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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVEM

BACHARELADO EM DIREITO

DÁVILI MARTINHÃO

EMANUEL LIRA

LIVYA GABRIELLY SOUZA

LYNE CARDOSO

MARIA RITA AZEVEDO

THÁISSA DE SOUZA BATISTA

VITÓRIA BERBEL

VITÓRIA CAROLINE

VITÓRIA GARCIA

OS LIMITES DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO

MARÍLIA

2022
Sumário
INTRODUÇÃO.................................................................................................................3

O QUE É LIBERDADE DE EXPRESSÃO?....................................................................3

POR QUE A LIBERDADE DE EXPRESSÃO É UM DIREITO FUNDAMENTAL?...4

LIBERDADE DE EXPRESSÃO X DISCRUSO DE ÓDIO............................................6


INTRODUÇÃO

Artigo 5º IX da constituição federal - é livre a expressão da atividade intelectual,


artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

A liberdade de expressão está ligada ao direito de manifestação do pensamento,


possibilidade de o indivíduo emitir suas opiniões e idéias ou expressar atividades
intelectuais, artísticas, científicas e de comunicação, sem interferência ou eventual
retaliação do governo.

O QUE É LIBERDADE DE EXPRESSÃO?

Liberdade de expressão é um conceito que prevê a oportunidade de uma ou mais


pessoas expressarem suas ideias sem medo de coerção ou represálias.

O termo se refere à livre manifestação de diferentes vozes, não importando se


concordam, divergem em alguns pontos ou discordam umas das outras, a respeito de
qualquer tema ou indivíduo.

Essa é uma das razões por que a liberdade de expressão é premissa para qualquer
governo democrático na atualidade.

Obviamente, ter liberdade para mostrar, publicar ou difundir os pensamentos não


significa que isso possa ser feito sem respeitar alguns limites.

Para viver bem em sociedade, é essencial estar atento a declarações que possam, por
exemplo, ofender as preferências, origens e o estilo de vida de outros indivíduos.

Dada a sua relevância, a liberdade de expressão possui lugar na Declaração Universal


dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) – documento que
norteia a garantia de direitos e liberdades fundamentais para todos.

Em seu Artigo 19°, o texto afirma:


“Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o
direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem
consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão.”

POR QUE A LIBERDADE DE EXPRESSÃO É UM DIREITO


FUNDAMENTAL?

No que diz respeito à parcela destinada à dignidade humana, significa que a liberdade
de expressão é um requisito imprescindível para que cada um possa se expressar, sem
censura, e manifestar seus pontos de vista.

E isso vale para os mais variados assuntos, desde que essas opiniões não afetem outros
direitos.

Já em relação ao âmbito da estrutura democrática do Estado, quer dizer que a liberdade


de expressão assegura a pluralidade de posicionamento de diferentes vertentes políticas
e ideológicas dentro dos limites da Constituição.

Ou seja, na prática, estamos falando de uma condição necessária para o exercício


da cidadania , para o crescimento de uma nação mais democrática e para a consolidação
de uma sociedade mais livre.

EXISTE LIMITE PARA A LIBERDADE DE EXPRESSÃO?

Sim, existem limites para esse direito, em especial quando ele ferir outras garantias
fundamentais estabelecidas pela Constituição.

Nesse contexto, a mais evidente está no Art. 5º, inciso X, que afirma serem invioláveis a
intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

Em outras palavras, ter liberdade de expressão não implica na admissão de ofensas,


calúnias, invasões, danos materiais ou morais sem uma punição.

Para tanto, ao vedar o anonimato, a Carta Magna exige que, quando expressar seu
pensamento, o autor se identifique.
Além de garantir os créditos sobre uma opinião, essa determinação serve para que o
autor seja contatado posteriormente, caso suas ideias tenham excedido os limites
e invadido a privacidade de outras pessoas.

Como a Constituição não define padrões específicos sobre as limitações dos direitos
fundamentais, muitos casos acabam na Justiça, onde serão avaliados e debatidos.

A decisão judicial pode favorecer o autor, porém, há situações em que ele acaba
condenado a indenizar o indivíduo ou grupo que se viu ofendido diante de sua postura.

CENSURA X RESPONSABILIZAÇÃO

Assim, podemos concluir que, no Brasil, a lei não admite censura, apenas
responsabilização.

Isso porque a censura requer análise prévia dos conteúdos divulgados, com o intuito de
barrar aqueles que não forem aprovados por quem está no poder, decidindo a que tipo
de informação a população terá acesso.

Já a responsabilização, ainda que punitiva, consiste em ações posteriores à divulgação


de um pensamento que viole direitos alheios.

Um estado democrático não se ocupa em restringir informações e ideias, mas deve


responsabilizar o cidadão que não respeite o direito dos demais.

Momentos de crise social ou política como a atualidade, são momentos de conceitos que
a livre expressão tem sido abusada. Algumas palavras ou ações têm efeitos, a liberdade
de expressão pode ser confundida por discurso de ódio.

Para quem não entendeu onde queremos chegar, podemos fazer uma breve comparação
da fala do advogado Luiz Kignel, que era presidente da Federação Israelita do Estado de
São Paulo, compara:

— Quando um indivíduo decide sair em público vestindo a camiseta de um time de


futebol, ele está deixando claro, sem precisar dizer uma só palavra, que admira aquele
time, que o respeita, que o apoia, que concorda com ele. A mesma coisa acontece
quando um indivíduo ostenta algum símbolo nazista. Um ato desses não é inocente. Os
símbolos do nazismo trazem consigo as ideias de intolerância, ódio, racismo e
extermínio do outro, que não podem ser admitidas. Fonte: Agência Senado
LIBERDADE DE EXPRESSÃO X DISCRUSO DE ÓDIO

Oque é discurso ódio?

Não existe uma única definição para discurso de ódio, entretanto, todas elas se
assemelham. Segundo Samanta Ribeiro Meyer-Pflug, doutora em Direito, o discurso de
ódio é a manifestação de “ideias que incitem a discriminação racial, social ou religiosa
em determinados grupos, na maioria das vezes, as minorias”.

Exemplo de discurso de ódio:

De acordo com a denúncia, os livros vendidos por Siegfried Ellwanger, a partir de 2 de


novembro de 1996, na Feira do Livro, “trazem mensagens racistas, discriminatórias e
preconceituosas, incitando e induzindo ao ódio e ao desprezo contra povo de origem
judaica.”

A defesa do editor sustentou “a inexistência do crime de racismo na conduta do


acusado, que apenas se constitui em práticas de cunho ideológico, contra o movimento
sionista internacional e não contra os judeus”.

O juiz entendeu que está caracterizada “a conduta do acusado de desprezo ao povo


judeu, ao se dedicar reiteradamente à edição, publicação e à venda de obras que
exprimem manifestações puramente preconceituosas”.

O editor nazista, Siegfried Ellwanger, foi condenado a um ano e nove meses de


reclusão. A sentença do juiz Paulo Roberto Lessa Franz, da 8ª Vara Criminal de Porto
Alegre, Rio Grande do Sul, foi publicada esta semana. Cabe recurso ao TJ gaúcho.

Na sentença de 47 páginas, o juiz considera que mais do que a pena privativa da


liberdade, “essa condenação, por si só, é suficiente”. Ele substituiu o confinamento pela
prestação de serviços à comunidade e o pagamento de prestação pecuniária de 20
salários-mínimos em favor da Associação Beneficente Fraterno Auxílio Cristão da
Sagrada Família.

Existe um ditado que diz que a “liberdade de um termina quando inicia a do outro”.

Apesar de ser apenas uma expressão popular, ela possui, de certa forma, uma aplicação
constitucional.

Nossa Carta Magna diz que qualquer manifestação que fira a dignidade do outro, a sua
imagem ou sua integridade, deixa de ser uma liberdade de expressão.
Afinal, a pessoa violará direitos alheios básicos relacionados à vida, à segurança e à
liberdade.

Como lembram Felipe Costa Rodrigues Neves e Isabel Cortellini, no artigo “Liberdade


de expressão em tempos de internet”, vale a máxima de que o seu direito termina
quando começa o do outro.

“A liberdade de expressão, apesar de fundamental e importantíssima como meio de


garantia e desenvolvimento da nossa democracia, não pode ser utilizada como desculpa
para prática de crimes e atividades ilícitas – como é o caso dos discursos que incitam a
violência contra à mulher, dos discursos de ódio contra minorias, da difamação, calúnia
e injúria e até discursos de incentivo ao terrorismo.”

Ou seja, discursos de ódio não encontram amparo na liberdade de expressão.

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