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ENCONTRO I

Introdução ao estudo da
sociedade senhorial

Bruno G. Alvaro
Departamento de História – Universidade Federal de
Sergipe
O que é o feudalismo?: Debates e
indefinições historiográficas
A problemática inicial
Exemplos de casos de estudo:
• O chamado modelo institucionalista de tipo ideal: o feudalismo carolíngio
• O debate sobre a existência de feudalismo na Península Ibérica
• Uma exceção para os historiadores institucionalistas tradicionais: O caso
da Catalunha
• A Inglaterra e os debates específicos

A historiografia mais comum nos livros didáticos para as explicações do


feudalismo:
• A escola institucionalista: F-L. Ganshof
• O materialismo histórico: “Modo de produção”
• A escola medievalista ou sociedade feudal: Regime feudal e Regime
senhorial
Fragmento documental: Formulae
Meronvingici e Karolini Aevi
Qui se in alterius potestate commendat.
Domino magnifico illo ego enim ille. Dum et omnibus habetur percognitum, qualiter ego minime habeo,
unde me pascere vel vestire debeam, ideo petii pietati vestrae, et mihi decrevit voluntas, ut me in vestrum
mundoburdum tradere vel commendare deberem; quod ita et feci; eo videlicet modo ut me tam de victu
quam et de vestimento, iuxta quod vobis servire et promereri potuero, adiuvare vel consolare debeas, et
dum ego in capud advixero, ingenuili ordine tibi servicium vel obsequium impendere debeam et de vestra
potestate vel mundoburdo tempore vitae meae potestatem non habeam subtrahendi, nisi sub vestra
potestate vel defensione diebus vitae meae debeam permanere. Unde convenit ut, si unus ex nobis de
has convenentiis se emutare voluerit, solidos tantos pari suo componat, et ipsa convenentia firma
permaneat; unde convenit, ut duas epistolas uno tenore conscriptas ex hoc inter se facere vel adfirmare
deberent; quod ita et facerunt.
Aquele que se recomenda ao poder de um outro.
Ao magnífico senhor x, eu, y. Dado que é inteiramente conhecido de todos que eu não tenho com que me
sustentar nem com que me vestir, solicitei à vossa piedade – e a vossa vontade concedeu-mo – poder
entregar-me ou recomendar-me na vossa mundoburdo; o que fiz: pelo que, deste modo, devereis vós
ajudar-me e auxiliar-me tanto quanto ao sustento como quanto ao vestir, na medida em que eu puder
servir-vos e merecer-vos. E enquanto eu viver vos deverei servir e respeitar como o pode fazer um homem
livre e em todo o tempo em que viver não terei poder para me subtrair ao vosso poder ou mundoburdo;
mas, pelo contrário, deverei ficar todos os dias da minha vida sob o vosso poder ou proteção. Em
consequência destes fatos, ficou convencionado que, se um de nós quisesse subtrair-se a estas
convenções, seria obrigado a pagar ao seu co-contratante a quantia x em soldos, ficando em vigor a
convenção. Pelo que pareceu bom que as partes fizessem redigir e confirmar dois diplomas do mesmo
teor; o que fizeram.
Feudalismo ou senhorio?

• As querelas entre os conceitos


• Ditadura da palavra?
• Abolir ou problematizar: qual o melhor caminho?
• Em busca de uma análise global das sociedades senhoriais
BIBLIOGRAFIA

Textos base:
DUBY, Georges. A sociedade cavaleiresca. São Paulo: Martins Fontes, 1989. p.
49-56.
GUERREAU, Alain. Feudalismo. In: LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean-Claude.
(Coord.) Dicionário Temático do Ocidente Medieval. Bauru: Edusc; São Paulo:
Imprensa Oficial do estado, 2002. 2v. V.1, p. 437-455.
Textos complementares:
BARTHÉLEMY, Dominique. A cavalaria: Da Germânia antiga à França do século
XII. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 2010.
BLOCH, Marc. A sociedade feudal. Lisboa: Edições 70, 1982.
DUBY, Georges. Guerreiros e Camponeses: Os primórdios do crescimento
económico europeu (séc. VII-XII). Lisboa: Estampa, 1978.
GANSHOF, F-L. Que é o Feudalismo? Lisboa: Europa-América, s/d.
GUERREAU, Alain. O feudalismo: Um horizonte teórico. Lisboa: Edições 70, s/d.

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