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Apostila – Primeiro ano – História

3º e 4º bimestres

Sumário:

1. Absolutismo monárquico
2. Renascimento e revolução científica
3. Grandes navegações e mercantilismo
4. Reforma e contrarreforma religiosa
5. Colonização das Américas por europeus

1. Absolutismo Monárquico

O Absolutismo Monárquico é a doutrina política que concede poder ilimitado a


um monarca sobre o Estado e o seu povo. No sistema de Absolutismo
Monárquico, o poder do monarca não pode ser contestado ou regularizado por
qualquer órgão judicial, legislativo ou religioso. Historicamente, o Absolutismo
Monárquico era o tipo de regime político que predominou na Europa entre os
séculos XVI e XVIII. Sua consolidação marcou o fim do período medieval e o
início da modernidade.

A crise do feudalismo, iniciada no século XI, acarretou, como vimos, inúmeras e


significativas transformações na vida das sociedades europeias da Baixa Idade
Média: transformações econômicas, com o renascimento urbano-comercial,
transformações sociais, com o surgimento e fortalecimento da burguesia,
transformações culturais, com a substituição da mentalidade teocêntrica pela
antropocêntrica. No plano político, as mudanças também ocorreram: da
fragmentação de poderes, típica da Idade Média, assistiu-se à formação e
fortalecimento dos Estados Nacionais Europeus.

Esse processo de centralização do poder do Estado originou-se da conjugação


de interesses entre rei e burguesia: o primeiro interessado em fortalecer sua
autoridade, que só possuía por direito, mas não a exercia, e a segunda
desejando reduzir os obstáculos que se impunham ao seu pleno
desenvolvimento econômico. Nesse sentido, a burguesia “equipou” o rei
(munindo-o de um exército permanente e profissional) para que ele pudesse
submeter todos os súditos à sua autoridade. O aparelho de Estado, com esse
exército, foi montado, contando ainda com uma burocracia e uma justiça reais.

A centralização e concentração do poder político em mãos dos monarcas


intensificou-se de tal maneira no início da Idade Moderna, que permitiu o
nascimento de um fenômeno típico desse período: o Absolutismo.

Observado com maior intensidade em algumas regiões da Europa Ocidental, o


Estado Absolutista representou o absoluto exercício do poder pelos monarcas
que monopolizavam a força, a tributação e a justiça.
Por outro lado, o Absolutismo não representava nenhuma categoria social, com
exclusividade, apesar de se ter apoiado na burguesia para surgir. Ou seja, para
manter sua força, o monarca se “equilibrava” nas tensões sociais que opunham
nobreza e burguesia, concedendo privilégios e altos cargos administrativos para
a nobreza e vantagens econômicas para a burguesia.

TEORIAS ABSOLUTISTAS

No início da Idade Moderna, alguns pensadores dedicaram-se a justificar os


poderes absolutos dos reis, dentre os quais se destacaram:

Nicolau Maquiavel - pensador renascentista italiano, tido como pai da Teoria


Política; em sua obra O Príncipe, defende a criação de um Estado unificado, com
poder político forte e centralizado. Advogava a separação entre política e moral
no exercício do poder. Não pretendeu retratar um ideal que levasse em
consideração ideias de justiça e perfeição: determinou apenas os meios pelos
quais os homens de Estado de sua época atingiriam os fins a que se propunham
(“os fins justificam os meios”).

“Daqui nasce um dilema: é melhor ser amado que temido, ou o inverso? Respondo que
seria preferível ser ambas as coisas, mas, como é muito difícil conciliá-las, parece-me
muito mais seguro ser temido que amado, se só se puder ser uma delas. Há uma coisa
que se pode dizer, de uma maneira geral, de todos os homens: que são ingratos, mutáveis,
dissimulados, inimigos do perigo, ávidos de ganhar. Enquanto lhes fazes bem, são teus,
oferecem-te o seu sangue, os seus bens, a sua vida e os seus filhos (...) porque a
necessidade é futura; mas quando ela se aproxima, furtam-se, e o príncipe que se baseou
somente nas suas palavras encontra-se despojado de outros preparativos, está perdido.
As amizades que se conquistam com dinheiro, e não pelo coração nobre e altivo, fazem
sentir os seus efeitos - mas são como se não as tivéssemos, pois de nada nos servem
quando delas precisamos. Os homens hesitam menos em prejudicar um homem que se
torna amado do que outro que se torna temido, pois o amor mantém-se por um laço de
obrigações que, em virtude de os homens serem maus, quebra-se quando surge ocasião
de melhor proveito. Mas o medo mantém-se por um temor do castigo que nunca nos
abandona. Contudo, o príncipe deve fazer-se temer de tal modo que, se não conseguir a
amizade, possa pelo menos fugir à inimizade, visto haver a possibilidade de ser temido e
não ser odiado, ao mesmo tempo. Isto sucederá, sempre, se ele se abstiver de se
apoderar dos bens e riquezas dos seus cidadãos e súditos e também das suas mulheres.
E quando for obrigado a proceder contra o sangue de alguém, não deve agir sem
justificação conveniente nem causa manifesta. Acima de tudo, convém que se abstenha
de tocar nos bens de outrém, porque os homens esquecem mais depressa a morte do seu
pai do que a perda do seu patrimônio.”
(Maquiavel citado por MARQUES, Adhemar; BERUTTI, Flávio e FARIA, Ricardo. História
Moderna através de textos. 2a.ed, São Paulo, Contexto, 1990; pp.59-60)

Thomas Hobbes - pensador inglês, autor da obra O Leviatã, na qual afirma que
a necessidade de um Estado forte e centralizado advém da violência das
relações sociais. Diante da competição existente entre os seres humanos que
vivem em sociedade, torna-se necessária a formulação de um “pacto” (contrato
social), segundo o qual os homens renunciam à liberdade em troca da segurança
oferecida pelo Estado. Assim, na opinião de Hobbes, o poder é concedido pelo
povo.

“O único caminho para erigir semelhante poder comum, capaz de defendê-los contra a
invasão dos estrangeiros e contra as injúrias alheias, assegurando-lhes de tal modo que
por sua própria atividade e pelos frutos da terra poderão nutrir-se a si mesmos e viver
satisfeitos, é conferir todo o seu poder e fortaleza a um homem ou a uma assembleia de
homens, todos os quais, por pluralidade de votos, possam reduzir suas vontades a uma
vontade. Isto equivale dizer: eleger um homem ou uma assembleia de homens que
representem sua personalidade; e que cada um considere como próprio e se reconheça a
si mesmo como autor de qualquer coisa que faça ou promova aquele que representa sua
pessoa, naquelas coisas que concernem à paz e à segurança comuns; que, além disso,
submetam suas vontades cada um à vontade daquele, e seus juízos a seu juízo. Isto é
algo mais que consentimento ou concórdia; é uma unidade real de tudo isso em uma e
mesma pessoa, instruída por pacto de cada homem com os demais, de tal forma como se
cada um dissesse a todos: autorizo e transfiro a este homem ou assembleia de homens
meu direito de governar-me a mim mesmo, com a condição de que todos vós transferireis
a ele vosso direito, e autorizeis todos seus atos da mesma maneira. Feito isto, a multidão
assim unida em uma pessoa se denomina Estado, em latim, Civitas. Esta é a geração
daquele grande Leviatã, ou melhor (falando com mais reverência), daquele Deus mortal,
ao qual devemos, sob o Deus imortal, nossa paz e nossa defesa. Porque em virtude desta
autoridade que se lhe confere por cada homem particular no Estado, possui e utiliza tanto
poder e fortaleza, que, pelo terror que inspira é capaz de conformar as vontades de todos
eles para a paz, em seu próprio país, e para a mútua ajuda contra seus inimigos, no
estrangeiro...”
(Hobbes citado em MARQUES, Adhemar; BERUTTI, Flávio e FARIA, Ricardo. História
Moderna através de textos. 2a.ed, São Paulo, Contexto, 1990; p.61)

Jacques Bossuet - o mais utilizado pensador absolutista para justificar a grande


autoridade dos reis. Sua principal obra, A política inspirada nas Sagradas
Escrituras, defende o “absolutismo de direito divino”, segundo o qual o rei seria
o legítimo representante de Deus na terra e, por isso, seu poder seria, além de
inquestionável, ilimitado.

“Três razões fazem ver que este governo é o melhor. A primeira é que é o mais natural e
se perpetua por si próprio ... A segunda razão... é que esse governo é o que interessa
mais na conservação do Estado e dos poderes que o constituem: o príncipe, que trabalha
para o seu Estado, trabalha para os seus filhos, e o amor que tem pelo seu reino,
confundido com o que tem pela sua família, torna-se-lhe natural... A terceira razão tira-se
da dignidade das casas reais... A inveja, que se tem naturalmente daqueles que estão
acima de nós, torna-se aqui em amor e respeito; os próprios grandes obedecem sem
repugnância a uma família que sempre viram como superior e à qual se não conhece outra
que a possa igualar... O trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio
Deus... Os reis... são deuses e participam de alguma maneira da independência divina. O
rei vê de mais longe e de mais alto; deve acreditar-se que ele vê melhor, e deve obedecer-
se-lhe sem murmurar, pois o murmúrio é uma disposição para a sedição.”
(Bossuet citado em MARQUES, Adhemar; BERUTTI, Flávio e FARIA, Ricardo. História
Moderna através de textos. 2a.ed, São Paulo, Contexto, 1990; p.62)
O ABSOLUTISMO FRANCÊS

Na França, como vimos, o poder real foi se fortalecendo a partir da Baixa Idade
Média, sobretudo durante o reinado da dinastia Capetíngia. O auge do poder
absoluto dos monarcas franceses, contudo, verificou-se no século XVII, sob o
governo dinastia Bourbon.

O iniciador do absolutismo na França foi o Cardeal Richelieu (1624-1642),


Primeiro-Ministro do rei Luís XIII. Buscou enfraquecer a influência política da
nobreza, cassando os direitos de quem se opunha ao rei, ao mesmo tempo em
que garantiu o acesso da burguesia aos cargos administrativos.

Cardeal Richelieu

No plano externo, procurou estender as fronteiras da França no continente


europeu e estabelecer a hegemonia francesa na Europa. Durante o período em
que esteve à frente do poder na França, ocorreu a Guerra dos Trinta Anos (1618-
1648), conflito religioso envolvendo a França e o Sacro Império Romano
Germânico.

O apogeu do absolutismo francês, no entanto, verificou-se durante o reinado de


Luís XIV (1643-1715), o “Rei-Sol”. Luís XIV personificou com perfeição o
monarca absoluto, levando ao extremo seu poderio. Durante seu reinado houve
a total identificação entre os interesses do soberano e os interesses do Estado
(“O Estado sou eu”, dizia ele). O poder era monopolizado pelo rei que, através
de decretos, impunha suas vontades aos súditos. Era assessorado por um
conselho de Estado e por um gabinete de ministros, que tinham um papel
meramente figurativo, pois as decisões mais importantes emanavam do rei.
Luís XIV, chamado de “Rei Sol”

Sob o governo de Luís XIV, a França atingiu a condição de grande potência


europeia: o exército era poderoso, mas a política econômica do Estado era o
grande sustentáculo do poderio real. O Ministro das Finanças de Luís XIV,
durante muito tempo, foi Colbert que pôs em prática os pressupostos
intervencionistas do mercantilismo. Graças a ele, a economia francesa
prosperou e fortaleceu as finanças do Estado, dada uma maior arrecadação
tributária. A manufatura francesa, sobretudo a produção de artigos de luxo,
desenvolveu-se consideravelmente.

Jean Baptiste Colbert

Luís XIV transferiu ainda a Corte francesa de Paris para Versalhes, onde
mandou construir um imponente e luxuoso palácio que passou a consumir boa
parte das rendas do Estado. Aliás, a Corte da França na época de Luís XIV era
uma das mais dispendiosas da Europa: em torno do rei, viviam nobres que
usufruíam de enormes regalias sem contribuir em nada para aumentar a renda
do Tesouro.
Não é à toa que, em pouco tempo, a prosperidade obtida com a incipiente
industrialização da França foi neutralizada pelos gastos reais com o sustento do
exército, da burocracia, da Corte e da construção de Versalhes. Essa crise
tornou-se particularmente aguda no reinado de Luís XVI, quando ocorre a
Revolução Francesa.

O ABSOLUTISMO INGLÊS

Na Inglaterra, o apogeu do Absolutismo ocorreu durante o reinado da família


Tudor, sobretudo sob Henrique VIII (1509-1545) e Elizabeth I (1558-1603).
Vimos que, durante o governo da dinastia Plantageneta, os poderes
monárquicos na Inglaterra enfraqueceram-se muito, abrindo espaço para o
predomínio dos poderes da nobreza. A situação inglesa tornou-se muito difícil,
ainda na Idade Média, quando foi derrotada pela França na Guerra dos Cem
Anos.

O fim do conflito, porém, atingiu duramente a nobreza, prejudicada em seus


interesses econômicos (perda dos territórios na França e do mercado de lã de
Flandres) e políticos, já que os reis, com seus poderes militares e financeiros
ampliados pela guerra, tornaram-se mais independentes das restrições impostas
pela nobreza feudal. Assim, terminada a guerra, iniciou-se um violento conflito
entre duas casas nobres pela sucessão do trono inglês: a Guerra das Duas
Rosas (1455-1485). De um lado, achava-se a família Lancaster, nobres ligados
às antigas tradições feudais; de outro, a família York liderando um grupo de
nobres “aburguesados”, ligados aos interesses mercantis. Cada uma dessas
famílias possuía uma rosa em seus brasões, daí a denominação do conflito.

A guerra entre Yorks e Lancaster foi sangrenta e devastadora e fez subir ao trono
Henrique Tudor, descendente da família Lancaster e unido aos York por
matrimônio, que encerrou o conflito e sagrou-se rei da Inglaterra com o título de
Henrique VII (1485-1509).

Apesar de ter pacificado o país e consolidado o Estado nacional, foi seu


sucessor, Henrique VIII que conseguiu submeter o Parlamento à autoridade real,
dando à monarquia inglesa um caráter absolutista. Isso se deveu, sobretudo, à
Reforma Anglicana por ele patrocinada: ao sujeitar a autoridade da Igreja à
autoridade do rei e confiscar os bens eclesiásticos em favor do Estado, Henrique
VIII livrou-se das amarras que o sujeitavam ao Parlamento e a Magna Carta,
instrumentos que, desde a Idade Média, impediam a livre atuação dos reis
ingleses.

Seu filho, Eduardo VI (1547-1553), teve um reinado curto e foi substituído pela
meia-irmã, Maria Tudor, ou Maria Sanguinária, católica famosa pelas
perseguições que impôs aos protestantes.

Em 1558, subiu ao trono o último monarca da dinastia Tudor, Elizabeth I. Filha


do segundo matrimônio de Henrique VIII, a rainha retomou a política de
fortalecimento do poder real iniciada pelo pai e consolidou a autoridade da Igreja
Anglicana no país. Além disso, foi responsável pela implantação de uma
agressiva política mercantilista, buscando aumentar o poderio da Inglaterra nos
mares: favoreceu o comércio inglês, estimulou a pirataria e a construção naval,
obtendo incalculáveis recursos para o tesouro real. Procurou ainda dar início à
colonização inglesa na América do Norte, fundando a Colônia da Virgínia.

Elizabete I

2. Renascimento e revolução científica

O Renascimento Cultural foi um movimento que se iniciou na Península Itálica


no século XIV e se estendeu por toda a Europa até o século XVI.

Esta fase coincide com a prosperidade das cidades da Península Itálica,


especialmente Florença, onde a riqueza permitiu investimentos na produção de
obras de arte.

Os artistas e pensadores renascentistas expressavam em suas obras a nova


visão de mundo trazida com o Humanismo e a revalorização da Antiguidade
Clássica.

Origem do Renascimento

Florença, berço do Renascimento


artístico devido a sua prosperidade econômica
No final da Idade Média, a burguesia, ou seja, os comerciantes e artesãos se
enriqueceram e se tornaram mecenas, patrocinando a construção de palácios e
igrejas. Suas encomendas poderiam ser individuais ou realizadas através dos
grêmios profissionais que demandavam esculturas e pinturas para exibir sua
prosperidade.

As obras existentes na Península Itálica, favorecida por haver sido a sede do


Império Romano, inspirou os artistas do Renascimento. A literatura, a escultura
e a filosofia da Antiguidade greco-romana serviram de referência para os
escritores renascentistas e contribuíram para a formação de seus valores e
ideais.

Características do Renascimento: Resumo

Os renascentistas rejeitavam os valores feudais como o teocentrismo, o


misticismo, o geocentrismo e o coletivismo. Na Idade Média, grande parte da
produção intelectual e artística estava ligada à religião. Já na Idade Moderna, a
arte e o saber se voltaram para o mundo concreto e a capacidade do ser humano
em transformá-lo.

No entanto, isto não quer dizer que a religião foi desvalorizada, mas sim
questionada. Por isso, surgiram novas formas de devoção neste período e houve
grande renovação das ordens religiosas, por exemplo.

Um dos traços marcantes do Renascimento era o racionalismo. Baseado na


convicção de que tudo se podia explicar pela razão e pela observação da
natureza, se tentava compreender o universo de forma calculada e matemática.

Um elemento crucial foi o humanismo, no sentido de valorizar o ser humano,


considerado a obra mais perfeita do Criador. Daí surge o antropocentrismo
renascentista, ou seja, a ideia do homem como centro das preocupações
intelectuais e artísticas.

A filosofia de Platão foi reinterpretada e ganha o nome de neoplatonismo. Este


defendia a elevação espiritual, a aproximação com Deus através de uma
interiorização em detrimento de qualquer busca material.

Renascimento artístico

As primeiras manifestações artísticas surgiram com Giotto di Bondoni (1266-


1337). Suas obras representavam figuras humanas com grande naturalismo,
inclusive Cristo e os santos.

O Quattrocento (1400), segundo período do renascimento italiano, surge em


Florença com o pintor Masaccio (1401-1429), um mestre da perspectiva.

Igualmente é preciso mencionar Sandro Botticelli (1445-1510), que acreditava


que a arte era mesmo tempo uma representação espiritual, religiosa e simbólica.
Ele é o autor do primeiro nu feminino realizado desde a Antiguidade, "O
Nascimento de Vênus" (1483).
Destacou-se também o arquiteto Felippo Brunelleschi, autor da cúpula da
catedral de Santa Maria del Fiore, o escultor Donatello e os pintores Paolo
Uccello, Andrea Mantegna e Fra Angelico.

Outros pintores renascentistas são:

• Leonardo da Vinci (1452-1519), autor de obras como a "Mona Lisa" e a "A


Santa Ceia";
• Rafael Sanzio (1483-1520) conhecido como o "pintor das madonas";
• Ticiano, o mestre da cor, que imprimiu sua marca na escola de Veneza;
• Michelangelo, escultor e pintor conhecido como "o gigante do
Renascimento", responsável pelos monumentais Afrescos da Capela
Sistina. São também dele as esculturas de "Davi", "Moisés" e a "Pietá".

Renascimento literário

A consolidação do Renascimento na Itália ocorreu basicamente no século XIV,


período conhecido com Trecento, ou seja nos anos 1300.

Um grande precursor do Renascimento literário na Itália foi Dante Alighieri (1265-


1321), autor da "A Divina Comédia". Apesar de criticar a Igreja, sua obra ainda
apresenta forte influência medieval.

Na literatura generalizou-se a utilização do dialeto toscano, que seria matriz da


língua italiana contemporânea. Mas foi Francesco Petrarca (1304-1374) o "pai
do humanismo e da literatura italiana". Foi ele o autor de "África" e "Odes a
Laura", conciliando a inspiração greco-romana com a religiosidade medieval.

Outro grande nome do Trecento foi Bocaccio e sua obra "Decameron", onde
seus contos satíricos criticavam o ascetismo medieval.No terceiro período,
o Cinquecento (1500), Roma passou a ser o principal centro da arte
renascentista. Foi construída a basílica de São Pedro, no Vaticano, projeto do
arquiteto Donato Bramante.

Revolução científica

Chama-se Renascimento Científico o período de desenvolvimento da ciência


durante os séculos XV e XVI.

Esta época foi pautada no racionalismo, no humanismo e nos conhecimentos da


Antiguidade Clássica que mudaram a mentalidade das pessoas.
Homem Vitruviano (1490) de
Leonardo da Vinci. Ilustração ícone do Humanismo Renascentista

A partir deste saber e descobertas dos estudiosos, esse período possibilitou o


avanço de diversos campos do conhecimento que, mais tarde, inauguraria
a Ciência Moderna.

Os renascentistas estavam preocupados em estudar a natureza através da


experimentação e da segmentação de informações.

Vários homens e até mulheres realizaram pesquisas e, entre tantos, podemos


citar Leonardo da Vinci. Embora tenha sido um dos nomes mais importantes do
Renascimento Cultural e Artístico, ele também se destaca no Renascimento
Científico, ao lado de Nicolau Copérnico.

Apesar de muito estendido, hoje em dia a palavra "Renascimento" é usada com


ressalva. Afinal, este vocábulo dá impressão que não se pesquisava, nem se
fazia ciência durante a Idade Média, o que é inexato.

Resumo: Características e Contexto Histórico

O declínio do sistema feudal foi essencial para o surgimento de uma nova ordem
e mentalidade na Europa.
A Idade Média foi caracterizada pelo pelo sistema feudal, o teocentrismo e uma
sociedade estamental (rei-nobre-clero-servos), a qual impossibilitava a
mobilidade social.

Nesse contexto, poucos indivíduos tinham acesso ao conhecimento, o qual era


transmitido por meio dos livros e trancados nas bibliotecas, tal qual tesouros.

Durante esse período de transição, a Europa passava por diversas


transformações como a expansão marítimo comercial, o surgimento da imprensa
e da burguesia.

Tudo isso levou os seres humanos questionarem o modelo da sociedade


medieval que se baseava na concepção que Deus deveria estar no centro de
tudo, o teocentrismo.

De tal modo, o Humanismo e o Renascimento Cultural dão lugar


ao antropocentrismo, onde agora, o homem será o centro do Universo. O modo
de investigar o fenômenos naturais muda e, por consequência, os cientistas,
passam a ter uma atitude mais crítica e ativa em relação ao mundo.

Por fim, o Renascimento Científico causou grande impacto no pensamento


europeu da época e possibilitou o fim da Era Medieval e o início da Idade
Moderna.

Principais representantes

Os principais pensadores que fizeram parte do Renascimento Científico foram:

• Nicolau Copérnico (1473-1543): astrônomo e matemático polonês,


considerado o “Pai da Astronomia Moderna”. Foi criador da Teoria
Heliocêntrica (sol como centro do Universo), na qual contradiz a Teoria
Geocêntrica medieval (adotada pela Igreja Católica), em que a Terra seria
o centro do Universo.
• Galileu Galilei (1564-1642): astrônomo, físico, matemático e filósofo
italiano, Galileu foi defensor da Teoria Heliocêntrica de Copérnico, sendo
considerado um dos fundadores da geometria moderna e da física. Além
disso, aperfeiçoou o telescópio, inventou o microscópio com duas lentes
e o compasso geométrico.
• Johannes Kepler (1571-1630): astrônomo, matemático e astrólogo
alemão, Kepler aprofundou suas teorias sobre mecânica celeste
inspiradas no modelo heliocêntrico, apresentando estudos sobre as
eclipses lunar e solar.
• Andreas Vesalius (1514-1564): médico belga, considerado o “Pai da
Anatomia Moderna”, Vesalius foi um dos precursores dos estudos sobre
anatomia e fisiologia, após dissecar corpos de humanos e escrever sua
principal obra, um atlas de Anatomia Humana intitulado “Fábrica”.
• Francis Bacon (1561-1626): filósofo, político e alquimista inglês, Bacon
foi o criador do “Método Científico” (nova maneira de estudar a natureza),
sistematizando o conhecimento humano, sendo considerado o fundador
da “Ciência Moderna”.
• René Descartes (1596-1650): filósofo, físico e matemático francês,
segundo seus estudos, Descartes foi considerado o “Pai do Racionalismo
e da Matemática Moderna” e ainda, o fundador da Filosofia Moderna. Sua
obra mais representativa é o “Discurso sobre o Método”, tratado filosófico
e matemático propondo as bases do racionalismo.
• Isaac Newton (1643-1727): filósofo, físico, matemático, astrônomo,
alquimista e teólogo inglês, Newton foi considerado o “Pai da Física e da
Mecânica Modernas”, do qual desenvolveu diversos conhecimentos nas
áreas da matemática, física e filosofia natural. Estudou o movimento dos
corpos propondo as três “Leis de Newton”.
• Leonardo da Vinci (1452-1519): inventor, matemático, engenheiro e
artista italiano, Da Vinci foi considerado um dos mais proeminentes gênios
do Renascimento e da história da humanidade. Avançou em diversos
estudos sobre a anatomia humana, e inventou o paraquedas, a máquina
de voar, o submarino, o tanque de guerra, dentre outros.

3. Grandes Navegações e mercantilismo


O processo das Grandes Navegações possibilitou a existência da expedição
portuguesa liderada por Pedro Álvares Cabral, que chegou ao Brasil em 1500.*

As Grandes Navegações, também conhecidas como Expansão Marítima,


foram o processo de exploração e navegação do Oceano Atlântico que se iniciou
no século XV e estendeu-se até o século XVI. Nesse período, os europeus
descobriram novos caminhos marítimos para alcançar a Ásia. Além disso,
chegaram pela primeira vez a terras até então desconhecidas por eles, como o
continente americano, local ao qual chegaram em 1492.

Resumo

As Grandes Navegações foram o processo de exploração do Oceano Atlântico


realizado pioneiramente por Portugal no século XV e acompanhado por outros
países europeus ao longo do XVI. Levaram a uma série de “descobrimentos” por
parte dos europeus e resultaram, por fim, na chegada europeia ao continente
americano em 1500.

Por meio das Grandes Navegações, iniciou-se a colonização da América e


consolidou-se a passagem da Idade Média para a Idade Moderna.
Grandes navegações portuguesas

Padrão dos Descobrimentos, monumento construído em Lisboa em homenagem


ao período das Grandes Navegações.

Quando o assunto são as Grandes Navegações, o pioneirismo


português sempre se destaca. Foi a partir do exemplo dado por Portugal que
outros países da Europa, como Espanha e França, lançaram-se à navegação e
exploração do Oceano Atlântico. O pioneirismo português foi resultado de uma
série de condições que permitiram a esse pequeno país da Península Ibérica
lançar-se nessa empreitada.

Na época, Portugal reunia condições políticas, econômicas, comerciais e


geográficas que tornaram possível seu papel pioneiro. O resultado disso foi a
“descoberta” de diversos locais desconhecidos pelos europeus, além da abertura
de novas rotas e o surgimento de novas possibilidades de comércio. Para os
portugueses, todo esse processo culminou na chegada da expedição de Pedro
Álvares Cabral ao Brasil, em 1500.

Alguns fatores explicam esse pioneirismo de Portugal:

• Monarquia consolidada;
• Território unificado;
• Investimento no desenvolvimento de conhecimento náutico;
• Interesse da sociedade na expansão do comércio;
• Investimentos estrangeiros no comércio;
• Posição geográfica.

No século XV, Portugal era uma nação politicamente estável. Essa estabilidade
foi garantida pela Revolução de Avis, realizada entre 1383 e 1385. Com isso,
Portugal teve melhores condições para investir no desenvolvimento do comércio
e da tecnologia náutica. Em comparação, as nações vizinhas (Espanha, França
e Inglaterra) ainda procuravam estabilidade política nesse mesmo período.

Outro fator era a questão territorial, uma vez que o território português já havia
sido consolidado desde o século XIII, quando a região de Algarve foi
reconquistada dos mouros (muçulmanos que invadiram a Península Ibérica no
século VIII). Os vizinhos espanhóis, por exemplo, só garantiram certa unificação
territorial no final do século XV.

Em relação à tecnologia e ao conhecimento náutico, existem muitos


historiadores que atribuem uma grande importância à Escola de Sagres, centro
de estudos construído por infante D. Henrique em Algarve. Nesse local,
promoviam-se pesquisas de desenvolvimento de melhores técnicas de
navegação. Novos estudos, porém, levaram alguns historiadores a questionar a
existência e a importância dessa escola no pioneirismo de Portugal.

Outro fator importante foi a relevância comercial assumida por Portugal por volta
do século XV. Essa importância e vocação comercial dos portugueses
resultaram da influência dos mouros no período em que dominaram a Península
Ibérica. Por fim, há que se destacar que Lisboa havia recebido grandes
investimentos de comerciantes genoveses, que estavam interessados em
transformar a cidade em um grande centro comercial.

Havia ainda a questão geográfica: Portugal estava posicionado mais a oeste que
qualquer outra nação europeia. Além disso, era o país europeu mais próximo da
costa oeste do continente africano. Isso fazia de Portugal ponto de partida para
expedições que buscavam uma nova rota para alcançar a Índia e o tão valorizado
comércio das especiarias.

A soma de todos esses fatores fez com que Portugal tivesse as condições
necessárias para ser a nação pioneira das Grandes Navegações, processo que
resultou em grandes “descobertas”:

• 1415: conquista de Ceuta, no norte da África;


• 1418: chegada à Ilha da Madeira;
• 1427: chegada a Açores;
• 1434: travessia do Cabo Bojador;
• 1488: travessia do Cabo da Boa Esperança;
• 1499: descobrimento de um novo caminho para a Índia;
• 1500: chegada ao Brasil.

Grandes navegações espanholas

Ao longo de todo o século XV, a Espanha, nação vizinha de Portugal, assistiu à


expansão marítima conduzida pelos portugueses. A Espanha manteve-se alheia
a esse processo até, praticamente, o final do século XV. Isso ocorreu porque a
nação espanhola, durante toda parte desse século, teve como grande prioridade
garantir a expulsão dos mouros – o que foi concluído somente em 1492. Além
disso, politicamente falando, a Espanha só atingiu certa estabilidade com o
casamento dos monarcas Fernando e Isabel, em 1469.

O investimento em expedições marítimas só foi possível depois da conquista


de Granada, cidade ao sul da Espanha, em 1492. A primeira expedição
espanhola foi liderada pelo genovês Cristóvão Colombo. Nela, três embarcações
(Niña, Pinta e Santa María) saíram da Espanha visando a alcançar a Ásia. No
entanto, essa expedição alcançou a região das Bahamas, no continente
americano, em 12 de outubro de 1492.

Consequências

As Grandes Navegações conduziram uma série de mudanças que já estavam


em curso na Europa desde o século XII. Com esse processo, a Europa iniciou
sua passagem para a Idade Moderna e deu prosseguimento ao fortalecimento
do comércio e da moeda, garantindo, assim, o mercantilismo, práticas
econômicas que fizeram a transição do feudalismo para o capitalismo.

As Grandes Navegações foram responsáveis por transformar Portugal na maior


potência do mundo durante os séculos XV e XVI, por meio do grandioso império
ultramarino formado pelos portugueses. Assim, Portugal estabeleceu colônias
em diferentes partes do mundo: América do Sul, África e Ásia.

Mercantilismo

O mercantilismo foi o conjunto de práticas econômicas utilizadas pelas nações


absolutistas da Europa durante a Idade Moderna, especificamente entre os
séculos XV e o século XVIII. No mercantilismo, o objetivo era garantir o acúmulo
de riquezas por meio da obtenção de metais preciosos e utilizá-los para reforçar
o poder do monarca.

Dentre as características do mercantilismo destacam-se a procura por uma


balança comercial favorável, o metalismo, o protecionismo, a intervenção do
Estado na economia e o incentivo ao desenvolvimento manufatureiro. O
mercantilismo se baseou fortemente na exploração colonial e no comércio
marítimo.

Resumo sobre mercantilismo

• O mercantilismo foi o conjunto de práticas econômicas que existiu na


Europa entre os séculos XV e XVIII.
• É considerado pelos historiadores como um momento de transição entre
o feudalismo e o capitalismo.
• Visava garantir o enriquecimento do reino e contribuir para o
fortalecimento do monarca.
• Tinha características como a busca por uma balança comercial favorável,
o metalismo, o protecionismo, a intervenção do Estado na economia e o
incentivo às manufaturas.
• Foi estabelecido junto do Absolutismo e do Estado Nacional Moderno.
O que é mercantilismo?

O mercantilismo ficou conhecido por ter sido um conjunto de práticas


econômicas que existiu durante a Idade Moderna, sobretudo entre os séculos
XV e XVIII. Para os historiadores, o mercantilismo ficou marcado por práticas
econômicas de transição entre o modo de produção feudal e o modo de
produção capitalista.

O propósito do mercantilismo era garantir a prosperidade do reino por meio da


acumulação de riquezas, bem como reafirmar o poder do rei, que utilizava
posses para fortalecer sua autoridade. O desenvolvimento do mercantilismo
contribuiu para o fortalecimento da burguesia e se deu junto do processo de
formação dos Estados Nacionais Modernos.

Características do mercantilismo

O mercantilismo era um conjunto de práticas econômicas que tinha como


objetivo garantir o enriquecimento do Estado por meio do acúmulo de
riquezas. No contexto da Idade Moderna, esse acúmulo se daria por meio da
arrecadação de metais preciosos, isto é, ouro e prata. As práticas mercantilistas
visavam impedir, ao máximo, a saída dessa riqueza dos cofres da coroa.

A prosperidade do Estado era também uma forma de garantir o fortalecimento


do poder real, mecanismo que foi utilizado para combater os privilégios da
nobreza feudal, classe em decadência no período. A classe privilegiada nesse
cenário foi a burguesia, que viu no fortalecimento do rei uma forma de prosperar
economicamente e de combater a influência da nobreza.

A obtenção de riqueza no mercantilismo poderia se dar de diversas


maneiras.O Estado poderia cobrar impostos da população, vender cargos
públicos e títulos de nobreza, confiscar bens, ceder privilégios comerciais para
um determinado grupo em troca de compensação financeira (monopólios),
exportar mercadorias, saquear em contextos de guerra, cobrar taxas
alfandegárias, realizar ações de pirataria etc.|1|

Todas essas práticas foram usadas pelas nações europeias para conquistar a
tão almejada balança comercial favorável, isto é, as receitas e as vendas
superando os gastos e as compras do Estado. Um acontecimento extremamente
importante para o sucesso dessas práticas econômicas entre as nações
europeias foi o colonialismo.

O colonialismo foi fundamental para os Estados europeus, pois permitiu que eles
explorassem inúmeros recursos de suas colônias e os enviassem para a Europa.
Isso também possibilitou que essas colônias fossem transformadas em
consumidores compulsórios de suas metrópoles, por conta do exclusivismo
comercial.

A procura do mercantilismo por garantir uma balança comercial a todo custo


acabou gerando a adoção de políticas protecionistas pelos Estados europeus
para as suas economias. Assim, eles procuravam desincentivar as importações
por meio de taxas alfandegárias, isto é, impostos que eram cobrados sobre as
mercadorias trazidas de outros países.

Além disso, estabeleciam-se políticas rigorosas que definiam com quem uma
nação poderia comercializar e com quem não poderia. Outra forma de
combater as importações de mercadorias era incentivar que as mesmas fossem
produzidas em seu próprio território. Assim, os monarcas absolutistas que
adotaram o mercantilismo incentivaram o desenvolvimento de manufaturas em
seus reinos.

Podemos perceber, portanto, que uma característica importante do


mercantilismo é a interferência constante do Estado na economia, como forma
de garantir a entrada de metais preciosos e o consequente enriquecimento de
seu reino.

Quando as exportações não eram suficientes para garantir a entrada de metais


preciosos em quantidades aceitáveis, os Estados absolutistas recorriam a outras
formas de obter dinheiro. Na França, por exemplo, os principais impostos eram
cobrados da população de camponeses, já bastante fragilizada pelas suas
duras condições de vida.

Essas formas de obtenção de riqueza iam além disso, pois incluíam práticas de
saque em conflitos e, no caso inglês, o incentivo ao corso, isto é, a pirataria. A
Inglaterra financiou uma série de corsários ao longo dos séculos XVI e XVII para
que eles saqueassem embarcações espanholas que saíam da América
carregadas de ouro e prata. Os estados absolutistas também confiscaram bens
de parte da população, como aconteceu com os judeus na Espanha no final do
século XV.

Além disso, a imposição de monopólios comerciais era uma forma de os


Estados absolutistas lucrarem. Nesses monopólios, a exploração de uma
atividade econômica ficava a cargo de apenas uma empresa, e uma parte dos
lucros deveria ser entregue à coroa. Ademais, os Estados absolutistas
obrigavam suas colônias a recorrerem apenas a esses monopólios para realizar
transações.

Por fim, podemos resumir as características do mercantilismo nos seguintes


tópicos:

• Balança comercial favorável: defesa da ideia de que era necessário


exportar mais do que importar.
• Metalismo: acúmulo de metais preciosos nos cofres do reino.
• Protecionismo: utilização de formas de proteção da economia, como as
taxas alfandegárias.
• Intervenção estatal: o Estado intervia na economia com frequência como
forma de garantir os seus interesses comerciais.
• Incentivo às manufaturas: incentivo ao desenvolvimento de
manufaturas como forma de proteger a economia.
A origem do mercantilismo está diretamente associada ao desenvolvimento
do Absolutismo e à formação dos Estados Nacionais Modernos. Esse foi o
período de ascensão da burguesia, classe que prosperava por meio do comércio
e que defendia o fim dos privilégios da nobreza feudal. A burguesia viu no
fortalecimento do monarca uma forma de combate aos privilégios dessa classe,
privilégios oriundos do feudalismo.

Assim, gradativamente a ideia de concentração do poder na mão do


monarca se fortaleceu. A nobreza, que desejava manter parte de seu status,
foi obrigada a aceitar a nova ordem que se estabelecia, devendo abrir mão de
alguns de seus privilégios, como o direito de formar forças armadas privadas.

Essa centralização do poder nas mãos do monarca consolidou o surgimento do


mercantilismo, mas também resultou no surgimento dos Estados Nacionais
Modernos, isto é, nações que possuíam um aparato de burocracia complexo,
com poder centralizado. Essa burocracia auxiliava o monarca no processo de
administração pública do reino.

A navegação marítima e o
colonialismo contribuíram para a consolidação do mercantilismo.

As forças militares passaram para as mãos do monarca e se tornaram


profissionais, a lei e a justiça foram unificadas, foram impostas as padronizações
da moeda e, em alguns locais, linguística.

Os Estados Nacionais Modernos procuraram expandir suas fronteiras territoriais


por meio das navegações marítimas. Destaca-se ainda que o modo de produção
feudal perdeu força e deu espaço à consolidação do comércio e da exploração
dos recursos de outros locais por meio do colonialismo.

Tipos de mercantilismo

Ao longo do período do mercantilismo, os historiadores identificaram tipos


diferentes dessa prática. Em outras palavras, em determinados períodos,
algumas tendências se estabeleceram como predominantes em algumas nações
europeias. Vejamos quais foram essas subdivisões.
→ Mercantilismo metalista

O mercantilismo metalista era baseado na acumulação de metais


preciosos advinda da exploração das colônias. A extração de ouro e prata
das colônias espanholas na América foi um caso emblemático.

→ Mercantilismo comercial

O mercantilismo comercial era baseado na exploração das colônias, mas seu


foco estava em comercializar mercadorias nas colônias na lógica do
exclusivismo comercial. A exploração do Brasil por Portugal e a realização do
comércio na Índia foi o principal exemplo disso.

→ Mercantilismo industrial

O mercantilismo industrial era baseado no incentivo à construção de


manufaturas como forma de proteger a própria economia e impedir a entrada
de mercadorias estrangeiras. Para isso, era necessário garantir colônias para
fornecer as matérias-primas mais importantes.

Esse modelo foi proposto por um economista francês chamado Jean-Baptiste


Colbert e teve grande influência no reinado de Luís XIV, fazendo da França o
principal exemplo desse tipo de mercantilismo.

4. Reforma e Contrarreforma

Reforma Protestante é o nome dado ao período histórico quando surgiram, a


partir do rompimento com a Igreja Católica, várias igrejas cristãs como a luterana,
anglicana, calvinista, entre outras.

Por sua parte, a Contrarreforma é o conjunto de medidas que a Igreja Católica


tomou para conter o avanço do protestantismo. O termo, porém, está caindo em
desuso e atualmente se prefere a expressão “Reforma Católica”.

A Reforma Protestante foi iniciada por Martinho Lutero (1483-1546), teólogo que
criticava certas práticas da Igreja como a venda de indulgências.

Revoltado, Lutero escreveu em documento que passaria à história com o nome


de “95 teses” para que seus alunos debaterem em aula. Ali, questionava o poder
do Papa e a eficácia das indulgências.

Inicialmente, a Igreja Católica tratou da questão como se fosse mais uma


discussão teológica entre universitários. No entanto, graças à difusão da
imprensa, as ideias de Lutero circularam rapidamente.

Por isso, em 1520, o papa Leão X exigiu a retratação de Lutero, que se negou a
fazê-lo. No ano seguinte, o imperador Carlos V convocou a "Dieta de Worms",
uma reunião de príncipes germânicos que considerou o monge como herege.
Embora perseguido por suas ideias, parte da nobreza alemã começou a
simpatizar com Lutero. Tratava-se de pessoas que também queriam a renovação
da Igreja Católica.

No entanto, o imperador Carlos V não admitia a dissidência em seus domínios e


começou a empreender guerras contra aqueles que apoiassem os luteranos. Os
conflitos só terminaram em 1555, pela "Paz de Augsburgo". Este acordo
determinava que cada governante dentro do Sacro Império poderia escolher sua
religião e a de seus súditos.

Expansão da Reforma Protestante

Da Alemanha, as ideias luteranas chegaram à França, Países Baixos, Inglaterra


e Países Escandinavos.

Nestes países foi decisiva a influência do francês Jean Calvino. Pertencente à


burguesia e influenciado pelo Humanismo e pelas teses luteranas, Calvino
converteu-se em ardente defensor das novas ideias.

Perseguido pela Igreja e pelo governo na França, Calvino se refugia em


Genebra, Suíça, onde suas ideias terão grande acolhida.

Já na Inglaterra, o rei Henrique VIII, precisava de um herdeiro masculino para


garantir o trono. Como a Igreja Católica não reconhece o divórcio, o soberano
inglês rompeu com Roma, para poder casar-se novamente.

As consequências do seu gesto provocaram um terremoto político no país. De


um momento a outro, os católicos se viram privados das suas igrejas e os
religiosos de seus mosteiros, iniciando assim a perseguição religiosa.

Contrarreforma ou a Reforma Católica

A Contrarreforma ou a Reforma Católica é o conjunto de ações que a Igreja


Católica tomou para se renovar.

Com as mudanças provocadas na transição da Idade Média para a Idade


Moderna, os católicos desejavam uma espiritualidade mais interior e uma igreja
menos corrupta.

As ideias humanistas e cientificistas, criticavam modo de vida de parte do clero


e questionavam os dogmas cristãos. Isto exigia uma resposta da Igreja Católica.

Desta maneira, surgem pensadores como Erasmo de Roterdã, Juan de la Cruz,


Tereza d'Ávila, Inácio de Loyola, Vicente de Paulo, entre outros, que defendem
uma igreja voltada aos mais necessitados e não ao poder.

Como resultado haverá uma grande reforma nas ordens religiosas


contemplativas e a criação de congregações, como os jesuítas e vicentinos,
voltados para a educação e acolhimento dos pobres.
Concílio de Trento

O Concílio de Trento foi a resposta que o catolicismo deu à Reforma Protestante.

Realizado em 25 sessões plenárias, na cidade de Trento, a Igreja Católica


reafirmou sua doutrina, mas também adotou grandes mudanças que
influenciaram nos séculos seguintes.

Manteve-se a exclusividade da Igreja interpretar as Escrituras, se reafirmou a


doutrina da transubstanciação; dos sete sacramentos, a doutrina da graça e do
pecado original. Confirmou o celibato clerical e o culto dos santos, das relíquias
e das imagens.

Em relação ao clero, foram criados os seminários, se estabeleceu a obrigação


dos bispos de morarem nas suas dioceses, se proibiu a venda de cargos
eclesiásticos e se tomou medidas para evitar a comercialização de indulgências.

Consequências da Reforma Protestante

A Reforma Protestante modificou a religião cristã e a política europeia.

Importante ressaltar que a intolerância e a perseguição religiosa ocorreu tanto


nos países de maioria católica quanto nos países protestantes.

No campo político, onde a Reforma Protestante triunfou, o Estado passou a ter


uma influência na Igreja podendo interferir no seu funcionamento. Em alguns
casos, como na Inglaterra ou na Suécia, os monarcas passaram a ser também
os chefes da Igreja nacional.

Por sua parte, a Igreja Católica passou por uma transformação. Deu-se mais
atenção à formação e à moralidade do clero, ao ensino da doutrina e valorização
da vida religiosa voltada para a educação e ao cuidado dos enfermos.

5. Colonização das Américas por europeus

A Colonização da América ocorreu de duas formas: colonização de exploração


e a de povoamento. A América foi colonizada por portugueses, espanhóis,
ingleses, franceses e holandeses. Os países que fazem parte da América Anglo-
saxônica tiveram uma colonização de povoamento: o interesse da metrópole era
povoar e desenvolver a colônia. Já os países latinos tiveram uma colonização
de exploração: o interesse da metrópole era que essas colônias fornecessem
riquezas e produtos tropicais.

Colonização Espanhola

Os primeiros colonizadores espanhóis das Américas se estabeleceram nas ilhas


do Caribe. Porém, incentivados pela busca por ouro e riquezas se dirigiram às
terras continentais, onde encontraram os impérios asteca e inca.
Um dos mais famosos conquistadores espanhóis foi Hernán Cortés. Liderando
uma frota de 11 navios, ele viajou, no ano 1519, de Cuba ao Golfo do México,
levando consigo um exército de 508 soldados, dois padres e 16 cavalos.

Hernán Cortes

Notícias a respeito daqueles homens brancos e barbudos, montados em animais


estranhos e carregados de armas que trovejavam, surpreenderam os astecas.
O líder asteca, Montezuma, pensou que os europeus poderiam ser deuses ou
enviados do deus Quetzalcoátl. Afinal, os sacerdotes astecas haviam previsto
que Quetzacoátl retornaria ao império asteca naquele mesmo ano.

Os guerreiros de Montezuma poderiam ter derrotado o pequeno exército de


Cortés, mas o imperador asteca preferiu enviar presentes, feitos à base de ouro,
aos conquistadores europeus, acreditando que os intrusos se dariam por
satisfeitos e partiriam. No entanto, os presentes enviados despertaram o
interesse dos espanhóis pela fonte do ouro do império.

Cortés decidiu explorar o império asteca. Para evitar que seus poucos soldados
voltassem a Cuba, ele ordenou que seus navios fossem afundados. O exército
de Cortés viajou para a cidade de Tenochtitlán, onde permaneceu durante
vários meses, como convidado de Montezuma. No entanto, alguns líderes
astecas começam a suspeitar que os espanhóis tivessem a intenção de
conquistar seu império. Em uma batalha definitiva, eles expulsaram os
espanhóis da cidade asteca, matando e ferindo mais da metade do pequeno
exército de Cortés.

Apesar da derrota, Cortés adquiriu muitos aliados nativos. Malinche, uma nobre
asteca que havia sido vendida como escrava, ajudou Cortés a negociar com os
líderes locais. Tendo aprendido a língua espanhola, ela agiu como intérprete e
como informante; seu conhecimento e influência ajudaram Cortés a conquistar
mais aliados entre os nativos.

Cortés, a seguir, agregou seus homens aos aliados nativos e iniciou um cerco à
cidade de Tenochtitlán. Os astecas resistiram, mas a maioria foi morta ou
capturada. Muitos astecas também morreram de varíola - uma doença
introduzida pela presença europeia. Em 1521, após três anos de cerco à cidade,
Tenochtitlán foi conquistada por Cortés. O ambicioso conquistador passava a
controlar todo o México.

A Conquista dos Incas

O grandioso Império Inca localizava-se ao sul das terras astecas, nas


montanhas do Peru. A conquista espanhola do povo inca foi mais rápida que a
derrota dos astecas, mas não menos dramática.

Francisco Pizarro teve a permissão do imperador espanhol, Carlos V, para


tentar conquistar o litoral da América do Sul. Quando Pizarro chegou ao império
dos incas, em 1532, foi recebido com cordialidade pelo líder inca, Atahualpa.
Mas Francisco Pizarro, cruel e ganancioso, ordenou que o imperador fosse
aprisionado e mantido como refém dos espanhóis. Na luta que se seguiu, os
soldados incas, munidos de armas manuais como lanças, arcos e flechas, não
tinham chance de vencer os cavaleiros e canhões espanhóis. Nem um único
soldado espanhol morreu na batalha que, no entanto, custou a vida de centenas
de incas.

Francisco Pizarro

Pizarro prometeu libertar Atahualpa após o pagamento de um grande resgate -


um recinto repleto de ouro. No entanto, mesmo após os incas terem pagado o
resgate, Pizarro ordenou que Atahualpa fosse estrangulado. Um quinto do
resgate foi enviado ao rei da Espanha; o restante foi dividido entre 150
conquistadores, que logo começaram a lutar entre si. O próprio Francisco Pizarro
acabou sendo assassinado na incessante luta pelo poder sobre o Império Inca.
Esta desordem durou até o ano 1551, quando o rei espanhol enviou um
representante, com o título de Vice-rei, para governar o Peru.

Outros Exploradores Espanhóis

A conquista espanhola dos impérios asteca e inca rendeu à Espanha o controle


de territórios que se estendiam do México ao Chile. Outros aventureiros
espanhóis exploraram as terras ao redor dos grandes rios sul-americanos,
acreditando nas lendas que pregavam a existência de cidades nas Américas
totalmente cobertas de ouro.
Francisco de Coronado

Hernando de Soto, companheiro de Pizarro, liderou uma expedição à Flórida.


A expedição alcançou o rio Mississipi (hoje localizado nos Estados Unidos) e
explorou as terras próximas. Outro explorador famoso foi Francisco Coronado,
que explorou terras ao norte do México, em 1540, e conquistou os povoados dos
índios Zuni. Além de encontrar ouro e riquezas imperiais, os aventureiros
espanhóis exploraram territórios que hoje fazem parte dos Estados Unidos. Em
1560, a Espanha declarou que tais terras faziam parte de seu império.

O Império Espanhol nas Américas

Tendo conquistado grandes extensões de território, os espanhóis agiram


eficientemente para firmar um governo forte e centralizado nas Américas.
Dividiram suas conquistas em províncias, e o rei nomeou um vice-rei para
supervisionar as políticas de cada província.

O governo espanhol acreditava que as colônias existiam unicamente para


beneficiar a Espanha. O rei espanhol exigia um quinto de todo o ouro e prata
extraídos nas Américas. A Espanha também controlava todo o comércio das
colônias, incentivando a produção de matérias-primas que, posteriormente, eram
exportadas para a Espanha, mas desestimulando o desenvolvimento da
manufatura. Desta forma, os colonos eram obrigados a comprar bens
manufaturados da Espanha.

O governo espanhol recompensou os conquistadores com grandes extensões


de terra. No entanto, os conquistadores afirmavam que o trabalho braçal não era
digno deles e, portanto, obtiveram do governo espanhol encomiendas - o direito
de exigir trabalho braçal e o pagamento de impostos por aqueles que viviam em
suas terras. Em troca, os colonizadores ofereciam aos nativos a segurança e o
sustento de seus líderes religiosos.

O sistema de encomiendas foi basicamente uma forma brutal e sistemática de


escravidão. Milhares de nativos morreram durante o século XVI por causa das
terríveis condições de trabalho impostas pelos colonizadores espanhóis. Seu
sofrimento perturbava muitos missionários católicos que vinham às Américas.
Um destes missionários foi Bartolomeu de Las Casas, que se tornou padre em
Hispaniola. Ele iniciou uma campanha para proteger os nativos dos perversos e
gananciosos colonizadores espanhóis. Os apelos de Bartolomeu de Las Casas
resultaram em novas leis, impostas em 1542, que visavam proibir a escravização
futura dos nativos.

Apesar destas leis humanistas, ao final do século XVI, como parte dos esforços
missionários da Contrarreforma, a Igreja Católica enviou vários de seus
melhores freis espanhóis às Américas com a missão de converter os nativos ao
cristianismo.

Os Holandeses e Ingleses na América do Norte

Assim como Espanha e Portugal, a Holanda e a Inglaterra também estavam


interessadas em descobrir novas rotas marítimas para a Ásia. Exploradores
holandeses e ingleses viajavam pelo Oceano Atlântico, tentando encontrar a
Passagem Noroeste - uma passagem naval através da América do Norte para a
Ásia.

Em 1497, o rei inglês, Henrique VII, financiou a expedição de um navegador


italiano, Giovanni Caboto, navegando a oeste para chegar às Américas. Caboto
chegou à Terra Nova e explorou a sua costa.

Aproximadamente 100 anos depois, Henry Hudson, um navegador inglês,


realizou quatro expedições exploratórias à procura da Passagem Noroeste. Em
1609, representando comerciantes holandeses, ele navegou pelo rio Hudson e
declarou a região possessão da Holanda. Nesta área, colonizadores holandeses
estabeleceram a colônia de Nova Iorque, que foi originalmente chamada de
Nova Amsterdã. As possessões holandesas no Hemisfério Ocidental também
passaram a compreender algumas ilhas do Caribe, a colônia da Guiana
Holandesa (hoje Suriname) e algumas áreas do Brasil.

Os Impérios Mercantes Holandeses

Em meados do século XVI, a Holanda havia caído sob o domínio espanhol.


Quando o povo da Holanda se rebelou contra seus governantes espanhóis, em
1568, os navios holandeses foram proibidos de aportar em terras espanholas ou
portuguesas. Mas esta medida punitiva não intimidou os holandeses; eles
decidiram dominar as rotas comerciais portuguesas e estabelecer laços
comerciais com os portos na Índia e nas Índias Orientais.

Em 1602, a Holanda fundou a Companhia Holandesa das Índias Orientais.


Esta companhia de comércio exterior logo se tornou poderosa, apossando-se de
quase todos os portos portugueses na Ásia. A Holanda se tornou o único país
europeu autorizado pelo império japonês a manter relações comerciais com o
Japão. Em meados do século XVII, os holandeses mantinham quase o
monopólio do comércio externo asiático.

Outra companhia holandesa de comércio exterior foi fundada em 1621:


a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais. A companhia logo passou a
controlar grande parte do tráfico de escravos e de outros produtos no Atlântico e
Caribe. Diferentemente dos espanhóis e portugueses, os holandeses não tinham
interesses religiosos em suas viagens de exploração. A Holanda não enviava
missionários cristãos para suas colônias na América; seu único objetivo era o
lucro no comércio exterior.

Nas Américas, a Holanda foi uma potência colonizadora por curto período de
tempo, apenas, ao contrário de seu controle sobre as ilhas nas Índias Orientais,
que durou aproximadamente três séculos. A Companhia Holandesa das Índias
Orientais estabeleceu um monopólio de pimenta e especiarias, e em seguida, de
algodão, seda, chá e café.

Algodão, seda, café

Assim como os holandeses, os ingleses dedicaram-se a desenvolver seu


comércio e sua força marítima. Mas para obter sucesso no comércio exterior, os
ingleses tinham que competir com comerciantes estrangeiros e enfrentar piratas
de outros países. Os privateers (corsários, ou seja, os piratas ingleses
autorizados) - navios da iniciativa privada contratados pelo governo para atacar
as frotas inimigas - foram usados pela Inglaterra para capturar navios espanhóis
que continham tesouros e para bombardear portos na América do Sul.

As Colônias Inglesas nas Américas

Durante os séculos XVII e XVIII, colonizadores ingleses fundaram diversas


colônias nas Américas: treze na costa leste do que hoje constitui os Estados
Unidos, e outras no Canadá e nas ilhas do Caribe.

Muitos colonizadores ingleses vieram às Américas para escapar de


perseguições e conflitos religiosos, na Inglaterra. Almejavam viver em uma terra
onde tivessem total liberdade de praticar sua religião. Os fundadores dos
estados norte-americanos de Massachusetts e Connecticut, por exemplo,
eram puritanos - protestantes que achavam que a Reforma da Igreja na
Inglaterra não havia sido suficientemente revolucionária. O estado da
Pensilvânia foi fundado por Quakers - outro grupo protestante que enfrentou
discriminação na Inglaterra. O estado de Maryland foi fundado por católicos que
fugiram da Reforma Protestante na Inglaterra.
Memorial Maryland

Outras colônias inglesas foram fundadas por pessoas que vieram à América por
motivos econômicos. Em 1607, um grupo de aristocratas ingleses fundou uma
colônia em Jamestown, no atual estado norte-americano da Virgínia. Estes
colonos esperavam encontrar ouro e grandes tesouros na sua recém-fundada
colônia, mas isto não ocorreu, e muitos deles, que não se preocuparam em
estocar comida, morreram de fome durante seu primeiro inverno nas Américas.
Os colonizadores seguintes perceberam que a grande riqueza que procuravam
nas colônias norte-americanas era de fato o seu território, que era abundante e
livre para ser apossado.

Nas colônias inglesas da América, a maioria das pessoas vivia em pequenas


fazendas. Nas colônias do sul, porém, a economia era dominada pelas grandes
plantações. Para suprir o trabalho necessário nas lavouras de tabaco e arroz, os
colonos do sul importaram milhares de escravos africanos.

À medida que a população das colônias inglesas crescia e o solo se tornava


menos fértil, devido ao excesso de uso, os colonizadores migravam para as
fronteiras, onde construíam novas fazendas. Esta expansão demográfica
frequentemente resultava na expulsão de indígenas de suas terras; como
consequência, muitas batalhas ocorreram entre indígenas e colonizadores
ingleses.

Os Franceses na América do Norte

Assim como os ingleses, os franceses buscaram adquirir territórios nas


Américas. Em 1535, o explorador francês Jacques Cartier navegou até o rio
São Lourenço e declarou aquela área - hoje a região oriental do Canadá -
possessão francesa, sendo chamada de Nova França.
Jacques Cartier

Inicialmente, os líderes franceses não se entusiasmaram com a descoberta de


Cartier, pois estavam concentrados em conflitos que a França enfrentava.
Todavia, em 1608, Samuel de Champlain fundou Quebec, a primeira colônia
francesa permanente da América do Norte. Considerado o "pai da Nova França",
Champlain explorou a costa do atual estado norte-americano do Maine e
estabeleceu novos assentamentos em Montreal e Nova Escócia. Champlain
também viajou por grande parte do nordeste da América do Sul, tentando ampliar
o comércio de peles de animais para sustentar a Nova França.

Na segunda metade do século XVII, à medida que cresciam os interesses


franceses na região, novas expedições foram organizadas. Louis Joliet, um
caçador de peles, e o padre Jacques Marquette navegaram juntos pelos
Grandes Lagos e ao longo dos rios Wisconsin e Mississipi, em 1672. Um nobre
francês, René-Robert Cavelier La Salle, que havia imigrado para a Nova França
para se tornar comerciante de peles, explorou o Rio Mississipi em 1682.
Começando pelo norte do rio Ohio, ele seguiu todo o percurso em direção ao
Golfo do México. La Salle declarou toda a região do Vale do Mississippi território
francês, denominando a área de Louisiana, em homenagem ao rei francês Luís
XIV.

O comércio de peles era a principal fonte de renda dos colonos franceses. A


agricultura e a pecuária na Nova França não prosperaram. O rei francês havia
concedido grandes extensões de terra no vale do Rio São Lourenço aos lordes
franceses, mas havia escassez de trabalhadores. O principal motivo da falta de
mão de obra é que o governo francês não permitia o assentamento de
protestantes na Nova França, temendo que o protestantismo fosse espalhado
pelas colônias francesas. Somente camponeses católicos podiam emigrar para
a Nova França, mas estes raramente tinham condições de construir suas
próprias fazendas.
Muitos franceses preferiram se estabelecer nas colônias francesas das Índias
Ocidentais. As grandes plantações de açúcar nessas ilhas eram extremamente
lucrativas. A colônia francesa de São Domingos, hoje o Haiti, chegou a ser
considerada a mais rica possessão colonial do mundo.

Conflitos Coloniais

Inglaterra e França desejavam expandir suas posses territoriais na América do


Norte. Entre 1689 e 1763, enquanto vários conflitos ocorriam na Europa, as
colônias inglesas e francesas da América do Norte lutavam pelo controle do
continente.

A batalha final entre Inglaterra e França ocorreu no conflito entre a França e a


Índia, iniciado em 1754. Os dois lados, cada qual com seus respectivos aliados
nativos, guerrearam pelos territórios ao redor dos Grandes Lagos e do Rio São
Lourenço. A Inglaterra saiu vitoriosa nas batalhas de Quebec, em 1759, e de
Montreal, em 1760. A superioridade naval britânica foi fator decisivo para sua
vitória nessa guerra. No Tratado de Paris de 1763, a França foi obrigada a se
render aos ingleses.

O tratado custou à França quase todas as suas possessões coloniais na América


do Norte: as terras no Canadá passaram ao controle inglês e o território a oeste
do Rio Mississipi passou para o domínio espanhol. No entanto, o tratado
concedeu à França o direito de manter suas ricas colônias açucareiras no Caribe.
Todavia, o poder da França nas Américas havia sido quebrado.

Colonização do Brasil

A colonização do Brasil foi o processo de chegada, invasão, ocupação e


exploração do território brasileiro que foi realizado por Portugal entre os séculos
XVI e XIX. Os portugueses chegaram ao Brasil em 1500, implantando as
primeiras iniciativas mais consistentes de ocupação e colonização a partir da
década de 1530.
Esse processo teve três grandes ciclos econômicos: pau-brasil, açúcar e ouro.
O trabalho realizado era majoritariamente por trabalhadores escravos indígenas
ou africanos. A escravização de indígenas foi proibida em meados do século
XVIII, e a de africanos, só no fim do século XIX. Houve muita resistência à
escravização durante a colonização.

Resumo sobre a colonização do Brasil

• A colonização do Brasil foi realizada por Portugal.


• Os portugueses chegaram ao Brasil por meio da expedição de Pedro
Álvares Cabral, em abril de 1500.
• A colonização do Brasil teve três importantes ciclos econômicos: pau-
brasil, açúcar e ouro.
• A escravização foi introduzida por volta de 1530, sendo que os
escravizados eram indígenas e africanos.
• Oficialmente falando, a colonização se encerrou em 1815, mas os laços
com Portugal só foram rompidos com a independência, em 1822.

A colonização do Brasil, realizada pelos portugueses, foi o processo de chegada,


invasão, ocupação e exploração do território brasileiro por Portugal, a metrópole.
Durante a colonização portuguesa, os indígenas foram expulsos de suas
terras, e Portugal estabeleceu atividades econômicas com o objetivo de obter
ganhos econômicos com base nessa exploração.

A chegada dos portugueses se deu em 1500, mas medidas efetivas de


colonização do território foram desenvolvidas apenas a partir da década de 1530.
As principais — mas não únicas — atividades econômicas aqui desenvolvidas
foram a exploração do pau-brasil, a produção do açúcar e a extração de
ouro.

Oficialmente, a colonização se encerrou em 1815, com a elevação do Brasil à


condição de reino unido, fazendo do Brasil uma província do território português.
Entretanto, os laços que ligavam o Brasil a Portugal se encerraram em 1822,
quando foi declarada a nossa independência.

Os portugueses chegaram ao Brasil em 22 de abril de 1500, durante a


expedição de Pedro Álvares Cabral. Essa expedição tinha um objetivo duplo:
verificar as possibilidades de Portugal no oeste (na América) e comprar
especiarias na Índia. Essa expedição era parte do que entendemos
como grandes navegações, uma série de expedições para exploração do
oceano Atlântico.

Aqui no Brasil, os portugueses chegaram à região de Porto Seguro, na Bahia,


permanecendo até o dia 2 de maio, quando então partiram para a Índia. Nesse
acontecimento, o grande destaque vai para a carta de Pero Vaz de Caminha,
escrivão que relatou detalhes da viagem e do Brasil para o rei português.
Período Pré-Colonial

As primeiras décadas da colonização do Brasil são consideradas parte do


Período Pré-Colonial, pois os portugueses não estabeleceram medidas
efetivas de colonização do Brasil. A prioridade de Portugal era manter as rotas
comerciais para a Índia, com o intuito de preservar o comércio de especiarias.

Os portugueses resumiram sua presença a algumas feitorias construídas em


locais litorâneos e estabeleceram a exploração do pau-brasil como atividade
econômica. Isso porque eles identificaram grande quantidade da árvore no
litoral brasileiro e atribuíram valor a ela por causa do corante que era produzido
por meio de uma resina extraída da madeira.

A exploração do pau-brasil foi realizada por meio do escambo, e os portugueses


ofertavam uma série de mercadorias — como baús, machados, entre outras —
em troca do trabalho dos indígenas de derrubada das árvores e transporte das
toras até as feitorias. Essa atividade entrou em declínio a partir da década de
1530. Para saber mais sobre esse período, leia: Período Pré-Colonial.

Capitanias hereditárias

Mapa clássico das capitanias hereditárias


produzido por Luís Teixeira, em 1586.

As capitanias hereditárias foram implantadas no Brasil a partir de 1534 por


determinação do rei D. João III. Foram criadas com o objetivo de incentivar a
ocupação do território, garantir a exploração econômica das terras e impedir
as invasões francesas. Com as capitanias, Portugal repassou os custos da
exploração e ocupação do Brasil para aqueles que estivessem interessados.

O território foi dividido em 15 faixas de terra que foram entregues a 12


capitães donatários cujo papel era garantir o desenvolvimento econômico de sua
capitania, preferencialmente pela produção do açúcar, além de, claro, garantir
os investimentos necessários para atrair colonos para sua capitania.

Os donatários recebiam os direitos sobre sua capitania e tinham os seus deveres


e direitos estabelecidos em dois documentos chamados Carta de Doação e
Carta Foral. Os donatários ainda deviam garantir a segurança de sua capitania,
impedindo os ataques indígenas e as invasões estrangeiras, em especial dos
franceses.

Esse sistema fracassou, devido a uma série de fatores, como a inexperiência


administrativa dos donatários e a falta de recursos para garantir o
desenvolvimento de suas capitanias. A alternativa encontrada por Portugal
foi centralizar o poder e estabelecer o Governo-Geral, fazendo com que o
Brasil fosse administrado por um governador-geral.

O primeiro governador-geral foi Tomé de Sousa, que chegou ao Brasil em 1549.


Junto do governador-geral existiam cargos fundamentais que o auxiliavam na
administração da colônia, sendo eles o ouvidor-mor (responsável pela justiça), o
capitão-mor (responsável pela segurança e defesa) e o provedor-mor
(responsável pelas finanças).

Tomé de Sousa ficou encarregado de construir a cidade de Salvador, a primeira


capital do Brasil. Com o primeiro governador-geral também vieram os
primeiros padres jesuítas, responsáveis pela catequização dos indígenas e
pelo cuidado religioso dos colonos que aqui viviam.

Atividades econômicas desenvolvidas na colonização do Brasil

Como já mencionado, a colonização portuguesa ficou marcada por


implantar três grandes ciclos de atividades econômicas no Brasil. A
economia no período colonial girava em torno dessas grandes atividades, cada
uma durante o seu período, mas existiam outras atividades econômicas que
complementavam o funcionamento da economia colonial.

Entre elas estavam a agricultura de subsistência, a pecuária, a agricultura para


a exportação, a coleta de frutos ou raízes, entre outras. Existia um comércio no
Brasil, e a produção manufatureira não era permitida aqui, o que era parte das
restrições do exclusivo colonial. Dos três grandes ciclos da economia colonial,
podemos realizar os seguintes destaques:

1. Pau-brasil: a árvore era extraída para que a resina da madeira fosse


utilizada na produção de um corante avermelhado. O trabalho era
realizado pelos indígenas com base no escambo, e eles eram pagos com
objetos diversos que eram oferecidos pelos portugueses. Essa atividade
perdeu força a partir da década de 1530.
2. Açúcar: era produzido por meio do cultivo da cana-de-açúcar, sendo
fabricado em locais conhecidos como engenhos. Essa atividade foi
introduzida no Brasil a partir da década de 1530 e permaneceu sendo a
dominante até meados de 1700. A principal capitania produtora de açúcar
foi Pernambuco.
3. Ouro: as primeiras jazidas de ouro foram descobertas no Brasil em 1695,
em Minas Gerais. Uma verdadeira corrida do ouro se iniciou, atraindo
milhares de pessoas para aquela região. Também foi encontrado ouro
em Goiás e no Mato Grosso, além de ter sido encontrado diamante em
Minas Gerais. A partir da segunda metade do século XVIII, o ouro
encontrado no Brasil começou a tornar-se mais escasso.

Escravidão durante a colonização do Brasil

A colonização do Brasil realizou-se mediante a escravização de pessoas,


indígenas ou africanas. Ambos os grupos eram sequestrados e levados a
realizar trabalhos forçadamente, sendo que os trabalhos mais complexos e
difíceis ficavam a cargo desses trabalhadores escravos. Acredita-se que a
escravização de pessoas tenha sido iniciada no Brasil por volta da década de
1530.

Até o começo do século XVII, o grupo mais escravizado no Brasil era o dos
indígenas, sendo que eles eram capturados pelos bandeirantes e revendidos
pela colônia como escravos. A escravização indígena tinha forte oposição
dos jesuítas e foi definitivamente proibida em 1757, por meio de uma
determinação do Marquês de Pombal.

Os africanos escravizados, por sua vez, foram introduzidos no Brasil por volta
da década de 1550. Eles eram trazidos por meio do tráfico negreiro, atividade
econômica extremamente lucrativa para os portugueses e para os colonos. Com
o tempo, os africanos se tornaram o grupo mais escravizado no Brasil. Ao
longo de nossa história, quase cinco milhões de africanos foram trazidos para
cá.

A escravização ficou marcada por ser desumana, afetando a vida de indígenas


e africanos com uma violência extrema. O trabalho diário era longo e extenuante,
as agressões eram comuns, a alimentação era precária e os escravizados
ficavam proibidos, muitas vezes, de cultivar elementos da própria cultura.

Nesse cenário, a resistência era uma solução para muitos escravos, que
fugiam, formavam quilombos, se rebelavam contra os seus “senhores”, lutavam
para manter viva sua cultura etc. O tráfico negreiro só foi proibido em 1850, e a
escravização de pessoas só foi abolida em 1888, momento em que o Brasil já
era uma nação independente.

O tráfico negreiro representa a fase em que os negros africanos foram trazidos


da África para serem escravos.

O comércio de negros africanos como escravos foi uma das principais atividades
comerciais dos países dominantes no período de 1501 a 1867.

Comércio África-América

A prática era gerenciada por seis nações: Inglaterra, Portugal, França, Espanha,
Países Baixos e Dinamarca.
A justificativa comercial para sustentar a exploração de escravos africanos era
que somente com os escravos seria possível manter os baixos preços de
produtos como açúcar, arroz, café, anil, fumo, metais e pedras preciosas.

"Comerciante mineiro barganha no mercado de escravo no Rio"

O tráfico negreiro foi responsável pelo deslocamento forçado de 12,5 milhões de


pessoas da África e calcula-se que um terço foi para a América Portuguesa. Esse
foi o maior deslocamento involuntário de pessoas durante toda a história.

Do total, 12,5% não conseguiram completar a travessia porque morriam ainda


nos navios devido às más condições de higiene que permitiam a proliferação de
doenças ou aos castigos aplicados para coibir revoltas.

Esta prática comercial da escravidão se constituiu no mais importante objetivo


de interação entre europeus e africanos, antes afastados pelo poderio do mar.

A descoberta do Novo Mundo possibilitou a ampliação da produção de diversos


produtos requisitados pela Europa, contudo, a mão de obra disponível era
insuficiente.

As populações indígenas encontradas no novo território, mesmo permanecendo


cativos, entraram em colapso em consequência do extermínio físico e das
doenças em certos territórios.

Já os imigrantes livres ou mesmo os prisioneiros enviados de maneira forçada


para a América nunca foram suficientes para preencher as necessidades da
produção.
Foi o trabalho forçado e não remunerado do africano que garantiu ao consumidor
europeu o acesso aos metais preciosos, açúcar, café e outros produzidos nas
colônias.

Escravos Africanos

A explicação para o uso da mão de obra africana forçada nas colônias é alvo de
diversas correntes de pesquisas históricas.

No início justificava-se que os negros eram inferiores, que haviam perdido uma
guerra e assim poderia ser escravizados.

Também houve a crença que o negro africano foi escravizado porque o índio não
se deixou escravizar ou porque morreu de doenças trazidas pelos colonizadores.

A escravidão era uma instituição presente nas sociedades africanas, mas não
tinha fins comerciais, e representava dominação e poder do mais forte sobre o
fraco.

Nos meandros das sociedades africanas, o domínio europeu também foi


favorecido pelos africanos que vendiam escravos para os colonizadores.

Os inimigos eram a única "mercadoria" que eles tinham para oferecer e assim,
poder comprar os valiosos objetos trazidos pelos europeus.

Em posse de vigorosa tecnologia náutica, os europeus transportavam os


africanos de maneira forçada até o outro continente e lhes negava o direito à
própria vida. Estes eram entregues aos futuros proprietários nas fazendas de
açúcar e café.

Rotas

Os escravos cativos foram transportados por diversas rotas saindo da África.


Antes mesmo do início da exploração comercial em larga escala, havia rotas
para a Europa pelas ilhas do Atlântico e Mar Mediterrâneo.

Estes teriam sido os primeiros a partirem forçosamente para a América para


trabalhar nas plantações de açúcar.
Rotas do tráfico negreiro da África para a América

O setor açucareiro absorveu 80% dos negros retirados da África. Havia dois
pontos, o norte, de expedições que partiam da Europa e da América do Norte; e
o sul, partindo do Brasil.

Os portos que mais recebiam negros estavam localizados no Rio de Janeiro, em


Salvador (BA) e Recife; na Inglaterra destacam-se Liverpool, Londres e Bristol.
Na França, a cidade de Nantes era um importante local de venda de
escravizados. Juntos, esses portos foram responsáveis por receber 71% dos
escravos.

Os principais pontos de partida na África estavam localizados em Senegâmbia,


Serra Leoa, Costa do Barlavento, Costa do Ouro, Golfo do Benim e,
principalmente, a África Centro-Ocidental.

Oceano Índico

O comércio Atlântico não era o único tráfico de escravos africanos. Já no século


I d.C. eram trazidos escravizados pelo deserto do Saara, vindos da costa oriental
africana.

Estes cativos tinham como destino a escravatura no norte da África, no Médio


Oriente, para o qual seguiam viagem através do Oceano Índico.
A maioria deste comércio estava nas mãos de mercadores muçulmanos que
abasteciam os reinos muçulmanos com escravos para os serviços domésticos e
a concubinagem.

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