Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Não é distante da devoção popular pedir uma missa por seu falecido, rezar
um terço pelas almas e tantas outras devoções de piedade. Se na devoção esse
assunto é bem desenvolvido, não posso dizer o mesmo no sentido doutrinal, vez
ou outra aparece alguém inquieto com relação a reencarnação, tentando
entender o purgatório ou então o mais comum – o inferno é realmente para
sempre?
Logo na primeira frase da apresentação ele nos traz uma palavra que é um
baluarte para o estudo – esperança – o estuda da escatologia não deve ser algo
permeado de trevas, ou então algo usado para colocar medo nas pessoas. Qual
seria a resposta do povo a um ousado padre que um seu púlpito ousasse dizer
que o reino está próximo e que o julgamento de Deus se aproxima. Creio que
muitos se abalariam, haveria clima de medo, insegurança..., mas será que
realmente esses sentimentos deveriam aflorar com o anúncio?
Aqueles que querem evitar esse momento em sua existência tem o período
de vida para se dedicar a caridade e penitência que muito ajudam nessa
purificação.
Decerto que não é muito nova essa fala sobre a purgatório, apesar de ir na
linha contraria a daqueles que apostam em um a fala mais “radical” e focada no
emocional. Do mesmo modo podemos dizer que ele trás essa “nova” visão
sobre o inferno.
Aqui não se explora apenas o fogo como realidade física em um ponto até
mesmo se afirma que para as almas seria preferível o sofrimento físico ao
sofrimento psíquico pelo qual passam. O inferno é a condenação ao egoísmo, se
o céu é poder desfrutar e fruir em Deus em quem nos realizamos, o inferno é o
fechamento em si, é nunca se realizar, é desejar e não possuir, dentre os
exemplos do autor um chama bastante atenção, ele diz que é como desejar
abraçar e não ter braços, é uma situação extremamente angustiante.
Mas como conciliar uma realidade tão ruim com a proposta de um Deus
bom, qualquer resposta simplista dessa questão é digna de escarnio porque
aqui a questão é muito séria e toca em Deus e no homem.
Nessa reflexão o mais famoso foi Origenes com a Apocatástases que defendia
uma anistia geral no fim dos tempos, essa teoria foi condenada pela igreja, mas
hoje existe o que podemos chamar de neoapokatastases, em se transfere da
realidade estritamente teológica para a realidade espiritual. Já não se diz que o
inferno não existe, e sim que o inferno existe, mas tomara que esteja vazio. Aqui
tem foco a esperança e a oração.
Gosto bastante da tese de Victor Frankl acerca do sentido, ele diz que o homem
que vive uma vida com sentido é aquele que realmente vive bem, se aceitarmos
que o homem é um microcosmos e reflete aquilo que acontece no macro
podemos pensar também em um sentido para o todo, para o mundo.
Aqui a alma que já gozava da visão beatifica em Deus, mas ainda desejava um
corpo para si, terá novamente seu corpo, agora já glorificado. Esse momento é
eternizado na fé da Igreja que por meio do credo professa – creio na
ressurreição da carne.
Outro termo interessante é Evo(aiôn), quando pensamos que paralisar por toda a
eternidade em algo, nos surge a questão – não seria essa uma realidade
tediosa? A princípio parece que a resposta é sim, mas quando aceitamos que
não eternidade o tempo é evo, onde apesar de ser eterno tem alguma
passagem onde tudo que é bom existira e em Deus desfrutaremos de tudo isso
da melhor forma, descartamos a ideia de tédio e renovamos em nós o desejo.