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Guia de

Itinerários
Formativos
Volume II
Definições de arquitetura, Catálogo de
IFs e Materiais de apoio ao professor

1. marca

A marca nasce como uma submarca de Itaú,


segmentado escrito com tipografia Itaú Display XBold,
com a altura de X da tipografia da marca Itaú.
Ficha Técnica

Idealização EQUIPE DE PRODUÇÃO Educação quilombola Ilustração Léia Gonçalo da Silva


Instituto Reúna Produção técnico- Nádia Maria Cardoso da Silva Sabrina Zerlini de Sá Gerente executiva de Ensino
pedagógica Médio - SEE-PB
Apoio Bruna Henrique Caruso Ensino Médio em tempo CONSULTORIA
Marcia Proescholdt Wilhelms
Itaú Educação e Trabalho Clea Maria da Silva Ferreira integral Alison Fagner de Souza
Gestora de Ensino Médio
Instituto Natura Daniel Ramos Cordeiro Renata Lazzarini Monaco e Silva
e Educação Profissional/
Instituto Sonho Grande Kátia Stocco Smole Roberta Maia Pontes Chefe da Unidade do Ensino
COPEMEP/SUPED/SED/MS
Fundação Telefônica Vivo Mariana Fátima Muniz Soares Médio - SEE PE
Renato Alves Resende Leitura crítica Natalino Uggioni
Ana Coelho Vieira Selva
Apoio Institucional Rodrigo de Souza Araujo Bruno Pereira Garcês Frente Nacional Currículo e
Secretária Executiva do
Fundação Lemann Taciana Ferreira Vaz Hugo Bovareto de Novo Ensino Médio do Consed
Desenvolvimento da Educação
Imaginable Futures Oliveira Horsth
- SEE PE
Educação a distância (EAD) Marisa Montrucchio
INSTITUTO REÚNA Betina von Staa Caetano Pansani Siqueira Anna Penido
Diretoria-executiva Catarina Ianni Segatto Diretora do Centro Lemann
Kátia Stocco Smole Educação especial Gustavo Blanco de Mendonça de Liderança para Equidade
Fernanda Squassoni Lazzarini na Educação
Coordenação de projetos UX designer Danielly Franco de Matos
Bruna Henrique Caruso Educação indígena Izadora Ribeiro Perkoski Chefe de Divisão de Ensino
Clea Maria da Silva Ferreira Jósimo da Costa Constant Médio da Seduc-AC e
Daniel Ramos Cordeiro Tecnologia coordenadora de Etapa de
Mariana Costa Marcondes Educação no campo Fabiana Cabral Silva Ensino Médio - ProBNCC
Marcos Vinicius Rossi Karla Tereza Amélia Fornari
de Souza Edição de texto Durval Paulo Gomes Júnior
Maggi Krause Assessor Pedagógico da
Medidas socioeducativas Secretaria Executiva de
Marisa Fortunato Edição e revisão de texto Desenvolvimento da Educação-
Mariane Genaro SEDE - PE
Educação de jovens e Flavia Leal King Baleche
adultos e ensino noturno Projeto gráfico e diagramação Assessora pedagógica - SEED
Monica Silva Tavares Victor Borges Malta PR

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 2
Sumário

4 A árvore 19 ETAPA 4

Arquitetura dos
Itinerários Formativos
5 Apresentação
43 ETAPA 5

Construção do catálogo
9 Ponto de partida de Itinerários Formativos

11 As modalidades e ofertas 53 ETAPA 6

específicas do Ensino Médio Escrita de materiais


de apoio ao professor

17 Metodologia de
elaboração deste guia

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 3
A árvore

A
árvore representa estrutura e força. Depois lilases e roxas, em Florestas Tropicais, Cerrado levando em conta as muitas modalidades e ofertas
da germinação, precisam de energia e e Caatinga, cada região com sua flor. Algumas educacionais. Que o conhecimento se mostre denso
impulso para começar a sair do fundo dos florescem no calor e outras nos dias cinzentos de como um tronco, mas aponte para a leveza das folhas
solos. Com uma raiz forte e bem ramificada, tornam- inverno, informando a chegada da primavera. A e para a beleza das flores. Que a passagem das
se plantas saudáveis com mil e uma possibilidades árvore-símbolo do Brasil é usada na construção estações só reforce suas cores e formatos e possa
diferentes de visual, altura e formato. Uma planta civil, na indústria naval e na marcenaria. Serve como encantar, assim como aos amantes da flora, os mais
mal enraizada está fadada a não sobreviver. remédio e chá e tem o poder de enfeitar qualquer dedicados educadores.
Não só as raízes fortes sustentam a árvore, mas cenário com sua beleza.
também seu caule é responsável pelo transporte
Assim como as árvores, esse guia tem o propósito
de água e minerais para as folhas, garantindo um
de lançar raízes num solo fértil e, com muita
desenvolvimento saudável. Além de necessitarem
estrutura, orientar o crescimento de um caule
de sol, ar e nutrição, poucas são as árvores que
que alimente com ideias e boas propostas os
sobrevivem sozinhas; muitas precisam estar em um
Itinerários Formativos do Novo Ensino Médio. O
ambiente com outras, inclusive de outras espécies,
desafio é coletivo e se desdobra em muitas etapas.
para sobreviver.
Mas, à semelhança do ipê, que pode florescer com
Da família Bignoniaceae, e dos gêneros Tabebuia e cores e em momentos diferentes, dependendo
Handroanthus, o ipê é uma árvore nativa brasileira1. do contexto e das escolas, elas se configuram de
Seu nome, de origem tupi, significa “árvore de casca formas totalmente distintas umas das outras, sem,
grossa”. Existem mais de 10 espécies de ipês, em no entanto, prescindir de uma base sólida. Nosso
suas mais variadas características: de norte a sul convite é para que você nos acompanhe na jornada
do Brasil, com flores brancas, amarelas, rosadas, do Guia Itinerários Formativos para entender
1 Fontes: http://www.invivo.fiocruz.br/biodiversidade/a-flor-simbolo- a estruturação, o planejamento, as condições
do-brasil/. INSTITUTO BRASILEIRO DE FLORESTAS. Quais são as e os desafios que influenciam a construção e a
partes da árvore e as suas funções?. 2020. Disponível em: https://www.
ibflorestas.org.br/conteudo/quais-sao-as-partes-da-arvore. Acessos em: implementação de variados Itinerários Formativos,
4 jun. 2022.

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Apresentação

O
lá! Bem-vindo ao desafio de tecer Itinerários Formativos! currículos referenciais de cada UF, a produção de um Guia para Elaboração
do Plano de Formação, a plataforma de formação continuada Nosso Ensino
A equipe do Instituto Reúna elaborou este Guia para apoiar os
Médio, o desenvolvimento de um Referencial para Seriação das Matrizes
responsáveis pelo processo de implementação do Novo Ensino Médio
Curriculares, a escrita de ementas para Itinerários Formativos, a elaboração de
nas Secretarias de Educação. É uma publicação que elenca os principais pontos
material de apoio ao professor (estas duas últimas, em parceria com a Secretaria
a considerar até que os estudantes comecem de fato a seguir as opções de
Estadual de Educação de São Paulo). Por isso, queremos compartilhar com você
Itinerários oferecidas pela rede.
nossa experiência até o momento e esperamos que os conteúdos do Guia sirvam
Em especial, nosso público são os técnicos das Secretarias de Educação das de inspiração ou referência para o planejamento e a efetivação das mudanças
redes estaduais e distrital diretamente envolvidos na criação e implementação tão esperadas pelas juventudes.
dos Itinerários Formativos (IF). Se você se encaixa nesse perfil, saiba que este
Para maximizar o repertório e a oferta de situações inspiradoras, realizamos
Guia foi feito para acompanhá-lo nesse período importante e desafiador. Além
entrevistas com técnicos das Secretarias, gestores escolares e especialistas
de apresentar informações relevantes para a compreensão da nossa proposta,
em diferentes territórios. O objetivo foi elaborar diagnósticos das reais
convidamos você a fazer reflexões conosco ao longo do estudo do material.
necessidades das redes, para considerá-las do modo mais apropriado e
Sabemos que os desafios para colocar em prática essa grande mudança no completo possível. O grande diferencial deste material é detalhar percursos
Ensino Médio não são poucos nem simples. Observamos quanto esforço e de implementação dos IFs, ilustrados por relatos de prática que revelam a
dedicação têm sido depositados nesse processo e acreditamos que, juntos, realidade experimentada por redes de ensino de diferentes UFs, refletindo suas
estamos transformando para melhor esta etapa da Educação Básica, em especial conquistas e seus desafios.
porque a nova arquitetura considera os interesses e as necessidades dos jovens,
Convidamos você a contar como acontece esse processo na sua rede e a dar
conferindo-lhes maior protagonismo e formando-os para a autonomia.
uma devolutiva a respeito deste material, pois ele seguirá em construção
O Instituto Reúna acompanha de perto a implementação das inovações do permanente. Venha colaborar e apontar caminhos para o Ensino Médio
Ensino Médio e contribui com as redes em iniciativas como leituras críticas dos dialogando com nossa equipe pelo e-mail: contato@institutoreuna.org.br

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Apresentação

C
onvidamos você a dialogar sobre seu papel de Tecendo a manhã Como você se sentiu ao ler o poema? Houve
articulador da implementação dos Itinerários ecos com seu fazer cotidiano como liderança e
Formativos lendo o poema “Tecendo a manhã”, 1. articulador de pessoas e saberes? Você se sente
de João Cabral de Melo Neto. Conhece? Um galo sozinho não tece uma manhã: parte de um todo que tece tantas práticas da
ele precisará sempre de outros galos. educação brasileira? Como tem sido a tessitura dos
De um que apanhe esse grito que ele Itinerários Formativos em seu território?
e o lance a outro; de um outro galo
Fazendo um paralelo do poema com o processo de
que apanhe o grito que um galo antes
implementação dos IFs, destacamos que é preciso
e o lance a outro; e de outros galos
“erguer tendas” nas quais diferentes atores possam
que com muitos outros galos se cruzem
se sentir acolhidos, respeitados e pertencentes. É
os fios de sol de seus gritos de galo,
necessário criar um canal de comunicação em que
para que a manhã, desde uma teia tênue,
um escute o outro atentamente. Dessa forma, vai
se vá tecendo, entre todos os galos.
sendo construída uma teia tênue de consensos que
indicam uma arquitetura de caminhos possíveis.
2.
Toda essa colaboração resulta em um catálogo de
E se encorpando em tela, entre todos,
IFs que reflita as diversidades, as necessidades e os
se erguendo tenda, onde entrem todos,
anseios das comunidades escolares.
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação. Em um contexto de gestão democrática, para
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo exercer um papel de liderança e articulação com
que, tecido, se eleva por si: luz balão. assertividade, acreditamos que seja essencial
começar a criação dos Itinerários com um convite
MELO NETO, João Cabral de. A educação pela pedra. In: para que cada ator seja protagonista e colabore no
OLIVEIRA, Marly (org.) Obra completa: volume único. Rio
de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. p. 345. Disponível em: ato de arquitetar, elaborando um planejamento que
https://www.escritas.org/pt/t/11508/tecendo-a-manha. envolva a corresponsabilização de todos.
Acesso em: 4 jun. 2022.

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Apresentação
Premissas que podem guiar seu papel de líder e articulador2:

Comunicação e diálogo Mobilização de competências Criação e fortalecimento de uma


socioemocionais3 por todos comunidade de aprendizagem4
Fazer com que o processo decisório seja sempre
dialógico com a escola é fator fundamental para que Muito tem-se falado sobre o desenvolvimento Reforçamos que é essencial promover e
a implementação dos IFs aconteça de fato. Para isso, de competências socioemocionais pelos partilhar reflexões, discutir e buscar soluções
sugerimos algumas estratégias: estudantes (crianças e jovens), e mais conjuntas para os desafios, mapear, celebrar e
recentemente a BNC-Formação explicitou a socializar as conquistas, ou seja, com colegas
• Utilizar os canais de comunicação estabelecidos pela
necessidade de incluir seu desenvolvimento de Secretarias de Educação, para que possam
Secretaria para publicar documentos oficiais, temas
também na formação de docentes. Hoje juntos compreender e formular a política do
para debate e materiais orientadores, bem como
queremos convidar você, que faz parte Novo EM e os IFs em específico. Sabemos que
realizar consultas públicas etc.
da equipe da Secretaria de Educação, a é uma tarefa de grande complexidade e que
• Praticar a pedagogia da presença, ou seja, promover refletir sobre as competências que têm sido deve ser feita a muitas mãos.
ações cotidianas que ajudem a estreitar e fortalecer requisitadas nesse processo de implementação
o vínculo entre Secretaria, Regionais e escolas, Por isso, para contribuir com a ampliação
dos IFs. Vamos elencar as competências
numa relação de parceria, colaboração e e o fortalecimento de uma comunidade
socioemocionais que consideramos mais
acompanhamento da implementação. de aprendizagem nacional do EM, vamos
relevantes para a implementação deles:
compartilhar, neste material, práticas de
• Disponibilizar equipe técnica – órgão central abertura para o novo, organização, colaboração,
equipes de diferentes territórios e realidades,
e regionais – para realizar curadoria, tirar dúvidas comunicação e resiliência. Faz sentido para
para que possam servir de inspiração e, quem
e apoiar a implantação dos IFs. você? Como você tem desenvolvido essas
sabe, promover o diálogo entre você e a equipe
• Estar atento e disponível para mediar conflitos. competências? Que tal refletir sobre os
citada em busca de trocas e parcerias.
Embora os conflitos façam parte das relações momentos da implementação em que elas
humanas, é preciso garantir que sempre exista são relevantes e antever como você pretende
diálogo, respeito e empatia nas interações, certo? fortalecê-las e praticá-las nessas oportunidades? 4 Quando falamos de comunidade de aprendizagem,
consideramos seu conceito mais amplo, que abarca técnicos/
É importante estar pronto, em seu papel de liderança, 3 Quando falamos de competências socioemocionais, servidores das Secretarias envolvidos na implementação dos IFs,
para mediar conflitos e buscar consensos. consideramos como referência de estudos o Modelo das 5 para que eles possam promover a colaboração e o intercâmbio
macrocompetências, elaborado pelo Instituto Ayrton Senna. de ideias entre os diversos atores envolvidos com os IF nas
Nela, são elencadas cinco macrocompetências que se desdobram, escolas, com o objetivo de estender e fortalecer cada vez mais a
2 Lembramos que os líderes e articuladores da formulação e implementação ao todo, em 17 competências socioemocionais relevantes para comunidade. Para saber mais sobre a temática, sugerimos a leitura
dos Itinerários Formativos podem estar em diferentes áreas da Secretaria e o século 21. Além deste, o material Caminhos para Educação do artigo “Comunidade de aprendizagem”, do Portal Centro de
não apenas na pedagógica, dada a intersetorialidade inerente ao processo Integral, do Movimento pela Base. Referências em Educação Integral, e a exploração deste portal.

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GUIA DE Itinerários
Formativos
O QUE É?
Roteiro de apoio aos técnicos das secretarias estaduais e distrital de
educação para o planejamento e criação dos Itinerários Formativos,
viabilizando um catálogo de IFs aplicáveis às diversidades
do território e coerentes às normativas nacionais. O Guia
também apoia a elaboração de materiais de apoio aos
professores e sua formação, bem como a adaptação de
PPPs e o processo de monitoramento da implemen-
tação dos IFs nas escolas.

VOLUME I
Planejamento, estudos e diagnósticos para os
Itinerários Formativos

1 2
Assegurar que as equipes pedagógicas
envolvidas na implementação compreendam em
profundidade e se alinhem em relação aos objetivos,
ao conceito, a estrutura e funcionamento, bem como
às premissas pedagógicas dos Itinerários Formativos.

Planejar a implementação dos

3
Itinerários Formativos de modo a
garantir a oferta adequada às diversas Conduzir o diagnóstico das
realidades específicas do território e capacidades da rede e as
coerentes às normativas nacionais e necessidades e demandas do
locais, assegurando equidade e qualidade. território para que os dados
levantados orientem a Secretaria
de Educação na definição, ajuste
e/ou detalhamento das ofertas de
Itinerários Formativos.

VOLUME II
Definições de arquitetura dos IFs, elaboração
do catálogo de aprofundamentos curriculares
e de materiais de apoio ao professor

4 5 6
Definir e detalhar a Produzir um catálogo de Apoiar as equipes
arquitetura e a oferta dos ementas que considere as escolares no processo de
IFs, sua distribuição no tempo, inovações propostas no apropriação e implementação
condições e regras de mobilidade referencial em relação aos dos Itinerários Formativos e suas
e avaliação, de modo estruturado IFs(desenvolvimento das inovações, assegurando aos
e de fácil compreensão para habilidades dos eixos estruturantes, estudantes oportunidades
estudantes e comunidade protagonismo juvenil, projeto de equânimes de desenvolvimento
educativa. vida e outros princípios) e de habilidades, protagonismo e
arealidade do território. aprendizagem ativa.

VOLUME III
Formação, PPPs escolares e monitoramento
da implementação dos IFs

8 7
Garantir que o currículo Formar os educadores da
chegue oficialmente ao rede de ensino a fim de que
chão da escola e que a eles tenham o preparo necessário
revisão do Projeto Político para atuarem no processo de
Pedagógico reflita as inovações implementação do Novo Ensino
do Ensino Médio em cada Médio nas escolas.
unidade escolar.

9
Avaliar continuamente o
que está dando certo, o que
ainda precisa de aprimoramentos,
quais são as demandas
administrativas e as pedagógicas e
como elas podem ser endereçadas
por cada equipe gestora.
Ponto de partida

P
ara nos alinharmos com O que são Itinerários Formativos? Qual é a diferença entre Aprofundamento
relação às definições e dúvidas Curricular e IF?
Vamos retomar a Portaria n. 1.432 para responder a esta
frequentes sobre a temática ,
questão. De acordo com um alinhamento consolidado
preparamos uma lista de perguntas
na Coletânea de Materiais (pág. 52), produzido
e respostas sobre os Itinerários “Itinerários Formativos: Conjunto de situações e atividades
pela Frente Currículo e Novo Ensino Médio do
Formativos. educativas que os estudantes podem escolher conforme seu
Consed, o Aprofundamento Curricular é uma
interesse, para aprofundar e ampliar aprendizagens em uma
das partes que compõem o IF, junto de Projeto
ou mais Áreas de Conhecimento e/ou na Formação Técnica e
de Vida e das Eletivas. Portanto, os IFs são a
Profissional, com carga horária total mínima de 1.200 horas.”
parte diversificada do currículo e compostos
Quais são os objetivos dos Itinerários Formativos? pelo conjunto dos Aprofundamentos, Projeto
de Vida e Eletivas. Os Aprofundamentos
Segundo a Portaria n. 1.432:
Curriculares podem ser de área do
“- Aprofundar as aprendizagens relacionadas às competências conhecimento, de Educação Profissional e
gerais, às Áreas de Conhecimento e/ou à Formação Técnica e Tecnológica (EPT) ou integrados (entre áreas
Profissional; ou áreas e EPT).

- Consolidar a formação integral dos estudantes, desenvolvendo a


autonomia necessária para que realizem seus Projetos de Vida; O que são Unidades Curriculares (UCs)?

- Promover a incorporação de valores universais, como ética, São elementos com carga horária predefinida,
liberdade, democracia, justiça social, pluralidade, solidariedade e formados pelo conjunto de estratégias,
sustentabilidade; e cujo objetivo é desenvolver competências
específicas. As UCs podem ser organizadas em
- Desenvolver habilidades que permitam aos estudantes ter uma áreas do conhecimento, disciplinas, módulos,
visão de mundo ampla e heterogênea, tomar decisões e agir nas projetos, entre outras formas.
mais diversas situações, seja na escola, seja no trabalho, seja na vida.”

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia planejamento estudos diagnósticos 9
Ponto de partida

Como podem ser distribuídas as cargas horárias da Formação


Geral Básica (FGB) e dos Itinerários Formativos ao longo da
etapa do Ensino Médio?

As novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino


Médio indicam apenas a carga horária geral da FGB (máximo
de 1.800 horas) e dos IF (mínimo de 1.200 horas). Por isso, fica
a critério das redes a escolha de como distribuir os tempos
entre todos os componentes ao longo das três séries do EM. É
importante comunicar aos estudantes e familiares que a Formação
Técnica do EM, também chamada de Quinto Itinerário ou
Itinerário de EPT, pode ter diferentes cargas horárias. Saiba mais
no conteúdo Cursos da Educação Profissional Técnica de Nível
Médio, do Ministério da Educação.

Quantos são os eixos estruturantes e qual é a função deles?

Eles são quatro: Investigação Científica, Mediação e Intervenção


Sociocultural, Processos Criativos e Empreendedorismo.
O principal papel dos eixos é buscar garantir que os jovens,
independentemente do IF que cursarem, tenham experiências
educativas conectadas à realidade e que promovam sua formação
pessoal, profissional e cidadã. Saiba mais lendo os Referenciais
Curriculares para a elaboração de Itinerários Formativos,
produzido pelo MEC.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia planejamento estudos diagnósticos 10
As modalidades S
abe-se que o Ensino Médio regular (diurno e noturno), como definido na
Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, compõe a maior parte

e ofertas específicas
das unidades escolares nas redes estaduais e distrital. Por esse motivo, é
comum que se inicie com o foco nesta oferta ao se planejar a nova arquitetura do

do Ensino Médio
Ensino Médio (especialmente o diurno). Em geral, adaptar as decisões para outras
situações fica para uma etapa posterior. No entanto, desde o princípio, é preciso
dar atenção especial às modalidades de ensino e ofertas específicas da etapa
do Ensino Médio5, possibilitando aos estudantes matriculados nessas escolas
a garantia plena do seu direito à aprendizagem, atendido com qualidade e com o
mesmo grau de importância dado aos demais estudantes das redes.

Quando se trata de modalidades e ofertas específicas nos referimos à educação


indígena, educação quilombola, educação do campo, das águas e das
florestas, educação de jovens e adultos, educação para estudantes em
privação de liberdade e em medidas socioeducativas, o Ensino Médio
noturno, o Ensino Médio em tempo integral. Além disso, consideramos a
educação especial e a educação a distância (EaD) como eixos transversais
garantidores de equidade, devendo ser pensados de maneira integrada em todas
as modalidades, ofertas específicas e também no Ensino Médio regular. Para
a compreensão geral das modalidades e ofertas específicas, foram elaboradas
algumas definições que resgatam os principais aspectos de cada uma delas.

5 As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, de 21 de novembro de 2018, estipulam que a
implementação da nova arquitetura e dos currículos do Ensino Médio deve observar as diretrizes e normas
nacionais da educação especial, educação do campo, educação escolar indígena, educação escolar quilombola,
educação de pessoas em regime de acolhimento ou internação e em regime de privação de liberdade,
atendimento escolar de adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas, educação escolar
para populações em situação de itinerância e da educação a distância. Além disso, o art. 13 da resolução deixa
claro que podem ser considerados outros saberes relevantes às realidades da educação escolar indígena, da
educação escolar quilombola e de comunidades tradicionais.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia planejamento estudos diagnósticos 11
As modalidades e ofertas
específicas do Ensino Médio

qui A educação quilombola se dispõe ao atendimento das populações eja A educação de jovens e adultos (EJA), conforme a LDB/1996,
quilombolas rurais e urbanas, sendo dever do Estado sua oferta é uma modalidade destinada aos estudantes que não concluíram,
e organização em associação com comunidades quilombolas e não acessaram ou abandonaram os estudos na idade apropriada.
movimentos sociais. As escolas quilombolas são tanto as que se De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs)
localizam nas comunidades quilombolas quanto as que atendem do Ensino Médio, a EJA “deve ser especificada uma organização
estudantes oriundos delas. Essa educação, portanto, ocorre curricular e metodológica diferenciada para os jovens e adultos,
na oferta aos estudantes quilombolas, cujos valores, saberes considerando as particularidades geracionais, preferencialmente
e histórias são compartilhados pela memória coletiva e pela integrada com a formação técnica e profissional, podendo ampliar
oralidade. seus tempos de organização escolar, com menor carga horária
diária e anual, garantida a carga horária mínima da parte comum
cam A educação do campo pode ser definida de acordo com as
de 1.200 (um mil e duzentas) horas e observadas as diretrizes
Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas
específicas”. Além disso, dado o perfil e as necessidades do
do Campo (2001), isto é, “tem um significado que incorpora os
educando, é possível oferecer até 80% da carga horária por
espaços da floresta, da pecuária, das minas e da agricultura, mas
meio da educação a distância, desde que haja adequado apoio
os ultrapassa ao acolher em si os espaços pesqueiros, caiçaras,
tecnológico e pedagógico.
ribeirinhos e extrativistas. O campo, nesse sentido, mais do que
um perímetro não urbano, é um campo de possibilidades que jpl A educação escolar para os adolescentes e jovens privados
dinamizam a ligação dos seres humanos com a própria produção de liberdade não se caracteriza como uma escola específica do
das condições da existência social e com as realizações da sistema escolar. Cabe considerar que a privação de liberdade não
sociedade humana.” significa que os jovens e adolescentes estejam privados de seus
direitos. No caso da educação, este direito é garantido por meio de
ind A educação indígena é voltada aos povos indígenas em seus
diferentes arranjos, como salas de aula/classes organizadas dentro
territórios, reafirmando e valorizando suas identidades. As
dos centros de atendimento socioeducativo, porém, vinculadas
escolas dessa oferta atualmente se organizam de acordo com os
a uma escola da rede pública de ensino. Cada UF tem autonomia
normativos nacionais, os critérios das Secretarias de Educação e
para definir sua estrutura e seu funcionamento por meio do acesso
as normas estabelecidas e dialogadas com as comunidades.
ao ensino regular ou à EJA.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia planejamento estudos diagnósticos 12
As modalidades e ofertas
específicas do Ensino Médio

emti O Ensino Médio em tempo integral (EMTI) não se resume ept A Educação Profissional e Tecnológica (EPT)
apenas à ampliação da jornada escolar dos estudantes, mas é uma modalidade prevista na LDB/1996 com a
defende a compreensão de que as juventudes devem ser principal finalidade de preparar “para o exercício de
desenvolvidas em todas as suas dimensões: intelectual, emocional, profissões”, contribuindo para que o cidadão possa
física, cultural e social. Vale lembrar que esse princípio de educação se inserir e atuar no mundo do trabalho e na vida em
integral está garantido pelas DCNs do Ensino Médio e pela Base sociedade. No Ensino Médio, pode ser trabalhada de
Nacional Comum Curricular (BNCC) da etapa, para todos os seus forma articulada de oferta (integrada, concomitante
estudantes. Além disso, as DCNs também preconizam a expansão ou intercomplementar – concomitante na forma e
da carga horária para 1.000 horas anuais (3.000 horas para a integrada no conteúdo) e na forma subsequente.
etapa), bem como a expansão progressiva para 1.400 horas anuais, Na arquitetura do Novo EM, a EPT ocupa espaço
o que já configura Ensino Médio em tempo integral. como Itinerário Formativo ou parte de itinerários
formativos integrados com áreas do conhecimento.
not Na realidade atual, o ensino noturno, desenvolve-se, muitas
vezes, da mesma maneira que o diurno. Não há uma adequação ao A nova arquitetura curricular do Ensino Médio nas
seu alunado específico (homens, mulheres, jovens e adultos que peq escolas pequenas pode trazer alguns desafios
estudam após uma rotina árdua de trabalho e, ao mesmo tempo, em sua implementação. Um exemplo é a eventual
trazem consigo enormes lacunas de vivência e aprendizagem falta de professores para oferta de diferentes
escolar, em razão de diferentes motivos de afastamento e/ Aprofundamentos Curriculares e eletivas ou mesmo
ou evasão). Sabe-se que as DCNs demandam adequações infraestrutura física inadequada para a composição
curriculares e de arquitetura da etapa nesta oferta específica, de diferentes turmas nos Itinerários Formativos.
prevendo, por exemplo, um número maior de anos para sua Sendo assim, é fundamental ter em vista essa lente
conclusão e até mesmo uma carga horária estendida de EaD (até em sua rede ao longo do processo de planejamento e
30%), dando maior flexibilidade ao cotidiano de estudos desses implementação dos IFs, garantindo possibilidades de
educandos. escolha aos estudantes, bem como condições propícias
à viabilização das inovações do Ensino Médio.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia planejamento estudos diagnósticos 13
As modalidades e ofertas
específicas do Ensino Médio

Os Itinerários Formativos do sensível e dialógico para contemplar as diversidades do campo,

Novo Ensino Médio em função das das águas e das florestas em todos os seus aspectos: culturais,

modalidades e ofertas específicas


sociais, políticos, econômicos, de gênero, de etnia e geracionais
se pretendemos desenvolver uma educação democrática com
formação humana integral para a vida desses sujeitos.
No planejamento da implementação dos IFs nas modalidades e
ofertas específicas, é preciso compreender suas especificidades Por todo o Brasil, muitas das escolas que oferecem o
e suas convergências. A educação indígena, a quilombola e a do Ensino Médio para essa oferta seguem a metodologia da
campo, das águas e das florestas ofertam o EM para populações alternância, na qual os tempos educativos são divididos entre
distintas, porém, com semelhanças que podem fortalecer e “tempo escola” e “tempo comunidade”. São experiências que
favorecer a execução dos IFs. merecem ser conhecidas e valorizadas. Além da vivência
escolar, trabalha-se com pesquisas feitas na comunidade,
Observar, conhecer e selar um compromisso com a diversidade
que são sistematizadas no tempo escolar em diálogo com as
de territórios, sujeitos, suas realidades e potencialidades são
áreas do conhecimento e seus componentes curriculares. Na
pressupostos da educação do campo, das águas e das florestas.
volta para as comunidades, técnicas e saberes aprendidos
Essa oferta é marcada pelos desafios e pela diversidade da
são colocados em prática, além de haver um tempo para se
realidade brasileira e suas regiões, que possuem distintas formas
dedicar aos Projetos de Vida. A metodologia da alternância
de viver, de se organizar e de implementar as políticas com
pode ser uma excelente alternativa para a constituição de IFs
diferentes infraestruturas, entre outras dimensões que interferem
da EPT, promovendo educação no campo, do campo e para
diretamente nos processos educativos. É necessário refletir sobre
o campo, valorizando a diversidade, os saberes e as práticas
quais destas diversidades existem em seu Estado ou sua região e
da região, ao mesmo tempo que oferta condições para uma
como suas especificidades serão tratadas nos IFs propostos.
formação para o mundo do trabalho. É possível também a
Sabe-se que, nos últimos 20 anos, com as lutas, mobilizações, proposição de Itinerários Formativos com Aprofundamentos
proposições dos Movimentos e Organizações Sociais do Campo, Curriculares que integrem unidades curriculares de EPT e de
foram muitos os desafios enfrentados e também as conquistas áreas do conhecimento, contribuindo para a diversificação das
para essa oferta escolar. Nesse sentido, precisaremos de um olhar experiências de aprendizagem dos estudantes.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia planejamento estudos diagnósticos 14
As modalidades e ofertas
específicas do Ensino Médio

A cronologia das escolas indígenas no que se refere ao tempo abrangência. Não podemos cair no erro de construir
segue o calendário não indígena e as normas e diretrizes da base a história, os itinerários e as relações apenas com
nacional e estadual, entretanto, o conceito de tempo é singular o conhecimento externo. Por isso, é imprescindível
para as sociedades indígenas: ele é sempre marcado pela relação que os técnicos conheçam cada vez mais a realidade,
com os elementos culturais e segue a cronologia da natureza a história desses povos, seus determinantes
indígena. culturais e como eles interpretam o outro.
Os espaços são basicamente construídos pela relação social Há de se considerar que territórios etno-linguísticos
e cultural de cada povo e comunidade (existe um respeito e indígenas não necessariamente convergem com as
uma reciprocidade entre ambos). Por exemplo, o povo indígena divisões dos estados brasileiros, portanto, buscar
Puyanawa (Mâncio Lima/AC) organiza o tempo com base nas colaboração com outras redes pode ser um caminho
tradições antigas e une-o com o conhecimento que vem de fora. para duas ou mais UFs que contam com populações
Dessa forma, a comunidade, em especial professores e alunos, indígenas de um mesmo território.
protagonizam a construção coletiva de saberes. Assim como
Já quando se trata da educação quilombola
muitos outros grupos indígenas, os Puyanawa estão totalmente
é necessário reconhecer que quilombos são
inseridos no ambiente não indígena, têm muitas relações com a
comunidades negras originárias da resistência à
comunidade externa e dependem muito dela, e isso traz impactos
escravização, a partir do século 16. As terras de
negativos e positivos no cotidiano escolar.
quilombos foram doadas, entregues ou adquiridas
As gêneses de muitas sociedades indígenas funcionam como como concessões feitas pelo Estado em retribuição
teias, com algumas caixinhas de conhecimentos que podem aos serviços prestados, iniciativas que permitiram
ser pesquisadas e outras não. Existem 305 povos indígenas aos ex-escravizados e seus descendentes um
reconhecidos pelo estado brasileiro, que falam em torno de 274 lugar para viver e produzir. Os quilombos
línguas. São povos que ainda lutam pelo reconhecimento de suas contemporâneos guardam uma continuidade
terras e sua identidade e precisam reafirmar suas peculiaridades, histórica com a forma social de os africanos e seus
porém o conhecimento sobre essas nações carece de mais descendentes resistirem ao escravismo.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia planejamento estudos diagnósticos 15
As modalidades e ofertas
específicas do Ensino Médio

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a A precariedade no atendimento aos estudantes processo de ensino-aprendizagem por meio de
Educação Escolar Quilombola determinam que a quilombolas fica exposta ainda em dados como: a tecnologias, permitindo a atuação e troca entre
educação escolar quilombola6 na Educação Básica maioria dos estabelecimentos é de pequeno porte, docentes e estudantes localizados em diferentes
“deve ser ofertada por estabelecimentos de ensino com até duas salas de aula (57,3%); apenas 15,3% ambientes físicos. Esse modelo de oferta pode
localizados em comunidades reconhecidas pelos deles têm mais de seis salas, enquanto no total da ser instituído em todas as modalidades e ofertas
órgãos públicos responsáveis como quilombolas, Educação Básica 51,5% têm esse mesmo porte (e específicas de ensino, desde que atendidas
rurais e urbanas, bem como por estabelecimentos 22% contam com mais de dez salas). características e infraestrutura mínima nas unidades
de ensino próximos a essas comunidades e que de ensino. De acordo com as Diretrizes Nacionais para
Assim como ocorre para o Ensino Médio regular, nas
recebem parte significativa dos estudantes oriundos o Ensino Médio, publicadas na Resolução 4 CNE-CP
modalidades e ofertas específicas descritas aqui é
dos territórios quilombolas”. de 2018, o Ensino Médio diurno pode ofertar até 20%
essencial que os IFs estejam atrelados à escuta
de sua carga horária total via EaD, enquanto o noturno
O que as escolas quilombolas têm em comum é que dos estudantes e das comunidades, considerando
pode chegar até 30% e a EJA até 80%.
os estudantes protagonizam trajetórias escolares o território em que se inserem, seus contextos
fragmentadas, com históricos de distorção idade/ locais e as problemáticas concernentes às
série, evasões e reprovações. Segundo dados do localidades. Isso deve se expressar na construção A Resolução 2/2021 determinou que os sistemas
Inep (Censo escolar 2018), das 2.460 escolas em de IFs que façam sentido aos estudantes do de ensino se organizem para incluir e atender os
localidades quilombolas no Brasil, apenas 97 (4%) campo, indígenas e quilombolas, de acordo com estudantes em suas necessidades educacionais
oferecem o Ensino Médio. A educação de jovens e seus Projetos de Vida. especiais. A educação especial, portanto, considera
adultos é ofertada em apenas 578 das escolas em uma aproximação sucessiva dos pressupostos
territórios quilombolas brasileiros. Essa situação é e da prática pedagógica inclusiva para garantir
grave, pois, nesses territórios, habitam populações
Transversalidade: Educação a um atendimento educacional especializado aos

distância e educação especial


negras que foram historicamente interditadas do estudantes com deficiências. Assim como a EaD, a
acesso à escolarização. educação especial deve ser trabalhada de maneira
transversal entre todas as modalidades e ofertas
De acordo com a Resolução 1/2016, a educação específicas de ensino, garantindo o atendimento aos
6 Educação escolar quilombola é uma oferta da Educação Básica cujos
fundamentos estão estabelecidos pela Resolução n. 8/2012 do CNE. a distância é uma forma de desenvolvimento do estudantes que estejam em toda e qualquer escola.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia planejamento estudos diagnósticos 16
Metodologia de
elaboração deste guia

O Estrutura
Guia de Itinerários Para garantir fluidez na leitura e praticidade no uso do material,
Formativos foi elaborado adotamos uma estrutura única de apresentação. Em cada etapa do
por meio da revisão de Para orientar a forma de organizar e tecer os IFs, Guia, você encontrará:
normativos e referências teóricas indicamos seu caminho de estudos segundo uma
sequência de fases que julgamos fundamentais no
1. O DESAFIO: define em poucas palavras o foco da etapa em
que se relacionam ao Ensino
discussão, isto é, qual é o problema a enfrentar.
Médio, mas, acima de tudo, processo de implementação. É possível e recomendável
com base no mapeamento de que as ações descritas neste material sejam 2. RESULTADOS ESPERADOS: apresenta os entregáveis ou
experiências reais de formulação personalizadas de acordo com a realidade da sua rede. as realizações que serão atingidos pelas equipes técnicas ao
e implementação dos Itinerários Elas podem, por exemplo, ser feitas de forma linear final de cada etapa.
Formativos pelas Secretarias e específica para a arquitetura dos Itinerários ou em
3. OS CAMINHOS POSSÍVEIS: são propostas soluções e
Estaduais de educação. Para paralelo com outras ações. No entanto, é imprescindível
sugestões para endereçar o problema abordado. Servem à
a elaboração das seções e que estejam estritamente articuladas com o
concepção, ao planejamento e à implementação dos Itinerários
orientações sobre equidade, planejamento da oferta da Formação Geral Básica.
Formativos no Ensino Médio regular e nas modalidades e
foram realizadas cinco oficinas de O mais importante é planejar cuidadosamente o que
ofertas específicas da etapa.
cocriação com os especialistas em será feito em seu território e seguir uma linha lógica de
modalidades e ofertas específicas. decisões e escolhas que melhor atenda aos objetivos e 4. NA PRÁTICA: relata os caminhos trilhados na prática por
às necessidades da sua rede na construção dos IFs. diferentes Secretarias de Educação, ilustrando soluções para os
O Guia faz referência a diversos desafios encontrados ao longo do planejamento, da concepção e da
materiais orientadores sobre o Este Guia sistematiza as diferentes fases de implementação dos Itinerários Formativos. Também fornece links
Novo Ensino Médio já publicados, planejamento, concepção e implementação dos para sites e publicações com experiências de Secretarias estaduais
procurando integrar as diversas Itinerários Formativos do Ensino Médio em uma e sugere leituras de referência, ferramentas e recursos que podem
produções e inseri-las em estrutura que contempla considerações, sugestões e ser utilizados para auxiliar nos processos que envolvem os IFs.
um contexto sequenciado de exemplos tanto para o Ensino Médio Regular quanto
para as modalidades de ensino e ofertas específicas.
5. DE OLHO NA EQUIDADE: traz considerações específicas
planejamento, formulação e
e sugestões práticas para abordar as situações particulares das
implementação dos Itinerários
Nossa visão é de que a implementação aconteça no Ensino escolas, considerando a centralidade das modalidades e as ofertas
Formativos.
Médio de todas as escolas, de modo integrado e inclusivo. do Ensino Médio, para a organização dos Itinerários Formativos.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia planejamento estudos diagnósticos 17
GUIA DE Itinerários
Formativos

VOLUME II

4
Definição da
Arquitetura dos
REUNIR OS ATORES
OU SETORES
que participaram da escrita
curricular e aqueles mapeados
no levantamento de parcerias
para planejar a arquitetura
DEFINIÇÃO DA
ARQUITETURA COMUM
dos aprofundamentos
curriculares;

DEFINIÇÃO DE REGRAS
Itinerários dos IFs e sua oferta; DE MOBILIDADE
Formativos entre aprofundamentos
curriculares dentro de uma
REGRAS PARA DEFINIÇÃO escola e entre escolas;
do modelo de oferta dos
aprofundamentos curriculares
e eletivas; REGRAS PARA
COMPOSIÇÃO
de turmas de
itinerários formativos

5
DEFINIÇÃO DO MODELO
de eletividade da rede;

Construção do
catálogo de
itinerários
formativos

DEFINIÇÃO DA
ESTRUTURA DO
CATÁLOGO dos
aprofundamentos
curriculares;

ELABORAR EMENTAS RETOMADA DOS ELABORAÇÃO DAS


com a participação da PARÂMETROS EMENTAS dos
comunidade, CURRICULARES aprofundamentos
considerando premissas, previstos nos documentos curriculares; definições
templates, leituras críticas oficiais para os itinerários para lançamento do
e processos formativos formativos; catálogo de IFs

6
aos redatores;

CRIAR MATERIAIS DE APOIO COM


DIFERENTES NÍVEIS DE PROFUNDIDADE,
características e suportes que possibilitem ao professor ter
Escrita dos referências para iniciar o planejamento e execução do
materiais de apoio trabalho e ampliar seu repertório na proposição de métodos
aos professores ativos que oportunizem o protagonismo e o desenvolvimento
pleno dos estudantes.
?
O DESAFIO
Definir e/ou detalhar a arquitetura e a oferta dos IFs, sua
distribuição no tempo, as condições e regras de mobilidade e
avaliação, de modo estruturado e de fácil compreensão para
estudantes e comunidade educativa.

RESULTADOS ESPERADOS
a. Definição da arquitetura comum dos aprofundamentos
curriculares (número de unidades curriculares (UC),
componentes por UC, carga horária de cada uma e distribuição
ao longo da etapa;
b. Desenho do modelo de oferta dos aprofundamentos curriculares
e eletivas (definição centralizada de oferta; definição mista de
oferta ou definição descentralizada de oferta);
c.Definição de regras de mobilidade entre aprofundamentos
curriculares dentro de uma escola e entre escolas;
ETAPA 4

Arquitetura dos
d. Desenho do modelo de eletividade da rede;
e. Definição de regras gerais para atribuição de professores nos

Itinerários Formativos
Itinerários Formativos;
f. Definição de regras para composição de turmas de Itinerários
Formativos (por série, mistas etc.);.

19
Arquitetura dos
Itinerários Formativos
DE OLHO NA EQUIDADE

OS CAMINHOS POSSÍVEIS
Reunir os atores ou setores que participaram da escrita
curricular e aqueles mapeados no levantamento de parcerias
para planejar a arquitetura dos IFs e sua oferta.

O processo de definição dos Itinerários Formativos passa por


duas fases principais:

1. (Re)definir parâmetros de arquitetura curricular dos IFs;


2. (Re)definir parâmetros para a implementação dos IFs;
Caso o referencial curricular tenha se restringido a
apresentar os organizadores curriculares, os pressupostos
metodológicos e de avaliação, é importante fazer um
detalhamento da arquitetura dos IFs. Recomendamos
montar um guia com informações detalhadas sobre
a oferta, sobretudo dos aprofundamentos, pois eles
ocupam a maior parte da carga horária prevista para o
Ensino Médio (veja mais detalhes na etapa 5 do Guia).

Durante o processo, é fundamental a participação de todas


as áreas da Secretaria: pedagógica, formação de professores,
comunicação, sistemas de informação, matrícula, recursos
humanos, infraestrutura escolar, merenda e transporte,
financeiro, entre outras. As discussões e decisões a respeito
da arquitetura dos IFs devem ser orquestradas pelos
integrantes do Comitê de Governança.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 20
Arquitetura dos
Itinerários Formativos
DE OLHO NA EQUIDADE

1. (Re)definir parâmetros de arquitetura


curricular dos IF

A arquitetura dos IFs presente nos currículos


a. Modelo de carga horária dos Itinerários Formativos

Trata-se da distribuição das 1.200 horas (ou mais) dos IFs


entre Aprofundamentos Curriculares, Eletivas e o componente
deve ser definida no momento de planejamento Projeto de Vida. Além disso, o modelo deve contemplar os
e elaboração das estratégias e dos recursos parâmetros gerais de distribuição da carga horária dentro dos
necessários à sua implementação. Trata- Aprofundamentos Curriculares (por unidade curricular e dentro
se de uma fase anterior ou simultânea de cada componente ou parte da unidade curricular). Para defini-
à elaboração ou revisão do catálogo de lo, considere as seguintes perguntas norteadoras:
Itinerários Formativos da rede.
• Como as 1.200 horas (ou mais) serão distribuídas ao longo
É importante levar em conta a sistematização das três séries?
dos resultados da fase 3 do Guia (presente do • Como estão distribuídas as 1.200 horas (ou mais) dos IFs entre
volume 1 do Guia de Itinerários Formativos) Aprofundamento Curricular, Eletivas e Projeto de Vida?
sobre diagnósticos da sua rede para responder
• Haverá outros itens que vão compor os IFs além dos
às perguntas a seguir.
mencionados acima? Se sim, qual carga horária ocuparão?
• Qual será a carga horária de cada unidade dos
Aprofundamentos Curriculares?
• Como distribuir a carga horária para favorecer a mobilidade
dos estudantes intra-rede e inter-redes? Lembre-se de que,
se a carga horária não for padronizada entre UCs, pode haver
prejuízo de mobilidade dos estudantes entre aprofundamentos
curriculares dentro ou fora de sua escola de origem.
• Como se dará a oferta considerando o modelo híbrido:
presencial e a distância?

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 21
Arquitetura dos
Itinerários Formativos
DE OLHO NA EQUIDADE

Na prática
1. Visualize vários arranjos de 3. Acompanhe o exemplo de Distribuição Os componentes do Inova Educação
distribuição de carga horária, de carga horária para o Ensino contemplam eletivas, o componente
inclusive para modelos que Médio Regular Diurno - São Paulo projeto de vida e o de tecnologia e
envolvam EPT e Ensino Médio inovação. É interessante observar que
em Tempo Integral no capítulo CARGA HORÁRIA- HORAS POR ANO nesse caso a oferta do Aprofundamento
Recomendações e orientações 1ª Série Curricular só se dá a partir da
para elaboração e arquitetura 900 horas 150 h segunda série do Ensino Médio. Desse
curricular dos itinerários 150 h modo, o educando pode refletir
formativos”, da página 56 a 2ª Série mais sobre sua escolha. Além disso,
62, da Coletânea de Materiais, 600 horas 450 h o tempo do fluxo de matrícula no
produzido pela Frente Currículo 150 h 300 h
Aprofundamento Curricular se adequa
e Novo Ensino Médio. ao fato de que o estudante já está
3ª Série inserido no Ensino Médio e não no
2. Entenda como aconteceu essa 300 horas 750 h
momento de transição entre o Ensino
etapa na Análise na reportagem 150 h 600 h Fundamental e o Ensino Médio.
“Construção do novo ensino médio
em Pernambuco: um olhar sobre Formação Itinerários Componentes Aprofundamento
Você pode conhecer mais da experiência
os itinerários formativos”, do Geral
Básica
Formativos Inova Educação Curricular da Secretaria Estadual de Educação de
Movimento pela Base. Total: 3150 horas São Paulo na sistematização realizada
pelo Instituto Reúna.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 22
Arquitetura dos
Itinerários Formativos
DE OLHO NA EQUIDADE

b. Mobilidade entre Aprofundamentos Curriculares

As habilidades relacionadas aos eixos estruturantes As DCNs do Ensino Médio deixam evidente
Na prática
são o principal elemento de correspondência entre a importância de garantir mobilidade entre Na rede estadual paulista, o estudante
Itinerários Formativos oferecidos por diferentes Itinerários Formativos: pode mudar de Aprofundamento
redes de ensino. Por isso, sua incorporação às Curricular semestralmente. Para
Ҥ 12. O estudante pode mudar sua escolha de
ementas facilita o processo de mobilidade entre que isso seja possível, há dois
itinerário formativo ao longo de seu curso, desde que:
os Aprofundamentos Curriculares de diferentes princípios de arquitetura curricular
escolas e/ou redes. I – resguardadas as possibilidades de oferta das
instituições ou redes de ensino; incorporados à concepção dos
Essa mobilidade pode ser garantida pelas redes
II – respeitado o instrumento normativo
aprofundamentos curriculares:
de ensino por meio de processos de equivalência,
específico do sistema de ensino. • independência entre as Unidades
regras de transição e períodos de rematrícula, para
§ 13. Os sistemas de ensino devem garantir Curriculares;
que cada estudante possa adequar seus estudos
formas de aproveitamento de estudos realizados
de acordo com seu projeto de vida. Para defini-los, • desenvolvimento dos mesmos eixos
com êxito para o estudante em processo de
considere as seguintes perguntas norteadoras: estruturantes pelas UCs ao longo
transferência entre instituições ou redes de
• Quais são as regras para mobilidade dos ensino ou em caso de mudança de itinerário do tempo, independentemente do
estudantes entre Aprofundamentos formativo ao longo de seu curso.” Aprofundamento Curricular.
Curriculares?
Dada a possibilidade de mobilidade entre IFs Você pode conhecer mais da
• Como distribuir a carga horária para favorecer
de diferentes redes de ensino de um mesmo experiência da Secretaria Estadual
a mobilidade dos estudantes intra-rede e
território, é fundamental o envolvimento dos de Educação de São Paulo na
inter-redes?
conselhos estaduais e distrital de educação no
• Como distribuir a carga horária para favorecer
sistematização realizada pelo
processo de normatização, se necessário, definindo
a mobilidade dos estudantes entre IFs dentro Instituto Reúna.
regras específicas e formas de comprovação do
da escola de origem ou fora dela? aproveitamento nos estudos, por exemplo.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 23
Arquitetura dos
Itinerários Formativos
DE OLHO NA EQUIDADE

c. Modelo de oferta de Itinerários Formativos


Trata-se da forma como cada rede de ensino define Para optar por um dos três modelos, considere as
a oferta dos Aprofundamentos Curriculares e seguintes perguntas norteadoras: Na prática
das Eletivas por cada escola. A seguir, estão três
• Qual será o arranjo da oferta de Itinerários
modelos de oferta mais comuns. Vale destacar que A escolha do modelo de
Formativos?
cada um possui prós e contras e a escolha de qual oferta nos primeiros anos
seguir deve ser feita tendo em vista o contexto e o • Qual modelo é mais adequado para cada tipo
de escola? de implementação do novo
momento oportuno de implementação da rede.
• Qual suporte é necessário (formativo e
currículo e arquitetura deve
Definição centralizada de oferta: a partir do levar em conta que professores
operacional) para cada modelo de oferta?
currículo e/ou catálogo, o órgão central da rede e gestores escolares ainda
• Quantos e quais Itinerários serão ofertados
de ensino define qual(is) Aprofundamento(s) estarão em processo de adaptação
pela rede e pelas escolas?
Curricular(es) e Eletiva(s) cada escola ofertará.
• Qual é a quantidade mínima de e apropriação, o que demanda
Definição mista de oferta: o órgão central da rede Aprofundamentos e Eletivas que a escola maior apoio e orientação das
de ensino define um catálogo de Aprofundamentos deverá ofertar? Secretarias de educação. Sendo
Curriculares e Eletivas em colaboração com os
• Haverá Unidades Curriculares ou assim, os modelos de definição
atores da rede e, por diferentes processos, cada
componentes obrigatórios além daqueles centralizada e mista de oferta
escola define quais Aprofundamentos Curriculares
presentes na FGB? mostram-se mais adequados para
e Eletivas ofertará;
• Como as diferentes modalidades e ofertas atender a esse contexto.
Definição descentralizada de oferta: a partir de específicas serão contempladas na oferta dos
parâmetros gerais definidos pelo órgão central, Itinerários?
cada escola cria seus próprios Aprofundamentos
Curriculares e Eletivas.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 24
Arquitetura dos
Itinerários Formativos
DE OLHO NA EQUIDADE

d. Modelo de eletividade

A eletividade trata da periodicidade


na qual as eletivas serão oferecidas
2. (Re)definir parâmetros para a implementação dos IFs

Após a definição da arquitetura curricular,


é necessário elaborar orientações
b. Modelos de escolha dos Aprofundamentos
Curriculares e das Eletivas
(anual, semestral ou bimestral), bem detalhadas sobre como os estudantes vão
A definição de regras e do momento em que os estudantes
como a quantidade mínima e máxima fazer suas escolhas de Aprofundamento
poderão escolher suas eletivas e aprofundamentos
que cada estudante poderá cursar Curricular e Eletivas e de que maneira as
curriculares é fundamental para a implementação dos
para completar a carga horária do escolas vão viabilizá-las.
Itinerários Formativos. O infográfico a seguir elenca os
Ensino Médio. Para essa definição,
a. Composição de turmas principais cuidados nesse processo.
considere as seguintes perguntas
norteadoras: O Ensino Médio pode ser organizado ESCOLHA DOS ITINERÁRIOS PELOS ESTUDANTES
no formato de séries anuais, períodos
• Como será a distribuição das Para apoiar a escolha dos estudantes, é preciso:
semestrais, ciclos, módulos, sistema de
Unidades Curriculares no tempo?
créditos, alternância regular de períodos Definir regras claras Ajudá-los a identificar
• A oferta das Unidades de estudos, grupos não seriados, com sobre o que e como interesses, aptidões e
Curriculares será anual, podem escolher em objetivos e a conectar
base na idade, na competência e em relação ao currículo. suas escolhas com seus
semestral, trimestral ou outros critérios, ou por outras formas, projetos de vida
bimestral? sempre que o interesse do processo de Garantir que tenham Permitir que mudem
• Quantas Unidades Curriculares aprendizagem assim o recomendar. possibilidade de de Itinerário Formativo
serão ofertadas e em quais escolha desde o 1º e que aproveitem os
Desse modo, em alguns casos, a ano do Ensino médio, estudos realizados no
séries? mesmo que ainda não Itinerário anterior em
distribuição das Unidades Curriculares
seja para definir seu caso de mudança
de determinado IF pode prever turmas Itinerário Formativo.
com distintas formas de composição, de
acordo com os critérios que fizerem mais Fonte: NOVO Ensino Médio: entenda os itinerários formativos. Porvir, 11
abr. 2019. Disponível em: https://porvir.org/novo-ensino-medio-entenda-
sentido ao contexto de implementação.
os-itinerarios-formativos/. Acesso em: jun. 2022.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 25
Arquitetura dos
Itinerários Formativos
DE OLHO NA EQUIDADE

c. Regras de atribuição de professores

O estudo e o planejamento da alocação dos em relação às áreas do conhecimento, aos Informar, engajar e atrair os professores é crucial.
professores cumprem uma dupla função no componentes curriculares e às territorialidades; Formá-los adequadamente e disponibilizar o
processo de implementação dos Itinerários máximo de recursos que apoiem sua prática e
(ii) realize um levantamento de interesse dos
Formativos: quebrar eventuais resistências de seu processo de aprendizagem no decurso da
docentes para atuação nas diferentes partes
docentes que se sentem ameaçados com a perda implementação é condição para o êxito dos IFs. A
dos Itinerários Formativos – Aprofundamento,
de postos ou carga horária de trabalho e assegurar partir da definição da arquitetura dos Itinerários
Eletivas e Projeto de vida – e também os consulte
que não faltem professores para assumir os Formativos e considerando alguns aspectos
sobre as principais dúvidas, inseguranças e
componentes curriculares dos Aprofundamentos, pedagógicos, como o trabalho interdisciplinar e
barreiras para a atuação nessa parte do currículo;
das Eletivas e do Projeto de Vida. Uma terceira por área de conhecimento, a equipe da Secretaria
função é quebrar a resistência de professores em (iii) de posse das informações – e por meio do deve pensar em alternativas para dar mais
relação a dar aulas dos Itinerários Formativos, Comitê de Governança – acione as equipes do
flexibilidade à atribuição dos Aprofundamentos
por terem receio de explorar o desconhecido. Por jurídico, de recursos humanos, de planejamento,
Curriculares, sempre alinhadas com o diagnóstico
isso, é fundamental que sejam apresentados com de tecnologia, do financeiro e demais que julgar
das capacidades e funções docentes na rede.
antecedência à estrutura dos Itinerários e a seus necessárias para elaborar um planejamento
materiais de apoio e/ou didáticos, a fim de explicitar estruturado da atribuição, seleção, convocação Nesse sentido, vale incentivar que os educadores
como se darão as aulas de fato. Orientar sobre a e formação de docentes, a fim de cumprir os participem de formações a respeito dos
atribuição de professores é tão importante quanto objetivos de implementação. Itinerários Formativos. Essas formações podem
comunicar de modo objetivo, assertivo e de fácil É importante que se pense em possibilidades de ser adicionadas à carga horária regular dos
compreensão como será feita a matrícula. tornar atrativa para os educadores a atuação nessa docentes, resultando em remuneração adicional
parte do currículo, o que pode ser viabilizado por meio ou então bolsas de estudo específicas, a depender
Para esse processo, e em diálogo com os
de diferentes estratégias: diminuir sua necessidade do ordenamento normativo local. Pensar e
educadores, indicamos que a Secretaria:
de deslocamento entre escolas, concentrando a estruturar a formação continuada docente
(i) faça um estudo diagnóstico sobre as funções carga horária, realocar para unidades próximas à sua é essencial para que os professores estejam
docentes no território, procurando identificar residência e até o incremento salarial por meio de preparados para a implementação dos IFs e deve
as carências e disponibilidades de profissionais gratificações, caso isso seja viável no orçamento. ser foco também das equipes gestoras.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 26
Arquitetura dos
Itinerários Formativos
DE OLHO NA EQUIDADE

Na prática
1. O artigo “A revolução 3. O Ministério da Educação lançou No caso de São Paulo,
necessária na formação dos algumas especializações lato sensu para cada componente da
professsores”, do Porvir, voltadas ao Novo Ensino Médio. unidade curricular do
traz estratégias de formação Veja na matéria “Formação para Aprofundamento do IF há uma
continuada. professores do Ensino Médio se licenciatura prioritária e
torna especialização lato sensu”. uma licenciatura/habilitação
2. A interdisciplinaridade
alternativa. Neste momento de
embutida nos componentes das 4. A Secretaria de Educação do Estado definição, a área de recursos
unidades dos Aprofundamentos de São Paulo e a Secretaria de humanos das secretarias pode
Curriculares demanda regras Educação do Estado de Pernambuco ser fundamental para fazer
distintas de atribuição trazem bons exemplos de definição projeções do impacto das
de professores à carga de regras para a atribuição de novas matrizes curriculares,
horária deles, assim como aulas dos itinerários formativos bem como no mapeamento
de Eletivas e Projeto de aos seus professores. É possível da disponibilidade de
Vida. Recomendamos que a ver nas imagens a seguir regras professores em cada regional
equipe da Secretaria trace um diferenciadas para a alocação ou diretoria de ensino da
perfil de docente para cada de docentes nesse tipo de carga rede.
Aprofundamento Curricular. horária do Ensino Médio.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 27
Arquitetura dos
Itinerários Formativos
DE OLHO NA EQUIDADE

APROFUNDAMENTOS CURRICULAR - Áreas de Ciências Humanas e Linguagens (CHSLGG)


CHSLGG- CULTURA EM MOVIMENTO- DIFERENTES FORMAS DE NARRAR A EXPERIÊNCIA
HUMANA Você pode conhecer mais da experiência da
UNIDADE CURRICULAR 1- TRADIÇÕES E HERANÇAS CULTURAIS
Secretaria Estadual de Educação de São Paulo na
AULA TOTAL TOTAL
COMPONENTES CURRICULARES
SEMANAIS AULAS HORAS sistematização realizada pelo Instituto Reúna.
Tradições Culturais 2 40 30 Há um capítulo específico sobre alocação de
Práticas Corporais de luta: Heranças
Culturais
2 40 30 professores para os IFs nas páginas 34 e 35 do PDF
Unidade Curícular

UC1CHSLGG1- TRADIÇÕES
Ressignificando a formação do povo
2 40 30
ACESSE AQUI
brasileiro
E HERANÇAS CULTURAIS
Diálogos com a Literatura: A cultura em
contexto
2 40 30 O envolvimento dos conselhos estaduais e distrital
A cultura e seus sentidos 2 40 30 de educação é fundamental para alinhar eventuais
TOTAL DE AULA SEMANAIS DA
UNIDADE CURRICULAR
10 normativos relativos à atribuição e adequação da
TOTAL GERAL DE AULAS SEMESTRAIS 200 formação docente para cada necessidade.
TOTAL GERAL DE HORAS SEMESTRAIS 150

OBSERVAÇÃO: As aulas dos componentes que compõem a carga horária da Unidade Curricular devem ser
No caso de Pernambuco, a definição de habilitação
atribuídas preferencialmente aos professores com licenciatura indica como prioritária, senão aos professores com
licenciatura/habilitação o indicada como alternativa, conforme segue:
é colocada na ementa curricular do Aprofundamento
COMPONENTE LICENCIATURA PRIORITÁRIA
LICENCIATURA/HABILITAÇÃO como “Perfil Docente”. Sempre vale lembrar que
ALTERNATIVA

Língua Portuguesa, Língua Inglesa ou


é importante a definição das licenciaturas/
Tradições Culturais Arte
História habilitações relacionadas ou permitidas à
Práticas Corporais de luta:
Heranças Culturais
Educação Física não há outra habilitação menor parte de cada Aprofundamento Curricular
Ressignificando a formação do
História Geografia ou Sociologia
(componente curricular, por exemplo), seja ela a
povo brasileiro
Diálogos com a Literatura: Língua Inglesa, Língua Espanhola ou
unidade, seja ela o componente curricular.
Língua Portuguesa
A cultura em contexto Arte
A cultura e seus sentidos Filosofia Sociologia ou História

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 28
Arquitetura dos
Itinerários Formativos
DE OLHO NA EQUIDADE

d. Comunicação sobre a arquitetura • articular a equipe pedagógica com a equipe de • identificar estudantes protagonistas que
comunicação do governo ou contratar agências de possuam capacidade de influência sobre os
Embora pareça simples, traduzir as decisões de
comunicação que já prestam serviços para a gestão; demais estudantes (influencers de redes sociais)
arquitetura e implementação dos IFs de modo
• nas escolas-piloto, mapear gestores, professores, para facilitar o fluxo de comunicação numa
que toda a comunidade escolar compreenda,
estudantes e famílias que tenham vivenciado as linguagem próxima ao público-alvo. Para que
sobretudo os estudantes e suas famílias, pode ser
inovações do Ensino Médio e possam partilhar isso aconteça, é fundamental que sejam feitas
desafiador. Essa tradução, além de contemplar as
boas experiências e desejos; uma seleção cuidadosa de pessoas e uma
mudanças de cunho pedagógico, precisa orientar a
produção mínima de conteúdo roteirizado para
todos acerca das mudanças operacionais, como o • elaborar um plano estruturado de comunicação,
assegurar a fidedignidade das informações, uma
processo de matrícula e certificação, por exemplo. disseminação e formação básica , definindo
boa gestão e aproveitamento do tempo, bem
É imprescindível produzir estratégias e recursos responsáveis e prazos para sua execução;
como promover o engajamento e a aproximação
adequados de comunicação e disseminar essas • organizar eventos on-line temáticos que
efetiva do público com o que está sendo
informações, dando efetiva cobertura a todos os contem com a participação de diferentes
comunicado;
envolvidos sobre as questões fundamentais dos atores – especialistas, técnicos da Secretaria,
Itinerários Formativos. • construir orientações na lógica de perguntas
equipes escolares e estudantes –, que partilhem
e respostas pode facilitar a comunicação e
informações consistentes e de fácil assimilação
Elencamos algumas possibilidades de ação: compreensão de todos os elementos envolvidos
pelos distintos públicos;
• mapear os diversos públicos com os quais é na dinâmica dos Itinerários Formativos.
• com base nas principais dúvidas de estudantes
preciso se comunicar; e professores, definir mensagens-chave a
• mapear as principais dúvidas e os mitos, definir serem comunicadas e elaborar estratégias de
a lista de informações e sistematizar aquelas disseminação das mensagens, como distribuição
que interessam a cada público e seu nível de de folders, vídeos informativos, posts em redes
profundidade; sociais, entre outros;

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 29
Arquitetura dos
Itinerários Formativos
DE OLHO NA EQUIDADE

Como vai se dar a mobilidade dos estudantes entre


Itinerários é uma das questões que mais geram Na prática Na prática
dúvidas. Por isso, recomendamos que essa decisão e
as orientações sejam fruto de: O que é e como trabalhar com o Você pode se inspirar nos
(i) levantamento das principais perguntas de conceito de persona. Leia na portais dos estados de Goiás,
educadores, famílias e estudantes sobre a matéria “Por que a definição Minas Gerais e São Paulo, que
modalidade; de personas é tão importante adotaram peças de comunicação
(ii) elaboração de respostas a essas questões
para uma IES”, do portal Quero e estratégias com o intuito
fundamentais por meio da criação de diferentes Educação. de comunicar as definições de
personas que possam representar os estudantes arquitetura dos IFs e informações
e suas possibilidades de escolha. Isto é, que sobre o Novo Ensino Médio:
se adote uma abordagem que concretize com Na construção dessas personas, é fundamental que
exemplos o que a secretaria vai oferecer e os a equipe pense em estudantes reais, que estão em Goiás
percursos possíveis para os diferentes grupos de diferentes locais, têm interesses e necessidades
diferentes territórios. Essa simulação vai permitir Minas Gerais
distintos, pertencem a grupos ou frequentam
que se testem as possibilidades, identifiquem- escolas que se inserem nos rol das modalidades
se antecipadamente os desafios, sejam criadas São Paulo
específicas - cujas particularidades demandam
estratégias para diminuir o “dilema da escolha” atenção e cuidados também específicos -, que têm
e se pense em caminhos para dar conta da diferentes recursos cognitivos e materiais para
complexidade que as escolhas podem trazer. acessar as oportunidades educativas que serão
oferecidas etc.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 30
Arquitetura dos
Itinerários Formativos
DE OLHO NA EQUIDADE

e. Definir parcerias e coordenação da oferta oferta. Para o Itinerário de formação profissional e • instituir critérios, regras e condições explícitas e
técnica, por exemplo, faz-se necessária a parceria com de fácil compreensão para as parcerias em âmbito
Os regimes de colaboração há anos têm
empresas, principalmente para a infraestrutura, que central, regional e escolar, em colaboração com a
demonstrado ser uma estratégia que potencializa
geralmente demanda grande investimento equipe jurídica;
as ações e fortalece os entes envolvidos na
resolução de problemas, dos mais simples aos Para a definição de parcerias, é importante • definir equipe responsável pela avaliação,
mais complexos. Ações intersetoriais, colaboração recuperar o PLI, os estudos e diagnósticos autorização e acompanhamento das parcerias;
interdepartamental, entre regionais, entre escolas realizados e assegurar as execução das ações • divulgar organizações parceiras, quais itinerários
de uma mesma regional ou município, entre escolas estruturantes, como: serão ofertados e em quais condições, como as
públicas e privadas, entre uma rede e organizações escolas e os estudantes os acessam e como se
• realizar estudo sobre a oferta dos Itinerários e
do terceiro setor ou organizações privadas podem dará a relação entre eles.
sua cobertura no território, de modo a assegurar
trazer resultados muito positivos, quando bem
o princípio da escolha pelos estudantes, o que
planejadas e coordenadas.
configura a necessidade de disponibilizar no
Na prática
No caso dos Itinerários Formativos, estabelecer mínimo dois Itinerários por município;
parcerias responde ao desafio de ampliar oferta, seja • mapear potenciais parceiros nos territórios Para se inspirar e saber mais
pela carência de recursos técnico-pedagógicos, seja entre organizações governamentais de
sobre parcerias no contexto da
pelo porte da escola ou quantidade de escolas em diferentes esferas e não governamentais,
um município ou localidade. Quando se trata de EPT, EPT, acesse o e-book Desenho da
organizações de ensino presencial e a distância
de escolas pequenas, de municípios com uma única que possam contribuir para a ampliação e oferta: arquitetura curricular
escola ou das modalidades como educação escolar garantia da equidade da oferta; e parcerias, que é parte da
indígena, quilombola e do campo, as parcerias se
• em colaboração com equipe jurídica, coleção A Formação Técnica e
tornam mais estratégicas e até necessárias para sua Profissional e o Novo Ensino
compreender as possibilidades e limites da
viabilização, assegurando minimamente o princípio Médio desenvolvido pelo Itaú
legislação vigente na UF sobre parcerias,
da equidade dentro de um território cuja diversidade
sobretudo no que concerne à destinação de Educação e Trabalho.
de tamanho e recursos pode influenciar bastante a
recursos financeiros;

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 31
Arquitetura dos
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DE OLHO NA EQUIDADE

f. Definir como será a matrícula dos estudantes aos estudantes se dividirem no momento das g. Oferta em modelos híbridos (presencial e EaD)
aulas dos Aprofundamentos. Dentro dessa
É fundamental que a equipe de matrícula da A oferta em modelos híbridos têm o potencial de
estratégia, é fundamental que a matrícula
Secretaria, com apoio da coordenação do Ensino mitigar eventuais desvantagens que grupos de
reflita as diferentes classes que os estudantes
Médio, defina quais mudanças devem ser realizadas estudantes possam ter ao escolher Itinerários
frequentam.
na matrícula dos estudantes para garantir que a Formativos em função do território em que vivem,
arquitetura definida seja implementada em suas do turno ou tamanho da escola no qual estudam.
diversas possibilidades dentro do estado. Na prática Contudo, para a adoção do modelo híbrido é
fundamental:
Para tanto, alguns critérios devem ser levados em
consideração: Você pode conhecer mais da • realizar um estudo sobre o nível de letramento
experiência da Secretaria digital de professores e condições materiais
• a matrícula deve permitir ao estudante cursar
Estadual de Educação de São das escolas e dos estudantes em termos de
Itinerários em outras instituições ou escolas;
Paulo na sistematização equipamentos e acesso à internet;
• estudantes de uma mesma turma da FGB
realizada pelo Instituto Reúna. • definir carga horária, critérios e condições
devem ter a possibilidade de cursar Itinerários
Há um capítulo específico mínimas para oferta de atividades na
(especialmente, Aprofundamento e Eletivas)
sobre a adaptação do processo modalidade a distância;
em turmas diferentes;
de matrícula para os IFs nas • estudar a possibilidade de parcerias
• A matrícula em casos específicos como de
institucionais – com organizações ou escolas
escolas pequenas, indígenas, quilombolas e páginas 32 e 33 do PDF. ACESSE
que disponham dos recursos e estejam
de educação do campo deve ser considerada AQUI
localizadas nas imediações da escola de
de acordo com o modelo de implementação
origem – ou de criação de centros de mídias
definido para cada caso. Por exemplo,
que acolham os estudantes e assegurem
nas escolas pequenas, com apenas uma
as condições plenas para realização das
turma de cada série, ou multisseriadas, é
atividades, como transporte;
necessário ter uma estratégia que permita

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 32
Arquitetura dos
Itinerários Formativos
DE OLHO NA EQUIDADE

necessários a uma boa experiência educativa


Na prática
Para o Itinerário de Formação mediada por tecnologia;
Profissional e Tecnológica, as
• acompanhar e avaliar os estudantes por
parcerias institucionais podem critérios explícitos e que assegurem qualidade Você pode conhecer mais da
facilitar na implementação de e equidade ao seu processo de aprendizagem; experiência da Secretaria
carga horária híbrida, pois • criar estratégias para comunicar e orientar Estadual de Educação de São
os alunos podem ter espaços gestores escolares sobre a implementação do Paulo na sistematização
abertos de empresas parceiras e modelo híbrido, professores sobre formação realizada pelo Instituto Reúna.
executarem atividades, fazerem e desenvolvimento das atividades, estudantes Há um capítulo específico sobre
diagnósticos, visitas e outras sobre a possibilidade e as condições para
uso de tecnologia e expansão
adesão e potenciais parceiros para considerar
ações fora de sala de aula, da carga horária utilizando
o permanente incremento na oferta de novos
contribuindo para sua formação. tecnologia nas páginas 27 e 28
Itinerários e aprimoramento dos já existentes.
do PDF. ACESSE AQUI

Destacamos que a utilização do modelo híbrido deve


• formar adequadamente os professores para
ser feita apenas se houver benefícios reais sobre
o planejamento e a execução de atividades
o acesso, a permanência e o êxito dos estudantes.
que preservem os princípios do protagonismo
Gestores precisam estar atentos se uma oferta
estudantil, dos métodos ativos de ensino, da
híbrida em suas escolas acabar promovendo
colaboração e efetivo aproveitamento da carga
exclusão dos estudantes por falta de acesso aos
horária prevista nas atividades;
meios digitais, por exemplo. Uma sugestão é
• disponibilizar ferramentas adequadas de disponibilizar laboratórios de informática ou outros
ensino e aprendizagem a distância, como espaços com acesso à internet para que os alunos
plataformas, softwares e demais recursos possam estudar e fazer atividades.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 33
Arquitetura dos
Itinerários Formativos
DE OLHO NA EQUIDADE

De olho na equidade
1. Definições de arquitetura e implementação e a
garantia de equidade

Quando pensamos em arquitetar, construir, estruturar os


Educação do campo, das águas e
das florestas

Todos os Itinerários devem respeitar


Educação para jovens em medidas
socioeducativas ou com restrição de liberdade

Verifique se é possível desenvolver o


Itinerários Formativos da educação do campo, das águas e a realidade da atividade local. aprofundamento, e suas UCs, de maneira
das florestas, indígena e quilombola, precisamos considerar Aconselhamos o trabalho em ciclos multisseriada (preferencialmente em ciclos,
os elementos mais marcantes do território, que certamente ou módulos, possibilitando diferentes módulos ou créditos), pois em geral há poucos
influenciam as diferentes dimensões da vida, da educação e arranjos de alternância pedagógica, estudantes por sala, demandando maior número
seus processos de escolarização. É necessário um cuidado pois certamente os jovens de docentes para atendê-los. É preciso checar
específico para discutir as peculiaridades das sociedades trabalhadores precisarão adequar a também se é necessário abrir espaço para salas de
indígenas, por exemplo, bem como sua sobrevivência vida escolar ao tempo da colheita, do aula ou distribuir a carga horária em dois períodos.
cultural. É preciso que se produzam referências nas redes, extrativismo ou da pesca.
Uma vez que os adolescentes e jovens
porém assegurando o processo criativo das escolas,
Educação quilombola permanecem por tempos distintos no
considerando suas condições e garantindo a qualidade e a
cumprimento da medida, eles podem sair a
equidade dos percursos oferecidos. Os aprofundamentos devem
qualquer momento no decorrer do ano letivo
considerar as necessidades dessa
A formação da juventude não poderá se desenvolver e ser encaminhados para uma escola da rede,
modalidade, seja o fortalecimento
descolada de sua realidade nem do propósito de se preferencialmente próxima à sua moradia. Ali, têm
da identidade quilombola, seja
inserir cada vez mais crítica e criativamente nas escolas e que se inserir nas UCs em andamento; portanto, a
o conhecimento da história de
territórios. Precisaremos refletir sobre a divisão da carga integração das UCs deve permitir essa mobilidade.
resistência quilombola, seja a
horária, que deve considerar os calendários e ciclos — Outro fator importante é o trabalho com os
ancestralidade — as histórias locais
produtivos, extrativistas, chuvosos — os quais, em muitas docentes para garantir que estejam disponíveis
relatadas pelas comunidades.
regiões, afetam diretamente a presença e participação para lecionar em uma unidade socioeducativa.
dos jovens na escola.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 34
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Educação de jovens e adultos (EJA) Ensino Médio noturno

Unir UCs que enriqueçam o repertório A UC de aprofundamento deve respeitar os • permitir ao aluno circular por componentes
de formação profissional e tecnológica interesses de jovens e adultos que optaram por de uma área de Aprofundamento, por suas
com uso de metodologias ativas estudar à noite (não pode ser igual à oferta do diurno) Eletivas (com diferentes professores, inclusive)
e harmonia entre teoria e prática e favorecer a inserção no mundo do trabalho, que a fim de enriquecer suas experiências como
favorece a manutenção e a finalização é uma das premissas dessa modalidade. Algumas estudante do EM;
dos estudos pelo público da EJA. Seus recomendações podem ajudar a definir a arquitetura • ofertar, no primeiro ano/módulo,
estudantes são jovens adultos que e a implementação no EM noturno: Aprofundamentos de formas diferentes (um
desejam recuperar o tempo perdido presencial e outro on-line, por exemplo),
• oferecer a parte de aprofundamento por meio
por afastamento da vivência escolar permitindo ao estudante ratificar ou não sua
de módulos, em ciclos, por créditos, de forma
e também obter formação para se decisão nos anos/módulos seguintes, em
on-line ou híbrida, integradamente à EPT,
inserir na vida profissional. benefício de escolhas mais amadurecidas e da
evita aumentar a carga horária presencial do
Como a realização da EJA ocorre estudante e favorece sua permanência e seu maior flexibilização do currículo;
em período menor que algumas desenvolvimento; • considerar a oferta de eletivas em períodos
outras modalidades de ensino e há • inserir projetos e ações pedagógicas práticas bimestrais, nos primeiros anos/módulos e, nos
um elevado nível de distorção idade/ sobre o mundo do trabalho, com uma seguintes, de forma semestral, incentivando a
série discente, realizar turmas dos carga horária equilibrada em relação aos experimentação dos componentes, a definição
IFs em módulos ou créditos (de forma componentes teóricos e acadêmicos; de interesses e objetivos pelos estudantes,
presencial, on-line ou híbrida) pode visando a uma formação com níveis que fiquem
• distribuir as UCs durante todas as séries ou
favorecer a permanência do estudante mais complexos a partir dos segundos anos/
módulos específicos para jovens e adultos desta
e facilitar seu desenvolvimento. módulos.
modalidade, considerando o pouco tempo de
formação e a coerência com o público ao qual
se destina;

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 35
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No caso das escolas de EMTI, é preciso verificar como forma de se fortalecerem para escolher as Escolas pequenas e únicas do município
as diferentes matrizes das escolas de tempo integral trilhas de Aprofundamento nas séries seguintes.
É necessário dimensionar o tamanho do impacto
que são ofertadas na rede (30 horas, 35 horas, 45 Possibilitar que as UCs tenham independência e
financeiro e de gestão de pessoas (em especial, de
horas etc.) e levar em consideração a quantidade garantia dos mesmos eixos estruturantes, por meio
professores), pensando na necessidade de ofertar
de Aprofundamentos possível de ser ofertada e do planejamento integrado entre as áreas, pode
pelo menos dois Itinerários. Uma escola com apenas
a quantidade de estudantes matriculados a fim facilitar eventuais processos de mobilidade entre IFs
uma turma prevista para cada série do Ensino
de que a escola componha a carga horária e a nas escolas e na rede.
Médio vai precisar se desdobrar. Dependendo da
disponibilidade dos professores, pois será preciso
A maior parte das redes estaduais ofertam os proporção de escolas pequenas na rede, o impacto
orquestrar aulas simultâneas para as mesmas
Aprofundamentos e as Eletivas de maneira semestral, financeiro pode ser significativo. Além disso,
turmas que se dividirão de acordo com suas trilhas.
o que tem sido interessante para que os estudantes muitas escolas não têm espaço físico para a oferta
É interessante permitir que, na 1ª série, os tenham mais oportunidade de escolha e possibilidade da segunda turma de Itinerário. Nesse caso, é
estudantes escolham componentes eletivos para de vivenciar maior diversidade. É possível ainda necessário olhar para outros espaços pedagógicos
cursar como forma de experimentar esse processo trabalhar com turmas multisseriadas para fomentar ou planejar a construção de salas de aula.
de escolha, que será bastante novo e também o intercâmbio de conhecimentos entre estudantes
para favorecer a vivência de aprendizagens de séries distintas e garantir maior possibilidade de
referentes a diferentes áreas do conhecimento, escolha e autonomia aos estudantes.

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2. O potencial da EaD para a equidade


da oferta no Ensino Médio

A educação a distância (EaD) funciona


Educação indígena

A EaD pode ser uma ferramenta muito útil para as


comunidades indígenas, promovendo a conexão dos
Educação do campo, das águas e das florestas

Na educação do campo, das águas e das florestas,


é importante considerar que apenas cerca de 20%
para unir quem está distante, ampliar estudantes e educadores indígenas com o mundo das unidades escolares possuem acesso à internet
acesso à educação e, em alguns casos, externo. Mas cabe ao estado garantir o não contato e, portanto, a educação a distância pode constituir
usando tecnologia específicas, dar aos povos que ainda são extremamente tradicionais, benefício para:
mais eficiência ao processo de ensino respeitando suas escolhas.
• ofertar aos jovens do campo os conhecimentos e
e aprendizagem. Não há limites de
Na educação indígena, recomendamos os seguintes as habilidades que pretendem adquirir — temas
abordagens pedagógicas ou objetivos a
usos e ações, considerando a EaD: inerentes ao campo, mas também urbanos ou
serem alcançados via EaD. A proposta
acadêmicos —, independentemente de haver
da nova arquitetura do Ensino Médio • trazer conhecimentos indígenas para os IFs
professores locais que dominem esses temas;
se baseia no desenvolvimento integral ofertados a distância, pois é perfeitamente
do aluno, na presencialidade, na possível levar saberes que se originam em • explorar a diversidade brasileira, os
permanência na escola e na convivência. um local remoto para outro local, de forma movimentos sociais, assentamentos,
A EaD possibilita o acesso à educação, síncrona ou assíncrona; comunidades ribeirinhas, povos da floresta,
o compartilhamento de ideias, o entre outros;
• oferecer às comunidades indígenas os
desenvolvimento de habilidades e conhecimentos e as habilidades que seus jovens • ealizar atividades de trocas de experiências
de interesses pessoais. Também tem pretendem adquirir, independentemente de entre jovens do campo e jovens de centros
potencial para apoiar alunos com haver professores locais que dominem esses urbanos que moram distantes entre si.
necessidades especiais: formatos temas; • realizar projetos colaborativos online entre
legíveis por todos, fonte para disléxicos, jovens de diferentes realidades tais como
• trabalhar por meio de projetos colaborativos,
audiodescrição, leitura de tela, permitir campo, quilombola e de centros urbanos.
se necessário usando metodologias menos
que quem tem mobilidade reduzida
complexas, e garantir que os estudantes
estude, entre outros.
indígenas participem ativamente da elaboração
da proposta.

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Educação quilombola Educação de jovens e adultos Educação para jovens em medidas socioeducativas ou
com restrição de liberdade
O acesso à internet também pode A EaD oportuniza práticas educativas que visam à
ser um fator de dificuldade para a experimentação tecnológica, ao contato com diferentes O uso da EaD nas unidades de internação é um desafio a ser
educação quilombola, mas, quando formas de linguagem e textos, inclusive midiáticos, e às enfrentado, considerando que, nos espaços socioeducativos, há
possível, é interessante que as redes vivências interativas, reflexivas e argumentativas, dentro resistência das equipes que atuam com os adolescentes e jovens
trabalhem a EaD por meio de projetos da perspectiva dos multiletramentos. O desafio de na disponibilização de equipamento e de acesso à internet,
colaborativos e que permitam: ampliação dessas habilidades é maior para o aluno da EJA, com a justificativa de colocar em risco a segurança da unidade.
em razão das suas características específicas de ensino e Entretanto, é possível romper com essa resistência e propor
• incluir temáticas relacionadas à
de aprendizagem e do menor tempo de formação nesta o seu uso com base em critérios previamente estabelecidos.
questão quilombola em IFs com
modalidade. Por esse motivo, recomendamos: É preciso lutar por mais espaços pedagógicos no ambiente
temáticas abrangentes, como
socioeducativo e vale a pena considerar as seguintes ações:
agricultura, economia, saúde, • flexibilizar os horários da EJA sem diminuir o
linguagens, história, entre outros, acesso à educação ou a qualidade do que se ensina • oferecer conhecimentos e habilidades relevantes para
para promover conhecimento e aprende; jovens em situação socioeducativa, de interesse geral,
sobre a estrutura social brasileira • ofertar tanto o núcleo comum quanto IFs variados que possam ser reaproveitados ao final do processo;
e reflexão; a distância, para atender as demandas dos jovens • pensar em programas em papel que vão além do horário
• oferecer às comunidades e adultos, que podem estar em turmas dispersas em que há disponibilidade de professor, caso não seja
quilombolas os conhecimentos geograficamente, mas ter os mesmos interesses; possível o uso da internet;
e as habilidades que seus • utilizar a tecnologia como enriquecimento do
• alinhar com as equipes gestoras das unidades de
jovens pretendem adquirir, processo educacional;
internação a possibilidade de inclusão de oficina de
independentemente de haver • garantir a formação tecnológica aos professores
informática;
professores locais que dominem da modalidade;
• garantir a presença constante de um educador no
esses temas. • usar metodologias que possibilitem o
laboratório de informática;
compartilhamento de vivências e experiências,
com foco na criação de produtos midiáticos, e • usar a EaD como instrumento de garantia do
metodologias ativas em geral. cumprimento dos 200 dias letivos.

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Ensino Médio noturno Ensino Médio de tempo integral

A EaD oportuniza práticas educativas que visam O estudante que opta pelo tempo integral fica
Na prática
à experimentação tecnológica, ao contato com em horário estendido na escola, portanto, não
O caso do Centro de Mídias de
diferentes formas de linguagem e de textos, necessariamente precisa de EaD para “acelerar a
inclusive midiáticos e às vivências interativas, aprendizagem”. Mas ela funciona para ampliar os Educação do Amazonas (CEMEAM) é
reflexivas e argumentativas, dentro da perspectiva horizontes dos alunos, possibilitando: exemplar na utilização da EaD
dos multiletramentos. O desafio de ampliação para a garantia da equidade na
• incluir eletivas e IFs que podem ser do
dessas habilidades é maior para o aluno do Ensino oferta educacional, vencendo
interesse de alguns alunos, mesmo quando não
Médio noturno, em razão das suas características obstáculos logísticos de toda
há professor local disponível;
específicas de ensino e de aprendizagem. Por esse ordem. O artigo “Aprendizagem
motivo, recomendamos: • reunir alunos de diferentes escolas/regiões nas
mesmas turmas de acordo com o seu interesse; para todos: vencendo obstáculos
• flexibilizar os horários do EM noturno sem no estado do Amazonas”,
• ofertar a EaD como mais uma opção de
diminuir o acesso à educação ou a qualidade do de Cláudia Maria Costin,
estudos.
que se ensina e aprende;
publicado na Revista de Estudos
• enfocar, principalmente, os IFs à distância, mas
Brasileiros, sistematiza o caso
também pensar na FGB com estratégias que
do CEMEAM.
gerem situações de ensino e aprendizagem
mais eficazes (aprender mais em menos tempo);
• enfocar o interesse comum dos diferentes
grupos de jovens, mesmo que as turmas
estejam dispersas geograficamente.

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3. Garantia ao pleno atendimento dos


estudantes da educação especial

Educação indígena, educação


Educação de jovens e adultos

O desafio da educação especial na EJA inclui


questões relativas à idade adulta do estudante,
Educação para jovens em medidas
socioeducativas ou com restrição de liberdade

No caso dos estudantes em medidas


quilombola e educação do campo, das em todas as dimensões e aspectos. A rotina e a socioeducativas, primeiramente é muito importante
águas e das florestas trajetória de vida deste aluno devem ser levadas em que, quando esse aluno com deficiência chegar
consideração nos momentos de planejamento e de à unidade de internação, logo sejam informadas
É importante identificar culturalmente
implementação. A formação do professor do EM as suas condições e o que constitui barreira para
como a concepção de deficiência é
visando ao desenvolvimento da autonomia discente suas aprendizagens. A demora na identificação
vista pelas comunidades, em especial
deve ser ainda mais específica na estrutura dos IFs, das necessidades especiais dificulta o processo
pelas indígenas. É necessário oferecer
inclusive nas UCs, para que os alunos atendidos pela de ensino desse estudante. Com a adaptação
aos professores/coordenadores das
educação especial possam exercer sua cidadania e de recursos e o apoio pedagógico necessário, é
comunidades os conhecimentos
se inserir no mundo do trabalho, e não só participar possível desenvolver um trabalho e garantir a
necessários para identificar e trabalhar
de vivências de socialização. Para tanto, é preciso: educação escolar do estudante com deficiência no
utilizando as habilidades dos jovens da
cumprimento de medida socioeducativa. Para isso, é
educação especial. • levar em consideração a história de vida do
necessário:
aluno, tanto pessoal quanto acadêmica;
Uma possibilidade de garantir o direito
• oferecer apoio educacional especializado para • oferecer apoio educacional especializado para
aos estudantes com deficiências pode ser
os alunos matriculados (intérpretes, professor os alunos matriculados (intérpretes, professor
explorar temas transversais, utilizando
auxiliar, ledor etc.) e materiais adaptados, auxiliar, ledor etc.) e materiais adaptados,
vivências do dia a dia para trabalhar
quando necessário; quando necessário;
habilidades e auxiliar nas atividades,
oferecendo subsídios para que esse aluno • entender a necessidade individual de cada • oferecer cursos e aulas adequados aos
desenvolva o máximo de autonomia aluno e trabalhar suas potencialidades visando seus potenciais acadêmicos e que sejam
possível. ao uso do seu conhecimento para o dia a dia. de valia para o período posterior à medida
socioeducativa.

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Ensino Médio noturno

O desafio da educação especial no EM noturno


inclui questões relativas à idade adulta do
Ensino Médio de tempo integral

O estudante do EMTI está durante mais tempo na


escola, portanto, consegue participar de atividades
4. Parcerias e equidade

Para a educação do campo, das


águas e das florestas existem diversas
estudante, em todas as dimensões e aspectos. A complexas e que demandem mais aulas para serem experiências e escolas que vêm se
rotina e a trajetória de vida desse estudante devem compreendidas. Também é possível explorar mais as tornando referências para o Ensino
ser levadas em consideração nos momentos de potencialidades do aluno, pois são oferecidas aulas e Médio, com suas dinâmicas e currículos
planejamento e de implementação. A formação grupos de estudo de atividades manuais, eletrônicas, próprios. Vale a pena fazer uma busca
do professor do EM noturno visando ao culinária, por exemplo, promovendo a integração e conhecer algumas delas para inspirar
desenvolvimento da autonomia discente deve ser entre alunos. A carga horária estendida permite a construção no seu estado. A seguir,
ainda mais específica na estrutura dos IFs, inclusive ofertar cursos sobre a educação especial, aula de reunimos alguns exemplos:
nas UCs de Aprofundamento, para que os alunos libras, braile e estudar as adaptações necessárias
• Escola Família Agroextrativista do
atendidos pela educação especial possam exercer para as deficiências etc. Vale a pena oferecer
Carvão — Mazagão (AP)
sua cidadania e ser inseridos no mundo do trabalho, apoio educacional especializado para os alunos
e não apenas participar de vivências de socialização. matriculados (intérpretes, professor auxiliar, ledor • Escola Municipal Casa Escola da
Para tanto, é preciso: etc.) e materiais adaptados, quando necessário. Pesca — Belém (PA)
• Escola Estadual de Ensino Médio
• oferecer apoio educacional especializado para Escolas pequenas e únicas do município
Florestan Fernandes — Monsenhor
os alunos matriculados (intérpretes, professor
A gestão escolar precisa entender as necessidades Tabosa (CE)
auxiliar, ledor etc.) e materiais adaptados,
e pensar em soluções, já que os recursos financeiros • Ecoescola Thomas Kempis —
quando necessário;
e humanos são mais escassos nessas unidades Educação do campo no contexto do
• entender a necessidade diária desse aluno e escolares. A depender do auxílio que o aluno semiárido — Pedro II (PI)
tentar incluí-la nos cursos ofertados. necessita, é possível conseguir parcerias, por • Serviço de tecnologia alternativa–
exemplo intérprete de libras a distância, caso haja SERTA. Curso Técnico em
conectividade. Agroecologia Glória do Goitá (PE)

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 41
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• Escola técnica em agroecologia Luana Carvalho Outra possibilidade é fomentar parcerias com facilitam a oferta de um Itinerário de formação
(ETALC) — Baixo Sul (BA) universidades que ofertam cursos de ensino superior profissional e tecnológica, como o de agroecologia
• Centro da Educação do Campo Roseli Nunes — de Agronomia, Ciências Agrárias, Zootecnia, ou agricultura sintrópica, que busca a preservação
Curso Técnico em Agropecuária (MA) Medicina Veterinária, Agroecologia, entre outros, dos recursos naturais.
para que possam ajudar na elaboração de IFs que
• Casa Família Rural Padre Josino Tavares — Quando se trata da educação quilombola, as
possuam temas relevantes às juventudes do campo.
Ensino médio técnico agropecuário (MA) parcerias podem ser estabelecidas com Secretarias
Especificamente para a educação indígena, e coordenações que promovam a equidade racial,
podem ser realizadas parcerias com diversas fóruns étnico-raciais e de educação escolar
No material Educação e práticas
instituições governamentais e não governamentais quilombola, movimentos negros e quilombolas,
comunitárias: educação do e organizações de ensino presencial e a distância organizações não governamentais que defendam o
campo, produzido por Karla com objetivo de contribuir para a ampliação e respeito à identidade e à diversidade, a conservação
Fornari de Souza, você garantia da equidade da oferta. Quando conclui e o uso sustentável dos recursos naturais e o
pode encontrar algumas das o Ensino Médio, o jovem indígena fica, na maioria empreendedorismo social, além de associações
escolas citadas no parágrafo das vezes, estagnado na comunidade, sem outras quilombolas.
anterior e conhecer mais um perspectivas. A parceria com a universidade torna-
Essas parcerias objetivam mobilizar e formar
se o maior meio de incentivo de acesso ao ensino
pouco sobre sua organização professores quilombolas para coordenarem trilhas
superior. Existem muitas outras organizações que
e estruturação, observando de aprofundamento nos territórios, especialmente
já trabalham com povos indígenas com a finalidade
diferentes realidades e modos àquelas de interesse das comunidades. Além disso,
de preservar seus saberes e criar cooperativas
de organização desta modalidade podem mobilizar e capacitar professores de escolas
e associações para promover o intercâmbio
que atendem estudantes quilombolas (localizados
tão diversa e complexa. cultural e econômico. Por outro lado, é importante
em sua maioria na sede urbana dos municípios)
criar outras parcerias com empresas nacionais
para coordenarem trilhas de aprofundamento que
e internacionais, institutos públicos e privados,
fortalecem a identidade, os direitos e a economia
universidades estrangeiras e outros. Essas parcerias
das comunidades quilombolas.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 42
ETAPA 5

Construção do catálogo
de Itinerários Formativos
?
O DESAFIO
Produzir um catálogo de ementas que considere as inovações
propostas no referencial curricular (desenvolvimento das
habilidades dos eixos estruturantes, protagonismo juvenil, projeto
de vida etc.) dos Itinerários Formativos e a realidade do território.
RESULTADOS ESPERADOS
a. Retomada dos parâmetros curriculares previstos nos
documentos oficiais para os Itinerários Formativos;

b. Definição da estrutura do catálogo dos aprofundamentos


curriculares;

c. Elaboração das ementas dos aprofundamentos curriculares;

d. Definições para lançamento do catálogo de IFs.


OS CAMINHOS POSSÍVEIS
Elaborar ementas com a participação da comunidade,
considerando premissas, templates, leituras críticas e processos
formativos para os redatores.

43
Construção do catálogo
de Itinerários Formativos
DE OLHO NA EQUIDADE

1. Definir parâmetros de qualidade e critérios que orientem a


oferta e a criação de novos Aprofundamentos e Eletivas

Estabelecer pilares para ancorar as escolhas da rede


e das escolas é um passo importante para garantir Na prática
coerência pedagógica, mediante as inúmeras
possibilidades que os Itinerários Formativos Você pode se inspirar no conjunto de
apresentam, sem comprometer o projeto de premissas elaboradas pela rede de São
flexibilização previsto na legislação. Na definição Paulo, no material Tecendo Itinerários
desses pilares ou premissas, é imprescindível que Formativos em 10 passos. Esse material
se levem em consideração os fundamentos foi utilizado para orientar a produção
pedagógicos da BNCC para o Ensino Médio, as
das ementas que compõem o Catálogo das
DCNEM, os referenciais para elaboração dos
Ementas detalhadas dos Aprofundamentos
IFs, o PLI elaborado pela Secretaria e outros
documentos que expressem as concepções e os Curriculares e a elaboração do Material
projetos da rede. de Apoio ao Planejamento e Práticas do
Aprofundamento (MAPPA)4.

4 O MAPPA será mais bem explorado na etapa 6 do Guia.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 44
Construção do catálogo
de Itinerários Formativos
DE OLHO NA EQUIDADE

2. Produzir as ementas dos Aprofundamentos Curriculares

Após a definição e o detalhamento


da arquitetura dos Itinerários e do
• elabore as premissas pedagógicas dos
componentes, incluindo os pressupostos
• crie condições para o trabalho de pesquisa
e produção pelos redatores em regime de
estabelecimento dos parâmetros de de equidade, os templates ou modelos de colaboração: destinação de espaço físico,
qualidade das propostas, o passo seguinte é documento para assegurar alinhamento tempo e recursos adequados como livros,
a construção de um catálogo que sistematize e coerência na produção, a voz do texto computadores e acesso à internet;
os percursos possíveis aos estudantes e considerando seu interlocutor, que deve ser • mapeie e disponibilize boas referências
traga pistas seguras para os educadores que preferencialmente o estudante; de ementas que podem ser adaptadas ou
ministrarão os componentes curriculares. • produza rubricas que orientem a leitura crítica servir de inspiração para a elaboração das
Antes da elaboração das ementas, é e o parecer dos profissionais indicados para propostas da rede;
recomendável que a rede: contribuir com o aprimoramento do material • crie espaços digitais que facilitem a produção
do ponto de vista da consistência e coerência coletiva – como drives – com regras claras
• selecione a equipe e defina papéis, pedagógica, tais como professores das de produção e gestão colaborativa da
responsabilidades e prazos para a universidades da rede estadual e professores das informação.
elaboração dos materiais; escolas-piloto, como também no que se refere à
• mapeie e defina a composição da facilidade de compreensão e disponibilização de
equipe de redatores, preferencialmente todas as informações necessárias para a escolha,
com o envolvimento de especialistas e a ser avaliada pelos estudantes;
da equipe que participou da elaboração • planeje e compartilhe as estratégias e o
do referencial curricular; calendário dos momentos de escuta, sobretudo
• defina o fluxo e os prazos de escrita, com as equipes escolares;
leitura crítica, ajustes pós-leitura • defina os responsáveis pela sistematização e
crítica, finalização, revisão, edição e incorporação das contribuições dos diversos
diagramação do material; atores nas ementas;

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 45
Construção do catálogo
de Itinerários Formativos
DE OLHO NA EQUIDADE

Durante a elaboração das ementas, é desejável A ementa dos Aprofundamentos Curriculares No detalhamento de cada unidade curricular,
que a equipe seja acompanhada e apoiada por pode apresentar diferentes estruturas. No recomendamos a apresentação dos eixos
uma liderança com profundo conhecimento do entanto, recomenda-se que ela contemple os estruturantes e das habilidades relacionadas ao
currículo e das inovações pedagógicas do Ensino seguintes itens: percurso formativo.
Médio e sobretudo de como trabalhar com foco no
a. resumo do que o estudante aprenderá ao longo do
desenvolvimento de competências e habilidades
Aprofundamento Curricular;
dos eixos estruturantes de forma integrada. Criar
tempos e espaços regulares para a troca e ampliação b. apresentação resumida das unidades curriculares
de conhecimentos sobre esses temas no decurso que compõem o Aprofundamento Curricular em
do trabalho de escrita também fortalece a equipe. questão, bem como em que série do EM elas serão
Nesse sentido, sugere-se que as atividades possam cursadas;
ser divididas em: c. seção que justifique a importância do
Aprofundamento Curricular, motivando o
• encontros de gestão do trabalho, no qual haja
estudante a seguir caminhos profissionais
espaço de escuta das conquistas e dos desafios,
futuros, mas também informe a utilidade dos
bem como devolutivas e indicação de ajustes e
conhecimentos abordados para a sua vivência
alinhamentos demandados pelo processo;
atual;
• encontros de formação e desenvolvimento
d. informações sobre cursos superiores ou técnicos
profissional dos redatores;
para os quais o Aprofundamento prepara o
• momentos de gestão das entregas, nos quais estudante;
sejam revisitados e repactuados, sempre que
e. as competências gerais relacionadas ao
necessário, os planejamentos e prazos.
Aprofundamento Curricular;
f. as competências específicas da(s) área(s) do
conhecimento abordadas pelo aprofundamento.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 46
Construção do catálogo
de Itinerários Formativos
DE OLHO NA EQUIDADE

Consulte a seguir dois exemplos de ementa de Aprofundamento Curricular.


A primeira é de São Paulo e a segunda é do Espírito Santo.
Depois da elaboração
das ementas, é
SÃO PAULO ESPÍRITO SANTO
imprescindível que elas
Catálogo das Ementas detalhadas dos Catálogo dos Itinerários Formativos de
passem por uma leitura
Aprofundamentos Curriculares. LINK Aprofundamento, Novo Ensino Médio capixaba. LINK
crítica por especialistas,
professores
universitários,
profissionais das
regionais e escolas-
piloto e estudantes, a
fim de coletar indicações
de aprimoramento que
devem ser incorporadas
sempre que possível.

Na prática
Consulte os seguintes exemplos de catálogos de Itinerários Formativos para
visualizar outras formas de apresentação para professores e estudantes.
1. Caderno de Itinerários Formativos 2022: ementas das unidades
curriculares ofertadas em 2022, da Secretaria de Estado da Educação
e do Esporte do Paraná.
2. Caderno pedagógico do Itinerário Formativo: orientações para
o 1º ano do Novo Ensino Médio 2022, de Minas Gerais.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 47
Construção do catálogo
de Itinerários Formativos
DE OLHO NA EQUIDADE

3. Sistematizar o catálogo de Itinerários Formativos

Finalizado o processo de leituras e ajustes, recomendamos


que as ementas produzidas passem por revisão e
Esse catálogo orienta a escolha dos estudantes, com
base nos Aprofundamentos Curriculares que mais
diagramação e sejam organizadas como um catálogo que lhes interessam ou convergem para a concretização
comunique de modo objetivo, acessível e visualmente de seus projetos acadêmicos e profissionais.
agradável as escolhas feitas e os IFs ofertados pela rede. Ele também deve permitir a visualização das
possibilidades e dos limites da oferta para as
É importante que esse material apresente de maneira
regionais, as escolas e os educadores.
didática e com recursos visuais, sempre que possível
(infográficos, ícones, ilustrações), as seguintes informações: O catálogo precisa ser apresentado em diferentes
formatos, para que possa ser utilizado pela
• qual é a proposta curricular do Novo Ensino
gestão, pelos professores e, principalmente, pelos
Médio adotada na Regional (ou na escola);
estudantes. Uma linguagem atual, que dialogue com
• o que são os IFs e como eles promovem uma a comunidade, é essencial para a atratividade dos
educação mais significativa para os estudantes do IFs e pode contribuir para aumentar a demanda e
Ensino Médio; minimizar a evasão dos estudantes.
• quais Aprofundamentos estão sendo ofertados;
• quais são as formações técnicas e as possibilidades
de atuação profissional correspondentes a elas;
• as ementas dos cursos ofertados;
• como é o processo de escolha e a inscrição do
estudante na opção selecionada;
• como será a certificação de quem se forma no
Ensino Médio.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 48
Construção do catálogo
de Itinerários Formativos
DE OLHO NA EQUIDADE

Na prática
Além de um catálogo com ementas curriculares mais
4. Disseminar o catálogo de Itinerários Formativos

A criação de uma página dedicada às inovações


do Ensino Médio na UF facilita os processos de
comunicação com os diferentes atores e se constitui
detalhadas dos aprofundamentos curriculares e eletivas,
como espaço de referência ao qual todos recorrem
a rede pode investir em um documento resumido que para obter informações oficiais e fidedignas sobre
apresente, com linguagem ainda mais acessível e jovem, a implementação. Além disso, a disseminação do
as opções de aprofundamentos para os estudantes da catálogo pode ser feita de diferentes formas.
rede. É o caso do Espírito Santo e São Paulo.

Catálogo dos Itinerários Formativos de Aprofundamento,


Novo Ensino Médio capixaba. Na prática
Veja o exemplo do site do Novo
Guia do estudante — Você sabe o que é o Novo Ensino Ensino Médio Capixaba.
Médio?, do Governo do Estado de São Paulo.
Veja também o exemplo do Currículo
A depender do modelo de oferta de Eletivas, a rede de Pernambuco para o Ensino Médio.
também pode apresentar um catálogo de componentes
eletivos, como fez a Secretaria de Educação do Estado Por fim, você também pode conferir
de Santa Catarina (ACESSE AQUI) e a do Distrito o site do Novo Ensino Médio Goiano.
Federal, com o material Coletânea dos Itinerários
Formativos do Novo Ensino Médio — Caderno de sugestões
de unidades seletivas para o Novo Ensino Médio.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 49
Construção do catálogo
de Itinerários Formativos
DE OLHO NA EQUIDADE

De olho na equidade
Educação indígena, educação do campo, das
águas e das florestas e educação quilombola

É essencial que os Itinerários Formativos As equipes da Secretaria, ao construir o catálogo


construídos pela rede e seu respectivo catálogo de IFs, precisam manter um diálogo presente e
não tenham uma visão urbanocêntrica (ou seja, que profundo com os gestores e docentes das escolas
sejam embasados no modelo didático-pedagógico indígenas, quilombolas e do campo, para que o
utilizado nas escolas da cidade, o qual é transferido resultado elaborado reflita a diversidade desses
para as escolas rurais, sem considerar as reais povos, tanto metodologicamente quanto como
necessidades das populações identificadas com tema transversal de estudo e investigação.
o campo). Isso significa que eles devem incluir,
Os Aprofundamentos nas unidades escolares
desde sua concepção, atores e características dos
indígenas precisam não apenas versar sobre a
diversos territórios existentes na UF.
realidade e a identidade indígena, mas incluir
Na definição dos pilares ou das premissas para perspectivas e oportunidades fora de suas
elaboração das ementas de Aprofundamentos comunidades.
Curriculares, é imprescindível levar em
Vale lembrar que a educação quilombola não
consideração a cultura local, as relações da
ocorre apenas nos territórios quilombolas.
comunidade com o meio ambiente, a historicidade
Interessa construir e ofertar IFs que ampliem o
dos povos indígenas, quilombolas e do campo
panorama desses estudantes e trabalhem com
para que eles possam se ver, de alguma forma,
questões como empreendedorismo negro e
refletidos nas opções de Aprofundamento.
turismo étnico, por exemplo.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 50
Construção do catálogo
de Itinerários Formativos
DE OLHO NA EQUIDADE

Educação de jovens e adultos (EJA) e de


estudantes em privação de liberdade

Para a EJA, é importante adaptar o catálogo à Na educação especial, é extremamente necessário


realidade e aos projetos de vida do público ou elaborar observar quais adaptações esses alunos vão
um catálogo específico. Os IFs para a EJA e para necessitar para oferecer cursos em que eles possam
estudantes do período noturno não podem ser apenas se interessar e cursar com sucesso. Se for um
uma reprodução do que se pretende no diurno. aluno com deficiência física, é necessário pensar
Já para estudantes em privação de liberdade nas adaptações necessárias tanto no espaço físico
os parâmetros e as premissas relevantes para a quanto no material utilizado para a modalidade. No
definição do catálogo de Itinerários Formativos que se refere aos alunos com deficiência intelectual,
devem ser os mesmos estabelecidos para a rede de estes costumam precisar de acompanhante
ensino, seguindo a matriz curricular vigente, tanto terapêutico para auxiliar nas demandas pessoais; já
no ensino regular como na EJA. alunos surdos necessitam de intérprete de libras.

A rotatividade dos estudantes devido às constantes


entradas e saídas dos jovens, durante todo o ano
letivo, é alta. Por esse motivo, contar com unidades
curriculares independentes ou parcerias externas
pode dar continuidade ao trabalho desenvolvido
dentro dos espaços socioeducativos. Recomendamos
evitar a criação de catálogos e IFs específicos aos
estudantes em privação de liberdade, pois pode
aumentar ainda mais a estigmatização deles ao
saírem das unidades socioeducativas.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 51
Na prática Veja como aconteceu essa etapa na Secretaria de Educação do Mato Grosso

A A sistematização e apresentação dos


Itinerários Formativos e da FGB
aconteceram de maneira democrática,
buscando o envolvimento de professores e
alunos.
Nove trilhas de aprofundamento, quatro Eletivas
e opções de arquitetura de FGB para escolas de
tempo integral, ensino regular e oferta de EPT
foram apresentadas ao público pelo site criado
exclusivamente para divulgação de informações
do Novo Ensino Médio no estado. O público pôde
Durante o processo de escrita do Documento de votar e escolher as arquiteturas que julgou
Referência Curricular para Mato Grosso – etapa mais adequadas para o ensino em tempo integral
Ensino Médio (DRC-MT), as ações foram pensadas e o ensino regular e os itinerários sofreram
pela equipe de Ensino Médio da Secretaria de alterações que consideraram as recomendações
Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) e dos participantes.
posteriormente levadas para consulta pública
para avaliação da comunidade escolar. Assim, chegamos ao documento final, aprovado
pelo CEE-MT em dezembro de 2020, usado no
território estadual a partir de 2022, com a
implementação da reforma no Ensino Médio.

52
ETAPA 6

Escrita de materiais
de apoio ao professor
?
O DESAFIO
Apoiar as equipes escolares no processo de apropriação e
implementação dos Itinerários Formativos e suas inovações,
assegurando aos estudantes oportunidades equânimes de
desenvolvimento de habilidades, protagonismo e projeto de vida
por meio de aprendizagem ativa.

RESULTADOS ESPERADOS
a. Definição de premissas para a elaboração de materiais de apoio
aos professores na implementação dos Itinerários Formativos,
especialmente os Aprofundamentos Curriculares.

b. Organização de equipes internas para elaboração de materiais


de apoio a professores na implementação dos IFs.

c. Seleção de referências para elaboração dos materiais de apoio a


professores na implementação dos IFs.

d. Elaboração dos materiais de apoio a professores na


implementação dos IFs.

53
Escrita de materiais
de apoio ao professor
DE OLHO NA EQUIDADE

OS CAMINHOS POSSÍVEIS
O QUE É O QUE NÃO É A construção do material de apoio ao professor
deve partir das ementas dos IFs, indicadas no
Roteiro de ideias e
catálogo da etapa 5, e do diálogo constante
sugestões de atividades e Livro didático
entre os professores, integrando os objetos
sequências didáticas
de conhecimento, habilidades e competências
desenvolvidos por meio de práticas que ajudem
Criar materiais de apoio com diferentes níveis a explorar os IFs da rede. Sem que os IFs estejam
de profundidade, características e suportes que apreendidos por todos, não há possibilidade de se
possibilitem ao professor ter referências para iniciar elaborar o material de apoio.
o planejamento e a execução do trabalho e ampliar
seu repertório na proposição de métodos ativos que Estes materiais trazem sugestões de práticas
oportunizem o protagonismo e o desenvolvimento articuladas dentro das áreas de conhecimento e
pleno dos estudantes. levam em conta o percurso e os projetos de vida dos
estudantes. Seu objetivo é apoiar os docentes para
É importante compreender que os materiais de que garantam o aprofundamento das competências
apoio não são livros didáticos, mas sim um suporte e das habilidades da FGB e o desenvolvimento das
aos docentes no planejamento de suas aulas para habilidades dos eixos estruturantes.
o desenvolvimento das unidades curriculares dos
aprofundamentos dos IFs. Este material sugere Ao elaborar este roteiro, a equipe da rede deve
roteiros para as aulas dos professores da rede, para estar atenta às questões norteadoras: Como ajudar
que possam ainda ir além do indicado, somando na os professores a tornar a ementa planejada
qualidade de sua docência. uma realidade na sala de aula? Como apoiar
os professores em seu planejamento de aula?

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 54
Escrita de materiais
de apoio ao professor
DE OLHO NA EQUIDADE

Sugere-se, portanto, que a equipe de produção 1. ideação do material de apoio – a partir do


trabalhe em conjunto, garantindo a inclusão de entendimento das premissas do roteiro, alinhar DICA: Caso a rede não tenha
professores entre os leitores críticos. concepção, visão, estrutura etc.; condições de arcar com a
Antes de elaborar os materiais de apoio, 2. organização da equipe de escrita, leitura crítica, realização de leitura crítica
recomendamos observar os seguintes passos: revisão e diagramação e do cronograma – é por terceiros, é possível
importante ter um técnico responsável pelo melhorar a produção do guia
processo, que organize e coordene os encontros da ao longo do processo por meio
equipe de escrita, sistematize as discussões e então
de leitura cruzada entre os
inicie a escrita do roteiro;
redatores. É importante ter um
3. organização de um modelo para a redação dos
grupo de professores da rede
materiais, que preveja um fio condutor e dê
identidade a todos os Itinerários;
como leitores críticos e grupo
4. realização da primeira escrita pelo grupo de
focal de discussão.
redatores. No caso de Itinerários integrados, é
importante que redatores de diferentes áreas
interajam para planejar os focos de escrita e as
formas de integração entre as áreas; É indicado que haja um redator por componente
5. realinhamento da escrita, com apresentação das curricular e que a escrita seja realizada em
primeiras propostas, leituras amostrais entre os documento ou arquivo compartilhado, favorecendo
redatores e a equipe de apoio, seguidas de diálogo a integração entre as áreas e possibilitando, desde
para troca de impressões gerais para adequar a escrita; o início, a leitura pelos redatores e pela equipe
6. Leitura crítica realizada por pessoas externas à coordenadora da redação. Além disso, partindo de
produção do material, para verificar se o roteiro faz premissas preestabelecidas, podem ser elaboradas
sentido e atende às necessidades; rubricas de avaliação.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 55
Escrita de materiais
de apoio ao professor
DE OLHO NA EQUIDADE

Uma maneira comum de organizar ou IFs é em unidades curriculares (que


A proposta dos eixos estruturantes dos se desdobram em objetos de conhecimento, competências, habilidades e em
Itinerários Formativos, (acesse os Referenciais eixos estruturantes). Caso sua rede trabalhe dessa forma, recomendamos
Curriculares para a elaboração de Itinerários que sejam desenvolvidos materiais de apoio para cada UC do Itinerário
Formativos) foi garantir um aprofundamento Formativo. Veja a seguir.

das competências gerais e das competências Estrutura do material de apoio


específicas das áreas, além de um conjunto 1. Apresentação do IF
comum de habilidades. Também criou uma unidade Breve introdução sobre o aprofundamento, seus objetivos, indicação dos con-
entre os IFs, de modo que, se houver mudança de teúdos aos docentes e as expectativas aos estudantes.

Itinerários pelos estudantes, o desenvolvimento 2. Apresentação da UC


alcançado em um possa ser continuado no outro. Característica da UC, seus objetivos, integração entre UCs e modo de trabalho
dos estudantes.
Por isso, sugere-se que, independentemente
da área, os componentes curriculares dos a. Componentes
Curta indicação de quais são os componentes da UC, com sua respectiva
Aprofundamentos sigam a mesma ordem de carga horária e distribuição na semana.
inclusão dos eixos: investigação científica, b. Perguntas norteadoras
criatividade, mediação sociocultural e Quais são as perguntas que orientam a UC e servem de guia aos estudantes.
empreendedorismo. As eletivas também podem se c. Eixos estruturantes
Apresentação dos eixos trabalhados na UC (Investigação Científica, Proces-
estruturar contendo um ou mais eixos. sos Criativos, Mediação e Intervenção Sociocultural e Empreendedorismo).
d. Objetos de conhecimento
Exposição simples e transparente dos objetos de conhecimento com os
quais os estudantes trabalham na UC.
e. Competências e habilidades da FGB
Indicação das competências e habilidades da(s) área(s) do conhecimento do
IF que serão trabalhadas na UC.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 56
Escrita de materiais
de apoio ao professor
DE OLHO NA EQUIDADE

1. Componentes da UC
Cada UC possui distintos componentes, que podem se dividir nos se-
guintes itens:
a. Título i. Atividades
Título objetivo e atrativo capaz de atrair a atenção dos estu- Esse campo indica ao docente o que se espera dele e quais ativ-
dantes, porém indicando com precisão o que se pretende tra- idades podem ser realizadas com os estudantes, do início até o
balhar no componente. momento de avaliação.

b. Duração Introdução
Indicação de quantas semanas e quantas horas de duração terá o Semana e quantidade de aulas necessárias para o desenvolvi-
componente. mento dessa etapa.

c. Aulas semanais Trazer sugestão de atividades para o início do componente, com


Exposição do número de aulas por semana do componente. atenção para a integração entre áreas de conhecimento e dicas
de conteúdos extras para facilitar a mediação do conhecimento.
d. Docentes responsáveis Nesse momento, também é fundamental que o professor retome
Apresentar quais docentes podem ministrar esse componente, com os estudantes qual Itinerário está sendo trabalhado, quais
de quais áreas do conhecimento e com qual formação. Indicar se são as áreas do conhecimento envolvidas, os conteúdos trabalha-
há prioridade de atribuição de uma formação em relação a outras dos, entre outras premissas.
ou os critérios adotados.
e. Apresentação Desenvolvimento e fechamento
Breve introdução com informações gerais do componente. Semana e quantidade de aulas necessárias para o desenvolvi-
mento dessa etapa.
f. Objetos de conhecimento
Indicação de quais objetos de conhecimento serão trabalhados Trazer sugestão de atividades para o desenvolvimento do com-
no componente. ponente, com atenção para a integração entre áreas de conheci-
mento e dicas de conteúdos extras para facilitar a mediação, bem
g. Competências e habilidades da FGB como apresentar possibilidades de fechamento das aprendiza-
Apresentação das competências da área (com seus números) e ha- gens antes da avaliação.
bilidades trabalhadas no componente (com códigos e descrição).
Avaliação
h. Eixos estruturantes Apresentar as formas de avaliação indicadas para o componente.
Quais eixos serão abordados no componente, suas competências
e habilidades, com respectivos códigos e breve descrição (ao lon-
go do IF, é importante que sejam abordados os quatro eixos).

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 57
Escrita de materiais
de apoio ao professor
DE OLHO NA EQUIDADE
DICA: Durante a escrita do documento, a equipe
de redação deve realizar momentos de pausa para
Veja a seguir algumas capturas de reflexão, confirmando se a produção tem sentido e
tela de um dos MAPPA (Material atende aos anseios dos professores da rede e aos
de Apoio ao Planejamento de interesses dos estudantes. As seguintes perguntas
Práticas de Aprofundamento) podem ser orientadoras:
do estado de São Paulo, Trata-se 1. Existem referências e recursos que podem apoiar
do MAPPA do aprofundamento os redatores?
curricular integrado de Linguagens 2. Quais são os desafios formativos da equipe
e Matemática, chamado de “Start! redatora?
Hora do Desafio”. Você pode
3. Os redatores estão considerando a integração
acessar o material completo —
curricular?
Superar Desafios é de Humanas —
desse aprofundamento. 4. As experiências dos estudantes estão sendo
levadas em conta?
Além dos conteúdos do
5. Existe conexão com os anseios das juventudes no
documento, é preciso atentar para
objeto de estudo de cada UC?
a revisão de língua portuguesa,
Os redatores possuem conhecimento da realidade das
sua posterior diagramação e
escolas que serão atendidas para propor práticas
apresentação para a rede. Deve-se
adequadas para cada realidade (tempo integral,
pensar sobre qual será o formato
formação profissionalizante, educação indígena e
final de apresentação (impresso ou
quilombola, entre outros)?
digital) e para quantos professores
o material será entregue. Pode-se A plataforma Nosso Ensino Médio, do Instituto
considerar enviar o material por iungo, do Reúna e do Itaú Educação e Trabalho,
meio de links ou geração de um QR pode fornecer suporte para esta etapa, além de
code que permita o acesso on-line. referências de documentos similares já produzidos
por outras redes.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 58
Escrita de materiais
de apoio ao professor
DE OLHO NA EQUIDADE

De olho na equidade
Caso a rede pretenda divulgar um catálogo específico para
as modalidades, será necessário realizar esforços de ideação DICAS: Promover a escuta aos professores,
e criação de um material de apoio para os Aprofundamentos coordenadores e especialistas nas modalidades e
ofertados nas nas modalidades e nas ofertas específicas. ofertas específicas para a fase de ideação dos
materiais.
Se a rede definiu por realizar adaptações no catálogo
central, é essencial que a equipe redatora do roteiro se É importante que haja um processo de leitura
reúna com os técnicos de cada modalidade para pensar em crítica, seja por atores externos, seja por
estratégias de adequação. Não convém deixar essa atividade professores da rede que façam parte da modalidade
para um momento posterior, considerando que as escolas em questão, para que se garanta a diversidade no
das modalidades já possuem dificuldades históricas que roteiro.
precisam ser combatidas de maneira assertiva pelas redes.
É extremamente necessário dar destaque e importância aos
É bem interessante manter todos os Aprofundamentos
docentes dessas unidades escolares.
Curriculares e materiais de apoio num catálogo
único, possibilitando a oferta de IFs com temáticas
Todos os estudantes devem ter acesso às ementas para diversas a todos os estudantes do território.
fazer suas escolhas, considerando a diversidade de oferta. Neste caso, a utilização de EAD pode permitir um
Nada impede que estudantes da cidade optem por cursar intercâmbio, trabalhos colaborativos, diminuir
Itinerários previstos para escolas quilombolas ou vice-versa. A distâncias e ampliar as possibilidades de oferta e
EAD, apresentada nas etapas 1 a 4 deste Guia, amplia a oferta escolha para todos os estudantes.
para todos os estudantes e escolas dentro da rede.

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia arquitetura construção escrita 59
Na prática Veja como aconteceu essa etapa na Secretaria de Educação de São Paulo

O Governo do Estado de São Paulo produziu


para a rede estadual um documento
orientador chamado de Material de Apoio
ao Planejamento e Práticas do Aprofundamento
(MAPPA), que visa auxiliar na implementação
serviram de modelo, construídos pelos redatores,
em todas as áreas do conhecimento. O MAPPA
indica competências, habilidades e objetos do
conhecimento das ementas de cada Aprofundamento
Curricular, focando no desenvolvimento de
dos Aprofundamentos Curriculares nas escolas competências gerais e habilidades dos quatro
da rede, reunindo sugestões práticas e eixos estruturantes trabalhados nas Unidades
orientações didáticas para auxílio dos Curriculares.
professores, objetivando a formação e servindo
como instrumento para aplicação de cada um dos Cada componente da Unidade Curricular expõe cerca
aprofundamentos. Entre os auxílios previstos de cinco atividades distribuídas em carga horária
no MAPPA, estão o planejamento integrado, a semanal, conforme a previsão para o semestre.
curadoria de materiais, a reorganização de Além disso, há instruções para o trabalho
tempos e espaços, a mediação de aprendizagem e conjunto dos docentes que vão desenvolver a UC.
a avaliação diagnóstica e formativa. Você pode acessar os materiais MAPPA completos
O material de apoio foi pensado para dar clicando aqui.
suporte direto aos dez Aprofundamentos que

60
Na prática Veja também como ocorreu essa etapa na Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco

A ssim como a Secretaria de Educação de São


Paulo, o Estado de Pernambuco, por meio da
Secretaria de Educação e Esportes, também
desenvolveu um material de apoio denominado
“Material de Apoio à Ação Docente”. Este material
É possível consultar todos os documentos que
integram o Material de Apoio à Ação Docente no
Currículo de Pernambuco para o Ensino Médio.

Retomada de links importantes para materiais de


se divide em diversos documentos que, de maneira apoio
individualizada, apresenta orientações para 1. Materiais de Apoio ao Planejamento e
a realização de atividades de cada unidade Práticas dos Aprofundamentos (MAPPAs) de
curricular que compõem os Itinerários Formativos São Paulo, desenvolvidos em parceria com o
da rede estadual, bem como para os organizadores Instituto Reúna.
curriculares da Formação Geral Básica.
2. Itinerário Formativo em Ação (IFA) de STEAM,
Este material traz uma breve introdução sobre a desenvolvido pelo Instituto Reúna em parceria
UC em questão e em seguida foca de maneira mais com o Ifood.
aprofundada em sugestões aos professores sobre
estratégias para a prática docente com indicação 3. Novo Ensino Médio na prática: as
de textos, metodologias, ferramentas tecnológicas experiências da rede pública estadual de São
e demais métodos e procedimentos para facilitar Paulo. Sistematização da implementação do
o desenvolvimento das aulas. Além disso, o Novo Ensino Médio em São Paulo - Relato de
material apresenta orientações para as avaliações prática de elaboração dos MAPPAs.
dos estudantes ao final de cada componente das
Unidades Curriculares. 4. Currículo de Pernambuco para o Ensino
Médio. Material de apoio à ação docente de
Pernambuco.

61
Próximos passos

Neste segundo volume do Guia de Itinerários


Formativos, você pôde compreender melhor
as etapas 4 a 6, que contemplam o processo
de definição de arquitetura, elaboração de
catálogo e de materiais de apoio para os
itinerários Formativos da sua rede de ensino.
No volume 3 do material você encontrará
as etapas 7 a 9, que abordam a formação
continuada para educadores, adaptação de
PPPs e o monitoramento da implementação
dos itinerários formativos.
Esperamos que você aproveite o material
e que ele seja útil para o avanço do Novo
Ensino Médio na sua rede!

sumário a árvore apresentação ponto de partida modalidades metodologia planejamento estudos diagnósticos 62
Guia de Itinerários
Formativos
Volume II
Definições de arquitetura, Catálogo de IFs
e Materiais de apoio ao professor

1. marca

A marca nasce como uma submarca de Itaú,


segmentado escrito com tipografia Itaú Display XBold,
com a altura de X da tipografia da marca Itaú.

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