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BACHARELADO EM ENGENHARIA
Pontes: Impactos de sua implantação
Uma ponte nada mais é do que uma estrutura podendo ser de pedra, madeira, aço ou concreto
armado, tendo o objetivo de vencer obstáculos, barreiras artificiais ou naturais sem que o
fluxo seja interrompido.
O trabalho de uma ponte é permitir o deslocamento de pessoas, automóveis e, em alguns
casos, até barcos, transpondo um ou diversos obstáculos, que estes podem ser: rios, braços
marinhos, vales profundos, outras estradas, etc. Denominando corretamente, segundo Pfeil
(1980), quando o obstáculo se refere a rios, lagos ou mar, é chamado de ponte. Caso seja o
deslocamento sobre um vale ou rota, denomina-se viaduto.
As primeiras pontes acabaram surgindo de forma natural em nosso meio, através de quedas de
troncos de árvores sobre os rios conseguindo interligar uma margem à outra. O homem
enxergando e analisando essas “pontes naturais”, acabou entendendo que poderia construir
outras pontes em locais diferentes utilizando os troncos e outros materiais como pedras,
cordas, cipós, e/ou travas feitas de pedaços de madeiras, constituindo uma estrutura mais
estável, a fim de suportar a ida e a volta ao seu destino (UFPR/ITTI, 2018).
Levando em consideração na hora de dimensionar uma ponte ou viaduto, precisa-se sempre
respeitar o ambiente ao redor de onde será construído, quais os impactos (positivos e
negativos) que trará, qual o objetivo de sua implantação (desafogar trânsito, cruzar uma
rodovia interligando duas regiões de uma cidade, etc.), quais riscos ao meio ambiente que
poderá ocasionar e como evitá-los, além da viabilidade econômica da construção, pontos que
serão posteriormente abordados.
Nesse estudo, também será apresentado a base da arquitetura estrutural de pontes e seus
elementos constituintes, quais os impactos à área, provocados pela implantação de uma obra
deste porte e quais os principais itens que devem ser considerados para a sua implantação.
O objetivo do projeto, é relatar a funcionalidade da ponte Octávio Frias de Oliveira,
inaugurada no dia 10 de maio de 2008 (Dynatest, 2020), localizada na cidade de São Paulo.
A decisão de escolher essa ponte veio ao analisar que ela é uma das obras mais apreciadas da
cidade de São Paulo devido a forma como foi construída (Metálica, 2020), além de ser
localizada em uma das cidades mais populosas do Brasil. No intuito de despertar o interesse
do público alvo como, arquitetos, engenheiros ou, até mesmo, pessoas que têm o interesse em
conhecer um pouco mais sobre esse expressivo monumento arquitetônico.
2. METODOLOGIA
3. RESULTADO E DISCUSSÃO
3.3.2. A estrutura
Na projeção das estruturas de pontes destinadas ao tráfego de veículos, existem diversas
classificações a considerar, sendo a finalidade um dos pontos principais, além do tipo
estrutural, o material de escolha, a geometria, o carregamento, a topografia, a geotecnia, e
diversos outros fatores determinantes ou condicionantes (Chung, 2018). Em geral, toma-se
como base, as pontes moldadas in loco, pré-moldadas ou pré-fabricadas, de forma parcial ou
total.
Sendo a ponte estaiada uma estrutura flexível, suas principais partes constituintes são:
mastro ou pilotes – elementos responsáveis por dar suporte aos estais e transmitir os
esforços à fundação. Geralmente são construídos em concreto armado;
sistema de tirantes (estais) – responsáveis por ligar o mastro aos tabuleiros, através de
conexão direta, como é o caso da ponte aqui referenciada, ou através de conexões
secundárias por uma seção transversal alocada no tabuleiro;
ancoragem dos estais – dispositivo responsável por estabelecer a conexão entre o
mastro e o tabuleiro, prendendo as extremidades dos estais aos pontos de ligação;
tabuleiro (viga de rigidez) – componente horizontal responsável por suportar as cargas
diretamente aplicadas. Suportam esforços axiais e de flexão.
3.5. Sustentabilidade
Minimizar o impacto ambiental é uma das preocupações latentes de hoje, e embora, no
passado tenha sido uma questão muito ignorada, a baixa emissão de carbono, o uso eficiente
dos recursos hídricos e a sustentabilidade do meio ambiente tornam-se um valor agregado
dentro dos diferentes mercados.
Dizer que o concreto é sustentável pode soar muito contraditório, considerando que a
indústria cimenteira, é diretamente responsável por cerca de 8% de todo o dióxido de carbono
(CO²) gerado no mundo. E é nesse cenário que estruturas pré-moldadas, como o parcial da
ponte em estudo, e a otimização ocasionada pela substituição de grandes volumes de concreto
por aço ou estruturas mistas, contribuem para a conservação do meio, diminuindo o consumo
de água, gerando menos resíduos e aumentando o uso de materiais recicláveis (Brondani,
2014).
Os sistemas estruturais tensionais são a forma mais eficiente e adequada para usar o aço em
estruturas responsáveis por vencer grandes vãos e diferentes esforços, e ainda sim, conferir
rigidez e leveza, otimizando o projeto. Este conceito tem sido uma alternativa bastante
comum hoje em dia, entre outras coisas, porque, o aço dos estais, é um material fácil de
reciclar, flexível e resistente, tornando as pontes estaiadas ou metálicas, uma opção ideal para
uma gestão sustentável de recursos (Tagliani, 2018).
Como um complemento do projeto, a ponte ainda conta com o sistema luminotécnico mais
econômico do país, onde o destaque vai para o mastro, composto por dois subsistemas com 36
lâmpadas LED agrupadas, totalizando uma potência de 50W somente, o lado externo com 20
projetores distribuídos, de alta eficiência e economia, de 1000W de potência, cerca de 33%
menor que os sistemas convencionais, e a iluminação viária com lâmpadas de multivapores
metálicas com tubo de descarga cerâmico de 140W cada, sendo 44% menor que as lâmpadas
tradicionais de vapor de sódio das ruas de São Paulo (Arquitetando, 2009).
4. CONCLUSÃO
Não há dúvidas de que a arquitetura das pontes, assim como das grandes estruturas, deve ser o
resultado da organização e canalização das forças que as solicitam. Canalização de forças que
devem ser simples, diretas e legíveis, onde o engenheiro de projeto deve escolher, de acordo
com a localização da obra, um sistema estrutural eficaz e adaptado.
A atitude básica da arquitetura estrutural não é a da centelha do gênio artístico, mas da análise
e do trabalho sistemático. A opção estrutural realizada por etapas, nem de longe, deve ser
baseada apenas em aspectos técnicos. A estrutura escolhida tem que expressar a vontade do
projetista, a obra deve ser imponente, ou até mesmo, impressionante, mas além de tudo, deve
parecer leve e flexível. Tal obra deve ser capaz de conferir unidade em um local complexo e
desordenado, especialmente quando a estrutura é obrigada a superar vários obstáculos, como é
o caso da Ponte Estaiada Octávio Frias de Oliveira, localizada sobre o rio Pinheiro em São
Paulo, introduzindo ritmo e harmonia sobre eles.
Claro, não há receitas, e que a escolha final é sempre o resultado de uma comparação
progressiva entre as soluções que inicialmente parecem viáveis, especificando em estágios
sucessivos as que parecem mais promissoras, e que, muitas vezes, sua escolha se dá de acordo
com os imperativos funcionais, além de prazos, viabilidade socioeconômica e
sustentabilidade.
5. REFERÊNCIAS
1. DYNATEST. Ponte Estaiada: Saiba mais sobre a construção de um dos símbolos de São
Paulo. 28 jan. 2020. Disponível em: http://dynatest.com.br/ponte-estaiada-saiba-mais-sobre-
a-construcao-de-um-dos-simbolos-de-sao-paulo/. Acesso em 25 set. 2021.
2. METÁLICA, P. Ponte Estaiada Octavio Frias de Oliveira em SP. 19 out. 2020. Disponível
em: https://metalica.com.br/ponte-estaiada-octavio-frias-de-oliveira-em-sp-2/. Acesso em 25
set. 2021.
7. AUGUSTO, L. Ponte Octávio Frias de Oliveira. 27 out 2020. São Paulo. Disponível em:
https://www.luizzy.com.br/ponte-octavio-frias-de-oliveira/. Acesso em: 29 out 2021.
11. ______. NBR 7188: Carga móvel rodoviária e de pedestres em pontes, viadutos,
passarelas e outras estruturas. Rio de Janeiro, 2013.
12. ______. NBR 8196: Desenho técnico – Emprego de escalas. Rio de Janeiro, 1999.
13. ______. NBR 7187: Projeto de pontes de concreto armado e de concreto protendido -
Procedimento. Rio de Janeiro, 2013.
15. TAGLIANI, S. Tudo o que você precisa saber sobre pontes estaiadas – e as possíveis
causas do acidente na Colômbia. 2018. Disponível em: https://engenharia360.com/tudo-o-
que-voce-precisa-saber-sobre-pontes-estaiadas-e-as-possiveis-causas-do-acidente-na-
colombia/. Acesso em: 30 out 2021.
16. ARQUITETANDO. Ponte Estaiada Octavio Frias de Oliveira. 2009. Disponível em:
https://pensaremarquitetura.blogspot.com/2009/06/ponte-estaiada-octavio-frias-de.html.
Acesso em: 30 out 2021.
6. RELATÓRIO ANTI-PLÁGIO
7. PLANO DE AÇÃO