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ACÓRDÃO
VOTO
g) a perícia judicial foi realizada nos autos 04 (quatro) anos após a propositura
da ação, quando a empresa já havia regularizado suas atividades;
Pelo que se depreende da peça inicial, o Ministério Público afirmou que, foi
instaurada sindicância para apurar possíveis danos ambientais causados pela
empresa REA, em face da inexistência de licenciamento da mesma junto à
FEAM/MG. Alegou que foi requisitada perícia técnica junto à FEAM/MG em que
constou que a empresa não apresenta projeto de combate à poluição; que os
efluentes líquidos de tingimento e sanitários são lançados na rede pública sem
tratamento prévio; e que a empresa não dispõe de licença de instalação do
COPAM. Asseverou que a atividade da empresa ofende o disposto no artigo 109
do decreto n. 24.643/34 (Código das Águas), bem como o artigo 3º da Lei n.
6.938/81, visto que "flagrantes" os danos ao meio ambiente, à saúde e ao
bem-estar da população.
Analisando detidamente os autos, com vênia, tenho que não assiste razão ao
apelante.
Rogata venia, é isso que se vê nos autos, uma vez que não obstante as
alegações iniciais reiteradas e acrescentadas nas razões recursais a existência
de laudo técnico e relatório produzido por órgão estatal, sob o crivo do
contraditório, acenam com a viabilidade AMBIENTAL da atividade da empresa
ré.
Em resposta aos quesitos formulados a ilustre expert não apenas afirmou que a
empresa ré apresentou projeto de combate à poluição e o executou, como
esclareceu que a atividade de maior impacto AMBIENTAL - o tingimento de
fios de cadarços de poliéster e para zíperes - foi desativada. Acrescentou que
as medidas implementadas para a destinação dos resíduos são eficazes.
Afirmou que a empresa não possui tratamento de esgoto doméstico, porém,
que a sua destinação para a rede coletora da COPASA consta do Plano de
Controle AMBIENTAL/PCA aprovado pela FEAM. Aduziu que a empresa dispõe
de aparelhos e instrumentos técnicos para evitar os lançamentos de efluentes
líquidos, emissões atmosféricas, bem como para acomodar os seus resíduos
sólidos. Esclareceu, também, que a empresa obteve Licença de Operação
Corretiva do COPAM em 04 de abril de 2000, com validade de 08 (oito) anos.
De outro norte, um questionamento deve ser feito: que ato ilícito, mesmo que
provável, estaria sendo alvo da pretendida tutela inibitória? A meu ver,
nenhum.
Assim, concessa venia, presumir que a empresa não fornece garantias de que
conseguirá manter suas atividades industriais isentas de degradação ao meio
ambiente, apenas com o intuito de justificar a tutela inibitória é contrariar tudo
o que consta dos autos.
É o meu voto.
VOTO
De acordo.
VOTO
De acordo.