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O CLASSICISMO

Capítulo 04 – livro 01
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CLASSICISMO

Monalisa: Revela o interesse


do Renascimento pelo ser
humano e sua perfeição
estética. Usa a ciência (fruto
do raciocínio humano) para
representar o mundo.
CLASSICISMO

Davi (Michelangelo): A valorização do ser humano resultou na criação de muitas telas e


esculturas que valorizavam as formas humanas ou que retratavam corpos nus.
CLASSICISMO

Pietá (Michelangelo): A figura do Cristo morto


parece ter vida correndo nas veias. Os olhos
abaixados da Virgem, ao contrário da
tradição,emocionam pela dor e pela resignação.
Seu manto, drapeado, arranca do mármore uma
leveza.
Classicismo
1527
Não há marco preciso.

Contexto histórico:

-Renascimento propriamente dito


- Crise da Igreja.
- Expansão marítima / mercantilismo
- Absolutismo monárquico.
- Reforma protestante
-Copérnico: heliocentrismo e Galileu Galilei: sistema astronômico.

Em Portugal...
-Conquista do norte da África;
- Caminho marítimo para as Índias;
-Descobrimento do Brasil;
- Monopólio do Poder político e econômico do rei;
- Dinastia de Avis: D. Afonso V, D. JoãoII,
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CARACTERÍSTICAS
LITERÁRIAS DO
CLASSICISMO

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1- Imitação dos autores clássicos gregos e romanos da antiguidade: Homero, Virgílio, Ovídio,
etc...

2- Uso da mitologia: Os deuses e as musas, inspiradoras dos clássicos gregos e latinos


aparecem também nos clássicos renascentistas: Os Lusíadas:(Vênus) = a deusa do amor; Marte( o
deus da guerra), protegem os portugueses em suas conquistas marítimas.

3- Predomínio da razão sobre os sentimentos: A linguagem clássica não é subjetiva nem


impregnada de sentimentalismos e de figuras, porque procura coar, através da razão, todas os
dados fornecidos pela natureza e, desta forma expressou verdades universais.

4- Uso de uma linguagem sóbria, simples, sem excesso de figuras literárias.

5- Idealismo: O classicismo aborda o homem ideal, liberto de suas necessidades diárias, comuns.
Os personagens centrais das epopéias (grandes poemas sobre grandes feitos e heroicos) nos são
apresentados como seres superiores, verdadeiros semideuses, sem defeitos. Ex.: Vasco da Gama
em os Lusíadas: é um ser dotados de virtudes extraordinárias, incapaz de cometer qualquer erro.

6- Amor Platônico: Os poetas clássicos revivem a ideia de Platão de que o amor deve ser
sublime, elevado, espiritual, puro, não-físico.
LUÍS VAZ
DE
CAMÕES
LÍRICA
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;


É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;


É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor


Nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Transforma-se o amador na cousa amada,
por virtude do muito imaginar;
não tenho, logo, mais que desejar,
pois em mim tenho a parte desejada.

Se nela está minha alma transformada,


que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
pois consigo tal alma está ligada.

Mas esta linda e pura semidéia,


que, como um acidente em seu sujeito,
assim como a alma minha se conforma,

está no pensamento como idéia:


[e] o vivo e puro amor de que sou feito,
como a matéria simples busca a forma.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,


Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,


Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,


Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,


Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te


Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,


Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
Erros meus, má fortuna, amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a fortuna sobejaram,
Que pera mim bastava amor somente.

Tudo passei; mas tenho tão presente


A grande dor das cousas que passaram,
Que as magoadas iras me ensinaram
A não querer já nunca ser contente.

Errei todo o discurso de meus anos;


Dei causa a que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.

De amor não vi senão breves enganos.


Oh! quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!
ÉPICA
Os Lusíadas
A armada de Vasco da Gama partiu do Restelo no dia 8 de Julho de 1497 e
chegou a Calecute, na Índia, no dia 20 de Maio de 1498.
Partes mais importantes de OS LUSÍADAS
A morte de Inês de Castro
Camões, como outros artistas que retrataram a
morte de Inês de Castro, prefere a imagem da
espada encravada no peito, sem dúvida, mais lírica, à
do degolamento:

Tais contra Inês os brutos matadores,


No colo de alabastro, que sustinha
As obras com que Amor matou de amores
Aquele que depois a fez rainha,
As espadas banhando e as brancas flores
Que ela dos olhos seus regadas tinha,
Se encarniçavam, férvidos e irosos,
No futuro castigo não cuidosos.
Tu, só tu puro Amor, com força crua,
Que os corações humanos tanto obriga
Deste causa à molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano
Tuas aras banhar em sangue humano.
O velho do Restelo
O velho do Restelo
—"Ó glória de mandar! Ó vã cobiça
Desta vaidade, a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
C'uma aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles experimentas!

— "Dura inquietação d'alma e da vida,


Fonte de desamparos e adultérios,
Sagaz consumidora conhecida
De fazendas, de reinos e de impérios:
Chamam-te ilustre, chamam-te subida,
Sendo dina de infames vitupérios;
Chamam-te Fama e Glória soberana,
Nomes com quem se o povo néscio engana!

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