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Século 19 e a borracha
“Revolução Industrial… a Inglaterra encontrou na floresta brasileira uma
importante matéria-prima: a borracha, também chamada na época de “ouro
negro”. Incentivados pelo governo, milhares de brasileiros e estrangeiros
decidem migrar… Estima-se que, entre 1870 e 1900, 300 mil nordestinos
tenham migrado.”
“Os imigrantes eram recrutados para trabalhar nos seringais. Mas não tinham
direito às terras. O primeiro boom da borracha dura pouco. Já em 1900, o
produto começa a ser explorado na Ásia, interrompendo a primazia brasileira
no mercado. A região amazônica entra em decadência.”
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A chegada da soja
” Ao mesmo tempo, a soja chega à Amazônia. O grão, que desde a década de
1970 já figurava entre os principais produtos da pauta de exportação
brasileira, é adaptado ao Cerrado e se transforma em um dos vilões do
desmatamento. A produção atrai nova leva de imigrantes. Dessa vez do Sul e
Sudeste do país. Durante a década de 1990, a área total desmatada volta a dar
um salto, chegando a 41 milhões de hectares.”
A pecuária
“A pecuária passa a ser responsável pelo desmatamento de grandes áreas.
Entre 1990 e 2003, o rebanho bovino da Amazônia Legal cresceu 240%,
chegando a 64 milhões de cabeças. Mesmo após algumas tentativas do
governo de regularizar as posses na Amazônia, estima-se que metade das
propriedades tenha algum tipo de irregularidade fundiária.”
Amazônia e a questão fundiária maior problema
para avançarmos
Até os anos 60 do século passado, a Amazônia estava esquecida pelo poder
público. A região tinha infraestrutura próxima do zero. Não havia capital
suficiente para dotar a área de meios para promover a integração e o
desenvolvimento.
O diabo é que o caos fundiário é visto como maior problema para avançar
com políticas de produção sustentável. E de conservação para a Amazônia.
Como punir os maus, e premiar os bons, se o Estado não sabe quem é quem?
Mas, será que é isso que querem? Até hoje pouco se vê o governo Federal agir,
ou ter planos, para esta questão.
Somos nós que usamos em excesso combustíveis fósseis. Somos nós que
consumimos três ou quatro vezes mais que a capacidade de reposição da
biosfera. E somos nós ainda que desmatamos ou tocamos fogo nas florestas.
Estas coisas não acontecem sozinhas.
‘A questão fundiária na Amazônia’
O estudo ‘A questão fundiária na Amazônia’, de Violeta Refkalefsky Loureiro e
Jax Nildo Aragão, diz que “até meados dos anos 60, as terras amazônicas
pertenciam basicamente à União e Estados. Do total das terras registradas
pelo IBGE, 87% constituíam-se de matas e terras incultas.”
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Incentivos fiscais
Sem dinheiro público para investir o jeito, segundo os militares, era atrair
investidores. Como? Com incentivos fiscais, entre outros.”A proposta baseava-
se em oferecer vantagens fiscais a grandes empresários e grupos econômicos
nacionais e internacionais que quisessem investir novos capitais nos
empreendimentos que viessem a se instalar.”
A contrapartida do Governo
“O Governo Federal oferecia garantia de infra-estruturas para os novos
projetos (estradas, portos, aeroportos e outros). Às margens das estradas a
devastação florestal foi rápida. E a disputa de terras privilegiadas às
margens delas gerou, desde o fim dos anos de 1960, conflitos de toda
ordem, que só foram aumentando nas décadas seguintes. “
” E das oportunidades de trabalho que, de qualquer forma, lhes pareciam ser
– na Amazônia –, mais promissoras do que aquelas que já conheciam e haviam
enfrentado. A população da Amazônia, que era de 2.601.519 habitantes em
1960. Havia ascendido a 4.197.038 em 1970.”
Mas a grande novidade foi descobrir o logro dos incentivos. “Muitos projetos
eram inoperantes, improdutivos. Ou estavam sob condição irregular. Na
época, um estudo detalhado do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea) já evidenciava que, dos 959 projetos incentivados até 1985 (dos quais
628 eram agropecuários), apenas 459 estavam operando (os demais estavam
desocupados, abandonados ou não implantados, sendo as terras objeto de
ocupação por migrantes). Menos de dez eram bem administrados.”
Anos 90 em diante
Estradas foram asfaltadas, Na esteira delas, surgiram novos problemas de
grilagem de terras. Além disso, a agricultura e pecuária ganharam vulto.
O decreto ficou em vigência até 1987, quando finalmente foi revogado. Mas as
terras desapropriadas pelo Governo Federal continuam em posse dele. Sem
que os governos Estaduais pudessem agir. Isso acirrou ainda mais os conflitos.
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E mais: “O que se pode concluir sem medo de errar é que a relação entre
grilagem de terra e desmatamento é grande e, mais do que isso, o fim da
grilagem será um sinal claro de que o Estado está assegurando formas
democráticas de acesso aos recursos naturais e à terra, ajudando a formar
uma sociedade mais justa nos rincões amazônicos.”
As finalidades da grilagem
MMA: “As finalidades da grilagem, segundo a CPI federal (Brasil, 2002, p. 556),
são: a) revender as terras em grande escala e, com isso, obter ganhos
financeiros; b) obter financiamentos bancários para projetos agropecuários,
dando a terra como garantia; c) obter terra para assegurar a exploração
madeireira ou para uma futura atividade agropastoril; d) dar a terra grilada
como pagamento de dívidas previdenciárias e fiscais; e) conseguir
indenização nas ações desapropriatórias, para fins de reforma agrária ou de
criação de áreas protegidas.”
Cadastros estaduais não conversam com os federais
“De outro lado, os cadastros de terras estaduais e os diversos cadastros
federais (Incra, Ibama, Funai etc.) jamais foram compatibilizados. Disso
resulta que inúmeros processos tramitam em instâncias administrativas e
jurídicas diferentes sem a menor possibilidade de se valerem de informações
comuns, que estejam acessíveis às diversas partes envolvidas ou interessadas
nas disputas judiciais e nos conflitos.”
Só que, pelos motivos já expostos, não existe este cadastro. E lembramos que
o Mar Sem Fim já abordou este assunto, da falta total de planejamento e
políticas públicas para a Amazônia. Enquanto isso, o governo federal prefere
culpar ONGs, e até mesmo os governos Estaduais da Amazônia Legal como
cúmplices das queimadas…
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Barbalho ainda explicou que o Pará está fazendo uma ‘arrumação na casa’,
tendo titulado mais de mil propriedades em oito meses. E lembrou que ‘no
mesmo período do ano passado, apenas 360 haviam sido feitos.’ Ele corre
para titular mais terras, e nega que a anistia que o Estado propõe seja um
salvo conduto para o desmatamento.
Bingo!
Não foi a primeira vez que o discurso de Bolsonaro para a Amazônia foi
condenado.
“No encontro, marcado para discutir acordos entre esses países e os Estados
no âmbito do Fundo Amazônia, ficou acertado que, daqui a 30 dias, será
detalhada uma agenda de apoio financeiro a programas de combate ao
desmatamento. A ideia é fechar programas com cada Estado ou por meio do
Consórcio Amazônia Legal, que reúne os nove Estados da região. A Noruega
vai oferecer um sistema de mapas e monitoramento.”
A atual gestão
Estas reuniões são mais uma prova que poucos, hoje no Brasil, levam a sério a
atuação ambiental da atual administração. Bolsonaro e cia. estão cada vez
mais isolados. Mesmo com o desmonte do Fundo Amazônia, obra do ministro
do Meio Ambiente, ou a recusa em aceitar recursos do G-7, os nove
governadores passam por cima.
E reúnem-se direto com doadores. Mesmo comportamento do Congresso
que, cansado da desarticulação política, partiu para a reforma da Previdência
com projeto próprio. O mesmo se dá com a reforma Tributária. Há duas
propostas sendo discutidas. Uma na Câmara, outra no Senado. Nenhuma é do
Governo Federal.