Você está na página 1de 25

Aula 04

Direito Processual Penal p/ TJ-PE (Técnico Jud - Áreas Judiciária e Administrativa) -


Com videoaulas

Professores: Renan Araujo, Ricardo Schettini


!∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− / %01(∃ 234567
%8).∀)& 0+!∀)∀9#∀& / 9#∃,∗ 0+!∀)∀9#∀, ∃ ,!:∀.∀∗%#,%∀;,
%<=>?≅ < <Α<>ΒΧΒ?=∆ Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆
(>=Ιϑ #<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= / ,ΚΜ≅ 4Ν
1. PROCESSO E JULGAMENTO DOS CRIMES DE
RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

1.1. Introdução
Este procedimento é o previsto pelo CPP para a apuração dos crimes
praticados por funcionário público contra a administração pública. Tratam-
se dos crimes funcionais.
Os crimes funcionais podem ser:
• Próprios – Quando a conduta somente é ilícita penalmente
quando praticada pelo funcionário público contra a
administração pública. Exemplo: Prevaricação, abandono de
função, etc..
• Impróprios – Quando a conduta também é punida quando
praticada por um particular, modificando-se, apenas, a
tipificação legal. Exemplo: O crime de peculato-furto é um
crime funcional. No entanto, se um particular praticar a mesma
conduta, embora não se tenha o mesmo crime, a conduta
permanece penalmente ilícita, sendo considerada furto simples.

Qual dos crimes funcionais é apurado por este procedimento?


Ambos, a distinção é meramente acadêmica, não tendo reflexos na
definição do rito a ser adotado.
Ressalto a vocês que se o crime for praticado por funcionário público
contra particular, ou praticado por particular contra a administração
pública, ou ainda, se se tratar de crime contra a administração da Justiça,
não deverá ser seguido este rito especial.
CUIDADO! Não confundam crimes funcionais próprios e impróprios
(ambos exigem a condição de funcionário público) com crimes
funcionais típicos e atípicos.
Qual é a diferença?
Os crimes funcionais típicos são aqueles nos quais o tipo penal EXIGE
que a conduta seja praticada por funcionário público. Os crimes
funcionais atípicos são aqueles em que o tipo penal não exige qualquer
qualidade do sujeito ativo, podendo ser praticado por qualquer pessoa,
inclusive por funcionários públicos no exercício de suas funções.
Ex.: Crime funcional TÍPICO: Art. 319 do CP, crime de prevaricação. O
tipo penal EXIGE a condição de funcionário público.
Ex. II: Crime funcional ATÍPICO: É o crime praticado por funcionário
público em razão de suas funções, mas que poderia ter sido praticado por
um particular. Ex: Art. 90 da Lei de Licitações. Vejamos:
Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro
expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 2 () 23


!∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− / %01(∃ 234567
%8).∀)& 0+!∀)∀9#∀& / 9#∃,∗ 0+!∀)∀9#∀, ∃ ,!:∀.∀∗%#,%∀;,
%<=>?≅ < <Α<>ΒΧΒ?=∆ Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆
(>=Ιϑ #<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= / ,ΚΜ≅ 4Ν
de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do
objeto da licitação:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Essa conduta pode ser praticada por qualquer pessoa, INCLUSIVE, mas
não necessariamente, por um funcionário público no exercício das
funções. Neste caso, teríamos um crime funcional ATÍPICO.
O STF possui entendimento no sentido de que somente os crimes
funcionais TÍPICOS (sejam eles próprios ou impróprios) devem
seguir este rito especial previsto no art. 514 e seguintes do CPP.

Em resumo, este rito será aplicável aos crimes previstos nos


arts. 312 a 326 do CP e nos crimes previstos no art. 3° da Lei
8.137/90 (Lei de Crimes contra a Ordem Tributária).
O rito irá variar conforme a natureza do crime. Se estivermos diante
de um crime funcional inafiançável, teremos um rito. Porém, se
estivermos diante de um crime afiançável, teremos outro rito.

1.2. Procedimento para os crimes inafiançáveis


Em se tratando de crimes funcionais inafiançáveis, o rito
previsto é praticamente idêntico ao rito comum ordinário, com a
única diferença de que a queixa ou a denúncia com documento ou
justificação que faça presumir a existência do crime ou “declaração
fundamentada da impossibilidade de apresentação destas provas”. Nos
termos do art. 513 do CPP:
Art. 513. Os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo
processo e julgamento competirão aos juízes de direito, a queixa ou a
denúncia será instruída com documentos ou justificação que façam presumir
a existência do delito ou com declaração fundamentada da impossibilidade de
apresentação de qualquer dessas provas.

Após isto, segue-se o mesmo rito do procedimento comum ordinário,


sem diferenças.

1.3. Procedimento para os crimes afiançáveis


Aqui sim há diferenças substanciais. Devemos, primeiro, conciliar as
disposições dos arts. 514 a 516 com as disposições dos arts. 395 a 398
do CPP.
O art. 394, § 4° do CPP diz:
Art. 394. O procedimento será comum ou especial. ∗+)(∋,−. (∋(∋ /)0∋ 1)% &2
3345367 () 899:;4
(...)

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 4 () 23


!∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− / %01(∃ 234567
%8).∀)& 0+!∀)∀9#∀& / 9#∃,∗ 0+!∀)∀9#∀, ∃ ,!:∀.∀∗%#,%∀;,
%<=>?≅ < <Α<>ΒΧΒ?=∆ Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆
(>=Ιϑ #<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= / ,ΚΜ≅ 4Ν
§ 4o As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os
procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste
Código. ∗<&=0>?(. /)0∋ 1)% &2 3345367 () 899:;4

Mas em que consistem as disposições dos arts. 395 a 398 do


CPP? Estas disposições cuidam dos primeiros passos do rito comum
ordinário, referentes ao recebimento da denúncia ou queixa, prazo para
resposta, etc. Vejamos:
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada pela
Lei nº 11.719, de 2008).
I - for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal;
ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. (Incluído pela Lei nº
11.719, de 2008).
Parágrafo único. (Revogado). (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou
queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a
citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10
(dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa
começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do
defensor constituído. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o
que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar
as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo
sua intimação, quando necessário. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 1o A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112
deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não
constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe
vista dos autos por 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste
Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; (Incluído
pela Lei nº 11.719, de 2008).
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente,
salvo inimputabilidade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou (Incluído pela
Lei nº 11.719, de 2008).
IV - extinta a punibilidade do agente. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

O art. 398 foi revogado, ficando prejudicada a redação do § 4° do


art. 394.
Perceba, caro aluno, que o § 4° determinou a aplicação destas regras
a todo e qualquer procedimento especial previsto no CPP. No entanto, os

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 3 () 23


!∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− / %01(∃ 234567
%8).∀)& 0+!∀)∀9#∀& / 9#∃,∗ 0+!∀)∀9#∀, ∃ ,!:∀.∀∗%#,%∀;,
%<=>?≅ < <Α<>ΒΧΒ?=∆ Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆
(>=Ιϑ #<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= / ,ΚΜ≅ 4Ν
arts. 514 a 516 estabelecem um regramento APARENTEMENTE
conflitante. Observe:
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida
forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para
responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.
Parágrafo único. Se não for conhecida a residência do acusado, ou este se
achar fora da jurisdição do juiz, ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá
apresentar a resposta preliminar.
Art. 515. No caso previsto no artigo anterior, durante o prazo concedido para
a resposta, os autos permanecerão em cartório, onde poderão ser
examinados pelo acusado ou por seu defensor.
Parágrafo único. A resposta poderá ser instruída com documentos e
justificações.
Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado,
se convencido, pela resposta do acusado ou do seu defensor, da inexistência
do crime ou da improcedência da ação.
Há, portanto, um conflito de leis? Não, não há, meu caro aluno. A
Doutrina tratou de conciliar estes dois regramentos, nos termos que
passarei a seguir.
Como o art. 396 estabelece um momento para a defesa (após o
recebimento da denúncia), e o art. 514 estabelece outro momento
para a defesa, anterior ao recebimento da denúncia, a solução lógica e
óbvia encontrada foi entender que, nestes procedimentos, o acusado
terá dois momentos distintos para exercer sua defesa.
O primeiro momento é antes do recebimento da denúncia, nos
termos do art. 514 do CPP. Após a apresentação desta resposta, o
Juiz decide se recebe ou não a ação penal. Recebendo a ação penal,
deverá citar o réu para que apresente sua Resposta à acusação, nos
termos do art. 396 do CPP.
Assim, podemos estabelecer o seguinte rito:
1) O acusador oferece a denúncia ou queixa – A ação penal
oferecida deve estar de acordo com os preceitos do art. 41 do CPP, e
deve, ainda (à semelhança do que ocorre nos crimes inafiançáveis),
trazer documento ou justificação que faça presumir a existência do crime,
ou prova da impossibilidade de fazer prova disso (art. 513 do CPP). A
acusação poderá arrolar até oito testemunhas, por simetria ao rito
comum ordinário, nos termos do art. 394, § 5° do CPP:
2) A ação penal é autuada e o acusado notificado para
apresentar resposta preliminar, NO PRAZO DE 15 DIAS (art. 514
do CPP) – Caso não estejamos diante de hipótese de rejeição liminar da
ação penal por inépcia (art. 395 do CPP), o Juiz mandará autuar a ação
penal e notificar o réu (funcionário público), para que ofereça sua defesa
preliminar, no prazo de 15 dias. O CPP prevê que se o nomeado não tiver
residência conhecida ou residir em comarca diversa da de atuação do
Juiz, deverá ser-lhe nomeado curador. Nos termos do § único do art. 514
do CPP:

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 5 () 23


!∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− / %01(∃ 234567
%8).∀)& 0+!∀)∀9#∀& / 9#∃,∗ 0+!∀)∀9#∀, ∃ ,!:∀.∀∗%#,%∀;,
%<=>?≅ < <Α<>ΒΧΒ?=∆ Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆
(>=Ιϑ #<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= / ,ΚΜ≅ 4Ν
Parágrafo único. Se não for conhecida a residência do acusado, ou este se
achar fora da jurisdição do juiz, ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá
apresentar a resposta preliminar.

Boa parte da Doutrina critica isto, ao argumento de que esse


dispositivo viola o princípio da ampla defesa, pois não há nenhum
obstáculo para que seja notificado o acusado mediante carta precatória.
Durante o prazo para a apresentação da resposta, os autos
permanecem em cartório, podendo ser examinados pelo acusado e por
seu defensor (art. 515 do CPP).

3) O funcionário público apresenta a resposta preliminar (ou


não) – Apresentada a resposta (que pode ser instruída com documentos
e justificações, nos termos do § único do art. 515 do CPP) o Juiz, agora,
deve deliberar acerca do recebimento ou não da denúncia. Se o
Juiz verificar que: a) está presente uma das hipóteses do art. 395 do CPP
não percebidas antes de mandar notificar o acusado ou b) em razão das
alegações do acusado, entender que não houve crime ou que a ação é
improcedente, deverá REJEITAR A DENÚNCIA OU QUEIXA, nos termos
do art. 516 c/c art. 395 do CPP;
Porém, se o Juiz entender que a ação penal não é inepta, e
entender que as razões do acusado (apresentadas na defesa preliminar)
não o convencem da inexistência do crime ou da improcedência da ação,
DEVERÁ RECEBER A DENÚNCIA OU QUEIXA, mandando citar o réu,
para que em 10 dias apresente RESPOSTA À ACUSAÇÃO, nos termos
do art. 396 do CPP:
Art. 517. Recebida a denúncia ou a queixa, será o acusado citado, na forma
estabelecida no Capítulo I do Título X do Livro I.
(...)
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou
queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a
citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10
(dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

CUIDADO! Vejam que há uma diferença crucial entre uma defesa e


outra: O prazo para a defesa preliminar (antes do recebimento da
denúncia) é de 15 dias. O prazo para apresentação da resposta à
acusação é de 10 dias!

4) A partir daqui, o procedimento segue nos termos do


procedimento comum pelo rito ordinário – Recebida a denúncia ou
queixa e determinada a citação do réu, este deverá apresentar resposta à
acusação no prazo de 10 dias, alegando toda a matéria que interesse à
sua defesa (art. 396-A do CPP). Apresentada a resposta, o Magistrado

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 6 () 23


!∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− / %01(∃ 234567
%8).∀)& 0+!∀)∀9#∀& / 9#∃,∗ 0+!∀)∀9#∀, ∃ ,!:∀.∀∗%#,%∀;,
%<=>?≅ < <Α<>ΒΧΒ?=∆ Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆
(>=Ιϑ #<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= / ,ΚΜ≅ 4Ν
deve analisar se não se trata de hipótese de absolvição sumária,
prevista no art. 397 do CPP:
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste
Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; (Incluído
pela Lei nº 11.719, de 2008).
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente,
salvo inimputabilidade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou (Incluído pela
Lei nº 11.719, de 2008).
IV - extinta a punibilidade do agente. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

Os fundamentos do art. 397 do CPP, embora se refiram a hipóteses de


absolvição sumária (pois conduzem à improcedência da ação), no que
tange aos crimes funcionais podem ser tanto causas de absolvição
sumária quanto causas que levam à rejeição da ação penal, pois, nos
termos do art. 516 do CPP, o Juiz rejeitará a denúncia ou queixa quando
se convencer da inexistência de crime ou da improcedência da ação
(fundamentos do art. 397 do CPP). CUIDADO! ☺

Caso não seja hipótese de absolvição sumária, o Juiz designará


audiência de instrução e julgamento para, no máximo, 60 dias (art. 400
do CPP). Na audiência, a prova oral será produzida segundo a ordem
estabelecida pelo CPP (primeiro as testemunhas de acusação, depois as
de defesa, e, ao final, o interrogatório do réu). Finda a instrução na
audiência, o Juiz questionará às partes acerca da necessidade de requerer
alguma diligência (art. 402). Não sendo requerida a diligência, ou sendo
estas indeferidas pelo Magistrado, as partes apresentarão alegações finais
orais, ao final das quais o Juiz proferirá a sentença.
O CPP permite, contudo, que diante da complexidade da causa ou o
número de acusado, o Juiz substitua as alegações orais por alegações
finais escritas (memoriais), devendo proferir sentença, no prazo de 10
dias, após a apresentação dos memoriais (art. 403, § 3° do CPP).
Esta breve passada pelo rito comum ordinário serve apenas para
complementar o estudo do processo e julgamento dos crimes de
responsabilidade dos funcionários públicos, pois o que interessa mesmo
nessa matéria é a parte diferenciada, própria do procedimento
especial, consistente na existência de um momento processual
anterior ao recebimento da denúncia para que o acusado
(funcionário público) apresente defesa (defesa preliminar).

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 7 () 23


!∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− / %01(∃ 234567
%8).∀)& 0+!∀)∀9#∀& / 9#∃,∗ 0+!∀)∀9#∀, ∃ ,!:∀.∀∗%#,%∀;,
%<=>?≅ < <Α<>ΒΧΒ?=∆ Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆
(>=Ιϑ #<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= / ,ΚΜ≅ 4Ν
Mas e se o crime é praticado pelo funcionário público durante
o exercício da função, mas este perde a condição de funcionário
público posteriormente? A Doutrina se divide. Uns entendem que
permanece o procedimento especial, pois a lei não fez distinção. Outros,
no entanto, entendem que o rito só é aplicável no caso de o
funcionário público ainda ostentar esta condição, pois este rito
específico (com um momento defensivo prévio) se justifica somente para
evitar que o funcionário público seja temerariamente processado.
PREVALECE ESTA ÚLTIMA CORRENTE.
Algumas questões importantes surgiram acerca deste rito especial:

• Ausência de notificação para apresentação de defesa


preliminar – O STF entende que a notificação para
apresentação desta defesa é obrigatória, sendo a sua ausência
causa de nulidade relativa. O STJ, por sua vez, entende que se
a ação penal foi ajuizada após um procedimento
administrativo prévio no qual o acusado teve oportunidade
de se defender (um Processo Administrativo Disciplinar, por
exemplo), não há nulidade, mas mera irregularidade, que não
contamina o processo penal. O STF não compartilha deste
entendimento, entendendo ser necessária a notificação para
apresentação de defesa preliminar, em qualquer caso.
• Funcionário público que possua foro especial por
prerrogativa de função – Se o acusado possui foro por
prerrogativa de função, devendo ser julgado perante o STF, o STJ
ou algum dos TRFs ou TJs, não se aplica o rito previsto no CPP,
aplicando-se o rito previsto na Lei 8.038/90 (Processo nos
Tribunais).
• Ação penal instruída com inquérito policial – O STJ possui
entendimento sumulado (súmula 330)1 no sentido de que, caso a
ação penal seja instruída inquérito policial (ou seja, caso tenha
havido um inquérito policial prévio, que fundamentou o
ajuizamento da denúncia) é desnecessária a notificação para a
apresentação de resposta preliminar. Contudo, o STF possui
algumas decisões em sentido contrário, ou seja, no sentido de que

1
Segue julgado recente do STJ: “(...) Esta Corte Superior firmou jurisprudência no sentido da
desnecessidade da resposta preliminar prevista no art. 514 do Código de Processo
Penal, na hipótese de a ação penal ser instruída por inquérito policial, o que ocorreu na
espécie (Súmula 330 do STJ). (HC 173.864/SP, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, QUINTA TURMA,
julgado em 03/03/2015, DJe 12/03/2015)”

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 8 () 23


!∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− / %01(∃ 234567
%8).∀)& 0+!∀)∀9#∀& / 9#∃,∗ 0+!∀)∀9#∀, ∃ ,!:∀.∀∗%#,%∀;,
%<=>?≅ < <Α<>ΒΧΒ?=∆ Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆
(>=Ιϑ #<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= / ,ΚΜ≅ 4Ν
02 - (CESPE – 2009 – IBRAM-DF – ADVOGADO)
O procedimento especial previsto no CPP não se aplica a todos os crimes
funcionais.

03 - (CESPE – 2009 – IBRAM-DF – ADVOGADO)


O procedimento especial prevê que, após o recebimento da denúncia, o
juiz determinará a notificação do réu para responder por escrito a
acusação.

04 - (CESPE – 2009 – IBRAM-DF – ADVOGADO)


Caso o juiz, diante dos argumentos apresentados na resposta preliminar,
se convença da inexistência do crime ou da improcedência da ação,
deverá absolver sumariamente o acusado.

05 - (CESPE – 2009 – SEJUS/ES – AGENTE PENITENCIÁRIO)


No processo dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, no
caso de infração afiançável, o juiz deve mandar autuar a denúncia e
ordenar a notificação do acusado para responder por escrito à acusação
no prazo de 15 dias.

06 - (CESPE – 2003 – AGU – PROCURADOR FEDERAL)


À luz do direito processual penal, julgue o item.
Considere a seguinte situação hipotética.
Com base em inquérito policial, o Ministério Público ofertou denúncia em
desfavor de um funcionário público pela prática do crime de peculato-
furto.
Nessa situação, o juiz, antes de receber a denúncia, deverá ordenar a
notificação do acusado para, dentro do prazo de quinze dias, responder
por escrito, sob pena de nulidade absoluta.

07 - (CESPE – 2012 – TRE-RJ – ANALISTA JUDICIÁRIO)


Em relação ao habeas corpus e ao processo e julgamento dos crimes de
responsabilidade dos funcionários públicos, julgue o próximo item.
Ao julgar processos que discutam crimes de responsabilidade dos
funcionários públicos, o juiz deverá rejeitar a denúncia, em despacho
fundamentado, se estiver convencido, pela resposta do acusado ou do seu
defensor, da inexistência do crime ou da improcedência da ação.

08 - (CESPE – 2010 – DPE-BA – DEFENSOR PÚBLICO)


Roger, servidor público estadual, e Rafael, autônomo, praticaram, em
concurso de agentes, crime afiançável contra a administração pública. A

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 1Ξ () 23


!∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− / %01(∃ 234567
%8).∀)& 0+!∀)∀9#∀& / 9#∃,∗ 0+!∀)∀9#∀, ∃ ,!:∀.∀∗%#,%∀;,
%<=>?≅ < <Α<>ΒΧΒ?=∆ Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆
(>=Ιϑ #<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= / ,ΚΜ≅ 4Ν
apuração dos fatos, feita em processo administrativo disciplinar, resultou
na demissão do servidor, por grave falta administrativa. Encaminhada
cópia autêntica do processo administrativo disciplinar ao MP, este, de
pronto, ofertou denúncia contra os acusados. Nessa situação, tanto Roger
quanto Rafael devem ser notificados para a apresentação de resposta à
acusação, antes do recebimento da denúncia.

09 - (CESPE – 2008 – TJDF – ANALISTA JUDICIÁRIO)


Nos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo processo e
julgamento competem aos juízes de direito, a denúncia deve ser instruída
com documentos que façam presumir a existência do delito, não se
admitindo, para suprir a falta de tais documentos, declaração
fundamentada de impossibilidade de apresentação dos mesmos.

10 - (CESPE – 2007 – CBM/DF – ADVOGADO)


Segundo orientação jurisprudencial, causa nulidade absoluta, nos
procedimentos dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos,
a falta de oportunidade de defesa antes do recebimento da
representação.

11 - (CESPE – 2004 – POLÍCIA FEDERAL – ESCRIVÃO)


Nos processos referentes a crimes afiançáveis de responsabilidade dos
servidores públicos, o juiz, antes de receber a denúncia ou queixa, deverá
notificar o acusado para apresentação de defesa preliminar.

12 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO DE POLÍCIA)


Nos casos de crimes afiançáveis de responsabilidade do funcionário
público, a legislação processual antecipa o contraditório antes de
inaugurada a ação penal, com a apresentação da defesa preliminar.

13 - (CESPE – 2013 – MPU – ANALISTA)


Considerando que um servidor público tenha sido preso em flagrante pela
prática de peculato cometido em desfavor da Caixa Econômica Federal,
tendo sido o crime facilitado em razão da função exercida pelo referido
servidor.
Julgue os itens a seguir, com base na legislação processual penal.
Por se tratar de crime afiançável, ao servidor é garantido o direito de
apresentar resposta preliminar no prazo de quinze dias, logo após a
notificação pelo juízo processante, quando, então, o juiz decidirá pelo
recebimento ou rejeição da denúncia.

14 - (FCC – 2008 – TCE/AL – PROCURADOR)

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 11 () 23


!∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− / %01(∃ 234567
%8).∀)& 0+!∀)∀9#∀& / 9#∃,∗ 0+!∀)∀9#∀, ∃ ,!:∀.∀∗%#,%∀;,
%<=>?≅ < <Α<>ΒΧΒ?=∆ Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆
(>=Ιϑ #<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= / ,ΚΜ≅ 4Ν
O Código de Processo Penal prevê rito especial para o processo e o
julgamento dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos.
Esse rito especial
A) impede que o acusado possa ser preso antes de recebida a denúncia,
ainda que o crime seja inafiançável.
B) permite ao acusado se defender antes de ser recebida a denúncia, se o
crime for afiançável.
C) permite ao acusado se defender antes de ser recebida a denúncia, se o
crime for inafiançável.
D) permite ao acusado a efetivação de acordo para evitar o recebimento
da denúncia, se o crime for afiançável.
E) permite ao acusado a efetivação de acordo para evitar o recebimento
da denúncia, se o crime for inafiançável.

15 - (FCC – 2011 – TRE/AP – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA


JUDICIÁRIA)
Nos crimes afiançáveis de responsabilidade dos funcionários públicos,
estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la
e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro
do prazo de
A) cinco dias.
B) dez dias.
C) quinze dias.
D) trinta dias.
E) vinte dias.

16 - (FCC – 2006 – PGE/RR – PROCURADOR DO ESTADO)


No processo e julgamento dos crimes de responsabilidade dos
funcionários públicos,
A) nos crimes afiançáveis e inafiançáveis, após a denúncia, o juiz
ordenará a notificação do acusado para responder por escrito, dentro do
prazo de 15 (quinze) dias.
B) nos crimes inafiançáveis, após a denúncia, o juiz ordenará a
notificação do acusado para responder por escrito, dentro do prazo de 15
(quinze) dias.
C) nos crimes afiançáveis e inafiançáveis, o eventual recebimento da
denúncia é feito depois da notificação do acusado e, caso existente, de
sua resposta.
D) nos crimes afiançáveis, o eventual recebimento da denúncia é feito
depois da notificação do acusado e, caso existente, de sua resposta.

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 12 () 23


!∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− / %01(∃ 234567
%8).∀)& 0+!∀)∀9#∀& / 9#∃,∗ 0+!∀)∀9#∀, ∃ ,!:∀.∀∗%#,%∀;,
%<=>?≅ < <Α<>ΒΧΒ?=∆ Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆
(>=Ιϑ #<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= / ,ΚΜ≅ 4Ν
E) a falta de notificação do acusado para, se quiser, responder à acusação
causa nulidade absoluta, conforme súmulas do Superior Tribunal de
Justiça e do Supremo Tribunal Federal.

17 - (FCC – 2007 – TRE/SE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA


JUDICIÁRIA)
O artigo 514, do Código de Processo Penal, determina que, nos processos
por crime de responsabilidade de funcionário público, o juiz mandará
autuar a denúncia e ordenará a notificação do acusado, para responder
por escrito, no prazo de 15 dias. Essa fase do procedimento é obrigatória
apenas nos crimes
A) inafiançáveis.
B) afiançáveis.
C) apenados com prisão simples e multa.
D) apenados com detenção.
E) apenados com reclusão.

18 - (VUNESP – 2008 – TJ/MT – ANALISTA


JUDICIÁRIO/ADMINISTRAÇÃO)
Na hipótese do processo e do julgamento dos crimes de responsabilidade
dos funcionários públicos, o juiz rejeitará a denúncia quando
I. estiver seguro da inexistência do crime;
II. estiver certo da improcedência da ação penal;
III. tiver dúvidas quanto a autoria do crime.
Pode-se afirmar que
(A) I e II estão corretos.
(B) I e III estão corretos.
(C) II e III estão corretos
(D) I, II e III estão corretos.
(E) I, II e III estão incorretos.

19 - (VUNESP – 2011 – TJ-SP – TITULAR NOTARIAL)


O funcionário público processado criminalmente por prática de crime
funcional tem direito às regras do art. 514 do Código de Processo Penal,
defesa preliminar,
a) quando for maior de sessenta anos.
b) somente se não for reincidente.
c) quando, tendo praticado mais de um crime, a soma das penas não
ultrapasse quatro anos de reclusão.
d) sempre que o delito for afiançável.

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 14 () 23


!∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− / %01(∃ 234567
%8).∀)& 0+!∀)∀9#∀& / 9#∃,∗ 0+!∀)∀9#∀, ∃ ,!:∀.∀∗%#,%∀;,
%<=>?≅ < <Α<>ΒΧΒ?=∆ Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆
(>=Ιϑ #<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= / ,ΚΜ≅ 4Ν

20 - (FCC – 2012 – PC-RJ – INSPETOR)


De acordo com o Código de Processo Penal, nos crimes de
responsabilidade de funcionários públicos, quando afiançáveis, o prazo de
resposta do acusado, antes do recebimento da denúncia ou queixa, é de:
a) trinta dias.
b) cinco dias.
c) dez dias.
d) vinte dias.
e) quinze dias.

21 - (FUNIVERSA – 2015 – SEADP /DF – AGENTE PENITENCIÁRIO)


Segundo o entendimento do STF, nos crimes afiançáveis de
responsabilidade dos funcionários públicos, sejam eles funcionais típicos
ou não, estando a denúncia em devida forma, o juiz deve mandar autuá-
la e ordenar a notificação do acusado para responder ‘a acusação por
escrito.

3. EXERCÍCIOS COMENTADOS
01 - (CESPE – 2009 – IBRAM-DF – ADVOGADO)
Caso o acusado esteja fora da jurisdição do juiz, a apresentação
da resposta preliminar poderá ser feita por defensor nomeado, no
prazo de 15 dias.
COMENTÁRIOS: Esta é a previsão do art. 514, § único do CPP:
Parágrafo único. Se não for conhecida a residência do acusado, ou este se
achar fora da jurisdição do juiz, ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá
apresentar a resposta preliminar.
Boa parte da Doutrina critica isto, ao argumento de que esse dispositivo
viola o princípio da ampla defesa, pois não há nenhum obstáculo para que
seja notificado o acusado mediante carta precatória.
PORTANTO, A ALTERNATIVA ESTÁ CORRETA.

02 - (CESPE – 2009 – IBRAM-DF – ADVOGADO)


O procedimento especial previsto no CPP não se aplica a todos os
crimes funcionais.
COMENTÁRIOS: O rito especial previsto para os crimes de
responsabilidade dos funcionários públicos deve ser analisado sob dois
prismas. Com relação aos crimes inafiançáveis, a diferença é
praticamente nula, exigindo a Lei, tão-somente, a juntada de
determinado documento quando da propositura da ação penal. No

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 13 () 23


!∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− / %01(∃ 234567
%8).∀)& 0+!∀)∀9#∀& / 9#∃,∗ 0+!∀)∀9#∀, ∃ ,!:∀.∀∗%#,%∀;,
%<=>?≅ < <Α<>ΒΧΒ?=∆ Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆
(>=Ιϑ #<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= / ,ΚΜ≅ 4Ν
entanto, quando estivermos diante de crimes funcionais afiançáveis, a
diferença é substancial.
O CPP estabelece, em seu art. 514, que nesses casos, haverá um
momento, anterior à análise do recebimento da denúncia ou queixa, no
qual o acusado poderá se defender, apresentando, no prazo de 15 DIAS,
defesa preliminar. Vejamos:
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida
forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para
responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.
Desta maneira, fica claro que o procedimento especial previsto nos arts.
514 a 516 do CPP só se aplica aos crimes funcionais afiançáveis.
Assim, A ALTERNATIVA ESTÁ CORRETA.

03 - (CESPE – 2009 – IBRAM-DF – ADVOGADO)


O procedimento especial prevê que, após o recebimento da
denúncia, o juiz determinará a notificação do réu para responder
por escrito a acusação.
COMENTÁRIOS: O procedimento especial previsto para os crimes
funcionais afiançáveis prevê que a notificação para apresentação de
defesa preliminar escrita será anterior ao recebimento da denúncia ou
queixa, e não após esse momento. Nos termos dos arts. 514 e 516 do
CPP:
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida
forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para
responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.
(...)
Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado,
se convencido, pela resposta do acusado ou do seu defensor, da inexistência
do crime ou da improcedência da ação.
Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

04 - (CESPE – 2009 – IBRAM-DF – ADVOGADO)


Caso o juiz, diante dos argumentos apresentados na resposta
preliminar, se convença da inexistência do crime ou da
improcedência da ação, deverá absolver sumariamente o acusado.
COMENTÁRIOS: A afirmativa é tentadora, mas está errada. Quando,
após a apresentação da resposta preliminar, o Juiz se convencer da
inexistência do crime ou da improcedência da ação, deverá REJEITAR a
denúncia, nos termos do art. 516 do CPP:
Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado,
se convencido, pela resposta do acusado ou do seu defensor, da inexistência
do crime ou da improcedência da ação.
Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 15 () 23


!∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− / %01(∃ 234567
%8).∀)& 0+!∀)∀9#∀& / 9#∃,∗ 0+!∀)∀9#∀, ∃ ,!:∀.∀∗%#,%∀;,
%<=>?≅ < <Α<>ΒΧΒ?=∆ Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆
(>=Ιϑ #<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= / ,ΚΜ≅ 4Ν
05 - (CESPE – 2009 – SEJUS/ES – AGENTE PENITENCIÁRIO)
No processo dos crimes de responsabilidade dos funcionários
públicos, no caso de infração afiançável, o juiz deve mandar
autuar a denúncia e ordenar a notificação do acusado para
responder por escrito à acusação no prazo de 15 dias.
COMENTÁRIOS: O procedimento especial previsto para os crimes
funcionais afiançáveis prevê que a notificação para apresentação de
defesa preliminar escrita será anterior ao recebimento da denúncia ou
queixa, e não após esse momento. Nos termos dos arts. 514 e 516 do
CPP:
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida
forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para
responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.
Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

06 - (CESPE – 2003 – AGU – PROCURADOR FEDERAL)


À luz do direito processual penal, julgue o item.
Considere a seguinte situação hipotética.
Com base em inquérito policial, o Ministério Público ofertou
denúncia em desfavor de um funcionário público pela prática do
crime de peculato-furto.
Nessa situação, o juiz, antes de receber a denúncia, deverá
ordenar a notificação do acusado para, dentro do prazo de quinze
dias, responder por escrito, sob pena de nulidade absoluta.
COMENTÁRIOS: Este procedimento de notificação prévia do acusado
para apresentar resposta escrita (no prazo de 15 dias) somente se dá nos
processos de responsabilidade dos funcionários públicos por crimes
afiançáveis, nos termos do art. 514 do CPP:
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida
forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para
responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.
O crime de peculato-furto é crime afiançável.
Contudo, a Jurisprudência entende que não se trata de causa de nulidade
absoluta a não observância deste procedimento, devendo haver prova do
efetivo prejuízo ao acusado.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

07 - (CESPE – 2012 – TRE-RJ – ANALISTA JUDICIÁRIO)


Em relação ao habeas corpus e ao processo e julgamento dos
crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, julgue o
próximo item.
Ao julgar processos que discutam crimes de responsabilidade dos
funcionários públicos, o juiz deverá rejeitar a denúncia, em

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 16 () 23


!∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− / %01(∃ 234567
%8).∀)& 0+!∀)∀9#∀& / 9#∃,∗ 0+!∀)∀9#∀, ∃ ,!:∀.∀∗%#,%∀;,
%<=>?≅ < <Α<>ΒΧΒ?=∆ Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆
(>=Ιϑ #<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= / ,ΚΜ≅ 4Ν
despacho fundamentado, se estiver convencido, pela resposta do
acusado ou do seu defensor, da inexistência do crime ou da
improcedência da ação.
COMENTÁRIOS: O item está correto.
Se após o oferecimento da defesa prévia pelo acusado (ou seu defensor),
o Juiz se convencer da inexistência do delito ou da improcedência da
ação, deverá rejeitar a denúncia, nos termos do art. 516 do CPP, que
trata do procedimento especial de julgamento dos crimes de
responsabilidade dos funcionários públicos.
Vejamos:
Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado,
se convencido, pela resposta do acusado ou do seu defensor, da inexistência
do crime ou da improcedência da ação.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

08 - (CESPE – 2010 – DPE-BA – DEFENSOR PÚBLICO)


Roger, servidor público estadual, e Rafael, autônomo, praticaram,
em concurso de agentes, crime afiançável contra a administração
pública. A apuração dos fatos, feita em processo administrativo
disciplinar, resultou na demissão do servidor, por grave falta
administrativa. Encaminhada cópia autêntica do processo
administrativo disciplinar ao MP, este, de pronto, ofertou denúncia
contra os acusados. Nessa situação, tanto Roger quanto Rafael
devem ser notificados para a apresentação de resposta à
acusação, antes do recebimento da denúncia.
COMENTÁRIOS: O item está errado por vários motivos. Primeiro porque
como o funcionário público foi demitido, ou seja, não mais se encontra
ocupando o cargo, não se aplica o rito especial previsto no art. 514 e
seguintes do CPP, conforme entendimento do STF.
Além disso, ainda que fosse aplicável, os réus seriam notificados para
apresentar DEFESA PRELIMINAR, e não resposta à acusação. A resposta à
acusação é apresentada posteriormente, após a citação dos acusados,
caso seja recebida a denúncia.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

09 - (CESPE – 2008 – TJDF – ANALISTA JUDICIÁRIO)


Nos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo
processo e julgamento competem aos juízes de direito, a denúncia
deve ser instruída com documentos que façam presumir a
existência do delito, não se admitindo, para suprir a falta de tais
documentos, declaração fundamentada de impossibilidade de
apresentação dos mesmos.

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 17 () 23


!∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− / %01(∃ 234567
%8).∀)& 0+!∀)∀9#∀& / 9#∃,∗ 0+!∀)∀9#∀, ∃ ,!:∀.∀∗%#,%∀;,
%<=>?≅ < <Α<>ΒΧΒ?=∆ Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆
(>=Ιϑ #<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= / ,ΚΜ≅ 4Ν
COMENTÁRIOS: O item está errado, pois é possível suprir a falta de tais
documentos com declaração fundamentada de impossibilidade de
apresentação dos mesmos. Vejamos:
Art. 513. Os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo
processo e julgamento competirão aos juízes de direito, a queixa ou a
denúncia será instruída com documentos ou justificação que façam presumir
a existência do delito ou com declaração fundamentada da impossibilidade de
apresentação de qualquer dessas provas.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

10 - (CESPE – 2007 – CBM/DF – ADVOGADO)


Segundo orientação jurisprudencial, causa nulidade absoluta, nos
procedimentos dos crimes de responsabilidade dos funcionários
públicos, a falta de oportunidade de defesa antes do recebimento
da representação.
COMENTÁRIOS: O item está errado. O STF entende que a oportunização
da apresentação da defesa preliminar é obrigatória, mas sua ausência não
é causa de nulidade absoluta, e sim causa de nulidade relativa, sendo
necessária a demonstração do prejuízo advindo para a defesa.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

11 - (CESPE – 2004 – POLÍCIA FEDERAL – ESCRIVÃO)


Nos processos referentes a crimes afiançáveis de
responsabilidade dos servidores públicos, o juiz, antes de receber
a denúncia ou queixa, deverá notificar o acusado para
apresentação de defesa preliminar.
COMENTÁRIOS: O item está correto, pois esta é a exata previsão do art.
514 do CPP:
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida
forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para
responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

12 - (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO DE POLÍCIA)


Nos casos de crimes afiançáveis de responsabilidade do
funcionário público, a legislação processual antecipa o
contraditório antes de inaugurada a ação penal, com a
apresentação da defesa preliminar.
COMENTÁRIOS: O item está correto, pois em tal procedimento existem
dois momentos para a apresentação de defesa pelo acusado, um antes do
recebimento da denúncia e outro depois, nos termos do art. 514 do CPP:
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida
forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para
responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 18 () 23


!∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− / %01(∃ 234567
%8).∀)& 0+!∀)∀9#∀& / 9#∃,∗ 0+!∀)∀9#∀, ∃ ,!:∀.∀∗%#,%∀;,
%<=>?≅ < <Α<>ΒΧΒ?=∆ Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆
(>=Ιϑ #<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= / ,ΚΜ≅ 4Ν
Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado,
se convencido, pela resposta do acusado ou do seu defensor, da inexistência
do crime ou da improcedência da ação.
Art. 517. Recebida a denúncia ou a queixa, será o acusado citado, na forma
estabelecida no Capítulo I do Título X do Livro I.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

13 - (CESPE – 2013 – MPU – ANALISTA)


Considerando que um servidor público tenha sido preso em
flagrante pela prática de peculato cometido em desfavor da Caixa
Econômica Federal, tendo sido o crime facilitado em razão da
função exercida pelo referido servidor.
Julgue os itens a seguir, com base na legislação processual penal.
Por se tratar de crime afiançável, ao servidor é garantido o direito
de apresentar resposta preliminar no prazo de quinze dias, logo
após a notificação pelo juízo processante, quando, então, o juiz
decidirá pelo recebimento ou rejeição da denúncia.
COMENTÁRIOS: Item correto, pois retrata a exata previsão contida no
art. 514 do CPP, e que é o grande diferencial deste procedimento
especial. Vejamos:
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida
forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para
responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

14 - (FCC – 2008 – TCE/AL – PROCURADOR)


O Código de Processo Penal prevê rito especial para o processo e o
julgamento dos crimes de responsabilidade dos funcionários
públicos. Esse rito especial
A) impede que o acusado possa ser preso antes de recebida a
denúncia, ainda que o crime seja inafiançável.
B) permite ao acusado se defender antes de ser recebida a
denúncia, se o crime for afiançável.
C) permite ao acusado se defender antes de ser recebida a
denúncia, se o crime for inafiançável.
D) permite ao acusado a efetivação de acordo para evitar o
recebimento da denúncia, se o crime for afiançável.
E) permite ao acusado a efetivação de acordo para evitar o
recebimento da denúncia, se o crime for inafiançável.
COMENTÁRIOS: O rito especial previsto para os crimes de
responsabilidade dos funcionários públicos deve ser analisado sob dois
prismas. Com relação aos crimes inafiançáveis, a diferença é
praticamente nula, exigindo a Lei, tão-somente, a juntada de

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 19 () 23


!∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− / %01(∃ 234567
%8).∀)& 0+!∀)∀9#∀& / 9#∃,∗ 0+!∀)∀9#∀, ∃ ,!:∀.∀∗%#,%∀;,
%<=>?≅ < <Α<>ΒΧΒ?=∆ Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆
(>=Ιϑ #<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= / ,ΚΜ≅ 4Ν
determinado documento quando da propositura da ação penal. No
entanto, quando estivermos diante de crimes funcionais afiançáveis, a
diferença é substancial.
O CPP estabelece, em seu art. 514, que nesses casos, haverá um
momento, anterior à análise do recebimento da denúncia ou queixa, no
qual o acusado poderá se defender, apresentando, no prazo de 15 DIAS,
defesa preliminar. Vejamos:
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida
forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para
responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.
Somente após a apresentação desta defesa preliminar, ou o transcurso do
prazo sem o seu oferecimento, é que o Juiz decidirá se recebe ou rejeita a
denúncia ou queixa. Isso não impede, entretanto, que o Juiz, antes
mesmo de mandar notificar o réu, verificando a inépcia da peça inicial
acusatória, a rejeite liminarmente, nos termos do art. 395 do CPP.
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

15 - (FCC – 2011 – TRE/AP – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA


JUDICIÁRIA)
Nos crimes afiançáveis de responsabilidade dos funcionários
públicos, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz
mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para
responder por escrito, dentro do prazo de
A) cinco dias.
B) dez dias.
C) quinze dias.
D) trinta dias.
E) vinte dias.
COMENTÁRIOS: Conforme vimos, a diferença deste procedimento em
relação ao rito comum ordinário reside, basicamente, na existência de um
momento anterior ao recebimento da denúncia ou queixa, no qual se
oportuniza a apresentação de defesa ao acusado.
Este prazo para apresentação de defesa é, nos termos do art. 514 do
CPP, de 15 dias.
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

16 - (FCC – 2006 – PGE/RR – PROCURADOR DO ESTADO)


No processo e julgamento dos crimes de responsabilidade dos
funcionários públicos,
A) nos crimes afiançáveis e inafiançáveis, após a denúncia, o juiz
ordenará a notificação do acusado para responder por escrito,
dentro do prazo de 15 (quinze) dias.

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 2Ξ () 23


!∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− / %01(∃ 234567
%8).∀)& 0+!∀)∀9#∀& / 9#∃,∗ 0+!∀)∀9#∀, ∃ ,!:∀.∀∗%#,%∀;,
%<=>?≅ < <Α<>ΒΧΒ?=∆ Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆
(>=Ιϑ #<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= / ,ΚΜ≅ 4Ν
B) nos crimes inafiançáveis, após a denúncia, o juiz ordenará a
notificação do acusado para responder por escrito, dentro do
prazo de 15 (quinze) dias.
C) nos crimes afiançáveis e inafiançáveis, o eventual recebimento
da denúncia é feito depois da notificação do acusado e, caso
existente, de sua resposta.
D) nos crimes afiançáveis, o eventual recebimento da denúncia é
feito depois da notificação do acusado e, caso existente, de sua
resposta.
E) a falta de notificação do acusado para, se quiser, responder à
acusação causa nulidade absoluta, conforme súmulas do Superior
Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal.
COMENTÁRIOS: O rito especial previsto para os crimes de
responsabilidade dos funcionários públicos deve ser analisado sob dois
prismas. Com relação aos crimes inafiançáveis, a diferença é
praticamente nula, exigindo a Lei, tão-somente, a juntada de
determinado documento quando da propositura da ação penal. No
entanto, quando estivermos diante de crimes funcionais afiançáveis, a
diferença é substancial.
O CPP estabelece, em seu art. 514, que nesses casos, haverá um
momento, anterior à análise do recebimento da denúncia ou queixa, no
qual o acusado poderá se defender, apresentando, no prazo de 15 DIAS,
defesa preliminar. Vejamos:
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida
forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para
responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.
Somente após a apresentação desta defesa preliminar, ou o transcurso do
prazo sem o seu oferecimento, é que o Juiz decidirá se recebe ou rejeita a
denúncia ou queixa. Nos termos do art. 516 do CPP:
Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado,
se convencido, pela resposta do acusado ou do seu defensor, da inexistência
do crime ou da improcedência da ação.
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

17 - (FCC – 2007 – TRE/SE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA


JUDICIÁRIA)
O artigo 514, do Código de Processo Penal, determina que, nos
processos por crime de responsabilidade de funcionário público, o
juiz mandará autuar a denúncia e ordenará a notificação do
acusado, para responder por escrito, no prazo de 15 dias. Essa
fase do procedimento é obrigatória apenas nos crimes
A) inafiançáveis.
B) afiançáveis.
C) apenados com prisão simples e multa.

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 21 () 23


!∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− / %01(∃ 234567
%8).∀)& 0+!∀)∀9#∀& / 9#∃,∗ 0+!∀)∀9#∀, ∃ ,!:∀.∀∗%#,%∀;,
%<=>?≅ < <Α<>ΒΧΒ?=∆ Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆
(>=Ιϑ #<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= / ,ΚΜ≅ 4Ν
D) apenados com detenção.
E) apenados com reclusão.
COMENTÁRIOS: O rito especial previsto para os crimes de
responsabilidade dos funcionários públicos deve ser analisado sob dois
prismas. Com relação aos crimes inafiançáveis, a diferença é
praticamente nula, exigindo a Lei, tão-somente, a juntada de
determinado documento quando da propositura da ação penal. No
entanto, quando estivermos diante de crimes funcionais afiançáveis, a
diferença é substancial.
O CPP estabelece, em seu art. 514, que nesses casos, haverá um
momento, anterior à análise do recebimento da denúncia ou queixa, no
qual o acusado poderá se defender, apresentando, no prazo de 15 DIAS,
defesa preliminar. Vejamos:
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida
forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para
responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

18 - (VUNESP – 2008 – TJ/MT – ANALISTA


JUDICIÁRIO/ADMINISTRAÇÃO)
Na hipótese do processo e do julgamento dos crimes de
responsabilidade dos funcionários públicos, o juiz rejeitará a
denúncia quando
I. estiver seguro da inexistência do crime;
II. estiver certo da improcedência da ação penal;
III. tiver dúvidas quanto a autoria do crime.
Pode-se afirmar que
(A) I e II estão corretos.
(B) I e III estão corretos.
(C) II e III estão corretos
(D) I, II e III estão corretos.
(E) I, II e III estão incorretos.
COMENTÁRIOS: O Juiz deverá rejeitar a denúncia quando estiver seguro
da inexistência de crime ou da improcedência da ação, nos termos do art.
516 do CPP:
Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho
fundamentado, se convencido, pela resposta do acusado ou do seu defensor,
da inexistência do crime ou da improcedência da ação.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

19 - (VUNESP – 2011 – TJ-SP – TITULAR NOTARIAL)

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 22 () 23


!∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− / %01(∃ 234567
%8).∀)& 0+!∀)∀9#∀& / 9#∃,∗ 0+!∀)∀9#∀, ∃ ,!:∀.∀∗%#,%∀;,
%<=>?≅ < <Α<>ΒΧΒ?=∆ Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆
(>=Ιϑ #<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= / ,ΚΜ≅ 4Ν
O funcionário público processado criminalmente por prática de
crime funcional tem direito às regras do art. 514 do Código de
Processo Penal, defesa preliminar,
a) quando for maior de sessenta anos.
b) somente se não for reincidente.
c) quando, tendo praticado mais de um crime, a soma das penas
não ultrapasse quatro anos de reclusão.
d) sempre que o delito for afiançável.
COMENTÁRIOS: O direito à defesa preliminar nos crimes praticados por
funcionário público, prevista no art. 514, existirá sempre que o delito for
afiançável.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

20 - (FCC – 2012 – PC-RJ – INSPETOR)


De acordo com o Código de Processo Penal, nos crimes de
responsabilidade de funcionários públicos, quando afiançáveis, o
prazo de resposta do acusado, antes do recebimento da denúncia
ou queixa, é de:
a) trinta dias.
b) cinco dias.
c) dez dias.
d) vinte dias.
e) quinze dias.
COMENTÁRIOS: O prazo para a resposta do acusado, antes do
recebimento da denúncia (defesa preliminar), é de 15 dias, nos termos do
art. 514 do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

21 - (FUNIVERSA – 2015 – SEADP /DF – AGENTE PENITENCIÁRIO)


Segundo o entendimento do STF, nos crimes afiançáveis de
responsabilidade dos funcionários públicos, sejam eles funcionais
típicos ou não, estando a denúncia em devida forma, o juiz deve
mandar autuá-la e ordenar a notificação do acusado para
responder à acusação por escrito.
COMENTÁRIOS: Item errado. O STF firmou entendimento no sentido de
que tal procedimento (notificação para apresentação de defesa
preliminar) só se aplica se aplica aos crimes funcionais típicos, ou seja,
aqueles que exigem a condição de funcionário público do agente.
Vejamos:
(...) Não há falar em nulidade do processo em face da não
observância do disposto no art. 514 do CPP, pois é da jurisprudência
desta Corte que o referido dispositivo processual se reserva às

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 24 () 23


!∀#∃∀%& (#&)∃∗∗+,− (∃.,− / %01(∃ 234567
%8).∀)& 0+!∀)∀9#∀& / 9#∃,∗ 0+!∀)∀9#∀, ∃ ,!:∀.∀∗%#,%∀;,
%<=>?≅ < <Α<>ΒΧΒ?=∆ Β=Ε<ΦΓ≅Η=∆
(>=Ιϑ #<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= / ,ΚΜ≅ 4Ν
hipóteses em que se imputa a prática de crimes funcionais típicos, o
que não é o caso do art. 90 da Lei de Licitações. Precedentes. 6. Recurso
ordinário improvido.
(RHC 117209, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado
em 25/02/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-047 DIVULG 10-03-2014
PUBLIC 11-03-2014)
Se o crime praticado pelo funcionário público não é um crime “próprio” de
funcionário público, ou seja, pode ser praticado isoladamente por um
particular, não teremos a aplicação do regramento do art. 514 do CPP.
Lembrando que estes crimes (que podem ser praticado por funcionário
público ou por particular), para boa parte da Doutrina, sequer são
considerados como crimes “funcionais”, pois estes demandariam, sempre
a condição de funcionário público como elementar do delito.
Outra parte da Doutrina distingue os funcionais em “típicos”, quando a
condição de funcionário público é essencial e “atípicos”, quando se trata
de mero crime comum praticado por funcionário público no exercício das
funções.
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

4. GABARITO

1. CORRETA 12. CORRETA


2. CORRETA 13. CORRETA
3. ERRADA 14. ALTERNATIVA B
4. ERRADA 15. ALTERNATIVA C
5. CORRETA 16. ALTERNATIVA D
6. ERRADA 17. ALTERNATIVA B
7. CORRETA 18. ALTERNATIVA A
8. ERRADA 19. ALTERNATIVA D
9. ERRADA 20. ALTERNATIVA E
10. ERRADA 21. ERRADA
11. CORRETA

(>=Ιϑ#<Φ≅Φ ,>≅ΚΛ= ∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋ ∀#∃%&∋ 23 () 23

Você também pode gostar