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Belém- PA – 10 de dezembro de 2021

Gestão Cultural Comunitária e Secretariado Executivo: Como os saberes


secretariais podem auxiliar o Espaço Cultural Nossa Biblioteca

Autores: LEÃO, Pedro Ariel dos Reis e-mail: pedro.leao@aluno.uepa.br


BRITO, Maria Mariana Santos e-mail:marianabrito422@gmail.com

Orientadora: Priscila Eny Souza Oliveira

Resumo:

O objetivo deste trabalho é analisar como o Secretário Executivo pode ser um profissional
chave para o desenvolvimento das atividades do Espaço Cultural nossa Biblioteca (ECNB).
Esta pesquisa é de caráter exploratório, aplicado e de abordagem inteiramente qualitativa,
caracterizada como estudo de caso e que possui como procedimento de coleta de dados a
realização de entrevistas com voluntários do espaço para a compreensão de quem eles são e
como lidam com as questões de Gestão do espaço, que recebe a alcunha de ser uma gestão
cultural comunitária(gcc). Após análise dos resultados, foi possível conhecer o perfil dos
voluntários, como atuam e ainda foi possível identificar como um Secretário Executivo pode
agir como consultor desse espaço de difusão cultural. Tornando assim debates sobre
secretariado e gestão cultural (gc) como pautas necessárias para futuros estudos e até novas
disciplinas no desenho curricular dos cursos de Secretariado Executivo.
Palavras-Chave: Gestão cultural comunitária, Secretariado Executivo, Comunidade.

Abstract:

The research 's objective is analysis of how an Executive assistant can be a key professional to
a development of cultural activities from Espaço Cultural Nossa Biblioteca. This research is
exploratory, applied and qualitative approach, characterized as case study and which has as
procedure of data the realization of interviews with some space volunteers to comprehension
who they are and how they deal with questions of space management, which receive the name
Community Cultural Management, because it is part of community and referent culture.
Before the analysis of the results, it was possible to understand the profile of volunteers, how
they work and it was still possible to identify how an Executive Assistant can act as
consultant of this space of culture diffusion. Thus making discussions as Secretariat and
Cultural Management as necessary agendas to future studies and even new subjects on the
Curricular draw of Executive Assistant courses.
Keywords: Community Cultural Management, Executive Assistant, Community.

1. Introdução

Dois períodos em que se evidencia a disparidade econômica e social belenense em


relação ao acesso à cultura e informação são, primeiramente, a sua fundação, em que, de
acordo com Cruz (1973), os colonos só almejavam afastar os invasores da cidade, então a
educação não era prioridade. O outro foi a ditadura militar, período no qual, segundo Oliveira
et al. (2019), a miséria da população mais pobre e o investimento ínfimo em educação
geraram um aumento nas taxas de analfabetismo como característica daquele momento.

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Como alternativa para o acesso à cultura e à informação, conforme explica Cruz


(1971), foi sugerida a construção de uma Biblioteca Pública (BP) em 1839, contudo, o projeto
não prosseguiu. Anos depois, em 1871, a sociedade civil e a imprensa de Belém, segundo
Uchôa (2007), uniram forças e deram início ao projeto de construção de uma BP. Assim, a
primeira BP foi fundada no dia 25 de março de 1871, pelo presidente da província do Pará na
época, Dr. Joaquim Pires Machado Portela, biblioteca que viria a se tornar a Biblioteca Arthur
Vianna (BPAV), a partir de 1986. Ela, dentro do escopo atual de uma BP, é definida como um
espaço provedor de cultura.
A Biblioteca Arthur Vianna está situada no bairro de Nazaré, bairro elitizado e central,
por conta da verticalização da cidade, de acordo com O Liberal (2021). Geralmente para
pessoas de bairros periféricos e que costumam ter menor renda e depender de transporte
público, o acesso a ela é restrito. Como consequência disso, a BP não consegue atingir o
objetivo para o qual foi criada e os indivíduos da periferia passam pela exclusão
informacional e cultural.
Bibliotecas Comunitárias (bc) surgem como espaços de Cultura, elas caracterizadas
“como ambientes físicos criados e mantidos por iniciativa das comunidades civis, geralmente
sem a intervenção do poder público” (Guedes, 2011, p. 1). Em Belém, umas das bcs é o
Espaço Cultural Nossa Biblioteca (ECNB), situado no bairro do Guamá, criado por uma
holandesa, da comunidade de irmãs, cujo nome era Madalena Westerveld.
O ECNB é gerido por pessoas da comunidade em que está inserido e atrai pessoas de
bairros vizinhos também. Essa forma de gestão por indivíduos locais é classificada como
gestão cultural Comunitária, que é aquela “feita de dentro pra fora e de baixo pra cima, de
maneira coletiva e democrática, autogestionária, com participação direta das pessoas, grupos e
instituições envolvidas na ação cultural” (Vilutis, 2019, p. 172). Sendo comunitária, segundo
Guedes (2011), é possível que os gestores desse espaço de inclusão informacional não
possuam conhecimento técnico e científico para geri-los e organizá-los.
É neste momento que um profissional com conhecimentos em gestão pode ser
requisitado para auxiliar os integrantes da comunidade que gerem o espaço. Na tentativa de
sanar esta problemática, entraria a figura de um Profissional de Secretariado Executivo (PSE).
Dentro da lei 9.261/96, que rege a profissão, no artigo 4° que fala das atribuições do PSE, o
item “I- Planejamento, organização e direção de serviços de secretaria” (BRASIL, 1996)
evidencia a importância desse profissional como uma peça fundamental nos processos de
gestão de onde atua.
Desta forma, o presente estudo tem por justificativa a pretensão de informar como
funcionaria o trabalho chave do PSE no ECNB, para que as requisições do espaço possam ser
realizadas, atribuindo assim a esta pesquisa um caráter técnico, tendo em vista que irá
explorar uma área de atuação pouco estudada, na qual o PSE pode atuar, e atribuindo ainda
um caráter social, já que os serviços realizados nesses espaços são comunitários e difusores de
cultura e informação.
A pergunta norteadora da pesquisa “Como o conhecimento secretarial pode auxiliar a
gestão cultural em bibliotecas comunitárias?" e, para respondê-la, trouxemos como objetivo
geral deste trabalho: Analisar como o conhecimento secretarial pode auxiliar a gestão cultural
no ECNB. Tendo por objetivos específicos: (1) identificar o perfil das pessoas que atuam no
ECNB, (2) analisar como se dão as atividades de gestão da Biblioteca, (3) verificar como um
secretário executivo pode facilitar o processo de gestão comunitária.
O trabalho é composto por esta introdução, o referencial teórico para que o tema
abordado tenha respaldo científico quanto aos fundamentos, ainda há a metodologia que
estruturou o trabalho quanto aos métodos de pesquisa, abordagem, universo de pesquisa,

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métodos de coleta de dados e informações sobre eles. Após isso, foram feitas as análises dos
resultados das coletas de dados, para finalizar a discussão do tema foram apresentadas as
considerações finais e, por fim, foram mostradas as referências bibliográficas utilizadas ao
longo do estudo.

2. Metodologia

Para Mazucato (2018), a metodologia compreende toda a apresentação de recursos


metodológicos que se pretende usar no decorrer da pesquisa, já “o método científico pode ser
definido como uma série de regras básicas, as quais devem ser executadas na geração de
conhecimento que tem o intuito da ciência” (PEREIRA et al.,2018, p.12). Logo, o trabalho
seguiu as especificações metodológicas relatadas abaixo.
Com essa pesquisa, buscamos uma aplicação prática para os conhecimentos
secretariais no ECNB, campo da gestão cultural comunitária, assim é classificada como
aplicada, pois, “tem como característica fundamental o interesse na aplicação, utilização e
consequências práticas dos conhecimentos.” (GIL, 2008, p. 27)
Abordamos uma temática técnica que acarreta em benefícios para a comunidade e
como a literatura sobre o tema ainda não existe em grande quantidade e nem é muito
difundida, adotamos no trabalho um caráter exploratório, porque como afirma Severino
(2014) é essencial levantar informações sobre este objeto, para que seja delimitado o campo
de trabalho, já que “este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é
pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis”.
(GIL, 2008, p 27.). Neste caso, observamos o fenômeno gcc no ECNB, detalhando tudo o que
é pertinente para apresentação dos fatos.
Para a coleta de dados utilizamos a entrevista, caracterizada como “uma técnica que
utiliza perguntas ao entrevistado como forma de aquisição de informações específicas”
(PEREIRA et al., 2018, p.42). Por se tratar de um estudo de caso e que tenta trazer a maior
verossimilhança possível, escolhemos a entrevista não estruturada, em que, nas palavras de
Fontana (2018) são aquelas em que a liberdade do entrevistado é resguardada para que as
respostas e argumentações sejam espontâneas.
O convite para que as pessoas participassem foi feito via plataforma Whatsapp, com
uma mensagem enviada no grupo central do ECNB e, logo após, foram agendados datas e
horários com as pessoas que aceitaram, para que então as entrevistas fossem realizadas, em
outubro de 2021, de forma presencial no espaço. Durante o processo de conversa com os
entrevistados, destacamos alguns pontos sobre gestão, organização, comunicação e cultura.
Quanto ao universo, entrevistamos voluntários que auxiliam o espaço nas atividades. De
acordo com alguns voluntários, no grupo central há participação de 26, com participação ativa
de 16 pessoas, e ainda há outros voluntários que não comparecem habitualmente, então, a
pesquisa buscou selecionar os que têm participação ativa. Dessas pessoas, apenas 6 aceitaram
ser entrevistadas, as quais foram chamadas de V1, V2, V3, V4, V5, V6, sendo a letra de “V”
de voluntário, para garantir o anonimato.
As entrevistas foram gravadas e cada uma teve um tempo de duração diferente devido
a cargas de vivências diferentes dentro do espaço, mas que convergiam para um mesmo
propósito. Todas as entrevistas foram transcritas de forma fidedigna para que pudessem ser
utilizadas neste trabalho.
Após a transcrição, as entrevistas foram analisadas, já que o foco é indicar como os
saberes secretariais podem se tornar aspectos fundamentais no ECNB, para maior fluidez do

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trabalho. Além disso, a pesquisa fundamenta-se em uma abordagem qualitativa, que, de


acordo com Zanella (2007) são necessários para a análise conhecimentos teóricos-empíricos,
logo buscamos os dados para análise no âmbito social, contudo sem auxílio de dados
quantitativos, apenas da capacidade interpretativa, da abstração de conceitos prévios e da
observação do objeto de estudo.
Tal análise será fundada em análise do conteúdo que nas palavras de Bardin é:

um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando a obter, por


procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens,
indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos
relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens
(BARDIN, 1977, p.47)

Ou seja, tal procedimento busca um entendimento fundado em hipóteses prévias que


estão presentes em diversos fatores, presentes nas entrelinhas da mensagem produzida pela
emissora e que possuem muitas cargas de informações, que são materiais de análise de
importância fundamental.
Seguindo a lógica de Bardin (1977), a análise de conteúdo tem 3 etapas fundamentais,
que são: a pré-análise, a exploração do material e tratamento dos resultados ou interferência e
interpretação. A primeira diz respeito à organização, a segunda à leitura ou contato com
material para análise e a terceira tem relações com inferências.
A leitura dos dados, para que se retirasse tudo o que fosse pertinente foi relacionada
aos objetivos do trabalho, dividindo as respostas em categorias que foram apresentadas da
seguinte forma: categoria I, que seria buscar assim entender quem eram aquelas pessoas e
como se relacionavam com o espaço, já a categoria II intencionava explicar como os
voluntários visualizavam a gestão física e cultural do espaço, apontando problemas no sentido
financeiro e humano e como eles lidam diariamente com eles e a categoria III, que consistiu
em entender se sentiam necessidade de um profissional de secretariado para auxiliá-los.
Quanto ao procedimento de busca bibliográfico, evidencia-se a necessidade de
aprofundamento em conceitos da área de gestão, gestão cultural, bibliotecas comunitárias e
consultoria, além da necessidade de buscar referências históricas para contextualizar o tema,
sendo que “a principal vantagem é permitir ao pesquisador a cobertura mais ampla do que se
fosse pesquisar diretamente” (ZANELLA, 2007, p. 36).
Classificamos a pesquisa como estudo de caso, caracterizado, como afirma Yin
(2005), como método de pesquisa que visa responder perguntas do tipo “como” e “por que” e
geralmente o foco está em fenômenos contemporâneos.
O fenômeno que evidenciamos com esse trabalho é o da gestão cultural comunitária,
prática que possui pouca produção científica a respeito, e é de forma bem estruturada por
meio de experiências e vivências dos voluntários, ao ponto de o espaço realizar muitos feitos
culturais na comunidade.

3. Referencial Teórico

Para compreender como um Secretário Executivo auxilia no processo de gestão


cultural comunitária, faz- se necessário entender o que é a gestão cultural comunitária, como
surgem as bcs e quais são as possibilidades de atuação profissional de um PSE.

3.1. A Gestão Cultural Comunitária

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Buscando compreender como se estabelece a gestão cultural comunitária nas


bibliotecas comunitárias em território paraense, o presente estudo teve que galgar pelo
conceito de gestão cultural e Cultura, tendo em vista que o assunto gcc ainda é pouco
discutido.
A noção de cultura trabalhada em gc é diferente daquela concebida pelo senso comum
e explicada por Coelho (2016), como um entendimento dos Iluministas do século XVIII, que
concebiam a cultura como saldo das práticas humanas no dia a dia e que não se desvincula do
viver em sociedade. Contudo, essa explicação é limitante para o uso em gestão, que propõe
uma ideia de cultura de fato instrumental, efetivamente motriz (COELHO, 2016). É uma
cultura que envolve economia, fatores mais técnicos, mas que não anulam o caráter humanista
dela.
Após isto, é pretensioso entrar na conceituação de gc, de forma resumida “a gestão
cultural, nova atividade profissional na área de gestão, pode ser entendida como um tipo de
administração voltada à área da cultura” ( FERREIRA, 2015, p.1). Ou seja, ela aplica o
campo cultural como um instrumento técnico e passível de ser trabalhado nas ciências
administrativas. Saraiva (2011) explica que a GC tem por objetivo alocar os recursos sejam
eles o humano, financeiro e de materiais para que o objetivo seja atingido da melhor forma.
Os objetivos citados são pautados pelas políticas culturais, definidas como processos
sociais institucionais, ou seja, práticas de intervenção que agregam e dão sentido a um
conjunto necessariamente heteróclito de actos, discursos, despesas e práticas administrativas
(Dubois: 1999: 7). Nas palavras de Vilutis (2019), a gc deve ter um trabalho associado à
diretrizes, princípios e objetivos, que, no caso, são pautadas por políticas culturais.

Mesmo que a gestão cultural seja direcionada por políticas públicas, ela não está limitada
apenas a ações governamentais, podendo galgar por meio de ações do setor privado e
comunitário também. De acordo com o que explana Silva e Oliveira (2007) no trecho a seguir
do Glossário do Observatório Itaú Cultural:

Gestão cultural pode ser entendida como um conjunto de atividades relacionadas ao


sistema de produção cultural, realizadas com base em uma determinada política
cultural, por organizações públicas, privadas ou mistas, grupos culturais ou
comunitários, abrangendo a administração de recursos (humanos, físicos, materiais e
orçamentários), o acesso a diversas fontes de financiamento, o estabelecimento de
redes e parcerias, a formação artísticas e cultural, aspectos legais, exercícios de
participação, processos de comunicação e cooperação, entre outras.(SILVA;
OLIVEIRA, 2007)

O foco a ser tratado neste estudo será o aspecto Comunitário, que aplicado ao campo da
gc proporciona a ela não apenas um adjunto adnominal, mas uma gama de estudos na área da
gestão cultural comunitária, definida nas palavras de Vilutis (2019) como uma gestão feita de
dentro pra fora e de baixo pra cima, de maneira coletiva e democrática, autogestionária, com
participação direta das pessoas, grupos e instituições envolvidas na ação cultural.
Vilutis (2019) divide o tema em 3 instâncias: a Simbólica, Cidadã e Econômica, ela faz
esse trabalho não com intuito de restringir o tema, porém de gerar uma aproximação com ele,
ainda pouco difundido. A primeira está ligada à perspectiva de pertencimento, imaginário e da
memória, ou seja, ela possui significados em sua prática, ela possui o objetivo de trazer as
perspectivas antes citadas e dimensão econômica trabalha a geração de renda por meio da
cultura, contudo de forma igualitária para a comunidade.

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Para efeitos de análise desta pesquisa, será utilizada a dimensão cidadã. “A participação
cidadã parte desde a articulação das organizações de base e dos habitantes comprometidos que
se vinculam diretamente com o trabalho colaborativo em desenvolvimento” (FERNANDEZ,
2014, p.2), esta explicação define a ação participativa de um cidadão que está vinculado a
atividades culturais.
Para Vilutis (2019) a gestão cultural comunitária vem de uma compreensão de que
direitos culturais são direitos humanos e, nela, o indivíduo encontra liberdade e igualdade,
essas premissas são necessárias para o desenvolvimento de comunidades periféricas ou de
outras localidades na questão de emancipação cultural e informacional.
A gcc se dá com intuito de suprir e assistenciar o espaço onde o Estado não consegue
garantir o que está escrito no Art. 215 da Constituição Federal de 1988 (Brasil, 2021) que
prevê que “O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às
fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações
culturais. Com isso, a afirmação de Velázquez e Gonzáles (2003) de que a necessidade da
participação popular em torno dos assuntos que a circundam traz consigo a essência sobre
como a gcc deve surgir.
As bcs são locais cuja aplicabilidade de gcc é constante na comunidade. Elas surgem
em alguns bairros, como uma espécie de pólo difusor cultural e de resistência, que aparecem
por meio do relacionamento sujeito/comunidade, considerando assim, nas palavras de Vilutis
(2019) que o território é fundamental para a cultura, porque nele ela é orientada por relações
de proximidade, convivência, valores entre outros pontos e isso torna a relação algo
simbiótico.
As bcs carregam uma gama de elementos que geram nas comunidades em que elas
existem um sentimento de pertencimento e de emancipação da realidade desigual, o que será
desenvolvido no tópico a seguir.

3.2. Bibliotecas Comunitárias: Por que surgem? Como surgem? Como são organizadas?

Naudé (1627), concebe o conceito de biblioteca como uma instituição pública, aberta a
todos e universal por conter vários autores com diversos temas. Trazendo esta conceituação
para a cena Belenense, as bibliotecas públicas da cidade, como a Arthur Vianna, são abertas à
comunidade, o que proporciona espaços educativos e culturais para o estudante, para a dona de
casa e até para o morador de rua, como descreve Leal Moreira (2021).
Mesmo que essas bibliotecas sejam espaços públicos de acesso à educação e à cultura,
não conseguem abranger todos os bairros e pessoas que neles residem. Uma colocação que tem
como enfoque a região nordeste afirma que as bibliotecas de lá “na maioria das vezes ainda
distantes das periferias e das localidades mais carentes e afastadas dos centros urbanos”
(FELIPE e REZENDE, 2017, p. 2). Tal definição pode ser tomada como um imperativo na
grande extensão do território brasileiro.
Um ponto importante a se destacar é “que vivemos um longo tempo de exclusão social
com impactos também no campo da cultura.” (SOUZA, 2012, p.53). E é neste contexto de
exclusão que surgem as bcs, caracterizadas “como ambientes físicos criados e mantidos por
iniciativa das comunidades civis, geralmente sem a intervenção do poder público” (Guedes,
2011, p. 1). São organizadas pela comunidade e para a comunidade, como um espaço não só
de leitura, mas também de interação cultural. Logo:

É interessante perceber que a biblioteca comunitária surge como um poder


subversivo de um coletivo, uma forma de resistência contra-hegemônica, de quase
enfrentamento social, numa nova realidade, que escapa das medidas e das categorias

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descritivas existentes, passando praticamente despercebida pela academia. De forma


empírica e criativa, elas trabalham no empoderamento da comunidade, criando
mecanismos para colaborar no desenvolvimento social, potencializando os talentos
dos indivíduos e das comunidades, constituindo-se em espaços públicos voltados à
emancipação, onde a prática cidadã pode aflorar de forma inovadora, criativa e
propositiva.(MACHADO; VERGUEIRO, 2010, p. 6)

Elas contam com acervos diversos, que variam de contos até gibis. Os itens que as
compõem geralmente são doados, contudo o ponto chave da existência delas não são apenas os
acervos, mas a comunidade, em específico, as pessoas que as direcionam, que geralmente são
voluntários que, algumas vezes, não possuem formação em gestão ou biblioteconomia, apenas
têm vontade de alterar a realidade social e informacional envolta em desigualdade, portanto,
no que diz Guedes (2011) que há a possibilidade dos coordenadores e gestores do espaço não
possuam conhecimento de gerenciamento e organização do espaço, das pessoas e dos acervos,
logo os princípios de gestão são básicos.
Buscando situar o trabalho na realidade da cidade de Belém e de seus percalços quanto
ao acesso à cultura, informação e educação, apresenta-se o Espaço Cultural Nossa Biblioteca
(ECNB), situado no bairro do Guamá, criado por Madalena Westerveld. De acordo com as
fontes do Espaço, Madalena observava as crianças que ficavam na rua a maior parte do tempo,
brincando e fugindo da escola, então decidiram abrir, em 1978, um espaço de leitura aberto a
comunidade e que logo ganhou visibilidade, com um número cada vez maior de
frequentadores e, por conta da grande procura de pessoas pelo espaço, a bc teve que passar por
um processo de reforma, no qual ela ganhou a alcunha de Espaço Cultural Nossa Biblioteca e
ainda ganhou um estatuto, que até hoje continua cumprindo a missão inicial.
Acredita-se que, em algum grau, essa bc apresenta empecilhos quanto à gestão e
organização dela, e por isso a análise e a sugestão de como um PSE pode atuar nela estão
sendo desenvolvidas, já que “existem formas diferentes de entender a participação, de
participar nesses projetos e de articular e gerar recursos para a sustentabilidade das
bibliotecas” (Guedes,2011, p.7). Tendo em vista isso, o tópico a seguir irá discorrer sobre a
multifuncionalidade das competências secretariais e das possibilidades de atuação.

2.3. O Perfil Secretarial atual e as múltiplas atuações

O profissional de secretariado antes, de acordo com Ieger (2008), que possuía atribuições
limitadas ao atendimento telefônico e a repassar as ligações, sem interpelação alguma, agora
possui novos papéis de destaque no mundo laboral e se tornou um profissional diferenciado,
essa transição é melhor explicada da seguinte forma:

O secretário, durante boa parte do século XX, teve como atribuição a


assessoria direta a executivos com a realização de atividades operacionais,
restringindo-se “ao fazer” a partir de solicitações e ordens feitas pelos superiores. No
entanto, a partir dos anos 1990 o secretário passou a assumir responsabilidades,
funções e atribuições mais complexas, exigindo a construção de um perfil menos
técnico e mais humanístico, holístico e gerencial. ( DURANTE; TAGLIARI, 2009,
p. 36)

De acordo com Brito (2015), o mercado exige cada vez mais qualificação deste
profissional, o que pode ser observado a partir da oferta de empregos com salários altos e
mudanças nos paradigmas profissionais exigidos. Bíscole e Cielo (2007) afirma que pensando
na mudança de paradigma profissional, diretrizes curriculares mais adequadas para o momento
foram elaboradas e implementadas nos cursos para que o PSE se torne mais competitivo.

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Para atingir essa qualificação, o profissional cursa seja a nível técnico ou superior para
obter conhecimentos nas área secretarial e para se adaptar a tudo o que lhe é posto nos desafios
da profissão, que exigem reformulações constantes, conforme explicitado a seguir.

[...] O novo perfil do secretário executivo perante as novas exigências do mercado de


trabalho como sendo flexível, bom administrador de tempo, líder, comprometido com
a empresa, proativo, com autoconhecimento, eficaz, multifuncional, especializado,
gestor de fluxo de informação, mediador de conflitos, além das habilidades técnicas
eficientes e do domínio da língua mãe e também de pelo menos uma estrangeira
( ALMEIDA PEREIRA; RAMOS DA SILVA, 2013, p. 110).

A apresentação dessas competências coloca o PSE como uma peça fundamental no


processo de gestão de organizações, instituições e até espaços comunitários. Neste último,
além de pôr em prática toda a atribuição técnica, ainda terá a oportunidade de pôr em prática o
processo de consultoria.
A consultoria seria fundamental visto que ela é caracterizada como “atividade
profissional de diagnóstico e formulação de soluções de um assunto ou especialidade” (Brito,
2015), servindo como possibilidade do PSE, que tem a consultoria como um dos pilares de sua
profissão, analisar as atividades do ECNB referente às atividades culturais e gestão do Espaço,
buscar os problemas e solucioná-los já que, de acordo com Giorni (2016) o secretário
consegue estar a par de tudo o que ocorre ao seu redor, logo ele se torna um gestor de
informação com grande capacidade de indicar solução para as problemáticas de onde atua.
Desta forma, o PSE como profissional multifuncional pode utilizar de todas as suas
competências em várias formas de organização, sejam elas simples ou mais complexas.
4. Análise de dados e Resultados

Neste tópico do trabalho serão analisadas as informações obtidas na entrevista não


estruturada. Durante o processo de coleta de dados foram destacados os seguintes pontos: (1)
O que os conduziu e motivou a participarem do projeto?; (2) Há quanto tempo estão
trabalhando nele? (3) Possuem formação em nível superior. Se sim, qual ?; (4) Se possuem
conhecimento técnico em processo de gestão, além do conhecimento empírico? (5) Como
organizam as atividades administrativas do espaço? Sentem algum problema ou dificuldade?;
(6) Como são feitas as captações e gestão dos recursos necessários (humanos, financeiros,
entre outros)?; (7) Se acham válida a atuação de um profissional com conhecimentos
administrativos e secretariais no espaço e por quê? e as dividimos em categorias
Foram entrevistadas seis pessoas no decorrer da coleta de dados, cada uma com formas
de trabalho distintas, mas que apontaram ao longo de suas falas problemáticas que convergiam
entre si e indicavam a importância de um PSE dentro do ECNB. Os voluntários entrevistados
serão apresentados como V1, V2, V3, V4, V5, V6.

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Os primeiros questionamentos foram de caráter introdutório, e entraram no que


definimos como categoria I, que seria o perfil dos voluntários, em que todos explicaram o
porquê de optar em ser voluntário, se possuem formação no nível superior,de onde vieram para
que se entendam as motivações de cada um deles em estarem lá e todas estavam relacionadas à
questões de auxílio à comunidade, essas questões estão inseridas nas perguntas (1), (2), (3) e
(4).
Dois voluntários apontaram um movimento de resistência gerado pela historicidade do
Bairro do Guamá e que culminam na explicação do porquê o ECNB torna-se um espaço de
emancipação informacional e social. A primeira foi:

A gente não está exatamente motivado deste modo, tá? Os nossos trabalhos aqui
dentro do bairro, que todos nós fazemos aqui e ser uma resistência, porque o Guamá
é um território que as pessoas foram conquistando para si, não é como um
Greenville que preparam tudo e quem tem dinheiro vêm e se assenta lá,aqui não,
aqui tinha a miséria, a natureza na sua pior situação e nós fomos empurrados para cá,
porque as pessoas foram expulsas num determinado momento do centro da cidade.
(V1, 2021)

O Bairro do Guamá, no século XIX, era conhecido como lugar de indesejados, por
alojar um Leprosário, justamente pela localização afastada de regiões centrais. O tempo passa
e, no século XX, ocorre um um processo de explosão populacional que ocasiona sofrimentos
ainda mais expressivos, com o descaso do poder público e a existência de pólos de
organização social para combater problemas advindos do abandono do poder público e “entre
essas organizações, em 1978, surge a Biblioteca Comunitária das Irmãs Holandesas”
(GUAMÁ TRICENTENÁRIO,2021,p.1), que possui um objetivo de transformação social por
meio da leitura, o que V4 aponta como motivo para ela ser voluntária:

O que me trouxe pra cá foi devido à gente ver muitas crianças, nosso bairro é muito
populoso, o bairro do Guamá, a gente vê muitas crianças na rua, muitos
adolescentes, né. Quando eu vim pra cá essa biblioteca tava recente, acho que ela
tinha uns dez anos e a gente tinha muito esse trabalho com a comunidade de
incentivar a ler, porque na nossa visão, a partir do momento você entende que você
tá lendo, você pode direcionar à sua vida para um outro futuro, não aquele futuro
que você nasceu pobre, você tem que morrer pobre.(V4, 2021)

Logo o que Vilutis (2019) fala sobre território ser o fundamento da cultura tem
aplicabilidade nos relatos anteriores, tendo em vista que no Guamá são desenvolvidas
conexões fortes com o local e vontade de gerar um movimento contrário a inacessibilidade
educacional e informacional, ou seja, a relação território e gestão cultural comunitária são
simbióticas e uma muda de acordo com a outra.
Para que o trabalho no ECNB tenha sucesso, os voluntários são peças chave. Vale
destacar que alguns deles não possuem formações específicas em área de gestão ou
biblioteconomia, que são profissões intimamente ligadas a gestão de bibliotecas como afirma
Guedes (2011) que há a possibilidade dos voluntários não terem formações vinculadas a
gestão ou biblioteconomia.
Dos entrevistados, apenas um indicou que era formado em biblioteconomia, o relato é
o seguinte: "eu fazia biblioteconomia” (V2, 2021) e, quando questionado sobre ter
conhecimentos administrativos, ele informou “Tenho sim, a questão de planejamento
estratégico né, aquilo de visão, missão. Aprendi sobre teoria da administração, sobre as
diversas escolas, Fayol, Fordismo”(V2, 2021), mas quando questionado sobre a aplicação dos
conhecimentos no espaço, apresentou a seguinte resposta “Acredito que não” (V2, 2021).

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Outro entrevistado, V5, graduado em Licenciatura em Teatro pela Universidade do


Estado do Pará, destaca bem a questão da ausência de disciplinas relacionadas à gestão no
curso em que fez e como isso acarreta em problemáticas no desenvolvimento de algumas
atividades no espaço:

Então, essa matéria não existe, inclusive fica uma lacuna porque não existe essa
questão de gestão de espaço e nem de projetos porque o curso é uma licenciatura
então nós estamos voltados mais pra questão da sala de aula e docência em espaços
formais e não formais, aqui por exemplo não é uma escola ou uma instituição de
ensino necessariamente, embora se trabalhe muito com a questão da educação e do
ensino aprendizagem aqui dentro com as oficinas mas aqui é considerado um espaço
informal então eu muitas vezes me deparo com essa barreira de não ter essa matéria
quando se quer escrever um edital, projeto, pensar num espaço cultural já que pelo
menos na área da arte, no teatro principalmente e em todas as áreas[...].(V5, 2021)

Demonstra, dessa forma, a necessidade de aprender a desenvolver as atividades de


uma forma autônoma ou buscando cursos de capacitação e aperfeiçoamento fora da
instituição. No caso da entrevistada V4, ela buscou realizar os trabalhos por tentativas e
afirma o seguinte: "Eu fazia aquilo que pintava na minha consciência, eu sabia que podia ser
bom pra cá, bom pra minha vida, eu fazia em questão de gestão” (V4,2021). Mesmo que a
entrevistada V4 não tivesse conhecimento técnico em gestão, ela testou por experimentação a
partir do contexto em que estava situada, fazendo valer a citação que “os administradores
devem ter consciência da realidade sobre a qual atuam” (SARAVIA,2008, p. 4).
Outro entrevistado que se destacou, no que tange esta parte de conhecimentos técnicos
em Gestão e biblioteconomia, foi o V3, que possui o cargo de Secretário do espaço, porém é
formado em enfermagem e, mesmo que afirme que sua formação tenha proporcionado
conhecimentos administrativos, ainda assim, enfrenta problemas na gestão do espaço. O V3
começou a ter contato com sua função da mesma forma que V4, experimentando e recebendo
auxílio de outros voluntários, como percebe-se a seguir: “[...]Acho que tudo o que permeia
uma biblioteca comunitária, um espaço cultural é mais uma necessidade, tu acaba vendo uma
necessidade de fazer aquilo, tu vai aprender (V3, 2021)”.
Logo a consciência dos voluntários do ECNB de que o acesso a cultura emancipa e
gera novas condições para os usuários do espaço leva à percepção de que eles têm noção que
os direitos culturais são uma forma de garantir os direitos humanos, como explica
Vilutis( 2019).
Entender essa dinâmica de desenvolvimento do trabalho dentro do espaço e as
relações interpessoais geradas nele, causa inquietações sobre como funciona a Gestão do
ECNB e a partir disso entramos em nossa categoria II, que é gestão cultural e seus percalços,
e nela se destacaram as perguntas “(5) Como organizam as atividades administrativas do
espaço? Sentem algum problema ou dificuldade?; (6) Como são feitas as captações e gestão
dos recursos necessários (humanos, financeiros, entre outros)?”.
Então buscamos apresentar a estrutura de funcionamento dos voluntários da bc e
constatamos que ela possui um molde presidencialista, não com as atribuições comuns de
presidencialismo, em que a figura central do presidente detém um poder soberano, como
explicado por V1 a seguir:

A ideia do presidencialismo, ela é liderança, não é que você vai ter alguém que
mande e desmande, você tem que ter líderes, liderança, então à ideia sempre é que
éramos um conjunto de liderança, então o poder tem que ser dividido, só que tem
que ter uma referencialidade que a gente não pode fazer que nem loucos, por isso
que tem que ter o planejamento estratégico. (V1, 2021)

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Belém- PA – 10 de dezembro de 2021

Tal afirmação acarreta na visão de que o trabalho de Gestão do ECNB segue a lógica
da gc, que, nas palavras de Vilutis (2019), na gc as ações de gestão são compartilhadas entre
diferentes pessoas da comunidade.
Esse tipo de gestão, de acordo com os voluntários, é intitulada Gestão compartilhada,
sendo assim é importante que “o conjunto da comunidade esteja situado e possa se envolver
nas ações com informação e conhecimento” (Vilutis, 2019). De acordo com V3 (2021), nesse
tipo de gestão não existe alguém que mande e desmande e as decisões são tomadas em
conjunto por meio dos voluntários mais ativos que estão separados em Grupo de trabalho
(GT), subdivididos em comissão de administração, comissão cultural e comissão de
incidência política. Esses GTs têm a seguinte configuração:

Existe só um grupo de trabalho que é o principal e a gente se subdivide em


comissões, então tem a comissão administrativa que lida com questões de secretaria,
burocráticas e números, banco, tem a comissão cultural[...] (V5,2021)

Ainda “tem o GT de articulação e mobilização política" (V6,2021), esse é o que está


em maior contato com a comunidade e é responsável por atrair pessoas para o local e mediar
as relações comunidade e espaço cultural. A comissão cultural é o “que trabalha as atividades
culturais que nós desenvolvemos” (V6, 2021).
Ainda que apresente uma estrutura bem definida, o sistema de Gestão do espaço passa
por dificuldades de teor organizacional e comunicacional, por exemplo, como afirmam os
entrevistados V3, V5 e V6:

A gente não tem dificuldade de comunicar externamente, nós somos lindos, belos e
maravilhosos comunicando externamente e, quando a gente quer, eu digo quando
essa equipe quer, ela se propõe, ela trabalha, junto, alinhada e o evento sai ou à
atividade sai de forma belíssima, impecável algumas vezes. Mas,internamente, há
aquela dificuldade de trabalhar, um grupo que trabalha mais isolado aqui, outro aqui
e isso pra mim dentro de uma instituição como essa não cabe, todo mundo tem que
trabalhar alinhado e os relacionamentos tem que melhorar, tenho que entender que
eu não preciso amar você, mas eu preciso respeitar o seu trabalho e trabalhar junto
com você de forma respeitosa, trabalhando com você e tentando ter o melhor
relacionamento possível com você e,às vezes, essas coisas faltam. (V6,2021)

V5 aponta o seguinte quanto a comunicação falha, “esse é um grande dilema”


(V5,2021), porque de acordo com ele é causadora de pequenas crises que vivem no espaço.
V3, quando questionado sobre problemas no espaço, também traz a comunicação
como problemática, ele diz “Assim como muitos espaços, a gente tem as falhas, os ruídos na
comunicação e isso é inevitável” ( V3, 2021), mas ele afirma que tentam corrigir.
V3 ainda aponta problemas organizacionais e documentais quanto aos registros do
espaço, explicado a seguir, porque de acordo com ele essas partes de organizar e registrar
sempre foram um problema como explicado “a gente sabe muita coisa, faz muita coisa, mas
como a gente organiza esse muita coisa num documento? Como que a gente sistematiza tudo?
(V3, 2021). V3 afirma que está tentando se “meter no meio da poeira” para organizar para
que o espaço seja organizado a ponto de dar informações precisas sobre as informações e
alcance das ações do espaço.
De acordo com Vilutis (2019), a sistematização, comunicação e mobilização são mais
intensas na gcc, contudo o espaço sofre com fragilidades nessas instâncias de gestão, pois há
formas de sistematização, de comunicação e mobilização bem definidas, mas a única que
consegue alcançar objetivos mais eficazes é a mobilização.

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Belém- PA – 10 de dezembro de 2021

As atividades culturais desenvolvidas no espaço e até mesmo o espaço necessitam de


recursos para se manter, sejam eles humanos ou financeiros e algumas das forma de captação
de recursos financeiros são por meio de leis de incentivo, principalmente por conta da
pandemia de COVID-19, e um projeto conhecido como “Seja Sócio da Biblioteca”, como
explicado a seguir:

Leis de incentivo é uma coisa que a gente não faz tanto, mas nesses último anos,
principalmente, nos dois agora da pandemia, eu vejo muita formação nessa área,
porque é uma área que a gente ainda não escrevia, então eu to dentro de um GT
nacional na rede nacional de bibliotecas comunitárias que é ligada à rede local de
bcs, dentro do gt que capta recurso, sou do GT que capta recursos, mobilização de
recurso nacional, então lá nós fizemos nos últimos anos muita formação nessa área,
leis de incentivo, mas também por editais, à maioria dos recursos que a gente
consegue captar aqui é via edital, é criança esperança, Itaú social, é fundação
cultural do Pará, FUNPAPA, FUMBEL, nós trabalhamos muito em editais para
captação de recursos, mas também muito em parceiras com essas instituições[...]
(V6,2021)

O projeto “Seja Sócio da Biblioteca” é eda seguinte forma, o sócio pode depositar uma
va

Esse sócio, o que ele faz?todo mês ele pode depositar à partir de 50 reais na conta do
Ecnb, e o espaço cultural se compromete em prestar conta com ele sobre como está
sendo gasto esse dinheiro e esse período pode ser por 6 meses, por um ano ou então
à gente fala assim pra você pegar 10 amigos seu, trazer ele aqui, mostrar qual é
nosso trabalho e pedir pra cada um depositar 50 reais, de 20 pra cima, já é uma
ajuda, porque, naquele momento, tu já conseguiu 10 amigos, eles podem depositar
só naquele momento, se algum deles quiser depositar ,aí eles mandam pro meu
privado e eu mando pro daqui da biblioteca, porque cai lá na conta do Ec, né ?e esse
dinheiro é para o espaço Cultural manter e pelo financeiro presta conta[...].
(V4,2021)

Uma das formas de funcionamento é a seguinte:

Agora, no cortejo, a gente tá precisando de dinheiro pra pagar o concurso de


fantasia, à venda precisar de 400 reais, porque são dois ganhadores ,duzentos
duzentos, aí esses dois amigos que consegui pra fazer a doação pro espaço cultural,
eu vou conversar com eles pra ver se posso pegar esse dinheiro e usar no cortejo,
sempre com aval, porque se não eles não eles não vão querer ajudar,porque eles não
vão saber pra que é o dinheiro. ( V4, 2021)

No que diz respeito aos recursos humanos, o espaço valoriza a pessoa e usa de sua
influência como espaço de emancipação social para que o voluntário busque crescimento
pessoal e profissional, como afirma o entrevistado V6 (2021), para ele os voluntários são os
recursos mais valiosos e que ele sempre busca incentivá-los por meio da educação e do
crescimento pessoal. como exemplificado na fala a seguir “a maioria do voluntariado aqui
tem nível superior e que não tem a gente tenta dar uma força, incentiva, vai lá, faz aqui curso
técnico, ‘te forma’, formação é crescimento pra mim”.( V6, 2021).
Entender a formação em cursos e outras instâncias de educação algumas vezes indica
que a pessoa terá meios de sair da realidade em que se encontra, essa é uma premissa para
algumas famílias de baixa renda.

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Belém- PA – 10 de dezembro de 2021

O último destaque na entrevista foi quanto a atuação do PSE, o que V1 (2021) chama
de “guardiões da história”, nesse trecho, incluímos a categoria III, que é a possibilidade de
atuação secretarial no ECNB e destacamos a pergunta (7).
A primeira ênfase foi para atuação do PSE como consultor e dentro de suas
competências diagnosticaria o porquê dos problemas, atuando no papel de conselheiro, como
afirma Giorni (2016), agindo de forma direta e sempre apto a ser consultado em momentos
críticos. Mas para isso, ele deve manter uma regularidade de ida ao espaço para que tenha um
bom relacionamento com os outros voluntários, tendo em vista que, de acordo com Brito
(2015), o fato que dinamiza a atuação do consultor é o bom relacionamento interpessoal dele,
contudo não deve ter proximidade com seus colegas, para não dar problema nas apreensões.
Acredita-se que no espaço há a possibilidade de ocorrer um vínculo maior, porque o
ECNB é um espaço democrático, comunitário e compartilhado. Para solucionar a
problemática, o profissional precisará atuar com afinco nas suas competências no momento
de análise das dificuldades e carências, por exemplo, com relação à comunicação falha no
espaço.
De acordo com Brito (2015) a comunicação organizacional após os anos de 1980
passou a ocupar uma perspectiva estratégica, portanto, ter comunicação falha é não agir com
estratégia. Uma das atribuições de um secretário executivo, presente na lei n°. 9.261/96 é “a
coleta de informações para a consecução de objetivos e metas da empresa” (BRASIL, 1996, p.
2). Ou seja, o Secretário tem noções de resolução desta problemática.
Quando os entrevistados foram questionados sobre a atuação de um PSE dentro do
espaço, alguns indicaram que ele solucionaria as questões mais originais da função, como
organizar documentos, redigir documentos, como a resposta do entrevistado V3 sobre a
atuação do PSE, ele diz “ a gente tem uma necessidade muito grande de investir em pessoal
que atuem e m áreas específicas”(V3, 2021), porque,de acordo com ele, grande parte do que é
desenvolvido no espaço perpassa por documentação, secretariado e organização.
Como citado anteriormente, o entrevistado V3 atua como Secretário do espaço e, de
acordo com ele, as suas atividades são as atividades mais burocráticas ligadas a produzir
documentos, como explica a seguir:

[...] Hoje na dinâmica da secretaria basicamente a parte burocrática desde o envio de


ofício, organização de documentação e respostas de emails, comunicação direta e
indireta com alguns órgãos parceiros, então a gente meio que sistematiza todas as
informações que a gente quer que saiam daqui oficialmente. Basicamente é isso.
(V3, 2021)

É possível abstrair que a atuação secretarial do entrevistado V3 funciona como um


gestor de informação do espaço por meio da gestão documental, que para Paes (2004) envolve
3 etapas: produção, utilização e destinação. Ainda há problemáticas quanto à produção, como
foi colocada em uma fala do entrevistado V3 anteriormente, mas que aos poucos pode ser
resolvido caso um PSE se voluntarie,aplique seus conhecimentos e os repasse. Transformando
assim o voluntário graduado em secretário como uma espécie de conselheiro, como traz o
entrevistado V5:

Com certeza porque até onde eu sei, aqui dentro nós não temos nenhum voluntário
que tenha formação especificamente nisso, as pessoas têm uma formação por
experiência e por estarem aqui já há muitos anos ou décadas as vezes e aprendendo a
fazer o trabalho na prática e até mesmo produzindo materiais de formação para
auxiliar outras pessoas também. Então se nós tivéssemos aqui dentro um secretário
ou uma secretária que tivesse esse enfoque mais específico de ter essa visão mais

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Belém- PA – 10 de dezembro de 2021

ampla por ter a formação, eu acho que isso evitaria muitos problemas porque seria
incrível, na verdade, ter um secretário executivo. Então seria de grande auxílio para
ampliar as possibilidades do espaço. (V5, 2021)

Quando V5 fala sobre a produção de um material para servir como um guia, pode ser
configurada a visão do secretário como uma espécie de conselheiro, até mesmo um
profissional guia para como os demais devem proceder nas demandas do espaço, que ainda
carece de algumas melhorias em alguns pontos. Por exemplo, em relação à produção de
documentos, o PSE poderia indicar uma equipe para produção de documentos e seu
arquivamento, claro que ele instruiria o grupo sobre como funcionam as diretrizes da Redação
oficial, como armazenar os documentos produzidos em categorias entre outras atividades.
Buscando dar alternativas
Uma das propostas de intervenção no que tange a comunicação, na fase da execução,
teria como foco principal trazer informações por meio de reuniões quinzenais sobre a
importância de uma boa comunicação, apontando quais resultados podem ser alcançados
quando ela está alinhada, o próprio PSE pode ser o mediador das reuniões, evidenciando todo
o conhecimento que suas diretrizes curriculares específicas lhe proporcionaram para atuação
profissional como afirmaram Bíscole e Cielo (2000).
Já o que se relaciona a organização, uma solução relacionada a organização, em
específico, a de documentos, seria ir em busca de tudo o que já foi produzido e segmentar,
buscando similaridades nos conteúdos e até mesmo, agrupando em eventos que eles foram
necessários.
As soluções das problemáticas apresentadas podem ser questionadas para o alcance de
resultados mais consistentes e alinhados com o espaço.

5. Considerações finais

As Bibliotecas Comunitárias funcionam como espaço difusores de cultura e de


informação, que, geralmente, surgem por meio de iniciativa popular, por conta do
descontentamento com a situação de desamparo que as comunidades periféricas passam.
Essas bcs precisam se estruturar a nível de espaço e atividades culturais e, para isso, as
pessoas que as organizam trabalham, muitas vezes, por meio de testes e experiências, sem
conhecimentos técnicos ou científicos e, a partir disso, surgiu o interesse em entender como
um profissional que atua em áreas de gestão seria fundamental no espaço.
Após análise de tudo que foi apresentado no decorrer da pesquisa, acredita-se que ela
atingiu seus objetivos propostos, tendo em vista que foi possível responder como o PSE
auxiliaria a gcc do Espaço Cultural, por meio de suas competências adquiridas no decorrer da
graduação e de suas experiências, e ainda foi possível trazer o secretário como gestor de
documentos, mas como um consultor também, sendo a consultoria uma atividade de
diagnóstico e resolução de problemas na organização ou instituição e um pilar da profissão.
No decorrer da análise, foi possível identificar as motivações dos voluntários
entrevistados em estar trabalhando no espaço, descobriu-se então que elas tinham haver com
desenvolver a comunidade. No que tange o segundo objetivo, constatou-se que as atividades
de gestão do espaço possuem uma estrutura não verticalizada, que apenas para efeito de
registros, ela possui um sistema presidencialista, e ainda foi possível visualizar que as
problemáticas estão presentes em questões de comunicação e gestão de documentos o que
levou ao resultado de que o PSE tem à possibilidade de atuar na área operacional e ainda ser

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um consultor para o espaço, que tem por função diagnosticar a fonte dos problemas
apresentados anteriormente e criar soluções para eles.
Quanto ao entendimento dos problemas que o espaço enfrenta, foi de fundamental
importância conhecer os voluntários e como eles atuam no espaço quanto às questões
administrativas, como proposto nos objetivos específicos, para assim constatar que problemas
organizacionais e de comunicação estão presentes em todas as instâncias da biblioteca, sendo
nesses pontos que o PSE tem a possibilidade de analisar e indicar alternativas para resolução
das problemáticas.
Entende-se que mesmo que a maioria dos voluntários sejam graduados, a graduação
deles não tem vínculo com questões administrativas que exijam alto conhecimento de gestão.
Desta forma, a obtenção de conhecimento vem de experiências que seriam otimizadas se
tivessem informações prévias documentadas ou até mesmo instruídas de forma oral.
Foi constatado que há apenas um estudo que associa Secretariado e Gestão Pública,
sendo ele o trabalho de Alves (2019), já que tudo o que é desenvolvido em secretariado sobre
cultura está entrelaçado com cultura organizacional e relações internacionais. Outro ponto de
dificuldade foi a escassez de trabalhos sobre gestão cultural comunitária, encontrando apenas
referências nacionais na autora Vilutis (2019).
Mesmo com as limitações por meio de associações, foi possível constatar que a
atuação secretarial de forma operacional é a mais utilizada pelo espaço, pois o secretário que
atua na gestão vigente produz documentos e os encaminha, entre outras atividades
relacionadas à profissão. Para além dessas funções, o trabalho propôs atribuir ao secretário
uma função de consultor, para que ele seja voluntário, médico e professor para os outros
voluntários do espaço. Médico porque diagnosticaria os problemas na gestão do espaço e
professor porque ensinaria aos outros voluntários formas de não cometer os mesmos erros.
Este trabalho busca retirar o secretário de seu habitat mais recorrente que são grandes
organizações com fins lucrativos, para outros espaços onde há democratização de informação
e que, algumas vezes, carecem ter pessoas que garantam uma estrutura organizacional mais
eficaz e eficiente.
Ainda que seja novo o debate, o trabalho aponta também para a possibilidade do curso
de bacharelado em Secretariado Executivo Trilíngue da Universidade do Estado do Pará
inserir em seu desenho curricular mais debates sobre gestão cultural, não a gestão cultural da
organização ou para a negociação, mas a gestão cultural que visa proporcionar à sociedade
civil o acesso à cultura.
O trabalho trouxe ainda uma noção de que Bibliotecas Comunitárias são importantes
no espaço em que estão inseridas e que necessitam de toda assistência possível para que as
atividades sejam otimizadas e tenham alcances cada vez maiores. O ECNB foi a biblioteca
alvo do estudo, contudo existem outras bibliotecas em Belém, que necessitam de voluntários
que auxiliem na gestão e na organização. Trouxe ainda o entendimento que o profissional de
Secretariado pode capacitar-se em gestão cultural e levar esse entendimento para a
comunidade, tornando aquele meio propício para novas pautas de desenvolvimento local,
sustentável e solidário.
Constatou-se que, para o aprofundamento de estudos futuros em outras bcs, há
necessidade de ter vivências no espaço e gerar laços com os outros voluntários, a fim de
compreender as demandas diárias dele e como funcionam as instâncias administrativas. Os
autores deste trabalho tiveram uma vivência limitada no espaço devido a pandemia do novo
coronavírus que teve início em 2019 e persevera até os dias de hoje, contudo foi possível
manter contato com outros voluntários e buscar o necessário para a pesquisa

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Como sugestões para futuros estudos, aponta-se para a possibilidade de estudos na


gestão de outras BCs para crescimento tanto da profissão como atuante em muitas instâncias
de trabalho, quanto para as bibliotecas, para maior abrangência e sucesso do trabalho.

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