"Sabes tu... ?" (39.
1) A fala de Deus continua com os
DEUS FALA
TEXTO BÁSICO: Jó 38-41
VERSÍCULO-CHAVE: Jó 41:11
“Quem primeiro me deu a mim, para que eu haja de
retribuir-lhe? Pois o que está debaixo de todos os
céus é meu."
Introdução
Tantos já falaram bastante neste livro.
Quando chega a vez de Deus, Ele simplesmente faz
uma pergunta atrás da outra! Contamos 66 pontos de
interrogação nestes quatro capítulos! Talvez esse fato
por si só explique parte do encanto dos capítulos:
queremos que Deus responda às nossas perguntas.
Enquanto isso, Deus quer que nós pensemos, tanto
sobre a nossa total incapacidade de governar o
universo, como sobre Sua grandeza e Sua maneira
soberana de ordenar toda a criação, inclusive, é claro,
os altos e baixos de nossa existência como meras
criaturas ao lado das demais.
A fala de Deus em Jó 38.1-40.2 é seguida pelas
palavras de Jó em 40.3-5: semelhantemente, a fala de
Deus em 40.6-41.34 é seguida por 42.1-6 em que Jó
fala. Observe a ocorrência de "do meio de um
redemoinho" (38.1; 40.6), que descreve aquele
aparecimento repentino e glorioso do SENHOR que
deixa o ser humano como que boquiaberto e sem
condições de reagir.
l. O grande universo (Jó 38.1-38)
"Onde estavas tu?" (38.4). Deus afirma que a
criação é evidência de Seu poder e soberania — seja a
terra (v.4-7,18), o mar (v. 8-11,16), o sol (v. 12-15), a
região tenebrosa da morte (v.17), luz e trevas (v. 19-
20), o tempo (v.22-30, 34-38) ou as estreIas (v.31-33).
Tudo se fez sem que o ser humano contribuísse com
alguma coisa; tudo se mantém sem que o ser humano
participe. O redemoinho de perguntas incapazes de
serem respondidas tanto serviu para abafar as queixas
de Jó como para realçar a grandeza do SENHOR.
II. O mundo dos animais (Jó 38.39-39.30)
mesmos argumentos enquanto descreve alguns
hábitos da leoa (38.39-40), dos corvos com seus
pintainhos (38.41), das cabras monteses, corças e suas
crias (39.1-4), do jumento selvagem (39.5-8), do boi
selvagem (39.9-12), da avestruz (39.13-18), do cavalo
(39.19-25), do falcão (39.26) e da águia (39.27-30).
Observe que em 39.13-18 não há perguntas, mas
simplesmente uma descrição que começa com alegre
(39.13) e termina com ri-se (39.18).
E como se Deus estivesse dizendo para Jó que Ele fez
a avestruz somente para o divertimento Dele e nosso!
Por outro lado, David Atkinson (The Message of Job -
Inter-Varsity Press, p. 146) opina que Jó era como
aquela ave, um paradoxo de forca (39.18) e bobeira
(39.13-17),de forca na hora de se defender, de
bobeira por se achar no direito de interrogar a Deus.
Jó para hoje: Quantos de nós temos o costume de
prestar atenção a detalhes da criação de Deus? E se
Deus perguntasse a você: "Sabes tu algo sobre estas
criaturas?" Precisamos conhecer mais a criação
gloriosa de Deus, a fim de glorificá-Lo mais por
reconhecermos nela evidências de Seu poder e
soberania.
III. O governo justo de Deus (Jó 40.1-41.34)
"Quem... contenderá?" (40.2). Conforme
vimos na introdução da lição, em 40.1-6 Jó fala, e
indica que as perguntas de Deus surtiram o efeito
desejado - ele parou de reclamar! Mas Deus
prontamente muda de assunto: "Você vai pôr em
dúvida a minha justiça? Vai condenar-me para
justificar-se?" (40.8 NVI). É exatamente o que Jó havia
feito (19.6). O segundo discurso de Deus trata desta
questão, da aparente injustiça demonstrada por Deus
quando permite tanto sofrimento imerecido. Mas a
maneira de Ele argumentar é estranha.
1. Tome o meu lugar (40.7-14)
Deus convida Jó a tomar o Seu lugar, a ser
Deus por um dia, e a agir como o justo Deus agiria
(40.11-13). Deus sabe que Jó não tem como julgar
justamente (40.14), que sua mão direita (40.14)
jamais será como o braço de Deus (40.9). Somos
pecadores e, por isso, nunca saberemos discernir "Não tenho resposta" (40.5 NVI). Mas isso não quer
entre sofrimento merecido e sofrimento imerecido. dizer que Deus odiava a Jó ou desprezava seus
Era o que Jó precisava reconhecer — e nós também. questionamentos. Somente os redirecionou (42.5-6).
O apóstolo Paulo pediu de Deus mais saúde, mas Deus
lhe deu mais graça e regozijo nas fraquezas (2Co 12.8-
2. O hipopótamo (40.15-24) 10). Que o Deus que tudo sabe, sempre, nos habilite a
viver bem as fases dolorosas de questionamentos e de
Agora Deus convida Jó a olhar para o redirecionamentos! Isto é, que Ele nos ajude a nos
hipopótamo (v. 15), um animal que é sinônimo de curvar diante Dele, o soberano Criador (Na 1.3; Is
forca (v. 16-18), temido por tudo e todos (v. 20-24), 55.8) em adoração — mesmo em meio aos pesares.
mas facilmente domado por Deus, Seu criador (v. 19).
Mais uma vez, Deus está afirmando que Jó, que nem
condições tem para domar um animal, jamais terá
condições de questionar a Deus e Suas decisões.
Afinal, quem pesca hipopótamo com um anzol (v. 24)?
Coisa absurda! Igualmente absurdo é o ser humano
duvidar da bondade e do conhecimento completo e
soberano de Deus.

3. O crocodilo (41.1-34)
"Podes tu?" (v. 1 ) O argumento continua, com
outra sugestão absurda, pescar com anzol um
crocodilo (v. 1). A descrição (v. 1-5) de uma tentativa
de domar um crocodilo como se fosse um poodle (v.5)
é engraçada. Igualmente absurda a sugestão de
vendê-lo na feira (v.6- 7). Achar que ele pode ser
vencido é puro engano (v.9). Ninguém é
suficientemente corajoso para despertá-lo (v. 10),
muito menos para matá-lo!
As perguntas em versículo 10-11 são o cerne
do argumento de Deus: nosso Deus rege todo o
universo, os animais e os seres humanos, e Ele não
deve nada a ninguém, nem uma explanação de Suas
decisões. Os detalhes sobre o comportamento do
crocodilo (v. 12-3 3) servem para realçar o versículo
34: "Ele olha com desprezo tudo o que é alto; é rei
sobre todos os animais orgulhosos". Sobre pessoas
como Jó, no caso? Pessoas que, com ousadia,
questionam a Deus.

Jó para hoje: O hipopótamo e o crocodilo dão

medo, mas não passam de criaturas debaixo do
controle absoluto de Deus. Igualmente, nossos
pequenos e grandes sofrimentos. Deus nunca perde o
controle daquilo que Ele criou.

Conclusão
Como é próprio de redemoinho, o de Deus
derrubou os argumentos de Jó, que teve de confessar: