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TERMOS DE REFERÊNCIA

“ACTIVISMO DIGITAL NA DEFESA DO DIREITO À SAÚDE”

Actividades realizadas no âmbito do Convénio AECID 18-CO1-1096:

“Melhorar a saúde da população, influenciando nos seus Determinantes Sociais,


com especial enfoque na nutrição, através do fortalecimento dos Cuidados de
Saúde Primários como a melhor estratégia para garantir o Direito à Saúde e a
colaboração da sociedade civil, das instituições de pesquisa e do SNS.”

Data de início: Setembro de 2019


Prazo final: Dezembro de 2020

Com apoio técnico e financeiro:

Maputo, Agosto de 2019

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ..………………………………………..............………………………… 3

2. OBJECTIVOS …………........................………………………………………………..…5

3. PRODUTOS ESPERADOS ……………………………..…………..……......................5

4. METODOLOGIA DE TRABALHO .............................................................................6

5. PREMISSAS BÁSICAS ……………………………………………..….......................…7

6. PRAZOS PARA CONCLUSÃO, ORÇAMENTO E DOCUMENTOS….......................7

7. REQUISITOS EXIGIDOS ......................................……………......................………..8

8. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DAS PROPOSTAS ..…………......................………..8

9. SUBMISSÃO DA PROPOSTA ..…………........................…………………..…………9

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1. INTRODUÇÃO

Desde o ano de 1994, a medicusmundi (MM) tem vindo a implementar diferentes


projectos em Moçambique, colaborando fundamentalmente com o MISAU e as suas
estruturas descentralizadas (DPS, distritos e municípios). Nestes 25 anos, foram
realizados projectos com o objectivo de reforçar os Cuidados de Saúde Primários (CSP),
focando-se nos níveis distrital, municipal e provincial. Nos diferentes
projectos/programas, são sempre respeitados os princípios de alinhamento, pertinência,
seguimento e respeito pela liderança do MISAU e das autoridades locais. Graças a esta
consolidada relação, consideramos que temos uma ampla experiência no
desenvolvimento integral e horizontal do sector saúde, dos serviços de atenção primária
nacional, bem como um conhecimento dos seus mecanismos de planificação e gestão.

Nos últimos anos, a medicusmundi tem vindo a ampliar a sua área de actuação e, neste
momento, não só trabalha com o MISAU para fortalecer a sua capacidade para prestar
serviços e implementar as políticas públicas, mas também se compromete a promover
a necessidade de trabalhar tendo em conta os Determinantes Sociais da Saúde (DSS),
incluindo o género e o ambiente, sobretudo, nos âmbitos académico e de investigação.
Para além do impacto na defesa dos direitos humanos que a medicusmundi tem tido
no país, através da implementação de várias iniciativas que visam a melhoria ao acesso
e qualidade dos serviços básicos de saúde.

Actualmente, estamos a implementar um programa que pretende contribuir para atingir


a cobertura universal de saúde e o direito à saúde da população, através da pesquisa e
advocacia sobre os principais Determinantes Sociais de Saúde e a revitalização dos
princípios de CSP. Será dada uma atenção especial à desnutrição e este desafio será
assumido como factor motivador de uma estratégia de desenvolvimento socio-sanitário
que visa trazer mudanças estruturais e sustentáveis nas seguintes áreas:
(i) Melhoria dos serviços de saúde;
(ii) Formação dos funcionários públicos;
(iii) Investigação;
(iv) Impacto político da intervenção da sociedade civil; e,
(v) Transformação cidadã para garantir que esse problema esteja na agenda política
do país e seja uma prioridade e não um programa vertical com prazo de validade
liderado por agendas externas.

A defesa do direito à saúde e os princípios dos CSP têm um grande papel na


intervenção. Nos últimos 8 anos, a medicusmundi estabeleceu-se como protagonista
no país na defesa do direito à saúde. Colabora ativamente com organizações da
sociedade civil de base no desenho de campanhas de advocacia cidadã. Neste
contexto, e durante este convénio, serão tratados diferentes temas à volta de questões

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relacionadas com os DSS, os CSP, com uma ênfase especial no problema da
desnutrição. Está planeada: a implementação de campanhas de advocacia cidadã, em
conjunto com OSC moçambicanas de prestígio; a ligação com a indústria criativa, no
sentido de a colocar ao serviço do direito à saúde, através da elaboração do
documentário "Nutrição e Saúde" em Cabo Delgado e a sua divulgação, entre outros
espaços, na II Mostra de Cinema sobre o Direito à Saúde em Moçambique.

Desta forma, serão desenvolvidas três estratégias de implementação para a defesa do


direito à saúde e dos princípios dos CSP:

(i) Por um lado, consolidar a Aliança-CSP como plataforma de referência na


geração e troca de conhecimentos sobre CSP e DSS em Moçambique, com o objectivo
de continuar a integrar o trabalho conjunto de todas as forças nacionais e internacionais
que defendem que a saúde é um direito de todos os cidadãos moçambicanos;

(ii) Segundo, a constituição da primeira Escola de Activismo em Saúde (EAS) no


país, no âmbito da defesa de um sistema público de saúde e do direito à saúde, a partir
de uma abordagem de DSS. A metodologia que se pretende seguir neste componente
é a de conceber um espaço de formação para activistas moçambicanos, com o apoio e
orientação de especialistas activistas dos direitos humanos de âmbito internacional no
campo da saúde (como o PHM) e outros. A EAS terá um componente digital
predominante para desenvolver a nível de Maputo e das capitais provinciais, onde há
acesso adequado e fácil aos meios de comunicação sociais e digitais. No entanto, para
alcançar as comunidades mais remotas e promover a geração de ativismos locais, além
da capital, onde se concentra a massa intelectual, serão utilizados outros meios como
rádios e espaços comunitários, para uma transformação social em áreas isoladas.

(iii) Finalmente, haverá uma série de actividades destinadas a melhorar o diálogo


político, bem como a conscientização pública sobre o direito à saúde. Essas atividades
serão: (i) a II Conferência Internacional sobre DSS, com especial atenção à nutrição, (ii)
campanhas de consciencialização nos meios de comunicação social, (iii) mostra de
cinema sobre saúde e direitos, coincidindo com a realização da conferência
internacional.

Nos últimos tempos, a organização e a participação cidadã assumiram uma nova


dimensão com o uso das novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Es tas
tecnologias são ferramentas com enorme potencial para que, enquanto cidadãos,
transformemos as nossas causas não apenas em questões locais, mas também em
questões de interesse nacional e, às vezes, até internacional. Além disso, ajudam-nos
a circular informações com maior facilidade e rapidez, para que mais pessoas
conheçam, comuniquem, se coordenem e organizem com menos recursos e esforços.

Com isto, a comunicação online torna-se uma ferramenta muito poderosa para a
actuação das ONGs e, especificamente, para o objetivo de transformação social. O
activismo digital é um mecanismo com muito potencial que pode ser usado para
informar; sensibilizar, denunciar e mobilizar outros cidadãos; e como ferramenta para
influenciar políticas públicas. Têm ajudado a dar voz às causas que, nos meios de
comunicação social tradicionais, não são visíveis e facilitam o processo de organização
e comunicação, tão importante nas ações de advocacia.

Estamos em Moçambique com um ecossistema digital incipiente e, por isso, com uma
oportunidade para as organizações sociais ocuparem este espaço digital, colocar-se
numa posição de força num panorama em construção e fazer dos meios de

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comunicação social digital (redes e web 2.0) um instrumento ao serviço da construção
e transformação social. A actual fase embrionária do ecossistema digital moçambicano
é uma oportunidade para que a visão social seja feita com um espaço importante e, ao
mesmo tempo, condicionar a configuração deste ecossistema.

Para isso, é importante que as organizações que compartilham a sensibilidade da


Aliança-CSP, construam um substrato de actividade digital favorável que acabe por
gerar a dinâmica de uso transformador destas ferramentas. Ou seja, as próprias
organizações devem ser as primeiras a aproveitar esta oportunidade e assumir o
controlo.

Por um lado, há uma apreciação da necessidade de: 1) assegurar habilidades digitais


básicas no pessoal técnico que deve trabalhar nas acções conjuntas da Aliança-CSP,
bem como conhecimento teórico / prático essencial no uso de certas redes sociais e
ferramentas digitais; 2) familiarizar-se com o campo do activismo digital e o uso das TIC
para causas ou questões sociais, tanto na consciencialização como na defesa de
direitos, estabelecendo uma estrutura teórica e estratégica compreendida e
compartilhada por todos; e, 3) gerar ou reforçar o trabalho de aliança a nível online, o
que favorecerá o trabalho offline.

2. OBJECTIVOS

i. Objectivo geral:
Potenciar o uso das ferramentas digitais na defesa do direito à saúde em
Moçambique.

ii. Objectivos específicos:


Fomentar a cultura digital nas organizações que formam a Aliança-CSP.
Gerar uma identidade digital da Medicus Mundi em Moçambique.
Gerar uma identidade digital da Aliança-CSP.
Estabelecer as bases preliminares da identidade digital da Escola de Activismo
em Saúde (EAS).

3. PRODUTOS ESPERADOS

Espera-se que no final dos trabalhos a equipa contratada possa, de facto, ajudar a
exprimir o potencial das ferramentas digitais na defesa do direito à saúde em
Moçambique e colocar as bases de um identidade digital no âmbito do activismo e da
defesa do direito à saúde, tanto a nível interno (medicusmundi), como dos nossos
parceiros e aliados (Aliança-CSP e Escola de Activismo em Saúde).

A equipa contratada terá, portanto, um papel fundamental no apoio à criação da primeira


Escola de Activismo em Saúde (EAS) no país, no âmbito da defesa de um sistema
público de saúde e do direito à saúde, a partir de uma abordagem de DSS. A
metodologia que se pretende seguir neste componente é a de conceber um espaço de
formação para activistas moçambicanos, com o apoio e orientação de especialistas

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activistas dos direitos humanos de âmbito internacional no campo da saúde (como o
PHM) e outros. A EAS terá um componente digital predominante, para desenvolver a
nível de Maputo e das capitais provinciais, por isso a equipa contratada terá como
principal missão estabelecer os princípios e as bases que orientarão a vocação
formativa e de activismo digital desta escola.

De forma específica, os produtos esperados são:

Curso básico de activismo digital para os membros da Aliança-CSP (último


trimestre de 2019)
Geração de identidade digital na medicusmundi Moçambique (último trimestre
de 2019 e primeiro semestre de 2020)
Geração de identidade digital na Aliança-CSP (último trimestre de 2019 e
primeiro semestre de 2020)
Acompanhamento do processo inicial de implementação da Escola de Activismo
Digital (durante todo o ano de 2020).

4. METODOLOGIA DO TRABALHO

A estratégia a apresentar na proposta deve estar baseada nos seguintes 4 eixos/acções:

 Promoção da cultura digital entre as organizações que compõem a Aliança-CSP.

 Geração de uma identidade digital da medicusmundi em Moçambique.

 Geração de uma identidade digital da Aliança-CSP.

 Estabelecimento das bases preliminares da identidade digital da Escola de


Activismo em Saúde (EAS).

Assim, esta estratégia de 4 eixos e acções deve ser considerada como uma única acção
em cadeia. A primeira das acções do eixo da promoção da cultura digital deverá ser
concretizada mediante a realização de um curso básico de activismo digital para os
membros da Aliança-CSP. Esta primeira acção actuará como um gatilho para o
arranque dos os outros eixos/accções previstas. O curso básico deverá ter lugar em
Maputo, em formato presencial, e ter uma duração mínima de três dias completos.

Através deste curso básico de activismo digital, serão fornecidos recursos teóricos,
estratégias e ferramentas concretas, com o objetivo de formar um grupo de trabalho
preparado, coordenado, efetivo e estável, responsável por gerar as condições para que
o ambiente digital seja construído. Um espaço natural das actividades da Aliança-CSP,
realizadas no campo da comunicação e do activismo digital das organizacionais-
membro.

As 3 ações restantes devem ser incluídas na proposta apresentada, mas a sua


metodologia poderá ser especificada com maior detalhe, uma vez que o curso tenha

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sido realizado e haja um conhecimento mais profundo das necessidades específicas,
quer da medicusmundi, quer da Aliança-CSP e da EAS.

5. PREMISSAS BÁSICAS

A equipa/entidade contratada deve manter rigor, isenção e descrição na execução das


suas funções; e manter confidencial toda a informação a que tenha acesso enquanto
contratada por esta organização.

As premissas básicas de comportamento ético e profissional por parte da equipa


contratada devem incluir:

 Responsabilidade. Qualquer discordância ou divergência de opinião que possa


surgir entre os membros da equipa ou entre eles e os responsáveis do acordo
serão discutidas e acordadas no seio da entidade adjudicadora dos trabalhos.
 Integridade. A equipe contratada tem a responsabilidade de destacar as
questões não especificamente mencionadas nos presentes termos de
referência, se necessário, para obter uma análise mais completa da intervenção.
 Reconhecimento da informação. Cabe à equipa contratada assegurar a
precisão das informações recolhidas para a elaboração do produto e, finalmente,
a mesma é responsável pelas informações apresentadas na versão final.
 Incidentes. Sempre que surgirem problemas durante a realização do trabalho
ou em qualquer outra fase dos trabalhos, estes devem ser comunicados
imediatamente à entidade adjudicante (medicusmundi). Caso contrário, a
existência de tais problemas não poderá de nenhum modo ser utilizada para
justificar o fracasso em obter os resultados previstos na presente declaração de
Termos de Referência.
 Direitos de autor e de divulgação. Os produtos realizados serão propriedade
da medicusmundi. A medicusmundi, como entidade beneficiária da prestação
de serviços/trabalhos efectuados tem o direito de poder usar o produto final, com
o fim de o implementar em futuros projectos em Moçambique.
 Penalidades/Sanções. Em caso de atraso na entrega dos produtos ou no caso
em que a qualidade dos mesmos for claramente inferior à exigida, serão
aplicadas as penalidades previstas no contrato a ser assinado.

6. PRAZOS PARA CONCLUSÃO, ORÇAMENTO E DOCUMENTOS

Pretende-se que a execução dos serviços seja de 16 meses, a partir da assinatura do


contrato (datas prováveis: 1 de Setembro de 2019 a 31 de Dezembro de 2020).

A proposta deve incluir:

1. Uma proposta narrativa que responda aos objectivos e produtos acima referidos;

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2. Um orçamento detalhado: considerando todos os itens, incluindo todo o tipo de
despesas, taxas, impostos e demais contingências derivadas dos trabalhos a efectuar;
3. Um cronograma. Este deve respeitar os prazos indicados nos TdRs e deve
apresentar uma lógica entre as diferentes etapas apresentadas no mesmo;
4. O perfil dos candidatos (CV ou portfolio incluindo principais características da
equipa técnica, assinalando-se a experiência de cada um em trabalhos de natureza
similar);
5. As propostas podem ser submetidas em português, inglês ou espanhol.
6. Três (3) cartas de referência de empresas ou organizações nos quais já prestaram
serviços deste âmbito, ou qualquer documentação que avale a experiência requerida.

7. REQUISITOS EXIGIDOS

 Licenciatura no âmbito das Ciências da Comunicação ou Jornalismo.


 Outra titulação superior (pós-graduação) nas áreas do Desenvolvimento,
Cooperação Internacional, Conflitos e Estudos de Paz, Relações Internacionais,
Ciências Políticas, Direitos Humanos ou outras relevantes para a compreensão
do contexto.
 Experiência profissional comprovada como jornalista ou profissional da
comunicação.
 Pelo menos três anos de experiência profissional em elaboração de estratégias
digitais, campanhas cidadãs e de movimentos sociais e activismo digital.
 Experiência em docência e como formador/a nas áreas relevantes para esta
consultoria: activismo digital ou ciberactivismo, redes virtuais, movimentos
sociais, cidadania e sociedade civil, transformação social ou outras relevantes.
 Experiência comprovada no contexto de Moçambique, África Austral e/ou África
Subsariana.
 Congecimentos e partilha dos princípios de defesa do direito à saúde, saúde
pública e cuidados de saúde primários constituem uma vantagem.
 Bons conhecimentos de português e inglês constituem uma vantagem.

8. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DAS PROPOSTAS

Na proposta técnica serão considerados os seguintes critérios gerais de avaliação:

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
# TOTAL: 100 PONTOS PONTUAÇÃO

Experiência de trabalho: número de trabalhos 30


1 realizados nesta temática; experiência de
trabalho na componente de elaboração de
módulos formativos, desenho de currículos e

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desenho de estratégias na área temática acima
mencionada.
Proposta técnica: 30
 Enquadramento
2  Domínio da área temática
 Objectivos
 Metodologia
Proposta Financeira: 20
 Dentro do tecto orçamental
3  Todas as despesas são necessárias
para o serviço a prestar
 Inclui todas as despesas no orçamento
apresentado, incluindo impostos
Cronograma 10
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Apresentação dos documentos solicitados nos 10
5 TdRs (CV, Carta de referência, avales, portfolio)

PONTUAÇÃO FINAL 100

9. SUBMISSÃO DAS PROPOSTAS

As equipas ou entidades interessadas devem enviar a sua proposta, indicando no


assunto "Activismo Digital", que inclua:

 Proposta técnica (objectivos, produtos, metodologia, justificação, cronograma


de trabalhos, materiais e recursos necessários...).

 Proposta financeira (que deverá incluir todas as despesas realtivas aos


serviços prestados (honorários, impostos e perdiem), mas sem incluir despesas
de viagens e alojamento

 CV / Referências / Documentos de Aval, que comprovem a experiência em


trabalhos similares.

Endereços de envio:

representacion.maputo@medicusmundi.es

ivan.zahinos@medicusmundi.es

O prazo de recepção das propostas é até ao dia: 26 de Agosto de 2019.

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