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Medição de Energia Reativa

O que é energia reativa?

A energia elétrica reativa é normalmente expressa em kVArh. Por convenção, quando


ela é dada em valores positivos ela é indutiva, e quando negativa ela é capacitiva. A
energia reativa indutiva é necessária ao funcionamento de motores. Ela é responsável
pela magnetização dos enrolamentos de motores e transformadores.

O oposto da energia reativa indutiva é a energia reativa capacitiva, e por isto ela é
expressa na mesma unidade, porém com valor negativo. A energia reativa capacitiva é
normalmente fornecida ao sistema elétrico por capacitores.

Outra forma de se explicar energia reativa é considerando-se o sincronismo entre tensão


e corrente. Quando temos apenas cargas resistivas, a tensão e a corrente estão
perfeitamente em fase. Ao ligarmos uma carga indutiva (motor), a corrente se "atrasa"
em relação à tensão. As cargas capacitivas fazem o oposto, ou seja, "atrasam" a tensão
em relação à corrente. Por esta razão é que utilizamos capacitores para corrigir o baixo
fator de potência causado pelas cargas indutivas da maioria das instalações elétricas.

A energia total (ou aparente) é a soma vetorial da energia reativa (indutiva e capacitiva)
com a energia ativa, aquela necessária às cargas resistivas. Como as energias ativa e
reativa tem 90o de defasagem entre si, a soma vetorial resulta em:

O fator de potência é o quociente entre a energia ativa e a energia total:

Para efetuar a medição da energia ativa, as concessionárias utilizam medidores de


energia ativa (quilowatímetros). O modelos mais comuns são os eletromecânicos, e são
dotados de um disco que gira com velocidade proporcional ao consumo de energia ativa
a cada instante. Estes medidores são parecidos com o que temos em nossas casas. A
principal diferença é que o medidor é dotado de um dispositivo que emite um número
determinado de pulsos a cada volta do disco. Estes pulsos são utilizados pelos sistemas
de controle de demanda e fator de potência quando não existe a transmissão serial de
informações (usada nos registradores/medidores com saída serial para o usuário).

Nas instalações dos médios e grandes consumidores industriais são também instalados
medidores de energia reativa, para que as concessionárias possam medir o fator de
potência na instalação. Da mesma forma, são utilizados medidores eletromecânicos de
energia reativa, na maioria das empresas. Entretanto, como os pulsos são iguais quando
o disco gira para o lado certo (energia reativa indutiva) ou para o lado errado (energia
capacitiva), e não se deseja confundir os registradores ou controladores que recebem
estes pulsos, os medidores possuem uma trava que impede que o disco gire para o lado
errado. Assim, os medidores de kVArh normalmente só medem (e emitem pulsos)
energia reativa indutiva.

Por que se mede energia reativa em kQh?

Com isto, os registradores da concessionária (RDTD, RDMT ou REP) e


consequentemente os nossos controladores, nunca "enxergam" energia capacitiva se o
medidor instalado for um medidor de kVArh. Para minimizar este problema, algumas
concessionárias costumam utilizar medidores especiais, preparados para medir energia
reativa em kQh. Para uma melhor compreensão, veja a figura abaixo: vetorialmente, o
eixo da energia reativa em kQh está 30o adiantado em relação ao eixo da energia reativa
em kVArh.

Com este artifício, as concessionárias podem medir de fator de potência até 0,866
capacitivo, e por este motivo medidores de kQh são muito comuns por todo o país. Na
área de atuação da Eletropaulo, por exemplo, quase a totalidade das instalações são
feitas com medidores de kQh. Outras fórmulas úteis:

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