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As Vulnerabilidades do Profissional de Saúde ao Estresse Ocupacional na Pandemia de

COVID-19

Caracterização do Objeto

COVID-19, Profissional de saúde, Instituições

Em dezembro de 2019, o surto de pneumonia de origem desconhecida foi relatado em

Wuhan, província de Hubei, China. A inoculação de amostras respiratórias em células

epiteliais das vias aéreas humanas levou ao isolamento do novo vírus respiratório cuja análise

do genoma mostrou ser novo coronavírus relacionado ao SARS-CoV e, portanto, chamado de

coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2). A disseminação global

do SARS-CoV-2 e as milhares de mortes causadas pela doença do coronavírus (COVID-19)

levaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar pandemia em 12 de março de

2020 (Ciotti et al., 2020).

Dois anos após o primeiro caso da COVID-19 tem-se os intensos impactos da

pandemia em números vidas humanas perdidas, repercussões negativas na economia e na

saúde, como aumento da pobreza e elevação dos níveis de estresse com os protocolos

sanitários. Antigos atores sociais reafirmaram sua importância nos contextos de saúde pública,

como os profissionais de saúde de todos os níveis de atenção a população, ao estarem na linha

de frente de enfrentamento a COVID-19.

O termo profissional da saúde é sinônimo de trabalhador da saúde, conforme o MeSH

(Medical Subject Headings) e o DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) (2017), e

significam indivíduos que trabalham na provisão de serviços de saúde, quer como sujeitos

individuais ou empregados de instituições e programas de saúde, treinados ou não, sujeitos ou

não a regulamento público. Esses trabalhadores foram fundamentais no combate a diversas

crises de saúde, como a gripe espanhola em 1918 (Goulart, 2015), a Influenza A (H1N1 e

H2N3) (Bellei & Melchior, 2011) e SARS-CoV-2 (COVID-19) (Cucinotta & Vanelli, 2020).

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A principal atuação dos profissionais de saúde realizou-se nas instituições de média e

alta complexidade, como hospitais gerais/especializados e unidades de pronto atendimento,

onde foram atendidos os casos mais graves de COVID-19. Contudo, sem descartar a atuação

nas instituições da atenção de baixa complexidade, como as unidades básicas de saúde. Opta-

se pela compreensão de instituição definida por Lapassade (1977), em que estas são grupos

sociais oficiais, como hospitais, que se regem por sistemas de regras que determinam sua

existência. Nesses locais os profissionais de saúde estiveram imersos na crise de saúde

pública.

Na crise em saúde pública os profissionais da saúde desempenham papel importante

nas medidas de enfrentamento, tanto nas formulações de soluções como nas suas execuções.

Na pandemia de COVID-19 quatorze categorias de profissionais de saúde formaram a

denominada “linha de frente” de enfrentamento, conforme a Portaria nº 639/2020 (Brasil,

2020) instituída pelo Ministério da Saúde, tanto no sistema público quanto na rede privada de

saúde: assistente social, biólogo, biomédico, farmacêutico, médico, enfermeiro, fisioterapeuta,

terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, nutricionista, dentista, psicólogo, radiologista e

educador físico.

A COVID-19 forçou o governo a reconsiderar o trabalho assistencial na saúde, com a

necessidade ampliar sua força de trabalho e utilizar plenamente sua produtividade para

controlar perdas e danos. Como resultados tem-se aumento da contratação de profissionais da

linha de frente e mudanças na dinâmica cultural e clima organizacional de trabalho (Barroso

et al., 2020), com aumento da carga horária, protocolos de segurança, níveis de estresse -

físico e psicológico - elevado número de óbitos e alta prevalência de adoecimento

profissionais (Santos et al., 2020).

Nesse cenário de crise de saúde a situação dos profissionais da linha de frente tornou-

se preocupante e adoecedora, pois, ao mesmo tempo que tinham de ter cuidados adequados e

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humanizados com os infectados, também estavam encarregados de tomar decisões difíceis a

respeito do destino do seu tratamento que determinavam quem vivia ou morria (Vedovato et

al., 2021). Observou-se sobrecarga de trabalho, pelo aumento da utilização dos serviços de

saúde, escassez de profissionais, de suprimentos hospitalares, de relações tensas com a gestão

e colegas, que produziram aumento nas taxas de queixas de estresse (Vedovato et al., 2021).

O profissional da saúde está imerso na crise de saúde pública da COVID-19

dualmente, pois ao mesmo tempo em que produz saúde no tratamento dos pacientes é afetado

pelo rotinas rígidas que o adoecem com altos níveis de estresse. Compreender a constituição

da crise de saúde pública é importante para saber como esta repercute no profissional da saúde

no cotidiano. A compreensão adequada de crise de saúde pode ser utilizada para análise da

pandemia de COVID-19, como outras doenças que já assolaram a humanidade ou que possam

vir a assolar, e assim, ajudar a melhorar a vulnerabilidade do profissional de saúde a esse

cenário.

Crises de saúde pública

Antes da definição e operacionalização do conceito de crise da saúde pública é

necessário fazer a digressão a noção de saúde pública tida como referência na análise. Este

conceito foi construído no período de 1920 a 1990, respectivamente com Winslow na Yale

University (Souza, 2014) que define saúde pública a ciência de prevenir a doença, prolongar a

vida, controle das infecções comunitárias, educação dos indivíduos, organização dos serviços

médicos para o diagnóstico e tratamento preventivo e o desenvolvimento da máquina social e

estatal que assegurará ao indivíduo padrão de vida adequado à manutenção da saúde.

Posteriormente Terris (1992), do New York Medical College, ao retomar a definição de

Winslow na Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) amplia a atuação estatal como

fornecedor de infraestrutura da saúde coletiva que passa a ser é a ciência de prevenir a doença

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e a incapacidade, prolongar a vida e promover a saúde física e mental mediante esforços

organizados do Estado, sociedade civil e instituições privadas (Souza, 2014; Terris, 1992).

Quando esses três atores sociais não conseguem ofertar e manter a prevenção das doenças

não-infecciosas, das doenças infecciosas, promoção da saúde, melhoria da atenção médica e

da reabilitação tem-se o estabelecimento da precariedade da saúde coletiva (Paim & Almeida,

2000). Essa precariedade irá se agravar, e se tornar crise, quando forem insuficientes

estruturas físicas, insumos e capital humano para assistir as populações de todos os estratos

sociais.

Ao aplicarmos a definição de Terris (1992) e os resultados da pesquisa de Teixeira et

al. (2020) na análise da pandemia de COVID-19, tem-se que a crise de saúde pública se

consolidou em três aspectos fundamentais: deficiências nas estruturas físicas, insuficiência de

materiais-equipamentos-medicamentos e insuficiência de recursos humanos. Esses três

aspectos são condicionantes da incapacidade do sistema de saúde de suportar altos níveis de

demanda em tão curto espaço de tempo. O colapso do sistema de saúde brasileiro com a

COVID-19 foi marcado por hospitais superlotados, leitos insuficientes, alto número de óbitos

e mobilização de profissionais de saúde para recuperar pacientes (Noronha et al., 2020). Esse

cenário trouxe consequências tanto para os sujeitos que receberam os serviços de saúde, como

para aqueles que ofertavam estes últimos, como os profissionais de saúde.

Entre as consequências da crise de saúde pública da COVID-19 ao profissional de

saúde tem-se modificações na estabilidade da vulnerabilidade ao estresse. Ao conjugarmos os

resultados das pesquisas de Vedovato et al. (2021) e Santos et al. (2020) podemos

compreender que as rotinas cotidianas das instituições de saúde pouco modificam essa

estabilidade. Contudo, a pesquisa de Moraes (2020) evidencia que quando o profissional de

saúde tem que lidar com o medo de ser infectado, não ter atendimento médico caso

necessário, o confinamento, as informações conflitantes sobre enfrentamento da pandemia e a

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ausência de estratégia de saída da crise há maior desestabilização da sua vulnerabilidade ao

estresse, em função da superelevação deste último.

Estresse

O estresse foi definido como Síndrome de Adaptação Geral (SAG), que é a resposta

natural de defesa do organismo a situações adversas (Selve, 1956/1965). O estresse tem a

dimensão positiva que é o eustresse, na qual o indivíduo é mais produtivo e criativo em suas

reações adaptativas, e a negativa que é o distresse, estado em que há excesso ou carência de

adaptação, em que expressasse respostas inadequadas (Filgueiras & Hippert, 1999). No século

XXI, aumentou-se a demanda por serviços psiquiátricos e psicológicos como vias de

tratamento do estresse, e passou-se a entendê-lo como produto da relação prejudicial entre

indivíduo e ambiente, que afeta diretamente a sua saúde mental (Borsoi, 2007).

O estresse em si não pode ser a prioristicamente determinado como prejudicial ou

benéfico a partir do sistema de Selye (1956/1965) de SAG, pois ele é mecanismo de

adaptação que inicialmente o organismo o utiliza com o objetivo de mobilizar recursos que

possibilite o homo sapiens enfrentar situações percebidas como difíceis e ameaçadoras

(Sampaio et al., 2009). Conforme a autora, o que torna o estresse prejudicial quando há

vulnerabilidade orgânica/psíquica ou a inadequada avaliação de enfrentamento de situações

estressantes, simbolizada pela presença da fase de exaustão da SAG.

A principal perspectiva moderna, ou para os mais críticos pós-moderna, o estresse é

analisado e estudado de forma relacional em detrimento da teoria estímulo e resposta, pois

avalia-se o modo pelo qual homo sapiens avalia e enfrenta a relação estímulo e resposta na

complexa relação das suas características psíquicas e biológicas individuas e o ambiente em

que está inserido (Lipp, 2010; Sandá et al., 2004; Sampaio et al., 2009). Com isso o estresse

dualidade evidenciada, pois pode ser processo ou estado de existência: como processo é

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tensão diante da ameaça, como estado é o eustresse ou distresse do esforço gerado pela tensão

mobilizada pelo homo sapiens na superação de situações desafiadora (Sampaio et al., 2009).

O estresse só pode ser associado como negativo quando está como estado de distresse, o que

foi recorrente no período pandêmico de COVID-19.

A crise de saúde pública é propícia ao surgimento distresse em pessoas que não

estavam estressadas, e de elevar o nível de estresse naqueles que já estavam estressadas em

relação a algum aspecto vivenciado no ambiente, que irá depender das diferenças individuais

determinadas pela história de vida do sapiens e de suas vulnerabilidades condicionadas pela

sua genética e psiquismo. O estresse é multicausal independentemente da pessoa que o

adquira (Lipp, 2010; Sandá et al., 2004; Sampaio et al., 2009). Para compreendê-lo no

adoecimento dos trabalhadores na crise de saúde pública, é essencial que se analise as

vulnerabilidades desses sujeitos ao estressor ambiente de trabalho pandêmico de COVID-19.

(Ocupação??? Pensarei sobre a necessidade desse tópico ainda).

Vulnerabilidade

O conceito de vulnerabilidade é interdisciplinar em função de ser utilizável em

diferentes áreas do conhecimento como o direito, a bioética, a saúde mental, a saúde pública e

a epidemiologia. O termo se consolidou na saúde no final do século XX como resultado das

interlocuções dos direitos humanos e o ativismo sobre a epidemia de AIDS (Síndrome da

Imunodeficiência Humana) (Ayres et al., 2009). A vulnerabilidade passa a ser essencial no

campo da prevenção e promoção de saúde, não mais restritos à formação de grupos de risco a

serem tratados, representa a perspectiva de cuidado em detrimento de remediação e

estigmatização.

A vulnerabilidade no campo da saúde é a possibilidade de exposição que o sujeito tem

de adoecer como resultado da dinâmica de aspectos coletivos e contextuais, que o

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proporcionam maior suscetibilidade ao adoecimento e, de modo inseparável, maior ou menor

disponibilidade de recursos de todas as ordens para se proteger (Ayres et al., 2009). Conforme

o autor, as análises feitas pelo prisma da vulnerabilidade necessitam articular três eixos de

existência do sujeito: componente individual, social e o programático.

O componente individual referente a qualidade das informações disponíveis sobre o

problema e a capacidade da pessoa usá-las na formulação de medidas de proteção na vida

cotidiana (Ayres et al., 2009). O componente social refere-se à coleta de informações e à

capacidade de integrá-las às mudanças práticas, sociais e políticas para alcançar segurança

(Ayres et al., 2009). O componente programático é inerente à disponibilização efetiva e

democrática dos recursos sociais de que os indivíduos necessitam para evitar a exposição à

doença e se proteger de seus efeitos nocivos (Ayres et al., 2009).

Esses componentes permitem estabelecer o pressuposto de que a análise da

vulnerabilidade engloba tantos as diferenças individuais condicionadas pela sua genética e

psiquismo, e os coletivos que estão relacionados a disponibilidades de recursos ambientais

diversos que servem de proteção contra aquela. Lazarus e Folkman (1984) destacam que essas

duas dimensões da vulnerabilidade não podem estar desarticuladas, pois a vulnerabilidade

psicológica ao estresse, que é nosso objeto de estudo, só é presente quando o déficit de

recursos ambientais está relacionado a algo que é vital ao bem-estar homo sapiens, que acaba

por afetar seu funcionamento negativamente nas situações cotidianas.

Essa definição relacional de vulnerabilidade de Lazarus e Folkman (1984) pode ser

aplicada ao profissional de saúde na crise pandêmica de COVID-19. Isso é possível à medida

que consideramos a insuficiência de atendimento médico, a restrição de locomoção com o

confinamento, a falta de informações adequadas sobre o enfrentamento da pandemia, a

ausência de estratégia de saída da crise, melhor regulação da carga horária o excesso de

tomada de decisões difíceis, a escassez de profissionais e suprimentos hospitalares, como

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fatores ambientais relacionados as vulnerabilidades psicológicas de cada profissional de

saúde, que implicaram na impossibilidade ou dificuldade da execução das suas atividades de

trabalho.

Os principais efeitos percebidos da desestabilização da vulnerabilidade, na perspectiva

relacional, nos profissionais de saúde foi perturbação do sono, irritabilidade/choro frequente,

incapacidade de relaxar/estresse, dificuldade de concentração ou pensamento lento, perda de

satisfação na carreira ou na vida/tristeza/apatia, sensação negativa do futuro/pensamento

negativo, suicida e alteração no apetite/alteração do peso (Leonel, 2021). A vulnerabilidade

está relacionada a suscetibilidade do homo sapiens de reagir aos diversos eventos com

estresse psicológico que é condicionado por sua singularidade, que inclui nível

comprometimento, crenças e recursos.

Todos esses aspectos da vulnerabilidade permitem sua análise multidimensional no

profissional de saúde, como as condições psicológicas, materiais, culturais, éticas, legais,

políticas que orientam a prática de seu trabalho (Sevalho, 2017). O ser humano está em

vulnerabilidade ao estresse no ambiente e nas relações de trabalho. A crise de saúde é

suficiente para desencadear episódios recorrentes de estresse, que serão mais intensos em

alguns profissionais do que em outros (Freitas & Ottati, 2013).

Os principais aspectos que precisam ser avaliados no ambiente de trabalho para se

identificar as vulnerabilidades ao estresse são: clima e funcionamento organizacional, pressão

no trabalho, infraestrutura e rotina (Sisto et al., 2007). Não se trata de examinar se os

profissionais de saúde estão sob estresse, mas sim em quais aspectos de suas atividades

laborais eles são mais suscetíveis ao estresse. Analisa-se a capacidade do sujeito para lidar

com as demandas do ambiente e como a função é desempenhada, para avaliar a

vulnerabilidade ao estresse ocupacional.

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Todo o processo de análise de vulnerabilidade realizado pelas instituições de saúde é

entendido como processo de promoção e atenção à saúde, que visa construir junto aos

profissionais de saúde o conhecimento dos possíveis aspectos do trabalho que podem causar

estresse enquanto distresse, que é produto do enfrentamento da pandemia de COVID-19

(Cucinotta & Vanelli, 2020). Antecipa-se a criação de mecanismos para auxiliar os

profissionais a gerenciar melhor a sua vulnerabilidade ao distresse, as denominadas

estratégias de coping (Lazarus & Folkman, 1984), de modo que ele não afete negativamente

seu desempenho laboral e qualidade de vida. Esta última entendida como a preocupação

efetiva com a satisfação do profissional, eficácia organizacional e sua participação nos

processos e programa de saúde (Luz et al., 2009).

Coping

As estratégias de coping são importantes mecanismos de lidar com a vulnerabilidade

ao distresse, por poderem serem utilizadas antes mesmo da existência crise de saúde ou

pontos críticos de adoecimentos. Para Lazarus e Folkman (1984) o coping é o esforço

dinâmico cognitivo e comportamental gerenciador de demandas externas e internas avaliadas

como sobrecargas que excedem os recursos do homo sapiens às condições de estresse

psicológico. O coping é pensado enquanto processo de enfrentamento, e não comportamento

adaptativo automatizado, relacionado a qualquer coisa que se faça e pense para minimizar,

evitar, tolerar e aceitar as condições estressantes relacionados a sua vulnerabilidade.

As instituições que priorizam a promoção da saúde dos trabalhadores, por meio do

coping ou não, e se baseiam na qualidade da atenção dada à pessoa e na sua satisfação com o

serviço prestado, têm altos níveis de produtividade e competitividade (Freitas & Ottati, 2013).

Isso é fundamental aos profissionais de saúde, principalmente os que atuam em unidades de

emergência do Sistema Único de Saúde (SUS) e em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI),

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pois estão submetidos a condições estressoras excessivas (Coimbra, 2022). A ausência dessa

perspectiva das instituições no trato com o profissional de saúde compromete sua atuação,

pois se tem diminuição de concentração, da sua capacidade de decisão e sensopercepção, que

são elementos diretamente ligados a prestação dos serviços de saúde.

A falta ou a precariedade de trabalho com a vulnerabilidade no ambiente hospitalar

aumenta a probabilidade do surgimento do distresse dos profissionais da saúde, que pode

comprometer a qualidade do seu atendimento ao paciente e cria-se a impressão de que eles

não gostam de seu trabalho. É fundamental compreender as vulnerabilidades dos profissionais

de saúde ao estresse na crise de saúde pública, pois são os principais responsáveis pelo

desenvolvimento e implementação de soluções de controle dessas crises (Celuppi et al.,2021),

assim, ajudar a sociedade a lidar melhor com elas.

Problema de Pesquisa

Utiliza-se para definição da pergunta/problema de pesquisa a metodologia

PICO/PECO (Santos et al., 2007), a qual representa o acrônimo para População,

Intervenção/Exposição, Comparação e “Outcomes”, na tradução livre entendido como

desfecho, da Prática Baseada em Evidências (PBE) (Young, 2002) nas pesquisas em saúde.

Tem-se como população estudada os profissionais de saúde, como exposição o trabalho no

hospital na pandemia de COVID-19, sem grupo de comparação e o como Outcomes

compreender a relação da vulnerabilidade do profissional de saúde ao estresse ocupacional na

crise de saúde pública de COVID-19.

A partir da relação de estresse, crise de saúde pública, profissionais da saúde,

vulnerabilidade e coping, tem-se como pergunta de pesquisa: como se dá as vulnerabilidades

do profissional de saúde ao estresse ocupacional na crise de saúde pública de COVID-19?

Sustenta-se a tese de que a crise de saúde pública potencializa o estresse desestabilizador das

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vulnerabilidades psicológicas dos profissionais de saúde, o que acelerar o colapso do sistema

de saúde. A análise das vulnerabilidades dos profissionais de saúde é necessária para que as

instituições de saúde possam construir ações específicas que os ajudem a lidar com elas, assim

consigam responder melhor a essa demanda que inicial ultrapassa seus recursos.

Há questões norteadoras secundárias que ajudam analisar o objeto de pesquisa: quais

as vulnerabilidades ao estresse dos profissionais da saúde que estão diretamente relacionadas

as repercussões da crise de saúde de COVID-19? Como os profissionais de saúde perceberam

mudanças na estabilidade de suas vulnerabilidades na crise de saúde de COVID-19 no

ambiente do trabalho? Como os profissionais da saúde lidaram com as suas vulnerabilidades

ao estresse durante a crise de saúde de COVID-19? A partir da pergunta de pesquisa e as

questões norteadoras secundárias tem-se o objetivo de analisar como se dá as vulnerabilidades

do profissional de saúde ao estresse ocupacional na crise de saúde pública de COVID-19.

Justificativa

As crises de saúde pública têm consequências para as pessoas em todo o mundo, como

o aumento da morbidade entre os profissionais de saúde da linha de frente de atuação. O

interesse em estudar os efeitos das crises de saúde nos hospitais aumentou em função de ser o

local onde ocorrem os casos mais graves de adoecimento e de repercussões estressora na

equipe profissional (Coimbra, 2022). As influências das variáveis sexo e ter mais de um

emprego, pouco influencia a ter distresse, comparadas as situações críticas, sobrecarga de

trabalho, relacionamento interpessoal, gerenciamento de pessoal e conflito de funções no

hospital (Antunes, 2020).

O conhecimento em saúde tem influência importante na adoção de comportamentos e

atitudes de saúde no contexto de pandemia (Rincón Uribe, 2021). Pode ser considerado útil

em crises de saúde pública, pois o estudo das vulnerabilidades dos profissionais ao distresse

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auxilia-os a construir formas adequadas de enfrentá-las, as estratégias de coping (Lazarus &

Folkman, 1984). Atualidade da pesquisa se dá na investigação dos efeitos da pandemia de

COVID-19 na estabilidade da vulnerabilidade psicológica do profissional da saúde ao estresse

ocupacional.

A relevância da pesquisa dá-se à medida que se investiga a condição de saúde do

profissional de saúde, que tem mais propensão a adoecer do que outras categorias

profissionais (Pereira & Pinto, 2020), que lhe ajuda a lidar melhor com suas vulnerabilidades

psicológica durante crises de saúde pública em geral. Ressalta-se que as melhorias nas

condições de saúde desse grupo de profissionais têm efeito no controle e gerenciamento de

crises de saúde, pois eles são os principais atores sociais envolvidos nesses aspectos (Celuppi

et al., 2021).

A inovação está em operacionalizar análise da estabilidade da vulnerabilidade

psicológica do profissional da saúde ao estresse ocupacional relacionado a crise de saúde

pública, com a investigação das suas principais estratégias de coping utilizadas na pandemia

de COVID-19. A contribuição da pesquisa é sustentada na tese de que a crise de saúde pública

potencializa o distresse desestabilizador das vulnerabilidades psicológicas dos profissionais de

saúde, o que acelerar o colapso do sistema de saúde.

Esse aspecto foi pouco abordado nas pesquisas publicadas em três países sobre o

estresse, as quais focam nas suas causas, seus níveis em pessoas já estressadas (Freitas &

Ottati, 2013; Orgambídez-Ramos et al., 2018; Vazata & Nezi, 2014). A pesquisa de Santos et

al. (2012) e Suehiro et al. (2008) lidam com a vulnerabilidade com a seleção de apenas um

grupo específico de profissional da saúde, enfermeiros, e o contexto da análise não é o de

crise em saúde pública. Já Couto et al. (2022) analisou apenas catalogou as principais

estratégias de coping adotadas pelos profissionais de saúde durante a pandemia da COVID-

19, sem articulá-las com a suas estabilidades das vulnerabilidades psicológicas.

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A pesquisa contribui socioeconomicamente por meio de seus resultados que podem ser

inseridos no debate da redução do afastamento dos profissionais de saúde do trabalho em

função ao distresse, que é considerada doença ocupacional. O custo estimado que as doenças

ocupacionais geram no PIB (Produto Interno Bruto) mundial é de 4% ao ano, que no Brasil

correspondeu a R$ 300 bilhões no PIB de 2020 (Observatório de Segurança e Saúde no

Trabalho, 2021). Na perspectiva de diminuir os gastos com tratamentos onerosos e investir em

políticas de prevenção, promoção e efetivação de saúde, há a necessidade de ampliar a análise

sobre a vulnerabilidade dos profissionais de saúde ao distresse nas crises de saúde pública.

Objetivo

Geral

Analisar como se dá as vulnerabilidades do profissional de saúde ao estresse

ocupacional na crise de saúde de COVID-19.

Específicos

Identificar quais as vulnerabilidades ao estresse dos profissionais da saúde que estão

diretamente relacionadas as repercussões da crise de saúde de COVID-19;

Descrever como os profissionais de saúde perceberam mudanças na estabilidade de

suas vulnerabilidades na crise de saúde de COVID-19 no ambiente do trabalho;

Avaliar como os profissionais da saúde lidaram com as suas vulnerabilidades ao

estresse durante a crise de saúde de COVID-19.

Método

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Pesquisa mista e retrospectiva. Triangular-se-á a abordagem qualitativa com a

quantitativa, multimétodo, por se identificar nas pesquisas bases 1 os aspectos subjetivos a

serem analisados na vulnerabilidade, como o sentido e significado atribuído a esta, mas

também os aspectos objetivos como a sua identificação no clima e funcionamento

organizacional, pressão no trabalho, infraestrutura e rotina. O multimétodo ajuda a superar às

fragilidades encontradas em pesquisas que empregam método único (Denzin, 2017; Flick,

1992), como foco nos aspectos de categorização quantitativas em detrimento da análise da

subjetividade.

Investigar o sistema de sentido e significado que o profissional de saúde atribui a sua

vulnerabilidade ao distresse na pandemia de COVID-19 é investigar a sua subjetividade, que

organiza a sua vida psíquica e o seu meio ambiente do trabalho. A subjetividade é sistema

aberto em desenvolvimento, impregnada nos processos sociais que superou a compreensão de

ser organização intrapsíquica esgotável no sujeito (González-Rey, 2005). A diferença entre o

quantitativo e qualitativo é epistemológica, não metodológica, logo os instrumentos de

pesquisa podem transitar por ambas as perspectivas.

No âmbito da metodologia quantitativa se utilizará a Escala de Vulnerabilidade ao

Estresse no Trabalho (EVENT) (Sisto et al., 2007) e a Escala Coping Ocupacional (ECO)

(Pinheiro et al., 2003). O EVENT será utilizado para saber a vulnerabilidade dos

trabalhadores da saúde no clima e funcionamento organizacional, pressão no trabalho,

infraestrutura e rotina. O ECO será utilizado para analisar às estratégias de enfrentamento da

vulnerabilidade ao distresse em relação ao controle e manejo.

Na perspectiva da metodologia qualitativa se utilizará a entrevista individual

semiestruturada, a observação e o diário de campo. A entrevista semiestruturada é técnica que

viabiliza liberdade para que o profissional da saúde possa expor o sentido que atribui (Flick,
1
Revisão de literatura no modelo da Campbell Collaboration.

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2009), a sua vulnerabilidade ao distresse no trabalho. Em conjunto com a observação e o

diário de campo, se observará os comportamentos não verbais durante a entrevista e aplicação

do ECO e EVENT que possam evidenciar contradições ou confirmações de dados expressos

pelos profissionais de saúde.

Etapas da pesquisa

Revisão de literatura

A revisão de literatura será etapa prévia da pesquisa, pois é o estudo exploratório

amplo que colhe informações preliminares sobre o campo de investigação, após a escolha do

tema e antes da delimitação do problema de pesquisa (Denzin & Lincoln, 2006). Esta etapa

fornece o apanhado geral dos principais trabalhos já produzidos, que se tornam relevantes por

subsidiar dados atuais, mas que não necessariamente estão vinculados aos aspectos de

cientificidade, pois se inclui materiais como documentários, palestras, artigos de jornais,

revistas especializadas e não especializadas, e revisões narrativas (Marconi & Lakatos, 2010).

Para se alcançar a “santíssima trindade” (Kvale, 1995) – confiabilidade, validade e

generalização – dos dados iniciais se utilizará a revisão teórica, pois nesta se evidenciará as

lacunas deixadas pelas pesquisas existentes, as principais discussões em torno de avanços e

limites na análise do objeto, o conhecimento e/ou atualização sobre os estudos clássicos e

atuais sobre objeto e diálogo com os pares que se irá discordar ou concordar integral ou

parcialmente (Barros, 2011; Ferreira, 2002). Se afunilará o material selecionado para análise

com os periódicos especializados na temática, e se excluirá a literatura cinza.

Se utilizará a revisão sistemática com metassíntese para selecionar os artigos para a

discussão com os resultados da pesquisa, pois esta possibilita a reunião de estudos primários a

partir de critérios rigorosos e replicáveis em todas as suas etapas de execução, o que lhe

agrega credibilidade científica na utilização de seus resultados (Higgins et al., 2021). A

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metassíntese oportuniza a análise qualitativa dos estudos primários, assim como, os

quantitativos, o que é fundamental para melhor abranger aspectos subjetivos e objetivos do

objeto de pesquisa.

Opta-se pelo modelo de revisão sistemática da Campbell Collaboration (Littell &

White, 2018) por sua ênfase nas temáticas da eficácia das intervenções sociais e sua

colaboração institucional com a Cochrane Collaboration, instituição internacional com

excelente credibilidade científica nas revisões sistemáticas em saúde (Noyes et al., 2018). A

alta qualidade, relevância e acessibilidade desses modelos de revisões sistemáticas fazem com

que elas sejam recorrentemente utilizadas como auxílio a gestores públicos nas tomadas de

decisões sobre políticas públicas.

Local de pesquisa

Os locais de pesquisa serão o Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB)

e Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP). Ambos atenderam pacientes com

casos COVID-19, em suas respectivas especialidades. Os critérios de escolha desses locais

foram: terem atendidos casos de COVID-19; terem vínculos com instituições de ensino,

devido facilitar o fomento e inserção da pesquisa.

O principal meio de contato com os profissionais de saúde no HUJBB será a Unidade

de Saúde e Segurança do Trabalhador (USST). Já o contato na FSCMP será por meio da

Gerência de Gestão de Pessoas (GESP) e a Coordenação da Saúde do Trabalhador (CSAT).

Todos esses setores já foram previamente consultados sobre a disponibilidades de dados e seu

possível acesso.

Aspectos éticos da pesquisa com humanos

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Segue-se a Resolução 196/1996, Resolução 466/2012 e a Resolução 510/2016 do

Conselho Nacional de Saúde e os princípios de autonomia, não maleficência, beneficência e

justiça, se elaborará o protocolo de pesquisa para submetê-lo ao Comitê de Ética em Pesquisa

(CEP), do HUJBB e da FSCMP por meio da Plataforma Brasil, junto com todos os

documentos e instrumentos de pesquisa.

Os documentos disponibilizados serão de dois aspectos: os termos de consentimentos

e a descrição da pesquisa. Os termos de consentimento serão: Termo de Consentimento Livre

e Esclarecido (TCLE); Termo de Autorização para Utilização de Relatos escritos, Imagem e

Som de Voz para Fins de Pesquisa; Termo de Compromisso de Utilização de Dados (TCUD);

Termo de Anuência da Instituição (TAI). Os relacionados a descrição da pesquisa serão:

Questionário Socioeconômico; Roteiro de Entrevista Semiestruturada; EVENT, ECO,

indicação de coparticipantes; cronograma e orçamento detalhado.

Participantes

A amostra será construída por meio da cooperação com o setor de USST, GESP e

CSAT na medida do possível e com as devidas autorizações indicará os setores institucionais

destinados ao atendimento a pacientes com COVID-19, em que possivelmente se encontrará

profissionais disponível a participar da pesquisa. Posteriormente com esses primeiros

profissionais se utilizaria o método não probabilístico da bola de neve (Vinuto, 2014), no qual

se tem cadeias de referência em que um participante indica outro. Opta-se por esse método de

seleção devido a sua utilidade na construção de amostras difíceis de se obter, como esta que

investiga questão que envolve pessoas de toda a estrutura organizacional destas instituições.

Os critérios de inclusão dos participantes serão: ser profissional da saúde; ter

trabalhado durante a pandemia de COVID-19; ser da linha de frente ao enfretamento da

COVID-19 conforme a Portaria nº 639/2020 (Brasil, 2020). Os profissionais afastados por

17
motivos de doenças ocupacionais nesse período também serão convidados a participar da

pesquisa, uma vez que o afastamento pode ter relação com o estresse ocupacional.

Instrumentos e materiais

Se utilizará o EVENT, o ECO, as entrevistas individuais semiestruturadas, a

observação e o diário de campo. Durante a entrevista se utilizará o gravador, para que

posteriormente todo o conteúdo seja transcrito e organizado para análise. Como materiais se

utilizará lápis, caneta, e folhas A4 durante a utilização dos instrumentos.

O EVENT apresenta itens que descrevem situações estressoras na qual os profissionais

irão pontuar as situações que causam incômodo. Ela é composta por 40 itens, estruturados em

escala likert de três pontos: nunca (zero), às vezes (um) e frequentemente (dois), distribuídos

nos fatores de clima e funcionamento organizacional (1) (chefia despreparada, dificuldades

pessoais com a chefia, expectativa excessiva de superiores, falta de oportunidades de ascensão

no trabalho, falta de perspectiva profissional, ausência de planos de cargos e salários, de

solidariedade, não valorização, salário inadequado para a função, ter autoridade rejeitada

pelos iguais ou superiores).

Fator pressão no trabalho (2) (acúmulo de funções, desvio de função, excesso de

responsabilidade, necessidade de fazer o trabalho de outros, ritmo acelerado) e fator

infraestrutura e rotina (3) (jornadas de trabalho dobradas, doença ou acidente pessoal,

equipamento precário, licença de saúde recorrente de colegas, mudança no horário de

trabalho, mudança de status financeiro, mudança de chefia, promoção ligada à transferência,

escassa cooperação de equipe de trabalho e salários atrasados).

O fator 1, é composto por dezesseis itens, já o fator 2, apresenta treze itens e o fator 3

onze itens. O instrumento possibilita a interpretação de cada fator separadamente, bem como

da pontuação total que se dá pela soma dos itens assinalados pelos sujeitos, que varia de zero

18
a oitenta pontos. Quanto maior a pontuação, maior a vulnerabilidade ao estresse. Não

apresenta restrição na aplicação em estudos retrospectivos.

O ECO apresenta os fatores controle, esquiva e manejo de sintomas é composta de 29

itens, sendo que onze estão relacionados ao controle, nove a esquiva e nove itens ao manejo

do estresse com opções de intensidade que variam de nunca faço isso (um), raramente faço

isso (dois), às vezes faço isso (três), frequentemente faço isso (quatro) a sempre faço isso

(cinco). O controle consiste em ações e reavaliações cognitivas proativas; a esquiva são ações

e reavaliações cognitivas que sugerem fuga ou modo de evitação e o manejo de sintomas são

estratégias popularmente aceitas e utilizadas pelo entrevistado para administrar eventos

relacionados ao estresse.

Na entrevista utilizar-se-á o protocolo de entrevista forense do NICHD (National

Institute of Child Health and Human Development), para orientar a construção do roteiro da

entrevista semiestruturada e diminuir o viés do pesquisador. As perguntas se concentraram na

busca pela percepção do participante sobre a sua vulnerabilidade durante a COVID-19. O

questionário socioeconômico será utilizado apenas para caraterização da população

entrevistada, sem características de correlações, de forma eletrônica pelo Google Forms ou

manualmente no início da entrevista.

Procedimento

Após a aprovação pelos CEPs se contactará a USST, GESP e CSAT para obter

informações de contato de profissionais de saúde sementes (são os primeiros) que estariam

aptos e dispostos a participar da pesquisa. Os principais meios de comunicação serão o e-mail

19
institucional e contato telefônico. Será apresentado todos os documentos necessários para

assinaturas e todas as demais informações importantes da pesquisa aos profissionais da saúde.

Será explicado o tempo de aplicação de cada instrumento, o EVENT o ECO em média

cada um tempo de aplicação de 15 minutos. A entrevista semiestruturada está estimada em 30

a 40 minutos. O tempo é requisito essencial na execução da entrevista, em função de ser

realizada no ambiente hospitalar onde pode haver intercorrências que demandariam a

presença do profissional entrevistado. Logo, se combinará previamente com o participante o

momento adequado para a realização da entrevista e aplicação do EVENT, ECO e

questionário socioeconômico.

Ao final da entrevista se pedirá que o entrevistado indique outro potencial participante

a pesquisa, o que seria a continuidade do método bola de neve. O mesmo procedimento dos

participantes sementes será realizado por seu indicado, e assim, sucessivamente até se obter a

saturação das informações. Se entende por saturação, o momento no qual os dados obtidos

dos participantes passam a se repetir em padrão consistente.

Análise de dados

Haverá as transcrições das entrevistas, se omitirá as falas do entrevistador, e as

respostas do participante serão analisadas a partir do método de Análise de Conteúdo, descrito

por Bardin (1977), que consiste em várias técnicas de análise de comunicação que atingem

resultados sistemáticos viabilizadores de identificação dos sentidos contidos nos discursos,

esta contém três etapas: pré-análise; exploração do material e a análise dos dados. Na primeira

ter-se-á a organização do material, por meio da transcrição das entrevistas e das anotações do

diário de campo. A segunda consistirá em três processos: leitura flutuante, delimitação dos

conteúdos em manifesto e latentes, e sua categorização com as adaptações de Campos e

Turato (2009).

20
A categorização se realizará a partir das semelhanças de conteúdo, o que é essencial

para poder realizar inferências coerentes sobre eles (Campos & Turato, 2009). A

categorização será realizada por meio do software NVivo®, no qual se inserirá as transcrições

para serem organizadas em esquemas ilustrativos de agrupamento de palavras, denominada

Análise de Cluster e pode melhor unir elementos homogêneos e heterogêneos em grupos

diferentes. A categorização será submetida a avaliação de viés por juízes experts em pesquisa

qualitativa.

A última etapa se constitui na construção de grandes eixos de discussão a partir das

categorias construídas com software NVivo®. Esses eixos temáticos permitem a construção da

síntese temática do sentido que os participantes atribuem a sua vulnerabilidade ao estresse no

contexto de crise em saúde pública, e ao mesmo tempo o diálogo com os achados do EVENT

o ECO. Tanto EVENT o ECO possui seu próprio sistema de correção, o que facilita a

obtenção de seus dados, contudo, estes serão também serão utilizados no Statistical Package

for Social Science® (SPSS®) conforme a utilização de Mello et al. (2018), demonstrável os

resultados em gráficos.

A utilização do SPSS® será feita para ampliar a análise e permitir expor padrões e

modelos envolvidos na dinâmica da vulnerabilidade. Entende-se essa etapa como dialógica

com as ferramentas de pesquisa quantitativa para abarcar a complexidade da subjetividade

que envolve o estudo da vulnerabilidade ao estresse na crise em saúde pública, e não a

coisificação da natureza humana e o culto aos dados. É possível que com a utilização do

SPSS® tenha-se maior alcance de novas zonas de sentidos (González-Rey, 2005), que

permitam elevar a compreensão da subjetividade.

Ajustes de pesquisa

A vinculação do HUJBB e da FSCMP as instituições de ensino tornam mais viável a

colaboração de pesquisa com o Programa de Pós-Graduação de Psicologia, para se ter os

21
primeiros contatos com os participantes da pesquisa e, se for necessário, realizar ajuste na

execução do projeto a depender da realidade do local. As entrevistas piloto serão realizadas

para se ter o tempo médio que cada entrevistado leva para fazer todas as atividades propostas,

assim, otimizar a forma pela qual o pesquisador faz a entrevista.

Leva-se em consideram que o estudo retrospectivo pode ter dificuldade com a amostra

em relação a conservação da memória dos participantes devido o pico da pandemia de

COVID-19 ter ocorrido a quase um ano, o que pode ocasionar o viés de memória ou temporal.

Isso será tratado a partir da teoria dos Eventos Vitais Estressores (EVEs), em que se tem

macroestressores de confiabilidade aproximadamente de dez anos na manutenção de

intensidade semelhante por meio da recordação do evento (Faro & Pereira, 2013).

O nível de viés da coleta de dados será diminuído pela utilização de instrumentos

padronizados em seus originais ou adaptados. O viés da memória minimizado com o foco nos

EVEs. Na análise dos resultados o viés será diminuído com a utilização do SPSS® e NVivo®.

O principal limite do estudo concentra-se no viés da memória, características dos estudos

retrospectivos, mas que não compromete significativamente os achados futuros da pesquisa.

Por fim, qualquer demanda psicológica durante a pesquisa, se indicará ao participante a

buscar auxílio dos setores de saúde do trabalhador.

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