O documento discute as potencialidades e desafios de três ferramentas de gestão em saúde mental: colegiado de gestão, apoio institucional e apoio matricial. Também reflete sobre a diferença entre esse modelo de cuidado e a visão hospitalocêntrica anterior à reforma psiquiátrica.
Descrição original:
Atividade psicologia e políticas públicas. Trabalho feito, nota máxima.
O documento discute as potencialidades e desafios de três ferramentas de gestão em saúde mental: colegiado de gestão, apoio institucional e apoio matricial. Também reflete sobre a diferença entre esse modelo de cuidado e a visão hospitalocêntrica anterior à reforma psiquiátrica.
O documento discute as potencialidades e desafios de três ferramentas de gestão em saúde mental: colegiado de gestão, apoio institucional e apoio matricial. Também reflete sobre a diferença entre esse modelo de cuidado e a visão hospitalocêntrica anterior à reforma psiquiátrica.
Atividade Discursiva – Psicologia e Políticas Públicas
Quais as potencialidades e desafios comuns a essas três ferramentas
(colegiado de gestão, apoio institucional, apoio matricial)? Elabore também uma reflexão sobre as diferenças entre esse modelo de cuidado e a visão hospitalocêntrica, anterior à reforma psiquiátrica:
O gestor de saúde deve saber que os conflitos e as contradições fazem parte
do cotidiano do trabalho e deve manter-se orientado pelo compromisso de garantia do acesso ao direito à saúde, trabalhando os conflitos e contradições, considerando que as ações próprias da clínica, da política e da gestão são inseparáveis. Porém, há diversos desafios no colegiado gestor, apontados em estudos de Cecílio (2010), como, por exemplo: muitos profissionais de saúde não sabem o que é um colegiado, outros acreditam que o colegiado ajuda o coordenador a tomar decisões e em outros, ainda, o coordenador terminou com o colegiado gestor quando teve seu posicionamento contrariado pela equipe. O apoio institucional, segundo Maerschner et al. (2014), é realizado por um agente externo à unidade que proporciona a construção coletiva das práticas, através também da educação permanente, auxiliando na análise da gestão e na organização dos processos de trabalho, articulando com outros atores da política de saúde e de outras políticas necessárias para a problematização do caso clínico. Porém, é preciso que o gestor local permita que essa atuação aconteça, porque ele não será mais o eixo da tomada de decisões; ele participará do processo tanto quanto qualquer outro trabalhador de sua unidade. O matriciamento propõe a retaguarda especializada e o suporte técnico- pedagógico em um modelo colaborativo de cuidados à população. Algumas propostas do apoio matricial são: elaboração de PTS e a interconsulta (que vai desde a discussão de caso até consultas conjuntas e visitas domiciliares). Alguns problemas recorrentes a este tipo de gestão clínica é que a equipe da UBS poderá criar uma expectativa de que o matriciador irá realizar consultas individuais, como especialista, sem a participação da equipe da unidade. I Em suma, o principal objetivo dessas ferramentas é democratização e divisão de cargos de liderança e o principal desafio é os que os colaboradores não compreender a função de cada ferramenta. Portanto, a visão hospitalocêntrica não considera o sujeito enquanto ser integral. As intervenções são realizadas com foco na patologia, na doença, sendo o hospital o lugar exclusivo de tratamento. A reforma psiquiátrica desconstrói essa lógica e lança luz sobre o sujeito em sua particularidade, tomando o sofrimento psíquico como uma parte do humano (e não o todo) e os dispositivos extra-hospitalares como espaços de cuidado em saúde mental . O movimento da Psiquiatria Democrática de Basaglia implicou em mudança de dispositivos de cuidado como: os hospitais abertos, os centros de atenção psicossocial (CAPS), as residências terapêuticas. Esses novos dispositivos inspiraram a reforma psiquiátrica brasileira, que teve início no final da década de 1970, com o Movimento de Trabalhadores em Saúde Mental que denunciavam as violências e as precárias condições dos manicômios no país.
A ambiência do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e sua influência no processo de cuidar realizado pelos trabalhadores: uma perspectiva da Psicologia Ambiental