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COORDENADORES DA INFÂNCIA E
JUVENTUDE DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA
DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL
Salvador
Novembro/2019
A lei brasileira nunca cometeu à justiça
especializada a competência para processar
e julgar todos os processos que
envolvessem menores de idade nos polos
ativo ou passivo, ou quando objeto de
pretensão deduzida em juízo, mas sim para
aquelas expressamente estabelecidas na
legislação de regência.
Código de Menores de 1927 (Mello Matos)
Decreto nº 17.943-A
Art. 147. Ao juiz de menores compete:
I, processar e julgar o abandono de menores de 18 annos, nos termos deste Codigo e os crimes ou contravenções por elles
perpetrados;
II, inquirir e examinar o estado physica, mental e moral dos menores, que comparecerem a juizo, e, ao mesmo tempo a situação
social, moral e economica dos paes, tutores e responsaveis por sua guarda;
IV, decretar a suspensão ou a perda do patrio poder ou a destituição da tutela, e nomear tutores;
VI, conceder a emancipação nos termos do art. 9º, paragrapho unico, n. 1, do Codigo
Civil, aos menores "sob sua jurisdicção ;
VII, expedir mandado de buscar a apprehensão de menores, salvo sendo incidente de acção de nullidade ou anullação de
casamento ou do desquite, ou tratando-se de casos da competencia dos juizes de orphãos;
Código de Menores de 1927 (Mello Matos)
Decreto nº 17.943-A
Art. 147. Ao juiz de menores compete:
VIII, processar e julgar as infracções das leis e dos regulamentos de assistencia e protecção aos menores de 18 annos;
IX, processar e julgar as acções de soldada dos menores sob sua jurisdicção;
X, conceder fiança nos processos de sua competencia;
XIl, fiscalizar os estabeleccimentos de preservação e de reforma, e quaesquer outros em que se achem menores
sob sua jurisdição. tomando as providencias que lhe parecerem necessarias;
XIII, praticar todos os actos de jurisdicção voluntaria tendentes já protecção e assistencia aos menores de 18 annos, embora não
sejam abandonados, resalvada a competencia, dos juizes de orphãos;
XIV, exercer as demais attribuições pertencentes aos juizes do direito e comprehensivas na sua jurisdicção privativa;
XV, cumprir e fazer cumprir as disposições deste Codigo, applicando nos casos omissos as disposições de outras leis, que forem
adaptaveis ás causas civeis e criminaes da sua competencia:
XVI, organizar uma estatistica annual e um relatorio documentado do movimento do juizo, que remetterá no Ministro da Justiça e
Negocios Interiores;
Código de Menores de 1979 (Lei 6.697/1979)
•Alguns artigos:
Art. 2º Para os efeitos deste Código, considera-se em situação irregular o menor:
I - privado de condições essenciais à sua subsistência, saúde e instrução obrigatória,
ainda que eventualmente, em razão de:
a) falta, ação ou omissão dos pais ou responsável;
b) manifesta impossibilidade dos pais ou responsável para provê-las;
Il - vítima de maus tratos ou castigos imoderados impostos pelos pais ou responsável;
III - em perigo moral, devido a:
a) encontrar-se, de modo habitual, em ambiente contrário aos bons costumes;
b) exploração em atividade contrária aos bons costumes;
IV - privado de representação ou assistência legal, pela falta eventual dos pais ou
responsável;
V - Com desvio de conduta, em virtude de grave inadaptação familiar ou comunitária;
VI - autor de infração penal.
Parágrafo único. Entende-se por responsável aquele que, não sendo pai ou mãe, exerce,
a qualquer título, vigilância, direção ou educação de menor, ou voluntariamente o traz
em seu poder ou companhia, independentemente de ato judicial.
Art. 6º A autoridade judiciária a que se refere esta Lei será o Juiz de Menores, ou o
Juiz que exerça essa função na forma da legislação local.
Código de Menores de 1979 (Lei 6.697/1979)
Art. 7º À autoridade judiciária competirá exercer diretamente, ou por intermédio de servidor efetivo ou de
voluntário credenciado, fiscalização sobre o cumprimento das decisões judiciais ou determinações
administrativas que houver tomado com relação à assistência, proteção e vigilância a menores.
Parágrafo único. A fiscalização poderá ser desempenhada por comissários voluntários, nomeados pela
autoridade judiciária, a título gratuito, dentre pessoas idôneas merecedoras de sua confiança.
Art. 84. A jurisdição de menores será exercida, em cada Comarca, por Juiz a quem se atribuam as garantias
constitucionais da magistratura, especializado ou não, e, em segundo grau, pelo Conselho da Magistratura ou
órgão Judiciário equivalente, conforme dispuser a Lei de Organização Judiciária.
Art. 85. A jurisdição de menores será exercida através do processo de conhecimento, cautelar e de execução
imprópria, cabendo a execução própria às entidades a que se refere o art. 9º desta Lei.
Art. 86. As medidas previstas neste Código serão aplicadas mediante procedimento administrativo ou
contraditório, de iniciativa oficial ou provocados pelo Ministério Público ou por quem tenha legítimo
interesse.
Art. 87. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder a procedimento previsto nesta ou em outra lei,
a autoridade judiciária poderá investigar livremente os fatos e ordenar, de ofício, as providências.
§ 1º Nos casos de desvio de conduta ou de infração penal, será competente a autoridade do lugar da ação ou
omissão, observadas as regras de conexão, continência e prevenção.
§ 2º A execução das medidas de internação ou de liberdade assistida poderá ser delegada ao Juiz da residência dos
pais ou responsável, ou do local onde sediar-se a entidades que abrigar o menor.
Art. 89. Quando se tratar de menor em situação irregular¹, é competente o Juiz de Menores
para o fim de:
I - suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
II - conceder a emancipação, nos termos da Lei Civil, quando faltarem os pais;
III - designar curador especial em casos de adoção, de apresentação de queixa ou de
representação, e de outros procedimentos judiciais ou extrajudiciais em que haja interesse do
menor;
IV - conhecer de ação de alimentos;
V - determinar o registro de nascimento e de óbito, bem assim a averbação de sua retificação
ou cancelamento, nos casos previstos nesta Lei;
VI - decretar a perda ou a suspensão do pátrio poder e a destituição da tutela.
Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz
que exerce essa função, na forma da lei de organização judiciária local.
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as regras de
conexão, continência e prevenção.
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade competente da residência dos pais ou responsável, ou do
local onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou adolescente.
§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma comarca,
será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade judiciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo
a sentença eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras do respectivo estado.
ECA – Lei nº 8.069/1990
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para:
I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para apuração de ato infracional
atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra norma de proteção à criança ou
adolescente;
VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as medidas cabíveis.
ECA – Lei nº 8.069/1990
Art. 148. (...)
Ao Judiciário:
A) Ao STF:
“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,
precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-
lhe:
.................
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas
em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face
desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.”
A Constituição da República e as competências
dos Tribunais Jurisdicionais e Administrativos
Veja-se:
*CONVERGE, ATÉ PORQUE O PRÓPRIO ECA INCLUIU A HIPÓTESE NO SEU ART. 148, IV.
1º Turma: DECISÃO PROCESSUAL CIVIL. COMPETÊNCIA. AÇÃO CIVIL PÚBLICA*.
COMPETÊNCIA PARA O PROCESSAMENTO E JULGAMENTO DE DEMANDAS QUE
ENVOLVAM O DIREITO AO FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS E ALIMENTOS A
MENOR DE IDADE. COMPETÊNCIA DA VARA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE.
RECURSO ESPECIAL PROVIDO (RECURSO ESPECIAL Nº 1.465.630 - SC
(2014/0162408-5) RELATOR : MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO).
* Em consonância com este estudo, pois se trata de Ação Civil Pública (Direitos
Coletivos, Difusos ou Individuais Homogêneos).
3° CASO:
Tribunal de Justiça do Ceará TJ-CE - Conflito de competência : CC
0001069-35.2017.8.06.0000 CE 0001069-35.2017.8.06.0000.
EMENTA: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO DE
OBRIGAÇÃO DE FAZER. JUÍZO DA INFÂNCIA E JUVENTUDE E
FAZENDA PÚBLICA. REQUERIMENTO DE FORNECIMENTO DE
MEDICAMENTOS PELA REDE PÚBLICA DE FORMA CONTÍNUA
E POR TEMPO INDETERMINADO. MENOR NO POLO ATIVO.
MATÉRIA DE NÃO SE INSERE NO ROL DO ART. 148 DO ECA.
INEXISTÊNCIA DE SITUAÇÃO DE RISCO*. CONFLITO
CONHECIDO E ACOLHIDO PARA DECLARAR A COMPETÊNCIA
DO JUÍZO SUSCITADO DA 11ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA.
* CONVERGE.
JURISPRUDÊNCIAS DE TRIBUNAIS ESTADUAIS:
4° CASO:
PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA Quinta Câmara Cível Processo: AGRAVO
DE INSTRUMENTO n. 8003806-62.2018.8.05.0000 Órgão Julgador: Quinta Câmara Cível AGRAVANTE: E.
M. D. O. C* Advogado (s): AGRAVADO: ESTADO DA BAHIA e outros Advogado (s): ACORDÃO AGRAVO DE
INSTRUMENTO. DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E CONSTITUCIONAL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE
FAZER. FORNECIMENTO DE FÓRMULA LÁCTEA A BASE DE AMINOÁCIDOS (NEOCATE LCP)À INFANTE.
DECLINAÇÃO DA COMPETÊNCIA PARA UMA DAS VARAS DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE FEIRA DE
SANTANA. DESCABIMENTO. INTERESSE DE CRIANÇA. APLICAÇÃO DO ECA. COMPETÊNCIA ABSOLUTA DA
VARA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE.
* EM DIVERGÊNCIA com este estudo, pois NÃO se trata de Ação Civil Pública (Direitos Coletivos,
Difusos ou Individuais Homogêneos).
5° CASO:
PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ. PROCESSO CIVIL. CONFLITO NEGATIVO
DE COMPETÊNCIA. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. DIREITO À SAÚDE. FORNECIMENTO DE
MEDICAMENTO. MENOR IMPÚBERE. INTERESSES INDIVIDUAIS, DIFUSOS OU COLETIVOS DA CRIANÇA E
DO ADOLESCENTE. COMPETÊNCIA ABSOLUTA DA VARA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE. PRECEDENTES DO STJ
E DESTA CORTE DE JUSTIÇA.
1. Tratam os autos de Conflito Negativo de Competência suscitado pelo Juízo da 3ª Vara da Infância e
Juventude da Comarca de Fortaleza em face do Juízo da 11ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de
Fortaleza.
2. O processo originário compreende ação de obrigação de fazer por meio da qual o autor, menor
impúbere*, requer o fornecimento de exame necessário ao tratamento de sua enfermidade.
* EM DIVERGÊNCIA com este estudo, pois NÃO se trata de Ação Civil Pública (Direitos Coletivos,
Difusos ou Individuais Homogêneos).
JURISPRUDÊNCIAS DE TRIBUNAIS ESTADUAIS:
6° CASO:
PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE
OBRIGAÇÃO DE FAZER. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS. PROCEDÊNCIA NA ORIGEM. RECURSO DO
ENTE ESTADUAL. ALEGADA APLICABILIDADE DO RITO DOS JUIZADOS ESPECIAIS DA FAZENDA PÚBLICA. LEI
N. 12.153 /09. INTERESSE INDIVIDUAL DE MENOR. FEITO QUE TRAMITOU NA ORIGEM PELO RITO
ORDINÁRIO. COMPETÊNCIA ABSOLUTA DA VARA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE E, DE CONSEQUÊNCIA,
DESTA CORTE, PARA PROCESSAR E JULGAR OS RECURSOS INTERPOSTOS. Envolvendo o feito
interesse individual de menor*, que pleiteia acesso a ações e serviços de saúde, a
competência é absoluta da Vara da Infância e Juventude, nos termos do art. 148 , inciso IV , c/c 98, inciso
I, 208, VII e 209, todos da Lei 8.069 /90. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.
* EM DIVERGÊNCIA com este estudo, pois NÃO se trata de Ação Civil Pública (Direitos Coletivos,
Difusos ou Individuais Homogêneos).
7° CASO:
Tribunal de Justiça de Pernambuco Poder Judiciário, CÂMARA REGIONAL DE CARUARU – SEGUNDA
TURMA, AGRAVO DE INSTRUMENTO n.º 0012385-34.2019.8.17.9000, Agravante: ESTADO DE
PERNAMBUCO, Agravada: F. S. C.*, Origem: 0002579-43.2019.8.17.2640 (Vara da Fazenda Pública de
Garanhuns-PE, Relator: Des. Évio Marques da Silva. DIREITO DA INFÂNCIA E JUVENTUDE E PROCESSUAL
CIVIL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. FORNECIMENTO DO
MEDICAMENTO NEOCATE LCP 400G PARA O TRATAMENTO DA AGRAVADA. INDEFERIMENTO DO PEDIDO
DE ATRIBUIÇÃO DE EFEITO SUSPENSIVO AO PRESENTE RECURSO. INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO DA VARA DA
FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE GARANHUNS-PE. COMPETÊNCIA ABSOLUTA DO JUÍZO DA VARA
REGIONAL DA INFÂNCIA E JUVENTUDE DE GARANHUNS-PE, NOS TERMOS DOARTIGO 148, IV DO ECA E
DO 83, IV, DO COJE-PE C/C ART. 64, §§ 1º E 4º, DO CPC.
* EM DIVERGÊNCIA com este estudo, pois NÃO se trata de Ação Civil Pública (Direitos Coletivos,
Difusos ou Individuais Homogêneos).
OLHANDO O CASO DE PE* COMO LEADER CASE**:
Código de Organização Judiciária (LCE nº 100/2007):
a) AÇÕES DE ALIMENTOS:
• Tribunal de Justiça de Santa Catarina TJ-SC - Conflito de
competência : CC 0001904-22.2017.8.24.0000 Palhoça
0001904-22.2017.8.24.0000.
• Tribunal de Justiça do Amazonas TJ-AM - Conflito de
competência : CC 0005017-39.2017.8.04.0000 AM 0005017-
39.2017.8.04.0000.
• Tribunal de Justiça do Piauí TJ-PI - Apelação Cível : AC 0026490-
89.2011.8.18.0004 PI.
b) AÇÕES DE GUARDA:
•Em 1991, foi publicada a Lei nº 8.213/91, que trata sobre os Planos de Benefícios do Regime Geral de
Previdência Social (RGPS). O § 2º do art. 16 previu que o menor que estivesse sob guarda judicial
deveria ser equiparado a filho e, portanto, considerado como dependente do segurado.
•Em 1996, foi editada a MP 1.523/96 (convertida na Lei nº 9.528/97), que alterou a redação do § 2º do
art. 16 da Lei nº 8.213/91 e excluiu o menor sob guarda do rol de dependentes.
•Ocorre que o legislador alterou a Lei nº 8.213/91, mas não modificou o § 3º do art. 33 do ECA.
•Turmas que compõem a Terceira Seção do STJ firmaram inicial entendimento que o critério da
especialidade é o que deve dirimir a questão. Desta forma, o diploma de regência do sistema de
benefícios previdenciários, de caráter especial, deve prevalecer sobre o Estatuto da Criança e do
Adolescente, de caráter geral, no confronto com aquele sobre o tema controvertido: EREsp
801.214/BA, Relator Ministro Nilson Naves, Terceira Turma, DJe de 28 de agosto de 2008; EREsp
696.299/PE, Relator Ministro Paulo Gallotti, Terceira Turma, DJe 4 de agosto de 2009; AgRg no Ag
1.347.407/PI, Relator Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe de 16 de março de 2011.
ACREDITAR, LUTAR, MUDAR
A questão, no entanto, foi agora pacificada pela Corte Especial do STJ.
PROTAGONISTA OU EXPECTADOR?
• Ao menor sob guarda deve ser assegurado o direito ao benefício da pensão por morte mesmo se o
falecimento se deu após a modificação legislativa promovida pela Lei nº 9.528/97 na Lei nº
8.213/91. O ART. 33, § 3º DO ECA DEVE PREVALECER SOBRE A MODIFICAÇÃO LEGISLATIVA
PROMOVIDA NA LEI GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, EM HOMENAGEM AO PRINCÍPIO DA
PROTEÇÃO INTEGRAL E PREFERÊNCIA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ART. 227 DA CF/88) (STJ.
Corte Especial. EREsp 1141788/RS, Min. Rel. João Otávio de Noronha, julgado em 07/12/2016).
•o menor sob guarda tem direito à concessão do benefício de pensão por morte do seu mantenedor,
comprovada a sua dependência econômica, nos termos do art. 33, § 3º, do Estatuto da Criança E do
Adolescente, AINDA QUE O ÓBITO DO INSTITUIDOR DA PENSÃO SEJA POSTERIOR À VIGÊNCIA DA
MEDIDA PROVISÓRIA 1.523/96, REEDITADA E CONVERTIDA NA LEI 9.528/97. FUNDA-SE ESSA
CONCLUSÃO NA QUALIDADE DE LEI ESPECIAL DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
(8.069/90), FRENTE À LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA (RE nos EDcl no RECURSO ESPECIAL Nº
1.411.258 - RS (2013/0339203-9), Min. Rel. Humberto Martins, julgado em 13/09/2018).
•Tema 732 – STJ. Situação do tema: Acórdão publicado. Questão submetida a julgamento: Discussão:
concessão do benefício de pensão por morte a menor sob guarda.
Tese firmada: O menor sob guarda tem direito à concessão do benefício de pensão por morte do seu
mantenedor, comprovada sua dependência econômica, nos termos do art. 33, § 3º do Estatuto da
Criança e do Adolescente, ainda que o óbito do instituidor da pensão seja posterior à vigência da
Medida Provisória 1.523/96, reeditada e convertida na Lei 9.528/97. Funda-se essa conclusão na
qualidade de lei especial do Estatuto da Criança e do Adolescente (8.069/90), frente à legislação
previdenciária.
ATENÇÃO: O problema é recorrente em todo o país.
Por isso, muito mais do que dizer “no meu estado é assim ou
assado”, é relevante que seja analisado em cada unidade o
conteúdo da respectiva Organização Judiciária, verificando se é
ou não o caso de se pleitear ajustes que sejam compatíveis com
a capacidade instalada das Varas da Infância e Juventude, e,
principalmente, harmonizado com a CRFB e com o ECA.
POESIAS de MAXIMIANO CAMPOS
Na loucura, só na loucura,
estarás liberto. O teu mito
é Sol, liberdade e céu aberto.