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Materiais Cerâmicos e suas

Aplicações

1
• Materiais Cerâmicos: propriedades e produtos
• Definição
• Materiais cristalinos e amorfos
• Imperfeições
• Classificação dos Materiais Cerâmicos
• Estrutura
• Iônicos
• Silicatos
• Carbono
• Cerâmicas de Alto Desempenho
• Processos de Fabricação
• Vidros
• Refratários / Cimentos
2
3
Processamento,
estrutura, propriedades

processamento

estrutura propriedades

4
Materiais:
estrutura e propriedades
[Van Vlack,1984]

Material Estrutura Propriedades

Ligação Cristali- Estabilidade Conduti- Mecânica


nidade vidade
Cerâmico Iônica, Amorfa, Alta Média Média
covalente cristalina

Metálico Metálica Média


Cristalina Alta Alta

Polimérico Covalente, Amorfa, Baixa Baixa


van der semicristalina Baixa
Waals

5
Cristalino x amorfo

6
Estabilidade térmica e química

Material Característica

Resistente a corrosão, oxidação,


Cerâmico
altas temperaturas
Degrada com solventes, altas
Polímero
temperaturas

Metal Suscetível a corrosão, oxidação

7
Condutividade elétrica
[Callister, 2000]

Material Resistividade elétrica (ohm-m)

Cerâmico 10-6 a 1018

Polímero 108 a 1017

Metal 10-8 a 10-7

8
Condutividade térmica
[Callister, 2000]

Material Condutividade térmica (W/m-K)

Cerâmico 1 a 500

Polímero 0,01 a 0,5

Metal 10 a 400

9
 Dilatação térmica
◼ depende da composição e da estrutura cristalina
◼ baixa quando comparada com metais e polímeros

 Possuem um número pequeno de elétrons livres


◼ condutividade elétrica é praticamente nula.
◼ existem materiais cerâmicos semicondutores,
condutores e até supercondutores (para certos
valores de temperatura)

 Condutividade térmica
◼ depende da composição e da estrutura cristalina
10
Módulos de elasticidade
[Callister, 2000]

Material Módulo de elasticidade (GPa)

Cerâmico 10 a 1200

Polímero 0,002 a 5

Metal 10 a 400

11
Resistência mecânica
[Callister, 2000]

Material Resistência sob tensão (MPa)

Cerâmico 10 a 1500

Polímero 10 a 90

Metal 100 a 2400

12
Deformação
[Callister, 2000]

Material Deformação (%)

Cerâmico -

Polímero 1 a 1400

Metal 1 a 60

13
Tenacidade à fratura
[Callister, 2000]

Material Tenacidade a fratura (MPa-m-1/2)

Cerâmico 0,3 a 12

Polímero 0,5 a 6

Metal 20 a 90

14
DEFINIÇÃO
 Cerâmica vem da palavra grega keramikos
(κεραμικός) que significa matéria-prima
queimada.
 Materiais cerâmicos são compostos de
elementos metálicos e não metálicos.
Ligação iônico-covalente. Principalmente
cristalinos (ou vítreos). Consolidados em
altas temperaturas. Podem ser simples ou
complexos. Podem ser óxidos, nitretos,
carbetos, silicetos, aluminetos, etc.

15
 Esta ampla gama de materiais inclui
cerâmicas de materiais argilosos, cimento e
vidros, entre outros.
 Até 1960, os materiais mais importantes
nesta classe eram as chamadas cerâmicas
clássicas, para as quais a matéria prima
principal era a argila.
 Os produtos que são considerados
cerâmicas tradicionais são porcelana branca,
tijolos, vidros e cerâmicas de altas
temperaturas.
 As cerâmicas são compostos de no mínimo
dois componentes e suas estruturas
cristalinas são muito mais complexas do que
os metais.

16
Cerâmica tradicional
 Minerais de composição inconstante e
pureza duvidosa são expostos a um
tratamento térmico não-mensurável,
que dura o suficiente para permitir
que reações desconhecidas ocorram
de modo incompleto, formando
produtos heterogêneos e não-
estequiométricos, conhecidos com o
nome de materiais cerâmicos.

17
Cerâmica tradicional
Obtidas a partir de 3 componentes
básicos
• Argila (haloisita, caulinita, ilita,
montmorilonita, vermiculita, talco...)
• Sílica (SiO2)
• Feldspato (K,Na,Ca)(Si,Al)4O8)

18
Cerâmica moderna / avançada
 Materiais cerâmicos são compostos
sólidos formados pela aplicação de
calor, algumas vezes calor e pressão,
constituídos por ao menos
◼ um metal (M) e um sólido elementar
não-metálico (SENM) ou um não-metal
(NM),
◼ dois SENM, ou
◼ um SENM e um não-metal (NM)

19
Metais e não-metais
 Metais (M): Na, Mg, Ti, Cr, Fe, Ni, Zn,
Al...
 Não-metais (NM): N, O, H,
halogênios (VII A)
 Sólidos elementares não-metálicos
(SENM): isolantes (B, P, S, C ) ou
semicondutores (Si, Ge)

20
Tabela periódica dos elementos
IA VIII B
1 Metais Não-Metais 2
H II A III B IV B VB VI B VII B He
3 Li 4 5 6 7 8 9 F 10
Be B C N O Ne
11 12 13 14 15 16 17 18
Na Mg III A IV A VA VI A VII A ⎯ VIII A ⎯→ IB II B Al Si P S Cl Ar
19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54
Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe
55 56 * 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86
Cs Ba La Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi Po At Rn
87 88 **
Fr Ra Ac
Sólido Líquido Gás

57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71
* Lantanídeos
La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103
** Actinídeos
Ac Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf Es Fm Md No Lw

21
Tabela periódica dos elementos
IA Sólidos Elementares VIII B
1 Metais Não-Metálicos 2
H II A III B IV B VB VI B VII B He
3 Li 4 5 6 7 8 9 F 10
Be B C N O Ne
11 12 13 14 15 16 17 18
Na Mg III A IV A VA VI A VII A ⎯ VIII A ⎯→ IB II B Al Si P S Cl Ar
19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54
Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe
55 56 * 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86
Cs Ba La Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi Po At Rn
87 88 **
Fr Ra Ac
Sólido Líquido Gás

57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71
* Lantanídeos
La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103
** Actinídeos
Ac Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf Es Fm Md No Lw

22
Exemplos de combinações
 M + NM: MgO, Al2O3, BaTiO3,
YBa2Cu3O7...
 M + SENM: TiC, ZrB2...
 SENM + SENM: SiC, B4C
 SENM + NM: SiO2, Si3N4

23
Cerâmica, vidro, argamassa
Tipos Sequência de processamento

Cerâmica pó → forma → calor

Vidro pó → calor → forma

Argamassa calor → pó → forma

24
Cerâmica tradicional x avançada

Cerâmica Matérias- Estrutura Proprie- Processa- Aplicações


primas dades mento

Tradicional naturais, não-uniforme, mecânica, olaria, construção,


(silicatos) minerais porosa estética colagem, produtos
industriais prensagem, domésticos
(<98% extrusão,
pureza) queima

Avançada produtos homogênea, elétrica, prensagem eletrônica,


(alto de- químicos menos porosa magnética, isostática, estrutural,
sempenho, industriais nuclear, moldagem química,
alta tecno- (>98% óptica, por injeção, refratários
logia) pureza) mecânica, sinterização,
térmica, ligação por
química, reação
biológica

25
Produtos e aplicações
 Térmica
 Elétrica
 Magnética
 Óptica
 Nuclear
 Química
 Biológica
 Mecânica
 Estética

26
Funções térmicas
Funções Classes Aplicações Exemplos

condutividade trocadores de calor AlN


para pacotes
eletrônicos

Térmicas isolamento revestimentos fibras de SiO2, Al2O3,


isolantes para fornos ZrO2
de alta temperatura

refratariedade revestimentos SiO2, Al2O3, ZrO2


isolantes para fornos
de alta temperatura
(metais fundidos,
escórias)

27
Funções elétricas
Funções Classes Aplicações Exemplos

condutividade elementos de SiC, ZrO2, MoSi2


aquecimento para
fornos

Elétricas dielétricos capacitores BaTiO3, SrTiO3

isolamento substratos de circuitos Al2O3, AlN


eletrônicos

28
Funções magnéticas
Funções Classes Aplicações Exemplos

magnetos duros ímãs de ferrita (Ba,Sr)O·6Fe2O3

Magnéticas e magnetos moles núcleos de (Zn,M)·6Fe2O3, com


super- transformadores M=Mn,Co, Mg
condutoras

supercondutividade fios e magnetômetros YBa2Cu3O7

29
Funções ópticas
Funções Classes Aplicações Exemplos

translucência materiais para Al2O3, MgO


lâmpadas de Na

Ópticas transparência cabos de fibra óptica SiO2

transparência ao janelas para laser CaF2, SrF2, NaCl


infravermelho infravermelho

30
Fios de Fibra Óptica

 Substitui os fios de Cu para o envio


de sinais de comunicação /
informação.
 Fios de fibras ópticas são capazes de
transportar muito mais informação do
que os fios de cobre convencionais.
 Fios de fibras ópticas são
relativamente mais baratos do que os
de cobre.
31
Funções nucleares
Funções Classes Aplicações Exemplos

fissão combustível UO3, UC

Nucleares fissão moderadores de C


nêutrons

fissão revestimentos em Concreto


reatores

32
Funções químicas
Funções Classes Aplicações Exemplos

catálise suporte de catalisador Mg2Al4Si5O15

Químicas condutividade sensores de gases ZnO, ZrO2, SnO2,


sensitiva a gases Fe2O3

separação filtros SiO2, Al2O3

33
Funções químicas
 sensores de gases
◼ principais materiais: ZrO2(O2) , ZnO, SnO2, Fe2O3 (H2O)
◼ alarme de vazamento de gases venenosos e
hidrocarbonetos
◼ sensor de oxigênio em veículos automotores
◼ sensor de oxigênio na fabricação do aço / tratamentos
térmicos

34
Funções químicas
Catalisador automotivo
• 1,5 g de metais preciosos
• Paládio-ródio (para veículos a
gasolina)
• Paládio-molibdênio (para veículos a
álcool)
2CO + O2 ―> 2CO2
2C2H6 + 7O2 ―> 4CO2 + 6H2O
2NO2 + 4CO ―> N2 + 4CO2

35
Funções biológicas
Funções Classes Aplicações Exemplos

biocompatibilidade cimentos CaHPO4·2H2O

Biológicas biocompatibilidade próteses estruturais Al2O3

36
Funções biológicas
 implantes
◼ principais materiais: Al2O3 (bioinerte) e
hidroxiapatita (bioativa)
◼ ossos artificiais, dentes e juntas

37
Funções mecânicas
Funções Classes Aplicações Exemplos

dureza ferramentas de corte Al2O3, Si3N4, ZrO2, TiC

Mecânicas refratariedade estatores e lâminas de Al2O3, Si3N4, MgO, SiC


estrutural turbina

resistência a desgaste, mancais Al2O3, Si3N4, ZrO2, SiC


abrasão

38
Funções estéticas
Funções Classes Aplicações Exemplos

cerâmica de mesa pratos, xícaras, vasos louça, porcelana

Estéticas cerâmica de pisos, azulejos grés, porcelanato


revestimento

cerâmica sanitária vasos sanitários, pias louça, porcelana

39
Porcelana
 A porcelana é um produto branco
impermeável e translúcido. Ela se
distingue de outros produtos cerâmicos,
especialmente, da louça, pela sua
vitrificação, transparência, resistência,
completa isenção de porosidade e
sonoridade.
 Matéria-prima da porcelana: argila, quartzo,
caulim (minério composto de silicatos
hidratados de alumínio, como a caulinita e a
haloisita) e feldspato. Estes materiais são
encontrados em minas, cuidadosamente
lavados e purificados.
40
Depois de secas, as peças sofrem a
primeira queima, denominada biscoito,
a 900 ºC, cujo objetivo é dar às peças
resistências e porosidade para a
perfeita absorção do verniz. Nesta
etapa as peças adquirem um tom
rosado.
O verniz é composto pelos mesmos
materiais da massa, em quantidades
diferentes.

41
 Através de um processo manual de imersão, o
verniz adere à superfície da peça, formando
uma película de cobertura. Após a aplicação
do verniz ocorre uma segunda queima, que é
realizada a uma temperatura que varia entre
1380 ºC a 1400 ºC.

 Nesta fase a massa torna-se completamente


compacta, totalmente sem porosidade,
adquirindo cor branca e vitrificada (fusão do
verniz sobre a massa). Esta segunda queima
dura em média 31 horas, podendo chegar até
89 horas, dependendo da extensão do forno
utilizado.

42
43
Propriedades dos Materiais Cerâmicos
 Estrutura cristalina ou não cristalina;
 Alta temperatura de fusão (até 3900 ºC);
 Todas as cerâmicas são quebradiças a temperatura
ambiente;
 Resistência muito baixa aos esforços de tensão;
 Baixa resistência à fratura. Microfraturas são
formadas facilmente sob tensão;
 Resistentes sob pressão. As microfraturas não se
formam de maneira tão fácil.

44
Propriedades dos Materiais Cerâmicos

 Dureza elevada e boa resistência ao atrito;


 Baixa tenacidade;
 Baixa condutividade térmica e elétrica;
 Alta resistência à fluência a altas temperaturas;
 Capacidade de se manter neutro, sem reagir, quando
expostos a ambientes severos
 Podem ser magnetizados e desmagnetizados, alguns
podem ser permanentemente magnetizados.

45
Tensão x deformação
 Não é feito por um ensaio tração x deformação
◼ dificuldade no preparo de amostras com a geometria
exigida
◼ dificuldade em prender materiais frágeis sem fraturá-los
◼ as falhas ocorrem com uma deformação de apenas
0,1%
 Realizado um ensaio de flexão transversal
◼ uma barra, com seção circular ou retangular, é
flexionada até a sua fratura.
◼ Resistência à flexão

46
Estrutura dos cerâmicos
• Cristais iônicos
• Silicatos
• Carbono

47
Estrutura dos cerâmicos
 Cristais iônicos
◼ Compostos por íons eletricamente
carregados ao invés de átomos.
◼ Os íons metálicos (ou cátions) estão
carregados positivamente, e os íons não-
metálicos (ou ânions), estão carregados
negativamente. Estrutura do cristal
torna-se eletricamente neutra.

48
Cristais Iônicos
Estruturas do tipo AX

Estruturas do tipo AmXn


Estruturas do tipo ABmXn

49
SILICATOS
• Muitos materiais cerâmicos contêm silicatos,
por serem abundantes e baratos e por
possuírem propriedades importantes;
• materiais de construção, como os tijolos,
telhas, vidros, também são feitos de
silicatos.
• Os silicatos podem ser usados como,
isolantes elétricos, materiais de laboratório
e fibras de vidro.

50
Silicatos
Unidade tetraédrica
silicato

Unidades tetraédricas duplas

51
Estruturas em cadeia

52
Estruturas em camadas

53
Estruturas Tridimensionais
Polimorfismo

Cristobalita Tridimita

54
Silicato - Sílica
O

Si

Sílica: SiO2

Baixa densidade:
Quartzo = 2.65g/cm3

Alguns polimorfos: Quartzo, cristobalita, tridimita


55
Silicatos

Silício e Oxigênio são os dois


4- elementos mais comuns na
superfície da Terra.
O A ligação é predominantemente
covalente
O Os ângulos de ligação são fixos
Si O Produz uma estrutura tetraédrica
Os silicatos são baseados em
O tetraedros
Um único tetraedro (SiO4-4)
requer cátions para balancear as
cargas

56
Silicatos

Dois tetraedros podem ligar-se por um único vértice: Si2O7 –6


ou pela aresta: Si2O6 –4 ou pela face: Si2O5-2

O
Si

O
O
Si
Si

Si2O7 –6 Si2O6 –4 Si2O5-2

57
Silicatos
Os tetraedros podem formar cadeias, anéis

58
Carbono

Diamante
(tridimensional)

Grafita
(em
camadas)
Fullereno, C60
59
Grafeno

60
Propriedades elétricas
 Dielétrico (isolante),
 Ferroelétrico (podem conduzir eletricidade,
uma vez que seus domínios sejam
alinhados),
 Piezelétricos (energia mecânica 
elétrica),
 Semicondutores (características elétricas
entre os condutores e isolantes),
 Magnéticos.

61
62
Técnicas de preparação de pós cerâmicos
Fonte: Askeland
63
Colagem (fundição) por Suspensão
(Slip Casting)
Colagem da Barbotina

• Uma forma especial de gesso é feita. Este gesso é


poroso e absorve a água.
• Uma polpa de pó e água é preparada. Esta é
denominada de suspensão (barbotina).
• Esta suspensão é colocada dentro do molde.
• O molde absorve a água e as partículas sólidas se
depositam nas paredes do molde.
• O molde é separado e o pó compactado é removido.
• O pó compactado é sinterizado.
• O slip casting permite trabalhar com formas
complexas.
64
Fundição por Suspensão
Colagem da Barbotina (Slip Casting)

Enchimento do molde Compactação

Retirar excesso Extração do molde

65 Fonte: Askeland
Fundição por
Suspensão
Bule de chá
sendo
removido do
molde após
Colagem da
Barbotina.

66
Produção de Louça Sanitária

67
Sinterização

• O pó cerâmico é misturado com um ligante ou


lubrificante, após é pressionado dentro de um
molde com a forma desejada.
• O pó compactado é removido do molde e
aquecido a altas temperaturas onde as
partículas coalescem ou sinterizam entre si na
forma de um objeto sólido.
• A sinterização ocorre pelo movimento dos
átomos no sólido chamado de difusão,
causando geralmente uma diminuição da
porosidade e contração na peça.
68
Sinterização de cerâmicos

Formação de
As partículas se pescoço entre
Final: poros
ligam através de as partículas, o
arredondados
pontos de que torna a
com menor
contato. peça mais
espaço entre
Grande números densa.
eles.
de poros.
69
Processamento de Pó

Compressão Uniaxial Compressão Isostática


Moldagem por Injeção de Pós
(Powder Injection Moulding - PIM)
70
Moldagem de argilas

Extrusão Moldagem

71
Vidros
• Vasilhames
• Janelas
• Lentes
• Fibra de vidro
• Os vidros comerciais mais fabricados são os
soda cal, que são combinações de sílica + cal +
soda
• Principal óxido: SiO2 ; outros óxidos: CaO,
Na2O, K2O e Al2O3.
• Os cristais são produzidos à base de sílica, K2O,
Na2O mais um percentual de óxido de chumbo
(até 30% de PbO), o que garante o brilho
metálico.
72
Vidros
 Vidro-formadores: B2O3; SiO3; GeO2;
P2O5; V2O5; As2O3 (óxidos ácidos) –
formadores de rede;
 Intermediários: Al2O3; Sb2O3; ZrO2;
TiO2; PbO; BeO; ZnO (anfóteros) – não
formam vidros sozinhos, mas em
combinação com os primeiros adquirem o
papel de formador de rede;
 Modificadores: MgO; Li2O; BaO; CaO;
SrO; Na2O; K2O (óxidos básicos) – similar
aos 2º, mas de outra classe, formam ou
modificam a rede.
73
 Acessórios: por vezes usados em
pequenas quantidades, como
corantes, refino, eliminação de
bolhas, opalinos, etc.
◼ FeO: cor verde azulada;
◼ Fe2O3: cor verde amarelada;
◼ Co2O3: cor azul;
◼ CuO: cor azul esverdeada;
◼ Cr2O3: cor verde.

74
Tipos principais
 Vidro alcalino (comum : > 95%);
 Vidro chumbo (cristal);
 Vidro boro-silicato (vidrarias e utensílios
domésticos);
 Fibra de vidro;
 Vidro opalino (opalescente);
 Vidro para termômetro (melhor controle de
espessura);
 vidro de sílica (100% SiO2);
 Vidro oftálmico (fabricação de lentes).
75
 Os produtos de vidro são
conformados (moldados) a quente.
 Quando o material está “fundido”
apresentando-se como um material
de elevada viscosidade, ele pode ser
deformado plasticamente sem se
romper).

76
77
Conformação de vidros
[Norton, 1952: 162; Fernandes,1999: 62]

 Prensagem
◼ pratos
 Sopro
◼ garrafas
 Laminação ou estiramento
◼ vidro plano
 Fiação
◼ fios, fibras

78
Vidros planos

©2003 Brooks/Cole, a division of Thomson Learning, Inc.

Técnicas de fabricação de vidros planos.


Fonte: Askeland
79
©2003 Brooks/Cole, a division of Thomson Learning, Inc.

Processos de fabricação de produtos de vidro: (a) prensagem; (b)


prensagem e sopro; (c) trefilação.

Fonte: Askeland
80
[Norton, 1952: 163]

Prensagem

81
[Callister, 1996: 416]

Sopro

82
Processos de laminação
[Fernandes,1999: 70]

Distribuidor

Fourcault Colburn

83
Fios e tubos
[Norton, 1952: 167; Schaffer, 1999: 689]

Vidro
fundido
Vidro fundido
Fluxo de ar

Platina Tubo
Mandril

Fibra de
vidro

Fiação Fabricação de tubos

84
Tratamento térmico de vidros
[Callister, 1996: 417]

 Recozimento (annealing)
◼ Aquecimento a temperatura de recozimento,
seguida de resfriamento
◼ Alívio de tensões térmicas
 Têmpera (quenching)
◼ Aquecimento a T>Tg e < ponto de amolecimento
◼ Resfriado a T ambiente com jato de ar ou banho
de óleo
◼ Tensões residuais compressivas na superfície e
de tração no interior

85
Propriedades dos vidros
 Não ocorre a cristalização (ordenação dos
íons em uma estrutura cristalina) durante o
resfriamento;
 Quando o líquido é resfriado, aumenta a sua
viscosidade (e diminui o seu volume) até
que a viscosidade aumente tanto que o
material comece a apresentar o
comportamento mecânico de um sólido;
 Não existe uma temperatura de fusão
cristalina, mas uma temperatura de
transição vítrea (Tg).

86
©2003 Brooks/Cole, a division of Thomson Learning, Inc. Thomson Learning ™ is a trademark used herein under license.

Vidro resfriado rapidamente para produzir tensões compressivas na


superfície.

Fonte: Askeland
87
Devitrificação e vitrocerâmica
[Barsoum, 1997: 323]

Fusão e conformação
Crescimento
Temperatura

Nucleação

Tempo

88
Abrasivos
Elementos de moagem, polimento e de corte
Tipos de abrasivos:
• Diamantes
• Carbeto de silício
• Carbeto de alumínio
• Óxido de alumínio
• Carbeto de tungstênio

89
Produtos de Argila
• Produtos estruturais (Tijolos, telhas, tubulações, etc.)
• Produtos brancos (Porcelana, louça, etc.). Este produtos são
compostos de: Alumina (Al2O3) + Sílica (SiO2)

Refratários
• Refratários para fornos
• Equipamentos de tratamento térmico
• Equipamentos de geração de energia
Tipos de refratários:
• Neutros – cromita
• Ácidos – sílico-aluminoso
• Básicos – magnesíticos
• Refratários especiais (zirconita, magnesita, alumina, SiC). Usados
como resistência elétrica, material de moagem, componentes
internos de fornos.
90
MATERIAIS REFRATÁRIOS

DEFINIÇÃO:
- Materiais de construção que têm que
resistir a altas temperaturas e manter suas
propriedades físicas e químicas nas
condições de serviço.
- Materiais não-metálicos, inorgânicos, de ligação
iônico-covalente, geralmente cristalinos.

91
MATERIAIS REFRATÁRIOS

CONDIÇÕES DE SERVIÇO (aplicações):


alta temperatura, esforços mecânicos, vibrações,
choque térmico, desgaste físico, corrosão química -
associadas à produção do aço e metais não
ferrosos, vidro, cerâmica e outros processos
(indústria petroquímica, incineradores industriais,
etc.)

92
MATERIAIS REFRATÁRIOS

CLASSIFICAÇÃO:

CRITÉRIOS:
-matéria-prima: argilosos e não-argilosos
-composição química: alta-alumina, magnesíticos
-natureza química: básicos (MgO), ácidos (SiO2),
neutros
muito usada na metalurgia:
-escórias básicas atacam refratários ácidos e vice-versa
-neutros: imune aos dois tipos de escórias (cromita, forsterita e carbono)
-forma: monolíticos, formatados (peças prontas)
-utilização: isolantes térmicos
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Cimentos
 Produtos argilosos que endurecem
com reação com água;
 Cimento Portland, gesso de Paris, cal,
fosfato de alumínio;
 Concreto comum: agregado graúdo,
agregado miúdo, cimento e água;
 Concreto especial: reforçado com
fibra de vidro (GRC).

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Cimento Portland

Componentes: cal, sílica, alumina e óxido de ferro


Cozimento – fusão parcial – a 1450C – chamado
clínquer, ao qual é adicionado gesso (para início de
pega).
Tipos de cimento: cimento Portland, cimento Portland
branco, cimento aluminoso, cimento de pega rápida,
cimento metalúrgico.
Tipos de uso: pasta, argamassa, concreto.

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Outras aplicações
 Revestimentos: esmalte cerâmico;
 Filmes finos: tarja de cartão
magnético (óxido de ferro), telas
sensíveis ao toque (óxido de estanho
e índio);
 Fibras: usadas em diferentes
compósitos.

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PEI (Porcelain Enamel Institute / Instituto da Porcelana
Esmaltada): é um índice usado como norma internacional para
indicar a resistência do esmalte da cerâmica ao desgaste
quando submetido à ação de sujeiras abrasivas em função do
uso.

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