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~ Apresentar os fundamentos da Teoria Clássica da Administração.

tjJ! Mostrar a ênfase na estrutura da organização como base para o alcance da eficiência.
@ Definir os elementos da Administração e os princípios de Administração como as ba-
ses do processo administrativo.
~ Identificar as limitações e restrições da Teoria Clássica.

". C'JX:S'O' 'i:N:-t B:(ÚHFrO ItJ6 ~-, ,"~ ~ ~ - ~


" ~ - ~

A CASTOR COMÉRCIO E INDÚSTRIA


A nova diretora-presidente da Castor Comércio e In- caracterizado pelo conservantismo e pela mesmice. A
dústria, Isabel a Menezes, pretende revitalizar a em- Castor - como todas as empresas concorrentes - é
presa fundada há 50 anos pelo seu pai, um empreen- uma empresa tipicamente tradicional que pouco mu-
dedor bem-sucedido. A Castor se dedica à produção e dou nas últimas décadas. É uma empresa típica da Era
comercialização de cimento. O desejo de Isabela é Industrial. Uma pergunta paira na cabeça de Isabela:
tornar a empresa mais competitiva em um mercado quais são as opções para o futuro da Castor? ~

Enquanto T aylor e outros engenheiros desenvolviam A Teoria Clássica, ao contrário, partia da organi-
a Administração Científica nos Estados Unidos, em zação como um todo e da sua estrutura para garan-
1916 surgia na França, espraiando-se pela Europa, tir eficiência a todas as partes envolvidas, fossem
a Teoria Clássica da Administração. Se a Adminis- elas órgãos (como divisões, departamentos etc.) ou
tração Científica se caracterizava pela ênfase na ta- pessoas (como ocupantes de cargos e executores de
refa executada pelo operário, a Teoria Clássica se tarefas). A microabordagem da Administração Ci-
caracterizava pela ênfase na estrutura que a organi- entífica no nível individual de cada operário com
zação deveria possuir para ser eficiente. O objetivo relação à tarefa é ampliada para a organização co-
das duas teorias era o mesmo: a busca da eficiência mo um todo. A preocupação com a estrutura da or-
das organizações. Segundo a Administração Cientí- ganização constitui uma substancial ampliação do
fica, essa eficiência era alcança da por meio da racio- objeto de estudo da TGA. Fayol, um engenheiro
nalização do trabalho do operário e pelo somatório francês, fundador da Teoria Clássica da Adminis-
da eficiência individual. tração, partiu de uma abordagem sintética, global e
,;~~~ Int,odução ã Teo"a Gecal da Admlnlstcação • IDALBERTOCHIAVENATO

universal da empresa, inaugurando uma abordagem 1. Funções técnicas, relacionadas à produção de


anatõmica e estrutural que rapidamente suplantou a bens ou serviços.
abordagem analítica e concreta de Taylor. 2. Funções comerciais, relacionadas à compra,
venda e permutação.
3. Funções financeiras, relacionadas à procura e
gerência de capitais.
A segunda década do século XX foi tumultuada. A 4. Funções de segurança, relacionadas à proteção
Primeira Guerra Mundial (1914-1917) envolveu a e preservação dos bens e das pessoas.
Europa e os Estados Unidos em operações militares 5. Funções contábeis, relacionadas à inventários,
conjuntas. Após seu término, os meios de transpor- registros, balanços, custos e estatísticas.
te tiveram enorme expansão, com a indústria auto-
6. Funções administrativas, relacionadas à inte-
mobilística, ferrovias e o início da aviação militar,
gração de cúpula das outras cinco funções. As
civil e comercial. As comunicações passaram por
funções administrativas coordenam e sincro-
enorme expansão do jornalismo e do rádio em on-
nizam as demais funções da empresa, pairan-
das médias e curtas. E na Europa surgiu a Teoria
do sempre acima delas.
Clássica da Administração.

Para Fayol, "nenhuma das cinco funções essenciais


precedentes tem o encargo de formular o programa
de ação geral da empresa, constituir o seu corpo so-
Henri Fayol (1841-1925), o fundador da Teoria
cial, coordenar-os esforços e harmonizar os atos.
Clássica, nasceu em Constantinopla e faleceu em
Essas atribuições constituem outra função, designa-
Paris, vivendo as conseqüências da Revolução Indus-
da pelo nome de Administração"."
trial e, mais tarde, da Primeira Guerra Mundial. For-
mou-se em engenharia de minas e entrou para uma
Conceito de aministração
empresa metalúrgica e carbonífera na qual fez sua
carreira. Fayol expôs sua Teoria de Administração Fayol define o ato de administrar como: prever, or-
no livro Administration Industrielle et Générale, pu- ganizar, comandar, coordenar e controlar. As fun-
blicado em 1916.1 Seu trabalho, antes da tradução ções administrativas envolvem os elementos da
para o inglês, foi divulgado por Urwick e Gulick.! Administração, Isto é, as funções do, administra-
,
,

dois autores clássicos. dor, a saber:

As funções básicas da empresa G Prever. Visualizar o futuro e traçar o programa


de ação.
Fayol salienta que toda empresa apresenta seis fun-
O Organizar. Constituir o duplo organismo mate-
ções, a saber:"
rial e social da empresa.

Figura 4.1. As seis funções básicas da empresa para Fayol.


CAPíTULO 4 • Teoria Ciássica.da Administração .' 651."

tros termos, tanto o diretor, o gerente, o chefe


quanto o supervisar - cada qual em seu respectivo
nível - desempenham atividades de previsão, orga-
nização, comando, coordenação e controle como
atividades administrativas essenciais.

Proporcional idade das funções


administrativas

Para Fayol existe uma proporcionalidade da fun-


ção administrativa: ela se reparte por todos os ní-
veis da hierarquia da empresa e não é privativa da
alta cúpula. A função administrativa não se con-
centra exclusivamente no topo da empresa nem é
privilégio dos diretores, mas é distribuída propor-
cionalmente entre os níveis hierárquicos. Quanto
mais se desce na escala hierárquica, mais aumenta
a proporção das outras funções da empresa, e
quanto mais se sobe na escala hierárquica, mais au-
mentam a extensão e o volume das funções admi-
Comandar. Dirigir e orientar o pessoal. nistrativas.

e Coordenar. Ligar e harmonizar todos os atos e


todos os esforços coletivos.
íIi1 Controlar. Verificar se tudo ocorre de acordo
A Alimenta é uma tradicional empresa do mercado ali-
com as regras e as ordens. mentício. Tem três divisões, cada qual com um gerente,
a saber: divisão comercial, divisão industrial e divisão
Esses são os elementos da Administração que financeira. O diretor geral acumula as funções adminis-
constituem o chamado processo administrativo: são trativas e coordena o trabalho dos gerentes. Como
localizáveis no trabalho do administrador em qual- você montaria um organograma com a descrição das
quer nível ou área de atividade da empresa. Em ou- funções de cada divisão? e

Figura 4.2. As funções do administrador segundo Fayol.


Introdução à Teoria Geral da Administração o IDALBERTO CHIAVENATO

Figura 4.3. A proporciona/idade da função administrativa.

Diferença entre administração e organização 2. Autoridade e responsabilidade. Autoridade é o


Ainda que reconhecendo o emprego da palavra direito de dar ordens e o poder de esperar
Administração como sinônimo de organização, Fa- obediência. A responsabilidade é uma conse-
yol faz uma distinção entre ambas. Para ele, Admi- qüência natural da autoridade e significa o de-
nistração é um todo do qual a organização é uma ver de prestar contas. Ambas devem estar
das partes. O conceito amplo e compreensivo de equilibradas entre si.
Administração - como um conjunto de processos 3. Disciplina:' Depende de obediência, aplicação,
entrosados e unificados - abrange aspectos que a energia, comportamento e respeito aos acor-
organização por si só não envolve, tais como os da dos estabelecidos.
previsão, comando e controle. A organização abran- 4. Unidade de comando. Cada empregado deve
ge apenas a definição da estrutura e da forma, sen- receber ordens de apenas um superior. É o
do, portanto, estática e limitada. princípio da autoridade única.
5. Unidade de direção. Uma cabeça e um plano
Princípios gerais de Administração para Fayol para cada conjunto de atividades que tenham
o mesmo objetivo.
Como toda ciência, a Administração deve se basear
6. Subordinação dos interesses individuais aos
\ em leis ou em princípios. Fayol definiu os "princípios
gerais. Os interesses gerais da empresa devem
gerais" de Administração sistematizando-os sem
sobrepor-se aos interesses particulares das
muita originalidade, porquanto os coletou de diver-
pessoas.
sos autores de sua época. Fayol adota a denomina-
ção princípio, afastando dela qualquer idéia de rigi- 7. Remuneração do pessoal. Deve haver justa e
dez, pois nada existe de rígido ou absoluto em maté- garantida satisfação para os empregados e
ria administrativa. Tudo em Administração é ques- para a organização em termos de retribui-
tão de medida, ponderação e bom senso. Os princí- ção.
pios são universais e maleáveis, e adaptam-se a qual- 8. Centralização. Refere-se à concentração da
quer tempo, lugar ou circunstância. autoridade no topo da hierarquia da organiza-
Os 14 Princípios Gerais da Administração, se- ção.
gundo Fayol, são." 9. Cadeia escalar. É a linha de autoridade que vai
do escalão mais alto ao mais baixo em função
1. Divisão do trabalho. Consiste na especializa- do princípio do comando.
ção das tarefas e das pessoas para aumentar a 10. Ordem. Um lugar para cada coisa e cada coisa
eficiência. em seu lugar. É a ordem material e humana.
CAPíTULO 4 .' Teoria Clássica.da AdministraçãoJrr

11. Eqüidade. Amabilidade e justiça para alcançar Administração como ciência


a lealdade do pessoal.
O ponto de partida dos autores da Teoria Clássica é
12. Estabilidade do pessoal. A rotatividade do o estudo científico da Administração, substituindo
pessoal é prejudicial para a eficiência da orga- o empirismo e a improvisação por técnicas científi-
nização. Quanto mais tempo uma pessoa per- cas. Pretendia-se elaborar uma Ciência da Adminis-
manecer no cargo, tanto melhor para a em- tração. Fayol defendia a necessidade de um ensino
presa. organizado e metódico da Administração, de cará-
13. Iniciativa. A capacidade de visualizar um pla- ter geral para formar administradores. Em sua épo-
no e assegurar pessoalmente o seu sucesso. ca, essa idéia era uma novidade.

14. Espírito de equipe. A harmonia e a união en-


Teoria da organização
tre as pessoas são grandes forças' para a orga-
nização. A Teoria Clássica concebe a organização como se
fosse uma estrutura. Essa maneira de conceber a es-
trutura organizacional é influenciada pelas concep-
ções antigas de organização (como a organização
~ DICAS militar e eclesiástica) tradicionais, rígidas e hierar-
quizadas. Nesse aspecto, a Teoria Clássica não se
.. ',-'",
desligou do passado.f Embora tenha contribuído
para tirar a organização industrial da confusão ini-
cial que enfrentava em decorrência da Revolução
Industrial, a teoria Clássica pouco avançou em ter-
mos de uma teoria da organização.
A estrutura organizacional constitui uma cadeia
de comando, ou seja, uma linha de autoridade que
interliga as posições da organização e define quem
se subordina a quem. A cadeia de comando - tam-
bém denominada cadeia escalar - baseia-se no prin-
cípio da unidade de comando, pela qual cada em-
pregado deve se reportar a um só superior.
Para a Teoria Clássica, a estrutura organizacional
Os autores clássicos pretendem criar uma teoria da é analisada de cima para baixo (da direção para a
administração baseada na divisão do trabalho, espe- execução) e do todo para as partes (da síntese para a
cialização, coordenação e atividades de linha e de análise), ao contrário da abordagem da Administra-
staff. ção Científica .

• VOLTANDO AO CASO INTRODUTÓRIO

A CASTOR COMÉRCIO E INDÚSTRIA

Isabela Menezes sabe que a área industrial predomi- vão atrás. O volume de produção determina as ne-
na na empresa: a produção determina os objetivos cessidades de vendas e os custos de produção de-
principais da empresa. O diretor industrial toma as terminam o preço do produto no mercado. Como
principais decisões, e as demais áreas - marketing, você poderia ajudar Isabela?
administração geral, recursos humanos, finanças -

. ----------
0~8f; Introdução à Teoria Geral da Administração· IOALBERTO CHIAVENATO
j-~~~i:f·
-:

Figura 4.4. Cadeia de comando e cadeia escalar de Fayol.

Divisão do trabalho e especialização rárquica de autoridade (princípio escalar ou ca-


A organização se caracteriza por uma divisão do tra- deia escalar)~,Daí a denominação autoridade de
balho claramente definida. "A divisão do trabalho linha para significar a autoridade de comando de
constitui a base da organização; na verdade, é a pró- um superior sobre um subordinado.
pria razão da organização."? A divisão do trabalho ~ Horizontal, segundo os diferentes tipos de ativi-
conduz à especialização e à diferenciação das tare- dades da organização (como na especialização
fas, ou seja, à heterogeneidade. A idéia era as orga- de Fayol ou no princípio de homogeneidade de
nizações com maior divisão do trabalho serem mais Gulick). No mesmo nível hierárquico, cada de-
eficientes do que aquelas com pouca divisão do tra- partamento ou seção passa a ser responsável por
balho. Enquanto a Administração Científica se pre- uma atividade específica e própria.
ocupava com a divisão do trabalho no nível do ope- A divisão do trabalho no sentido horizontal que as-
rário, fragmentando as tarefas deste, a Teoria Clás- segura homogeneidade e equilíbrio é chamada depar-
sica se preocupava com a divisão no nível dos ór- tamentalização: refere-se à especialização horizontal
gãos que compõem a organização, isto é, com os de- da organização. A homogeneidade na organização é
partamentos, divisões, seções, unidades etc. Para a obtida quando são reunidos, na mesma unidade, to-
Teoria Clássica, a divisão do trabalho pode dar-se dos os que estiverem executando o mesmo trabalho,
em duas direções: pelo mesmo processo, para a mesma clientela, no
mesmo lugar. Qualquer um desses quatro fatores -
o Vertical, segundo os níveis de autoridade e res- função, processo, clientela, localização - proporciona
ponsabilidade (como na escala hierárquica de respectivamente departamentalização por função, por
Fayol ou no princípio escalar de Mooney), defi- processo, por clientela ou por localização geográfica.
nindo os escalões da organização que detêm di- A idéia básica era a de que, quanto mais departamen-
ferentes níveis de autoridade. A autoridade au- talizada a organização, tanto mais ela seria eficiente."
menta à medida que se sobe na hierarquia da or-
ganização. A hierarquia define a graduação das Coordenação
responsabilidades conforme os graus de autori- Fayol incluíra a coordenação como um dos elemen-
dade. Em toda organização há uma escala hie- tos da Administração, enquanto outros autores clás-
CAPíTULO 4 o Teoria Clássica da Administração 69i
..;-. /."

sicos a incluem nos princípios de Administração. çâo das atividades da organização. Na organização
Para Fayol, a coordenação é a reunião, a unificação linear os órgãos que compõem a organização são
e a harmonização de toda atividade e esforço, en- denominados órgãos de linha e seguem o princípio
quanto para Gulick, se a subdivisão do trabalho é escalar ou princípio da unidade de comando.
indispensável, a coordenação é obrigatória. Para
Mooney, a "coordenação é a distribuição ordenada Conceito de linha e de staff
do esforço do grupo, a fim de obter unidade de ação
Para que os órgãos de linha possam se dedicar ex-
na consecução de um fio comum"." A coordenação
clusivamente a suas atividades especializadas, tor-
deve ser baseada em uma real comunhão de interes-
nam-se necessários outros órgãos prestadores de
ses. A coordenação indica que há um alvo ou objeti-
serviços especializados estranhos às atividades dos
vo a alcançar e que deve guiar os atos de todos.!" A
órgãos de linha. Esses órgãos prestadores de servi-
pressuposição básica era de que, quanto maior a or-
ços - denominados órgãos de staff ou de assessoria
ganização e quanto maior a divisão do trabalho;
- fornecem aos órgãos de linha serviços, conselhos,
tanto maior seria a necessidade de coordenação,
recomendações, assessoria e consultaria, que esses
para assegurar a eficiência da organização como um
órgãos não têm condições de prover por si pró-
todo.
prios. Esses serviços e assessorias não podem ser im-
postos aos órgãos de linha, mas apenas oferecidos.
Conceito de organização linear
Os órgãos de staff .não obedecem ao princípio esca-
Fayol dava preferência à organização linear, que lar nem possuem autoridade de comando em rela-
constitui um dos tipos mais simples de organização. ção aos órgãosde linha. Sua autoridade - autorida-
A organização linear se baseia nos princípios de: de de staff - é autoridade de especialista e não auto-
ridade de comando.
e Unidade de comando ou supervisão única. Cada Os autores clássicos distinguem dois tipos de au-
pessoa tem apenas um único e exclusivo chefe. toridade: de linha e de staff. Autoridade de linha é a
8 Unidade de direção. Todos os planos devem se autoridade em que os gerentes têm o poder formal
integrar a planos maiores que conduzam aos ob- de dirigir e controlar os subordinados imediatos.
jetivos da organização. Autoridade de staff é a autoridade atribuída aos es-
~ Centralização da autoridade. Toda autoridade pecialistas de staff em suas áreas de atuação e de
máxima de uma organização deve estar concen- prestação de serviços. A autoridade de staff é mais
trada em seu topo. estreita e inclui o direito de aconselhar, recomendar
Cadeia escalar. A autoridade deve estar disposta e orientar. A autoridade de staff é uma relação de
em uma hierarquia, isto é, em escalões hierárqui- comunicação. Os especialistas de staff aconselham
cos, de maneira que todo nível hierárquico está os gerentes em suas áreas de especialidade.
subordinado ao nível hierárquico superior (au-
toridade de comando).

Ao ser promovida para a presidência da Continental


o princípio escalar
S.A., Sara Plechman queria mudar a empresa. Sua pri-
Fayol enfatiza a organização linear, a estrutura or- meira providência foi analisar a estrutura organizacio-
ganizacional que apresenta forma piramidal. Nela nal, forma e disposição dos departamentos, a cadeia
ocorre a autoridade linear, baseada na unidade de de comando, a especialização vertical e horizontal
comando e que é o oposto da supervisão funcional existente, a coordenação necessária entre os diversos
proposta pela Administração Científica. Fayol e órgãos e quais órgãos deveriam trabalhar como supor-
seus seguidores discordam da supervisão funcional te e apoio dos demais (como pessoal, contabilidade,
por acharem que ela constitui uma negação da uni- propaganda, organização & métodos etc.). Como você
dade de comando, princípio vital para a coordena- procederia no lugar de Sara? ~

L
Introdução à Teoria. Geral da. Administração· IDALBERTO CHIAVENATO

4. Direção (directing). É a tarefa contínua de to-


mar decisões e incorporá-Ias em ordens e
Ao definir o que é Administração Fayol definiu os instruções específicas e gerais, e ainda a de fun-
elementos que a compõem: previsão, organização, cionar como líder da empresa.
comando, coordenação e controle. Esses cinco ele- 5. Coordenação (coordinating). É o estabeleci-
mentos constituem as funções do administrador. mento de relações entre as várias partes do
Seus seguidores não aceitaram os elementos da Ad- trabalho.
ministração tais como o velho mestre afirmara;
6. Informação (reporting). É o esforço de manter
Cada autor clássico define a seu modo os elementos
informados, a respeito do que se passa, aque-
da Administração.
les perante quem o chefe é responsável; pres-
supõe a existência de registros, documenta-
Elementos da Administração para Urwick ção, pesquisa e inspeções.
Para Urwick, 11 os elementos da administração são 7. Orçamento (budgeting). É a função relaciona-
sete, a saber; dá à elaboração, execução e fiscalização orça-
mentárias, ou seja, o plano fiscal, a contabili-
te Investigação
dade e o controle.
• Previsão
• Planejamento As palavras planning, organizing, staffing, direc-
• Organização ting, coordinating, reporting e budgeting formam o
•~ Coordenação
Comando
acróstico POSDCORB utilizado por Gulick para in-
dicar os elementos da Administração. Gulick aprovei-
4& Controle
ta planejamento, organização, comando e coordena-
No fundo, Urwick apenas desdobrou a previsão ção mencionados por Fayol e adiciona os demais.
(primeiro elemento de Fayol) em três distintos (in-
vestigação, previsão e planejamento). Para ele, os
~ DICAS
elementos da Administração constituem a base da
boa organização, uma vez que uma empresa não
pode ser desenvolvida em torno de pessoas, mas de
sua organização. 12

Elementos da Administração para Gulick


Luther Gulick propõe sete elementos da Adminis-
traçâo.P

1. Planejamento (planning). É a tarefa de traçar


as linhas gerais das coisas que devem ser feitas
e dos métodos de fazê-Ias, a fim de atingir os
objetivos da empresa.
2. Organização (organizing). É o estabelecimento
da estrutura formal de autoridade, por meio da Para os autores clássicos, não basta enunciar os ele-
qual as subdivisões de trabalho são integradas, mentos da Administração que servem de base para
definidas e coordenadas para o objetivo em vista. as funções do ad~inistrador. É preciso ir além e de-
3. Assessoria (staffing). É a função de preparar e finir as normas dentro das quais as funções do admi-
treinar o pessoal e manter condições favorá- nistrador devem ser aplicadas. O administrador de-
veis de trabalho. ve seguir normas ou regras de comportamento - os
CAPíTULO 4 o Teoria Clássica da Administração '11'

princípios que permitem desempenhar as funções


de planejar, organizar, dirigir, coordenar e contro-
lar. Fayol enumera 14 princípios gerais de Adminis-
tração. Os demais autores propõem uma quantida- As críticas à Teoria Clássica são numerosas. Todas
de menor. as teorias posteriores da Administração se preocu-
'param em apontar falhas, distorções e omissões nes-
Princípios de Administração para Urwick sa abordagem que representou durante várias déca-
das o figurino que serviu de modelo para as organi-
Urwick propõe quatro princípios de Administra-
zações. As principais críticas à Teoria Clássica são:
ção:13

Abordagem simplificada
1. Princípio da especialização. Cada pessoa deve da organização formal
preencher uma só função, o que determina
Os autores clássicos concebem a organização em
uma divisão especializada do trabalho. Esse
termos lógicos, formais, rígidos e abstratos, sem
princípio dá origem à organização de linha, à
considerar seu conteúdo psicológico e social. limi-
de staff e à funcional.
taram-se à organização formal, estabelecendo es-
2. Princípio de autoridade. Deve haver uma li- quemas segundo os quais as organizações devem ser
nha de autoridade claramente definida, co- construídas e governadas, Nesse sentido são pres-
nhecida e reconhecida por todos, desde o critivós e normativos: 14 como o administrador deve
topo da organização até cada indivíduo de conduzir-se erp.todas as situações através do proces-
base. so administrativo e os princípios gerais que deve se-
3. Princípio da amplitude administrativa (span guir para obter a máxima eficiência. A preocupação
of control}. Cada superior deve ter um certo com as regras do jogo é fundamental.
número de subordinados. O superior tem
pessoas para supervisionar, bem como as re-
lações entre as pessoas que supervisiona. O
número ótimo de subordinados varia segun-
do o nível e a natureza dos cargos, a comple-
xidade do trabalho e o preparo dos subordi-
',s'aÜt~~es clássicos partem do pressupost,o,
nados.
,,;,,'q~ea,'simples adoção dos princípios geraisd~;:
4. Princípio da definição. Os deveres, a autorida-
I;ninistração - como a divisão do trabalhoLa,éêP~
de e a responsabilidade de cada cargo e suas
, idaUzação, a unidade de comando e a amplitude : ,e; ,,',~
relações com os outros cargos devem ser defi- controle - permite uma organização formalda
. '," . '. ~- em~:,~" '"-;:~,:",~,'~-'::'.::
nidos por escrito e comunicados a todos. presa capaz de proporcionar-lhe a máxima:efi9,iêr::h~;
. - • ;- , _ t>- _.''''}

. cia possível. Trata-se de uma abordagemextrema".,,;


:rriênfe sírnplificada da organização formal; 9~aÍ':~crf.' ,',
tica,g~aAto:a essa visão simplória e reducior:)istá
,\.>'-_ ",:",', ii?:~; ~;:, .,' __
o , -, '. -','

~. ··atividaâ~. organizacional.
Ao assumir a diretoria geral 'da Imperial Tintas, Rei-
naldo Borba pretende colocar a casa em ordem. Sua
primeira providência foi convocar os três diretores a Sem dúvida, a preocupação com a estrutura da or-
ele subordinados para definir os princípios orienta- ganização constitui uma substancial ampliação do
dores da companhia. Reinaldo pretende dar novos objeto de estudo da TGA. A microabordagem no ní-
rumos à companhia e, segundo ele, nada melhor do vel individual de cada operário com relação à tarefa é
que estabelecer regras e princípios. O que você acha enormemente ampliada no nível da empresa como
disso? ~ um todo em relação à sua estrutura organizacional.
:{1~t Introdução à Teoria Geral da Administração o JOALBERTO CHIAVENATO

Figura 4.5. A abordagem prescritiva e normativa da Teoria Clássica.

Ausência de trabalhos experimentais


A Teoria Clássica pretendeu elaborar uma Ciência de
Administração substituindo o empirismo e a improvi-
sação por técnicas científicas. Porém, os autores clássi-
cos fundamentam seus conceitos na observação e no
senso comum. Seu método é empírico e concreto, ba-
seado na experiência direta e no pragmatismo, e não
confronta a teoria com elementos de prova. Suas afir-
mações se dissolvem quando postas em experimenta-
çãO.15 A denominação de princípios às suas proposi-
ções é criticada como um procedimento presunço-
so. 16 As idéias mais importantes são catalogadas como
princípios, o que provocou críticas, pois o princípio
utilizado como sinônimo de lei deve, como esta, en-
volver um alto grau de regularidade e consistência,
permitindo razoável previsão em sua aplicação, tal
como acontece nas outras ciências.'?
Extremo racionalismo
na concepção da Administração
.~:t. Os autores clássicos se preocupam com a apresen-
n~.U1:Tlà'comprovação cieÍ1tífica tação racional e lógica das suas proposições, sacri-
tl;'li~h salienta que Fayol, "com os seus prir:refpios ficando a clareza das idéias. O abstracionismo e o
Admini~tração complementados com os ele,uen; , " formalismo são criticados por levarem a análise
,;~a, Administração, lançou as bases para urri;:
da Administração à superficialidade, supersimpli-
,;~êpçãoteórica do assunto, Muitos de seus.prin-j
ficação e falta de realismo.é" A concepção da
;';.-;;'C:ípiosresistemmelhor à crítica do que outros sugeric."
Administração com um conjunto de princípios
~i,,sp~:mais tarde por outros autores; tanto assim q~~,:
~ universalmente aplicáveis provocou a denomina-
"",c "'éam hoje como truísmos" ,18 A mesma autora acres- "
.~ta: "Seus princípios da Administração, contudo, ,
ção Escola Uniuersalista.í" Alguns autores prefe-
Técemdeapresentação vez~so ;~
metódica; muitas rem, pelo espírito pragmático e utilitarista, a de-
;t9~apresenta-se enfático e dogmático ~~ "seJ'~t " nominação Teoria PragmáticaY O pragmatismo
"rgos para provar o acerto de suas opiniõ~s;;;';;9,\'i', do sistema leva-o a apelar à experiência direta e
';., ~l(l1o:falta cemprovação.crerajtca. ,:;.; não representativa para obter soluções aplicáveis
.·;~~~i~;Jf-f':.:;;:~"'~- ~, ""'~" .'~~j~,:~}0J~~·r~,de modo imediaro.P
CAPíTULO 4 • Teoria Clássica da Administração

"Teoria da máquina"
A Teoria Clássica recebe a denominação de teoria
da máquina pelo fato de considerar a organização
sob o prisma do comportamento mecânico de uma essa,lih1ítáqi
máquina: a determinadas ações ou causas decorrem ;JqGêr,díi~r)q&ea:Jeori~ê,~~§i&
.\
determinados efeitos ou conseqüências' dentro de :'cJ'Qd~b'~;tenha.de
s~rtotalmentesJb~titUítj
uma correlação determinística. A organização deve • ~trata~uma organização como um si~pl~~'r;,13'
ser arranjada tal como uma máquina. Os modelos mo produz resultados não-previstos.-pela.iT';
administrativos correspondem à divisão mecanicis- Glássica".25 Em outros termos, aabordag~Tt~~t
ta do trabalho: a divisão do trabalho é a mola do sis- simplíficada e incompleta, pois não considera;;
tema. A abordagem mecânica, lógica e determinísti- comportamento humano na organização. M~S~~!~~~
ca da organização foi o fator que conduziu errada- Urwick e Gulíckjá conheciam os resultados daexp.
mente os clássicos à busca de uma ciência da Admi- riência de Hawthorne, que inaugurou a Escolà-d
RelaçõesHumanas e mostrou o componente h~
nistração.
no dentro das organizações. Porém, prefe~ir
manter a posição ortodoxa da Teoria Clássica, pfj
Abordagem incompleta da organização ner,:;6referindo-se a Gulick, salientaque'''oe:r?-'
Tal como ocorreu com a Administração Científica, dbROSBCORD preferiu ignorar asnqva -.
;'.'{;cias:;ficando com a,corrente tréldicioralíS'
a Teoria Clássica preocupou-se apenas com a orga-
nização formal, descuidando-se da organização in- :-:~".
-.·~,~ra.
'~~à~~~eêíe:mc~::i~r;~~~~6?;t,;;':'
formal. O foco na forma e a ênfase na estrutura le- ,

varam a exageros. A teoria da organização formal


não ignorava os problemas humanos da organiza-
ção, porém não conseguiu dar um tratamento sis-
temático à interação entre pessoas e grupos informais,
sua base, ela pode absorver novos elementos como
nem aos conflitos intra-organizacionais e ao proces-
fatores adicionais em sua filosofia.ê"
so decisório.é"

Conclusão
Abordagem de sistema fechado
Apesar das críticas, aTearia Clássica é ainda a abor-
A Teoria Clássica trata a organização como se ela dagem mais utilizada para os iniciantes em Adminis-
fosse um sistema fechado e hermético composto de tração, pois permite uma visão simples, clara e or-
algumas variáveis conhecidas e previsíveis e de al- denada. Ela disseca o trabalho do administrador em
guns aspectos que são manipulados por meio de categorias compreensíveis e úteis.28 Contudo, em
princípios gerais e universais. Predomina a lei da cau- uma era de mudança e instabilidade como a que
sa e efeito. Mantendo essa filosofia, a escola clássica atravessamos, a abordagem clássica mostra-se rígi-
permite uma abordagem simplificada. Sem mudar da, inflexível e conservadora, pois foi concebida

. .

• VOLTANDO AO CASO INTRODUTÓRIO .t>. .

A CASTOR COMÉRCIO E INDÚSTRIA

Isabela convocou a diretoria para tratar da nova estru- empresa em igualdade de condições. O que você su-
tura organizacional da empresa. Sua idéia era definir geriria a Isabela? @

um novo organograma que incluísse todas as áreas da

-------------- -- - --
Introdução à Teoria Geral da Administração' IDALBERTO CHIAVENATO

Figura 4.6. Confronto entre as teorias de Tay/or e de Fayo/.

em uma época de estabilidade e permanência. Em IRe~umo


resumo, a Teoria Clássica tem a sua utilidade no
mundo de hoje, como veremos adiante. Ela é indis-
o pioneiro da Teoria Clássica, Henri Fayol, é consi-
derado - juntamente com Taylor - um dos funda-
pensável na compreensão das bases da moderna ad-
dores da moderna Administração. Definiu as fun-
ministração.
ções básicas da empresa, o conceito de Administra-
ção (prever, organizar, comandar, coordenar e con-
trolar), bem como os chamados princípios gerais de
o especialista em organização, Alberto Goldman,
Administração como procedimentos universais a se-
preparou extenso relatório para a diretoria da Penta
rem aplicados a qualquer tipo de organização ou
Organizações, no qual comenta que existe uma empresa. Para Fayol, há uma proporcionalidade da
abordagem simplificada da organização formal, um função administrativa que se reparte proporcional-
forte racionalismo dentro da empresa e a utilização mente por todos os níveis da empresa.
de conceitos típicos da teoria da máquina, uma A Teoria Clássica formula uma Teoria da Orga-
abordagem incompleta da organização e limitada nização, tendo por base a administração como uma
aos aspectos formais e, sobretudo, uma aborda- ciência. A ênfase na estrutura visualiza a organiza-
gem de sistema fechado. A diretoria leu essas afir- ção como uma disposição das partes (órgãos) que a
mações do relatório e não as entendeu. Como você constituem, sua forma e o inter-relacionarnento en-
poderia explicá-Ias? ~ tre essas partes. Essa teoria da organização restrin-
CAPíTULO 4 • Teoria Clássica da Administração ~ "l5i",

ge-se apenas à organização formal. Para tratar racio- monia do conjunto e, conseqüentemente, a eficiên-
nalmente a organização, esta deve se caracterizar cia da organização. Além disso, existem órgãos de
por uma divisão do trabalho e correspondente espe- linha (autoridade linear) e órgãos de staff (autorida-
cialização das partes (órgãos) que a constituem. A de de staff para prestação de serviços e consultoria).
divisão do trabalho pode ser vertical (níveis de au- Para conceituar a Administração, os autores clássi-
toridade) ou horizontal (departamentalização). À cos utilizam o conceito de elementos da Adminis-
medida que ocorre divisão do trabalho e especiali- tração (ou funções do Administrador), que formam
zação, deve haver coordenação para garantir a har- o processo administrativo .

.• CASO

A GENERAL MOTORS E SUAS OPÇÕES29

Todas as grandes empresas estão sujeitas ao risco evitar preocupações com greves para não prejudicar a
de decisões incorretas. Foi por essa razão que a Ge- produção.
neral Motors (GM) sofreu enormes prejuízos. A re- Todas essas decisões resultaram em menor partici-
cente história da megacorporação inclui uma série pação no mercado (20%), encalhes de veículos nas
de altos e baixos devida a decisões estratégicas ina- concessionárias é perdas de 4,5 bilhões de dólares.
dequadas. O primeiro prejuízo da história da GM Em 1992, a alta direção da GM verificou que as duas di-
ocorreu em 1980 (763 milhões de dólares). Quando o visões de carros criadas em 1984 tinham se transfor-
Japão iniciou a sua estratégia competitiva nos Esta- mado em burocracias rígidas, com administração frágil
dos Unidos, as três maiores montadoras americanas e duplicação de stafts de marketing e engenharia. O co-
(GM, Ford e Chrysler) amargaram mais de 10 bilhões losso americano havia violado o princípio básico dos
de dólares no vermelho. Para reverter a situação, a negócios: em vez de enxugar a organização e aproxi-
GM iniciou uma profunda reorganização interna. Na má-Ia mais do cliente, a GM fez justamente o contrário.
nova estrutura, as divisões Chevrolet-Pontiac-Canadá Logo, os altos custos da organização, a coordenação
passaram a desenvolver, fabricar e comercializar pe- ineficiente, a qualidade precária, a erosão da marca le-
quenos carros, enquanto as divisões Buick-Olds- varam à perda da participação no mercado. Em 1993, o
mobile-Cadillac se concentraram nos carros de porte novo presidente Jack Smith iniciou uma nova reorgani-
grande. Para criar um estilo corporativo único, a GM zação, pois a estrutura estava emperrada. Combinou
passou a desenhar seus carros de maneira que pare- todas as divisões de carros de passageiros em uma
cessem semelhantes, a fim de manter uma identida- única organização norte-americana e juntou as divi-
de da marca. Isso foi ótimo para um Pontiac, mas um sões de administradores e seus sfafts em um único es-
desastre para um Cadillac. Em 1985, a GM comprou a queleto. Foi necessário, mas também insuficiente.
Hughes por 5 bilhões de dólares, mas caiu da 16-ª A GM continua diante de novas encruzilhadas. Os
para a 106-ª posição na lista das empresas mais admi- mercados globais de automóveis estão crescendo e a
radas da Fortune. Em 1987, sua participação no mer- competição se tornando cada vez mais agressiva. As
cado americano de automóveis baixou para 36%, um pessoas estão redefinindo suas necessidades de trans-
declínio de 5%. Em 1989, a GM comprou metade da porte diante do transporte de massa. Os estilos de vida
montadora sueca Saab por 600 milhões de dólares. A estão mudando. As preocupações ambientais estão
idéia era avançar e crescer. Nessa ocasião, em vez afetando a engenharia automotiva e os carros estão uti-
de reduzir a produção, a GM estimulou suas fábricas lizando combustíveis alternativos. A indústria automo-
a produzirem mais, reduziu tabelas de preços para in- bilística está mudando. A alta administração da GM tem
centivar as vendas e negociou um generoso contrato muitas escolhas estratégicas pela frente. A estrutura
de trabalho com o sindicato americano, pois queria organizacional é fundamental nisso tudo. ~
Introdução à Teoria Geral da Administração· IDALBERTO.CHIAVENATO

A abordagem normativa e prescritiva da Teoria 7. Luther Gulick, Papers on the Science of Adminis-

Clássica se fundamenta em princípios gerais de tration, op. cit., p. 3.


8. Luther Gulick, Papers on the Science of Adminis-
Administração, um receituário de como o adminis-
tration, op. cit., p. 15.
trador deve proceder em situações de trabalho.
9. James D. Mooney, The Principies of Organization,
Todavia, as críticas atribuídas à Teoria Clássica -
op. cit., p. 5.
a abordagem simplificada da organização formal, 10. James D. Mooney, The Principies of Organization,
deixando de lado a organização informal; a ausên- op. cit., pp. 6-11.
cia de trabalhos experimentais para dar base cientí- 11. Lyndall F. Urwick (1891-1970), coronel inglês, foi
fica a suas afirmações e princípios; o mecanicismo presidente da Urwick Orr and Partners Ltd., em-
da abordagem que lhe valeu o nome de teoria da presa de consultaria em Administração. Escreveu
máquina; a abordagem incompleta da organização vários livros para sistematizar e divulgar os conhe-
e a visualização da organização como se esta fosse cimentos sobre a Administração, a saber:
- L. Gulick & L. F. Urwick, Papers on the Scien-
um Sistema fechado - são críticas válidas. Contudo,
ce of Administration;
as críticas feitas à Teoria Clássica não empanam o
- L. F. Urwick, The Making of Scientific Mana-
fato de que a ela devemos as bases da moderna teo-
gement. Londres: Pitman, 1945-1950. VoI. 1:
ria administrativa.
"Thirteen Pioneers"; vaI. Il: "Management in

IQuestões British Industry";


Investigatians"; .
voI. III: "The Hawthorne

- E. F. L. Brech & L. F. Urwick, A Short Survey


1. Qual é o negócio da GM? Qual é o aspecto técnico
mais importante? of Industrial.Management, B. L M. Ocasional
2. Qual deveria ser o objetivo mais importante para a Papers, n 1~ Revised, 1962.
reestruturação imediata da companhia? 12. Lyndall F. Urwick, The Elements of Administra-
3. Qual deveria ser a estratégia da GM? tion, op. cit., 1943.
4. Como deveria ser a estrutura organizacional para 13. Lyndall F. Urwick, The Elements of Administra-
atender a essa estratégia? tion, op. cito
5. Quais os fatores a serem considerados na avaliação 14. Beatriz M. de Souza Wahrlich, Uma Análise das
do mercado autamotivo atual? Teorias de Organização, op. cit., pp. 83-94.
15. J.G. March e H. A. Simon, Teoria das Organiza-

IReferências Bibliográficas
ções, op. cit., pp. 42-43.
16. John M. Pfiffner e Franck P. Sherwood, Organização
,
1. Henry Fayol, Administração Industrial e Geral. Administrativa.São Paulo:Bestseller, 1965, p. 73.
São Paulo: Editora Atlas, 1950. 17. John M. Pfiffner e Franck P. Sherwood, Organização
2. Lyndall Urwick, "The Functions of Administration Administrativa, op. cit., p. 60.
with Special Reference to the Work of Henri Fa- 18. Beatriz M. de Souza Wahrlich, Uma Análise das Teo-
yol". In Luther & Lyndall F. Urwick, Papers on the rias de Organização, op. cit., p. 63.
Science of Administration. 19. Beatriz M. de Souza Wahrlich, Uma Análise das Teo-
3. Henri Fayol, Administração Industrial e Geral, op. rias de Organização, op. cit., p. 63.
cit., p. 7. 20. H. A. Simon, Comportamento Administrativo, op. cito
4. Henri Fayol, Administração Industrial e Geral, op. 21. V. Waino W. Suojanen, "Management Theory: Functio-
cit., p. 10. nal and Euolutionary". Academy of Management
5. Henri Fayol, Administração Industrial e Geral, op. Joumal, mar. 1963, vol, VI, p. 7.
cit., 2ªParte, Capo I, pp. 27-55. 22. Harold Koontz, Princípios de Administração, op. cit.,
6. Orlando Behling, "Unification of Management pp.174-188.
Theory: A Pessimistic View" apud Max S. W ort- 23. Maurício Tragtenberg,Ideologia e Burocracia,op. cit., p.
man Jr. e Fred Luthans, Emerging Concepts in Ma- 79.
nagement. Process, Behavioral, Qualitative, and 24. Willian G. Scott, Organization Theory - A Behavioral
Systems. Londres: The Macmillan Co., Collier- Analysis for Management. Homewood, Ill: R D. Irwin,
Macmillan Ltda., 1969, pp. 34-43. 1967, p. 109.
CAPíTULO 4 • Teoria Clássicada Administração:;l,~l,'_ .

25. J. G. Marche H.A. Simon, Teoria das Organizações, vas envolvem: planejamento, organização, direção e
op. cit., p. 46. controle. Em seu conjunto, as funções administrativas
26. John M. priffner, "Que Aconteceu ao POSD- formam o processo administrativo.
CORE?" Revista do Serviço Público, 97 (1), pp. FUNÇÕES BÁSICAS DA EMPRESA para Fayol, toda
86-95, jan./feb./mar. 1965. empresa está dividida em seis funções básicas, a saber:
27. Mcmeck S. Wadia, The Nature and Scope or Mana- técnicas, comerciais, financeiras, de segurança, contá-
gement. Chicago: Scott, Foresman and Co., 1966, beis e administrativas. Modernamente, as funções bá-
p.33. sicas são: produção ou operações, marketing ou co-
28. Maneck S. Wadia, The Nature and Scope or Mana- mercialização, finanças (incluindo contabilidade), re-
gement. Chicago: Scott, Foresman & Co., 1966, p. cursos humanos e administrativas.
33
HIERARQUIA é o conjunto de níveis de autoridade exis-
29. Tony Ortega, "GM: Which Way is Up?". In Samuel
tentes em uma organização formal.
C. Certo, Modern Management: Diversity, Quality,
ORGANIZAÇÃO do ponto de vista de função adminis-
Ethics, and the Global Environment. Boston: Allyn
trativa, constitui o duplo organismo material e social
& Bacon, 1994, p. 151.
da empresa. Do ponto de vista de entidade social,
constitui o conjunto de pessoas que interagem entre si

IGlossário Básico
para alcançar objetivos específicos.
ORGANIZAÇÃO FORMAL é o nome dado à organização
~
I AUTORIDADE significa o direito de dar ordens e esperar oficialmente adotada pela empresa e retratada pelo
obediência. Está relacionada à posição que o adminis- organograma. ,
trador ocupa formalmente na organização. PLANEJAMENTO é a função administrativa que deter-
CADEIA ESCALAR é o mesmo que cadeia de comando. mina antecipadamente os objetivos a alcançar e como
CADEIA DE COMANDO é a linha de autoridade que in- alcançá-Ios. Modernamente, substitui a previsão no
terliga as posições da organização e especifica quem se processo administrativo.
subordina a quem. PREVISÃO para Fayol, é a função administrativa que vi-
COMANDO é o nome dado por Fayol à função de dire- sualiza o futuro e traça o programa de ação. Moderna-
ção. Significa dirigir e orientar o pessoal. mente, a previsão foi substituída pelo planejamento na
CONTROLE é a função administrativa responsável por composição do processo administrativo.
verificar que tudo ocorra de acordo com as regras es- PRINCíPIOS DE ADMINISTRAÇÃO são as regras bási-
tabelecidas e as ordens dadas. cas de conduta do administrador para conduzir a dire-
DIREÇÃO é a função administrativa que interpreta os ção. Constituem a base da ciência da administração.
objetivos e os planos para alcançá-Ios e conduz e ori- Fayol enunciou 14 princípios gerais e universais de ad-
enta as pessoas rumo a eles. ministração.

ELEMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO são as funções que PROCESSO ADMINISTRATIVO é o nome dado ao con-
junto de funções administrativas, envolvendo planeja-
compõem o processo administrativo. Urwick e Gulick
mento, organização, direção e controle.
enunciaram sete elementos da Administração.
RESPONSABILIDADE significa o dever de uma pessoa
FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS são as funções relacio-
de prestar contas a seu superior.
nadas à integração das outras cinco funções (técnicas,
comerciais, financeiras, de segurança, contábeis e ad- TEORIA CLÁSSICA é a corrente administrativa predo-
ministrativas). Para Fayol, as funções administrativas minante na primeira metade do século XX e que enfa-
englobam: prever, organizar, comandar, controlar e tiza a estrutura organizacional e os princípios univer-
coordenar. Modernamente, as funções administrati- sais de administração. Foi iniciada por Henri Fayol.

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