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O Zn é um micronutriente essencial para plantas e animais/ humanos, desempenhando

um papel insubstituível em muitos processos fisiológicos, incluindo síntese de muitas


enzimas, processos metabólicos, síntese de proteínas e biossíntese de clorofilas em
plantas, além de coordenar a resposta imune em animais e humanos (Singh et al., 2018).
A deficiência de Zn nas populações é prevalente e tem sido amplamente relatada. Cerca
de 35% da população mundial vive de trigo, que é inerentemente baixo em Zn, o que
agrava a ocorrência de deficiência de Zn em humanos (Rehman et al., 2018). ZnO NPs
pode ser considerado como um novo fertilizante de Zn, devido às suas propriedades
únicas em comparação com o fertilizante de Zn normal, enquanto sua fitotoxicidade e
promoção nutricional ainda não são claras. Pesquisas anteriores mostraram que NPs de
ZnO e ZnSO4 aplicados foliarmente no trigo aumentaram o teor de Zn dos grãos, e
nenhuma NP de ZnO foi detectada nos grãos (Zhang et al., 2018). Se ZnO NPs estão
presentes em outros tecidos de trigo não foi estudado. Além disso, não foram feitas
comparações dos possíveis efeitos tóxicos entre ZnO NPs e ZnSO4 em alta
concentração em todo o ciclo de vida do trigo, sob cenários ambientalmente realistas. O
objetivo deste estudo é investigar os efeitos de ZnO NPs na germinação e crescimento
de plântulas de trigo, os efeitos de ZnO NPs na biofortificação e toxicidade de Zn foram
comparados com aqueles induzidos por ZnSO4 para avaliar riscos adicionais associados
à especificidade de NPs, o que poderia melhorar a compreensão do mecanismo de efeito
das NPs de ZnO no trigo e o risco trazido com a alta concentração de NPs.

Effects of zinc excess on antioxidant metabolism, mineral content


and initial growth of Handroanthus impetiginosus

A poluição ambiental por metais pesados representa uma séria ameaça aos
organismos vivos (Chen et al., 2013; Van Oosten e Maggio, 2015). Sua deposição a
longo prazo no solo pode levar ao acúmulo, transporte e toxicidade nas plantas
(Langer et al., 2012). Atividades como mineração e fundição de minérios metálicos,
emissões industriais, aplicações de inseticidas e fertilizantes e disposição de lodo de
esgoto têm contribuído para elevar os níveis de metais pesados no solo (Van Oosten e
Maggio, 2015).

O grau de acúmulo de Zn nas plantas depende das diferenças entre as espécies


vegetais e pode ser afetado por diversos fatores, como a fase de crescimento das
plantas e o controle da absorção, acúmulo e translocação nos tecidos (Sidhu, 2016). O
excesso desse metal afeta o crescimento, o sistema vascular, a diminuição das taxas
fotossintéticas e do conteúdo de pigmentos e a quebra estrutural nas membranas
celulares devido ao estresse oxidativo (Lyubenova et al., 2009; Vassilev et al., 2011).
Portanto, o desenvolvimento de métodos adequados para a remoção de Zn de solos
contaminados é urgentemente necessário. As plantas têm mostrado diferentes
estratégias para lidar com altos níveis de metais como o Zn em seu ambiente de
crescimento (Sidhu, 2016). Esses mecanismos de tolerância incluem principalmente
processos de desintoxicação que são baseados na complexação por quelantes
orgânicos e sequestro de íons Zn nos vacúolos (Liang et al., 2009; Ricachenevsky et al.,
2015).

Apesar do grande interesse pelos problemas ecológicos e ambientais causados pelo


excesso de metais pesados no sistema solo-planta, pouca ênfase tem sido dada ao
impacto desses metais em espécies arbóreas tropicais (Marques et al., 2004).
Considerando que o Cerrado brasileiro é reconhecido como um hotspot global com
alta diversidade de plantas (Vieira et al., 2017) que crescem em solos ácidos ricos em
metais, muitas espécies têm grande potencial para serem estudadas como plantas
hiperacumuladoras (Meyer et al., 2016). A expansão agrícola gerou um novo cenário
nas áreas de Cerrado, onde a entrada de agrotóxicos, resíduos orgânicos e inorgânicos
e fertilizantes levaram ao aumento dos teores de elementos potencialmente tóxicos
no solo, como o Zn (Marques et al., 2004). Há necessidade de aumentar o
conhecimento sobre as espécies florestais tropicais com potencial fitorremediador,
principalmente aquelas de rápido crescimento, extensa distribuição geográfica e
plasticidade fenotípica que podem ser utilizadas para reflorestamento de áreas
contaminadas.

Além da importância das técnicas de remediação de áreas com metais pesados, o


desenvolvimento de estudos que demonstrem a capacidade de tolerância e acúmulo
desses metais pelas plantas é essencial para áreas de Cerrado brasileiro. Além disso,
no Brasil, as espécies de ipê são muito apreciadas como plantas ornamentais e
possuem relevante importância econômica (Lorenzi, 2002). O objetivo deste estudo foi
verificar a influência de diferentes concentrações de Zn na assimilação, atividade
antioxidante, conteúdo nutricional e crescimento de plantas jovens de Handroanthus
impetiginosus e Tabebuia roseoalba, a fim de determinar seu potencial como espécie
fitorremediadora. Nossa hipótese é que essas espécies têm a capacidade de acumular
e tolerar altas concentrações de Zn, mantendo a assimilação e ativando mecanismos
antioxidantes.

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