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Se podemos dizer que a vida seja uma dança, os desejos são a força
motora que nos impulsiona e motiva para dançar, para viver. Tudo é
iluminado pela luz, que é o que permite que o espetáculo aconteça.
Essa luz da consciência é Brahman, é você. Essa luz, como você sabe,
não é afetada por nenhum dos acontecimentos que ela ilumina. Essa é
a razão pela qual ela é chamada imaculada.
Sākṣi e sākṣyam, a Testemunha e o testemunhado
Sākṣī e os vṛttis
A estrofe inicial destas que citamos acima diz: “Aquele que ilumina
simultaneamente o fazedor, a ação e os objetos percebidos é
chamado sākṣī, a Consciência Testemunha”. Os vṛttis são o corpo da
mente, que são, por sua vez, observados pela Consciência.
A luz não escolhe, não seleciona quem vai iluminar e quem não. Não
há julgamento de nenhum tipo. Tudo é iluminado, simultaneamente, e
com a mesma intensidade. Similarmente, a consciência não escolhe o
tipo de pensamento que ela ilumina.
Aqui ele aponta para a luz como a causa que sustenta e permite que a
encenação tenha lugar. Nṛtyaśālāsthito dīpaḥ: a luz que está na sala de
dança ilumina indistintamente tudo à sua volta.
Ela não escolhe quem ou o quê vai iluminar. Através de seu brilho,
permite que tudo o que há à sua volta seja visto, apreciado. O mecenas
ou organizador da função, prabhuṁ, a platéia, sabhyāṁ, e a bailarina,
nartakī.
A luz estava desde antes da dança começar, está presente durante ela,
e permanece depois que a dança termina e os artistas se retiram.
Não há nada de errado, então, com o fato da mente viver voltada para
fora. Pelo contrário: uma mente que não seja capaz de se voltar para o
exterior será uma mente disfuncional, incapaz de realizar
adequadamente suas funções.