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O licenciamento ambiental é um instrumento com exigências legais com o objetivo de

que todos os empreendimentos ou atividades que possam causar algum impacto ao meio
ambiente sejam regularizados, além de assegurar a sustentabilidade do meio ambiente.
É o procedimento no qual o poder público, representado por órgãos ambientais, autoriza
e acompanha a implantação e a operação de atividades que sejam consideradas
poluidoras. Além disso, é obrigação do empreendedor, prevista em lei, buscar o
licenciamento ambiental junto ao órgão competente, desde as etapas iniciais de seu
planejamento e instalação até a sua efetiva operação.

Conforme a Lei Federal 6.938/81 o licenciamento ambiental tornou-se obrigatório em


todo o território nacional, portanto atividades poluidoras não funcionam sem o
licenciamento ambiental, caso contrário as empresas estão sujeitas às sanções previstas
em lei, podendo ser punidas em leis de crimes ambientais. O licenciamento ambiental é
composto de três tipos de licenças, cada uma em uma etapa específica, são elas: Licença
Prévia (LP) que é a primeira etapa do licenciamento, na qual o órgão licenciador avalia
a localização e a concepção do empreendimento, atestando a sua viabilidade ambiental e
estabelecendo os requisitos básicos para as próximas fases, nesta etapa podem ser
requeridos estudos ambientais complementares, tais como EIA/RIMA e RCA, quando
forem necessários, a Licença de Instalação (LI) é a segunda etapa em que com o projeto
inicial pronto e definida as medidas de proteção ambiental, a mesma deve ser requerida,
e assim, é autorizado o início da construção do empreendimento e a instalação dos
equipamentos e por último a Licença de Operação (LO) que autoriza o funcionamento
do empreendimento, essa precisa ser requerida quando a empresa estiver edificada e
após a verificação do êxito das medidas de controle ambiental estabelecidas nas
condicionantes das licenças anteriores.

A situação mais recente e bastante preocupante em Caetité é a das Indústrias Nucleares


do Brasil (INB) que iniciou a mineração de urânio desde 1999, e que em 2020 recebeu
do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama),
a prorrogação da Licença de Operação até 13 de janeiro de 2026, para a Mina Cachoeira
(Anomalia 13) e lavra a céu aberto da Mina do Engenho (Anomalia 09), ambas no
município de Caetité. A licença permite ainda o beneficiamento do minério de urânio
até a obtenção de diuranato de amônio [(NH4)2U2O7], conhecido como yellow cake,
produto ainda não enriquecido no isótopo 235U, na unidade de concentrado de urânio,
também localizada em Caetité. A operação da INB é alvo constante de críticas devido
aos riscos de contaminação envolvidos na extração de materiais radioativos, entretanto
como ocorre na maioria das situações que envolvem poder, dinheiro e política os riscos
são sempre maquiados e as questões culturais, de saúde e principalmente ambientais são
menosprezadas.

Outra empresa beneficiada é a Bamin, responsável pela mineração de minério de ferro,


o governo do Estado, por meio do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
(Inema), concedeu uma nova licença de instalação da Bahia Mineração (Bamin), que
está implantando o projeto pedra de ferro, é previsto a extração anual de até 20 milhões
de toneladas de minério de ferro, a produção transformará a Bahia no terceiro maior
produtor de minério de ferro do país, atendendo a uma exigência do Inema durante a
análise do novo processo de licenciamento ambiental, a Bahia Mineração alterou o
método que será utilizado para a construção da barragem a fim de garantir mais
segurança ao armazenamento de rejeitos sólidos que serão produzidos pela mina para o
processamento do minério. Ainda segundo a empresa o barramento será construído por
meio do alteamento a jusante e que o projeto original previa a execução do barramento a
montante, uma técnica de menor custo e menos segura e que com a substituição do
método a jusante haverá mais segurança e um controle operacional mais rígido.

Portanto, é preciso fazer uma análise crítica de como tem funcionado o sistema para que
empresas como as citadas continuem obtendo meios legais para continuar operando,
obtendo licenças essenciais para o funcionamento, mesmo que essas, além de
prejudicarem a vida de comunidades próximas as minas, causam impactos ambientais
graves.

Referências:
https://www.bamin.com.br/noticia.php?cod=63, acesso em 18/11.
http://pnla.mma.gov.br/o-que-e-licenciamento-ambiental , acesso em 19/11.
http://www.inb.gov.br/Sociedade-e-Meio-Ambiente/Meio-Ambiente/Licenciamento ,
acesso em 19/11.

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