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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

ESCOLA DE MÚSICA - INSTITUTO DO CÉREBRO


DISCIPLINA DE NEUROBIOLOGIA DA MÚSICA

(mínimo 5 páginas, fonte Arial 12, margens 2 cm)

1. Identificação da proposta (título)


Emoção, linguagem e música: o papel da valência emocional na produção do priming semântico por
músicas

2. Autores
Eric Clapton Costa e Silva (Matrícula no. 123456789)

3. Resumo (máximo 300 palavras)


A música é capaz de eliciar fortes emoções naqueles que a ouvem, fato que é demonstrado
pela ativação de diversas áreas do sistema límbico envolvidas no processamento de emoções durante
esta atividade. A capacidade de identificar estas valências emocionais em fragmentos musicais é uma
habilidade universal a todas as culturas e não depende (...)

4. Qualificação do principal problema a ser abordado (introdução)


Empiricamente sabemos que a música é capaz de evocar emoções excepcionalmente fortes e
de afetar o nosso humor, assim como o de outros indivíduos. Esta verificação pode ser demonstrada
experimentalmente por diversos estudos de imageamento funcional e lesões, que demonstram
claramente o envolvimento de várias estruturas límbicas na resposta emocional à música (Koelsch,
2010; Blood et al., 1999; Blood & Zatorre, 2001). Por exemplo, estudos comparando a atividade
cerebral para músicas de melodias agradáveis (consonantes) e desagradáveis (dissonantes) revelaram
que músicas agradáveis aumentaram oxigenação sanguínea (blood-oxygen level dependent signals –
BOLD) no estriado ventral (núcleo accumbens) e ínsula anterior (entre outras estruturas), enquanto
que músicas desagradáveis aumentaram a oxigenação sanguínea da amígdala, hipocampo e giro
parahipocampal (Koelsch, 2006). (...)

As diversas conclusões obtidas dos trabalhos supracitados não deixam dúvidas quanto à
origem comum destes dois elementos cognitivo-comportamentais do homem. Música e linguagem são
dois lados de uma mesma moeda - a comunicação sonora. Contudo, apesar de muitos estudos se
concentrarem na verificação dos componentes emocionais da música, pouco se tem produzido quanto
ao papel deste significado emocional na comunicação e linguagem, uma lacuna no conhecimento
sobre a neurobiologia da música que nosso estudo se propõe a investigar.

5. Objetivos e metas a serem alcançados


O protocolo experimental sugerido visa verificar se fragmentos musicais com diferentes
valências emocionais são capazes modular o reconhecimento e a produção de palavras através do
priming semântico, revelando se este fenômeno pode estar relacionado ao significado emocional que
a passagem musical representa.

6. Metodologia a ser empregada


6.1. Sujeitos e condições experimentais
Os dados serão obtidos de experimentos realizados com sujeitos que participarão dos
procedimentos pré-experimentais, com o fim de padronizar a tarefa, e sujeitos que participarão do
experimento comportamental em si. Nenhum sujeito participará em mais do que um experimento e
todos os indivíduos participantes deverão ser completamente independentes, assim como deverão
assinar um termo de consentimento para a participação nos procedimentos. Os sujeitos ainda serão
avaliados quanto ao seu estado de humor durante a tarefa por uma escala psicológica (POMS - Perfil
de Estados de Humor, Viana et al., 2001) que procurará controlar possíveis vieses produzidos pelo
estado ou perfil emocional do indivíduo (Bolmont & Abraini, 2001)

6.2. Tarefa comportamental


O experimento será composto por uma tarefa (...)

6.3. Padronização da tarefa

6.3.1. Estímulo sonoro


Diversos trechos musicais serão apresentados a indivíduos (...)

6.3.2. Grades alfabéticas


As grades alfabéticas utilizadas no experimento comportamental serão produzidas
randomicamente (...)

6.4. Análise Estatística


Serão atribuídas pontuações às palavras formadas (...) As médias dos escores para cada
valência musical serão comparadas entre si e com o escore obtido para o estímulo sonoro do ruído e
da sentença verbal por uma ANOVA de múltiplos fatores.

7. Resultados esperados e conclusão final


Koelsch et al.(2008) discute que a apresentação de uma seqüência de acordes irregulares pode
ser percebida como inesperada e, portanto, apresentar diferentes valências emocionais (...)
Esta relação entre a representação emocional da música e o processamento da linguagem
pode ainda ser mais íntima do que esperamos. A comparação dos espectros sonoros de uma coleção
de tons menores e tons maiores com os espectros sonoros articulados pelo discurso vocal em
diferentes estados emocionais revelaram que (...)
Esperamos que esta representação emocional da música também tenha uma papel sobre o
processamento semântico de palavras através da facilitação da evocação e reconhecimento de
palavras que (...)

8. Referências

Blood, A. J.; Zatorre, R. J. Intensely pleasurable responses to music correlate with activity in brain
regions implicated in reward and emotion. Proceedings of the National Academy of Sciences. 98(20),
11818–11823. 2001.

Ekman, P. & Friesen, W. V. The repertoire of nonverbal behavior: Categories, origins, usage, and
coding. Semiotica, 1, 49–98. 1969
Koelsch, S. Towards a neural basis of music-evoked emotions. Trends in Cognitive Sciences. 14, 131-
137. 2010.

Koelsch, S.; Fritz, T.; Schlaug, G. Amygdala activity can be modulated by unexpected chord functions
during music listening. Brain Imaging. 19(18), 1815-1819. 2008.

Koelsch, S.; Kasper, E.; Sammler, D.; Schulze, K.; Guntet, T.; Friederici, A. D. Music, language and
meaning: brain signatures of semantic processing. Nature Neuroscience. 27(3), 302-307. 2004.

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