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I – Objetivos

- Calcular o empuxo utilizando um dinamômetro e mergulhando o corpo na água.


- Calcular o empuxo observando o volume extravasado em um recipiente com ladrão.
- Calcular o empuxo fazendo uso de um empuxômetro.
- Calcular o empuxo do cilindro maciço através do cálculo de seu volume.

II – Resumo
Fluidos são diferentes de sólidos, pois não conseguem equilibrar uma força
tangencial quando submetidos a ela, e escoam, permanecendo em movimento
enquanto a força estiver sendo aplicada. O empuxo é uma força vertical que ocorre
quando corpos são imersos parcialmente ou completamente em fluidos (gases ou
líquidos), após deslocá-los. Neste relatório, apresentam-se os resultados de
laboratório para determinar o empuxo de diversos corpos através de diferentes
maneiras, a saber: fazendo uso de um dinamômetro, de um recipiente com ladrão, de
um empuxômetro e de um cilindro maciço.

Palavras-chave: fluidos, força tangencial, força vertical, empuxo.

III – Introdução teórica

A fim de se entender o que acontece com um corpo imerso completa ou


parcialmente num fluido, especificamente, na água, primeiro é preciso compreender o
conceito de pressão.

Suponha que uma pessoa esteja em pé sobre uma superfície lisa e horizontal.
Nessa situação, a palma dos pés dela, que está em contato com o solo, o empurrando
para baixo como se estivesse o comprimindo, exercem pressão. Pressão é uma
grandeza escalar, que depende da força normal exercida sobre uma determinada
superfície. Seja F o módulo da força normal à superfície de área A, temos que a
pressão p é

p = F/A. (1)

Por meio de (1), fica fácil notar que pressão é diferente de força. É possível
obter diferentes pressões causadas por uma mesma força, apenas alterando a área
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da superfície em que é aplicada. A pressão indica como uma força está distribuída,
em média, em uma superfície.
Uma coluna líquida, por exemplo, exerce pressão sobre o fundo de um
recipiente assim como em qualquer objeto imerso no fluido. Considerando um
recipiente contendo um líquido homogêneo de massa específica µf em equilíbrio sobre
ação da gravidade (g) e um cilindro imaginário feito do próprio líquido, com área da
base A, altura h e volume V, sobre esse cilindro atuam várias forças exercidas pelo
líquido que o envolve. A figura x.a representa como essas forças se distribuem pela
superfície do cilindro.

Figura 1: a) forças exercidas sobre o cilindro pelo líquido ao redor dele; b) resultantes verticais que
atuam sobre o ponto 1 e ponto 2.

a) b)

Observe que, devido à simetria, as forças que atuam horizontalmente se


anulam e as forças que atuam na direção vertical, não, de tal forma que existe uma
resultante aplicada no ponto 2 (F2), na base inferior do cilindro, e no ponto 1 (F1), na
base superior. (Ver figura 1.b) Também atua sobre o cilindro a força da gravidade (Pc).

Como o líquido está em equilíbrio, o cilindro também está, logo, em módulo:

F2 - F1 = Pc = E, (2)

onde E é chamado de empuxo, e será abordado em seguida. Dividindo todos os


termos por A(área da base), obtemos:
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F2/A - F1/A = Pc/A,


mas:

F2/A = p2 (pressão no ponto 2);


F1/A = p1 (pressão no ponto 1);
Assim:
p2 - p1 = Pc/A,
p2 - p1 = m.g/A,

onde m = µf.V = µf.A.h. Substituindo, vem:

p2 - p1 = µf.h.g . (3)

A equação (3) é chamada de lei de Stevin ou lei fundamental da hidrostática.

A partir dessa lei, é possível chegar ao famoso teorema de Arquimedes, sobre


o empuxo. Esse teorema diz que quando um corpo é imerso total ou parcialmente em
um fluido em equilíbrio sob ação da gravidade, ele recebe do fluido uma força que
atua verticalmente, de baixo para cima, com módulo igual ao peso do fluido deslocado
pelo corpo.

Observando o mesmo cilindro da situação anterior, pode-se notar através da


equação (2) que
F2 - F1 = E, (4)

ou seja, podemos obter o módulo do empuxo a partir da lei de Stevin:

p2 - p1 = µf.h.g,

Sendo p2 = F2/A e p1 = F1/A, vem:

F2/A - F1/A = µf.h.g,


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que fica
F2 - F1 = µf.g.h.A.

O produto h.A é igual ao volume do líquido deslocado pelo cilindro e F2 - F1,


nesse caso, é igual ao empuxo. Portanto:

E = µf.g.V

Entretanto, µf.V é a massa do líquido deslocado pelo cilindro (m d). Assim, obtemos,
finalmente:

E = md.g (5)

Isto é, o empuxo é igual, em módulo, ao peso do líquido deslocado pelo corpo


imerso no fluido e qualquer objeto imerso num fluido - líquido ou gás -, sofre a ação
do empuxo.
Uma história famosa sobre o teorema de Arquimedes é a da coroa de ouro do
rei Hierão. Segundo essa lenda, utilizando o princípio que ganhou seu nome,
Arquimedes provou que o ourives responsável por fazer a coroa subtraiu parte do ouro
que o rei havia dado para que ele a fizesse (ver figura 2).

Figura 2: representação do empuxo. Ao ser imersa num fluido, uma coroa sofre ação do empuxo,
que não depende do material do qual ela é feita, mas unicamente do volume por ela ocupado.
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IV – Procedimento Experimental
Método 1: Primeiramente, o peso do cilindro foi medido com o auxílio de um
dinamômetro. Em seguida, o mesmo foi inserido em um béquer com água para que o
peso aparente pudesse ser medido e assim, calculou-se o empuxo pela diferença
entre o peso do cilindro no ar e o peso do cilindro inserido no béquer.

Método 2: A massa de um becker pequeno foi medida com o auxílio de uma


balança de precisão, em seguida, inseriu-se água em um recipiente com ladrão até o
nível do mesmo. Posteriormente, o cilindro foi inserido, de modo que o líquido
extravasou pelo ladrão e, então, mediu-se novamente a massa do becker pequeno
com a parcela de água que extravasou do recipiente, ainda com o auxílio da balança
de precisão. Assim, foi feito o cálculo do empuxo, por meio do peso do volume
deslocado

Método 3: Com o auxílio do dinamômetro, mediu-se o peso do conjunto


composto pelo mesmo cilindro atrelado à um empuxômetro vazio. Em seguida,
somente o cilindro, ainda atrelado ao empuxômetro, foi inserido novamente no béquer
com água e o peso do sistema foi medido, agora com o cilindro sob o efeito do empuxo
da água no recipiente. Posteriormente, água foi colocada até preencher o
empuxômetro por completo e o peso do sistema foi medido novamente, ainda com o
cilindro submerso.

Método 4: Foram medidas as dimensões do cilindro com o auxílio de um


paquímetro e o seu volume foi calculado a partir destas. Pela seguinte relação:

E = 𝜌𝑙 𝑔 ⋅ 𝑣𝐿
Onde: E -> Empuxo
𝜌𝑙 -> Densidade do líquido
𝑔 -> Gravidade
𝑣𝐿 -> Volume do líquido deslocado

Obs.: O volume deslocado é justamente o volume do cilindro que foi calculado


anteriormente.
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V – Resultados e discussão
Seguem os resultados dos quatro experimentos realizados para se medir empuxo
em cada situação:

 Experimento 1:
Peso real: 0,44

Peso aparente: 0,06

Empuxo: E = Pr-Pa= 0,44 - 0,06 = 0,38 N

 Experimento 2:
Massa do becker: 45,15 g

Massa do bekcer mais o liquido deslocado: 75,35

Massa do líquido deslocado: 75,35g - 46,15g = 29,2g

Empuxo: m.g = 0,292 N

 Experimento 3:
Peso do exmpuxometro: 0,72 N

Peso aparente do empuxometro: 0,34

Peso aparente do empuxometro com liquido: 0,72

Empuxo: Peso aparente do empuxometro com líquido – Peso aparente do


empuxometro sem líquido = 0,38 N

 Experimento 4:
𝜋𝐷²
Empuxo: 𝐸 = 𝑉𝑑 . 𝑑𝑙 . 𝑔 = 𝐴. ℎ. 𝑑𝑙 . 𝑔 = 4
. ℎ. 𝑑𝑙 . 𝑔 =
103 𝑘𝑔 𝑚
26,9.10−3 𝑚. 67,7. 10−3 𝑚. 𝑚3
. 9,81 𝑠2 = 0,376𝑁
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Como é possível perceber nestes resultados, há uma concordância quanto ao


empuxo causado pela imersão do cilindro em cada caso com exceção do segundo
experimento. É possível que o nível da água no becker principal não tenha ficado
suficientemente rente ao ladrão para que o aumento devido a inserção do cilindro
fosse transmitido por inteiro para o becker de recepção, ou que se tenha perdido parte
do líquido antes da pesagem, resultando em uma medida de peso menor que a
esperada.

VI – Conclusão

Com base no experimento realizado foi possível observar que a densidade do


objeto não influencia no empuxo, e sim o volume do mesmo. Assim quanto maior o
volume do objeto, maior a resistência da água, ou seja, maior será o empuxo. Não
existe somente um método de calcular o empuxo; pôde-se ver nos resultados que
todos os métodos utilizados chegam a um resultado similar. Durante os cálculos,
pôde-se observar um resultado diferente do esperado no cálculo da densidade de um
volume de chumbo, resultado este que não pode ser manipulado a fim de chegar no
resultado correto, pois vai contra as ideias de experimento em laboratório. A conclusão
para o ocorrido foi que o chumbo não estava totalmente puro. Os valores diferentes
do esperado devem ser estudados e analisados, não manipulados.

VII – Bibliografia

[1] DOCA, Ricardo Helou; BISCUOLA, Gualter José; BÔAS, Newton Villas. Tópicos
de física, 1: mecânica. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

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