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Circunscrição :1 BRASILIA
Processo :2016.01.1.1173044
Vara : 115 QUINTA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL
SENTENÇA
RELATÓRIO (ART. 489, I, CPC)
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ajuizou a presente ação civil pública com pedido
liminar de antecipação de tutela em desfavor do DISTRITO FEDERAL e INTENSICARE GESTÃO EM SAÚDE LTDA
formulando os seguintes pedidos:
"I. ao DF, que:
a)apresente, no prazo máximo de 30(trinta dias) dias a esse juízo projeto de recuperação dos serviços de UTI do
HRSM, comprometendose a executálo, definitivamente, no prazo máximo de 06 (seis)meses, da concessão
dessa medida liminar, assumindo a gestão plena dos serviços relegados, indevidamente à segunda ré, sob pena
de multa diária (no valor de R$10 mil reais);
b) glose, imediatamente, nas NFs apresentadas pela contratada, a partir da concessão dessa medida liminar,
todo e qualquer pagamento relacionado com leitos bloqueados e valores a título de lucro;
c) nomeie,imediatamente, servidor para acompanhar detidamente a prestação de contas ofertada pela
contratada, durante o período que resta ao DF, para retomar os serviços em tela;
d) abstenhase de empenhar, liquidar, pagar e/ou reconhecer dívidas em favor da empresa Intensicare, até que
proceda, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, ao imediato ajuste de contas, que deverá contemplar a glosa pelos
valores alusivos aos leitos bloqueados/em desuso/inativos, os quais não podem jamais ser admitidos; o valor do
lucro indevido, consoante as Decisões 437/11 e 553/2014 TCDF, abatendose o valor do sobrepreço preconizado
pela Polícia Federal, desde o início da vigência do Contrato 221/13 (o último) até a data da concessão dessa
liminar, sob igual pena de multa cominatória, diária de R$10mil reais, em caso de descumprimento, e
II. à Intensicare:
a)que cumpra, imediatamente, a RDC 07, antes citada, durante o período em que se mantiver prestando,
temporariamente, os serviços em questão, ou seja, até, no máximo, os 06 meses deferidos pelo juízo, prazo em
que o GDF deverá ter recuperado a sua plena capacidade, sob igual pena de multa cominatória diária de R$10 mil
reais.
II Pedido Definitivo
Dessa forma, o MPDFT postula integral acolhimento e procedência de todos os pedidos a seguir:
a)a citação dos réus, nos endereços do preâmbulo desta inicial, para contestarem a presente ação.
b) a procedência da ação, em face do notório estado de ilegalidade, confirmandose a medida liminar de tutela
antecipada, condenandose o réu, DF, ainda, à obrigação de fazer, consubstanciada na obrigação de executar o
projeto de recuperação dos serviços de UTI do HRSM, dotando o referido Hospital de plenas condições, para
prestar, diretamente,os referidos serviços, por meio de pessoal concursando;
c) a declaração de ilegalidade do Contrato 220/13 e posteriores pagamentos, sem cobertura contratual;
d) a condenação da contratada a ressarcir aos cofres públicos os prejuízos sofridos, valores os quais poderão,
ainda, ser apurados em liquidação de sentença;
e) a condenação da contratada em custas e honorários, e demais valores, como perícia, se necessário."
Para formular tais pedidos alegou que o DF firmou contrato para prestação de serviços de suporte e apoio médico
às atividades de assistência da UTI do Hospital Regional de Santa Maria.
Disse que ofertou representações para questionar a ilegalidade do contrato e para que fossem auditados.
Disse que o SES/DF passou a contratar diretamente antigos fornecedores sendo eles a Intensicare alegando que
não houve cuidado prévio de verificar a idoneidade da organização social contratada.
Falou dos riscos concretos da terceirização dos serviços de saúde pública e disse ainda que o DF não tratou de
regularizar a situação, deixando de planejar previamente o que se faria ao término do contrato. Assim passaram
a realizar pagamento a Intensicare sem cobertura contratual.
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Finda a vigência do novo contrato, os serviços da Intensicare foram pagos, dizendo a parte autora que não houve
cobertura contratual quando foi realizado o contrato emergencial 220/13.
Tal contrato, de 180 dias foi prorrogado por mais 60 dias e até hoje a Intensicare presta serviços.
Afirmou ainda que a Intensicare veio reclamar a falta de licitação dos leitos de UTI oferecidos no HRSM nos autos
de outra ação civil pública reconhecendo prestar os serviços.
Afirmou a terceirização ilícita, posto que, sendo atividade fim não é possível terceirização.
Afirmou que a prestação do serviço é mera intermediação de mão de obra.
Mencionou repasse de recursos e decisões do TC/DF, bem como não haver cobertura contratual, com violação da
ordem cronológica dos pagamentos e prejuízo aos cofres públicos.
Assim, com tais alegações, formulou o pedido acima.
Com a inicial vieram os documentos de fls. 32/243.
Nova petição do MPDFT a fls. 246/248 com documentos de fls. 249/272.
Decisão de fls. 274 concedendo liminar e determinando citação.
Petição do DF a fls. 279/282 com documentos de fls. 280/292, solicitando autorização de pagamento aos
profissionais de saúde.
Embargos de declaração a fls. 283/284 com documentos de fls. 285/292.
Decisão de fls. 294 determinando o pagamento à empresa Intensicare e manifestação do DF a cerca do
prosseguimento do feito.
Manifestação da empresa Intensicare a fls. 296/305 com pedido de reconsideração juntando documentos de fls.
307/357.
Pedido de reconsideração indeferido a fls. 359 e determinando vista de reconsideração ao MPDFT e ao DF.
Manifestação do MPDFT a fls. 361/366 com documentos de fls.367/390.
O DF se manifestou a fls.391/392 juntando os documentos de fls.393/405.
Embargo de declaração da Intensicare a fls. 406/408 com documentos de fls.409/414.
Decisão de fls.416/417 deferindo pedido para realização de pagamento direto dos salários.
Manifestação da Intensicare sobre o agravo de instrumento a fls. 422/426.
Contestação da Intensicare a fls.432/477 com juntada de documentos a fls.478/537.
Novamente, a Intensicare interveio no feito a fls. 545/546, havendo no caso uma certidão interposta à petição
com fls.544.
Decisão de fls.547 concedendo prazo para cumprimento de determinações.
Decisão de fls.548 designando audiência.
A Intensicare interpôs agravo de instrumento a fls.549/551 com documentos de fls.552/600.
Documento dos coordenadores médicos a fl. 601/603.
O MPDFT se manifestou a fls.604/605 ofertando aditamento e juntando documento de fls.606/629.
Decisão de fls.631 determinando a certificação do MPT a cerca da audiência intimando o Secretário de Saúde.
Audiência realizada a fls.636/637 deferindo o ingresso do MPT. Na mesma audiência foi proferida decisão nos
seguintes termos:
"1) Serão pagos integral e diretamente pelo Distrito Federal a INTENSICARE GESTÃO EM SAÚDE LTDA. o valor
referente a três faturas mais antigas do ano base 2016, observado a legislação contábil pertinente, em aberto no
dia 21/12/2016, já deduzido o percentual de 10% (dez porcento) referente aos leitos bloqueados e 12,65 (doze
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vírgula sessenta e cinco porcento) referente ao lucro, bem como os valores devidos a título de INSS que serão
recolhidos diretamente pela Secretaria de acordo com as faturas apresentadas pelo SES/DF;2) que os percentuais
de 10% (dez porcento) referente aos leitos bloqueados e 12,65 (doze vírgula sessenta e cinco porcento)
referente ao lucro serão descontados do valor líquido após o abatimento da quantia referente ao INSS, a serem
depositados pela SES/DF em juízo; 3) os valores repassados diretamente a INTENSICARE GESTÃO EM SAÚDE
LTDA. serão direcionados exclusivamente aos pagamentos dos empregados ( salários, demais verbas e benefícios
trabalhistas, encargos sociais e tributos);4) o juízo determina que a INTENSICARE GESTÃO EM SAÚDE LTDA.
realize o pagamento dos profissionais contratados em até 24 horas (vinte e quatro) horas a contar do créditos
dos valores mencionados no item 1, sob pena de aplicação de multa diária de R$50.000,00 (cinqüenta mil reais),
bem como responsabilidade criminal, civil e administrativa e devolução dos valores; 5) a INTENSICARE GESTÃO
EM SAÚDE LTDA. fica obrigada a prestar contas dos valores pagos aos profissionais acima mencionados no prazo
de cinco dias a contar do pagamento dos referidos profissionais, nas quais devem constar os comprovantes de
todos os salários e encargos pagos; 6) o pagamento das outras faturas a serem realizados pela Secretaria de
Saúde a INTENSICARE GESTÃO EM SAÚDE LTDA. em relação aos serviços prestados na UTI do Hospital Regional
de Santa Maria deverão ser feitos judicialmente, deduzidos os valores referentes ao INSS, que serão recolhidos
diretamente pela SES/DF de acordo com as faturas apresentadas; 7) o representante dos médicos que presta
serviço na UTI do Hospital Regional de Santa Maria deverá informar,em audiência a ser realizar junto a Justiça do
Trabalho, no dia 19/12/2016, o compromisso de continuarem prestando serviço na UTI do Hospital Regional de
Santa Maria, sob pena de suspensão da determinação constante do item 1; 8) o SES/DF comprometeuse, ainda,
a apresentar cálculo do dimensionamento dos médicos intensivistas no prazo de 10 (dez) dias de forma analítica;
9) defiro o pedido do MPT para ingressar no presente feito como litisconsórcio ativo".
Despacho de fls.638 para proceder a correção do item1 em fls.634, mantendose inalterado os outros itens.
O MPT peticionou a fls.639/641, reiterando os pedidos anteriores e juntando documentos de fls.642/643.
Do agravo de instrumento interposto há notícia da distribuição a fls.644 com documentos de fls. 645/646,
mandando intimação a fls. 647 e juntada de documentos a fls.649/662por cópia, embora protocolado.
Decisão de fls. 663 não conhecendo de pedidos formulados.
Despacho de fls.665 determinando juntada de petições.
Petição de fls.666/669 da Intensicare em requerendo alvará para levantamento de valores e juntando decisão de
agravo a fls. 670/675 deferindo atribuição de efeito suspensivo ao agravo de instrumento interposto. Seguindose
os documentos até fls. 686.
Decisão de fls. 688/690 deferindo a entrada do feito do MPT e determinando a regularização processual.
Manifestação do MPDFT a fls. 691 v./693 com documentos de fls.694/701.
Após o DF formulou petição a fls.704 juntando documentos de fls.705/707.
A Intensicare formulou petição a fls.708/711 para expedição de alvará juntando com documentação de fls.
712/774.
Despacho de fls.776 determinando cumprimento do 3º parágrafo da decisão de fls.690 o que foi cumprido a fls.
778.
Petição do DF a fls.779 juntando comprovante de depósito a fls.780/781.
Deferido pedido de liberação de valores a fls.783.
Contestação do DF a fls.785/797 sem assinatura, na qual afirma que a contratação se configura em mera
intermediação de mão de obra e que a Lei 8080/90 e a Constituição Federal preconizam que a complementação
do serviço de saúde obedeceriam os limites quando "o Estado não tiver condição de suprir a demanda
diretamente, o que seria o caso". Mencionou a falta de interesse de agir, os limites de intervenção do MPDFT, a
possibilidade de interrupção do serviço público, a possibilidade de contratação, juntando jurisprudência e pedindo
a improcedência do pedido.
Com a contestação vieram os documentos de fls.798/806.
A Intensicare apresentou petição a fls.807/808 requerendo expedição de alvará e embargo de declaração a
fls.809/810, o que foi indeferido a fls.812.
Petição do DF a fls.815 com documentação de fls.816/828.
Petição da Intensicare com agravo de instrumento a fls. 829 com documentos de fls.830/857.
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Mantida a decisão agravada a fls.859.
Petição da Intensicare fls.861/863 pedindo expedição de alvará com documentos de fls.864/865.
Despacho de fls. 867 abrindose vista ao DF e ao MPDFT.
Manifestação do DF a fls.869 requerendo intimação do MPT para acompanhar o feito e juntando documentação de
fls.870/878.
O Conselho Regional de Medicina enviou ofício e documentos de fls. 879/884.
Certidão a fls.885 de expedição de alvará
Documentos de fls.886/896 que dizem respeito à Intensicare com referência a pessoa natural de Gustavo
Teixeira de Aquino.
Alvará assinado a fls.897 ao Senhor Gustavo Teixeira de Aquino.
Decisão interlocutória a fls.900 determinandose réplica.
Decisão de fls.905 chamando o feito à ordem.
Ofício da Secretaria de Saúde a fls.910/917
Decisão interlocutória a fls.919 determinando expedição de alvará.
Petição do DF a fls.920/923 para revogação de liminar.
Alvará concedido a fls.925.
Nova petição do DF a fls.926 no mesmo sentido com documentos de fls.927/928
Ofício a fls.929/936.
A Intensicare interveio no feito a fls.938/940 requerendo expedição de alvará e juntando documentos de
fls.941/962.
Decisão de fls.946 determinando a remessa ao MPDFT
a Intensicare se manifestou a fls.948 requerendo juntada de agravo e juntando documentos de fls.949/962, o
que foi certificado a fls.963.
Decisão mantida a fls.964
O MPDFT se manifestou a fls. 965v.
Informação de decisão pelo TJDFT a fls.968 v./970 dizendo sobre a regularidade do pagamento.
Despacho de fls.972 determinando o cumprimento do agravo.
A Intensicare protocolou petição a fls.977/980 requerendo emissão de alvará e juntando documento de
fls.981/989, assim também a fls.991/994 com documentos de fls.995/1012, novamente petição da Intensicare a
fls. 1013/1020e fls. 1021/1032 e ainda fls.1033/1035.
Réplica a fls.1036/1052 juntando documento de fls.1053/1125.
Decisão de fls.1127 determinando decisão de agravo de instrumento.
A fls.1133/1134 decisão determinando liberação de valores.
Manifestação da Intensicare a fls.1141/1147 com documentação de fls.1148/1153.
Novamente petição a fls. 1158/1163 requerendo nulidade de publicação e tempestividade de embargo de
declaração.
Despacho a fls.1165 determinando vista sobre o embargo de declaração. Documentos juntados a fls.1169/1175
Foram protocolados documentos a fls.1167 com certidão a fls. 1177 esclarecendo as manifestações e petições.
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Petição do DF a fls.1176 sobre as verbas que poderiam ser pagas.
Manifestação a fls.1177 v./1178 onde o Ministério Público pede a apreciação de pedido da réplica.
Decisão interlocutória a fls.1190.
A Intensicare protocolou petição a fls.1192/1196 requerendo expedição de alvará e juntando documentos de
fls.1197/1206.
Determinação de intimação ao MP a fls.1209.
Comunicação de agravo a fls1211/1213 e assim também a fls.1216/1240 e comunicação de ofício a feita a fls.
1245 sobre decisão de fls.1242/1244.
A Intensicare peticionou a fls.1247/1251 requerendo expedição de alvará e juntando documentos de
fls.1252/1258.
Alvará expedido a fls.1260.
Decisão de fls.1264 determinandose intimação do DF para cumprimento de decisão.
Nova petição da Intensicare a fls.1266/1271.
A fls.1272 o DF requereu prazo para explicações dos depósitos juntando documentos de fls.1273/1274.
Decisão de fls.1276 intimando o DF para cumprimento de decisão.
Decisão de 2º grau a fls.1279/1283 para autorizar liberação de valores.
Manifestações do DF a fls.1283 e1284esclarecendo sobre os depósitos.
Despacho a fls.1287 para cumprimento de decisão.
Manifestação do DF a fls.1291 com documentos de fls.1292/1307.
Ofício a fls.1309/1346.
O MP reiterou o pedido de antecipação de tutela a fls.1347/1354 com documentos de fls.1355/1381.
A fls.1383 o DF juntou documentos de fls.1384/1404.
Não há outras provas a produzir em relação aqui aos fatos apreciados.
Vieram os autos conclusos.
É o relatório.
FUNDAMENTAÇÃO (ART. 489, II, CPC)
Tratase de pedido formulado pelo MPDFT em face dos requeridos para fornecimento de tratamento de saúde.
A decisão liminar está devidamente fundamentada no art. 196 da Constituição da República.
É necessário apontar quem são os requeridos, e estes já estão indicados pela parte autora e responderam
regularmente, de sorte que esta decisão, bem como a concessiva de liminar não padece de vício de falta de
fundamentação.
Esclareçase que o pedido de fls.30/31 referemse ao DF e em seu item C ao contrato 220/13, daí a presença da
Intensicare.
Fundamentação sucinta não significa falta de fundamentação e não se deve confundir pensamentos concisos com
falta de pensamentos.
Às vezes muito falar é pouco dizer.
O fato é que a documentação trazida pelo MPDFT comprova suas alegações, sem necessidade de que a parte
requerida venha fazer acordos para inverter o pedido formulado e obter verbas públicas, posto que não se há que
fazer algo que se diga da possibilidade de ceder ou negociar com os impostos que pagamos a todo dia.
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Saúde não é comércio.
O pedido ministerial está fundamentado na dignidade da pessoa humana, direito consagrado na parte
fundamental da Constituição da República.
O art.1º da Constituição Federal diz:
"Art.1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constituise em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
...
III A dignidade da pessoa humana".
Isso significa dizer que existem conseqüências, igualmente normativas, as quais decorrem de outros artigos
constitucionais, notadamente art. 5 e art.196.
Nesse entendimento, a Constituição da República não se pautou pelo simples e mero acordo comercial, e é para
isso que o MPDFT agora chama à atenção.
As partes são legítimas, o pedido está composto e pode ser apreciado.
Não se diga que a presente decisão não está fundamentada, pois a própria Constituição Federal fundamenta a
presente decisão e os documentos constantes dos autos fazem prova do alegado, de sorte que, sendo legítimas
as partes e não havendo outras preliminares deve ser julgado o mérito.
No mérito as provas trazidas pelo MPDFT são suficientes para mostrar que o pedido pode ser deferido na medida
em que os documentos carreados aos autos demonstram as alegações.
Levese em conta também o artigo 5º e o artigo 196 da Constituição Federal conjugados com as apurações feitas
pelo MP e juntadas aos autos, de modo que a parte requerida não conseguiu produzir provas suficientes para
eliminar as razões ministeriais.
Razão tem o MP ao apontar ilegalidades, de modo que segundo as provas carreadas aos autos devem ser julgado
procedente o pedido.
Não há como se desconhecer a veracidade do que o MPDFT veio a trazer aos autos.
O pedido deve ser julgado procedente.
DISPOSITIVO (ART. 489, III, CPC)
Pelo exposto, julgo totalmente procedente o pedido tal qual formulado pelo MPDFT nos exatos termos em que
formulado, revogando as decisões em contrário, sobretudo no que diz respeito ao levantamento de outros valores
públicos.
Excluo o MPT, pois esta lide não se refere as verbas trabalhistas, porém a contratos administrativos.
Eventuais verbas trabalhistas deverão ser objeto de ação própria entre os trabalhadores diante da justiça
especializada no trabalho, não cabendo a este juízo decidir sobre tais verbas.
Valores depositados deverão ser liberados para os cofres públicos.
Julgo extinto o feito com base no art 487, I, do CPC.
Condeno a parte requerida ao pagamento de verbas sucumbenciais.
P.R.I.
Brasília DF, segundafeira, 28/05/2018 às 09h51.
Processo Incluído em pauta : 28/05/2018
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