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J
RESUMO
noites de "apagão": uma pessoa
vezes que aceitei convites o artigo reúne reflexões sobre uma educação
era selecionada para inventar
acadêmicos de amigos e humanística. Recorrendo a E. Kant, L. Wacquant
e T. Morus, a autora propõe a ruptura com a
uma história, orientando-se
colegas de Fortaleza para parti-
pedagogia tradicional, voltando-se para uma pelos elementos temáticos
cipar de bancas examinadoras,
formação pedagógica inseparável da construção dados pelas demais (exemplo:
mesas redondas, seminários ou
de uma ciência moral e política, calcada em "caçador", "lebre': "espingarda"),
congressos. Todos foram muito um padrão ético. Nessa perspectiva, concebe para testar a inventividade de
marcantes e enriquecedores. a educação como meio para elevar o patamar nossos filhos e de seus amigos
Lembro-me especialmente de civilizotório cultural do Brasil, incluindo como presentes. Depois de terminada
três, que ocorreram nos mais proposta alternativa a leitura de círculos de
a narrativa, cada um dos ouvin-
variados contextos e, por isso livros, viagens e outros modos de ampliação e
tes dava uma nota ao narrador,
mesmo, estavam voltados para transmissão da cultura.
justificando os seus critérios.
temáticas diferentes. Um dos ABSTRACT Vou utilizar as regras des-
debates aconteceu na UEC, há The article gathers reflections on a humanistic se jogo para dar início à minha
14 anos atrás, ocasião em que education. Drawing from E. Kant, L. Wacquaunt palestra, tentando integrar em
tratei da "Ensinabilidade das and T. Morus, the author proposes a break with the minha narrativa a "ensinabili-
virtudes': No Encontro da So- traditional pedagogy, which is inseparable from
dade do ser humano" (I. Kant),
the construction of a moral and politica science
ciedade Brasileira de Sociologia "a violência urbana" (Lorc
in an ethical framework. In this perspective, he
(SBS), em 2001, organizado Wacquant), "autopia" (T.Morus),
conceives education as a means to raise the levei
por César Barreira, na ocasião como sendo os "elementos,
of civilized living in Brazil, including an alternate
presidente da entidade, falei proposal for group reading of books, journeys isto é, os conceitos-chave aos
sobre "Utopias da Cidade", e, and other ways of amplifying and transmitting quais pretendo recorrer para
finalmente, na Jornada dos Psi- culture. desenvolver o meu tema, cujo
canalistas de Fortaleza (2003), • Doutora em Ciências Humanas, prafessora titular da ponto de chegada será o da
organizada pela Sociedade Universidade de Brasilia. "Educação Continuada para as
Psicanalítica do Ceará, discuti Humanidades':
a questão da violência urbana com o arquiteto Fausto
Nilo, autor do projeto de remanejamento urbano no 11
centro de Fortaleza (Dragão do Mar).' O tema que sugeri apresentar, Entre a Paidéia e
No convite que recebi agora no início de 2007 e a Bildung: pistas para uma educação humanística,
que aceitei com o maior prazer, fui solicitada a falar exige, desde o início, um esclarecimento conceitual.
sobre as Humanidades e a Educação Continuada. Em seu artigo ao mesmo tempo provocador e
Agradeço aos organizadores deste encontro, por mais inovador, de 1989, "Reinventando as Humanidades",
essa oportunidade de vir a Fortaleza e expor minhas Sérgio Paulo Rouanet propôs chamar de humanidades
idéias, em especial à professora Maria Neyára Olivei- as disciplinas que contribuam para a formação (Bil-
ra de Araújo, à Vera Maria Fick e a todas as demais dung) do homem, independentemente de qualquer
pessoas que tornaram este evento possível. finalidade utilitária imediata, isto é, que não tenham
Mas, como encaminhar, com essa palestra de necessariamente como objetivo transmitir um saber
abertura, o tema geral do Seminário? científico ou uma competência prática, mas estruturar
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nismo futuro" precisa estar orientado no modelo da tinto moral, Kant entende que a moralidade (ou cons-
educação grega, voltada para a humanidade. Em sua ciência moral) não está embutida no recém-nascido,
essência, isso significa orientar-se no modelo do zoon mas exige um longo processo de formação, no sentido
politicon, do cidadão, devotado à sua comunidade e da Paidéia ou Bildung. Essa educação pressupõe a
à sua Cidade (polis). criação de um padrão ético a ser alcançado por esforço
É por isso que precisamos entender o conceito e dedicação, a aquisição de determinadas virtudes,
da paidéia grega como sendo o ato de moldar uma coragem, honestidade, sabedoria ... (os gregos fala-
pessoa segundo uma imagem pré-concebida, inspira- vam em Areté). Piaget" refere-se a esta possibilidade
da nesse contexto e aprimorada, realizando seus me- como "autonomia moral", Kohlberg' ensinou-nos a
lhores momentos e potencialidades, transcendendo-o, distinguir diferentes níveis de moralidade (individu-
em benefício da polis, da comunidade, do contexto al) em que a moralidade "pós-convencional" estaria
em que está inserido. refletindo uma autonomia moral, que preserva o
Kant, em sua capacidade única de tornar preci- indivíduo da adesão a seduções autoritárias, ideoló-
sos os conceitos, orienta-se nessa idéia, transferindo gicas e anti-éticas (como sugeridos por movimentos
todas as suas conotações éticas, estéticas e políticas populistas, demagógicos, do tipo fascismo, nazismo
para o conceito alemão de Bildung, em cuja radical e socialismo radicais). Somente a Bildung de padrões
está contida a noção de "Bild" (imagem) e o processo éticos interiores e sua preservação externa (garanti-
de formação "ung" (de moldagem). Por isso, podemos das pelo Estado e confirmadas na sociedade) teriam
dizer com Kant que a Bildung refere-se ao processo condições de criar uma espécie de "consciência mo-
de "moldagern" do qual participam o educador, o ral". Faltando essa "educação" ou "formação" para o
educando e o contexto social, empenhados em de- bem (e a distinção entre bem e mal, certo e errado),
senvolver no jovem um padrão de excelência, uma o indivíduo cai na barbárie e a sociedade na anomia,
virtude suprema que impliquem a formação de uma como viria a temer Émile Durkheim."
consciência moral e política, refletida no termo de É o que estamos vivendo, no momento, nas
"justiça". Tanto a Paidéia quanto a Bildung têm, pois, grandes megalópoles do hemisfério sul (K. Davis)?
afinidades eletivas com a ética (moralidade), a estética e, em particular, nas brasileiras (B. Freitag)." Não é
(ideal do belo) e a política (ideal de cidadania), impli- necessário remeter às manchetes diárias do jornal e
cadas na formação do "ser supremo", um verdadeiro do noticiário televisivo. No Rio de Janeiro e em São
"ser humano". Subjacente a esse "modelo" está a idéia Paulo, presenciamos atônitos a violência cometida
da "ensinabilidade do homem" e a "necessidade de sua contra seres humanos totalmente inocentes, como foi
formação" (bildung) para a moral, a estética e a cida- o caso do pequeno João Hélio, arrastado por 7 km,
dania. Em suas Lições de Pedagogia (1776/77), Kant preso ao cinto de segurança, atrás do carro roubado
insiste na formação de uma mentalidade, vontade no subúrbio do Rio, ou da menina de l3 anos, em São
que anteceda a formação intelectual, dando destaque Paulo, baleada durante um tiroteio em pleno centro
à moldagem das paixões e dos afetos, no sentido de paulista ou, no caso dos três cidadãos franceses,
seu controle racional, o que o filósofo alemão chamou atuando em uma ONG carioca, esfaqueados, a céu
de "ginástica ética'" aberto, por um dos "garotos" de rua, que essa ONG
Com esses esclarecimentos conceituais, retomo, se esforçava em tirar da criminalidade.
pois, minhas reflexões anteriores sobre a "ensinabi- Nesses casos, constatamos ausência de formação,
lidade da moral". Para Kant, o pré-requisito básico pior, educação às avessas, contra o ideal almejado pela
consiste em educar o recém-nascido para saber con- Paidéia e a Bildung, tão minuciosamente definidas.
trolar seus afetos e suas paixões, para depois aprender É como o verbalizou a mãe desesperada de João
o exercício da ética e da cidadania. Ao contrário de Hélio, Rosa Cristina Fernandes Vieltes: no caso dos
certos filósofos e biólogos, que acreditam no inatismo agressores (bandidos), não se trata de seres humanos
da moral e de certos nichos do nosso cérebro em que e sim de monstros que têm "pedras no lugar do co-
células morais estariam abrigando uma espécie de ins- ração" e "sangue nas mãos". Neste e em outros casos,
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que o gênio humano foi capaz de criar um modelo de com a redemocratização do Brasil. Como constatou
perfectibilidade do ser humano e da sociedade, atra- Emília Ferreiro, fala-se, legisla-se, pesquisa-se muito
vés da "educação" compreendida como modelagem de sobre a educação no Brasil (mais do que em muitos
um futuro vislumbrado segundo uma "imagem" (um países latino-americanos), mas educa-se pouco, erra-
Vorbild contido na utopia) e que os seres humanos do e de modo insuficiente. O discurso parece servir
se orientem em direção àquele modelo para explorar unicamente como estratégia para ocultar a falta de
seus potenciais individuais e as possibilidades de re- vontade ou possibilidade de efetivamente oferecer
manejamento e reconstrução da sociedade segundo soluções eficazes para fazer da educação institucio-
critérios de justiça, igualdade, fraternidade para todos. nalizada e obrigatória uma alavanca para a elevação
Vista desta maneira, a "utopia" chega bem próximo ao do patamar civilizatório e cultural do Brasil.
que hoje muitos expressam de maneira difusa e vaga Como constatei em meus próprios estudos (aqui
como "sonho", desejo de alcançar um objetivo mais relacionados na nota 12) sobre a política educacio-
alto e distante, que alce o indivíduo para patamares nal brasileira, a estrutura do sistema educacional,
mais elevados da civilização e realização. as práticas pedagógicas, o uso do livro didático no
ensino público do país, "a ensinabilidade da moral",
11I a questão da moralidade, em geral, o analfabetismo e
Na busca de possíveis soluções para os impasses iletrismo ainda amplamente difundidos, entre muitas
apontados para uma "Educação continuada para as outras questões, a Bildung ou Paidéia no sentido das
humanidades': voltemos agora ao texto de Sérgio Pau- humanidades, anteriormente explicitado, jamais cons-
lo Rouanet, "Reinventando as Humanidades", em que tituíram as verdadeiras preocupações dos políticos,
ele nos sugere fazer três rupturas: com a pedagogia burocratas, professores e educadores dos séculos XX
tradicional, com a tecnocracia e com o populismo. e XXI. Entendo que a questão dos grandes números
Apesar de usar a grade oferecida por Rouanet, sempre foi um problema fundamental. Deste modo,
vou introduzir, em cada um dos tópicos, minhas o discurso democrático - "educação para todos" -
próprias experiências e idéias adquiridas através de sempre prevaleceu diante do esforço qualitativo de
minhas pesquisas empíricas e meus estudos teóricos "formação de personalidades': que durante o período
da questão educacional brasileira", não comprome- imperial ainda estava presente, pelo menos para as
tendo com meus exemplos a coerência do raciocínio elites. É como constatou para os USA o estudioso
de meu colega e marido que, lamentavelmente, não A. de Tocqueville: a democracia beneficiou o grande
pode estar presente neste evento para o qual também número ao preço da queda dos níveis de qualidade
fora convidado. de ensino e da difusão dos valores éticos e políticos
de cidadania.
A) A RUPTURA COM A PEDAGOGIA Se quisermos reverter esse quadro, precisamos
TRADICIONAL garantir a toda criança brasileira uma formação como
Enquanto Rouanet quer romper com a tradição sugerida e praticada pelos gregos e revitalizada para
pedagógica da decoreba, da disciplina cega, da ritua- nossa cultura cristã-ocidental, a partir dos humanistas
lização do ensino tradicional, estou mais preocupada renascentistas. Essa Paidéia ou Bildung começaria pela
em denunciar uma estratégia gasta e esvaziada de um domesticação e o controle das paixões e afetos desen-
discurso educacional, que considero ultrapassado. No freados (hoje fortemente vinculados ao consumo de
meu entender, não basta apenas voltar ao velho "slo- drogas e de mercadorias supérfluas), habilitando cada
gan', repetido ad nauseam, a reivindicação em favor da criança a "integrar um self' como diria Green, ou,
"Educação para todos"; "Educação de qualidade para como diria Wilhelm Reich, a construir uma estrutura
todos"; "Educação pública de qualidade para todos': de caráter individual e coletiva, compatível com os
temas esses que sempre continuam em pauta, desde os princípios da liberdade e do respeito à integridade
primórdios da República, acompanhando os períodos física de cada um e da sociedade. Max Horkheimer e
de Ditadura (de Vargas, e dos Militares) e retomados Theodor W Adorno retomaram esse tema de maneira
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deveria mudar tão freqüentemente. Pois sua imple- ções mais recentes, daquilo que acontece no campo
mentação, como mostrou a Lei de Diretrizes e Bases, da tecnologia, da medicina, da biologia, da filosofia,
de 1946, esteve vigente por mais de 40 anos, apesar das ciências humanas. O universitário brasileiro não
das múltiplas "inovações" introduzidas, muitas delas está equipado para assimilar, imediatamente, essas
sem efetivamente mudarem para melhor as condições novas descobertas, precisando aguardar e contentar-
de ensino. Os legisladores deveriam também ser "reei- se com possíveis traduções, que podem demorar ou,
dados" para as humanidades. Como podem eles fixar só acontecer, quando o tema já deixa de ter interesse
conteúdos curriculares, se eles próprios desconhecem (digamos, por exemplo, uma nova droga desenvolvida
a literatura mundial, diferentes línguas e culturas, e para combater a AIDS). Enquanto as famílias de pos-
não acompanham as novas metodologias do ensino, ses e abertas para esse problema financiam, por fora
baseadas em novas evidências de pesquisas históricas (em escolas de línguas particulares), esses saberes, as
e psicológicas e tecnologias? crianças de famílias de baixa renda ficam para trás,
mesmo criando-se soluções paliativas como o sistema
B) A RUPTURA COM A TECNOCRACIA de cotas ou outros truques, tipo bolsa família, ete.
Além disso, a ruptura tecnocrática se impõe
Um plaidoyer em favor das humanidades sig-
face à crença ingênua de que a tecnologia moderna,
nifica ter um certo ceticismo com relação a pseudo-
em especial telefone, celular, rádio, TV, Vídeo e ulti-
soluções propostas por pedagogos tecnocratas. Um
mamente a Internet seriam capazes de suprir a sede
dos exemplos mais debatidos foi a abolição da redação
de saber dos novos aprendizes. Lamentavelmente,
nos exames vestibulares que, durante longos períodos,
nossos jovens internautas preferem, em sua maioria,
passaram a adotar os testes de múltipla escolha, que
os sites de Chat às pesquisas pelo Google, a consulta
dificilmente captam o conhecimento efetivo de um
aos programas pornográficos veiculados, em lugar de
candidato para o ensino superior, e simplificavam visitas eletrônicas a galerias e museus, como preferem
os sistemas de avaliação graças a um gabarito único, fazer o downloading de música techno a quartetos de
segundo o qual os diferentes candidatos eram aceitos Mozart e sinfonias de Beethoven.
ou rejeitados. O equívoco felizmente foi percebido e Em meu Diário de uma Alfabetizadora, reuni as
hoje, pelo menos a redação, faz novamente parte de conversas com Maria, minha cozinheira, analfabeta,
quase todos os vestibulares e sistemas de avaliação. que estava convencida de que a TV era a melhor es-
Muito lamentável, no meu entender, também cola, melhor que qualquer programa de alfabetização
foi a eliminação do latim, do grego e do francês dos (de MOBRAL a Paulo Preire)." Recursos tecnológi-
cursos de ensinos Fundamental e Médio e, conse- cos, para o ensino, como o retro-projetor, o Video ou o
qüentemente, dos vestibulares comuns. Essa política PowerPoint / datashow podem ser instrumentos muito
equivocada reduziu o pequeno leitor à leitura de textos úteis de aprendizado e de transmissão de conhecimen-
traduzidos e lançados por editoras brasileiras, apesar tos. Contudo, eles não substituem o conhecimento
da implementação de programas de leitura nas biblio- substancial (humanístico) do professor, ao utilizá-los
tecas municipais e outros centros culturais. O apren- em sala de aula, e não criam interesse, se o aluno,
dizado de línguas estrangeiras significa uma janela universitário, aprendiz não tem nenhuma motivação
nova para o mundo, sua cultura, sua literatura, seus para os estudos e o desejo de aperfeiçoamento de seus
hábitos, seu cinema e teatro. Desconhecer o latim, conhecimentos, porque, inclusive, o professor não
reduz a compreensão do próprio vernáculo e deixa o apresenta essa motivação.
jovem aprendiz sem saber de onde veio a língua que
De que forma a Universidade poderia cultuar
fala e a cultura que os romanos estabeleceram pelo
mais as humanidades, levando em conta o pro-
continente europeu.
gresso técnico?
Em nível superior, esse desconhecimento de
outras línguas se revela ser ainda mais grave, pois 1. Em minha opinião, atualizando as bibliotecas
o nosso universitário dificilmente acompanhará os com aquisições sempre novas, mantendo em
debates críticos, as descobertas científicas e publica- dia as assinaturas de jornais e revistas (cultu-
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ensino "compensatório". Ou seja, uma educação que em especial o capítulo 6, "A megalopolização das cidades latino-
vá muito além das disciplinas obrigatórias da escola americanas na virada do século", P: 151-178.
11 Vale a pena remeter ao texto do psicanalista intitulado
e que ajude a criança a lidar com o mundo, seus pro-
"A violência no Brasil contemporâneo e o Mal-estar na
blemas, seus temas ATRAVÉS DO ESPORTE, DA
Civilização", que Escobar apresentou durante a Jornada, in:
MÚSICA, DA LEITURA, DA ARTE, DO TEATRO, Sônia Lobo (organizadora): Violência. Um estudo psicanalítico
DO CINEMA, enfim, das Humanidades lato sensu. e multidisciplinar. Fortaleza: Edições Dernócriro Rocha, 2003.
Se isso fosse realmente realizado, as crianças com alto 12 Vou remeter a alguns dos meus estudos que considero os mais
potencial de aprendizado e motivação para os estudos importantes:
chegariam à Universidade, independentemente de Barbara Freitag: Escola, Estado e Sociedade, 7" edição. São Paulo:
editora Centauro, 2005.
sua origem social. Aquelas que não se interessam por
B. Freitag: Sociedade e Consciência. Um estudopiagetiano na Escola
saber, ciência, pesquisa, medicina, etc. podem e deve-
e na Favela, 3" edição. São Paulo: Cortez, 1999.
riam ser encaminhadas às escolas de arte, de moda,
B. Freitag: Valéria R. Mona, Wanderly. O Livro Didático em
de técnicas, de cunho profissionalizante, igualmente
Questão, 3" edição. São Paulo: Cortez, 1993.
dignas e promissoras de realização.
B. Freitag: O indivíduo emformação, 4" edição. São Paulo: Cortez,
Por isso, o esquema de cotas somente deveria 1994.
ser adotado, passageiramente, e substituído por uma B. Freitag: Diário de uma Alfobetizadora, 3" edição. Campinas:
política educacional e cultural que resolvesse a ques- Papirus, 2000.
tão educacional a partir das bases, "na raiz", como B. Freitag: Itinerários de Antígona. A Questão da Moralidade, 4"
diria Marx. edição. Campinas: 2005.
Rio, 8 de março de 2007. Além disso, organizei e editei quatro números do Anuário de
Educação, publicados pela editora Tempo Brasileiro, Rio de
Janeiro, 1992, 1994, 1996, 1998, sobre os mais variados ternas
NOTAS
educacionais.
Palestra proferida no Auditório da Reitoria da Universidade 13 Theodor W Adorno, Else Frencke- Brunswick, Daniel Levinson
Federal do Ceará, por ocasião da abertura do seminário et alii, The Authoritarian Personatlity: studies in prejudice. Nova
denominado "Ação universitária de educação continuada para Yorke-Londres: Harper & Row, 1950; e Max Horkheimer
as humanidades", em Fortaleza, nos dias 08 e 09 de março de (ed.), Autoritãt und Familie. Paris: Alcan 1936 (edição focsimile
2007. de 1989).
2 Todos esses temas aqui debatidos já foram transformados e.r. 14 V Bill & Celso Arhayde, Falcão. Meninos do Tráfico. Rio:
textos e publicados em diferentes coletâneas. Objetiva, 2006.
3 Humanidades, n? 49, janeiro de 2003, p. 90. 15 Vide referência bibliográfica completa na nota 12.
4 A Paidéia, a formação do homem grego, Walter de Gruyter:
Berlim-Nova Yorque, 1989.
5 Immanuel Kant. Die drei Kritiken in ihrem Zusammenbang mit
dem Gesamtwerk. (Mir verbindendem Text zusammengefasst
von Raymund Schidt), Vide, em especial, o capítulo sobre
Philosophie der Erziehung (445-458), Srutrgart: Krõnerverlag,
1969.
6 Jean Piaget. Le jugement et le ratsonnement chez l'enfont. Paris:
PUF,1971.