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A tragédia dos comuns retrata a maneira como o ser humano age a favor de interesse

próprio, sem considerar os impactos causados no meio ambiente. O uso inadequado dos
recursos comuns tem causado seu esgotamento, além disso, o autor argumenta que o
livre acesso de um recurso finito coloca em risco sua existência por causa da exploração
desenfreada. O autor propõe que sejam criados mecanismos para limitar o uso desses
recursos de livre acesso, para que não continue ocorrendo o esgotamento dos mesmos,
conteúdo que também está presente nos dois outros textos, onde os autores definem o
direito de propriedade e a importância dele na preservação dos recursos naturais.

Os textos mostram os aspectos legais que norteiam o direito de propriedade,


principalmente as propriedades rurais inseridas no meio jurídico brasileiro no que diz
respeito a função social. A importância de incluir elementos legais na constituição
brasileira que atribuí ao direito de propriedade limitações no que se refere a sua
função social, obrigando ao dono da propriedade o uso consciente do solo, flora e
fauna, e o princípio na obrigatoriedade de exercer determinadas atividades durante o
uso dos mesmos.

De acordo a constituição federal o direito de propriedade visa a concretização dos


direitos fundamentais, em especial a dignidade da pessoa humana e a divisão
equitativa e útil do solo, o que reflete diretamente na melhoria da justiça social. A
função social surgiu a partir da filosofia positivista de que nenhum direito agrega
valores absolutos e, portanto, todo direito precisa ter uma finalidade relevante, ainda
que o direito tenha uma tendência individual, é de suma importância considerar o seu
papel social no coletivo.

Antes de surgir a concepção de função social, havia uma compreensão individualista


de liberdade onde era conferido ao indivíduo o direito de fazer tudo o que não
prejudicasse aos demais, ou mesmo de não fazer nada que a lei não obrigasse. Após o
surgimento da teoria da função social, passou-se a entender que toda atividade
externada pelo indivíduo, seja física, intelectual ou mesmo de ordem moral, possui
uma função dentro da sociedade, daí a sua importância comunitária.

No sentido restrito propriedade quer dizer que está ligado aquilo que pertence a
alguém. De acordo com o art. 1228 a propriedade é um direito de usar, gozar e dispor
da coisa da maneira mais completa possível. Portanto, o direito de propriedade apesar
de não ser absoluto, possui características absolutas, além de se afirmar como o mais
completo de todos os direitos. É importante destacar que a particularidade do direito
de propriedade pode ser atribuída tanto a pessoa natural, quanto a pessoa jurídica, pois
não existe restrição em relação ao titular do direito de propriedade, podendo alcançar
ambas.

A função social da propriedade surgiu por meados do século XX, ela é vista como um
marco histórico na evolução do direito de propriedade, trazendo o conceito jurídico
originário de função social da propriedade. Assim surgiu o entendimento de que todos
tem direitos e deveres a cumprir dentro do Estado, e que o próprio Estado tem o dever
de assegurar o cumprimento de tais obrigações.

No direito brasileiro, o primeiro resquício da função social da propriedade foi trazido


na constituição federal de 1934, que assegurava em seu Art. 113, que “É garantido o
direito de propriedade, que não poderá ser exercido contra o interesse social ou
coletivo, na forma que a lei determinar". De acordo os
artigos 184 e 186 da Constituição Federal de 1988, caso o imóvel rural não cumpra
sua função social a União poderá desapropriar o mesmo e que a função social é
cumprida quando a propriedade rural obedece alguns requisitos, como por exemplo de
aproveitamento racional e a utilização adequada dos recursos naturais.

Segundo Morais a função social impõe ao proprietário condutas negativas que


subtraem faculdades atribuídas ao direito de propriedade, essa privação não nega o
direito de propriedade, e sim traça os contornos do direito de propriedade, dentro de
uma perspectiva que busca um ponto de equilíbrio entre o convívio social e a gestão
da propriedade. A função da propriedade rural é constituída por componentes de
caráter econômico e ambiental, ou seja, o uso dela deve ocorrer de forma que os
recursos naturais sejam preservados

Portanto, a função social da propriedade rural ocorre quando os elementos sociais,


econômicos e ambientais caminham juntos, as atividades sustentáveis, ecologicamente
corretas permitem que a utilização da propriedade seja justa socialmente, caso ocorra
o descumprimento o ministério público junto ao INCRA, através de ação civil pública,
pode solicitar a desapropriação do imóvel e da reparação dos prejuízos gerados.

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