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Índice
Prefá cio
Nota do editor
Reverê ncia
Fidelidade
Responsabilidade
Veracidade
Bondade
Comunhã o
Ter esperança
Gratidã o
A arte de viver
Edição revisada e ampliada
Índice
Prefá cio
Nota do editor
1. Reverê ncia
2. Fidelidade
3. Responsabilidade
4. Veracidade
5. Bondade
6. Comunhã o
7. Esperança
8. Gratidã o
Prefácio
Por Alice von Hildebrand
"Quem é o homem que ama a vida, que deseja o dia para desfrutar das
coisas boas? Guarda a tua língua do mal, e os teus lábios das palavras
enganosas. Afasta-te do mal e pratica o bem, procura a paz e segue-a."
Nunca na histó ria da humanidade o homem mé dio teve tantos bens
materiais e, no entanto, nunca esteve mais inquieto e infeliz. Todos nó s
conhecemos pessoas que tê m tudo e nã o desfrutam de nada. A
infelicidade permeia todos os aspectos de suas vidas: seus bens
tornaram-se fardos que garantem satisfaçã o imediata, mas nã o os
aproximam nem um centı́metro da felicidade.
Podemos alcançar prazeres; mas nenhum prazer — independentemente
de sua intensidade — pode satisfazer o anseio da alma humana. O
homem foi feito para coisas melhores.
Há algo de paradoxal no fato de que os homens anseiam tã o
profundamente pela felicidade (que Aristó teles a irma ser o bem maior)
e, no entanto, muitas vezes escolhem caminhos que nã o podem levá -los a
esse objetivo. O homem é muitas vezes o artesã o de sua pró pria
perdiçã o, seu pior inimigo.
Hoje, raramente encontramos pessoas cujos rostos irradiam alegria e
paz. Quando eles cruzam nossos caminhos, desejamos arrancar deles o
segredo de sua alegria. Qual é a chave preciosa que eles encontraram,
mas nó s nã o possuı́mos?
A resposta é que eles descobriram o signi icado da existê ncia humana e
dominaram a mais importante e ainda a mais difı́cil de todas as artes, a
arte de viver. Ao escolher viver corretamente, eles foram recompensados
com uma paz "que o mundo nã o pode dar". Este pequeno livro oferece
diretrizes bá sicas sobre como você pode atingir esse objetivo. Um guia
sá bio e prudente, irá ajudá -lo a aprender como viver verdadeiramente e
como, inalmente, ser feliz.
Nota do editor
No inı́cio da dé cada de 1930, Dietrich von Hildebrand deu uma sé rie de
palestras de rá dio na Alemanha explicando as virtudes necessá rias para
uma vida boa e feliz. Como suas palestras foram transmitidas para um
pú blico muito grande, von Hildebrand as escreveu em um estilo
facilmente compreensı́vel por pessoas que nã o tê m formaçã o ilosó ica.
Suas palestras foram tã o bem recebidas que foram publicadas em 1934
sob o tı́tulo Sittliche Grundhaltung ("atitudes morais fundamentais"). Em
1950, Alice von Hildebrand traduziu Sittliche Grundhaltung para o inglê s
e Longmans Green and Company publicou sua traduçã o
como Fundamental Moral Attitudes.
Quinze anos depois (em 1965), Franciscan Herald Press publicou uma
ediçã o ampliada, acrescentando ao livro original dois capı́tulos de
Dietrich von Hildebrand ("Virtue Today" e "The Human Heart") e dois de
Alice von Hildebrand ("Communion" e "Ter esperança"). A ediçã o de
1965 foi intitulada A Arte de Viver.
Esta ediçã o de 1994 da Sophia Institute Press substitui "Virtue Today" e
"The Human Heart" pela primeira traduçã o em inglê s do livreto pó stumo
de Dietrich von Hildebrand "Uber der Dankbarkeit" ("On
Gratitude"). Essa substituiçã o cria um livro mais uni icado, mas també m
é apropriado, porque Dietrich von Hildebrand vê a gratidã o como a
virtude suprema e a chave para a felicidade. Portanto, é apropriado que
as outras virtudes discutidas nesta ediçã o expandida de A Arte de
Viver sejam completadas pela gratidã o como seu capı́tulo culminante.
1
Reverência
Os valores morais sã o os mais altos entre todos os valores
naturais. Bondade, pureza, veracidade e humildade estã o acima do gê nio,
brilho e vitalidade exuberante, acima da beleza da natureza ou da arte, e
acima da estabilidade e poder de um estado.
2
Fidelidade
Entre as atitudes do homem que sã o bá sicas para toda a sua vida moral,
a idelidade é colocada ao lado da reverê ncia. Pode-se falar de idelidade
em sentido estrito e em sentido amplo. Temos em mente o sentido
estrito quando falamos de idelidade para com os homens (como
idelidade a um amigo, idelidade conjugal, idelidade à pá tria ou a si
mesmo).
3
Responsabilidade
Quando chamamos algué m de homem moralmente consciente e outra
pessoa de inconsciente moral , temos em mente uma diferença que é
decisiva do ponto de vista é tico.
4
Veracidade
A veracidade é outro dos pressupostos fundamentais para a vida moral
de uma pessoa. Uma pessoa mentirosa ou mentirosa nã o apenas
incorpora um grande desvalor moral (como o homem avarento ou
intemperante), mas é aleijada em toda a sua personalidade e em toda
a sua vida moral. Tudo nele que é moralmente positivo é ameaçado por
sua falsidade e até se torna duvidoso. Sua posiçã o em relaçã o ao mundo
dos valores como um todo é afetada em sua essê ncia.
5
Bondade
A bondade é o coraçã o de todo o reino dos valores morais. Nã o é por
acaso que o termo bom signi ica "valor moral como tal" e també m "a
qualidade moral especı́ ica da bondade". Entre os diversos valores
morais nã o há nenhum que incorpore mais completamente todo o reino
dos valores morais do que a bondade; nele encontramos a expressã o
mais pura e tı́pica do cará ter geral da bondade moral como tal.
7
Ter esperança
Uma das crı́ticas que Gabriel Marcel faz à iloso ia tradicional é que ela
nã o incluiu em sua de iniçã o do homem a capacidade do homem de se
desesperar. O homem, ele nos diz, é um ser capaz de romper seu vı́nculo
metafı́sico com a existê ncia, seu vı́nculo umbilical com o ser.
8
Gratidão
A gratidã o pode ser dada a Deus ou pode ser dirigida a outras pessoas
humanas. Neste capı́tulo inal, consideraremos em detalhes o papel que
cada um desses dois "tipos" de gratidã o deve desempenhar em nossas
vidas.
Gratidão a Deus
A gratidã o a Deus é uma das caracterı́sticas fundamentais e bá sicas da
vida religiosa. As palavras "Quem é você e quem sou eu?" encontrados na
oraçã o de Sã o Francisco revelam o confronto fundamental da criatura,
mero "pó e cinzas", com a inatingı́vel e absoluta majestade de Deus
revelada na sagrada humanidade de Cristo: "O misté rio da Encarnaçã o
ilumina aos nossos olhos espirituais o novo luz do teu esplendor de tal
maneira que enquanto percebemos Deus com os nossos olhos, Ele pode
acender em nó s o amor das bê nçã os invisı́veis."
A gratidã o por nossa existê ncia como pessoa també m faz parte de nossa
atitude fundamental para com Deus, assim como a gratidã o por todos os
bens naturais e, sobretudo, por Suas grandes maravilhas ( magalia
Dei), por Suas graças e por Sua in inita misericó rdia. Assim, as oraçõ es
de gratidã o devem ser a peça central da vida de oraçã o.
Balduin Schwarz teve profundos insights sobre a questã o da gratidã o a
Deus. Especi icamente, ele mostrou como dar graças em resposta a um
desfecho favorá vel dos acontecimentos ou por aquela felicidade que nã o
se deve à s açõ es de outras pessoas, só pode signi icar agradecer a Deus,
o que pressupõ e implicitamente a existê ncia de um Deus bom e sua
Providê ncia. Como a esperança, a resposta afetiva de gratidã o implica
uma con iança tá cita na existê ncia de um Deus benevolente e todo-
poderoso, mesmo por aqueles que ainda nã o O encontraram.
A gratidã o é uma resposta bá sica a Deus, profundamente conectada com
a subordinaçã o inal a Ele – o Senhor absoluto – e com o amor adorador
por Ele, o in initamente santo, a quintessê ncia de toda beleza e
majestade. No entanto, a pró pria gratidã o é algo sui generis, redutı́vel a
nada mais, palavra última e insubstituível na relaçã o do homem com
Deus.