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FACULDADE DO MARANHÃO - FACAM

Direito Civil IV

Ana Paula Cristina Cunha Nunes *1

Leia, pesquise e responda.


“É evidente, pois, que a cidade faz parte das coisas da natureza, que o
homem é naturalmente um animal político, destinado a viver em sociedade, e que
aquele que, por instinto, e não porque qualquer circunstância o inibe, deixa de
fazer parte de uma cidade, é um ser vil ou superior ao homem”
Questão: Desenvolva um texto dissertativo-argumentativo sobre a
importância da atuação do homem na sociedade em que vive, preservando e
mantendo as propriedades em consonância com suas finalidades econômicas e
sociais.

A preocupação da sociedade com a preservação do meio ambiente tem side


demonstrado em diversas campanhas e projetos que buscam despertar a todos quanto a
necessidade de preservar as propriedades.
Essa preocupação encontra fundamento na degradação e destruição das
formas de vegetação nativas, poluição das águas e da atmosfera, que causam o
desequilíbrio e o desaparecimento de espécies animais e vegetais que não resistem a
ação do homem.
O Direito a propriedade constitui o mais importante e mais sólidos de todos
os direitos subjetivos o direito real por excelência, o eixo onde gravita o direito das
coisas.
A propriedade indicaria toda relação jurídica de apropriação de certo bem
corpóreo e incorpóreo. O direito de propriedade ainda pode receber a especial
designação de domínio quando se referir, exclusivamente a coisas corpóreas. Sendo o
domínio, o gênero do qual a propriedade é espécie.

1* Graduanda do Curso de Direito na Faculdade do Maranhão


O direito de propriedade é o poder jurídico onde o sujeito tem direitos para
usar, gozar e dispor de um bem, o que pode ser corpóreo ou incorpóreo, bem como de
reivindica-lo de quem injustamente o detenha, dentro dos limites estabelecidos na lei.
Com efeito, diz o artigo 5° da Constituição Federal de 1988 que “Todos são
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviabilidade do direto à vida, a liberdade, a
igualdade e á propriedade, nos termos seguintes”
Mais a frente, no inciso XXII do mesmo artigo, temos que “é garantido o
direito de propriedade”.
No nosso Código Civil assegura NOS ARTIGOS 1.228, o exercício do
direito de propriedade, que confere ao seu detentor a faculdade de usar, gozar e dispor
da coisa, além de poder reavê-la do poder de quem quer que detenha injustamente.
Por meio da leitura do § 1° do artigo 1.228 do CC facilmente percebe-se o
exercício da propriedade depende do cumprimento das finalidades econômicas e sociais.
Daí denota a importância da propriedade também para o direito público e porque deve
ser tutela para ele.
A propriedade atenderá a sua função social, quando protege a flora, a fauna,
as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como
quando evita a poluição do ar e das águas, como dispõem o do § 1° do artigo 1.228 do
CC.
A proteção ao meio ambiente nada tira do proprietário privado que antes ele
fosse detentor, pois não se pode ofender aquilo que nunca existiu. Isso porque no Brasil
não existe um direito de propriedade que confira ao seu titular a opção de usar aquilo
que lhe pertence de modo a violar os princípios hoje estampados nos artigos 5°; 170,
inciso VI; 184, §2°; 186, inciso II e 225, todos da Constituição Federal.
A propriedade privada, nos moldes da Lei Maior vigente, abandona de vez a
configuração essencial individualista para ingressar em uma nova fase, mais civilizada e
comedida, onde se submete a uma ordem pública ambiental: essa principal repercussão
dos dispositivos constitucionais acima citados.
É por este motivo que o Estado pode e deve, já que se encontra
constitucionalmente obrigado, restringir a utilização da propriedade, determinando a
intervenção de atividades e destruição ou demolição de obras que estejam em
desconformidades com a regulamentação ambiental.
E quem possuir propriedade em área de preservação permanente não deve
de forma alguma modifica-la, sendo vedadas a supressão da floresta e das demais
formas de vegetação, bem como exploração e destruição.
O direito de propriedade não é considerado um direito individual, pois
alicerçam-se no principio da função social da propriedade e busca sempre alcançar o
bem estar da coletividade.
Tanto o desenvolvimento econômico e social quanto o direito de um meio
ambiente ecologicamente equilibrado são direitos fundamentais garantidos, não se pode
relacionar a preservação dos recursos naturais como um freio no desenvolvimento do
pais, ao contrário, o que se tem buscado é o equilíbrio entra a continuidade de
crescimento econômico, financeiro e social com a preservação ambiental.
A existência humana, a diversidade biológica e o crescimento econômico
dependem da guarda e da conservação daquilo que é mais caro: a propriedade.

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