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Couto (1995) declara que onde há o ser humano, deveria aplicar a ergonomia, assim,
deve ter ergonomia no ambiente de trabalho. A partir disto surge a criação da Norma
Regulamentadora de Ergonomia, sendo esta a NR 17 (2009), onde contém as definições das
condições do ambiente de trabalho, incluindo aspectos relacionados aos mobiliários, aos
equipamentos, às condições ambientais do posto de trabalho, a organização do trabalho, entre
outros. Portanto, seguindo a declaração realizada por Couto, se torna necessário a integração da
ergonomia no ambiente escolar.
Como o estudante passa longas horas de sua vida sentado no mobiliário escolar, este se
torna um elemento fundamental e de suma importância no procedimento educacional, sendo o
responsável pelo conforto psicológico e físico do estudante, favorecendo ou prejudicando seu
aprendizado (IIDA; BUARQUE, 2016.)
2. Ergonomia escolar
De acordo com Iida e Buarque (2016), a ergonomia atualmente se interessa cada vez
mais pelas atividades voltadas para escolaridade e ensino, contribuindo para a eficiência destes.
Um fato encontrado com estes estudos voltados para as escolas, é que o aluno passa cerca de 4
horas sentados em carteiras, fato no qual provoca solicitações estáticas da musculatura,
dificultando a circulação e produzindo monotonia e fadiga.
Devido estes longos períodos sentados, os mesmos autores afirmam que, surgem
posturas inadequadas que causam dores e degenerações que podem prosseguir por toda a vida
dos discentes.
Bergmiller et al. (1999, p. 6), afirmam que “o mobiliário escolar é um elemento de apoio
ao processo de ensino. O conforto físico e o psicológico do aluno vão influenciar no rendimento
da aprendizagem de forma direta”.
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3. Ergonomia na escola em estudo
Na Escola Estadual em que ocorreu a pesquisa recebe alunos do primeiro ao nono ano,
sendo seu maior público de região periférica com poucas oportunidades para que tenham boa
qualidade de vida. Ademais, dispõe do projeto de Educação para Jovens e Adultos (EJA), além
de atividades integradas como, balé, taekwondo, xadrez e acompanhamento para alunos com
necessidades, promovendo desta forma a inclusão escolar.
Esta contém um amplo espaço aberto em seu exterior, utilizado pelos alunos no período
do intervalo e para estacionamento. O espaço interno é composto por salas de aula, sala de
professores, sala de apoio para alunos com necessidades especiais, secretária, diretoria,
biblioteca, sala de vídeo, cozinha, refeitório e quadra esportista. Nesta pes1quisa, a ênfase foi a
análise dos os mobiliários utilizados pelos discentes nas salas de aula.
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Figura 2 - Mesa para discentes encontrada na escola
Importante salientar, que assim como na NBR 14006, as tabelas apresentam as alturas
dos indivíduos por classes de cores, onde a cor lilás representa os alunos que possuem de 1,08
a 1,21 metros de altura, a cor amarela de 1,19 a 1,42 metros, a vermelha de 1,33 a 1,59 metros
e pôr fim a cor verde, que varia de 1,46 a 1,765 metros.
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Tabela 2 - Tabela de dimensionamento das cadeiras estudantis.
Para a resolução dessas questões, Bergmiller et al. (1999, p. 15), recomendam “a adoção
de tamanhos diferentes de cadeiras e mesas, a fim que sejam atendidos os requisitos básicos de
postura para a realização das diversas atividades na sala de aula, por parte de alunos de
diferentes estaturas.” Oliveira (2010, p. 58), sugere outra solução sendo está, o mobiliário
ajustável adequado a NBR 14006/2008.
Porém é importante salientar que a escola depende de auxilio externo para compra de
novos mobiliários, não tornando estas opções viáveis para a atualidade. Portanto, recomenda-
se, para que não prejudique em excesso a postura dos alunos e para que estes não se sintam
desconfortáveis no móvel, o uso de outras atividades que possam ser feitas em pé ou sentados
no chão. Estas, fariam com que diminuíssem o tempo continuo sentados, podendo até estimular
o interesse dos alunos pela aula em questão.
A respeito dos professores, na sala de aula, o acento encontrado na escola é símil aos
dos discentes, como demonstrado a seguir na figura 3, o que se torna incorreto segundo Soares
e Santos (2016), que afirmam que, por mais que estes não passem tempo excessivo sentados, é
recomendado para esse momento, cadeiras estofadas tanto no assento quanto no encosto e
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devem possuir altura ajustável e encosto inclinável, propiciando desta forma, melhor regulação
da coluna quando sentarem.
Silva (2012), afirma que a Ginastica Laboral é uma atividade indispensável no cenário
escolar, principalmente atrelada ao docente. Como na escola já existe um profissional da Saúde,
sendo ele o professor de educação física, a mesma tem possibilidade de executar esta importante
atividade, com o auxílio deste profissional.
Nos demais ambientes de trabalho da escola, encontra-se mesas para trabalho, mesas de
reuniões e mesas auxiliares. De acordo com a NBR 13966/1997 - Móveis para escritório –
Mesas – Classificação e características físicas e dimensionais, as mesas de trabalho são mesas
que possibilitam “produção e execução de tarefas manuais ou informatizadas, sendo
normalmente utilizada por uma só pessoa”. As mesas de reuniões, normalmente são utilizadas
por um grupo de pessoas e proporcionam a realização de reuniões e discussões de trabalhos. Já
as mesas auxiliares, possuem funções secundárias, podendo ser utilizadas como uma superfície
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de apoio ou suporte de equipamentos. Nas figuras 4, 5, 6 e 7 estão demonstradas as mesas de
trabalho encontradas na escola:
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Figura 7 - Mesas de trabalho, encontrada na copiadora
A norma traz como dimensões corretas da mesa de trabalho as imagens demonstradas nas
figuras 8 e 9:
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Figura 9 - Dimensões gerais da mesa de trabalho (vista frontal)
Pode-se observar também que grande parte das cadeiras não são adequadas. Seria
interessante que a cadeira utilizada para os serviços nas mesas de trabalho e de reuniões sejam
estofadas no encosto e no assento e possuam altura que se adapta e encosto que se inclina, assim
como citado anteriormente para as dos professores em sala de aula.
4. Conclusões
A partir dos resultados apresentados nesse artigo, é possível notar que, na escola em
questão, os ambientes e mobiliários não são adequados para todos os usuários, sejam estes
estudantes, professores, técnicos-administrativo ou demais funcionários, com necessidades e
características individuais. Para a situação inadequada de desacordo com a norma vigente do
mobiliário escolar, este deve ser substituído, quando possível. É importante ressaltar que as
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propostas são meios para obter bons efeitos no desempenho e ensino, além de prevenir
problemas de saúde e acidentes.
5. Referências
BERGMILLER, Karl Heinz et al. Ensino Fundamental: Mobiliário Escolar - Série Cadernos Técnicos I nº 3.
Brasília/DF: FUNDESCOLA - MEC, 1999.
CHIAPETA, Andrês Valente. Mobiliário escolar e a realidade brasileira. Buenos Aires: Revista Digital - Ano
15 - Nº 143, 2010. Disponível em: < http://www.efdeportes.com/efd143/mobiliario-escolar-e-a-realidade-
brasileira.htm> Acesso em 20 ago. 2017.
COUTO, Hudson de Araújo. Ergonomia aplicada ao trabalho: manual técnico da máquina humana. Belo
Horizonte: Ergo, 1995. V. 1.
IIDA, Itiro; BUARQUE, Lia. Ergonomia: Projeto e Produção. 3ª edição. São Paulo: Editora Edgard Blucher,
2016.
OLIVEIRA, Juliana Mendes et al. Ergonomia De Carteiras Escolares E Sua Influência No Estresse Físico
De Alunos Do Ensino Fundamental. Revista Estudos em Design, Rio de Janeiro, 2010. Disponível em:
<https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/18818/18818.PDF>. Acesso em: 1 abr. 2018.
REIS, Pedro Ferreira.; MORO, Antônio R. Pereira e SOBRINHO, Francisco de Paula Nunes. A altura do
mobiliário escolar e a distribuição de pressão na região glútea em crianças. Congresso Internacional de
Educação Física – FIEP – Foz do Iguaçu, 2003. Disponível em:
<http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/EDUCACAO_FISICA/artigos/press
aogluteadaPUC-PADRAO.pdf.> Acesso em: 1 abr. 2018.
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