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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
GABINETE DESEMBARGADOR DURVAL AIRES FILHO
RELATÓRIO
Trata-se de Recurso de Apelação interposto pela Companhia
Energética do Ceará - ENEL, adversando a r. sentença de págs. 318/325, proferida
pelo d. juízo da 1ª Vara Cível da Comarca de Barbalha/CE, que, nos autos da AÇÃO
DE REVISÃO CONTRATUAL, C/C OBRIGAÇÃO DE FAZER, C/C TUTELA DE
URGÊNCIA ANTECIPADA, proposta por Indústria de Borracha (IBK) e Calçados
Kaiana Ltda, julgou procedente em parte a aludida ação.
VOTO
De início, observo que o recurso preenche os requisitos extrínsecos
(recorribilidade do ato decisório, a tempestividade da irresignação, a singularidade
do recurso e preparo às págs. 353/354) e intrínsecos (legitimidade e inexistência de
fato impeditivo) de admissibilidade, pelo que dele conheço e passo à análise do
pleito formulado.
Acontece que, de acordo com o art. 317 c/c 479 do Código Civil, em
razão de fato superveniente e imprevisível, torna-se possível a revisão contratual
temporária, visando reestabelecer o equilíbrio contratual e paridade entre os
contratantes. Ora, diante do cenário de enfrentamento à pandemia do coronavírus,
situação de caso fortuito ou força maior, é perfeitamente aplicável a r. revisão
contratual, de modo que o a cobrança se dê apenas com base no efetivo consumo
de energia elétrica.
Aliás, esse é o entendimento que vem sendo adotado por este Egrégio
Tribunal Estadual de Justiça, senão vejamos:
É como voto.