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A política Externa do Brasil para Moçambique

As relações entre Brasil e Moçambique são relações diplomáticas, estabelecidas, após a


independência de Moçambique, em Março de 1976, foi aberta a Embaixada do Brasil em Maputo
e em Janeiro de 1998, foi aberta a Embaixada de Moçambique em Brasília. Portanto, os dois
países mantém importantes laços históricos e culturais devido ao idioma em comum e por terem
sido parte do Império Português.

Moçambique é o maior beneficiário africano da ajuda brasileira da Agência Brasileira de


Cooperação.

De acordo com a ABC1, a cooperação técnica do Brasil com Moçambique está amparada pelo
Acordo Geral de Cooperação entre a República Federativa do Brasil e a República de
Moçambique, assinado em 15 de Setembro de 1981 e promulgado em 09 de Junho de 1984. No
final de 2011, o programa bilateral de cooperação técnica entre os dois Estados era composto por
vinte e um projectos em execução, nove em processo de negociação.

Segundo Lula da Silva (2004), Moçambique é um país que possui uma posição estratégica para o
Brasil. Isto porque, assim como a comuidade já começa a descobrir que Moçambique possui um
enorme potencial em recursos minerais, para além de ter muita terra de qualidade. A Companhia
Vale do Rio Doce, com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social
(BNDES) está há quase dez anos engajada na exploração do carvão de Moatize (Tete), já tendo
investido cerca de 8.6 milhões de dólares americanos, e o Brasil possui acordos de cooperação
com Moçambique nas áreas de educação, agricultura, desportos, meio ambiente e administração
pública.

No plano político, importa ressaltar que Brasil reconheceu o Estado Moçambicano independente
em 1975 e abriu sua embaixada em Maputo em 1976. Em 2011cooperou na ordem de 80
Milhões de dólares, um volume que em 2012 cresceu para 146 Milhões. Um destaque vai para as
compras pelas Linhas Aérias de Moçambique (LAM) de aviões EMBRAER (Empresa Brasileira
de Aeronáutica). A balança comercial entre Brasil e Moçambique ainda é desiquilibrada, pois

1
http://www.abc.gov.br/Projectos/CooperaçãoSulSul/Moçambique
Brasil exporta mais do que importa de Moçambique. Ma de acordo com Scherer (2013) existe
um potencial para aumentar estes números.

Entre as diversas iniciativas de cooperação brasileira com Moçambique, destacam-se os


projectos na área da segurança alimentar, alimentação escolar, combate ao vírus HIV e o
fortalecimento do Poder judiciário.

Na área da agricultura, o Brasil, através da EMBAPA, faz parte de um eixi tripartido,


conjuntamente com Japão, através da agência internacional de cooperação , JICA, para investir
em Moçambique com um projecto que recebeu o título de Pro-Savana. Este projecto possui um
pilar de pesquisa, um plano para extensão e modelo para modernizar a agricultura em um grande
território que abarca as províncias de Niassa, Nampula e Zambézia (BRASIL 2010). Entretanto,
trata-se de um projecto contestado pelos camponeses e pelas organizações da sociedade civil
moçambicanas activas nas áreas da terra e do meio ambiente, incluindo a União Nacional dos
Camponeses (UNAC). Os três governos alegam ter havido falta de informação quanto ao que se
pretende com o projecto e como vai acontecer o processo de entrada do capital estrangeiro nestas
terras, mas o impasse persiste.

No campo da defesa, o Brasil coopera em Moçambique com a Marinha, Força Aérea e o


Exército. Actualmente já existem quadros da defesa moçambicana a graduarem cursos de pós
graduação no Brasil.

Na área cultural tem havido um intercâmbio grande de artistas nas duas direcções, ainda que com
predominância de mais artistas brasileiros a visitarem Moçambique. Importa referir que nas
televisões Moçambicanas predominam as telenovelas e seriados brasileiros a serem exibidos
diariamente desde a década de 1980.

Conclusão

A política externa brasileira depois de ter estado durante décadas totalmente sob o controlo do
Itamaraty, actualmente, caminha em linhas horizontais e verticais. No plano vertical, com o
poder constituído, do Ministério das Relações Exteriores e uma política externa marcadamente
presidencial , desde o Presidente Lula , o que teve continuidade com a Presidente Dilma
Rouusseff. No plano horizontal, com alguma abertura para que empresas, como a EMBRAPA e
o FIOCRUZ façam seu trabalho de penetração para cooperar com instituições estatais na
América Latina e em África, assim como agentes privados como a Vale do Rio Doce.

Referências bibliográficas

Amorim Neto, O. (2011). Acondução e os Determinantes da Política Externa Brasileira. Campus


Elsevier: Rio de Jneiro.

Lula da Silva (2004), A Política Externa do Governo Lula: Dois anos.Plenarium. Volume 2,
Número 2, 50-59.http://www2.camara.gov.br/publicações/edições/Plenarium2.pdf

Scherer,E. De O (2003), As Relações entre Midia, Opinião Pública e a Política Externa no


Brasil. Seminário Nacional Sociologia e Política: Curitiba.

Portais consultados

http://www.abc.gov.br/Projectos/CooperaçãoSulSul/Moçambique

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