou em unísso-
no com os sinais ou pulsos de sincronia espaçados igualmente. Tanto quem envia quanto quem
recebe têm que possuir a capacidade de sincronização e de se colocar em fase com os pulsos de
sincronia. Os pulsos de sincronia impedem a confusão de caracteres no fluxo de dados.
Uma transmissão síncrona é mais eficiente do que a transmissão assíncrona porque não tem
necessidade de bits de início e de parada. Ela é utilizada com a transmissão de velocidades tão
baixas quanto 2.4 kb/s.
Hierarquia Digital
Introdução
Muitos passos são dados na transmissão para maximizar o número de canais de comunicação
disponível. Um dos mais significativos é o de combinar múltiplos sinais em um canal pelo
processo chamado “Multiplexação por Divisão de Tempo (time division multiplexing - TDM).
A multiplexação é particularmente fácil de aplicar a sinais digitais.
Os níveis seguintes de multiplexação são utilizados na América do Norte:
• DS0
• DS1
• DS1C
• DS2
• DS3
• DS4
Nível DS0
O nível de canal mais baixo de portadora digital é conhecido como DS0. Em sistemas de
modulação de código de pulso (pulse code modulation - PCM), existem 24 canais DS0 (64 kb/
s). Alguns sistemas têm 48 canais DS0 (32 kb/s).
Nível DS1
O primeiro nível do TDM é o DS1, o qual:
• Utiliza uma taxa de transmissão de 1.544 Mb/s.
• Pode transmitir dados até 64 kb/s por meio de qualquer canal, desde que o sistema de
transmissão tenha capacidade de canal livre.
NOTA: Muitos sistemas podem transmitir somente até 56 kb/s por causa das necessida-
des da densidade do pulso de recuperação da sincronia.
• É capaz de manejar 24 canais de voz analógica padrão (largura de banda 3100 Hz )
quando utiliza 64.000 bits/segundos de codificação. Quarenta e oito canais de voz ficam
disponíveis se utilizar 32,000 b/s.
• Pode operar sobre cabos par-trançado padrão, dentro de limites de distância e condições
específicas de projeto.
NOTA: Os pares transmissores e receptores são normalmente separados em grupos
acondicionados em envoltórios não-adjacentes ou em compartimentos classifica-
dos.
• É largamente utilizado para transmissões de curta distância (até 320 km [200 mi]).
Nível DS1C
Os requisitos especiais para portadoras T2 levaram ao desenvolvimento de um nível intermedi-
ário, conhecido como DS1C, o qual:
• Utiliza um processo chamado “pulse stuffing” (preenchimento forçado do pulso) para
sincronizar os dois sinais DS1.
• Faz mais uso da planta de cabos existentes para distâncias curtas e médias.
• Não foi designado para uso com multiplexação de nível mais alto.
• Pode transmitir dois sinais DS1 (total de 48 canais de voz) na taxa de transmissão de
3.152 Mb/s (classificação DS1C).
• É obsoleto.
Nível DS2
O segundo nível completo de multiplexação é o DS2, o qual:
• Suporta tipicamente quatro canais DS1, para um total de 96 canais de voz.
• Emprega um fluxo de pulsos de 6.312 Mb/s.
NOTA: Este funciona com um pouco mais do que quatro vezes a taxa DS1, devido ao
preenchimento forçado de bits.
Para distâncias que excedem a 305 m (1000 ft), as portadoras T2 necessitam de cabo par-
trançado especial (tal como LoCap) que tem características especiais de crosstalk e de atenua-
ção. Sistemas par-trançado utilizando transportadores T2 são obsoletos; entretanto, sistemas
em fibra óptica de baixa velocidade transportam sinais DS2.
Nível DS3
O nível DS3 está tendo uso crescente entre locais do cliente e entre o cliente e locais de instala-
ções de entrada principal. O nível DS3:
• é utilizado para multiplexar sinais de 28 DS1 ou 7 DS2 em 44.736 Mb/s.
• É uma velocidade comum para sistemas de fibras ópticas e de rádio digital.
• Utiliza o preenchimento forçado do bit para sincronizar os fluxos DS1 ou DS2 entrantes
para o terminal multiplex.
Multiplexadores (mux)
Um multiplexador (mux) é uma unidade que combina um número de taxas de transmissões
elétricas intermediárias, a partir de uma taxa de sinal DS1 (1.544 Mb/s) até a taxa DS3
(44.736 Mb/s) e dentro da faixa gigabit/segundo. Esta é a função básica de um multiplexador/
demultiplexador.
Tabela 19.14
Níveis de multiplexação e transmissão
Rede Digital de Serviços Integrados (Integrated Services Digital Network [ISDN]), continuação
Taxa principal ISDN:
• É projetada para usuários de grandes negócios.
• Tem uma capacidade de informação total de 1.536 kb/s (taxa da linha = 1.544 Mb/s).
• Utiliza um sinal digital comprimido de 23 canais B e um canal D, cada um operando em
64 kb/s.
A taxa primária ISDN pode ser implementada nos repetidores de portadora T1 ou em instala-
ções de linha de assinante digital de alta taxa de transferência de bit (HDSL). Ela também
pode estar embutida em sistemas de transmissão de taxa mais alta.
Linha Digital de Assinante de Alta Taxa de Bits (High Bit Rate Digital Subscriber Line [HDSL])
O HDSL é simplesmente a melhor forma de transmitir sinais com taxa DS1 utilizando cabos
de cobre de par-trançado. Não requer repetidores em linhas de menos que 3600 m (12,000 ft),
para fios 24 AWG [0.51 mm (0.020 in)]. Utilizando as técnicas de modulação mais avançadas,
o HDSL transmite 1.544 Mb/s ou 2.048 Mb/s em largura de banda de menos que 500 kHz,
dependendo da técnica específica, em lugar dos 1.5 MHz absorvidos pelo AMI. O HDSL
requer dois pares para o DS1 e três pares para o E1, cada um operando à metade ou a um
terço da velocidade.
Aplicações típicas incluem conexões com redes de PBX, estações com antena celular, sistemas
de portadoras de loop digital, servidores de internet e redes de dados privativas. Como a
HDSL é a mais madura das tecnologias DSL com taxas girando em torno de um megabit, ela
será utilizada por adotantes precoces em aplicações de usuário único para internet e acesso
remoto a LANs, mas da mesma forma abrirão caminho para a ADSL e a SDSL no futuro.
Tabela 19.15
Desempenho do ADSL
Muitas aplicações imaginadas para o ADSL envolvem vídeo com compressão digital. Como
um sinal de tempo real, o vídeo digital não pode utilizar link ou procedimentos de controle de
nível de erro geralmente encontrados em sistemas de comunicação de dados. Os modems
ADSL, portanto, incorporaram a correção de erros transferidos o que reduz dramaticamente os
erros causados pelo ruído do impulso. A correção de erro numa base de símbolo a símbolo
também reduz os erros causados pelo ruído continuo acoplado numa linha.
Linha de Assinante Digital com Adaptável à Taxa (Rate Adaptive Digital Subscriber Line - RADSL)
O RADSL é a variação do ADSL adaptável à taxa. A velocidade de transmissão é adaptável à
taxa baseada no comprimento e na qualidade do de uma linha. Os produtos RADSL têm a
opção de selecionar a velocidade de operação mais alta praticável automaticamente ou como
especificada pelo provedor de acesso (access provider - AP). O RADSL permite ao AP ajustar
a largura de banda do link DSL para adequar às necessidade da aplicação e para responsabili-
zar-se pelo comprimento e qualidade da linha. Além disso, o RADSL estende a distância
possível do assinante até as instalações do AP, aumentando assim o percentual de usuários
atendidos pelos serviços DSL.
Linha de Assinante Digital com Taxa de Transmissão Muito Alta (Very High Bit-Rate Digital
Subscriber Line - VDSL)
Enquanto o VDSL não tiver alcançado o mesmo grau de definição do ADSL, ele avançou
bastante, o suficiente para discutir objetivos realizáveis, começando com a faixa e a taxa de
transmissão de dados. Taxas no sentido da corrente (downstream) derivam de submúltiplos de
rede óptica síncrona (synchronous optical network - SONET) e de hierarquia digital síncrona
(synchronous digital hierarchy - SDH) que têm velocidades regulares de 155.52 Mb/s, vale
dizer 51.84 Mb/s, 25.92 Mb/s, e 12.96 Mb/s. Cada taxa tem um faixa-alvo correspondente à
planta externa existente (cabeamento Categoria 3).
Tabela 19.16
Taxa VDSL e faixa-alvo
É possível alcançar velocidades maiores utilizando um cabo Categoria 5; por exemplo, 52 Mb/
s podem ser alcançados em 1000 m (3300 ft) utilizando cabeamento Categoria 5, 22 AWG
[0.64 mm (0.025 in)].
As taxas no sentido contra-corrente (upstream) sob discussão estão em três faixas gerais:
• 1.6 até 2.3 Mb/s
• 19.2 Mb/s
• Igual à downstream
As primeiras versões de VDSL certamente incorporarão a taxa assimétrica mais lenta.
Configurações simétricas e upstream mais altos podem somente ser possíveis para linhas muito
curtas.
Como o ADSL, o VDSL pode transmitir vídeo comprimido, o qual é um sinal em tempo real
inadequado para esquemas de retransmissão de erros utilizado em comunicaçào de dados. Para
alcançar taxas de erros compatíveis com vídeo comprimido, o VDSL terá que incorporar
correção de erro na frente (forward error correction - FEC) com suficiente intercalação para
corrigir todos os erros criados pelos eventos de ruído impulsivo de algumas durações específi-
cas. Esta intercalação introduz atraso, da ordem de 40 vezes o comprimento máximo do
impulso corrigível.
Em muitas formas o VDSL é mais simples do que o ADSL. Linhas mais curtas impõem de
longe menores restrições à transmissão, de modo que a tecnologia do transceiver básico pode
ser menos complexa, embora ela seja 10 vezes mais rápida. Neste momento, o VDSL se dirige
para as arquiteturas de rede ATM, evitando a canalização e os requisitos do tratamento de
pacotes imposto pelo ADSL. O VDSL é planejado para utilizar terminais de rede passivos,
habilitando mais de um modem VDSL a ser conectado na mesma linha do cliente na instalação
tipo único usuário, muito semelhantemente a como extensões telefônicas são conectadas nas
fiações residenciais para POTS. .
Linha de Assinante Digital com Taxa de Transmissão Muito Alta (Very High Bit-Rate Digital
Subscriber Line (VDSL), Continuação.
O VDSL foi chamado de VASDL ou BDSL ou mesmo ADSL até Junho de 1995, quando o
T1E1.4 escolheu o VDSL como o título oficial. Os outros termos ainda permanecem nos
documentos técnicos criados antes daquela data e nos outros meios de apresentação ainda não
cientes dessa convergência. O ETSI TM3, a contrapartida Européia para o T1E1.4, também
adotou o VDSL, mas temporariamente anexou uma letra minúscula “e” para indicar que a
versão Européia do VDSL pode ser levemente diferente da versão americana. Este é o caso
tanto do HDSL como do ADSL, embora não exista convenção para refletir no nome as
diferenças. As diferenças são suficientemente pequenas (geralmente girando em torno da
mesma taxa de dados) para que a tecnologia da silica acomode ambas.
Rede Óptica Síncrona (Synchronous Optical Network - SONET) e Hierarquia Digital Síncro-
na (Synchronous Digital Hierarchy - SDH)
De natureza similar à hierarquia digital para transmissões em cobre, foram estabelecidos
padrões para fibras ópticas portadoras de transmissões. Estes dois padrões são basicamente
idênticos. SONET é o padrão Norte Americano e SDH é o padrão internacional. Estes padrões
organizam dados dentro de blocos de 810-byte que incluem dados sobre o roteamento e o
destino do sinal, assim como o próprio sinal. O “síncrono” significa que todos os nós da rede
derivam de forma ideal todos os sinais de sincronia de um gerador (relógio) principal; entre-
tanto, pelo fato disso nem sempre ser prático, o SONET e o SDH podem acomodar nós com
diferentes relógios principais. A tabela 19.17 mostra as taxas de transmissão SDH e SONET
comuns.
Tabela 19.17
Taxas de transmissão SDH e SONET comum
Transmissão de Vídeo
Sinalização Digital
A sinalização digital utiliza níveis discretos de uma seqüência de caracteres codificados para
representar o conteúdo da informação. Os sinais digitais necessitam de mais largura de banda
do que os sinais analógicos, mas pelo uso de técnicas de modulação especiais e compressão de
sinais, a largura de banda necessária pode ser significativamente reduzida. Exemplos de
sinalização de vídeo digital são os monitores VGA, a vídeo-conferencia e o HDTV.
Formato Composto
No formato composto, o sinal analógico contém todos os componentes necessários para
construir uma figura colorida ou monocromática, mas não contem informações de áudio. Este
tipo de sinal é tipicamente encontrado nas saídas dos VCR, Monitores de TV, câmeras,
filmadoras e toca-discos a laser.
Formato Componente
Uma figura em vídeo colorido é feita de três cores (vermelha, verde e azul -[red, green, and
blue RGB]), que são combinadas em intensidades variadas para criar uma imagem complexa.
Vídeo componente, também chamado de vídeo RGB, mantém separadas as três cores compo-
nentes de uma imagem utilizando três cabos para levar o sinal de vídeo. O sinal RGB separa a
informação da cor primária de um sinal de luminância, o que minimiza o crosstalk e permite
resoluções mais altas. A sinalização RGB é tipicamente utilizada para estações gráficas de
trabalho muito caras onde há a necessidade para imagens de qualidade mais alta.
Padrões de Par-Trançado
Introdução
Cabos de par-trançado são comumente utilizados na comunicação de dados em edifícios. Eles
são menos volumosos, menos dispendiosos, mais fáceis de instalar e de fazer terminações do
que cabos mais complexos como os coaxiais ou os pares-trançados blindados. Entretanto, a
implementação bem sucedida da abordagem par-trançado para instalações LAN exige enge-
nharia apropriada para:
• Assegurar compatibilidade com os requisitos do sistema.
• Evitar maiores problemas devidos à falta de desempenho no cabeamento.
As características de transmissão dos cabos de telecomunicações dependem bastante da
freqüência do sinal a eles aplicado. Essas diferenças são sobretudo aparentes nas freqüências
acima de um MHz. É importante para o projetista do sistema ser capaz de avaliar as capacida-
des das diferentes mídias de transmissão para uma determinada aplicação. Os parâmetros de
transmissão de maior importância compreendem:
• A atenuação do sinal como função da freqüência.
• As reflexões do sinal nas terminações.
• A quantidade de ruído relativa ao sinal recebido.
O ruído pode ser inserido no cabo por circuitos adjacentes que compartilham a mesma capa
(acoplamento crosstalk) ou por influências externas.
Os cabos das Categorias 3 até 5e (e a Categoria 6 proposta) tem uma impedância característi-
ca nominal de 100 ohms na freqüência de 1 MHz. A melhoria na atenuação para cabos de alta
performance é realizada por meio de projetos e materiais melhores. Da mesma maneira, um
melhoramento de 10 dB para cima na performance do ruído crosstalk é obtido através de
melhor balanceamento e da otimização do trançamento do par. Esses cabos de par-trançado
fornecem margens melhores do sinal para o ruído, o que corresponde a um alcance maior ou a
uma capacidade de taxa de transmissão mais alta.
Tabela 19.18
Padrões para cabos de par-trançado nos Estados Unidos
Bitola AWG do 22, 24 22, 24, 26 22, 24 22, 24, 26 24 22, 24, 26
condutor
Mídia do Par-Trançado
A tabela a seguir define as categorias ANSI/TIA/EIA-568-A e outras propostas para cabos de
cobre horizontais.
Tabela 19.19
Categorias de cabos horizontais ANSI/TIA/EIA-568-A
Denominação Definição
Categoria 1, 2 Estes cabos de par-trançado não são reconhecidos no padrão
ANSI/TIA/EIA-568-A. Eles são tipicamente usados para voz e para
taxas de transmissão de dados de baixa velocidade (9600 b/s ou
menos).
Categoria 3 Esta denominação aplica-se a par-trançado e a hardware de conexão
atualmente especificada no padrão ANSI/TIA/EIA-568-A.
As características desses cabos estão especificadas até 16 MHz.
Eles são tipicamente utilizados para voz e para taxas de transmissão
de dados até 10 Mb/s (p.ex. anexo par-trançado IEEE 802.5 4 Mb/s
e IEEE 802.3 10BASE-T).
Categoria 4 As características destes componentes de cabos de par-trançado são
especificadas até 20 MHz. Eles são destinados a serem usados para
voz e taxas de transmissão de dados até e maior que 16 Mb/s (p.ex.
padrão par-trançado IEEE 802.5 16 Mb/s).
Categoria 5 As características destes componentes de cabos de par-trançado são
especificadas até 100 MHz. Eles são destinados a serem usados para
voz e taxas de transmissão de dados até incluso 16 Mb/s (p.ex.
par-trançado padrão IEEE 802.5 16 Mb/s e par-trançado padrão
ANSI X3T9.5 100 Mb/s dependente do meio físico [TP-PMD]).
Categoria 5e As características dos componentes de cabos Categoria 5e são
especificadas até 100 MHz, com parâmetros de transmissão adicio-
nais necessários para suportar aplicações que fazem uso de todos os
quatro pares de cabos para transmissão bidirecional simultânea
(tal como o IEEE 802.3 1000BASE-T).
Categoria 6* O continuo desenvolvimento de aplicações de alta velocidade levou
à necessidade de mais largura de banda do que os sistemas de cabea-
mento da Categoria 5e. Os canais da Categoria 6 têm uma soma de
potência que é maior que zero a 200 MHz, e os parâmetros são
especificados até 250 MHz.
Categoria 7** Estes cabos consistem de quatro pares-trançados individualmente
blindados tendo impedância nominal de 100 Ω. O cabo da Categoria
7 necessita do projeto de um novo conector totalmente blindado que
ainda está em desenvolvimento. O cabo Categoria 7 tem uma largura
de banda de 500 MHz (PSACR > 0) e os parâmetros são
especificados até 600 MHz.
STP-A As características destes componentes de cabo de 150 Ω STP são
especificadas até 300 MHz. Estes cabos consistem de dois condutores
individualmente trançados de bitola 22 AWG [0.64 mm (0.025 in)]
cobertos por uma blindagem e ainda por uma capa.
* Proposta
Aplicação de Padrões
As redes de dados atuais já instaladas ou a serem instaladas em edifícios continuam a colocar
pesadas exigências de largura de banda na mídia de transmissão de dados, especialmente na
taxa de 1000 Mb/s utilizando sistemas de par-trançado. O ímpeto para taxas de transmissão
maiores é determinado pela disponibilidade de estações de trabalho de alta resolução para
softwares de “projeto-auxiliado-por-computador” e “fabricação-auxiliada-por-computador”,
de aplicações gráficas e aplicações de vídeo.
As taxas de transmissão mais altas utilizando cabos de par-trançado tornaram-se possíveis
pelos progressos técnicos na fabricação de pares-trançados e pela melhoria dos esquemas de
isolação de codificação de sinais. Os cabos melhorados têm menor atenuação e maior cross-
talk, qualidades que são ambas necessárias para transportar sinais a taxas mais altas.
Figura 19.15
Configuração de teste de link básico
Conector do ponto
de telecomunicações
Link ou
Aparelho
Básico conector do ponto
de teste
de transição
Cordão do Aparelho
equipamento Link de teste
de teste Básico
O link básico consiste de até 90 m (295 ft) de cabo horizontal, incluindo um conector em cada
ponta e um máximo de 2 m (6,6 ft) de cordão elétrico de equipamento de teste em cada ponta.
Link Básico—Atenuação
A tabela a seguir mostra a atenuação para uma configuração de link básico (comprimento do cabo
horizontal 90 m [295 ft], comprimento dos cordões de ligação do equipamento 4 m [13 ft]).
Tabela 19.20
Atenuação para link básico
20.0 - 9.2
25.0 - 10.3
31.25 - 11.5
62.5 - 16.7
100.0 - 21.6
Tabela 19.21
Perda NEXT (crosstalk próxima da extremidade) para um link básico
Total da Potência da Crosstalk Distante da Extremidade de Igual Nível do Link Básico (PSELFEXT)
A tabela seguinte mostra o PSELFEXT para o link básico.
Tabela 19.22
PSELFEXT do link básico
200.0 NS NS
Tabela 19.23
Perda de retorno do link básico
1=<f<20 15 17
Modelo de Canal
A figura seguinte mostra um canal incluindo os componentes de cabeamento que determinam a
performance do canal.
Os componentes que compõem o canal consistem de:
• Uma tomada de telecomunicações.
• Cabo de par-trançado balanceado de 90 m (295 ft).
• Sistema de conexão-cruzada.
• Total de 10 m (33 ft) de equipamento, linha e cordões de ligação.
• Ponto de transição.
Figura 19.16
Configuração do teste de canal
Início Ponto de
do canal Telecomunicações Conector do ponto de
transição ou consolidação
Aparelho (opcional)
de A B
Teste
Aparelho
de
Teste
D E
Parâmetros de Performance
Os dois parâmetros mais importantes que afetam a performance são a atenuação e o NEXT.
Outros parâmetros (p.ex. velocidade de propagação, assimetria de atraso, perda de retorno,
impedância longitudinal, variação da atenuação, FEXT e considerações sobre a potência total)
estão se tornando tão críticos quanto os dois acima mencionados, desde que vêm sendo imple-
mentadas aplicações de maior velocidade, esquemas de codificação mais complexos e trans-
missões multipares duplex.
Tabela 19.24
Atenuação ponta-a-ponta permitida para uma configuração do canal
200.0 — — — — 31.7
250.0 — — — — 36.0
Tabela 19.25
Pior perda NEXT par-a-par para uma configuração do canal
200.0 — — — — 34.8
250.0 — — — — 33.1
Tabela 19.26
Perda da soma de potência de crosstalk de igual nível (PSELFEXT) para uma configuração de canal.
200.0 — — — 14.2
250.0 — — — 12.3
Tabela 19.27
Perda de retorno para uma configuração de canal
200.0 — — — 9.0
250.0 — — — 8.0
Figura 19.17
Largura de Banda
Ruído
Perda
db
Sinal
0 db MHz
Largura de banda
Sumário
As performances chave que guiam os canais de par-trançado são a crosstalk e a atenuação. O
NEXT é particularmente importante na configuração de redes de cabos de par-trançado. Ao
medir a atenuação, o projetista de distribuição de telecomunicações necessita conhecer como o
comprimento do cabo e a freqüência do sinal afetam a quantidade de perdas. Entretanto, o
NEXT ocorre no começo do canal e não muda muito à medida que o comprimento do cabo
aumenta. A condição de atenuação e da crosstalk é importante para a capacidade do canal de
transmitir de forma confiável os sinais da rede. A maneira como a crosstalk é medida, baseada
em todos os componentes do canal, é importante para avaliar corretamente a qualidade total da
instalação. Como foi mencionado acima, outros parâmetros tais como a velocidade de propa-
gação, a assimetria do atraso, a perda do retorno, a impedância longitudinal, a variação da
atenuação, o FEXT e as considerações sobre a soma da potência têm se tornado tão criticas
quanto as performances chave referidas acima, desde que aplicações de maiores velocidades,
de esquemas de codificação mais complexos e de transmissões multipares duplex começaram a
ser implementadas.
Aplicações de Par-Trançado
Considerações de Projeto
À medida que as velocidades de transmissão aumentam e os usuários emigram para cabeamen-
tos de performance superior, é importante para a indústria fornecer assistência nos cabos
disponíveis para aplicações de dados. As categorias de transmissão de todos os componentes
utilizados no mesmo sistema de cabeamento têm de ser compatíveis para assegurar um consis-
tente alto nível de confiabilidade e de performance de transmissão.
Considera-se que os parâmetros chaves da transmissão de um sistema de cabeamento são a
atenuação e o NEXT. Outras considerações importantes são a perda de retorno e o ACR.
As tabelas 19.27 e 19.28 fornecem os requisitos para a performance de transmissão desses
cabos e do hardware de conexão associado, com respeito à atenuação e ao NEXT.
O desenvolvimento de novas aplicações de alta velocidade utilizando múltiplos pares para
transmissão em paralelo mostrou a necessidade de requisitos de transmissão adicionais tais
como o atraso da propagação e a assimetria do atraso. Exerça cautela quando utilizar cabos
com isolações mistas, pois a velocidade de propagação varia com o tipo de isolação utilizado e
o desvio entre pares pode ser excessivo para algumas aplicações de alta velocidade. Este item
está presentemente sob investigação da TIA.
Para determinar a adequação total dos cabos descritos para aplicações específicas, o projetista
de cabos deve também consultar com:
• Fornecedores de sistemas.
• Fabricantes de equipamentos.
• Integradores de sistemas.
Seleção da Mídia
A tabela seguinte mostra várias aplicações e a escolha ou escolhas de mídia sugeridas.
Tabela 19.28
Seleção da Mídia
Aparelho telefônico X X X
analógico
Aparelho telefônico X X X
digital
EIA-RS232 X X X
EIA-422/449 X X X
EIA-423/449 X X X
ISDN X X X
IEEE 802.3 X X X
10BASE-T
TP-PMD X X
IEEE 802.3 X X
100BASE-TX
IEEE 802.3 X
1000BASE-T
Tabela 19.28
Seleção da Mídia, continuação
X = Media suportada
NOTAS: 1. Esta aplicação não é normalmente recomendada, mas pode ser utilizada se o
cabo instalado cumpre as orientações de qualificação.
2. Exerça cautela quando especificar cabos Categoria 3 para estas aplicações.
Verifique as especificações eletrônicas do fabricante.
Tabela 19.29
Requisitos de transmissão, de velocidade, de distância e de pares
Ethernet
(IEEE 802.3)
10BASE-T 10 Mb/s 100 330 2
100BASE-TX 100 Mb/s 100 330 2
100BASE-T4 100 Mb/s 100 330 4
1000BASE-T 1000 Mb/s 100 330 4
Tabela 19.29
Requisitos de transmissão, de velocidade, de distância e de pares, continuação
Banda base de vídeo 0-6 MHz 360 Categoria 3 1200 1 (+2 estéreo)
composta 450 Categoria 5e 1500 1 (+2 estéreo)
Conversão de Mídia
Terminais que são equipados com outra interface de mídia que não o par-trançado podem ser
facilmente adaptados para utilizar o par-trançado de cobre para transmissão de sinais e podem
operar com uma performance equivalente à do cabo coaxial, do twinax, do coaxial dual, etc.
Na maioria dos casos, as limitações de distância rigorosas aplicam-se quando a se faz a
conversão de mídia; entretanto, a performance não se degrada.
Algumas das vantagens da conversão de mídia para o par-trançado são:
• É uma solução mais econômica.
• Alterações são muito mais simples de implementar.
• É necessário menos espaço para tubos-de-subida/conduítes.
As três categorias principais de interfaces de terminal são:
• Dispositivos para emparelhar impedâncias.
• Conversores de sinal.
• Filtros de mídia.
Conversores de Sinal
Os sinais EIA/TIA-232-E podem ser convertidos para um sinal balanceado com o dispositivo
EIA-422-A antes da transmissão. Estes dispositivos:
• Diminuem o risco de problemas de transmissão.
• Ampliam o alcance do sinal desbalanceado EIA/TIA-232-E.
Filtros de Mídia
Os filtros de mídia podem ser necessários para a transmissão de freqüências mais altas nos
pares-trançados não blindados. Eles eliminam freqüências indesejáveis que afetam a perfor-
mance do link e que irradiam do cabo de cobre não blindado.
Conclusão
A familiaridade com os componentes complexos envolvidos no projeto de sistemas de trans-
missão é importante para o projetista, ainda que ele nunca venha a ser envolvido em qualquer
projeto que exija um conhecimento profundo desses parâmetros. Essa familiaridade será útil
especialmente quando ele estiver determinando o tipo de mídia a ser utilizada em um determi-
nado serviço.
Ainda que os parâmetros primários e secundários sejam complexos, o resultado final é que
uma linha de transmissão deve ser vantajosa em termos de custo e deve ter:
• Características uniformes de impedância.
• Baixa atenuação.
• Constante de fase que é uma função linear da freqüência.
• Baixa crosstalk entre os pares.
• Alta imunidade a ruídos.
Introdução
Aplicações padrão como o modo assíncrono de transferência (ATM) do Institute of Electrical
and Electronics Engineers Inc. (IEEE®) e o Fibre Channel da ANSI determinam a distância
máxima na qual os seus sistemas podem operar. Eles recomendam um tamanho específico de
núcleo e a performance da fibra para dados comprimentos e taxas de transmissão de dados.
Entretanto, tamanho de núcleo e performance da fibra freqüentemente não são impostos pelo
fabricante nas seguintes circunstâncias:
• A seleção da fibra é feita antes da seleção dos componentes ativos.
• Os sistemas são projetados para potenciais incrementos, para os quais os elementos ativos
ainda não estão disponíveis.
• Fibras instaladas já existentes são utilizadas, sejam ou não do tipo recomendado para um
determinado equipamento.
Portanto, é importante para o projetista de distribuição de telecomunicações entender:
• As características da aplicação e dos componentes ativos e
• Como as características da aplicação e dos componentes ativos afetam a seleção da fibra.
Partes de um Sistema
Os transmissores e receptores ópticos são transdutores pelo fato de que eles convertem um tipo
de energia em outro tipo de energia. A fonte óptica converte sinais elétricos para ópticos
enquanto que receptores ópticos convertem sinais ópticos de volta para elétricos. É muito
comum na indústria o uso de transceivers, que combinam as funções de transmissores e
receptores ópticos em um só pacote.
Antes que o transmissor óptico receba o sinal elétrico, tem que haver algum condicionamento
ou multiplexação do sinal elétrico para que possa ser utilizado na rede óptica. Para aplicações
LAN típicas, das duas uma, ou nenhuma alteração é feita no sinal elétrico ou o sinal é ligeira-
mente modificado para ser posto no formato óptico apropriado. Para maiores informações veja
o Capítulo 20: Redes de Área Local (LANs) e Inter-redes. Para transmissão de canais, trans-
missões síncronas específicas tais como sinais digitais de conexão cruzada (DSX) e SONET
(Synchronous optical network – Rede óptica síncrona), os canais individuais são freqüente-
mente multiplexados antes que sejam enviados a um receptor óptico.
Figura 19.18
Projeto multiplexado óptico DSX
Transmissor Receptor
COT óptico Óptico RT
Equipamento
para interconexão
d
D e D
S mux m S
X u X
x
Figura 19.19
Projeto multiplexado SONET
Para outros
terminais
Controles Controles remotos
comuns Transporte comuns
Transporte
e ópticos e ópticos
M SONET SONET
Switch D
F • T1
Serviços • POTS
Banco de Banco de • Dados em alta velocidades
especiais
canais canais • Serviços especiais
Aplicações • ISDN
interescritórios
(DCS, fibra
mux, T1, etc.)
Figura 19.20
Multiplexação por divisão de comprimentos de onda
Comprimento Comprimento
de onda 1 de onda 1
90 Mb/s 90 Mb/s
sistema A sistema A
Comprimento Comprimento
de onda 2 Caminho em fibra única de onda 2
Filtro
WDM
90 Mb/s WDM 90 Mb/s
filter
sistema B (mux) sistema B
(demux)
Comprimento Comprimento
de onda 3 90 Mb/s no comprimento de onda 1
de onda 3
e
90 Mb/s no comprimento de onda 2
90 Mb/s 90 Mb/s
e
sistema C sistema C
90 Mb/s no comprimento de onda 3
demux = demultiplexer
mux = multiplexer
WDM = wavelength division multiplexer
Um sistema de telecomunicações de fibra óptica contém uma série de links, cada um com três
partes fundamentais. Essas partes são (veja a figura seguinte):
• Transmissor óptico.
• Receptor óptico.
• Meio de fibra.
Selecione a mídia de fibra apropriada entendendo antes as características do transmissor e do
receptor.
Figura 19.21
Componentes do sistema de fibra
Tx Rx
Introdução
Quase todo o hardware de fibra óptica disponível contém um transmissor óptico. Esse trans-
missor óptico contém um dos seguintes:
• Diodo emissor de luz (Light-emitting diode [LED])
• Laser de curto comprimento de onda de disco compacto (CD)
• Lasers emissores de superfície de cavidade vertical (Vertical cavity surface emitting lasers
[VCSEL])
• Diodo laser (Laser diode [LD])
O transmissor é um dispositivo eletrônico que:
1. Recebe um sinal eletrônico modulado.
2. Converte o sinal eletrônico modulado em um sinal de luz modulado (usualmente digital).
3. Lança o sinal de luz modulado na fibra.
Largura do Espectro
A potência total emitida por um transmissor é distribuída ao longo de um campo de variação
de comprimentos de onda espalhados ao redor dos comprimentos de onda centrais. Esse campo
de variação é a largura do espectro. A largura do espectro é medida em nanômetros. As
larguras do espectro variam de estreitas, para lasers (alguns nanômetros) até largas, para
LEDs (de dezenas até centenas de nanômetros) dependendo do tipo de fonte utilizada. Veja a
figura seguinte.
Figura 19.22
Comparação do perfil espectral entre laser e LED
Laser
Intensidade
LED
Figura 19.23
Largura de pulso de uma fonte de luz mostrando a máxima meia largura plena (FWHM)
Intensidade
Máxima
Intensidade
Metade da
Intensidade
Máxima
Potência Média
A potência média do transmissor é o nível médio da saída de potência de uma dada fonte de luz
durante a modulação. Medida em dBm ou miliwatts, a potência acoplada média é normalmente
especificada para um/uma particular:
• Tamanho de núcleo de fibra.
• Abertura numérica.
Quanto maior potência um transmissor lança numa fibra, mais potência ótica se torna disponí-
vel para:
• Aumento de comprimento.
• Junções.
• Conectores.
Figura 19.24
Abertura numérica
62.5/125 0.275 0 dB
Núcleo
NA = sinq
Revestimento
q
Cone de aceitação
Freqüência da Modulação
A freqüência de modulação de um transmissor é a taxa da mudança de intensidade da trans-
missão, usualmente utilizando “0”s e “1”s lógicos. Esta mudança de intensidade é semelhante
a mudar a fonte de luz de acesa para apagada. Os LEDs têm uma freqüência de modulação
relativamente baixa e são limitados a taxas de 622 Mb/s ou mais baixas. Os lasers têm uma
freqüência de modulação muito mais alta e podem suportar taxas de transmissão acima de 10
G/s.
Comparação de Transmissores
Os quatro tipos mais importantes de fontes de luz de transmissores são:
• LEDs.
• Lasers de comprimentos de onda curtos (CDs).
• VCSEL.
• LDs ou lasers.
Tabela 19.30
Características de fontes LED típicas
Tabela 19.31
Características de fontes típicas de CD
Freqüências de modulação Muito mais altas do que os LEDs (podem exceder 1 GHz),
permitindo-lhes operar a taxas de transmissão mais altas.
NOTE: Os lasers CD foram os primeiros lasers multimodais introduzidos. Se bem que ainda
sejam utilizados, a tendência do mercado é a de utilizar VCSELs para aplicações
multimodais de 1 Gb/s e maiores.
Tabela 19.32
Características de fontes VCSEL
NOTA: Diferentemente de LEDs, VCSELs lançam níveis de potência iguais nas fibras
multimodais 50/125 µm e 62.5/125 µm.
Tabela 19.33
Características de fontes LD
Níveis de potência Muito mais altos do que os LEDs, com valores comuns de
média lançada +1 dBm a -3 dBm fibras monomodais.
ADVERTÊNCIA: Estes níveis de potência podem apresentar um
risco de segurança se olhados diretamente de
frente.
Tabela 19.34
Comparação entre transmissores
Laser de
comprimento
de onda
LED curto (CD) VCSEL Laser (LD)
Introdução
Quase todos os tipos de receptores de link de fibra óptica incorporam um fotodetector para
converter o sinal óptico entrante em um sinal elétrico.
O comprimento de onda do receptor é selecionado de maneira que corresponda ao transmissor
e à fibra.
O campo de variação do comprimento de onda sobre o qual o receptor mantém seu nível de
sensibilidade é limitado. Um receptor projetado para operar a 1300 nm pode não ser adequado
para um link de 850 nm.
Parâmetros Característicos
Os parâmetros característicos de receptores de fibra óptica são:
• Sensibilidade.
• Taxa de erros de bit (Bit error rate [BER]).
• Campo de variação dinâmico.
Distância
O mais influente fator ao determinar que fibra utilizar é a distância em que o sinal é transpor-
tado. Os links de telecomunicações de fibra óptica variam de links muito curtos entre computa-
dores centrais (mainframes) até linhas tronco de telefone muito longas. A distância ponta-a-
ponta do mais longo link no sistema é a consideração mais importante na seleção do tipo ou
tamanho da fibra. Em algumas redes, é conveniente considerar mais de um tipo de fibra por
causa da variação dos comprimentos de links envolvidos.
Largura de Banda
A capacidade de taxa de transmissão de sinais ou largura de banda da fibra é a segunda
consideração importante ao selecionar um tamanho de fibra. Este requisito de capacidade é
usualmente definido pela aplicação para o qual o sistema é construído.
Por exemplo:
• Um sistema de voz ou dados opera a 1,54 megabits por segundo (Mb/s).
• Um sistema primário Ethernet de dados opera a 10 Mb/s.
Para determinar a largura de banda necessária, considere:
• Necessidades atuais.
• Alterações futuras possíveis.
Enlaces adicionais e taxas de transmissão mais altas necessitarão de mais largura de banda
mais tarde. Se os aumentos da largura de banda não são considerados no projeto original do
sistema, mais tarde eles podem exigir a instalação de cabos qualificados para larguras de
banda maiores.
Fibra Multimodal
Tabela 19.35
Características típicas da fibra multimodal
Item Características
Tipo de sistema Utilizado para voz, dados, segurança e circuitos fechados de TV.
Figura 19.25
Núcleo e Revestimento
Revestimento/
Núcleo Casca
buffer
Tabela 19.36
Características da fibra multimodal de 50/125 µm
Item Característica
Tabela 19.37
Características da fibra multimodal de 62.5/125 µm
Item Características
Figura 19.26
Campos de Variação Ópticos Típicos das Fibras Multimodais
Tabela 19.38
Características típicas dos comprimentos de onda operacionais das fibras multimodais
Item Característica
Largura de banda Maior a 1300 nm do que a 850 nm na de 62.5/125 µm. Largura de banda
igual nas duas janelas para a de 50/125 µm.
Fibra Monomodal
A fibra monomodal é semelhante à fibra multimodal na aparência física e na composição, mas
tem características de performance que diferem por ordens de grandeza das da fibra multimo-
dal.
Tabela 19.39
Características típicas de fibras monomodais
Item Características
Tabela 19.40
Comparação sumarizada de tamanhos de núcleo de cabos de fibra óptica monomodais e multimodais
Multimodal Monomodal de
62.5/125 µm 50/125 µm Dispersão Deslocada
Tabela 19.41
Distâncias e atenuação de canal suportáveis para aplicações de fibra óptica por tipo de fibra.
10BASE-FL
(ETHERNET) 850 2000 NST 12.5 7.8 NST
Token Ring 4/16 850 2000 NST 13.0 8.3 NST
Demand Priority³ 1300 2000 NST 7.0 2.3 NST
(100VG-AnyLAN) 850 500 7.5 2.8
100BASE-FX
(Fast Ethernet) 1300 2000 NST 11.0 6.3 NST
FDDI (Custo Baixo) 1300 500 NST 7.0 2.3 NST
FDDI (Original) 1300 2000 40,000 11.0 6.3 10.0 a 32.0
ATM 52 1300 3000 15,000 10.0 5.3 7.0 a 12.0
155 1300 3000 15,000 10.0 5.3 7.0 a 12.0
1558 850 1000 7.2 7.2
622 1300 500 15,000 6.0 1.3 7.0 a 12.0
6228 850 300 4.0 4.0
Canal de 133 1300 1500 1500 NST 6.0 1.3
Fibra 266 1300 1500 1500 10,000 6.0 5.5 6.0 a 14.0
8
266 850 700 200 12.0 12.0
531 850 350 1000 8.0 8.0
8
531 1300 10,000 14.0
4
1062 850 300 500 4.0 4.0
10628 1300 10,000 6.0 a 14.0
8
1000 BASE-SX
2205 5506 3.29 9
(Gigabit Ethernet) 850 3.9
1000BASE-LX8
(Gigabit Ethernet) 1300 550 550 5,000 4.09 3.59 4.79
Tabela 19.41
Distâncias e atenuação do canal suportáveis para aplicações de fibra óptica, por tipo de fibra, continuação
NOTAS: 1. Um pior caso de perda por acoplamento na fonte de 4.7 dB é utilizado pelo 50
µm relativo a 62.5 µm para aplicações baseadas em LED. Esta perda de
acoplamento é baseada na máxima perda de acoplamento teórica. A 10BASE-
FL especifíca uma perda máxima de acoplamento de 5,7 dB em fibra de 50 µm.
2. Registros NST (não padrão) indicam onde o padrão não especifica suporte para
a mídia, porém onde existe equipamento normalmente disponível para converter
os sinais da aplicação nativa para uma forma compatível com a mídia não
nativa.
3. A aplicação especifica fibra de 62.5 µm com largura de banda de 200 MHz-km
a 850 nm.
4. 300 m (984 ft) de capacidade especificada na Fibre Channel atualizada, FC-PH-
2.
5. Para fibras de 62.5 µm o IEEE especifica 220 m (720 ft) para larguras de banda
modais de 160/500 MHz-km e 275 m (902 ft) para fibra com largura de banda
modal de 200/500 MHz-km.
6. Para fibras de 50 µm o IEEE especifica 500 m (1640 ft) para larguras de banda
modais de 400/400 MHz-km e de 550 para larguras de banda modais de 500/
500 MHz-km.
7. A diferença entre a potência do sinal transmissor e a sensibilidade do sinal
recebedor (power budget) e a capacidade de distância depende da opção de
classificação do transmissor e do receptor. A distância especificada é dada para
a opção de maior power budget.
8. Esta é uma aplicação baseada em laser. Quando isto não for indicado, as
aplicações multimodais são baseadas em LED.
9. A máxima atenuação do canal é baseada na perda de inserção do canal mais a
margem não utilizada da IEEE 802.3z.
Para sistemas já existentes, a atenuação do canal deve ser medida. Para novas instalações, o
projeto do sistema pode ser verificado utilizando as equações abaixo baseadas nas mínimas
especificações de componentes:
• Atenuação do canal < Máxima Atenuação do Canal (Tabela 19.41)
• Atenuação do canal = Atenuação do cabo + atenuação do conector + atenuação da junção
• Atenuação do canal = [Coeficiente de atenuação do cabo (dB/km) x comprimento (km)]+
[quantidade de pares de conectores x 0.75 dB] + [quantidade de junções x 0.3 dB]
Portanto, para determinar o comprimento máximo para o projeto de um sistema em particular,
a equação resultante é:
• Comprimento máximo (km/mi) = (Máxima atenuação do canal – [quantidade de pares de
conectores x 0.75 dB] + [quantidade de junções x 0.3 dB]) ÷ coeficiente de atenuação do cabo
Tabela 19.42
Coeficiente máximo de atenuação do cabo
Introdução
É necessário verificar que o sistema como um todo vai funcionar adequadamente quando
novos componentes forem instalados para reconfigurar um sistema existente. Isto é verdade se
as alterações envolvem um novo:
• Sistema de cabeamento de fibra óptica para componentes ativos que já foram escolhidos, ou
• Sistema de componentes ativos modificados do cabeamento de fibra óptica instalado anteriormente.
Esta verificação é um processo iterativo (repetitivo). As decisões referentes a caminho, a
aparelhos eletrônicos, a comprimentos de onda e a configurações de sistema são todos inter-
relacionados. Freqüentemente a análise de uma solução de compromisso—variando um ou
mais desses parâmetros—é necessária.
A padronização da indústria está tornando mais fácil essa verificação; mais e mais fabricantes
têm desenvolvido sistemas LAN multimodais, os quais operam com fibras multimodais. De
qualquer forma, é ainda importante que o projetista ou o usuário final entendam alguns dos
conceitos fundamentais e dos cálculos necessários para certificar-se de que um sistema vai
operar apropriadamente.
Manual TDM, 9ª edição 19-106 © 2000 BICSI®
Seção 2: Fibra Óptica Capítulo 19: Princípios de Transmissão
Introdução, continuação
Para sistemas curtos ou simples, os requisitos de performance têm sido freqüentemente consi-
derados pelo fabricante e convertidos em especificações de sistema para:
• Comprimento de cabos ópticos.
• Quantidade de junções e de conectores.
• Performance dos cabos ópticos.
Para aplicações mais longas ou mais complexas, recomenda-se geralmente que o usuário final
ou o projetista analisem o sistema proposto.
Parâmetros Chave
Os dois parâmetros chave do cabeamento da fibra óptica que devem ser obrigatoriamente
verificados em relação à compatibilidade com os aparelhos eletrônicos propostos são:
• A atenuação.
• A largura de banda.
É importante considerar quanto os níveis específicos de fibra afetam a performance do sistema.
(A atenuação e as variações de campo das larguras de banda que estão disponíveis com os
diferentes tamanhos e tipos de fibra são discutidos neste capítulo em Sistema Fundamental:
Mídia Fibra).
Figura 19.27
Desacerto entre tamanho do núcleo e perda de potência
Fibra
transmissora
Fibra 50 µm 62.5 µm
receptora (NA = 0.20) (NA = 0.275)
Para redes de telecomunicações que têm mais de um link de fibra, o projetista pode usar
qualquer das seguintes soluções:
• Escolher o mais longo, o mais complexo link para verificar a performance do sistema e
para selecionar o nível de fibra para toda a rede, ou
• Decidir selecionar um nível de fibra específico para cada link individual. (Isto é em geral
desnecessário e não é recomendado.).
Atenuação
A máxima atenuação do sistema permitida de ponta-a-ponta em um dado link é determinada
pela potência média do transmissor e pela sensibilidade do receptor. Para analisar a atenuação
de um sistema e determinar se os aparelhos eletrônicos propostos virão a operar com o cabea-
mento implantado, use os nove passos abaixo. Verifique após isso a perda mínima do sistema
(veja neste capítulo Verificando a Perda Mínima do Sistema).
Os nove passos são listados abaixo e explicados em detalhe nas páginas seguintes.
NOTA: Assegure-se que a montagem do teste simula o sistema real. (Utilize os jumpers
ou pelo menos inclua suas perdas nos cálculos finais.).
Atenuação, continuação
Tabela 19.43
Calculando a Performance da Fibra
Exemplo 19.1
Exemplo de planilha para cálculo da performance da fibra
NOTA: 4.2 > 0. Portanto o sistema vai funcionar da forma como foi instalado.
Tabela 19.44
Calculando perdas
Perdas nos conectores Some os valores individuais de atenuação (em dB) para cada
par de conector ao longo da rota da fibra, do transmissor ao
receptor, excluindo os conectores do transmissor e do recep-
tor (veja Valores da Perda nos Conectores).
NOTA: Quando escolher comprimentos de links que requer
em mais de dois conectores, é importante selecionar
o conector de menor perda, a fim de permanecer
dentro do loss budget.
Perda nas junções Some os valores individuais da atenuação local (em dB) para
cada junção ao longo da rota da fibra, do transmissor para o
receptor (veja Valores de Perda nas Junções).
Some os valores de cada uma dessas perdas para obter o total da atenuação do sistema de
cabeamento passivo.
NOTA: Exemplo de cálculos para a atenuação do sistema de cabeamento passivo e seus
quatro componentes é mostrado na Planilha de Cálculos de Performance de Fibras.
Tabela 19.45
Valores de perda para conectores de fibra óptica
NOTA: Os valores de atenuação típica e máxima variam de fabricante para fabricante e com
as diferentes ofertas de produtos. Projetistas e instaladores devem assegurar-se de
que o conector selecionado terá uma atenuação máxima de 0,75 dB por par casado
quando instalado corretamente.
Tabela 19.46
Valores de perdas nas junções
Tabela 19.47
Ganho do sistema, restrições da potência e os cálculos do link loss budget
Link loss budget* Subtraia o valor total (em dB) de todas as restrições de potência
do ganho do sistema. O resultado é o link loss budget.
* Em alguns casos, o fabricante dos aparelhos eletrônicos já calculou o link loss budget. Nesses casos é normalmente seguro
pressupor a margem de operação (isto é, o envelhecimento do transmissor) e as restrições de potência do receptor que foram
incluídas nos cálculos do fabricante.
Entretanto, a margem de reparo não é usualmente incluída no cálculo do link loss budget do fabricante, a menos que a
documentação do produto especificamente declare a margem de conserto. Quando uma margem de conserto não é declarada pelo
fabricante, o projetista deve subtraí-la do ganho do sistema para determinar o link loss budget.
C. Verificando a Performance
Para verificar a performance, subtraia a atenuação do sistema de cabeamento passivo do link
loss budget. Se o resultado é:
• Maior que zero (isto é, a atenuação do sistema de cabeamento passivo é menor que o link
loss budget), o sistema tem potência suficiente para operar sobre a porção passiva do link.
• Menor que zero (isto é, a atenuação do sistema de cabeamento passivo é maior que o link
loss budget), o sistema não tem potência suficiente para operar.
Se o resultado fica abaixo de zero e o sistema não foi instalado, faça mudanças no projeto
(p.ex. use conectores, junções ou fibras de menor perda, ou modifique os caminhos) para
reduzir as perdas passivas do sistema. Em raros casos, será necessário acrescentar componen-
tes ativos com maiores ganhos de sistema.
Quando se está lidando com uma instalação de cabeamento já existente, a atenuação do
sistema de cabeamento passivo pode ser medida diretamente. Lembre-se de que o arranjo para
o teste deve simular o sistema real (p.ex. use os jumpers ou pelo menos inclua suas perdas nos
cálculos finais).
Um exemplo de cálculos para as perdas no link é apresentado na Planilha de Cálculos de
Performance de Fibra.
Ganho do Sistema 13 dB
- Escala dinâmica do receptor - 11 dB
Perda mínima necessária do Sistema 2 dB
Se o resultado é… Então…
Maior que zero O número resultante representa a mínima perda que tem
de ser introduzida no link entre o transmissor e o receptor
para manter o BER especificado. A perda total na fibra,
nos conectores e nas junções tem que exceder esse valor.
Utilizando o exemplo dado na Planilha de Cálculos da
Performance da Fibra:
• Perda na fibra: 2.3 dB
• Perda nos conectores: 3.0 dB
• Perda nas junções: 0.9 dB
• Total 6.2 dB
6.2 > 2; portanto, o sistema irá operar como foi instalado.
Se for necessária uma perda adicional num dado link, é fácil adicionar um atenuador de link
apropriado ao sistema. Os atenuadores são dispositivos que podem ser inseridos nos sistemas
de transmissão de fibra óptica, usualmente num ponto onde existe um conector, para introduzir
perda adicional. Há dois tipos de atenuadores:
• Atenuadores fixos, que geram um nível específico de perda adicional.
• Atenuadores variáveis, que podem ser sintonizados para um dado link.
Análise Final
Determine se o critério de perda mínima foi obedecido medindo a atenuação de cada link
depois de instalados.
Largura de Banda
Introdução
A largura de banda é a capacidade de transportar informações de um sistema. A largura de
banda ponta-a-ponta de um sistema está relacionada com as correspondentes larguras de
bandas dos seus componentes. Para um sistema de fibra óptica, os elementos essenciais para
uma largura de banda de ponta-a-ponta são:
• O transmissor.
• A fibra.
Técnicas de instalação não podem afetar desfavoravelmente a largura de banda óptica (multi-
modal) e a dispersão (monomodal). Portanto, não são necessárias medidas no campo.
Figura 19.28
Exemplo de distância de Largura de Banda do Sistema
1100
900
800
700
600
500
400
300
200
100
0.1* 0.4 0.8 1.2 1.6 2 2.4
* Distância máxima recomendada pela ANSI/TIA/EIA-568-A entre a sala de telecomunicações e a estação de trabalho.
Figura 19.29
Dispersão do pulso devido ao tempo de subida e taxa de transmissão de dados
Lógica
Real
Tempo
Lógico
Potência
Real
Tempo
Lógico
Potência
Real
Tempo
NOTA: À medida que a taxa de transmissão de dados é duplicada e, após isso, duplicada
novamente, o efeito de um pulso real não perfeito resulta em mais e mais distorção.
Fibras
As fibras têm limitações de largura de banda por causa da dispersão. A dispersão causa o
alargamento na duração do pulso de luz à medida que ele viaja através da fibra.
Sistema Monomodal
Em lugar da largura de banda, a máxima dispersão do pulso é usada freqüentemente para
definir a capacidade do sistema nos sistemas monomodais. A dispersão do pulso é uma função
da dispersão da fibra, da largura espectral do transmissor e do comprimento.
NOTA: A dispersão do link monomodal raramente é uma preocupação nas aplicações de um
único usuário.
A máxima dispersão da fibra é expressa usualmente numa fração que tem no numerador os
picosegundos (ps) de alargamento de pulso e no denominador o produto do comprimento do
sistema pelos nanômetros da largura espectral do transmissor (ps/nm-km).
NOTA: Para calcular a dispersão do link, multiplique a especificação de dispersão da fibra
pela largura espectral da fonte e pelo comprimento do link de fibra. Compare esse
número à dispersão máxima permitida declarada pelo fabricante para o receptor em
questão.
A dispersão nos sistemas monomodais é uma função do comprimento de onda. É importante
que a especificação de dispersão da fibra coincida com o intervalo de comprimento de onda
operacional do transmissor.
Sistemas Multimodais
Calcular e predizer os requisitos de largura de banda de um sistema multimodal é muito mais
complexo do que determinar a dispersão de um sistema monomodal. Esse processo consiste em
combinar os efeitos de todos os três seguintes pontos:
• Tempo de subida do transmissor
• Dispersão modal da fibra
• Dispersão cromática
NOTA: Este processo envolve complexas pressuposições e cálculos que estão além do
escopo desta publicação. Usualmente, a aplicação dos padrões ou do OEM determi-
nam a mínima largura de banda necessária para suportar um dado sistema.
Desde que a maioria das aplicações de usuário único hoje em dia é de menos de alguns kilome-
tros (milhas) de comprimento, os aparelhos eletrônicos para fibra óptica típicos usam um
transmissor LED e fibras multimodais para obter taxas de transmissão de dados de 155 Mb/s
ou menos. Para taxas de transmissão de dados de 1 Gb/s ou maiores, o transmissor VCSEL é,
em geral, utilizado.
Para essas distâncias curtas, uma fibra multimodal com um mínimo de largura de banda modal
de 160 MHz • km a 850 nm suporta taxas de transmissão de dados acima de 20 Mb/s para 2
km (1,2 mi). Essa mesma fibra suporta taxas de transmissão de dados de até 1 Gb/s (Ethernet
Gigabit) para distâncias até 300 m (984 ft) utilizando VCSELs. Além disso, essa mesma fibra,
com uma largura mínima de 500 MHz • km a 1300 nm, suporta taxas de transmissão de
dados de até 155 Mb/s para 2 km (1.2 mi [p.ex. ATM]).
A largura de banda modal é medida com uma condição de lançamento extravasada (overfilled
launch condition [OFL]), que é diretamente relacionada com os sistemas LED. Para os siste-
mas VCSEL, a indústria está desenvolvendo uma condição de teste de condição restritiva de
lançamento (RLC) que irá medir a largura de banda que é diretamente relacionada com os
sistemas VECSEL.
Dispersão Cromática
As fontes LED freqüentemente utilizadas em sistemas multimodais têm larguras espectrais
mais amplas do que as fontes de laser monomodais. Isto resulta em dispersão cromática. A
dispersão cromática ocorre quando o mais amplo campo de variação de comprimentos de onda
em cada pulso viaja num mais amplo campo de variação de velocidades individuais. Isto faz
com que a duração de um pulso aumente com a distância.
A quantidade de dispersão cromática que ocorre, depende parcialmente do comprimento de
onda central do link. A maioria das fibras ópticas de vidro tem uma dispersão cromática
mínima característica de cerca de 1300 nm.
Dispersão Modal
Os vários modos numa fibra multimodal seguem caminhos diferentes através do núcleo de uma
fibra. Esses caminhos individuais têm comprimentos diferentes. Os modos que seguem os
caminhos mais curtos chegam ao fim da fibra antes que os modos que seguem caminhos mais
longos. Um pulso de luz, que consiste de centenas de modos numa fibra multimodal, alarga-se
no tempo, à medida que ele viaja através da fibra. Este tipo de dispersão é chamado de disper-
são modal.
Figura 19.30
Largura de banda de link a 1300 nm utilizando uma fibra multimodal de 62.5/125 µm
500
450
Características do transmissor:
• Fibra = 62.5 mm
400 Largura de banda modal = 500 MHz • km
• Transmissor
lc = 1300 nm
D l = 140 nm
Link de largura de banda entre extremidades (MHz)
350
300
Prognóstico do
sistema incorretamente
250 baseado somente
na largura de
banda modal
200
150
50
0
0 1 2 3 4 5 6
Distance (km)
Referências