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3º e 4º bimestres
Sumário:
1. Absolutismo monárquico
2. Renascimento e revolução científica
3. Grandes navegações e mercantilismo
4. Reforma e contrarreforma religiosa
5. Colonização das Américas por europeus
1. Absolutismo Monárquico
TEORIAS ABSOLUTISTAS
“Daqui nasce um dilema: é melhor ser amado que temido, ou o inverso? Respondo que
seria preferível ser ambas as coisas, mas, como é muito difícil conciliá-las, parece-me
muito mais seguro ser temido que amado, se só se puder ser uma delas. Há uma coisa
que se pode dizer, de uma maneira geral, de todos os homens: que são ingratos, mutáveis,
dissimulados, inimigos do perigo, ávidos de ganhar. Enquanto lhes fazes bem, são teus,
oferecem-te o seu sangue, os seus bens, a sua vida e os seus filhos (...) porque a
necessidade é futura; mas quando ela se aproxima, furtam-se, e o príncipe que se baseou
somente nas suas palavras encontra-se despojado de outros preparativos, está perdido.
As amizades que se conquistam com dinheiro, e não pelo coração nobre e altivo, fazem
sentir os seus efeitos - mas são como se não as tivéssemos, pois de nada nos servem
quando delas precisamos. Os homens hesitam menos em prejudicar um homem que se
torna amado do que outro que se torna temido, pois o amor mantém-se por um laço de
obrigações que, em virtude de os homens serem maus, quebra-se quando surge ocasião
de melhor proveito. Mas o medo mantém-se por um temor do castigo que nunca nos
abandona. Contudo, o príncipe deve fazer-se temer de tal modo que, se não conseguir a
amizade, possa pelo menos fugir à inimizade, visto haver a possibilidade de ser temido e
não ser odiado, ao mesmo tempo. Isto sucederá, sempre, se ele se abstiver de se
apoderar dos bens e riquezas dos seus cidadãos e súditos e também das suas mulheres.
E quando for obrigado a proceder contra o sangue de alguém, não deve agir sem
justificação conveniente nem causa manifesta. Acima de tudo, convém que se abstenha
de tocar nos bens de outrém, porque os homens esquecem mais depressa a morte do seu
pai do que a perda do seu patrimônio.”
(Maquiavel citado por MARQUES, Adhemar; BERUTTI, Flávio e FARIA, Ricardo. História
Moderna através de textos. 2a.ed, São Paulo, Contexto, 1990; pp.59-60)
Thomas Hobbes - pensador inglês, autor da obra O Leviatã, na qual afirma que
a necessidade de um Estado forte e centralizado advém da violência das
relações sociais. Diante da competição existente entre os seres humanos que
vivem em sociedade, torna-se necessária a formulação de um “pacto” (contrato
social), segundo o qual os homens renunciam à liberdade em troca da segurança
oferecida pelo Estado. Assim, na opinião de Hobbes, o poder é concedido pelo
povo.
“O único caminho para erigir semelhante poder comum, capaz de defendê-los contra a
invasão dos estrangeiros e contra as injúrias alheias, assegurando-lhes de tal modo que
por sua própria atividade e pelos frutos da terra poderão nutrir-se a si mesmos e viver
satisfeitos, é conferir todo o seu poder e fortaleza a um homem ou a uma assembleia de
homens, todos os quais, por pluralidade de votos, possam reduzir suas vontades a uma
vontade. Isto equivale dizer: eleger um homem ou uma assembleia de homens que
representem sua personalidade; e que cada um considere como próprio e se reconheça a
si mesmo como autor de qualquer coisa que faça ou promova aquele que representa sua
pessoa, naquelas coisas que concernem à paz e à segurança comuns; que, além disso,
submetam suas vontades cada um à vontade daquele, e seus juízos a seu juízo. Isto é
algo mais que consentimento ou concórdia; é uma unidade real de tudo isso em uma e
mesma pessoa, instruída por pacto de cada homem com os demais, de tal forma como se
cada um dissesse a todos: autorizo e transfiro a este homem ou assembleia de homens
meu direito de governar-me a mim mesmo, com a condição de que todos vós transferireis
a ele vosso direito, e autorizeis todos seus atos da mesma maneira. Feito isto, a multidão
assim unida em uma pessoa se denomina Estado, em latim, Civitas. Esta é a geração
daquele grande Leviatã, ou melhor (falando com mais reverência), daquele Deus mortal,
ao qual devemos, sob o Deus imortal, nossa paz e nossa defesa. Porque em virtude desta
autoridade que se lhe confere por cada homem particular no Estado, possui e utiliza tanto
poder e fortaleza, que, pelo terror que inspira é capaz de conformar as vontades de todos
eles para a paz, em seu próprio país, e para a mútua ajuda contra seus inimigos, no
estrangeiro...”
(Hobbes citado em MARQUES, Adhemar; BERUTTI, Flávio e FARIA, Ricardo. História
Moderna através de textos. 2a.ed, São Paulo, Contexto, 1990; p.61)
“Três razões fazem ver que este governo é o melhor. A primeira é que é o mais natural e
se perpetua por si próprio ... A segunda razão... é que esse governo é o que interessa
mais na conservação do Estado e dos poderes que o constituem: o príncipe, que trabalha
para o seu Estado, trabalha para os seus filhos, e o amor que tem pelo seu reino,
confundido com o que tem pela sua família, torna-se-lhe natural... A terceira razão tira-se
da dignidade das casas reais... A inveja, que se tem naturalmente daqueles que estão
acima de nós, torna-se aqui em amor e respeito; os próprios grandes obedecem sem
repugnância a uma família que sempre viram como superior e à qual se não conhece outra
que a possa igualar... O trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio
Deus... Os reis... são deuses e participam de alguma maneira da independência divina. O
rei vê de mais longe e de mais alto; deve acreditar-se que ele vê melhor, e deve obedecer-
se-lhe sem murmurar, pois o murmúrio é uma disposição para a sedição.”
(Bossuet citado em MARQUES, Adhemar; BERUTTI, Flávio e FARIA, Ricardo. História
Moderna através de textos. 2a.ed, São Paulo, Contexto, 1990; p.62)
O ABSOLUTISMO FRANCÊS
Na França, como vimos, o poder real foi se fortalecendo a partir da Baixa Idade
Média, sobretudo durante o reinado da dinastia Capetíngia. O auge do poder
absoluto dos monarcas franceses, contudo, verificou-se no século XVII, sob o
governo dinastia Bourbon.
Cardeal Richelieu
Luís XIV transferiu ainda a Corte francesa de Paris para Versalhes, onde
mandou construir um imponente e luxuoso palácio que passou a consumir boa
parte das rendas do Estado. Aliás, a Corte da França na época de Luís XIV era
uma das mais dispendiosas da Europa: em torno do rei, viviam nobres que
usufruíam de enormes regalias sem contribuir em nada para aumentar a renda
do Tesouro.
Não é à toa que, em pouco tempo, a prosperidade obtida com a incipiente
industrialização da França foi neutralizada pelos gastos reais com o sustento do
exército, da burocracia, da Corte e da construção de Versalhes. Essa crise
tornou-se particularmente aguda no reinado de Luís XVI, quando ocorre a
Revolução Francesa.
O ABSOLUTISMO INGLÊS
A guerra entre Yorks e Lancaster foi sangrenta e devastadora e fez subir ao trono
Henrique Tudor, descendente da família Lancaster e unido aos York por
matrimônio, que encerrou o conflito e sagrou-se rei da Inglaterra com o título de
Henrique VII (1485-1509).
Seu filho, Eduardo VI (1547-1553), teve um reinado curto e foi substituído pela
meia-irmã, Maria Tudor, ou Maria Sanguinária, católica famosa pelas
perseguições que impôs aos protestantes.
Elizabete I
Origem do Renascimento
No entanto, isto não quer dizer que a religião foi desvalorizada, mas sim
questionada. Por isso, surgiram novas formas de devoção neste período e houve
grande renovação das ordens religiosas, por exemplo.
Renascimento artístico
Renascimento literário
Outro grande nome do Trecento foi Bocaccio e sua obra "Decameron", onde
seus contos satíricos criticavam o ascetismo medieval.No terceiro período,
o Cinquecento (1500), Roma passou a ser o principal centro da arte
renascentista. Foi construída a basílica de São Pedro, no Vaticano, projeto do
arquiteto Donato Bramante.
Revolução científica
O declínio do sistema feudal foi essencial para o surgimento de uma nova ordem
e mentalidade na Europa.
A Idade Média foi caracterizada pelo pelo sistema feudal, o teocentrismo e uma
sociedade estamental (rei-nobre-clero-servos), a qual impossibilitava a
mobilidade social.
Principais representantes
Resumo
• Monarquia consolidada;
• Território unificado;
• Investimento no desenvolvimento de conhecimento náutico;
• Interesse da sociedade na expansão do comércio;
• Investimentos estrangeiros no comércio;
• Posição geográfica.
No século XV, Portugal era uma nação politicamente estável. Essa estabilidade
foi garantida pela Revolução de Avis, realizada entre 1383 e 1385. Com isso,
Portugal teve melhores condições para investir no desenvolvimento do comércio
e da tecnologia náutica. Em comparação, as nações vizinhas (Espanha, França
e Inglaterra) ainda procuravam estabilidade política nesse mesmo período.
Outro fator era a questão territorial, uma vez que o território português já havia
sido consolidado desde o século XIII, quando a região de Algarve foi
reconquistada dos mouros (muçulmanos que invadiram a Península Ibérica no
século VIII). Os vizinhos espanhóis, por exemplo, só garantiram certa unificação
territorial no final do século XV.
Outro fator importante foi a relevância comercial assumida por Portugal por volta
do século XV. Essa importância e vocação comercial dos portugueses
resultaram da influência dos mouros no período em que dominaram a Península
Ibérica. Por fim, há que se destacar que Lisboa havia recebido grandes
investimentos de comerciantes genoveses, que estavam interessados em
transformar a cidade em um grande centro comercial.
Havia ainda a questão geográfica: Portugal estava posicionado mais a oeste que
qualquer outra nação europeia. Além disso, era o país europeu mais próximo da
costa oeste do continente africano. Isso fazia de Portugal ponto de partida para
expedições que buscavam uma nova rota para alcançar a Índia e o tão valorizado
comércio das especiarias.
A soma de todos esses fatores fez com que Portugal tivesse as condições
necessárias para ser a nação pioneira das Grandes Navegações, processo que
resultou em grandes “descobertas”:
Consequências
Mercantilismo
Características do mercantilismo
Todas essas práticas foram usadas pelas nações europeias para conquistar a
tão almejada balança comercial favorável, isto é, as receitas e as vendas
superando os gastos e as compras do Estado. Um acontecimento extremamente
importante para o sucesso dessas práticas econômicas entre as nações
europeias foi o colonialismo.
O colonialismo foi fundamental para os Estados europeus, pois permitiu que eles
explorassem inúmeros recursos de suas colônias e os enviassem para a Europa.
Isso também possibilitou que essas colônias fossem transformadas em
consumidores compulsórios de suas metrópoles, por conta do exclusivismo
comercial.
Além disso, estabeleciam-se políticas rigorosas que definiam com quem uma
nação poderia comercializar e com quem não poderia. Outra forma de
combater as importações de mercadorias era incentivar que as mesmas fossem
produzidas em seu próprio território. Assim, os monarcas absolutistas que
adotaram o mercantilismo incentivaram o desenvolvimento de manufaturas em
seus reinos.
Essas formas de obtenção de riqueza iam além disso, pois incluíam práticas de
saque em conflitos e, no caso inglês, o incentivo ao corso, isto é, a pirataria. A
Inglaterra financiou uma série de corsários ao longo dos séculos XVI e XVII para
que eles saqueassem embarcações espanholas que saíam da América
carregadas de ouro e prata. Os estados absolutistas também confiscaram bens
de parte da população, como aconteceu com os judeus na Espanha no final do
século XV.
A navegação marítima e o
colonialismo contribuíram para a consolidação do mercantilismo.
Tipos de mercantilismo
→ Mercantilismo comercial
→ Mercantilismo industrial
4. Reforma e Contrarreforma
A Reforma Protestante foi iniciada por Martinho Lutero (1483-1546), teólogo que
criticava certas práticas da Igreja como a venda de indulgências.
Por isso, em 1520, o papa Leão X exigiu a retratação de Lutero, que se negou a
fazê-lo. No ano seguinte, o imperador Carlos V convocou a "Dieta de Worms",
uma reunião de príncipes germânicos que considerou o monge como herege.
Embora perseguido por suas ideias, parte da nobreza alemã começou a
simpatizar com Lutero. Tratava-se de pessoas que também queriam a renovação
da Igreja Católica.
Por sua parte, a Igreja Católica passou por uma transformação. Deu-se mais
atenção à formação e à moralidade do clero, ao ensino da doutrina e valorização
da vida religiosa voltada para a educação e ao cuidado dos enfermos.
Colonização Espanhola
Hernán Cortes
Cortés decidiu explorar o império asteca. Para evitar que seus poucos soldados
voltassem a Cuba, ele ordenou que seus navios fossem afundados. O exército
de Cortés viajou para a cidade de Tenochtitlán, onde permaneceu durante
vários meses, como convidado de Montezuma. No entanto, alguns líderes
astecas começam a suspeitar que os espanhóis tivessem a intenção de
conquistar seu império. Em uma batalha definitiva, eles expulsaram os
espanhóis da cidade asteca, matando e ferindo mais da metade do pequeno
exército de Cortés.
Apesar da derrota, Cortés adquiriu muitos aliados nativos. Malinche, uma nobre
asteca que havia sido vendida como escrava, ajudou Cortés a negociar com os
líderes locais. Tendo aprendido a língua espanhola, ela agiu como intérprete e
como informante; seu conhecimento e influência ajudaram Cortés a conquistar
mais aliados entre os nativos.
Cortés, a seguir, agregou seus homens aos aliados nativos e iniciou um cerco à
cidade de Tenochtitlán. Os astecas resistiram, mas a maioria foi morta ou
capturada. Muitos astecas também morreram de varíola - uma doença
introduzida pela presença europeia. Em 1521, após três anos de cerco à cidade,
Tenochtitlán foi conquistada por Cortés. O ambicioso conquistador passava a
controlar todo o México.
Francisco Pizarro
Apesar destas leis humanistas, ao final do século XVI, como parte dos esforços
missionários da Contrarreforma, a Igreja Católica enviou vários de seus
melhores freis espanhóis às Américas com a missão de converter os nativos ao
cristianismo.
Nas Américas, a Holanda foi uma potência colonizadora por curto período de
tempo, apenas, ao contrário de seu controle sobre as ilhas nas Índias Orientais,
que durou aproximadamente três séculos. A Companhia Holandesa das Índias
Orientais estabeleceu um monopólio de pimenta e especiarias, e em seguida, de
algodão, seda, chá e café.
Outras colônias inglesas foram fundadas por pessoas que vieram à América por
motivos econômicos. Em 1607, um grupo de aristocratas ingleses fundou uma
colônia em Jamestown, no atual estado norte-americano da Virgínia. Estes
colonos esperavam encontrar ouro e grandes tesouros na sua recém-fundada
colônia, mas isto não ocorreu, e muitos deles, que não se preocuparam em
estocar comida, morreram de fome durante seu primeiro inverno nas Américas.
Os colonizadores seguintes perceberam que a grande riqueza que procuravam
nas colônias norte-americanas era de fato o seu território, que era abundante e
livre para ser apossado.
Conflitos Coloniais
Colonização do Brasil
Capitanias hereditárias
Até o começo do século XVII, o grupo mais escravizado no Brasil era o dos
indígenas, sendo que eles eram capturados pelos bandeirantes e revendidos
pela colônia como escravos. A escravização indígena tinha forte oposição
dos jesuítas e foi definitivamente proibida em 1757, por meio de uma
determinação do Marquês de Pombal.
Os africanos escravizados, por sua vez, foram introduzidos no Brasil por volta
da década de 1550. Eles eram trazidos por meio do tráfico negreiro, atividade
econômica extremamente lucrativa para os portugueses e para os colonos. Com
o tempo, os africanos se tornaram o grupo mais escravizado no Brasil. Ao
longo de nossa história, quase cinco milhões de africanos foram trazidos para
cá.
Nesse cenário, a resistência era uma solução para muitos escravos, que
fugiam, formavam quilombos, se rebelavam contra os seus “senhores”, lutavam
para manter viva sua cultura etc. O tráfico negreiro só foi proibido em 1850, e a
escravização de pessoas só foi abolida em 1888, momento em que o Brasil já
era uma nação independente.
O comércio de negros africanos como escravos foi uma das principais atividades
comerciais dos países dominantes no período de 1501 a 1867.
Comércio África-América
A prática era gerenciada por seis nações: Inglaterra, Portugal, França, Espanha,
Países Baixos e Dinamarca.
A justificativa comercial para sustentar a exploração de escravos africanos era
que somente com os escravos seria possível manter os baixos preços de
produtos como açúcar, arroz, café, anil, fumo, metais e pedras preciosas.
Escravos Africanos
A explicação para o uso da mão de obra africana forçada nas colônias é alvo de
diversas correntes de pesquisas históricas.
No início justificava-se que os negros eram inferiores, que haviam perdido uma
guerra e assim poderia ser escravizados.
Também houve a crença que o negro africano foi escravizado porque o índio não
se deixou escravizar ou porque morreu de doenças trazidas pelos colonizadores.
A escravidão era uma instituição presente nas sociedades africanas, mas não
tinha fins comerciais, e representava dominação e poder do mais forte sobre o
fraco.
Os inimigos eram a única "mercadoria" que eles tinham para oferecer e assim,
poder comprar os valiosos objetos trazidos pelos europeus.
Rotas
O setor açucareiro absorveu 80% dos negros retirados da África. Havia dois
pontos, o norte, de expedições que partiam da Europa e da América do Norte; e
o sul, partindo do Brasil.
Oceano Índico