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Plano Local de Promoção e Proteção

dos Direitos das Crianças e Jovens de


Amares
(2022-2025)

Amares, outubro de 2022

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CPCJ- Amares
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4720-058 Amares.
Ficha técnica

Autoria: Comissão de Promoção e Proteção de Crianças e Jovens de Amares


Equipa de redação: Técnica responsável pelo projeto: Mariana Silva
Data de publicação: outubro de 2021
Autoria do logótipo: Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção
das Crianças e Jovens
Apoios: Município de Amares e Agrupamento de Escolas de Amares

Documento disponível em: Site do Município de Amares, separador da CPCJ


e página da CPCJ de Amares (Facebook)

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Nota prévia

Este documento pretende ser um convite à reflexão sobre a realidade da


população infantojuvenil e das suas famílias, bem como um alerta à promoção
e proteção dos direitos das nossas crianças.

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Mensagem da Presidente da CPCJ

O Projeto Adélia pretende responder a um dos maiores desafios que se


apresenta atualmente na sociedade: o da parentalidade positiva.
Está em causa um projeto promovido pela Comissão Nacional e retrata a
necessidade do desenvolvimento de políticas preventivas para a construção de
uma sociedade livre de violência, dando especial relevância ao incentivo à
parentalidade positiva.
A CPCJ de Amares decidiu, no âmbito da sua Comissão Alargada, aderir
ao Projeto Adélia, pretendendo, através do mesmo, sensibilizar e capacitar a
população, de forma a criar um futuro melhor, tendo como foco principal as
crianças e jovens. Não é um mero plano da CPCJ, mas sim um plano para as
crianças e jovens do concelho e em que todos e cada um deverão participar.
É pretensão da CPCJ promover o projeto mediante a realização de atividades e
campanhas de sensibilização para o exercício de uma parentalidade positiva,
nas diferentes dimensões da vida familiar, sendo para o efeito, essencial, uma
eficaz articulação com todas as instituições e estruturas sociais do concelho com
responsabilidade na área infantil e juvenil.
Esperamos e desejamos que o projeto se constitua como um instrumento
de ação na área da promoção dos direitos das crianças e jovens do concelho de
Amares, sabendo que o seu êxito é sinónimo de uma conveniente defesa dos
direitos da criança e dos jovens do concelho.

A Presidente
Dr.ª Mónica Silva

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Resumo

O projeto Adélia assenta em dois documentos importantes, a Convenção sobre


os Direitos da Criança e a Recomendação 19 do Conselho da Europa (2006),
tendo como principal objetivo prevenir a violência contra as crianças, mas
também promover práticas de parentalidade positiva. É constituído por vários
eixos de intervenção com objetivos mais específicos, mas o eixo 1, relativo ao
tema “Mais Proteção” visa o desenvolvimento de planos de promoção e proteção
dos direitos das crianças e jovens a nível concelhio. No que diz respeito a
Amares, em concreto, para o desenvolvimento do presente plano, realizámos um
diagnóstico social, onde se encontram compilados dados estatísticos do
concelho, reflexão bibliográfica e as opiniões proferidas pela comunidade
através de questionários e da elaboração de grupos focais. Por fim, com base
no diagnóstico social, construímos o plano estratégico local que entrará em vigor
no período de 2022-2025.

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Índice
Introdução ......................................................................................................... 7
Capítulo 1 - Metodologia ................................................................................ 10
Metodologia de recolha e análise de informação .................................... 11
Capítulo 2 - Diagnóstico local da realidade infantojuvenil ......................... 17
2.1. Demografia e famílias .......................................................................... 17
Síntese do capítulo .................................................................................... 17
2.2. As crianças e o direito à sobrevivência ............................................. 18
Síntese do capítulo .................................................................................... 18
Matriz SWOT ............................................................................................. 19
2.3. As crianças e o direito ao desenvolvimento ..................................... 20
Síntese do capítulo .................................................................................... 20
Matriz SWOT ............................................................................................. 22
2.4. As crianças e o direito à proteção...................................................... 24
Síntese do capítulo .................................................................................... 24
Matriz SWOT ............................................................................................. 25
2.5. As crianças e o direito à participação................................................ 27
Síntese do capítulo .................................................................................... 27
Matriz SWOT ............................................................................................. 28
2.6. As crianças e o direito à não discriminação ..................................... 29
Síntese do capítulo .................................................................................... 29
Matriz SWOT ............................................................................................. 30
2.7. Parentalidade positiva e condições para o seu exercício ................ 31
Síntese do capítulo .................................................................................... 31
Matriz SWOT ............................................................................................. 32
2.8. Síntese geral de desafios, problemas, recursos e potencialidades 33
Capítulo 3 - Plano estratégico local .............................................................. 35
Capítulo 4 - Avaliação do PLPPDCJ ............................................................. 41

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Considerações Finais .................................................................................... 42
Referências ..................................................................................................... 43
Anexo .............................................................................................................. 46

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Introdução

“A criança é definida como todo o ser humano com menos de dezoito anos, excepto se a lei
nacional confere a maioridade mais cedo.”
Convenção Sobre os Direitos das Crianças, art.º. 1

O Adélia é um projeto-piloto da Comissão Nacional (CN) de Promoção dos


Direitos e Proteção das Crianças e Jovens para o Norte, Centro e Alentejo, com
a finalidade de apoiar a parentalidade positiva e a capacitação parental, bem
como promover a elaboração de uma estratégia preventiva para a promoção e
proteção dos direitos das crianças e jovens.
No âmbito do eixo “Mais proteção”, relativo ao desenvolvimento de planos
estratégicos locais de promoção e proteção dos direitos das crianças e jovens,
o projeto desafia as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) e
seus parceiros locais a realizar um diagnóstico social pormenorizado que
envolve a participação da comunidade e dos profissionais com o intuito de
conhecer a realidade infantojuvenil de cada concelho.
Através da utilização de metodologia quantitativa e qualitativa, as CPCJ
auscultaram famílias, crianças e entidades de apoio à infância e juventude sobre
os mecanismos/recursos que asseguram a proteção dos direitos das crianças e
a parentalidade positiva, assim como as necessidades que existem nesta área,
para que o concelho se torne um local onde todas as crianças possam ser
verdadeiramente felizes.
Estes planos têm por base a Convenção Sobre os Direitos da Criança, a
Recomendação 19 do Conselho da Europa (2006), e, naturalmente, os princípios
da lei de promoção e proteção de crianças e jovens.
A Convenção é um documento de extrema relevância, na medida em que
veio trazer grandes alterações ao modo como a criança é olhada na sociedade,

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ou seja, enuncia um amplo conjunto de direitos fundamentais que lhe dão voz,
tornando-a sujeita de direito. Por conseguinte, a criança passa a ter um papel
ativo nas decisões que lhe dizem respeito, assim como na vida em comunidade.
Por seu turno, a Recomendação enuncia uma série de medidas e
estratégias a ser encetadas pelos Estados Membros com vista à efetiva
implementação de uma parentalidade positiva que é definida como um
“comportamento parental baseado no melhor interesse da criança e que
assegura a satisfação das principais necessidades das crianças e a sua
capacitação, sem violência, proporcionando-lhe o reconhecimento e a orientação
necessários, o que implica a fixação de limites ao seu comportamento, para
possibilitar o seu pleno desenvolvimento.”
Além disso, a Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo reforça a
importância de colocar as crianças em primeiro lugar, com vista a que todas
vivam num ambiente seguro e propício ao seu bom desenvolvimento.
De acordo com estes documentos e com o Comité dos Direitos da Criança,
a avaliação diagnóstica e o plano de intervenção do projeto estão divididos em
cinco pilares fundamentais:
▪ Sobrevivência: abrange a satisfação de todas as necessidades biológicas
indispensáveis ao crescimento e desenvolvimento pessoal, tais como a
alimentação, alojamento e cuidados de saúde;
▪ Desenvolvimento: enquadram-se aqui os direitos inerentes à satisfação das
necessidades de desenvolvimento pessoal ao nível cognitivo, emocional, cultural
e social, isto é, necessidades educacionais, de mediação cultural e de
valorização da cultura e da religião, assim como necessidades associadas ao
brincar e ao estabelecimento de relações sociais;
▪ Proteção: inclui a satisfação de necessidades associadas a
vulnerabilidades específicas. Esta noção inclui prevenção, reabilitação e

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capacitação. Dá-se particular atenção aos fenómenos de abuso, tratamento
negligente, violência, tráfico e exploração sexual e laboral;
▪ Participação: neste âmbito é considerada a satisfação de necessidades
relacionadas com a informação e participação;
▪ Não discriminação: é um elo de ligação transversal aos outros quatro
princípios e que deve sustentar qualquer intervenção ou conduta de proteção
dos direitos das crianças.
Com efeito, ainda são inúmeras as situações de crianças e jovens sujeitas
a negligência física e de afeto e até mesmo a maus-tratos físicos e psicológicos.
Outras a quem lhes é negado o acesso à educação ou são expostas a situações
que afetam gravemente o seu desenvolvimento. É importante referir, ainda, a
submissão de muitas crianças a situações de litígio em processos de divórcio
onde muitas vezes a sua voz é ignorada, o que compromete o seu
desenvolvimento e equilíbrio emocional. E não nos podemos esquecer que o
desgaste do quotidiano e os desafios provocados por esta nova era digital,
paralelamente à pandemia que atravessamos, constituem um grande desafio
para as figuras parentais e, consequentemente, para as crianças e jovens.
O projeto Adélia vem fazer face às necessidades apresentadas, tendo por
base as práticas de parentalidade dos pinguins de Adélia devido ao modo
protetor, provedor de segurança, cuidado e bem-estar que este grupo de
pinguins proporciona às suas crias. Além disso, estes pinguins caracterizam-se
pela divisão harmoniosa, colaborativa e organizada da responsabilidade de
cuidado às crias.
Podemos afirmar que o pinguim de Adélia é a analogia perfeita a uma
comunidade que proporciona às suas crianças um bem-estar integral e um
ambiente ótimo, em que podem ser escutadas e crescer felizes. Em paralelo com
o exercício de uma parentalidade positiva, focada na criança e na divisão

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equilibrada das responsabilidades parentais, este projeto torna-se uma mais-
valia para o nosso concelho.
Este documento está dividido em seis capítulos. O primeiro contém a
metodologia do projeto. O segundo inclui informação relativa ao diagnóstico local
infantojuvenil que apresenta sete subtemas (1-Demografia e famílias, 2-As
crianças e o direito à sobrevivência, 3-As crianças e o direito ao
desenvolvimento, 4-As crianças e o direito à proteção, 5-As crianças e o direito
à participação, 6-As crianças e o direito à não discriminação e 7-Parentalidade
positiva e condições para o seu exercício).
O terceiro capítulo apresenta o plano estratégico local. Por último, o quarto
capítulo aborda a avaliação do plano. Este documento contém ainda as
referências e os anexos relativos às tabelas e aos questionários aplicados à
população.

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Capítulo 1 - Metodologia

“A Convenção Sobre os Direitos das Crianças […] reafirma o facto de as crianças,


devido à sua vulnerabilidade, necessitarem de uma protecção e de uma atenção especiais, e
sublinha de forma particular a responsabilidade fundamental da família no que diz respeito aos
cuidados e protecção. Reafirma, ainda, a necessidade de protecção jurídica e não jurídica da
criança antes e após o nascimento, a importância do respeito pelos valores culturais da
comunidade da criança, e o papel vital da cooperação internacional para que os direitos da
criança sejam uma realidade.”
Convenção Sobre os Direitos das Crianças, Preâmbulo

Metodologia de recolha e análise de informação

Tendo em consideração o momento de adesão ao projeto Adélia, em final


de fevereiro de 2021, a sua metodologia teve de atender, por um lado, às
características específicas do concelho e, por outro, aos constrangimentos
originados pela pandemia COVID 19 e pela limitação de tempo útil para a
concretização de todas as ações conducentes à elaboração do diagnóstico e
plano de ação.
Devido às limitações mencionadas foi necessário organizar a intervenção
de forma a cumprir os objetivos propostos. Neste sentido, iniciámos o nosso
diagnóstico social, realizando um mapeamento dos mecanismos de apoio à
infância e juventude existentes no concelho com base no Diagnóstico Social do
Concelho 2015/2021, no Plano de Desenvolvimento Social e nas informações
recolhidas junto do Departamento de Educação e Ação Social do município de
Amares, bem como junto da CPCJ de Amares. Após esse levantamento,
decidimos assentar o diagnóstico social numa metodologia mista, ou seja, que
conjuga a metodologia quantitativa, através da realização de questionários

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propostos pelo Projeto Adélia, e uma recolha de dados de natureza qualitativa,
que assentou, essencialmente, na realização de grupos focais.
Para iniciar a recolha de dados quantitativos, enviámos o questionário
proposto pelo Projeto para as instituições que trabalham diretamente com a
população infantojuvenil, nomeadamente a Santa Casa da Misericórdia de
Amares, o Centro Social e Paroquial de Lago e a Associação de Fomento
Amarense (AFA), obtendo resposta das duas primeiras. Tendo em consideração
o número diminuto de Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS)
com esta tipologia e o facto de a AFA ser a instituição responsável pelo Serviço
de Atendimento e Acompanhamento Social (SAAS), considerámos que esta
situação constituiu uma limitação.
Posteriormente, organizámos a recolha de dados quantitativos às figuras
parentais e à população infantojuvenil. Devido ao distanciamento social imposto
pela pandemia, contámos com a excelente colaboração do Agrupamento de
Escolas de Amares para enviar os questionários a esta população. É de realçar
que o Agrupamento facilitou, ainda, a realização dos grupos focais, permitindo a
ida às escolas e fazendo chegar o convite às figuras parentais para estas
reuniões.
Relativamente às figuras parentais/pessoas responsáveis, obtivemos 348
respostas ao questionário. No que concerne aos questionários enviados à
população infantojuvenil, dos 8 aos 18 anos, conseguimos um total de 769
respostas.
Tendo em conta as especificidades e o período de desenvolvimento dos
alunos dos 3 aos 7 anos, deslocámo-nos aos seis Centros Escolares para
realizar o questionário adaptado a esta população, obtendo um total de 513
respostas.
Em paralelo, elaborámos um diagnóstico da CPCJ, através de uma análise
SOWT, realizada junto da comissão restrita. As modalidades restrita e alargada

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da CPCJ foram, ainda, convidadas a refletir sobre a realidade das crianças e
famílias do concelho, de modo a perceber as potencialidades e necessidades
desta população.
Após este momento, e referindo-nos à metodologia mais qualitativa,
reunimos com as IPSS e as entidades locais que trabalham, direta ou
indiretamente, com as crianças e famílias do município com a mesma finalidade.
Posteriormente, realizámos um encontro com as entidades que promovem
campos de férias, atividades lúdicas e apoio ao estudo à população infantojuvenil
e apresentámos o plano possível aos presidentes de junta de freguesia.
No tocante às figuras parentais/pessoa responsável, enviámos um convite
para participarem num grupo focal, tendo-se inscrito 60 pessoas. Devido ao
número elevado de inscrições, dividimos as pessoas em três grupos, nos quais
participaram 40, sendo que 4 eram do sexo masculino e 36 do sexo feminino.
Importa salientar que estes encontros se realizaram via Zoom.
Por fim, no que diz respeito à população infantojuvenil, realizámos grupos
focais aos alunos do 3.º ao 12.º ano, pedindo-lhes resposta à questão “o que é
necessário mudar em Amares para que as crianças e jovens sejam mais felizes?”
Visando a otimização do tempo, ouvimos todas as crianças do 3.º e 4.º anos
dos seis centros escolares. Em seguida, foram escolhidas pelo agrupamento de
escolas uma turma por cada ano de ensino do 2.º, 3.º ciclo e secundário.
Contudo, considerámos uma limitação a impossibilidade de auscultar os alunos
do ensino profissional, devido aos horários de estágio.
Apesar das dificuldades mencionadas, o apoio fornecido pelo agrupamento
de escolas, pelo município, o empenho das entidades e IPSS que colaboraram
connosco, assim como a disponibilidade e empenho das figuras parentais e
crianças, foi crucial para a realização deste plano.
Tendo em consideração que o Adélia é um projeto para a comunidade e
exige a participação de todos e todas, após concluído foi revisto por diversos

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técnicos e técnicas que integram a CPCJ e apresentado/disponibilizado à
população através de diversas plataformas. Em síntese, o planeamento da
recolha de informação foi realizado em função dos objetivos, recursos
disponíveis (estratégias, recursos humanos para a recolha e disponibilidade de
acesso às fontes de informação) e calendarização. Esta informação encontra-se
sistematizada na tabela seguinte:

Pordata;
Plataformas Direção-Geral de Estatísticas da Educação
e Ciência;
Dados Estatísticas da Segurança Social; IEFP
disponíveis Centro Distrital da Segurança Social de
Braga;
Pedidos de Município de Amares;
informação ACES – Cabreira Gerês;
CPCJ.
N=2
Questionário a Mulheres – 2
entidades Média de idades – 36 anos
Nível médio de escolaridade – Licenciatura
Questionário a N = 513
crianças do pré- Raparigas = 262; Rapazes = 251
escolar e primeiro Média de idades = 7 anos(Min=3; Máx=9 )
ciclo (3 a 7 anos de
Dados idade)
recolhidos N = 462
através da Questionário a Raparigas = 240; Rapazes = 222
participação crianças dos 8 aos 12 Média de idades = 12 anos (Min=8; Máx=
anos de idade 12)
Nível de escolaridade - 3º ao 7º ano

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N = 307
Questionário a Raparigas = 159; Rapazes = 148
crianças e jovens Média de idades = 14 (Min=13; Máx=18)
(dos 13 aos 18 anos Nível de escolaridade – 7º ao 12º ano
de idade)
Questionário a figuras N = 348
parentais
N = 25
Grupo focal com Mulheres = 18; Homens = 7
entidades Média de idades= 40 (Min=23; Máx=50)
Nível médio de escolaridade - Licenciatura
N = 40
Mulheres = 36; Homens = 4
Grupo focal com Média de idades = 35 anos (Min=27;
figuras parentais Máx=56)
Nível médio de escolaridade – 12 ano
N = 95
Grupo focal com Raparigas = 39; Rapazes = 46
jovens dos 14 aos 18 Média de idades = 14 (Min=14; Máx=19)
anos de idade Nível de escolaridade – 9º ao 12º ano
N = 327
Grupo focal com Raparigas = 150; Rapazes = 177
crianças dos 8 aos 13 Média de idades = 8 (Min=8; Máx=15)
anos de idade Nível de escolaridade – 3º ao 8º ano
Com técnicos da ECMIJ;
Entrevistas informais CPCJ;
Vereadora e Chefe de Divisão da
Educação e Ação Social;

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Por seu turno, a análise da informação foi, sobretudo, de natureza quantitativa,
apreciando valores disponíveis nas plataformas e os resultados brutos aos
questionários aplicados, numa ótica interpretativa acerca do impacto desses
valores na verificação dos direitos das crianças. Alguma informação foi analisada
de forma qualitativa, sobretudo no que diz respeito aos comentários aos
questionários, às apreciações nos grupos focais e às entrevistas realizadas.

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Capítulo 2 - Diagnóstico local da realidade infantojuvenil

2.1. Demografia e famílias

“O Estado deve fazer tudo o que puder para aplicar os direitos contidos na Convenção.”
Convenção Sobre os Direitos das Crianças, art.º 4

Síntese do capítulo

O envelhecimento populacional é bastante claro na demografia do


concelho, assim como a diminuição do número de crianças e jovens e a
alteração na constituição das famílias.
Observamos, ainda, que a idade do nascimento do primeiro filho, o número
de famílias monoparentais das crianças nascidas fora do casamento e os
divórcios aumentaram nos últimos anos.
Em contrapartida, houve um aumento da população migrante,
principalmente, de nacionalidade brasileira, o que, apesar de novos desafios,
trouxe também algum rejuvenescimento ao nosso concelho.
É importante realçar que Amares apresenta uma localização ótima a nível
da obtenção de bens e serviços em paralelo com incentivos ao envolvimento dos
jovens na comunidade em relação ao ambiente, desporto, cultura e educação.

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2.2. As crianças e o direito à sobrevivência

“Todas as crianças têm o direito inerente à vida, e o Estado tem obrigação de assegurar a
sobrevivência e desenvolvimento da criança.”
Convenção Sobre os Direitos das Crianças, art.º 6

Síntese do capítulo

Após a análise da informação obtida nos itens que compõem este capítulo,
depreendemos que já foi percorrido um longo caminho e as medidas políticas e
sociais implementadas revelaram resultados efetivos.
Porém, chamou-nos particularmente a atenção o desconhecimento da
população em relação aos serviços que o concelho dispõe como é o caso do
apoio ao pós-parto prestado pelos cuidados de saúde primários.
Por outro lado, constatámos que, no concelho, não existem situações de
pobreza ou exclusão significantes. Paralelamente, há respostas prestadas pelas
entidades nomeadamente pelo município, pelo centro de saúde e por outras
IPSS, que ajudam a minorar as situações de vulnerabilidade social existentes na
comunidade.
Apesar disto, verificamos a necessidade de trabalhar as questões ligadas
à igualdade de género que são um entrave à adoção de técnicas de
parentalidade cooperativa, de investir na saúde mental da população
infantojuvenil, assim como de alertar para a importância dos cheques-dentista.
Para além disso, convém chamar a atenção para a adoção de uma
alimentação saudável de modo a diminuir o número de obesidade e excesso de
peso na população mais jovem, bem como para a necessidade de horas de sono
adequadas para as nossas crianças.

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Também urge que todos reflitam sobre a escolha de estratégias relevantes
que auxiliem a promoção do autocuidado das figuras parentais.
Por último, é preciso investir no reforço do trabalho em rede e na
necessidade de um serviço de mediação e intervenção com as famílias de forma
continuada. Outro aspeto a ter em consideração prende-se com a necessidade
de intervir na área da prevenção de comportamentos/consumos aditivos e
comportamentos violentos entre as crianças/jovens

Matriz SWOT

Forças Fraquezas

▪ Boas condições de habitabilidade ▪ Necessidade de investir na promoção de


e segurança assinaladas pelas cursos de parentalidade positiva;
crianças; ▪ Necessidade de desmistificar o trabalho
▪ Investimento por parte das figuras realizado pela CPCJ;
parentais em passar tempo com os ▪ Falta de tempo das figuras parentais
seus filhos; para o autocuidado;
▪ Investimento na saúde preventiva; ▪ Desigualdade de género;
▪ Preocupação crescente com a ▪ Saúde da população infantojuvenil no
saúde, a alimentação e o bem-estar que diz respeito à saúde mental, saúde oral,
das crianças; obesidade e horas de sono;
▪ Não existência de grupos ▪ Prevenção das adições;
particularmente vulneráveis ou ▪ Necessidade de uma entidade que
discriminados. trabalhe com as famílias a longo prazo e faça
a ponte entre estas e os serviços.

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Oportunidades Ameaças

▪ Número de técnicos e recursos


▪ Existência de técnicos com muito económicos existentes;
conhecimento do meio; ▪ Necessidade de informar a população
▪ Respostas sociais e projetos sobre os recursos existentes na comunidade;
promovidos pelo município, pelo Necessidade de reforçar o trabalho em
centro de saúde e pelas IPSS. rede.

2.3. As crianças e o direito ao desenvolvimento

“A criança tem direito a um nível de vida adequado ao seu desenvolvimento físico, mental,
espiritual, moral e social. Cabe aos pais a principal responsabilidade primordial de lhe
assegurar um nível de vida adequado. O Estado tem o dever de tomar medidas para que esta
responsabilidade possa ser – e seja – assumida. A responsabilidade do Estado pode incluir
uma ajuda material aos pais e aos seus filhos.”
Convenção Sobre os Direitos das Crianças, art.º 27

Síntese do capítulo

Tal como no capítulo anterior, verificamos a necessidade de articular as


respostas existentes no concelho com a população.
Este capítulo convida-nos a uma reflexão sobre a urgência de se criar um
plano cultural, de lazer e desporto em conjunto com as crianças e jovens da
comunidade com o objetivo de dar a conhecer a oferta e, depois, garantir que as
atividades existentes vão ao encontro dos seus interesses e necessidades.

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Percebemos, ainda, a necessidade de promoção de momentos de reflexão
sobre temas ligados à cidadania, como por exemplo, preenchimento de
documentos, debates ou tertúlias sobre adição, violência entre pares, entre
outros, em conjunto com as entidades responsáveis por estas ações.
Realce-se, ainda, a necessidade de alertar para a importância de uma
gestão saudável do tempo de estudo e de descanso nas crianças e jovens e para
a promoção de medidas que auxiliem a saúde mental desta população.
No que concerne às figuras parentais, urge promover momentos de partilha e
reflexão sobre temas relacionados com a parentalidade positiva no âmbito do
estabelecimento de regras e limites.
Importa refletir, também, sobre a necessidade de adaptar as atividades de
lazer e desporto às dinâmicas das famílias, com vista ao auxílio da vida
profissional das figuras parentais. Além disso, parece ser imperioso realizar mais
atividades inclusivas, envolvendo as juntas de freguesia, por exemplo, para que
se crie um maior apoio no transporte e ajude na promoção de atividades lúdicas
e de lazer na sua área de atuação.
Por fim, constatou-se a necessidade de melhorar a relação entre as figuras
parentais e a escola, alertando para a importância da mediação escolar. Sugeriu-
se, igualmente, a criação de reuniões de pais/mães, onde possam refletir sobre
a educação dos/as seus/suas filhos/as e partilhar experiências. Também devem-
se criar mecanismos que facilitem a comunicação das figuras parentais com a
escola, assim como adaptar os temas abordados no âmbito da educação sexual
e para a saúde às dúvidas e necessidades da população infantojuvenil.

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Matriz SWOT

Forças Fraquezas

▪ Existência de projetos de promoção do ▪ Necessidade de adaptar o lazer às


sucesso escolar e apoio nas preferências da população;
especificidades dos/as alunos/as; ▪ Ambivalência de algumas figuras
▪ Existência de atividades desportivas e parentais perante a escola;
culturais (Encontrarte); ▪ Inexistência de um espaço jovem;
▪ Apoio no prolongamento escolar; ▪ Necessidade de se criar grupos de
▪ Preocupação das figuras parentais em partilha entre figuras parentais;
envolver-se na educação dos/as ▪ Preocupação com o
filhos/as; bullying/ciberbullying;
▪ Promoção de uma escola inclusiva, ▪ Uso abusivo da Internet por parte
não se verificando situações de dos/as jovens;
discriminação; ▪ Sintomatologia ansiosa;
▪ Existência de aulas de promoção da ▪ Desinteresse da população
saúde, educação sexual e proteção infantojuvenil nas ofertas da comunidade;
ambiental. Dificuldade por parte das figuras
parentais em gerir a vida profissional e
familiar;
▪ Dificuldade que as crianças sentem em
gerir as suas atividades com o tempo de
descanso;
▪ Necessidade de se criar um
mecanismo de divulgação das ofertas
existentes no concelho;

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▪ Necessidade de se realizar workshops
sobre questões da atualidade como
complemento às aulas de cidadania.

Oportunidades Ameaças

▪ Disponibilidades dos/as técnicos/as; ▪ Necessidade de aproveitar os


▪ Existência de recursos como a recursos existentes;
biblioteca, o centro de turismo, as ▪ Jovens não são consultados/as no
piscinas municipais, os campos de férias, processo de preparação das atividades;
entre outros; ▪ Necessidade em articular a oferta
▪ Existência de um comprometimento lúdica com a população com o objetivo de
efetivo da escola com o sucesso evitar situações de não participação por
educativo dos/as seus/suas alunos/as; desconhecimento.
▪ Apoios prestados pelo município para
promover a igualdade de oportunidades
no acesso à educação;
▪ Existência de IPSS e associações que
promovem o lazer das crianças.

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2.4. As crianças e o direito à proteção

“O Estado deve proteger a criança contra todas as formas de maus-tratos por parte dos pais
ou de outros responsáveis pelas crianças e estabelecer programas sociais para a prevenção
dos abusos e para tratar as vítimas.”
Convenção sobre os Direitos das Crianças, art.º 19

Síntese do capítulo

É de salientar, neste ponto, que as problemáticas mais presentes no


concelho estão associadas ao consumo de álcool e à violência doméstica, o que
são um indicador da necessidade de trabalhar as questões ligadas a estes
aspetos.
A desigualdade de género é um fenómeno com alicerces culturais, sendo,
por isso, muito importante apostar na prevenção e reforçar as crianças e jovens
com conhecimentos e atitudes sobre esta temática com o objetivo de intervir
precocemente.
Reparámos, também, que as crianças e jovens do concelho necessitam de
trabalhar as questões ligadas à segurança rodoviária e à violência entre pares,
bem como abordar temas ligados à utilização segura das plataformas digitais e
das redes sociais.
A par disto, é fundamental alertar a população infantojuvenil para a questão
da adição, como por exemplo, as novas drogas, a banalização dos canabinoides,
o álcool e os jogos.
Também consideramos relevante consciencializar esta população sobre os
seus direitos consagrados na Convenção Sobre os Direitos das Crianças e na
Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo, bem como sobre a prevenção
de abuso sexual, violência no namoro, bullying, ciberbullying, entre outros.
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Tal como nos capítulos anteriores, é visível a necessidade de articular com
a comunidade com o intuito de informar e prevenir situações que põem em risco
o bem-estar das crianças. Por outro lado, urge informar sobre os serviços
existentes na comunidade que auxiliam a proteção e apoio à população
infantojuvenil.

Matriz SWOT

Forças Fraquezas

▪ Escola; ▪ Necessidade de maior divulgação


▪ Cuidado em ouvir as crianças e dos recursos existentes;
passar-lhes as informações da forma ▪ Preocupação das figuras parentais
mais acessível à sua idade e maturidade; com o uso inapropriado da internet por
▪ Trabalho desenvolvido pela equipa parte das crianças e jovens:
técnica; ▪ Necessidade de formação na área da
▪ Dimensões do concelho; parentalidade positiva;
▪ Articulação excelente com as ▪ Comportamento violento/explosivo
entidades com competência em matéria das crianças e jovens;
de infância e juventude; ▪ Falta de autonomia das crianças e
▪ Inexistência de processos tutelares jovens/sensação de insegurança na via
educativos. pública;
▪ Necessidade de promover um
trabalho de maior continuidade e
proximidade com as famílias;
▪ Realização de sessões de
esclarecimento e divulgação dos direitos
das crianças/jovens na comunidade;

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▪ Dinamização de momentos
formativos e de reflexão entre
profissionais;
▪ Violência doméstica e alcoolismo;
▪ Necessidade de realizar debates/
tertúlias com a população infantojuvenil
sobre situações que põem em risco a sua
segurança;
▪ Transmissão de informação às
crianças e jovens sobre os direitos
consagrados na Convenção Sobre os
Direitos das Crianças.

Oportunidades Ameaças

▪ Trabalho da CPCJ; ▪ Dificuldade em conseguir a adesão da


▪ Projeto Chega+ da SOPRO. população.

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2.5. As crianças e o direito à participação

“A criança tem o direito de exprimir livremente a sua opinião sobre questões que lhe digam
respeito e de ver essa opinião tomada em consideração”
Convenção Sobre os Direitos das Crianças, art.º 12

Síntese do capítulo

Neste capítulo, a participação em cidadania é um dos temas que mais


convida à reflexão e intervenção por parte deste projeto devido à necessidade
de criar uma nova oferta e divulgar de forma mais eficaz as respostas e projetos
existentes. Por outro lado, urge envolver os/as jovens e crianças na preparação
destas atividades com o objetivo de os/as cativar e envolver nas mesmas. Deste
modo, será possível colmatar o desinteresse demonstrado por esta população
na oferta comunitária.
Constatamos, ainda, a necessidade de informar as crianças e jovens sobre
a dimensão deste direito, que lhes permite serem cidadãos e cidadãs
interventivos na comunidade e com voz ativa nas decisões que fazem parte da
sua vida, como por exemplo, através da adesão a projetos como é o caso do
“Justiça Amiga das Crianças”, promovido pela Comissão Nacional. Apesar disto,
existe por parte da escola um trabalho efetivo na promoção da participação
dos/as alunos/as na dinâmica escolar, mas é importante que esta tenha outros
espaços na comunidade.

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Matriz SWOT

Forças Fraquezas

▪ Escola, centros de estudos e clubes de ▪ Necessidade de ouvir as crianças


desporto como lugares onde as crianças antes da realização das atividades e
se sentem ouvidas e apoiadas. envolvê-las no processo;
▪ Necessidade de informar a
comunidade e a população infantojuvenil
sobre o seu direito à participação em
cidadania;
▪ Necessidade de investir nas
associações juvenis;
▪ Criar assembleias da juventude;
▪ Promover espaços de diálogo e
informação para as crianças e jovens.

Oportunidades Ameaças

▪ Recursos do meio como a biblioteca, ▪ Necessidade de articulação da rede


grupos de voluntariado, as associações social de forma a escutar as opiniões das
juvenis e o centro de turismo; crianças antes de criar atividades para as
▪ Ecocanil; mesmas.
▪ Projeto Adélia.

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2.6. As crianças e o direito à não discriminação

“Todos os direitos se aplicam a todas as crianças sem excepção. O Estado tem


obrigação de proteger a criança contra todas as formas de discriminação e de tomar medidas
positivas para promover os seus direitos.”
Convenção Sobre os Direitos das Crianças, art.º 2

Reflexão sobre os dados recolhidos, recursos do concelho e opinião da


comunidade

Fazendo uma análise retrospetiva aos dados recolhidos durante o


diagnóstico social, Amares não apresenta questões problemáticas na área da
discriminação, não tendo identificados grupos especialmente vulneráveis ou
excluídos. Porém, o concelho revela algumas fragilidades, que são comuns a
todo o território nacional. Neste sentido, verificamos uma presença constante de
fragilidades ligadas a questões do género e sexualidade, violência doméstica,
bem como ao acesso a atividades de lazer que tem como agravante a existência
de dificuldades relacionadas com a deslocação e pagamento das mensalidades.
Foi possível perceber, através da informação recolhida junto da população,
a existência de algumas barreiras arquitetónicas que dificultam a acessibilidade
aos serviços por parte de pessoas com deficiência física.
Constatamos, ainda, que existe entre a população infantojuvenil alguns
fatores de discriminação em relação a pares que vivem em zonas mais rurais do
concelho ou que não conseguem adquirir bens (e.g. roupa e equipamentos
informáticos) valorizados por uma maioria. Por isso, é de grande relevância
refletir sobre estes fenómenos e criar ações complementares às existentes para
poder controlar o impacto destes na vida da comunidade.

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Síntese do capítulo

Tal como mencionado anteriormente, não foram encontradas situações de


exclusão social e pobreza, como por exemplo, população a viver em construções
abarracadas. Não obstante, é necessário ter um cuidado especial com a garantia
igualitária no acesso aos serviços de lazer e desporto para a população
infantojuvenil. Além disso, deve-se prestar atenção à existência das questões
ligadas à desigualdade de género, violência doméstica, necessidade de melhoria
dos acessos para as pessoas com dificuldade de movimentação, bem como à
necessidade de trabalhar com as crianças desde tenra idade para promover o
respeito pela diversidade.

Matriz SWOT

Forças Fraquezas

▪ Escola inclusiva; ▪ Desigualdade de género, violência


▪ Apoios sociais do município; doméstica;
▪ Empenho das entidades em ▪ Acesso ao lazer e transporte para o
garantirem a igualde de oportunidades; mesmo;
▪ Inexistência de grupos especialmente ▪ Barreiras arquitetónicas para as
vulneráveis ou excluídos. pessoas com deficiência;
▪ Sensibilizar a população
infantojuvenil para o respeito pela
diversidade.

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Oportunidades Ameaças

▪ Conhecimento dos/as técnicos/as em ▪ Conjuntura nacional;


relação ao meio; ▪ Necessidade de formação dos/as
▪ Trabalho da escola; técnicos/as.
▪ Formação da CIG para os/as
técnicos/as.

2.7. Parentalidade positiva e condições para o seu exercício

“Cabe aos pais a principal responsabilidade comum de educar a criança, e o Estado deve
ajudá-los a exercer esta responsabilidade. O Estado deve conceder uma ajuda apropriada aos
pais na educação dos filhos.”
Convenção Sobre os Direitos das Crianças, art.º 1

Síntese do capítulo

É de realçar que a exigência laboral cada vez maior e o cansaço que daí
advém, prejudicam em muito a gestão da vida familiar e levam os/as
pais/mães/pessoas responsáveis a uma constante situação de desgaste, que
põe em risco o seu autocuidado e bem-estar, assim como o tempo de qualidade
que têm para os/as seus/suas filhos/as. Podemos constatar que é urgente criar
respostas de intervenção e promoção de uma parentalidade positiva no
concelho. Além disso, é fundamental alertar para a necessidade da
implementação de medidas que apoiem a gestão da vida laboral e familiar.

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Matriz SWOT

Forças Fraquezas

▪ Trabalho realizado pelos/as ▪ Necessidade de implementar ações


técnicos/as na promoção de no âmbito da parentalidade positiva
competências parentais ainda que de acessível a todas as famílias;
modo não oficial. ▪ Dificuldade da gestão entre a vida
profissional e familiar.

Oportunidades Ameaças

▪ Projeto Adélia ▪ Necessidade de uma maior


articulação em rede;
▪ Adesão dos/as pais/mães a estas
atividades.

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2.8. Síntese geral de desafios, problemas, recursos e
potencialidades

▪ Localização do concelho e a riqueza paisagística do mesmo;


▪ Apoios sociais e económicos, projetos do município, centro de saúde,
outras entidades locais;
▪ Trabalho desenvolvido pelo agrupamento escolar;
Potencialidades ▪ Ecocanil, biblioteca municipal, piscinas municipais, parques infantis,
desporto escolar, entidades com oferta de lazer, Encontrate e atividade
desportiva promovida pelo município;
▪ Inexistência de grupos socialmente vulneráveis ou excluídos.
• Projeto Adélia;
Recursos • Eixo da parentalidade positiva;
• Profissionais com muita experiência e conhecimento do concelho.

• Escassez de oferta lúdica diversificada;


• Inexistência de um espaço dedicado a população infantojuvenil;
• Participação reduzida dos/as jovens nas atividades da comunidade;
• Falta de espaços para serem ouvidos/as;
• Divulgação ineficaz sobre as atividades de lazer do concelho;
• Existência de questões de género, abuso de álcool e violência
doméstica;
Problemas • Impacto das questões de género nos/as jovens e crianças;
• Inexistência de locais onde as figuras parentais possam conversar entre
si e tirar dúvidas sobre parentalidade;
• Dificuldade de gestão da vida familiar e laboral;
• Relação dos/as jovens com a internet, jogo, ciberbullying, consumo de
substâncias, álcool; violência com os pares e a sobrevalorização da
imagem;

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• Desconhecimento por parte da população sobre os apoios e serviços da
comunidade;
• Desaproveitamento dos recursos existentes por parte da comunidade;
• Imagem negativa que a sociedade tem sobre a CPCJ.
▪ Criação de candidaturas a projetos que fortaleçam as respostas de lazer
dos/as jovens;
▪ Adaptação dos horários das atividades à vida escolar e aos transportes;
▪ Estimulação da participação em cidadania dos/as jovens envolvendo-
os/as nas decisões e preparação de atividades ou programas destinados
a estes;
▪ Criação de um meio de divulgação das atividades existentes no
concelho de modo articulado;
▪ Melhoramento da articulação das figuras parentais com a escola;
▪ Auscultações periódicas às crianças, jovens e pais/mães;
▪ Divulgação de informação e cursos sobre parentalidade positiva;
▪ Construção de estratégias para auxiliar na gestão da vida laboral e
familiar;
Necessidades ▪ Realização de uma bolsa de técnicos/as especialistas na área de modo
a promover formação periódica para profissionais;
▪ Investimento na sensibilização e informação para crianças e jovens
sobre temas de cidadania/prevenção;
▪ Questionamento aos/às jovens sobre as adaptações que devem ser
feitas na abordagem realizada na educação sexual e para a saúde;
▪ Sensibilização sobre a importância da saúde mental dos/as jovens;
▪ Consciencialização para a importância da promoção dos direitos das
crianças;
▪ Investimento na formação dos/as técnicos nas áreas que abrangem a
população infantojuvenil;
▪ Desmistificação do trabalho realizado pelas CPCJ;
▪ Reforço do trabalho em rede.

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Capítulo 3 - Plano estratégico local

Fundamentação geral

De acordo com o CESIS, a Convenção Sobre os Direitos das Crianças veio


transformar “a visão tradicional sobre a infância e sobre as crianças” (p. 25). A partir
desse momento, a infância é reconhecida como uma fase única da vida, com valor
próprio e a criança passa a ser olhada como um sujeito de direito. Porém, “a Convenção
não providencia apenas um quadro legislativo, ela estabelece também um conjunto de
princípios fundamentais que deverão ser aplicados pelos serviços e profissionais que
trabalham em prol das crianças e jovens. A consideração do superior interesse das
crianças, o respeito pelas suas capacidades em desenvolvimento e o direito à
participação são alguns desses” (p. 25).
Neste contexto, atendendo às suas linhas orientadoras, o projeto Adélia deve ser
construído através de uma reflexão sobre a dimensão da aplicação da Convenção Sobre
os Direitos das Crianças nos territórios que abrange. Por este motivo, em cada capítulo
do diagnóstico foi realizado um paralelismo entre os direitos estabelecidos na Convenção
Sobre os Direitos das Crianças, a opinião de alguns autores e a realidade do nosso
concelho. Por conseguinte, podemos concluir que identificámos um conjunto de
problemas e necessidades comuns entre os capítulos, corroborados posteriormente
pelos grupos focais e outros muito específicos de cada problemática, mas identificados
como essenciais por quem colaborou connosco.
Tal como referenciadas anteriormente, as áreas identificadas como cruciais para
intervir prendem-se com:
- a promoção do trabalho em rede, melhoria do lazer e desporto, a promoção da
participação da população infantojuvenil na comunidade como cidadãos/cidadãs de
direito, a consciencialização desta população sobre a dimensão deste direito, bem como

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a promoção de grupos focais de forma regular com as figuras parentais e
crianças/jovens. Para além disto, deve-se construir espaços de divulgação e
consciencialização comunitária sobre a proteção dos direitos das crianças, informar e
intervir nos comportamentos que podem colocar em risco a sua vida, bem-estar e
segurança, assim como informar a comunidade dos serviços existentes no concelho no
âmbito da saúde e apoios sociais, sensibilização para a promoção da saúde mental das
crianças e jovens. Por fim, é fundamental criar ações que promovam uma parentalidade
positiva e intervenham na melhoria da gestão laboral e familiar dos pais/mães/pessoa
responsável, bem como trabalhar as questões de género, violência doméstica e adição.
Tendo em conta que muitas das necessidades de intervenção identificadas
percorrem todo o território nacional, teremos como base do nosso plano de intervenção
o Plano Nacional para a Promoção dos Direitos das Crianças, adaptando-o às
especificidades do concelho.

Eixos de Intervenção

Eixo temático 1 Promover o bem-estar e a igualdade de oportunidades.


Objetivo geral Garantir à população infantojuvenil o acesso igualitário a atividades e
serviços que potenciem o seu bem-estar biopsicossocial.
Objetivo Até dezembro de 2024, reforçar o trabalho em rede com todas as
específico entidades que trabalham com a população infantojuvenil, de modo a
garantir uma maior eficácia na intervenção.
Promover parcerias entre o município de Amares e o IPDJ para a
execução de atividades lúdicas e culturais.
Medidas/ Ações Promover articulação com o Centro de Saúde para a realização de
momentos de tertúlias sobre alimentação saudável e saúde mental na
adolescência;

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Sensibilizar as juntas de freguesia para o apoio os transportes, de modo a
facilitar a participação das crianças e jovens nas atividades de lazer;
Criar um panfleto de divulgação das respostas existentes no concelho para
a população infantojuvenil a nível:
- De respostas lúdico-culturais;
- De respostas psicossociais;

- Número de crianças e jovens que passaram a usufruir de atividades


lúdicas de encontro aos seus gostos;
- Resultados da intervenção dos respetivos serviços;
Indicadores de - Avaliação das crianças e famílias sobre os serviços potencializadores de
impacto bem-estar biopsicossocial e número de pessoas abrangidas pelos
mesmos;
Informação sobre as respostas existentes na comunidade;
Recursos Recursos dessas entidades;
Público-alvo Crianças e jovens dos 3 aos 18 anos.
Responsáveis CPCJ; Entidades Locais; Juntas de freguesias; IPDJ.

Eixo temático 2 Apoiar as famílias e a parentalidade.


Objetivo geral Promover a parentalidade positiva no concelho e nas famílias de Amares.
Objetivo Até dezembro de 2024, desenvolver estratégias de cooparentalidade
específico positiva e promover medidas de apoio à gestão da vida familiar e laboral.
Dinamizar anualmente um seminário subordinado a temas sobre
parentalidade de acordo com as necessidades encontradas na
Medidas/Ações comunidade;
Promover ações de formação para técnicos sobre parentalidade positiva;
Promover e divulgar na página de Facebook da CPCJ, os cursos de
parentalidade positiva oferecidos no projeto em articulação com o Centro
Social e Paroquial de Arcozelo (CSPA);

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Realizar anualmente uma assembleia de pais/mães com o auxílio das
juntas de freguesia e da escola;
Divulgar junto das famílias/figuras parentais os recursos e serviços
existentes no meio para os apoiar, através de tertúlias e divulgação da
informação na página de Facebook da CPCJ;
Realizar uma ação sobre a importância do autocuidado para as figuras
parentais;
Continuar a divulgar as “Dicas de parentalidade positiva” do projeto Adélia
na página de Facebook da CPCJ;
Criar uma parceria com um jornal local para publicar uma rúbrica sobre
parentalidade positiva.
- Número de figuras parentais abrangidas pelos cursos de parentalidade
Indicadores de positiva;
impacto - Número de participantes nas assembleias de pais e restantes atividades;
- Avaliação das figuras parentais perante as ações de divulgação sobre
parentalidade positiva;
- Espaço para a realização das sessões, como por exemplo, sede das
juntas de freguesia;
Recursos - Protocolo Adélia com o CSPA que abrange Amares;
- Publicação de dicas de parentalidade positiva.
Público-alvo Figuras parentais.
Responsáveis CPCJ; Entidades locais.

Eixo temático 3 Promover o acesso à informação e à participação das crianças e jovens.


Objetivo geral Estimular a participação ativa da população infantojuvenil na comunidade.
Objetivo Até dezembro de 2025, criar momentos onde as crianças e jovens tenham
específico a oportunidade de dar a sua opinião e consciencializarem-se dos seus
direitos.

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Realizar anualmente uma assembleia dirigida às crianças e jovens do
concelho;
Criar uma caixa de sugestões, na página de Facebook da CPCJ, onde as
crianças, os jovens e as figuras parentais possam dar ideias;
Medidas/Ações Realização na escola e nas juntas de freguesia de ações de
esclarecimento sobre o trabalho realizado pela CPCJ e a importância de
todos contribuirmos para a proteção das crianças do concelho;
Criar formações sobre os direitos das crianças e desenvolvimento infantil
para as figuras parentais, escola e ECMIJ;
Em articulação com as juntas de freguesia realizar momentos de
partilha/discussão com as crianças e jovens sobre temas ligados aos
direitos das crianças e outros sugeridos pelas mesmas.
- Número de atividades realizadas;
- Participação da população nas mesmas;
Indicadores de - Avaliação dos/as participantes em relação às ações;
impacto - Mudanças verificadas na participação em cidadania das crianças e
jovens.
Espaço para a realização das sessões, como por exemplo, sede das
Recursos juntas de freguesia e espaço Conde Ferreira;
Técnicos qualificados e com um grande conhecimento da comunidade.
Público-alvo População infantojuvenil.
Responsáveis CPCJ; Juntas de Freguesia; Município; Entidades promotoras de lazer.

Eixo temático 4 Prevenir e combater a violência contra crianças e jovens.


Objetivo geral Realizar atividades de consciencialização comunitária sobre os direitos das
crianças.
Objetivo Até dezembro de 2025, concretizar estratégias de prevenção de
específico comportamentos que põem em risco o desenvolvimento e bem-estar das
crianças e informar a população sobre o sistema de promoção e proteção.

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Promover em colaboração com a Escola Segura momentos
informativos/tertúlias/debates para pais sobre temas ligados à saúde,
sexualidade, consumos aditivos/adições (jogo), prevenção do abuso
sexual, segurança rodoviária, relação com a internet e violência entre pares
(bullying/ciberbullying) através da articulação com as entidades da
comunidade que já trabalham estes temas.
Criar ações com as crianças e jovens sobre gestão de conflitos
interpessoais;
Medidas/Ações Realizar tertúlias/debates que alertem a comunidade em geral sobre o que
são os direitos das crianças e que ações/comportamentos as põem em
risco e perigo.
Em colaboração com os cuidados de saúde primários e o projeto Chega+,
criar momentos de consciencialização comunitários sobre o alcoolismo, as
adições, a violência doméstica e a desigualdade de género.
- Número de atividades realizadas;
- Participação da população nas mesmas;
Indicadores de - Avaliação dos/as participantes em relação às ações.
impacto - Número de respostas criadas;
- Diminuição nos comportamentos de risco verificados.
Recursos Técnicos qualificados e com um grande conhecimento da comunidade.
Público-alvo Comunidade em geral.
Responsáveis CPCJ; ECMIJ; Juntas de freguesia; Município; Centro de Saúde, GNR e
Projeto Chega+.

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Capítulo 4 - Avaliação do PLPPDCJ

Com o objetivo de promover a participação da comunidade na realização e revisão


do plano, em janeiro de cada ano será realizada uma reunião para definir a comissão de
acompanhamento e o cronograma anual do plano que serão revistos anualmente.
Esta comissão deverá ser constituída pelos seguintes elementos:
- Três membros da Comissão Alargada;
- Um representante de cada uma das ECMIJ com competência em matéria da
infância e juventude;
- Três crianças;
- Três jovens;
- Quatro pais/mães/pessoas responsáveis.

Indicadores de avaliação

De modo a garantir a eficácia do plano e acautelar a possível necessidade de fazer


modificações devido à alteração da realidade social ou à inviabilidade de alguma ação
prevista, o projeto deverá ser revisto anualmente de acordo com a seguinte matriz:

Viabilidade A atividade é realizável a curto prazo?


Eficácia A ação desenvolvida contribuiu para a melhoria ou término do problema?
Adesão A população aderiu às atividades realizadas?
Feedback da A avaliação da atividade foi positiva?
população Que alterações foram sugeridas?
Empowerment As ações realizadas contribuíram para a melhoria da vida da comunidade?

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Considerações Finais

Apesar dos constrangimentos resultantes da pandemia e da data de adesão ao


projeto, a expectativa colocada neste plano é muito elevada, uma vez que existe uma
grande recolha de dados realizada no diagnóstico social graças à participação das
ECMIJ, do município, das figuras parentais e da população infantojuvenil.
No entanto, estamos conscientes que o sucesso da sua realização depende da
colaboração da rede social do concelho. Neste sentido, vai ser realizada uma
apresentação final do plano a todas as entidades dispostas a colaborar connosco para
que este possa chegar a bom porto e possa ser possível realizar ajustes no mesmo de
acordo com a experiência destes profissionais.
É relevante realçar que o PLPPDCJ é um plano inacabado e que, durante a sua
aplicação, será necessário efetuar melhorias consoante o aparecimento de novas
necessidades e mudanças sociais.
Importa, ainda, ter em consideração que, futuramente, dever-se-á explorar mais
alguns dados, como por exemplo, a relação das crianças e jovens com a escola e a
saúde materno-infantil.
Apesar disto, estamos confiantes que a aplicação deste plano contribuirá para que
as crianças do nosso concelho sejam mais felizes e que as figuras parentais possam ter
acesso a informação sobre parentalidade positiva, contribuindo, assim, para a melhoria
do bem-estar de todos.

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Referências

Agrupamento de Escolas de Amares: https://www.aeamares.com/agrupamento/.


Consultado em 30 de março de 2021.
Centro de Estudos para a Intervenção Social. Formação em Direito das Crianças. A
Convenção em Prática. Disponível em:
https://www.cesis.org/admin/modulo_news/ficheiros_noticias/201705161525371t
heam_cesis_referencial_de_formacaoa_convencao_em_pratica.pdf. Consultado
em 28 de fevereiro de 2021.
Convenção dos direitos da Criança. Disponível em:
https://www.unicef.pt/media/2766/unicef_convencao_dos_direitos_da_crianca.pdf
Consultado a 28 de fevereiro de 2021.
Direção Geral de Estatística da Educação e Ciência: https://www.dgeec.mec.pt/np4/248/.
Consultado a 12 de maio de 2021.
Estudo Health Behaviour in School-aged Children (HBSC). A Saúde dos Adolescentes
portugueses em 2014. Disponível em:
http://aventurasocial.com/arquivo/1437158618_RELATORIO%20HBSC%202014
e.pdf
Lei nº 83/2019 de 3 de Setembro - Lei de bases da habitação. Diário da República n.º
168/2019, Série I de 2019-09-03.
Lei nº147/99 de 1 de Setembro:
http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=545&tabela=leis.
Consultado a 12 de maio de 2021.
Lourenço, I. M. M. L. (2013). Acompanhar a Maternidade de forma holística: efeitos sobre
a Autoestima Materna e a Vinculação Mãe-Bebé. (Dissertação de Mestrado).
Disponível em:
https://dspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/11171/2/Disserta%C3%A7%C3
A3o%20Final%20Corrigida%20-%20Isabel%20Louren%C3%A7o.pdf
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Ministério da Saúde. Gerações mais saudáveis - Políticas públicas de promoção da
saúde das crianças e jovens em Portugal. Disponível em: http://www.cns.min-
saude.pt/wp-content/uploads/2018/12/GERACOES-MAIS-SAUDAVEIS.pdf
Oliveira, M. M. A. (2017). A Atividade Física na Cultura de Infância: Delinear
Práticas e Dinâmicas a partir do Contexto de Estágio (Dissertação de Mestrado).
Disponível em:
https://repositorio.uac.pt/bitstream/10400.3/4841/1/DissertMestradoMarta
MonizAlmeidaOliveira2018.pdf
Oliveira, O. & Anastácio, Z. (2011). Influência da qualidade do sono na saúde,
no comportamento e na aprendizagem de adolescentes de 2.º e 3.º Ciclos
do Ensino Básico português. Ediciones de la Asociación Nacional de
Psicología y Educación. Disponível em:
http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/12626/1/Artigo_PsicEd
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Organização das Nações Unidas. Healthy diet – Fact sheet. Disponível em:
https://www.who.int/nutrition/publications/nutrientrequirements/healthydiet
_factsheet394.pdf
Plano de Diagnóstico Social do Município. Disponível em: https://amares.pt/wp-
content/uploads/2019/02/Diagno%CC%81stico-Social-Plano-de-
desenvolvimento-Social-2015-2021.pdf. Consultado a 12 de maio de 2021.
Pereira, M. G. (1988). Família: desafios e oportunidades no século XXI. Editora
Ediliber. Retirado de http://hdl.handle.net/1822/16535.
Pordata – disponível em https://www.pordata.pt/. Consultado a 12 de maio de
2021.
Segurança Social – Estatísticas e Taxas de cooperação 2018: https://www.seg-
social.pt. Consultado a 12 de maio de 2021.
Vieira, M. & Carvalho, G. S. (2011). Promover a saúde na escola: um modelo
educativo para adoção de hábitos saudáveis de alimentação e atividade

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física. Disponível em:
https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/15026/1/SEFLS_Pro
mSaudeAlim_1537-1547.pdf

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Anexo

▪ Autodiagnóstico para as entidades com intervenção na Infância e Juventude:


https://docs.google.com/forms/d/1pJudVPsy1exQOBXQe_oXZlj72lCedbpwO-
ShSxD7Esg/edit?ts=6033e726#responses

▪ A participação das famílias no diagnóstico local:


https://docs.google.com/forms/d/1xciOqZgGyJFnlRqsy4IcAfa_4T0rAarW1ZQM
uKl3Ve4/edit?ts=6033e71e#responses

▪ Ferramenta de diagnóstico para as crianças:


https://docs.google.com/forms/d/1TS9ZZfN-vnr
qLRNfy67RxmBnszpIWqV2_FaPa20ocg/edit?ts=6033e717#responses

▪ Ferramenta de diagnóstico para jovens:


https://docs.google.com/forms/d/1FwrXEHpkRh7898G8FHu3FRXG-
LZ68cF_nQ8LgH2TvAU/edit#responses

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