DE CATANDUVA
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Produção é o “chão-de-fábrica”! Pessoas ligadas à produção lidam com problemas de
logística interna e externa, estoque, processos de produção, pesquisa e desenvolvimento
de novos produtos, garantia de qualidade, etc.
É o gerenciamento dos recursos diretos que são necessários para a obtenção dos
produtos e serviços de uma organização. É a gestão do processo de conversão que
transforma insumos, tais como matéria-prima e mão-de-obra em resultados na forma de
produtos acabados e serviços.
Pode ser conceituada ainda, como a administração do sistema de produção de uma
organização, que transforma os insumos nos produtos e serviços da organização.
Sua teoria da Administração está exposta em seu famoso livro “Administração Industrial e
Geral”, publicado em 1916 e, basicamente, está contida na proposição de que toda
empresa pode ser dividida em seis grupos de funções, a saber:
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propriamente, a Administração.
Para deixar claro essa função coordenadora, Fayol assim define o ato de administrar:
1) Prever: visualizar o futuro e traçar o programa de ação.
2) Organizar: constituir o duplo organismo da empresa, material e social.
3) Comandar: dirigir e orientar o pessoal
4) Coordenar: ligar, unir, harmonizar todos os atos e todos os esforços coletivos.
5) Controlar: verificar que tudo ocorra de acordo com as regras estabelecidas e as ordens
dadas.
1) divisão de trabalho;
2) autoridade e responsabilidade;
3) disciplina;
4) unidade de comando;
5) unidade de direção;
6) subordinação dos interesses individuais ao interesse geral;
7) remuneração justa ao pessoal;
8) centralização;
9) linha de autoridade;
10) ordem;
11) equidade;
12) estabilidade do pessoal;
13) iniciativa e;
14) espírito de equipe.
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Vários seguidores de Fayol realizaram estudos relevantes sobre a Teoria da
Administração, destacando-se entre eles:
Para Urwick a divisão do trabalho se processa em duas direções: uma vertical, indicando
os tipos de atividades; e outra horizontal indicando os níveis de autoridade. Também
defendeu o princípio da departamentalização, através da qual se obtém a
homogeneidade, ou seja, a integração da função, do processo, da clientela e da
localização.
Vê-se, pois, que divisão do trabalho é o elemento comum mais importante entre Taylor e
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Fayol, mas enquanto na Administração Científica a divisão do trabalho se processa ao
nível do operário, fragmentando as tarefas, na Administração Clássica a preocupação
com a divisão se opera ao nível dos órgãos que compõem a organização, isto é, os
departamentos, divisões, seções, unidades.
2.1. Os Primórdios
A função produção, entendida como o conjunto de atividades que levam à transformação
de um bem tangível em outro com maior utilidade, acompanha o homem desde sua
origem. Quando polia a pedra a fim de transformá-la em utensílio mais eficaz, o homem
pré-histórico estava executando uma atividade de produção. Nesse primeiro estágio, as
ferramentas e os utensílios eram utilizados exclusivamente por quem os produzia, ou
seja, inexistia o comércio, mesmo que de troca ou escambo.
A partir das invenções da imprensa de tipos (séc. XV) e do tear hidráulico (séc. XVIII),
ficara demonstrada a possibilidade de mecanizar o trabalho e produzir um bem em série.
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Mas foi em 1776, com o desenvolvimento da máquina a vapor por James Watt, que o
homem passou a dispor de um recurso prático para substituir o trabalho humano ou a
tração animal por outro tipo de energia. Uma das atividades rapidamente mecanizada foi
a produção de têxteis.
A partir de então, a velocidade da máquina passava a impor o ritmo da produção e os
locais de trabalho passavam a ser construídos em função das necessidades impostas
pelos equipamentos: era o nascimento das fábricas.
O homem, antes um artesão, passa a ser um operário coadjuvante da máquina. A
produção torna-se padronizada e o número de opções colocadas à disposição do cliente
é limitado. O trabalho é rotineiro e padronizado e o trabalhador perde o contato com o
cliente e com a visão global dos objetivos da empresa. É a divisão do trabalho entre
aqueles que pensam (gerentes, administradores, engenheiros) e aqueles que executam
(operários).
Essa verdadeira revolução na maneira como os produtos eram fabricados trouxe consigo
algumas exigências, como:
Em 1887 a P&L (Penhard e Levassoer) inicia sua produção de automóveis com motor a
gasolina e em 1890 já é a maior produtora. Sua fabricação era totalmente artesanal,
empregando máquinas de uso geral para diversas tarefas em diversos materiais. A força
de trabalho era altamente qualificada em projeto, operação de máquinas, ajuste e
acabamento.
Ford - modelo T
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motor de 2.900 cm3, 17cv, vel max= 55 km/h
• Linha de montagem;
• Posto de trabalho;
• Estoques intermediários;
• Monotonia do trabalho;
• Arranjo físico;
• Balanceamento de linha;
• Produtos em processo;
• Motivação;
• Sindicatos;
• Manutenção preventiva;
• Fluxograma de processos.
Até 1914 era fabricado em diversas cores, mas a partir de 1915 (com o objetivo de cortar
custos) passou a ser fabricado somente na cor preta (perdurou até 1927)
Foi perguntado para Ford o que é um fracasso, e ele respondeu: "Um fracasso é
apenas a ocasião de começar uma nova tentativa com mais sabedoria".
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Duplicatas de Rouge foram criadas na Inglaterra (modelo Y) e Alemanha (Ford V8).
Nesta época, Ford possuía: fundição de ferro, fábrica de vidros, conformação e corte de
metais em Highland Park; plantação de seringueira no Brasil; minas de ferro em
Minessota; e navios próprios para transporte de minério de ferro e carvão. Na Ford, uma
só pessoa organizava o empreendimento global, o próprio Ford.
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• Assumir responsabilidade: Um privilégio. Quanto mais responsáveis às pessoas,
menos burocracia. O temor de cometer erros é a origem da burocracia e o inimigo
da avaliação.
Assim uma empresa está preparada para sobreviver e prosperar? Certamente, ela
mantém controle rigoroso de seus custos e, também, conhece seu mercado e como pode
atender às necessidades de seus consumidores.
A administração da produção é um todo e muito mais do que as funções já citadas, pois
os funcionários de uma empresa, cada qual tem a responsabilidade de prestar conta em
seu departamento, assim todos estão engajados na administração da produção.
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administrador da produção, pois sua decisão é realizada em todos arcabouços existente
na determinada empresa.
4. Objetivos da Empresa
A função produção é central para a organização porque produz bens e serviços que são
a razão de sua existência, mas não é a única nem, necessariamente, a mais importante.
Todas as organizações possuem outras funções com suas responsabilidades específicas
Embora essas funções tenham sua parte a executar nas atividades da organização, são
(ou devem ser) ligadas com a função produção, por objetivos organizacionais comuns.
Engenharia
/
Suporte
Técnico Marketing
Produção
Recursos
Humanos
Compras
Finanças Figura 4
Recursos Transformados:
Materiais(aço, plástico..), Bens e
serviços
Informações(TI) e Clientes
(pacientes em hospital)
Ambiente
Processo de
Input Transformação Output
Ambiente
Recursos Transformadores: Adaptado de:Slack et al., 1997
Instalações e Funcionários
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Recursos Transformados (Materiais, Informações e Clientes): Aqueles que são tratados,
transformados ou convertidos de alguma forma.
Recursos Transformadores (Instalações e Funcionários): Aqueles que agem sobre os
recursos transformados
Processo de Transformação
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Modelo da Administração da Produção
Objetivos
Estratégicos
Ambiente
Inputs
Recursos a serem Estratégia Estratégia
transformados da Produção Posição
da produção
Competitiva
• Materiais da produção
• Informações
• Consumidores Administração
3
da Produção Bens
Projeto Melhoria
Input e
0 Serviços
1 Output
• Instalações Planejamento
• Pessoal e Controle
Inputs 2
Recursos de
Transformação Ambiente
Referências
[1] http://maxpages.com/elias/A_Escola_Classica gestao7noturno@yahoogrupos.com.br
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Fornecimento de Planejamento e Demanda por
produtos e serviços controle da produtos e serviços
capacidade produtiva
Conciliação da
Recursos da capacidade agregada Consumidores da
operação da produção com sua operação produtiva
demanda agregada
5.1.1. Capacidade
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5.1.2. Restrições de capacidade
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agregados, isto é, toma decisões de capacidade amplas e gerais, mas não se preocupa
com todos os detalhes dos produtos e serviços individualmente oferecidos. O diagrama a
seguir (figura 5.2) exemplifica quatro operações com seus respectivos níveis de
capacidade e demanda.
LOJA VAREJISTA
PRODUTOS DE ALUMÍNIO
Receita mensal
Toneladas por mês
(Ignora variações de gastos, número de
(Ignora os tipos de ligas, as variações de itens e margem bruta dos itens por
espessura e o tamanho dos lotes) transação de cliente)
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o Velocidade de resposta: pode ser melhorada pelo aumento dos estoques;
E ta p a 1 : M e d ir d e m a n d a e a c a p a c id a d e
a g re g a d a s
P re v is ã o d a
E ta p a 3 : E s c o lh e r a s p o lític a s d e c a p a c id a d e dem anda
P ro d u ç ã o m a is a d e q u a d a s
a g re g a d a
E s tim a tiv a d a
c a p a c id a d e a tu a l
Tem po
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o Deve ser expressa em termos úteis para o planejamento e controle de capacidade;
o Ser tão exata quanto possível;
o A previsão deve dar uma indicação da incerteza relativa (erro relativo);
o Sazonalidade da demanda;
o Flutuações semanais e diárias da demanda.
O problema principal com a medição da capacidade é a complexidade da maior parte dos
processos produtivos. Somente quando a produção é altamente padronizada e repetitiva
é fácil definir a capacidade sem ambiguidade. Alguns exemplos:
o Se uma fábrica de televisores produzir somente um modelo básico então a
capacidade semanal pode ser descrita como 2.000 televisores do modelo A;
o Um departamento do governo pode imprimir e postar 500.000 formulários/semana.
Mas nem sempre o processo produtivo é tão simples assim e a definição da capacidade
de produção baseia-se nos insumos - Tabela 5.3.
Tabela - 5.3
Operação Medida de capacidade de Medida de capacidade de
insumos volume de produção
Fábrica de ar-condicionado Horas de máq. disponíveis Número de unidades por
semana
Hospital Leitos disponíveis Número de pacientes
tratados por semana
Teatro Número de assentos Número de clientes
entretidos por semana
Universidade Número de estudantes Estudantes graduados por
ano
Loja de venda no varejo Área de venda Número de itens vendidos
por dia
Companhia aérea Número de assentos Número de passageiros
disponíveis no setor transportados por semana
Companhia de eletricidade Tamanho do gerador MegaWatts-hora de
eletricidade gerada
Cervejaria Volume dos tanques e Litros por semana
fermentação
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Algumas observações acerca da medição da capacidade:
(1) A capacidade depende do mix de atividades: cada empresa ou mesmo setor dentro
da empresa possui uma gama bastante extensa de atividades/produtos a serem
dimensionadas. Por exemplo, para medir a capacidade de produção de um hospital é
necessário calcular a quantidade e o tipo de serviços a serem prestados por unidade
de tempo. Outro exemplo segue:
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1 Mudanças de produtos 20 h
2 Manutenção preventiva regular 16 h
3 Nenhum trabalho programado 8h
4 Amostragens de qualidade 8h
5 Tempos de troca de turnos 7h
6 Paradas para manutenção 18 h
7 Investigações de falhas de qualidade 20 h
8 Falta de estoque de material para cobertura 8h
9 Faltas de pessoal 6h
10 Espera pelos rolos de papel 6h
Temos assim:
Capacidade do projeto = 168 horas por semana
A Capacidade efetiva (hs) = 168 – 59 = 109 (essas 59 horas correspondem as 5
primeiras categorias de produção perdida).
Horas de produção real = 168 – 59 – 58 = 51 (essas 58 horas correspondem as 5
últimas categorias de produção perdida que podem ser evitadas).
Assim, obtemos os índices de :
volume de produção 51
Utilização = = = 0, 304
capacidade de projeto 168
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Exemplo: Se uma máquina opera 80 ciclos por minuto, mas possui uma velocidade
projetada de 100 ciclos/min.a sua taxa de atravessamento é de 80%. Da mesma forma,
se produz 90 peças boas de um total de 100 fabricadas, possui uma taxa de qualidade de
90%. Se planejamos fazer rodar o equipamento por 8 horas, mas ele para 2 horas
(quebrado), sua disponibilidade é de 75%. Nesse caso, a eficácia geral de equipamento
de 0,9 × 0,8 × 0, 75 = 0,54 ou 54%
(4) Utilização como medida de capacidade: Para muitos negócios, a utilização é usada
como uma das medidas-chaves do desempenho de produção. Muitas organizações
exigem altos níveis de utilização antes de autorizar o investimento em capacidade
adicional.
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Há duas abordagens principais para o carregamento de máquinas: Carregamento Finito e
Carregamento Infinito.
O carregamento infinito é uma abordagem que não limita a aceitação do trabalho, mas,
em vez disso, tenta corresponder a ele.
O carregamento infinito é relevante para operações em que:
o não é possível limitar o carregamento. Por ex, um departamento de acidentes e
emergências em um hospital não pode recusar chegadas que precisam de
atenção;
o não é necessário limitar o carregamento. Por ex, quiosques de fast-food são
projetados para flexibilizar a capacidade para cima e para baixo, para
corresponder às taxas variáveis de chegada de consumidores.
5.6. Programação
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Programa são declarações de volume e horários (ou datas) familiares em muitos
ambientes.
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5.7. Regra de Johnson
A regra de Johnson aplica-se ao sequenciamento de n trabalhos por meio de dois
centros de trabalho
A figura à seguir ilustra o uso da regra. Neste exemplo, um impressor tem que
imprimir e encadernar seis trabalhos. Os tempos para processar cada trabalho estão
definidos. A regra é simples:
Exemplo
Exemplo dede aplicaç
aplicação
aplicação
da
da Regra
Regra de
de Johnson
Johnson
Impres-
B E F C A D
-são
Encader-
B E F C A D
-nação
minutos
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Exercícios de fixação
1. Dados os dados abaixo, realizar a programação pela regra de Johnson, definindo
o tempo de montagem total e o tempo de ociosidade.
a)
Pos. Item Fabricação Montagem
A 50 55
B 70 40
C 30 40
D 45 35
E 80 20
F 15 20
b)
Item Fabricação Montagem
A 20 55
B 50 40
C 30 40
D 45 35
E 60 20
F 15 20
c)
Item Fabricação Montagem
A 10 5
B 20 15
C 10 10
D 35 30
E 25 20
F 30 25
G 15 35
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d)
Item Fabricação Montagem
A 35 40
B 45 35
C 50 45
D 60 45
E 45 40
F 45 50
G 40 35
e)
Item Fabricação Montagem
A 10 15
B 20 5
C 5 10
D 15 25
E 20 15
F 10 5
G 30 20
H 25 20
f)
Item Fabricação Montagem
A 30 5
B 20 40
C 35 45
D 40 20
E 28 30
F 37 42
G 60 20
H 10 30
Referências Bibliográficas
[1] SLACK, Nigel et al., Administração da Produção, Ed. Atlas, São Paulo – 1998
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Parte II: Sistemas de Processos e Arranjos físicos
1. Análise do processo
A análise do processo utilizado para a realização de um trabalho pode ser feita para uma
operação já existente ou para uma operação nova, ainda a ser implantada. Tanto é
possível melhorar uma atividade que vem sendo realizada como projetar uma nova, com
mais eficiência.
É possível afirmar, seguramente, que não existe processo que não possa ser melhorado.
Um grande número de empresas brasileiras aprendeu, ou vem aprendendo a duras
penas, a dar mais atenção à análise de processos de trabalho. Nas últimas décadas, não
mais amparadas por políticas governamentais protecionistas, foram obrigadas a melhorar
sua produtividade. Não é raro encontrar relatos de empresas que obtiveram reduções de
custo de até 30%, apenas por meio da revisão de seus processos produtivos. A análise
de um processo de trabalho deve seguir uma sequência lógica de ações, conforme
ilustrado na Figura 1.
Passo 1:
Selecionar o
Passo 6: processo Passo 2:
Controlar o novo Registrar como é
processo feito
O diagrama da Figura 1 deve ser utilizado de maneira cíclica, o mesmo processo, após
atingir o sexto passo, pode ser reiniciado, sempre haverá melhoria contínua. A seguir,
são apresentadas em detalhes as ações utilizadas na análise de processos de trabalho.
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1.1. Desenvolvimento:
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Se possível fosse perguntar a algum deles porque eles batiam em quem tentasse subir a
escada, com certeza a resposta seria: "Não sei, mas as coisas sempre foram assim por
aqui".
Fonte: autor desconhecido.
Uma regra muito simples para se decidir que processo analisar primeiro é começar pelo
processo mais fácil e de maior retorno. Assim, a vitória na mudança do primeiro processo
servirá como motivação e aprendizado para ser estendida, naturalmente, aos processos
restantes que possam ser aprimorados.
Processos mais difíceis e de pouco retorno devem ficar para o final. Às vezes, o custo da
mudança ou desgaste em alterá-los não se justifica. Dentre os processos com potencial
de maior retorno na sua alteração estão aqueles que representam gargalos, processos
que frequentemente param por alguma razão, processos com muitas operações ou
intensivos em mão-de-obra, processos com excesso de retrabalho, processos com
problemas da qualidade e processos dispendiosos.
Não é difícil para o profissional de produção distinguir estes processos dos demais.
2-Registrar como é feito: as empresas brasileiras não têm o hábito de escrever como as
coisas são feitas. Em outras palavras, não têm o hábito de registrar seus procedimentos.
É raro encontrar algum processo deficiente, objeto de um estudo de melhoria, que esteja
documentado. O simples fato de se escrever um procedimento já faz com que ele seja
analisado e questionado.
Como o hábito de escrever procedimentos é pouco difundido, também é pequena a
frequência da sua análise e revisão. Para processos industriais, a forma de registro mais
comumente usada é, sem dúvida, o fluxograma.
Pode parecer estranho registrar um processo que será mudado. Por que dedicar tempo e
esforço a algo que será alterado? Não é aconselhável sair mudando um processo de
qualquer maneira. Mesmo que algumas melhorias possam parecer óbvias, registrar o
método atual é uma excelente ferramenta de análise, além do mais, vai permitir a
comparação entre o antes e o depois.
Por que as empresas brasileiras não costumam registrar procedimentos? Além da falta
de costume na área de produção, a cobrança dos níveis superiores se dá principalmente
em outros sentidos. A predominância de cultura e comando nas organizações brasileiras
é da área comercial. É natural que outros tipos de cobranças sejam feitos à área de
produção, cujo foco não está ligado a questões inerentes à própria operação produtiva.
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Assim, a existência de procedimentos operacionais de produção bem documentados,
embora importantes para a eficiência e eficácia da operação, muitas vezes não é
enfatizada pela alta administração. A preocupação com a documentação dos processos
produtivos acaba se restringindo aos gestores de produção, preocupados com o bom
desempenho da área.
4- Registrar como deve ser feito: é natural que o novo método desenvolvido a partir
das críticas ao modelo estudado deva ser registrado e documentado.
Os registros do antes e do depois permitem comparar as economias obtidas no trabalho.
Se não for feito esse registro, toda economia obtida em um processo pode ser
imediatamente consumida por outro desperdício. O gestor da produção precisa exigir o
resultado das economias alcançadas. É muito comum reduzir o tempo de trabalho, sem
redução na folha de pagamento ou sem aumento da produção. Neste caso há aumento
de produtividade? Se sobrar mais tempo ao trabalhador, o que ele está fazendo deste
tempo? A qualidade melhorou? De que forma? Quanto se economizou em retrabalho?
Estas ações devem servir para demonstrar ao conselho diretivo que a área de produção
está fazendo sua parte da estratégia competitiva.
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emprestados em alguma região próxima ao Triângulo das Bermudas. Brincadeiras à
parte, o resultado final de melhorias contínuas custa a aparecer.
Por um lado, existe uma tendência natural de compensação, em que novos desperdícios
tomam lugar dos que foram eliminados. Por outro lado, os empresários brasileiros estão
acostumados à nossa economia de ganhos elevados e rápidos e custam a sentir ou dar
valor às pequenas melhorias trazidas pela revisão constante dos processos.
Tais indicadores devem ser levantados na fase anterior (registro de como deve ser feito).
Outra dificuldade pode advir da resistência natural que as pessoas têm às mudanças. A
própria cultura da empresa é um fator a ser considerado. Existem empresas com pouca
ou nenhuma restrição às mudanças e existem empresas altamente resistentes a elas.
Nesta fase, o trabalho do gestor é assegurar que o novo procedimento, cuja viabilidade
foi estabelecida na etapa anterior, vai ser seguido. Não é raro que o responsável “vire as
costas” e o processo volte a ser feito da forma anterior, desperdiçando todo o esforço
realizado na análise para a proposição da mudança.
Por isso, sugere-se que o responsável pela implementação de uma mudança leve em
consideração os possíveis focos de resistência, com o objetivo de eliminá-los ou
neutralizá-los. Uma maneira de se preparar antecipadamente para o enfrentamento da
resistência é detectando suas possíveis origens, o que pode ser feito, preenchendo-se o
Quadro 1
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Quadro 1: Levantamento de opositores e aliados a um processo de mudança – Adaptado
de [2]
Itens Nome:
1. Vantagem [ ] nenhuma; [ ] Deixa acontecer; [ ] Ajuda à acontecer; [ ] Faz
percebida por acontecer
ele Complemento:
6- Controlar o novo processo: controlar o novo processo significa ver se ele atendeu às
expectativas, se a economias planejadas estão acontecendo e verificar se o processo
pode ainda ser melhorado dentro da filosofia de melhoria contínua. Na verdade, como
ilustrado na Figura 1, o processo de análise e aprimoramento deve ser contínuo. É a
prática da própria definição de administração: planejar, organizar, liderar e controlar o
trabalho das pessoas da organização
e utilizar, da melhor forma possível, os recursos disponíveis a fim de realizar os objetivos
estabelecidos.
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1.2. Fluxogramas
Fluxogramas são formas de representar, por meio de símbolos gráficos, a sequência dos
passos de um trabalho para facilitar sua análise. Um fluxograma é um recurso visual
utilizado pelos gerentes de produção para analisar sistemas produtivos, buscando
identificar oportunidades de melhorar a eficiência dos processos.
Talvez possa ser esclarecedor fazer uma analogia de um fluxograma com um gráfico que
sintetiza as informações contidas em uma tabela de dados. Conferir números e
tendências apresentados em uma tabela qualquer demanda certo trabalho e tempo. A
visualização do que esta acontecendo não é facilmente observada diretamente na tabela
de dados.
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Sem dúvida, o fluxograma apresenta de forma mais simples e visível o processo utilizado
para a realização de qualquer tarefa. Quase que invariavelmente são utilizados
fluxogramas nos registros de processos industriais.
Os símbolos utilizados para processos industriais são, em geral, mais simples que os
utilizados no exemplo do fluxograma acima. Normalmente são utilizados apenas seis
símbolos e com a utilização de atividades combinadas.
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Exemplo: Um grande fabricante de toldos por encomenda possui um setor exclusivo para
a fabricação de alguns componentes utilizados nos toldos.
Um analista de processos acompanhou e anotou o seguinte processo realizado pelos
funcionários deste setor de componentes para a produção de uma roldana plástica. O
processo consiste em tornear a roda da roldana.
c. Elaborar o quadro resumo das atividades descritas na fabricação, mas com rejeição de
uma roldana;
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b. Quadro resumo sem rejeição
Atividades Total
Itens Quantidade 9 3 4 0 1 17
% 52,9% 17,6% 23,5% 0% 5,9% 100%
Tempos Valor(min) 26 13 10 0 3 52
% 50% 25% 19,2% 0% 5,8% 100%
Itens Quantidade 13 4 6 0 1 24
% 54,2% 16,7% 25,0% 0% 4,2% 100%
Tempos Valor(min) 41 21 16 0 3 81
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Resposta: É fácil levantar um índice indicador de aproveitamento do processo. Basta
medir o percentual produtivo do processo, dividindo o tempo em que existe agregação de
valor ao produto pelo tempo total gasto no processo.
P. A
M.P
2. Fluxograma setorial
M.P
P. A
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3. Fluxograma de linhas de montagem
M.P
M.P
P. A
Torno
Montagem
P. A
M.P
Prensa Pintura
Em uma confecção de camisas de mangas curtas, o tecido é cortado para a costa, frente,
as mangas, o bolso e o colarinho, e essas peças são separadas para a montagem da
camisa. Depois do corte, a frente da camisa é enviada ao setor que abre as casas para
os botões em um lado e coloca os botões no outro. Após essa operação, a frente e as
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mangas vão para a costura, que monta as peças. As camisas costuradas são colocadas
em caixas e enviadas à montagem do bolso e do colarinho (que já vem pronto).
As camisas prontas vão para o setor de acabamento e embalagem, onde são passadas e
embaladas em caixas individuais, seguindo para o depósito de produtos acabados. Os
transportes são manuais, e há diversas inspeções no processo.
A representação do fluxo de processo de fabricação é a seguinte:
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São cartas que descrevem processos por símbolos indicativos das atividades realizadas,
como num fluxograma. A indicação das distâncias percorridas entre atividades e os
tempos de demora entre elas ajudam a análise e completam as informações dos
diagramas de fluxo.
Carta de Processos
Processo: Usinagem 33/40 Objetivo: melhoramento do fluxo
( ) Novo ( X ) Proposto Analista: Honório José
Nº Descrição da atividade Tempo Tipo de atividade Distância [m]
[min]
1 Armazenamento dos 60,0
componentes
2 Movimentação para o posto 2,5
de trabalho1
3 Operação no posto de 3,2
trabalho 1
4 Movimentação para a 1,5
máquina 1
5 Operação na máquina 1 3,1
6 Movimentação para o posto 1,5
de trabalho2
7 Operação no posto de 3,1
trabalho 2
8 Movimentação para o posto 1,5
de trabalho3
9 Operação no posto de 3,0
trabalho 3
10 Movimentação para o teste 3,0
de pressão
11 Teste de pressão 3,4
12 Movimentação para a 4,0
embalagem
13 Embalagem 1,0
Total 73,7 14,0
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Exemplo de Carta de Processo [1]-adaptado
Empresa: Novo Carta de Processos
( )
Produto: Êmbolo Propos Centro de Usinagem Analista:
Referência: 426P-57 to ( ) Pedro Antonio
Nº Descrição da Tempo Tempo Tipo de atividade Dist. Tem Tem
atividade de de [m] po po
oper. Transp de de
[min] [min] insp. espe
[min] ra
[min]
1 Retirada de
material
7 Operação na 3,1
Máquina 1
14 Verificar 3,4
conformidade de
fabr.
15 Enviar para 1,2 5,0
armazém
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16 Embalagem 1,0
17 Armazenagem
Total 13,4 9,0 47,5 3,4 14,0
2. Estudo do Fluxo
ZIG-ZAG
1 4 5 8
Aplicável quando a linha de produção
é maior que a permitida pela área física
da fábrica.
2 3 6 7
Forma de U
1 2 3 4
Aplicável quando se deseja que o
produto final termine em local
vizinho à entrada.
8 7 6 5
CIRCULAR
2 3
Aplicável quando se deseja
retornar um produto
1 4 de origem.
6 5
Figura 5
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Os tipos de fluxo podem ser agrupados em quatro níveis :
- no nível geral de edifícios
No nível geral de edifícios onde estuda-se o fluxo geral da fábrica de maneira que
seus diversos fluxos se relacionem bem entre si e com o meio externo, obtendo-se como
resposta a localização dos edifícios.
Deve-se procurar :
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2.3. Estudo do Fluxo para Nível de Seções de Trabalho
A análise do fluxo de materiais consiste na determinação da melhor
sequência de movimentação dos materiais através das etapas exigidas pelo processo e a
determinação da intensidade desses movimentos. O fluxo deve permitir que o material se
movimentasse progressivamente durante o processo, sem retornos, desvios,
cruzamentos, etc.
O estudo do fluxo interno pode ser elaborado da seguinte forma :
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Inspeção ( ):uma inspeção ocorre quando um objeto é examinado para
identificação ou é verificado quanto a qualidade ou quantidade de qualquer de
suas características. Exemplo: identificar as peças recebidas no depósito antes
de armazená-las; verificar, no recebimento, se a quantidade estipulada está
correta; medição do diâmetro de uma peça.
Exemplo :
Cortar
Pintar
De Para A B C D E
A ////// 17 - 30 10
B 13 ////// 20 - 20
C - 10 ////// - 70
D 30 - - ////// 30
E 10 10 10 10 //////
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De: A B C D E
Para
A ////// 3 3 3 3
B 4 ////// 4 4 4
C 1 1 ////// 1 1
D 5 5 5 ////// 5
E 2 2 2 2 //////
De Para A B C D E
A ////// 30 - 60 20
B ////// 30 - 30
C ////// - 80
D ////// 40
E //////
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Existindo uma diferença de custos de movimentação entre os centros de trabalho, onde o
valor
(na exemplificação) é alocado nas respectivas interseções, teremos a seguinte
combinação:
d) Custo unitário X distância percorrida
De: A B C D E
Para
A ////// 2 2 2 2
B 3 ////// 3 3 3
C 2 2 ////// 2 2
D 10 10 10 ////// 10
E 2 2 2 2 //////
e) Custo diário X distância percorrida (quando o sentido de deslocamento possui custo
diferenciado)
De: A B C D E
Para
A ////// 34 60 20
B 39 ////// 60 60
C 20 ////// 140
D 300 ////// 300
E 20 20 20 20 //////
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f) Consolidação do custo, se a direção não for relevante:
De: A B C D E
Para
A ////// 73 360 40
B ////// 80 80
C ////// 160
D ////// 320
E //////
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