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Prática – Dimensão fracionária

Introdução – De uma forma simplificada, na geometria Euclidiana, o tamanho de um objeto


é proporcional a um comprimento elevado a um número inteiro, chamado dimensão.

Figura 1 - Objetos básicos presentes na geometria Euclidiana.

Podemos tomar como exemplo os objetos apresentados na Figura 1, onde:

Linha: comprimento = l1 Plano: área = l2 Sólido: volume = l3

Logo, para um objeto que obedeça a geometria Euclidiana pode-se dizer que tamanho  ln , com
n inteiro. No entanto, para objetos de forma irregular (o perfil do litoral num mapa, etc) é
possível obter valores de n fracionários, como foi descoberto pelo matemático francês Benoit
Mandelbrot (MANDELBROT, 1982), que deu o nome de geometria fractal a estes sistemas. É
neste contexto que esta prática se insere. Aqui, partiremos de objetos essencialmente
bidimensionais, formaremos objetos de dimensão superior e utilizando técnicas de análise de
dados determinaremos a sua dimensionalidade. Para isto, faremos uso do conceito de
densidade superficial de massa
𝑚
𝜎= (1)
𝐴

onde m é a massa contida numa superfície de área A. Logo é possível perceber que 𝑚 ∝ 𝐴 ∝ 𝑙 𝑛 ,
com n = 2 neste caso. Da mesma forma, para um objeto tridimensional temos uma relação
semelhante, ou seja 𝑚 ∝ 𝑉 ∝ 𝑙 𝑛 , com n = 3 e V sendo o volume do objeto. Para um objeto
bidimensional amassado é, portanto, de se esperar que o valor de n seja diferente de 2 e de 3.
A dimensão deste novo objeto deverá ser encontrada neste trabalho.

Objetivo – Determinar a dimensionalidade de um objeto formado a partir de um outro objeto


bidimensional

Material utilizado:
• Papel de gramatura conhecida (sulfite, papel alumínio, papel manteiga, etc);
• Uma régua milimetrada (ou trena);
• Computador;
• Software SciDavis.
Caso use materiais diferentes dos sugeridos aqui, descreva-os na apresentação dos seus
resultados.

Procedimento experimental
1. Usando papel de gramatura conhecida, corte pedaços quadrados de lado conhecido, l,
Tabela 1. A gramatura é basicamente a densidade superficial de massa de uma folha de
papel. Por exemplo, o papel sulfite pode ter uma gramatura de 75 g/m 2. Ela
normalmente é encontrada na embalagem das folhas.
2. Calcule o valor da área de cada quadrado. Utilizando o valor da gramatura e da área do
papel, calcule a massa de cada quadrado. Em cada caso, não esqueça de calcular as
incertezas.
3. Amasse cada quadrado de papel até formar uma esfera com o menor diâmetro possível.
Meça, ao menos 3 vezes, o diâmetro da bola formada (em diferentes posições) e calcule
o diâmetro médio.
Lado, l l m (g) m (g) D1 (cm) D2 (cm) D3 (cm) Dmédio D
(cm) (cm) (cm) (cm)
1
5
10
15
20

Tabela 1 – Tabela exemplo de tomada de dados contendo: o valor do lado do quadrado, l, a massa calculada de
cada quadrado, m, e o diâmetro da bolinha formada após amassar o quadrado de papel. Todas as grandezas devem
ser anotadas com sua respectiva incerteza total (a quantidade de pontos usados devem ser maior que o
representado na tabela)

4. Construa um gráfico de m  D.
5. Pelo exposto na Introdução deste trabalho, podemos supor que a massa m obedece à
relação 𝑚 = 𝑘𝐷 𝑛 , onde k e n são constantes. Aplique seus conhecimentos para
linearizar esta equação e à partir dela linearize os dados experimentais. Determine o
valor de n. Para isto, trace um novo gráfico para os dados linearizados e, finalmente,
faça o ajuste linear (regressão linear) dos mesmos (Dica: use o SciDavis). Compare o
valor de n com o resultado esperado para objetos 2D e 3D.
6. Se possível, utilize papéis com diferentes gramaturas.

Obs. 1: Sempre descreva sua resposta na forma 𝑓 = (𝑓𝑚é𝑑𝑖𝑜 ± ∆𝑓) unidade.


Obs. 2: Releia atentamente o roteiro e verifique se entendeu tudo o que foi pedido

Discussão – Como você modificaria o experimento para deixar mais claras as suas respostas?

Referências
MANDELBROT, B. The Fractal Geometry of Nature. New York: Times Books, 1982.

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