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Carlos e Zita
de Habsburgo
Jornada espiritual de um casal
Índice
Tı́tulo
direito autoral
Prefá cio
Introduçã o
1. Uma infâ ncia feliz e despreocupada
Charles
Zita
2. "Devemos ajudar uns aos outros para ir para o cé u"
3. Do amor conjugal ao amor paternal
4. A tragé dia de Sarajevo
5. A unçã o do rei
6. "Bem-aventurados os paci icadores, eles serã o chamados ilhos de
Deus"
7. Zita, o anjo da guarda de quem sofre
8. "Bem-aventurados os que tê m fome e sede de justiça, eles serã o
satisfeitos"
9. Do amor conjugal ao amor pelos seus povos
10. Amigos da Paz
11. O apoio mú tuo de Charles e Zita
12. Eu renuncio pelo bem de meus povos
13. Fidelidade à coroa de Santo Estê vã o
14. Madeira: a ilha do im do mundo
15. "Nas tuas mã os, Senhor, entrego o meu espı́rito"
16. Requiem æternam
17. Fidelidade: a graça da viuvez
18. Charles e Zita, ı́cones do casamento cristã o
19. Pela intercessã o de Charles
20. "Eu, irmã Zita, me ofereço ao Deus Todo-Poderoso"
21. A vocaçã o da mulher segundo Zita
A mulher ou o misté rio da feminilidade
A esposa ou o misté rio do patrocı́nio
A mã e ou o misté rio da maternidade
22. A pá tria encontrada
23. A Reuniã o Celestial
24. Da coroa de espinhos à coroa de gló ria
25. A festa de casamento do Cordeiro
Posfá cio
Obrigado
Anexo
A oferta alegre
Oblaçã o dolorosa
A oferta amorosa
Bibliogra ia
Mesa
Do mesmo autor
A criança esquecida , coletivo sob a direçã o de Elizabeth Montfort, Cerf /
Institut Thomas More, Paris, 2016.
Gender in questions , Free People, Valence, 2012.
O gênero desmascarado , Free People, Valence, 2011.
E-administração, uma alavanca para a reforma do estado , Francis
Jubert, Elizabeth Montfort, Robert Stakowski, Dunod, Malakoff, 2005.
Deus tem seu lugar na Europa? , coletivo sob a direçã o de Elizabeth
Montfort, François-Xavier de Guibert, 2003.
Bioética, entre confusão e responsabilidade , coletivo sob a direçã o de
Elizabeth Montfort, François-Xavier de Guibert, Paris, 2003.
Elizabeth montfort
Carlos e Zita
de Habsburgo
Jornada espiritual de um casal
Todos
os direitos de traduçã o, adaptaçã o e reproduçã o
reservados para todos os paı́ses.
© 2021, Groupe Elidia
Editions Artè ge
10, rue Mercœur - 75011 Paris
9, Espace Mé diterrané e -66000 Perpignan
www.editionsartege.fr
ISBN: 979-10-336-1080-9
EAN Epub: 9791033611394
Prefácio
Introdução
Este livro nã o é uma nova biogra ia que aumentaria a já longa lista de
Carlos e Zita, ú ltimos governantes da Austria e da Hungria. Duas
testemunhas pró ximas do jovem casal escreveram o primeiro.
Em 1924, o Barã o Charles de Werkmann, secretá rio particular de
Charles, Le calvaire d'un empereur1 .
Em 1930, o conde Polzer-Hoditz, conselheiro de Charles que se tornou
seu chefe de gabinete, o imperador Charles2 .
Na França, foi o jornalista e historiador Jean Sé villia quem apresentou
essas duas pessoas carinhosas: Zita, imperatriz coragem3 em 1997 e O
Último Imperador, Carlos da Áustria4 escrito em 2009 apó s sua
beati icaçã o em 3 de outubro de 2004, em Roma. Hoje ele preside a
Associaçã o para a Beati icaçã o da Imperatriz e Rainha Zita, esposa e
mã e de uma famı́lia cuja causa foi aberta na diocese de Le Mans em
2009.
Passei em silê ncio por um grande nú mero de acontecimentos que o
leitor encontrará nessas biogra ias. E eu escolhi aqueles que nos
permitem vislumbrar o personagem, o coraçã o e a alma de Charles e
Zita.
Iniciada como um conto de fadas com um casamento de amor, sua vida
se torna uma tragé dia: guerra, calú nia, traiçõ es, solidã o, exı́lio, morte
prematura de Charles ... No entanto, entre eles, nenhum amargura, sem
crı́tica. Pelo contrá rio, o perdã o nutre seus coraçõ es.
Entã o, qual é o segredo de sua vida de casados para manter essa atitude
humana tã o difı́cil, senã o impossı́vel? E isso que este livro tentará
romper, acompanhando Charles e Zita por sua vida de fé , coragem e
abandono à providê ncia divina; uma vida de oblaçã o para seus povos,
cujo ponto culminante é a oferta de initiva de sua vida por
Charles. Oferta com a qual Zita se associa totalmente, mas
dolorosamente. Uma vida resumida em duas palavras de Charles:
“Agora devemos nos ajudar a ir para o cé u” na manhã do casamento, e
“Eu te amo in initamente. No coraçã o de Jesus, nos encontraremos de
novo ”, alguns momentos antes de colocar sua vida nas mã os do Pai.
Que este livro nos convide por nossa vez a percorrer este caminho de
santidade proposto a todos os baptizados e aos homens de boa
vontade!
2
"Devemos ajudar uns aos outros
para ir para o céu"
Estamos em 1909, Charles atingiu a maioridade, concluiu seus estudos
de graduaçã o e continua sua carreira militar. Ele é o segundo na ordem
de sucessã o ao trono depois de seu tio François-Ferdinand. Na verdade,
por uma combinaçã o de circunstâ ncias, Carlos, que nunca reinaria,
aproximou-se do trono.
O ilho do imperador, Rudolf, morreu em 1889. O irmã o do imperador,
Charles-Louis, morreu em 1896. Seus dois ilhos sã o François-
Ferdinand e Othon. O mais velho teve um casamento morganá tico em
1900, o que signi ica que seus ilhos nã o o sucederiam, e Otho, o pai de
Charles, morreu em 1906. A partir dessa data, Charles sabia que
reinaria apó s seu tio François -Ferdinand, isto é nos anos 1940 ou 1950.
E dizer que ele tem todo o futuro pela frente. Um futuro todo traçado,
ele ainda precisa encontrar aquela que se tornará sua esposa ...
Charles se aperfeiçoou em seu regimento de Brandeis an der Elbe e
permitiu que sua personalidade fosse percebida. As impressõ es de
seus companheiros em relaçã o a ele sã o eloqü entes: “Carlos se
distinguiu por seu senso de dever, seu rigor e sua alegria.1 . "
Charles e Zita sã o primos, mas nã o se conhecem bem. Para falar a
verdade, a primeira lembrança de Zita nã o é muito boa. Você tem que
imaginar essas famı́lias que vivem em um raio de trinta quilô metros:
oBourbon-Parma em Swcharzau, os Bourbons da França e seus
herdeiros na Espanha em Frohsdorf, o Braganza em Seebenstein e a
famı́lia de Charles na Villa Wartholz, que ele herdou apó s a morte de
seu avô e de seu pai. Recebemo-nos uns aos outros, convidamo-nos
para almoçar ou chá . Para as crianças, há piqueniques, passeios
aquá ticos e jogos.
Foi assim que Charles e Zita se conheceram muito jovens. Um dia,
quando a famı́lia de Charles visita a casa de Zita em Schwarzau, ele
mata seu primeiro coelho. E ele tem muito orgulho disso. Mas algum
tempo depois, durante uma visita do Bourbon-Parma à Villa Wartholz,
ele atira uma janela da villa e estala o vidro, o que irrita muito Zita e sua
irmã Franziska. O incidente é rapidamente esquecido ao observar o
jovem Charles cuidar de seu irmã o mais novo, Max, oito anos mais novo,
e cuidar tanto dele, como uma governanta.
Vá rios anos se passam sem nos vermos novamente.
No verã o de 1909, a tia de Zita, Maria Theresia, foi visitar sua mã e, a
rainha Adelaide, em Sainte-Cé cile de Wight e encontrou Zita um pouco
pá lida. O ar da Inglaterra nã o combina com ele. Ela entã o decide
mandá -la de volta para a Austria e a oferece para acompanhar sua ilha
Maria Annunciata, prima de Zita e tia de Charles, a Franzensbad, onde
ela está passando por uma cura.
A poucas horas de distâ ncia está o regimento do jovem arquiduque
Carlos, que ica feliz em ver sua tia novamente e ao mesmo tempo
encontra Zita, que mudou muito desde seu ú ltimo encontro. Zita
realmente se tornou uma linda jovem cheia de charme, com cabelos
abundantes e olhos castanhos brilhantes. Sua bondade sorridente
rapidamente lhe rendeu um apelido: "a princesa do sol".2 ”.
E os julgamentos proferidos sobre Carlos sã o unâ nimes: “O arquiduque
tem o dom da simpatia. Seu olhar aberto, seu olhar jovem e
principalmente seu aperto de mã o caloroso e sincero o
conquistaramimediatamente o coraçã o de seus interlocutores. Este
arquiduque manifesta tal honestidade de pensamento e tal
simplicidade de comportamento que à s vezes esquecemos que ele é
um senhor.3 . "
Zita relata essas visitas: “Cada vez nos encontramos com mais
alegria. Aos poucos, meus sentimentos por ele foram crescendo. A
arquiduquesa Maria Theresia compreendeu muito rapidamente os
sentimentos de seu neto adotivo e falou sobre eles para sua irmã Maria
Antô nia. A escolha de Carlos convé m ao imperador Franz Joseph, que
incitou seu sobrinho-neto a encontrar uma esposa de igual posiçã o.
O noivado é celebrado na villa delle Pianore no dia 13 de junho de 1911.
O dia começa com missa na capela do castelo seguida de recepçã o na
presença dos familiares dos dois jovens noivos. Na foto o icial do
noivado, Zita escreveu: “Mais para você do que para mim, Zita de
Bourbon, Princesa de Parma4 ”.
A aliança entre as duas famı́lias nã o é a primeira. Já houve casamentos
entre os Bourbon-Parma e a famı́lia austrı́aca. Alguns anos antes, o
meio-irmã o de Zita, Elie, casou-se com Maria Anna da Austria.
Depois de quatro dias na Itá lia, Charles é forçado a partir para a
Inglaterra. Ele representaria o imperador Franz Joseph na coroaçã o de
Georges V. E escrevia à sua jovem noiva cartas cheias de afeto, à s vezes
vá rias vezes ao dia. Em 21 de junho de 1911, ele conheceu sua cunhada
Adelaide, que havia entrado em Sainte-Cé cile de Ryde em março de
1908. Ele escreveu naquele dia a Zita: “Devo sempre e sempre dizer-lhe
quanto custa a visita de hoje. hui para Ryde me deixou feliz. Putzi
estava atrá s do portã o e olhou para trá s tã o amá vel, tã o imensamente
feliz que nã o pô de deixar de causar inveja a todos. Ela estava comigo,
embora eu a conheça muito pouco, como uma irmã com um irmã o, tã o
feliz, tã o serena. Ela icou extremamente feliz com a nossa felicidade5 . "
Antes de partir de Zita, con iou-lhe uma missã o: ir a Roma para receber
a bê nçã o do Santo Padre para ela e para ele. Zita vai embora com a mã e,
o irmã o Sixte e a irmã Isabelle. Eles sã o recebidos com grande gentileza
pelo Papa Pio X. O Santo Padre concede uma audiê ncia especial a Zita e
sua mã e. Palavras estranhas sã o trocadas entre eles. Pio X disse-lhe:
“Você vai se casar com o herdeiro do trono. Desejo a todos bê nçã os
entã o. "
Zita tentou dizer que o herdeiro era seu tio. Pio X insiste: “E me alegro
in initamente, porque Carlos é a recompensa que Deus reservou para a
Austria, por tudo o que ela fez pela Igreja. "
A princesa Maria Antô nia cala-se e Zita declara ao partir: “Graças a
Deus, em maté ria polı́tica o Papa nã o é infalı́vel.6 . "
O casamento foi marcado para 21 de outubro de 1911 em Schwarzau,
na famı́lia Bourbon-Parma. Os noivos se preparam com
seriedade. Carlos segue um retiro com o P. Andlau, que o testemunhará
mais tarde, porque se edi ica pela sua franqueza de cará cter, pela sua
simplicidade, pela sua irmeza, pela sua rectidã o e pela seriedade com
que considera os seus novos deveres. Zita, por sua vez, també m se
prepara.
Durante este tempo de preparaçã o, fazem algumas visitas, uma das
quais icará por muito tempo na memó ria, pois é a sua primeira e ú nica
discussã o. Naquele dia, eles participaram de um comı́cio aé reo em
Wiener Neustadt, a academia militar austrı́aca. Eles recebem uma
ovaçã o excessiva. O que encanta Charles, mas irrita muito Zita. Ela
entã o explica ao noivo que sua famı́lia també m foi aplaudida de pé
antes de ser expulsa. E ela insiste no Impé rio Austro-Hú ngaro, cujo
futuro ningué m pode prever apó s a morte do velho imperador Franz
Joseph. Charles, em tom sé rio, disse-lhe: “Acho que entendo, mas na
Austria é diferente. Vamos parar de falar sobre isso. »Mas era realmente
23 de março de 1919, quando eles deixaram a Austria para seu
primeiro exı́lio na Suı́ça,que Charles reconhecerá : "Você estava certo ..."
Esta será a ú ltima palavra de seu argumento.
O grande dia está chegando. E o ú ltimo grande casamento da
Europa. As 7 horas, os noivos começam o dia com uma missa. Foi neste
momento que Charles disse à quela que dentro de algumas horas se
tornará sua esposa : "Agora o nosso dever é ajudar-nos mutuamente a
ir para o cé u".7 . A direçã o é ixa, mesmo que eles ainda nã o saibam que
forma assumirã o suas responsabilidades como maridos. Charles tem
24 anos, Zita 19. Estas palavras de Charles tã o envolventes terã o todo o
seu signi icado durante a sua curta vida de casados, nos momentos de
alegria, como nas provaçõ es.
Charles oferece à sua futura esposa um colar de pé rolas de 22
ileiras. Esta será sua ú nica coqueteria e ela o usará até o im de seus
dias.
O imperador Franz Joseph chega. A missa é celebrada na capela do
castelo ao meio-dia pelo representante do Santo Padre, Mons. Bisleti. A
irmã de Zita, Adelaide, uma beneditina de Sainte-Cé cile, produziu uma
obra manuscrita da missa votiva para os noivos: “ Missa pro sponso et
sponsa ”. As leituras e o consentimento sã o pronunciados em francê s e é
com um sonoro sim que Charles e Zita se comprometem por toda a
vida. Carlos teve a invocaçã o a Maria gravada em sua aliança de
casamento " Sub tuum praesidium confugimus, sancta Dei genitrix ", uma
das invocaçõ es mais antigas à Bem-Aventurada Virgem Maria:
Sob seus cuidados nos refugiamos, santa Mã e de Deus!
Nã o despreze as oraçõ es de seus ilhos em perigo,
Mas livra-nos de todo perigo,
Virgem gloriosa e bendita!
No inal da missa, o bispo Bisleti lê a carta do Papa Pio X dirigida aos
recé m-casados, exceto pelo trecho em que renova sua bê nçã o para
aquele que sucederá ao imperador Franz Joseph: “O Papa ore à
providê ncia divina para abençoar o casamento que está para ser
concluı́do. Que Deus dê ao jovem casal cristã o sua proteçã o no
futuro. Que a famı́lia seja um refú gio para eles nos momentos
difı́ceis. Que eles sempre con iem em Deus que dá Sua ajuda se for
abordado com verdadeira fé e devoçã o. Que o sacramento que
receberã o lhes dê o alicerce para uma vida familiar feliz8 . "
Em seguida, os noivos partem em procissã o para a recepçã o, onde
recebem os parabé ns de suas famı́lias. O imperador Franz Joseph está
particularmente feliz. Ele també m felicitou os recé m-casados: “Que
Deus preserve e proteja o arquiduque Carlos e a arquiduquesa Zita. Que
eles vivam alto, alto, alto! "
A festa é brilhante, como o sol a brilhar com os seus ú ltimos fogos, para
grande alegria de todos os convidados: os irmã os e irmã s dos noivos, os
inú meros tios, tias e primos de toda a Europa. Trezentos convidados
estã o presentes. A tarde, vizinhos e moradores vê m expressar seus
cumprimentos aos recé m-casados. O dia é grandioso e simples:
banheiros lindamente bordados para as mulheres, uniformes ricamente
decorados para os homens e um bom humor que se comunica ao longo
de um dia tã o lindo.
Assim começa a vida de casado de Charles e Zita. Carlos acaba de ser
nomeado capitã o pelo imperador.
Apó s as cerimô nias de casamento, eles começam sua viagem de lua de
mel com Mariazell. Este santuá rio mariano é o mais antigo da Austria e
acolhe a peregrinaçã o mais importante da Europa Central. Suas origens
remontam ao XII th sé culo, quando um monge beneditino foi enviado
por seu abade para pregar o Evangelho. Ele tinha consigo uma pequena
está tua da Santı́ssima Virgem que os ié is adoravam. Milagres foram
obtidos e a primeira igreja foi construı́da em 1200. Desde entã o, Nossa
Senhora de Mariazell é invocado como " Magna Mater Austriae, Magna
Domina Hungarorum, Mater gentium slavorum9 ”.
Nossa Senhora de Mariazell representa para a famı́lia de Charles e Zita
um lugar de peregrinaçã o e refú gio. E sob sua proteçã o que os jovens
esposos se colocam.
Eles continuam sua jornada em parte do impé rio, em particular no Tirol
do Sul, na costa do Adriá tico e na costa da Dalmá cia. Em todos os
lugares, o jovem casal foi aplaudido de pé .
3
Do amor conjugal ao amor paternal
Charles e Zita tê m tudo para ser felizes. Os dois jovens partilham a
mesma fé ardente, os mesmos gostos simples, o mesmo amor ao lar e -
quase tã o importantes quanto estes trê s valores seguros para o sucesso
de uma uniã o - o mesmo sentido de humor. Os caprichos da coroa
nunca enfraqueceram esses laços pessoais. Os exilados ajudaram a
fortalecê -los.
Menos de trê s anos separam o casamento da declaraçã o de guerra. Em
seguida, eles vivem momentos de tranquilidade e discriçã o, um pouco
longe do pá tio. O imperador deu a eles o palá cio Hetzendorf, que ica
perto de Schö nbrunn. No entanto, nã o é habitada há muitos anos e
precisa de obras. Para Zita, que segue o marido recentemente nomeado
capitã o, é o inı́cio de uma vida como guarniçã o nas provı́ncias. Integrou
o seu regimento de Brandeis an der Elbe que, poucas semanas depois,
iniciou uma manobra na Galiza, junto à fronteira com a Rú ssia, hoje na
Ucrâ nia. Os cô njuges se instalam em uma pequena vila e suportam o
longo inverno.
Carlos nã o ica inativo, ele tenta melhorar o cotidiano das tropas: o
conforto do quartel, as raçõ es da cantina ... No mê s de agosto seguinte,
durante um exercı́cio, Carlos caiu do cavalo e foi repatriado em Viena. E
o casal para se estabelecer em Hetzendorf agora
habitá vel. Acompanhamos esses recé m-casados em sua vida simples à
medida que se aproximam do castelo imperial de Schö nbrunn. Charles
tornou-se comandante em Viena, mas nã o mudou nada em sua vida
ascé tica antes do casamento. Eletrabalha muito, porque faz estudos
superiores militares, dorme pouco e mostra seu interesse por todos os
jovens soldados sob seu comando. Ele é incansá vel. Como o icial
instrutor, ele exerce grande in luê ncia sobre seus alunos e os treina por
meio de seu exemplo.
Em 20 de novembro de 1912, a Villa Wartholz estava exultante. A jovem
Zita dá à luz o seu primogê nito. E um menino. Seu nome é Otto e
deixará seu ilustre nome na histó ria da Europa bem depois de 2011,
ano de sua morte. Seu padrinho é o imperador François-Joseph que vê
neste nascimento a vitalidade da dinastia. A partir de entã o, com Otto,
Zita segue o marido à medida que o regimento se move.
Na vé spera do Natal de 1913, depois de ter presidido trê s festas
sucessivas, com sua famı́lia, com os soldados de guarda e com as
crianças pobres de Hetzendorf, Carlos partiu para uma inspeçã o no
arsenal e depois no quartel do distrito militar. Ao seu camareiro, que
ica surpreso ao vê -lo completar esta tarefa enquanto ele nã o está de
serviço, Charles responde que substitui o o icial encarregado que nã o
tem carro para trazê -lo de volta para sua casa muito longe do
Quartel. Mas ele nã o se esquece dos seus. Zita, depois de ter beijado o
ilho Otto, desce ao salã o onde ica a capela barroca para ouvir a missa
da meia-noite. Ao chegar, que surpresa! Charles planejou um pequeno
coro que acolhe a jovem mã e com as cançõ es natalinas francesas e
italianas de sua infâ ncia.
Poucos dias depois, em 3 de janeiro de 1914, Zita deu à luz seu segundo
ilho, Adelaide, que recebeu o nome de sua bisavó Rainha Adelaide de
Portugal e de sua tia, irmã mais velha de Zita, ambas beneditinas da
'Abadia de Sainte- Cé cile de Solesmes. Os outros seis virã o: Robert,
nascido em 8 de fevereiro de 1915 em Schö nbrunn, Fé lix, nascido em
31 de maio de 1916 em Schö nbrunn, Charles-Louis, nascido em 10 de
março de 1918 em Baden, Rodolphe, nascido em 5 de setembro de
1919 em Prangins na Suı́ça, Charlotte, nascida em 1 ° de março de 1921,
ilha de Herstenstein Suı́ça e a pequena Elizabeth, nascida em 31 de
maio em Pardo, Espanha, e que nunca conhecerá seu pai.
Recebemos muitos testemunhos sobre a vida familiar de Charles e
Zita. Um dia o novo embaixadorda França em Viena, Alfred Dumaine, é
recebido por Charles em Hetzendorf. O arquiduque o apresenta à
esposa, que o mostra a casa. “Toda a conversa foi mantida neste tom,
ele se lembrará , de um jovem casal se entregando à s alegrias de uma
primeira instalaçã o. Outro dia, o Sr. Dumaine é recebido na Villa
Wartholz, onde Charles e Zita estã o de fé rias. “Nó s os encontramos”,
escreveu ele, “sempre tã o simples em sua aparê ncia, todos ocupados
com seus primogê nitos, e espalhando a eles testemunhos de seu bom
coraçã o.1 . "
O conde Polzer-Hoditz, lembrando os primeiros anos de Charles,
escreve em suas memó rias: "Fiquei feliz ao ver seu temperamento
brincalhã o, seu cará ter aberto e sua bondade natural que o fazia
desejar o bem de todos aqueles que o conheciam. Estavam se
aproximando. Sua opiniã o sempre foi marcada com grande
benevolê ncia. Tudo nele respirava saú de, clareza,
franqueza2 . “Convidado para jantar com o jovem casal, ele continua:“
Tive muitas vezes a oportunidade de testemunhar, seja na villa
Wartholz ou em Hetzendorf, a vida pacı́ ica e sem nuvens do casal
arquiduque.3 . "
Pais jovens criam seus pró prios ilhos, oram com eles, lê em
histó rias. Alguns anos depois, em Lekeitio, Zita continuará a fazê -lo.
Alé m disso, nã o nos surpreendemos com as palavras do secretá rio
particular de Carlos, o Barã o de Werkmann, que escreve em seu livro Le
Calvaire d'un empereur : “O imperador - é preciso dizer - nã o entendia
nada da vida. Ele o aceitou em sua forma mais simplista, como um
presente precioso da Providê ncia. Ele nem mesmo apreciava muito
uma residê ncia rica em tesouros artı́sticos. A gula era algo estranho
para ele. Muitas vezes me diverti quando vi - eu, que fui criado em um
ambiente in initamente mais simples - o Imperador achando uma
refeiçã o medı́ocre excelente.Seu casamento com a princesa Zita de
Bourbon-Parme nã o mudou o curso de sua casa. Implantar maior luxo
em uma recepçã o foi o trabalho da equipe, um esplendor aceito pelos
an itriõ es para homenagear os convidados.4 . Quando Charles subiu ao
trono em 1916, Zita chamou uma governanta para ajudá -la com seus
ilhos. Entrada no cargo em 1 ° de fevereiro de 1917, a condessa von
Korff-Schmising-Kerssenbrock deu apoio incondicional até sua morte
em 1973.
Porque essa tranquilidade familiar dura pouco. Em breve, uma explosã o
afetará toda a Europa.
4
A tragédia de Sarajevo
6
"Bem-aventurados os paci icadores, eles serão
chamados ilhos de Deus"
7
Zita, o anjo da guarda de quem sofre
Nesta busca pela paz, Charles nã o está sozinho. Zita é "sua companheira
de viagem", como ela mesma diz. Desde o inı́cio da guerra, o velho
imperador Franz Joseph colocou a falecida Imperatriz Elisabeth à sua
disposiçã o. Ela pode, assim, juntar-se ao marido e visitar hospitais
perto da linha de frente.
Charles nã o é um imperador de escritó rio nem um rei da sala de
estar. Durante os dois anos de reinado, Carlos fez cinquenta e seis
viagens à Austria-Hungria, trinta das quais estavam na frente. Zita
seguiu o marido quinze vezes, quatro delas na frente.
Zita testemunha a mudança para ela quando Charles se tornou
imperador e rei: “Lembro-me de ter consciê ncia disso especialmente
durante as oraçõ es e oraçõ es durante a coroaçã o em Budapeste ...
Minha vida mudou totalmente.1 . "
Zita relata sua visita ao Karst, onde a luta é terrivelmente violenta:
Lembro-me de uma visita logo apó s uma batalha ... Mortes, ratos, ratos
e mortes por toda parte ... E um fedor terrı́vel, indizı́vel. Para onde quer
que eu olhasse, eram apenas os cadá veres mutilados de soldados caı́dos
e, entre os ratos, mais ratos ... Eles estavam por toda parte.
A guerra tinha assumido um rosto terrı́vel, desumano e indescritı́vel. E
nã o havia esperança de acabar com essa angú stia, essa morte
miserá vel. Estava acontecendo ao lado de Goritz.
Jamais esquecerei essas imagens ... Está vamos à beira da exaustã o. Nos
hospitais, mais uma vez sinto misé ria. Era ó bvio que precisá vamos
fazer as pazes. Foi tã o difı́cil de entender2 ?
Para atender à s necessidades das crianças, Zita lança um apelo pú blico
em favor dos ó rfã os e crianças em situaçã o de pobreza e para isso cria o
Trabalho para Crianças que está interessado em todas as crianças
menores. "Nã o há trabalho mais nobre e agradá vel para Deus do que
transformar as lá grimas de uma criança em um sorriso", disse ela. Um
grande nú mero de senhoras concorda em se tornar madrinhas de
crianças carentes, o que alivia consideravelmente vá rios milhares de
mã es e crianças, em Viena e em outras cidades.
Em poucos dias, a Obra arrecadou 15 toneladas de chocolate, 30 mil
doses de leite condensado, uma carroça de roupas e 75 mil pares de
sapatos. A açã o de Zita nã o pá ra por aı́. Ela indaga sobre a situaçã o e
quer saber o que acontece exatamente com as doaçõ es de roupas,
calçados e alimentos que a Obra é destinada à s crianças. Ela quer uma
distribuiçã o rá pida "caso contrá rio, o inverno acabará antes que as
crianças tenham recebido qualquer coisa".
Zita també m cria um fundo para viú vas de guerra, pois sabe o quanto,
alé m da morte de um ente querido, a vida familiar pode se tornar
insustentá vel.
Com Charles, ela ilumina os cardá pios servidos na corte, a ponto de
proibir o pã o branco para mostrar que os jovens cô njuges nã o estã o
acima de seus sú ditos, em particular dos que vivem na pobreza. Da
mesma forma, os belos cavalos Lipizzaner de Viena sã ocolocado à
disposiçã o do municı́pio de Viena para o transporte do carvã o.
Zita, infatigá vel, viaja pelos hospitais da capital ou do front quando
acompanha Charles. Para cada pessoa ferida, em sua lı́ngua materna,
ela diz algumas palavras suaves, oferece um menu de presentes. Ela
ouve reclamaçõ es, tenta satisfazer petiçõ es. Ela visita cozinhas
populares e instituiçõ es para ó rfã os. Ela preside a Obra das Madrinhas
de Guerra. Criou centros de refugiados no leste, uma associaçã o para
cegos de guerra, casas para soldados, um hospital ortopé dico para
de icientes.
Durante todos esses anos, Zita demonstrou coragem incansá vel e
atividade sem limites. Ela tem pouco tempo para cuidar dos
ilhos. Felizmente, a condessa Kerssenbrock era a segunda a eles. Ela
tem toda a con iança nesta mulher dedicada que as crianças chamam de
Korf i.
Entã o Zita se dedica de corpo e alma aos feridos, levando esperança e
conforto a todos. Uma enfermeira, Emmy Gehrig, relata em suas
memó rias3 o testemunho de um camponê s tirolê s:
Durante a guerra, em um hospital em Viena, um dia vi a pró pria
Imperatriz aparecer sem ningué m anunciar sua visita. Ela parou na
frente de cada cama. Um pobre aleijado e eu é ramos os ú ltimos a
chegar. Quando ela me alcançou, ela perguntou sobre minha
saú de. Respondi que estava melhor, mas que a minha mulher, que
acabara de ter um ilho, nã o tinha o su iciente para viver, porque nã o
tinha pensã o de guerra e eu nã o podia ajudar no meu estado. Poucos
dias depois, recebi uma carta de minha esposa. A pensã o veio para ele
de repente4 .
Esta enfermeira social que durante trê s anos, de 1915 a 1918,
percorreu os bairros mais miserá veis dos subú rbios vienenses, atesta
que os trabalhadores pobres apreciam a grande bondade do casal
imperial. Os jovens governantes, de fato, sã o objeto de grande
consideraçã o entre o povo. Em homenagem à Imperatriz e ao Prı́ncipe
Herdeiro Otto, muitas crianças recebem o primeiro nome de Zita ou
Otto. E Monsenhor Pif l, cardeal-arcebispo de Viena, dá a Zita o belo
nome de "anjo da guarda dos que sofrem.5 ”.
Muitas fotos a mostram com feridos em hospitais, servindo sopa aos
famintos, sempre com paciê ncia e um sorriso doce. També m as suas
tias estã o presentes com os feridos, mã es ou ó rfã os, nã o hesitando em
abrir a sua casa ou o seu castelo para acolher estes infelizes, em
particular Maria Theresia e Maria Josefa, que se formaram como
enfermeiras e trabalham com dedicaçã o nos hospitais austrı́acos.
8
“Felizes os que têm fome e sede de justiça, eles
icarão satisfeitos”
Muito cedo Carlos percebeu que o impé rio era frá gil e que precisava de
reformas. O espı́rito da é poca é de igualdade e mais autonomia neste
grupo de dezassete nacionalidades. E esse pedido encontra eco
favorá vel nas intençõ es de Charles. Mas ele nã o está sozinho e deve
levar em consideraçã o os conselhos de seus ministros.
Em abril de 1917, ele escreveu um manifesto para expressar seu desejo
de conceder autonomia nacional a todos os seus povos dentro do
impé rio. Mas seus ministros nã o querem isso. No seu discurso do trono
que se segue, ele só pode inserir algumas linhas sobre o seu desejo de
reformas: certas garantias positivas para o exercı́cio dessas funçõ es. Era
pouco e era muito!
Em julho de 1917, Charles tomou uma decisã o altamente simbó lica pela
anistia de vá rios condenados à morte por um tribunal militar. Ele o faz
por humanidade e em consciê ncia, sem o acordo de Zita, que se opô s e
que mais tarde compreendeu o signi icado e a grandeza deste gesto.
Antes de subir ao trono, Carlos estava preocupado com as duras
sentenças proferidas pelos tribunais militares. Tendo se tornado
imperador, ele tomou medidas para revisar esses julgamentos,em nome
da justiça que ele, soberano, jurou respeitar em seu juramento como
Rei da Hungria.
"A clemê ncia foi obviamente sua primeira consideraçã o, mas a anistia
també m foi um passo em frente em direçã o à paz interior do impé rio
que facilitaria as reformas, e Carlos també m viu isso sob esta luz.1 . A
anistia, de fato, faz parte desse objetivo de paci icar as tensõ es entre as
nacionalidades e constitui um pré -requisito para qualquer reforma.
Ele con iou a seu chefe de gabinete, o conde Polzer-Hoditz, a tarefa de
estudar todos os julgamentos. A con iança entre os dois homens é total
e Polzer-Hoditz pô de testemunhar o espı́rito de Carlos na vé spera da
assinatura da anistia: “A forma como ele persistiu nesta ideia, sem ter
em conta as crı́ticas e os as apreensõ es que isso despertou ao seu
redor, prova a coragem moral e tenacidade que usou para atingir uma
meta que sua consciê ncia aprovou e que seu poder constitucional
autorizou2 . "
“Durante a noite de 29 de junho de 1917, naquelas horas em que o
destino dos condenados tchecos estava se desenrolando, vi com que
nobre gravidade um prı́ncipe como o imperador Carlos cumpria seus
deveres supremos e com que elevaçã o moral exigia todos os outros
consideraçõ es a serem apagadas em face do sagrado respeito pela
justiça3 . "
Quem sã o esses condenados? Estes sã o principalmente agitadores
tchecos in luenciados pelos dois lı́deres Beneš e Masaryk, exilados na
França e tentando se separar. Charles começou trocando todas as
sentenças de morte por sentenças de prisã o. Apesar da oposiçã o dos
conservadores austro-alemã es e magiares que veem esta medida como
uma ameaça à sua supremacia, mas també m dos lı́deres do exé rcito que
temem que qualquer medida de clemê ncianã o enfraquece o moral das
tropas, a anistia geral é pronunciada em 2 de julho de 1917, festa do
Prı́ncipe Otto. E Charles diz:
Por este sinal de reconciliaçã o, com a ajuda de Deus Todo-Poderoso,
desejo exercer minhas funçõ es de soberana. Sendo o primeiro a trilhar
o caminho da indulgê ncia, desejo, alé m dos erros polı́ticos que
ocorreram antes e durante a guerra, e que levaram a processos
judiciais, jogar fora o vé u do esquecimento4 .
Dois mil novecentos e noventa e trê s presos polı́ticos foram anistiados e
libertados. A grande maioria deles sã o tchecos. Apesar das crı́ticas,
Carlos aceita plenamente este gesto, porque para ele se trata apenas do
direito e da reconciliaçã o dos seus povos e de que deve cumprir o seu
dever para com Deus e o pró ximo. Algumas personalidades, no entanto,
entendem a decisã o de Carlos, como este deputado alemã o que acolhe
calorosamente a magnanimidade do soberano.
Alé m disso, quando Masaryk ouve a notı́cia da anistia, exclama: "Mais
uma medida como esta e estaremos perdidos."5 ! », Provando assim
que o imperador Carlos tinha razã o.
Infelizmente, embora este ato seja um gesto de humanidade e justiça, as
consequê ncias nã o estã o à altura do que Charles espera. Ele nã o pode
iniciar as reformas de que o impé rio tanto precisa, como o sufrá gio
universal na Hungria ou a representaçã o de todas as nacionalidades em
ó rgã os imperiais.
A oposiçã o a qualquer mudança é a mais forte. E Charles está
de initivamente sozinho.
9
Do amor conjugal
ao amor pelos seus povos
10
Amigos da paz
1. www.alsace.catholique.fr/wp-
content/uploads/sites/14/2018/04/commemoration-amis-paix.pdf .
Veja també m: www.associationimperatricezita.com/samedi-20-
october-et-dimanche-21-october-2018-colloque-le-bienheureux-
charles-dautriche-et-le-pape-benoit-xv-mont-saint-odile .
2. Giorgio R UMI (dir.), Benedetto XV e la pace (1918), Morcelliana,
Brescia, 1990, p. 29
3. Jean S EVILLIA , O Último Imperador, op. cit. , p. 132
4. Veja o capı́tulo 2.
5. Jean S EVILLIA , O Último Imperador, op. cit. , p. 134
6. Giorgio R UMI (dir.), Op. cit., p. 33
7. Ibid. , p. 36
8. Michel D UGAST R OUILLE , op. cit. , p. 101
9. Giorgio R UMI (dir.), Op. cit., p. 43
10. Ibid. , p. 46
11. Ibid. , p. 47
11
Apoio mútuo de Charles e Zita
Onde Charles e Zita encontram forças para enfrentar a adversidade?
No dia do casamento, eles se comprometeram a ajudar um ao
outro. Essa ajuda mú tua começa na famı́lia durante os primeiros trê s
anos de paz. Eles levam uma vida simples e desejam dar aos ilhos uma
educaçã o cató lica, como a que eles pró prios receberam dos pais.
Quando a guerra chega, a tranquilidade e a imprudê ncia chegam ao im
e Charles vê sua vocaçã o de o icial assumir todo o seu
signi icado. Carlos é enviado para o front em nome do imperador,
enquanto Zita mostra coragem incansá vel para resgatar os feridos,
mã es viú vas e crianças ó rfã s. Eles se veem menos, mas se ligam todos
os dias. E encorajem uns aos outros em suas respectivas tarefas.
Como Charles se tornou imperador e rei, é uma grande mudança em
sua vida conjugal e familiar. Zita nã o esquece as palavras do primata
durante a coroaçã o na Hungria. Ela recebeu a missã o de auxiliar o
marido nas tarefas que lhe cabiam.
Ela reconhece que, no momento das oraçõ es da coroaçã o, ela se deu
conta de sua responsabilidade como esposa do rei. Mesmo que as
atividades e tarefas permaneçam as mesmas, ela deve ajudar e apoiar a
polı́tica de Charles em sua busca pela paz para acabar com todos os
horrores da guerra.
Charles trabalha dezoito horas por dia a ponto de exaurir seus
assistentes. Apesar de seus dias ocupados, ele vai à missa a cadadia com
Zita e eles comungam. Ele lê a Bı́blia e recita seu rosá rio. Ele guarda no
bolso o que o Papa Pio X lhe dera e percebe com um sorriso que precisa
de um novo, pois os grã os deste se desgastam à força da oraçã o. Zita o
acompanha, leva seu almoço com ele. Eles se encontram no inal do dia
com seus ilhos para a oraçã o da noite. Carlos entã o retomou suas
audiê ncias, a ú ltima das quais foi com seu chefe de gabinete, o conde
Polzer-Hoditz, ou com o general Arz, seu chefe de gabinete, para seu
relató rio diá rio.
Este ú ltimo descreve a maneira pela qual o imperador concilia sua vida
familiar e suas obrigaçõ es o iciais. Quando o general chega ao escritó rio
da biblioteca da casa tarde da noite, ele encontra Charles e a Imperatriz
sentados lado a lado. As vezes, a jovem ica na sala lendo ou costurando
até o inal do relató rio. Mas Arz nã o se lembra dela intervindo na
conversa, mesmo quando ela degenera em banalidades.
Mesmo no meio da guerra, quando está sobrecarregado de atividades,
Charles encontra tempo para cuidar dos ilhos. Ele deseja para eles a
melhor educaçã o cristã possı́vel. Ele os torna conscientes de que o seu
nascimento nobre impõ e-lhes grandes responsabilidades e que eles
devem viver nã o para si mesmos, mas para o serviço de seu paı́s, da
sociedade e da humanidade.
Enquanto Zita é auxiliada pela condessa Kerssenbrock na educaçã o dos
ilhos, ela dedica seu tempo livre à famı́lia. Ela faz isso ainda mais
porque as ausê ncias de Charles sã o longas e frequentes.
Otto se lembra de seus primeiros anos:
Nesse momento, mantemos uma imagem mais precisa de nosso pai do
que de nossa mã e. Ele estava viajando com tanta frequê ncia, tã o
raramente em casa, que a cada momento que ele estava lá era um
evento. També m os seus gestos, as expressõ es do seu rosto marcaram
mais a nossa memó ria. Nossa mã e cuidou muito da gente. Ela ainda
estava lá .
Nem é preciso dizer que ela se inclinava sobre nó s quando está vamos
doentes, que à noite ela orava por nó s, que estava lá imediatamente
quando algo acontecia conosco e que nos repreendia quando é ramos
preguiçosos. Pode parecer um pouco estranho no inı́cio, mas tenho que
admitir que nã o a notamos porque ela estava sempre perto de nó s.1 .
Para Charles, os dias terminam por volta da meia-noite. Se ele pode
realizar tal atividade, é porque sua saú de fı́sica e mental é excelente. Ele
leva uma vida quase moná stica e simples em um espı́rito de
morti icaçã o. E acima de tudo, Zita está sempre ao seu lado. Ou ela o
acompanha até o front ou está em Viena para resolver os inú meros
problemas colocados pela guerra, em nome de Charles.
Durante seu reinado, apenas uma vez a saú de de Carlos vacilou. Seu
coraçã o e sua tensã o sã o prejudicados durante a briga com o conde
Czernin, seu ministro das Relaçõ es Exteriores, quando este trai seu
imperador. Sua resistê ncia excepcional decorre em parte de seu
autocontrole e poder de trabalho inato, mas també m da maneira como
o jovem governante consegue poupar-se de alguns prazeres simples
em seu programa o icial implacá vel. As vezes, ao cair da noite, sai para
observar o veado ... Satisfaz o seu gosto pela natureza e a sua
necessidade insaciá vel de ar, transferindo sempre que possı́vel o
escritó rio e a sala do tribunal para um bosque denominado “biblioteca
ao ar livre”.2 ”.
Com o passar dos meses, ministros corajosos e ousados escassearam
para apoiar Carlos nas tentativas de paz e na implementaçã o das
reformas de que o impé rio precisava. Charles con ia cada vez mais em
Zita. Seus personagens sã o complementares.
Zita é reservada e até um pouco tı́mida. Quando ela se tornou
imperatriz, ela teve que forçar seu cará ter para recepçõ esno
tribunal. Isso nã o a impede de ser voluntá ria e muito exigente na
educaçã o dos ilhos, como em todos os assuntos do impé rio. Nã o há
orgulho nela, mas um grande senso de dever. Ela se lembra das palavras
da coroaçã o: “Quanto mais alto você é colocado, mais deve permanecer
humilde em Jesus Cristo. “E muitas vezes ela dizia:“ O homem cumpre o
seu dever, o resto ele pode abandonar nas mã os do Senhor.3 . "
Charles realmente tem o espı́rito austrı́aco e até vienense, um espı́rito
de conciliaçã o que tenta ver o que há de bom no outro. Isso é um sinal
de fraqueza, como dizem alguns? Acima de tudo, ele acredita que cada
pessoa pode mudar e encontrar o que é bom. Entã o ele escuta, ele
consulta, ele tenta convencer sem autoritarismo.
Zita deixou um retrato de seu marido para um de seus bió grafos:
Charles era um homem prá tico e ló gico. Por causa dessa ló gica bá sica e
de suas ideias fortes sobre o certo e o errado, ele provou ser
absolutamente irme em questõ es centrais, como a busca pela paz e a
necessidade de reformas.
Apesar de seus estudos brilhantes e sua agilidade de espı́rito, ele nã o
poderia ser chamado de intelectual. Ele abordou a verdade atravé s do
bom senso e do instinto ao invé s do raciocı́nio ... Seus gostos eram
simples e modestos, e ele era dotado de um senso de humor
incompará vel.
Talvez ele estivesse sendo muito tolerante com os outros. Ele mal
conseguia ver o lado ruim de sua natureza, mesmo quando se
manifestava abertamente. Esse era um traço de seu cará ter. Em muitas
ocasiõ es levantamos este assunto, por exemplo sobre Czernin ou
Horthy, e invariavelmente ele dizia: “E preciso sempre procurar o lado
bom da pessoa.4 . "
Por seu gosto pelo contato pessoal, sua capacidade de ouvir, sua
teimosia em convencer, ele era extremamente humano e moderno. Uma
força interior instou-o a trazer harmonia e justiça entre os homens. A
tragé dia do soberano, sua tragé dia pessoal, basicamente, é ter sido
condenado a reinar em tempo de guerra, quando obviamente foi feito
para governar em tempo de paz. Como todo mundo, ele nã o escolheu
sua é poca. Entã o ele fez o que pô de. Ele cometeu erros. Quem nunca
cometeu erros?
No plano polı́tico, como vimos, Charles sofre de isolamento. Ele nã o tem
grandes ministros, e aqueles com personalidades fortes, como o conde
Czernin, nã o compartilham de suas opiniõ es. A partir daı́, o vı́nculo que
o une à esposa só aumenta. Zita preenche uma lacuna. Em pú blico, a
Imperatriz nã o se exime de seu papel de esposa do soberano. Mas, em
particular, essa mulher inteligente e instruı́da apó ia o marido, dá -lhe
conselhos e dá -lhe coragem quando ele está exausto. Sem Zita, Charles
nã o seria o que é .
Zita está presente e zela por ele. Em vá rias ocasiõ es, ela expressa
reservas sobre as iniciativas do marido, o que dá origem a alguns
atritos. Zita nã o apoiou a anistia de Charles no inı́cio de julho de 1917
porque temia que fosse mal interpretada e as consequê ncias fossem
mais dramá ticas do que o gesto. Entã o ela compreendeu o senso de
justiça de Charles. E ela aceitou.
Em busca incessante do bem, Charles frequentemente subestima o mal
e nã o vê o espı́rito tortuoso de algumas pessoas ao seu redor. Suas
virtudes cristã s tornam-se suas fraquezas, na medida em que ele
descobre um pouco tarde a duplicidade nos outros. Sua benevolê ncia à s
vezes se torna ingê nua e o impede de tomar a decisã o
certa. Principalmente porque ele está cercado de cı́nicos ou pessoas
que nã o se atrapalham com suas consciê ncias. E o caso tanto dentro do
impé rio como fora com seus aliados ou com seus adversá rios em
con lito. A oposiçã o entre sua natureza e suao destino o condena de
antemã o a uma contradiçã o permanente. No entanto, Charles nunca foi
inconsistente no essencial.
Charles nunca se esquivou de suas responsabilidades, incansavelmente
apoiado por sua esposa, quando sabe que a tarefa é quase impossı́vel e
tem pouco tempo para resolver os imensos problemas. Ele nunca
desanima. Há uma dimensã o sacri icial em Charles, como se ele tivesse
adivinhado seu destino como vı́tima expiató ria, oferecida para outros
renascimentos. Ele compreenderá isso mais claramente durante o exı́lio
na Madeira.
A coroaçã o de Budapeste transformou os cô njuges em servos, e assim
exercem a sua missã o de soberanos, juntos, mas cada um na forma
como a recebeu.
12
Eu renuncio pelo bem de meus povos
13
Fidelidade à Coroa de Santo Estêvão
15
"Nas tuas mãos, Senhor, entrego o meu espírito"
No dia 9 de março, Charles desce ao Funchal com Otto e Adelaide para
comprar um pequeno presente para Charles-Louis, que faz
aniversá rio. Ele fará quatro anos no dia seguinte. O tempo está bom. O
cé u está radiante. Mas subindo para a Quinta do Monte, o nevoeiro
desce e o Charles resfria-se. Mas, como muitas crianças icam presas à
cama por causa da gripe, ele nã o se preocupa e pensa que está apenas
pegando um resfriado. Em 14 de março, seu estado se agravou. Uma
febre alta o obriga a ir para a cama. Mas ele se absté m de ir ao mé dico,
suas inanças sã o tã o escassas.
Em 20 de março, o conde Jozsef Ká rolyi chega à ilha, com sua esposa,
para cumprir o serviço honorá rio do soberano. Ele é um dos ié is do rei
Carlos IV na Hungria. Em seu diá rio, ele comenta sobre a segunda
tentativa de restauraçã o na Hungria:
“Foi precisamente nos dias dessas provaçõ es que a dignidade do rei
Carlos IV apareceu em toda a sua luz. Provaçõ es e humilhaçõ es
pessoais passaram por sua alma sem deixar vestı́gios. O destino do
paı́s importava mais para ele. Foi acima de tudo a incerteza sobre o
futuro de seu povo que o oprimiu1 . "
Zita o conduz ao quarto de Charles: “E por uma escada que mais parece
uma escada que consegui subir até o só tã o ocupado por Sua
Majestade. O rei me recebeu acamado. Ele nã o estava com
febre. Ningué m levava a sé rio a doença dele, ele menos do que os
outros ... Trouxe muitas cartas para o monarca, que ele leu
imediatamente, fazendo-me muitas perguntas sobre o conteú do das
cartas.2 . "
Mas em 21 de março, vendo seu estado piorar, Zita chamou um
mé dico. O diagnó stico é grave. Um pulmã o é afetado. A pneumonia o
enfraquece. Ele está tossindo e com di iculdade para respirar.
Enquanto seu quarto era no primeiro andar, ele desceu para a casa de
sua avó , ao lado da capela. O quarto é mais espaçoso e acima de tudo
deixa entrar um pouco de sol.
Trê s mé dicos icam ao lado de sua cama, se revezando para tentar
combater a infecçã o. O tratamento é uma tortura e o faz sofrer. Ventosas
e cataplasmas transformam suas costas em feridas vivas. Mas ele nã o
disse nada. Ele apó ia tudo, com uma lucidez que surpreende quem está
ao seu redor. Ele ainda tem um sorriso e uma palavra gentil para
aqueles ao seu redor, se desculpando pelo problema que está causando
a eles.
Seus ilhos reclamam que nã o veem mais o pai, embora ele os leve para
passear com frequê ncia. Zita permite que eles o vejam por alguns
minutos. Mas esse rosto que se tornou estranho, pá lido e com a barba
por fazer, os assusta. O pequeno Robert começa a chorar.
Charles continua preocupado com o destino de seu povo. Ele tem
saudades de seu paı́s. Ele acredita que tem o dever de imperador e rei
coroado. Ele está moralmente e isicamente enfraquecido, sem
desanimar.
Por causa de seu dinamismo e jovialidade, també m de sua juventude,
ele considerou os acontecimentos na Hungria apenas como
transitó rios. Ele nunca teria desejado ser visto como um má rtir
injustamente perseguido, ele nunca condenou aqueles que o traı́ram e,
se algué m os caluniouem sua presença, foi ele mesmo quem assumiu a
defesa. E graças a esta grandeza de alma e à sua serenidade de
soberano que a sua casa e a sua comitiva nunca se tornaram fonte de
angú stia ou desespero. Isso é especialmente o que fez com que até a
ú ltima manhã , a pró pria rainha estivesse profundamente convencida
de que a vontade de seu marido permitiria ao nosso rei superar esta
doença.3 .
Embora enfraquecido, Charles pede ao conde Ká rolyi para cuidar de
seus dois ilhos mais velhos, Otto e Robert, e assim permitir que eles
aperfeiçoem o hú ngaro. Um dia Otto descobre uma cavidade em uma
das á rvores do jardim. Disse ao conde: "Se o papá se curar, colocaremos
aqui uma está tua da Virgem". Entã o, depois de pensar bem, ele disse a
ela: "Diga-me, eu tenho um lorim de ouro." Basta comprar uma está tua
da Virgem de Lourdes4 ? "
Ele sente falta de seus ilhos. Ele os ouve tocando lá fora e chamando-o
de “papai, papai”, mas nã o pode vê -los porque nã o quer que també m
iquem doentes. De vez em quando, eles en iam a cabeça no quarto do
pai.
Durante duas semanas, Zita ica ao seu lado, dia e noite, para conter a
vida que escapa deste corpo cansado e exausto. Sua tia, a arquiduquesa
Maria Theresia, e a condessa Mensdorff, enfermeira registrada, ajudam-
na. Eles cuidam dele e oram ao seu lado.
No domingo, 26 de março, quarto domingo da Quaresma, o povo do
Funchal organiza uma procissã o em homenagem ao Salvador que
carrega a cruz. E dedicado à "cura do bom rei Carlos". Apó s a procissã o,
muitas pessoas vã o até a vila para perguntar sobre a saú de do
paciente. No mesmo dia, o Pe. Zsamboki celebra a missa na sala de
estar. Charles é tã o fracoque ele nã o pode mais se levantar e pede que a
porta seja aberta para que ele possa ver o altar.
Em 27 de março, a saú de do imperador piorou ainda mais. Durante a
noite serve-lhe uma pequena á spide, que começa por recusar, porque
gostaria de receber a comunhã o. Finalmente Charles aceita a asp e
acrescenta tristemente: "Eu sei que nã o tenho que ir para a comunhã o,
mas desejo muito." Zita conversa com o Pe. Zsamboki e a partir desse
dia, Charles pode receber a Sagrada Comunhã o todos os dias e rezar
diante do Santı́ssimo Sacramento exposto em seu quarto.
Nesse mesmo dia, à noite, o capelã o sugere que lhe sejam entregues os
ú ltimos sacramentos. Antes, confessa e depois da absolviçã o declara:
“Perdoo todos os meus inimigos, todos os que me ofenderam e todos
os que trabalham contra mim. Vou continuar a orar e sofrer por eles5 . "
Em seguida, ele pede a Zita que leia o ritual para que ele possa
acompanhar a cerimô nia com exatidã o e vá encontrar Otto, que já está
dormindo. Eles o acordam para levá -lo para a cabeceira do pai. Otto é
tã o jovem! Carlos segue com atençã o e piedade as oraçõ es litú rgicas
enquanto seu ilho mais velho, ajoelhado aos pé s da cama, mal controla
a emoçã o de seu coraçã o. Antes de sair, Otto beija a mã o do pai e
Charles sorri para ele. Ao sair da sala, Otto desata a chorar "porque o
papá parecia estar no seu pior, com a cruz nas mã os, como se tivesse de
morrer". Mais tarde, ele acrescentará : "Agora entendo por que a Virgem
estava tã o triste sob a cruz6 . "
Apó s a Extrema Unçã o, o Pe. Zsamboki dá a bê nçã o do Papa a
Carlos. Sem reclamar, Charles disse serenamente: “Agradeço ao bom
Deus que este dia acabou. Eu nã o sabia que poderia ser um dia tã o
doloroso. Ningué m percebeu o quanto ele sofreu, por sua inesgotá vel
paciê ncia e suaa simplicidade banalizava externamente todas as suas
dores. A noite está calma e Zita pode ir descansar.
No dia seguinte, Charles diz a Zita que gostaria de poupar à pobre
criança a emoçã o do dia anterior. Mas foi fundamental ligar para ele,
por causa do exemplo.
Sua condiçã o continua piorando. Depois de um ataque cardı́aco, os
mé dicos dã o a ela cataplasmas de farinha de mostarda que queimam
suas costas. Nã o quer admitir diante da esposa o quanto está sofrendo:
“Prometi ao Bom Deus que me deixasse ser tratado, enquanto estiver
doente, sem gestos desnecessá rios, e seguir todas as instruçõ es por
amor de Deus.7 . Ele, portanto, sofre em silê ncio, sem qualquer
reclamaçã o. E isso até sua morte. E quando a condessa Mensdorff troca
de cama, ele lhe diz: “E bom poder con iar no Sagrado Coraçã o de
Jesus. Caso contrá rio, tudo seria insuportá vel. "
31 de março é uma sexta-feira. Como seu Senhor na Sexta-feira Santa,
Charles entrou em sua paixã o. Zita espera uma cura. Ela se lembra do
Papa Pio X dizendo antes de seu casamento - “Você vai se casar com o
herdeiro do trono. Desejo a todos bê nçã os entã o. Alegro-me
in initamente, porque uma grande bê nçã o cairá sobre seu paı́s graças a
ele. Será a recompensa da Austria, por sua idelidade à Igreja. Feliz é o
paı́s que recebe tal monarca8 ”- Charles nã o pode morrer. Sua missã o
terrena nã o acabou. Mas, o Papa Pio X acrescentou: “Só pode ser depois
de sua morte. "
Ela declara à tia: “Deus criou Charles para cumprir seu dever. A Austria
precisa dele. Entã o ela se recupera: "Estamos passando por
sofrimentos, mas depois disso virá a ressurreiçã o. Ela ora com seus
ilhos e implora que a vida de seu marido seja poupada primeiro para
sua terra natal, depois para seus ilhos.
Durante sua doença incurá vel, o autocontrole aparentemente
inesgotá vel de Charles, sua tenacidade interior e força moral sã o
revelados como nunca antes. Os mé dicos nã o entendem como o
paciente pode controlar suas capacidades mentais apesar da febre alta,
apesar da dor, do constrangimento e das fraquezas corporais
indescritı́veis.
Charles segura o cruci ixo com todas as suas forças. Debaixo da sua
almofada está uma imagem do Sagrado Coraçã o a quem dedicou toda a
sua famı́lia no dia da primeira comunhã o de Otto. Zita remove a
imagem piedosa e mostra a ele, dizendo que ele deve dormir. E
adormeceu olhando para a foto, depois de dizer: “Senhor, deixa-me
dormir. Entã o Zita foi tomada por um terrı́vel pressentimento. Já que
ele tinha permissã o para dormir, seria o su iciente para curá -lo,
realmente desejar isso do fundo de seu coraçã o e reconsiderar sua
oferta de dar a vida por seu povo, para estar verdadeiramente
determinado a isso?
Enquanto Zita fala com ela para lhe dar coragem, Charles olha para ela
com espanto: “Quando você conhece a vontade de Deus, tudo é bom! E
acrescenta: “Quero dizer-lhe o que há comigo. Procurarei sempre
reconhecer, se possı́vel com clareza, em tudo a vontade de Deus e
segui-la, nomeadamente com perfeiçã o.9 . "
No dia seguinte, o primeiro sá bado do mê s, Charles está com dores
constantes. E cada vez mais difı́cil respirar. O Padre Zsamboki expõ e o
Santı́ssimo Sacramento diante dele. Zita segura sua cabeça e ora com
ele, geralmente termina a oraçã o de Charles. Ele sabe que seu im está
muito pró ximo. Ele pede a Zita que vá encontrar o jovem Otto. Ele quer
falar com ela por alguns instantes.
Enquanto Zita lhe pede que nã o se canse de orar em voz alta, ele
responde: "Devo sofrer muito para que meus povos se encontrem".10 . "
Quando a condessa Mensdorff lhe entrega os travesseiros, ele diz quase
sussurrando: “Muito obrigado, condessa, obrigado por tudo. Ele insiste:
"Tenho que agradecer. Eu nã o disse obrigado o su iciente. Ela o
aconselha a dormir. Mas Charles responde: “Tenho muito a orar. "
Zita o acalma: “Pense no Salvador que o tem em seus braços, pense
apenas nisso e entregue-se a ele. "Sim", responde Charles, nos braços
do Salvador, você e eu e nossos queridos ilhos. "Mas Zita perde a
con iança:" Como vou fazer, agora sozinha? "E acrescenta apenas para
Zita:" Eu te amo muito. No coraçã o de Jesus nos encontraremos
novamente. Esta palavra será seu viá tico e seu consolo.
Num ú ltimo momento terreno, o Padre Zsamboki dá -lhe a
comunhã o. “Santo Salvador, se for a tua vontade, cura-me. Santo
Salvador, por favor. "
Charles chama cada um de seus ilhos: “Otto, Adé laı̈de, Robert, Fé lix,
Charles-Louis, Rodolphe, Charlotte e o pequeno. Eu amo muito meus
ilhos. Eu gostaria de ir para casa com você . Por que nã o estamos sendo
liberados? Eu estou tã o cansado. "
A vida o deixa. Depois de oferecer sua vida, ele oferece sua morte:
“Jesus, por ti, eu vivo. Jesus, por você eu morro. Jesus, venha, venha! A
partir desse momento, Charles está sozinho diante de seu Salvador.
Por sua vez, Zita oferece a morte de seu amado marido e
dolorosamente se afasta da vontade de Deus: “Senhor Jesus, seja feita a
tua vontade.11 . "Ela ainda tem forças para dizer-lhe:" O Senhor está
aqui e te segura nos braços. Renda-se completamente a ele. O Senhor
está vindo e vindo para você . Entã o Charles, em um ú ltimo esforço,
implora a seu Senhor: "Seja feita a tua vontade." Meu Jesus, quando
quiser. »Depois, num ú ltimo suspiro:« Jesus ».
E assim que Carlos, imperador e rei, entrega sua alma a Deus seu Pai,
em uma terra estrangeira que abriu seus braços e seus coraçã o. No
sá bado, 1 ° de abril de 1922, à s 12h23. Faz 34 anos e 30 anos Zita.
Em seu diá rio, a parteira Franziska Kral lembra:
Foi comovente ver com que amor a Imperatriz participou dos
cuidados. Já fazia vá rios dias, entã o a condessa Mensdorff veio como
reforço ... Os mé dicos nunca deixaram o paciente, renovaram as
injeçõ es de câ nfora e colocaram oxigê nio nele. A pobre Imperatriz
ajudou muito corajosamente em todos esses tratamentos. Sua
Majestade regularmente perdia o io da conversa. Sua esposa o ajudou
a se recuperar, o que o acalmou muito ... Deitado na cama, ele fez pensar
no Cristo moribundo. Quando aconteceu o desastre, Zita tinha uma
expressã o de pavor indescritı́vel nos olhos e perguntou se nã o havia
mais nada a fazer.12 .
Paul Morand escreveu algumas linhas sobre esse drama em A Dama
Branca dos Habsburgos : “Restava apenas um grande amor conjugal
congelado, contra o qual a misé ria e a morte nada podiam fazer. "
O jovem Otto, que ainda nã o completou dez anos, está presente toda a
manhã deste ú ltimo dia. Este momento o marcou para sempre. A
condessa Kerssenbrock sempre disse que a infâ ncia de Otto chegou ao
im neste dia. Em suas memó rias, ele escreve:
A manhã do 1 st abril 1922, a ilha Africano Portuguê s, estava claro e
ensolarado. Nó s, crianças, fomos mandados de manhã cedo para o
jardim tropical da Quinta do Monte. Nas profundezas, para alé m do
Funchal, o oceano Atlâ ntico brilhava com mil luzes e, atrá s de nó s, os
picos vulcâ nicos escuros da Torre de Luta destacavam-se contra o
imenso azul do cé u. Lembro-me de lindas lores de camé lia variegadas,
vermelhas e brancas, caı́das das á rvores. Culpa de inverno, comonó s o
conhecı́amos em casa, nó s os usamos como projé teis para relembrar as
batalhas de bolas de neve.
E verdade que nã o gostá vamos inteiramente do nosso jogo: nosso pai
estava mentindo há vá rios dias, gravemente doente. A extensã o do mal
foi ocultada de nó s, no entanto. Como anciã o, poré m, eu sabia mais do
que os outros. Recentemente, eles vieram me buscar, quando eu já
estava na cama, para que eu estivesse presente quando o padre lhe
administrou a extrema unçã o.
Um pouco antes das nove horas do dia 1º de abril, nossa mã e veio ao
jardim. Ela estava usando um vestido rosa claro - foi a ú ltima vez que a
vi com uma roupa colorida. Ela veio me buscar, antes de mais nada, ela
nã o disse nada. No entanto, quando nos aproximamos da casa - meus
irmã os e irmã s nã o estavam mais dispostos a ouvi-la - ela me disse que
meu pai havia me chamado para testemunhar o retorno de um cristã o
ao seu Criador.
Durante trê s horas, das 9h00 à s 12h00, testemunhei a sua morte. Fiquei
a maior parte do tempo ajoelhado à esquerda da cama, aos pé s da qual
estava o Santı́ssimo Sacramento. Foi uma luta dura. Meu pai era jovem e
vigoroso. Ele resistiu amargamente à doença, morte lenta por as ixia. E,
no entanto, a visã o desse inal nã o era assustadora: embora o corpo
ainda estivesse com dor, a mente estava em paz. Poucas horas antes, ele
havia, como se resumisse sua vida, dito as seguintes palavras: “Sempre
me esforcei para reconhecer e fazer a vontade de Deus, da melhor
maneira que posso. "
Assim ele cumpriu sua missã o. Apesar de seu sofrimento fı́sico e nosso
choque emocional, seu im terreno foi como uma entrada pacı́ ica em
um mundo melhor.
Eu tinha nove anos quando meu pai morreu. Desde cedo tive uma
ligaçã o muito profunda com ele. E, de facto, nas ú ltimas semanas na
Madeira, ele tinha falado muito comigo. Pude na mente da minha ilha
ter uma ideia de como tinha sido a vida dela: tinha sido cheia de
contratempos e decepçõ es, como poucosvidas sã o. Poderı́amos,
humanamente falando, considerar isso um fracasso. Ele queria paz e
teve que ir para a guerra. Ele havia buscado a unidade e tinha, em sua
posiçã o de autoridade, testemunhar a destruiçã o do impé rio
multinacional. Muitos amigos lhe deram as costas e à s vezes até o
traı́ram.
No entanto, estas trê s horas passadas na câ mara mortuá ria da Quinta
do Monte mostraram-me que a vida do meu pai nã o tinha sido
infeliz. Quando o vi em seu ú ltimo dia - no momento da verdade, como
dizem os espanhó is -, sabia que sua vida havia sido fecunda. Diante da
morte, nã o é possı́vel se iludir. Estamos sozinhos e as conquistas deste
mundo nã o contam mais. Quando vamos ao encontro do nosso Criador,
apenas o cumprimento do dever e do bem contam. Deus nã o pede aos
homens que lhe dê em contas das vitó rias. E ele quem garante o
sucesso. Ele apenas nos pede que façamos o nosso melhor.
Esse ensinamento permaneceu - como meu pai desejava - a
experiê ncia mais preciosa para o resto da minha vida. Sua morte me
mostrou que nã o sabemos sobre o fracasso real, desde que tenhamos a
consciê ncia limpa.13 .
O cardeal hú ngaro Jozsef Mindszenty, que també m perdeu sua terra
natal, escreveu sobre a morte de Carlos:
Com bom tempo, observava as andorinhas fugirem e dizia a mim
mesmo: chegam na primavera e partem no outono. O destino deu a eles
duas pá trias. Em vez disso, só temos um e o perdemos. Mas talvez nã o
para sempre! Karl a perdeu para sempre. Mas ele imediatamente
encontrou outra, aquela que ele sempre amou e desejou: a pá tria
celestial.14 .
16
Requiem æternam
17
Lealdade: a graça da viuvez
Carlos foi queimado pela caridade a ponto de colocar sua vida nas mã os
de seu Salvador pela paz entre seus povos. Com Zita, a graça do
sacramento do casamento torna-se a graça da viuvez.
O Pardo colocado à disposiçã o da famı́lia de Zita é muito grande e
inconveniente para uma famı́lia numerosa. E o verã o é sufocante. Zita
deixa o centro da Espanha para uma casa colocada à sua disposiçã o em
Lekeitio, uma pequena vila de pescadores no Paı́s Basco. A situaçã o
material da famı́lia melhorou graças ao apoio de famı́lias ié is e aos
rendimentos de propriedades privadas localizadas na Hungria. Nã o é
luxo, mas já nã o é a pobreza da Madeira.
Zita dedica seu tempo à educaçã o de seus ilhos. Mas ela está
sozinha. "Como eu agora, de repente, decido por mim mesmo?" Charles
correu e regulou tudo1 . Esta con issã o con iada à arquiduquesa Maria
Theresia re lete seu desâ nimo. Seus ilhos tê m apenas ela. Ela deve ser
mã e e chefe de famı́lia. Ela nã o se casará novamente e icará de luto por
toda a vida, iel ao imenso amor que tem por Charles e que enche sua
vida. Mas seu coraçã o humano está sozinho e é difı́cil para a tarefa em
mã os.
Para o Barã o de Werkmann, ex-secretá rio de Charles, ela escreveu:
Tenho um grande dever polı́tico, talvez apenas este. Devo criar meus
ilhos no espı́rito do imperador, torná -los bons homens que temem a
Deus e, acima de tudo, preparar Otto para seu futuro. Nenhum de nó s o
conhece. A histó ria dos povos e dinastias - que nã o contam no crité rio
da vida humana, mas segundo medidas muito mais longas - deve
inspirar-nos con iança2 .
De fato, Zita prometeu a Carlos, em seu leito de morte, preparar Otto
para sua tarefa de rei-imperador: “Nã o tenho escolha a fazer pela
educaçã o dos ilhos. Nas ú ltimas semanas de sua vida, prevendo que
seu im se aproximava, o imperador me falou vá rias vezes sobre a
educaçã o de Otto. O que ele me disse é sagrado para mim3 . "
Charles é um suporte e um guia para ela. Ele també m é um modelo que
Zita oferece aos ilhos desde tenra idade. Na famı́lia, todas as tradiçõ es
e há bitos sã o mantidos, como durante a vida de Charles.
Levantada à s 5 da manhã , Zita vai à missa com as esposas dos
pescadores. De volta à s 7 da manhã , ela acorda as crianças. Zita lê para
eles a vida do santo do dia. Em seguida, eles se reú nem à s 7h30 na
capela para a missa, servida pelos meninos. Depois do café da manhã
começa o dia de estudos, especialmente agitado para Otto. Zita adquire
uma certa serenidade. A tristeza cedeu à con iança na Providê ncia: “O
Bom Deus nunca me deixa preocupar. Ele sempre me manda o
essencial4 . "
E em 1925, ela escreveu a Sainte-Cé cile de Solesmes: “A inal, estamos
felizes por ter passado por muitas provaçõ es: primeiro elas passaram
e, acima de tudo, estamos felizes por ter algo para dar ao Bem. Deus5 . "
Fez algumas estadias fora do Paı́s Basco: em Lourdes e especialmente
em Solesmes, com os ilhos ou sozinha para um retiro espiritual. As
crianças crescem em um ambiente de grande simplicidade e
sobriedade. Sentido de dever e responsabilidade, estes sã o os valores
de uma educaçã o cujo fundamento está na fé .
Otto con irma em suas memó rias: “Minha mã e insistia na disciplina da
vida. Nã o sei se isso correspondia ao cará ter dela ou se ela se sentiu na
obrigaçã o, com a morte de meu pai, de substituı́-lo.6 . "
Elisabeth se lembrará quando já adulta: “Minha mã e nunca reclamava e,
diante do seu exemplo, nunca nos ocorreu expressar qualquer
insatisfaçã o. Embora criados em condiçõ es modestas, é ramos
felizes7 . "
Zita ensina catecismo a seus ilhos. Para a primeira comunhã o, ela faz
pequenos livrinhos nos quais as crianças fazem desenhos e colam
iguras piedosas. O mais velho de seus netos, o arquiduque Rudolf,
gosta de se lembrar de uma conversa com sua avó :
Enquanto ela estava preocupada se meu ilho de quatro anos e meio
havia feito sua primeira comunhã o, eu respondi: “Nã o, porque nã o
tenho certeza se ele entende tudo. Ela me disse que dera a mesma
resposta ao Papa Pio X, em 1911, sobre um sobrinho da mesma
idade. O Santo Padre, depois de ter questionado o menino e satisfeito
com suas respostas, respondeu: "Por que você quer que ele conheça o
pecado antes de conhecer a graça?"8 ? "
Todos os ilhos de Zita izeram sua primeira comunhã o muito jovens, e
os do arquiduque Rodolfo també m.
Todas as crianças sã o con irmados em Lekeitio, seniors 24 agosto de
1923 e os trê s mais novos em 1 st setembro 1928, das mã os de Dom
Seidl, o ex-bispo da corte que estava hospedado no Paı́s Basco.
Ela acompanhou pessoalmente os estudos de seus ilhos, mas se cercou
de professores: o conde Degenfeld acompanhou Otto até sua morte na
dé cada de 1970, o entã o conde Jozsef Ká rolyi que passou dois anos em
Lekeitio, bem como cinco monges da abadia beneditina hú ngara de
Pannonhalma , um tutor austrı́aco, um professor de inglê s e um
professor de francê s. Para os mais pequenos, Zita acolhe uma freira
hú ngara e uma professora austrı́aca. Para desenvolver o plano de
treinamento de Otto, Zita convoca dois ex-ministros de Charles: Max
Hussarek, ex-primeiro-ministro, e Já nos Zichy, ex-ministro da Educaçã o
da Hungria. Eles vê m regularmente a Lekeitio para fazer os exames
para o jovem Otto, de acordo com o currı́culo austrı́aco e hú ngaro.
Mas o ritmo é sustentado e à s vezes as crianças acham muito pesado,
principalmente Otto:
Minha mã e era muito rı́gida. E é aqui que a condessa Kerssenbrock tem
sido uma grande bê nçã o para nó s. Ela aliviava constantemente
qualquer excesso de gravidade. Ela sempre interveio em nosso nome e
garantiu que as puniçõ es nã o fossem muito severas. Minha mã e
montou um programa muito duro: "rá pido e muito", e isso sem fé rias,
até que inalmente todos disseram a ela que nã o era possı́vel. Portanto,
tivemos pelo menos fé rias em agosto. Foi muito difı́cil, mas tı́nhamos
que dizer "graças a Deus9 ”.
Isso nã o impede Otto de expressar sua gratidã o à mã e. Graças ao seu
rigor e à sua exigê ncia, adquiriu uma disciplina pessoal que lhe foi ú til
durante toda a vida:
Devo muito à minha mã e. Acredito que a coisa mais importante que ela
deu a mim e aos meus irmã os e irmã s foi um sentimento de
solidariedade sem limites. A segunda coisa que devo a minha mã e é sua
profunda devoçã o. Com efeito, na vida, e especialmente quando
encontramos vicissitudes, compreendemos a força que uma boa
educaçã o religiosa nos dá na juventude.10 .
Aos 14 anos, Ottop foi para o Abbayebé né dictine Saint-Mauriceet-Saint-
Maur de Clervaux em Luxemburgo, para completar sua formaçã o
espiritual e ilosó ica. Os ilhos estã o crescendo e Zita deseja para eles
uma educaçã o mais aberta ao mundo. Em setembro de 1929, Zita e sua
famı́lia mudaram-se para a Bé lgica, para o castelo de Ham perto de
Steenokkerzeel, cujo pá roco ligava para o Gott erhalte todos os dias. Os
idosos podem frequentar os cursos da Universidade de Louvain e os
mais novos sã o alunos de escolas secundá rias em Bruxelas, do Colé gio
Saint-Michel para rapazes e do Colé gio Dames de Marie para raparigas.
Eles icam na Bé lgica por dez anos. Zita recebe pouco, exceto sua famı́lia
belga e luxemburguesa e alguns ié is austrı́acos e hú ngaros. Em 20 de
novembro de 1930, Otto comemorou seu 18º aniversá rio. Esta é a
maioria para o herdeiro da dinastia austrı́aca. E també m a ocasiã o de
uma pequena recepçã o com os familiares pró ximos. A cerimô nia ocorre
de acordo com o protocolo do tribunal. Zita preparou o ilho para suas
responsabilidades. Ela agora está atrá s de Otto, que pede a ela, no
entanto, que continue com o dever de casa até que ele termine os
estudos. Otto chamou essa cooperaçã o de "parceria meio a meio".
A vida na Bé lgica parece pacı́ ica e inalmente se acalmou. Mas a notı́cia
ainda vai abalar Zita. Em 9 de maio de 1940, a famı́lia se reuniu para
comemorar seu aniversá rio. Aniversá rio engraçado: o telefone continua
tocando para avisá -lo de que o exé rcito alemã o está pronto para entrar
na Bé lgica. Depois do Anschluss, em 12 de março de 1938, aqui estã o a
Bé lgica e a França prestes a serem invadidas pelo exé rcito nazista. No
meio da noite, a famı́lia deve fugir. Ela atravessa a fronteira, atravessa a
França, depois de uma parada no castelo de Botz com seu irmã o Xavier
em Bourbonnais, chega à Espanha, depois a Portugal para inalmente
encontrar refú gio nos Estados Unidos, onde o presidente Roosevelt está
pronto para recebê -la.
Zita aceita tudo, como a cada partida, sem saber para onde vã o seus
passos. Ela nunca cessa de implorar a Sã o José que encontre um lar
para ela. Finalmente chega ao Canadá , onde as irmã s de Santa Joana
D'Arc colocam à sua disposiçã o a Villa Saint-Joseph - pois Deus nã o falta
humor. A casa de madeira é simples, mas grande o su iciente para
acomodar, alé m de seus ú ltimos quatro ilhos, sua mã e Maria Antonia,
sua irmã Isabelle, o conde Degenfeld que em breve se juntará a Otto nos
Estados Unidos e a condessa Kerssenbrock. O regime da Villa Saint-
Joseph é tã o severo como no castelo de Steenokkerzeel: o horá rio é
rigoroso, cada dia começa com a missa celebrada numa sala
transformada em capela. Cada criança alinha seu quarto e o inverno é
longo e frio.
O semaná rio Le Progrès du Golfe , na sua ediçã o de 5 de abril de 1946,
relata:
Fim do inverno em Quebec. Uma mulher, atravessando a rua, caminha
dolorosamente na neve derretida. Ela está vestida com um casaco de
pano comum, calçada com grandes borrachas que desaparecem na
lama gelada, e usando uma bandana de lanela, ela mal carrega um
embrulho mal amarrado ... Uma pobre mulher carente, sem dú vida, que
apenas faz compras e se apressa para ganharsua casa? Nã o. Esta
mulher é a Imperatriz da Austria-Hungria, refugiada em Quebec por
quase trê s anos11 .
O jornalista Yves Cassegrain que recorda este artigo acrescenta que
encontrou nos arquivos das Irmã s de Santa Joana D'Arc uma carta da
Superiora Geral da é poca, Madre José phine du Sacré -Cœur: “A Villa
Saint-Joseph n nã o está alugada nem vendido. A famı́lia imperial é
nossa convidada lá . E simplesmente um serviço, uma caridade para a
famı́lia imperial que é pobre, seus recursos foram severamente
cortados desde a guerra. "
Na villa, uma sala foi convertida em capela, na qual Zita coloca a está tua
do pequeno Jesus de Praga e um ı́cone da sagrada famı́lia. As missas sã o
celebradas pelo Padre Alphonse-Marie Parent, que mais tarde se tornou
bispo. A noite, Zita vai à s vé speras com as irmã s da comunidade.
As freiras da Abadia Beneditina de Sainte-Marie-des-Deux-Montagnes
testemunham que a missa e a oraçã o sã o dois momentos importantes
em sua vida agitada. Zita fez cerca de dez visitas lá entre 1943 e 1969.
Ela podia orar dentro da cerca. Uma das irmã s, Irmã Louise, icou
muito marcada pela Imperatriz: “Achei-a muito digna. Tinha uma
simplicidade desarmante. Seu rosto estava sereno, radiante. Foi lindo
vê -la. Ela estava interessada em cada um de nó s12 . "
Os mais velhos começam a trabalhar, os mais novos vã o para a
Universidade Laval, em Quebec. Apenas a jovem Elisabeth ainda está no
ensino mé dio. Fiel a Charles que deu sua vida pela reconciliaçã o de seus
povos, Zita divide seu tempo entre sua abundante correspondê ncia e
suas açõ es de caridade que cuidará até 1948. Ela dá palestras no
Canadá e nos Estados Unidos para solicitar a generosidade dos
participantes . De volta a casa, ela costura, conserta e embala as roupas
que recebeu, com sua ilha Elisabeth, seumã e, sua irmã Isabelle e seu
iel Korf i. Toneladas de pacotes sã o enviadas para a Austria e a Hungria
durante todos esses anos. E, no entanto, ela mesma é pobre, mas sabe
que seu povo está sofrendo ainda mais.
A um jornalista americano que lhe pergunta se ela ainda se lembra da
Austria, Zita responde: “Durante trinta anos, nã o houve um minuto em
que nã o tenha pensado na bacia do Danú bio. Por trinta anos nã o houve
um ú nico dia em que eu nã o me encontrasse em espı́rito em Viena ou
Budapeste13 . "
Ele até se encontrou com o presidente Roosevelt, enquanto Otto estava
gripado, para obter a proclamaçã o da independê ncia da Austria apó s o
im da guerra, bem como assistê ncia material e inanceira, como parte
do plano. Marshall, para o reconstruçã o de paı́ses destruı́dos pela
guerra. E ela fez o mesmo com as esposas dos senadores para que
pudessem convencer seus maridos.
Sua ilha Elisabeth lembra:
Minha mã e começou apresentando a Austria ao seu pú blico
feminino. Ela expô s o que caracterizou este paı́s, o que tornou sua
originalidade, tudo o que ele ofereceu bonito e que o mundo
apreciou. Em seguida, ela descreveu a misé ria, a situaçã o avassaladora,
as indú strias destruı́das, o desespero da populaçã o ... A Imperatriz
começou falando com grande hesitaçã o. Ela sem dú vida entendeu a
importâ ncia capital desta noite. Aos poucos, ela ganhou con iança ...
deixou de lado suas anotaçõ es e falou com muita liberdade, atraindo as
mulheres para uma corrente de entusiasmo pela Austria.
E Elisabeth acrescenta: “Sei que minha mã e era uma mulher notá vel,
mas ela nunca falou sobre o que fez por seu paı́s. E por isso que eu iz
isso por ele, especialmente porque euestava com ela quando ela
conheceu o presidente Roosevelt e falou na frente das esposas dos
senadores14 . "
Foi seu ú ltimo ato polı́tico.
No Natal de 1948, Zita teve que deixar a Villa Saint-Joseph que as
freiras queriam recuperar. Ela entã o se estabeleceu nos Estados Unidos,
em Tuxedo, perto de Nova York, onde trabalharam trê s de seus ilhos,
Charles-Louis, Rodolphe e Charlotte. Adelaide e Elisabeth partiram para
a Europa para cuidar dos refugiados. Otto viaja pelo mundo dando
palestras. Já Robert e Fé lix viajam por conta pró pria.
18
Charles e Zita, ícones do casamento cristão
19
Pela intercessão de Charles
20
"Eu, irmã Zita, me ofereço ao Deus Todo-
Poderoso"
1. Crô nica de Sainte-Cé cile de 26 de maio de 1926, citada pelo TRP Dom
Philippe Dupont, Padre Abade de Solesmes “Imperatriz Zita, por que
Solesmes? »Palestra proferida na Assembleia Geral da associaçã o para a
beati icaçã o da Imperatriz Zita, 8 de maio de
2010. www.associationimperatricezita.com/ressources .
2. Crô nica de Sainte-Cé cile, citada pelo TRP Dom Philippe Dupont,
Padre Abade de Solesmes, conferê ncia de 8 de maio de 2010 em
Solesmes. www.association-imperatricezita.com/ressources .
3. Ibid .
4. “A serva de Deus Zita e as bem-
aventuranças”. www.associationimperatricezita. com / recursos .
5. 1P 2.9.
6. Dom Jean-Philippe L EMAIRE , “A alma sacerdotal do servo de Deus
Zita”, conferê ncia proferida em Solesmes, 5 de maio de
2012. www.associationimperatricezita. com / recursos .
7. Ver no apê ndice o texto in extenso da conferê ncia “A alma sacerdotal
da serva de Deus Zita” de Dom Jean-Philippe L EMAIRE .
8. Irmã M ARIE DES N EIGES , www.ouest-france.fr/pays-de-la-loire/sable-
sur-sarthe-72300/zita-une-imperatrice-labbaye-de-solesmes-
3371460 .
9. Comentá rios de uma freira de Sainte-Marie-des-Deux-Montagnes
coletados pelo autor em 26 de abril de 2019.
10. Yves C ASSEGRAIN , Le Verbe , verã o de 2017.
21
A vocação da mulher segundo Zita
Casada há dez anos, viú va há 67 anos, Zita conheceu todas as condiçõ es
que uma mulher pode conhecer em sua longa vida terrena: felicidade,
amor, gló ria, guerra, traiçã o, calú nia, exı́lio, morte de seu amado
marido., pobreza… Essas caprichos da vida sã o uma oportunidade para
Zita desenvolver todas as dimensõ es de sua vocaçã o de mulher. Ela era
realmente uma mulher, esposa e mã e, em um belo equilı́brio, sem que
houvesse qualquer tensã o ou competiçã o entre elas.
O imperador Francisco José , que a acolheu como ilha, na altura do seu
casamento, aprecia a complementaridade dos dois cô njuges e o apoio
que dá a Carlos: «Ela soube desenvolver e lorescer nele todas as
grandes qualidades. Quem. estã o nele e os faz amadurecer1 . Por sua
vez, Zita con idencia que Charles soube dar sentido e plenitude à
existê ncia dela.
A mulher ou o mistério da feminilidade
Como mulher, Zita desenvolve seus talentos em duas á reas que lhe
interessam: polı́tica e social.
Se durante seu casamento ela sabe que um dia Carlos será o imperador,
ela nã o se preparou para isso. Em primeiro lugar, porque seu pai nã o é
mais reinante prı́ncipe, embora ele continua a ter um interesse em
temas da actualidade, e em segundo lugar porque o tio François-
Ferdinand poderia ter reinou até meados do sé culo 20. º sé culo. Ela acha
que tem tempo para treinar.
Apó s o assassinato do herdeiro, o imperador François-Joseph pede ao
jovem casal que se instale no palá cio de Schö nbrunn, perto dele. Ele
coloca o trem especial da Imperatriz Elisabeth à disposiçã o de Zita para
visitar hospitais e se juntar ao marido na linha de frente. Todos os dias
ela se reporta ao imperador. Esses momentos de encontro sã o mantidos
mesmo na ausê ncia de Charles. A con iança entre eles é total e,
portanto, o velho imperador a prepara para suas pró ximas
responsabilidades. Ele conta sobre sua famı́lia, que ele conheceu bem
no inı́cio de seu reinado em 1848, em particular o conde de Chambord e
sua irmã , Luı́sa de França, avó paterna de Zita. Mas desta vez durará
apenas dois anos. Como sua sogra e sua tia, arquiduquesa Maria
Theresia, ela queria se formar como enfermeira, mas o imperador a
dissuadiu, para nã o arriscar sua vida.
Tendo se tornado imperador, Carlos sabe que pode contar com sua
esposa. Ele pede a seus ministros que o mantenham informado sobre os
arquivos. O conde Polzer-Hoditz, chefe de gabinete de Charles, a quem
ele se reporta todas as noites, relata:
A Imperatriz quase sempre comparecia à nossa reuniã o noturna. Ela
geralmente se sentava um pouco afastada, lendo um livro ou
escrevendo cartas. Sua presença era puramente passiva. De vez em
quando, ele me pedia informaçõ es sobre tal ou tal evento, mas nunca
era um negó cio importante. Era muito raro ela se permitir um
comentá rio enquanto o imperador estava discutindo questõ es
polı́ticas comigo, mas quando o fazia, sua pergunta era sempre
judiciosa e nunca perdia o ponto ... de interessebenevolente que ela
assumiu os vá rios assuntos que eu expus ao imperador, e dos quais
dependeram milhares de vidas humanas ... Foi entã o que se pô de
apreciar a extraordiná ria nobreza e a simplicidade de seu cará ter2 .
Sem querer intervir diretamente nas decisõ es de Charles, ela está
constantemente presente com ele, acompanha-o nas muitas viagens
que ele faz, consolida suas posiçõ es pelo eco que lhes dá . Ela é , sem
dú vida, um suporte precioso. No entanto, sua presença ao lado de
Charles alimenta as crı́ticas a ela e ajuda a torná -la mais reservada.
Em uma entrevista à televisã o alemã em 25 de fevereiro de 1984, Zita
disse: “Nunca fui ativo na polı́tica. Nã o era meu papel. Sempre me
interessei pelo que estava acontecendo, com muito cuidado até ...
Nunca tentei entrar na polı́tica3 . "
O que signi ica que ela nunca esteve na linha de frente.
Quando se mudou para Lekeitio, treinou seus ilhos, principalmente os
dois mais velhos Otto e Adelaide, a serem crı́ticos, ouvindo rá dio, lendo
jornais e durante encontros com personalidades, em particular
austrı́acos e hú ngaros., Que estavam hospedados em o Paı́s Basco. E
especialmente com Otto que ela vai empregar todo o seu senso polı́tico,
de acordo com o conselho dado por Charles. Até a maioridade primeiro,
entã o em conexã o com ele entã o, a pedido de Otto que nã o terminou
seus estudos. Quando sai da faculdade, nunca deixa de falar sobre seus
planos com a mã e, exceto no ato de renunciar ao trono, no qual Zita
nunca votará .4 .
Nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial e nos anos que
se seguiram, foi preciso muita coragem para Zita sair da reserva e da
timidez para se encontrar com o presidente Roosevelt e as esposas dos
senadores americanos. Mas os melhores interesses de seu povo tê m
precedê ncia sobre qualquer ressentimento. Este é o im de seu
envolvimento na polı́tica. Claro, ela continua interessada no que se
passa na bacia do Danú bio, em receber visitantes ou em responder à s
cartas que amigos ié is lhe escrevem, mas já nã o fala em pú blico.
A sua força de cará cter deu-lhe a coragem de apoiar o marido nos anos
difı́ceis que se seguiram a 1918 e de completar, sozinha, segundo as
tradiçõ es da sua casa, a educaçã o dos seus oito ilhos. E a polı́tica no
sentido nobre, esta busca de discernimento e esta busca do bem
comum.
A outra á rea que a fascina é o social. Vimos Zita ao longo da guerra
resgatando feridos, mulheres e crianças na misé ria, sem contar o
tempo. Ela foi muito ativa e entusiasta quando o Ministé rio de Assuntos
Sociais foi criado em 1917. Seu compromisso social continuou em cada
um de seus exilados e ainda mais acentuadamente durante a Segunda
Guerra Mundial.
Sua ilha Charlotte descreve sua mã e:
Se ela nã o tivesse se tornado imperatriz, ela certamente teria sido uma
boa assistente social. Sempre iquei surpreso com o quã o moderna ela
era na maneira de ver as coisas.
Estou pensando, por exemplo, em sua maneira de ver a ajuda à s mã es
solteiras. Durante anos teve uma concepçã o geralmente aceite nos
nossos tempos, quer se trate do combate aos preconceitos em relaçã o
à s raparigas que tê m a coragem de levar o ilho a termo, quer da
simpli icaçã o do procedimento. Adopçã o, aperfeiçoamento das medidas
a. salvaguardar o anonimato e outras orientaçõ es semelhantes.
O senso social era inato para ele. Era ainda uma menina muito jovem
que a minha avó já lhe podia con iar os cuidados de uma famı́lia que
tinha de visitar, seguir, aconselhar e para a qual tinha que coser e
tricotar.
Na é poca, a situaçã o social na Itá lia ainda era, em parte,
catastró ica. Para algué m jovem, vivendo em um ambiente social e
inanceiramente protegido, o confronto com tanta misé ria, com
doenças, epidemias mortais, di iculdades perpé tuas deve ter sido um
choque severo. Quando minha mã e se casou, ela teve que assumir o
patrocı́nio de vá rias organizaçõ es de caridade. Nunca valorizou o
simples papel de “senhora padroeira”, sempre quis atuar, realizar coisas
concretas, participar realmente da açã o.
Aprendi muito conversando com minha mã e. Ela nunca foi perspicaz
em seus julgamentos. Ela sempre acreditou em estar disponı́vel para
aqueles que nã o sã o tã o afortunados quanto nó s na vida.5 ...
Enquanto Zita ainda vive em Tuxedo, ela recusa uma cadeira de histó ria
europeia na Universidade Notre Dame para voltar a Luxemburgo para
cuidar de sua mã e idosa. Lembrando-se constantemente das palavras
da coroaçã o de Budapeste, é com discriçã o e humildade que Zita realiza
todos esses atos.
A esposa ou o mistério do patrocínio
A fé cristã de Carlos e Zita continua na idelidade que tê m um pelo
outro como marido e mulher, no respeito incondicional pela palavra
proferida durante o sacramento do casamento. A lealdade de Zita alé m
da morte do marido resulta emo sinal de luto. Com a morte de Charles e
por 67 anos, Zita vai vestir preto.
As palavras de Charles, na manhã do seu casamento: “Agora vamos
ajudar-nos mutuamente para chegar ao cé u” é para Zita uma meta e um
guia e dá o sentido da sua vida. A convite do marido, ela concorda com a
troca de consentimentos no dia do casamento. O sim de Zita no
sacramento do casamento responde ao desejo de Charles de fazer do
casamento um caminho para a santidade. E isso vai se materializar nas
coisas mais simples da vida conjugal, como nos momentos mais sé rios e
difı́ceis.
Casados, Charles e Zita tiram alguns dias de folga e vã o em lua de
mel. Embora Zita se sinta muito austrı́aca, embora tenha nascido na
Villa delle Pianore, no Ducado de Parma, Itá lia, "Charles queria que eu
conhecesse minha nova pá tria de dentro para fora", diz ela.
E ela continua em suas memó rias:
Agora eu via tudo com outros olhos, com os do arquiduque Carlos, por
assim dizer. Ele tinha amigos em todos os lugares: muitos de seus ex-
professores estavam agora praticando em uma cidade distante e
estavam felizes em ver o aluno novamente. Mesmo em meus sonhos,
ele se tornou meu guia e meu pioneiro. Ele conhecia mil histó rias, sabia
como mostrar e explicar6 ...
Seu irmã o Sixtus con irma. Ele ama a simplicidade, a retidã o de Charles,
este amor incondicional pela Austria-Hungria, sua fé simples e
só lida. Essa estima se transforma em admiraçã o quando ele entende o
que Zita trouxe para seu cunhado, enquanto ela se abandona
completamente ao marido e à pá tria austrı́aca.
O misté rio do patrocı́nio de Zita é sua capacidade de cooperar com
Charles em seu casamento, sua famı́lia e suas famı́lias. pesadas
responsabilidades dos soberanos. E o trabalho comum segundo as
pró prias palavras da coroaçã o de 30 de dezembro de 1916 em
Budapeste: "Recebe a coroa da soberania, para que saiba que é a esposa
do rei e que deve sempre cuidar do povo de Deus. "
Ao receber a coroa de Santo Estê vã o no ombro direito, Zita aceita
ajudar o marido a carregar o pesado fardo: “Fui apenas a sua
companheira de viagem”, diz.
O barã o de Werkmann, secretá rio particular de Carlos, os conhecia bem
em Viena e na Suı́ça, pois era um servo iel de seu imperador. Ele os
assistiu ao vivo e em suas memó rias, faz suas observaçõ es sobre Zita:
“Na mulher está a esposa e a mã e. Vou mais longe: se na Imperatriz Zita
a esposa alguma vez tivesse entrado em con lito com a mã e, teria sido a
esposa quem teria vencido, apesar de seu amor pelos ilhos.7 . "
Isso explica porque Zita acompanhou o marido durante a segunda
tentativa de restauraçã o na Hungria, apesar das recomendaçõ es feitas a
ela pelo Barã o de Werkmann: “Meu lugar é com o imperador. Nã o tente
mudar minha opiniã o! "
Chegados à Madeira, quando icam sabendo que o pequeno Robert deve
ser operado de apendicite, é doloroso para Zita deixar Charles
sozinho. Ela espera até depois do Natal para deixar a ilha.
Zita apoiou o imperador em todas as suas decisõ es e açõ es. Zita está ali,
como aquela que vigia para que Charles nã o falhe.
A atitude mais bela e bem-sucedida de Zita como esposa é a dos ú ltimos
dias de Charles. Embora ela icasse em silê ncio, a mulher a quem ele
estava tã o profundamente ligado admitiu implicitamente que, durante
seus ú ltimos momentos terrenos, o imperador encontrou um conforto
ainda maior em sua fé do que ela o trouxe por sua presença. Nenhum
dos dois poderia imaginar que fosse de outra forma. Seu casamento,
por mais completo que seja, é aos seus olhos apenas uma parte
integrante dessa fé .
Para Zita, agora viú va, o abandono à providê ncia divina a leva a
discernir a vontade de Deus nos acontecimentos, sem jamais esquecer
sua condiçã o de esposa do falecido imperador. Ela é de certa forma a
guardiã de uma missã o que nã o lhe pertence e que ela passa para seus
ilhos, em particular para seu ilho mais velho, o imperador titular.
Seu neto, o arquiduque Rudolf, que conhecia bem sua avó ,
testemunhou:
Por humildade, ela dirigiu toda a atençã o ao marido, à sua pró pria
santidade. E pouco sobre ela. E hoje me arrependo de nã o ter feito mais
perguntas a ele. Quando ela orava, você podia ver que ela estava orando
profundamente, especialmente depois da Comunhã o. Ela estava
realmente agradecendo, eu me lembro. Eu, que a conheço há trinta e
nove anos, vi como, aos poucos, ela foi amolecendo. Ela tinha muito
cará ter. Mas quando algo a irritou, em vez de responder, ela nã o disse
nada. Eu sei como é difı́cil fazer. E eu vi aos poucos que estava
evoluindo nessa direçã o8 .
Zita é mã e de oito ilhos. O primeiro ilho do jovem casal, Otto, nasceu
em novembro de 1912. E a ú ltima que nunca conheceu seu pai foi a
pequena arquiduquesa Elisabeth, nascida dois meses apó s a morte de
Charles em 31 de maio de 1922.
Cada criança é um presente e um presente do cé u. E apesar de sua
tarefa como soberanos, Charles e Zita estã o muito envolvidos na
educaçã o de seus ilhos. Até que Charles suceda ao imperador Franz
Joseph, é Zita quem cuida deles. Em fevereiro de 1917, a condessa
Kerssenbrock chegou para ajudar Zita com os pequenos arquiduques.
Tendo icado viú va, a educaçã o de seus ilhos se tornará todo o sentido
de sua vida. E uma educaçã o simples, mas exigente e sobretudo
cristã . Foi a pró pria Zita quem ensinou catecismo a seus ilhos. A sua
disponibilidade é inesgotá vel, todo o seu tempo é dedicado a eles.
Seu cuidado com os ilhos, sua compaixã o pelos sofredores, o serviço
aos enfermos mostram que ela nã o é apenas a mã e de seus ilhos. A sua
vida pontuada por atos de caridade exprime a sua maternidade
espiritual, especialmente para com os que sofrem. Fiel a Charles, ela
busca o trabalho comum, como mã e de seus povos. A sua
responsabilidade educativa para com os ilhos estendeu-se aos seus
povos, como um autê ntico ministé rio da Igreja.9 .
“A beleza de uma mã e é a maternidade em serviço. Este elogio de
Rainer Maria Rilke10 , o escritor de Praga, poderia ter sido atribuı́do a
Zita. Porque a sua atençã o para com os que sofrem, durante as duas
guerras mundiais e até à sua morte, foi a expressã o de uma
maternidade ao serviço dos seus povos.
Essa noçã o de pai ou mã e dos povos para soberanos pode surpreender
hoje. Deve ser visto no sentido de serviço aos povos que lhes sã o
con iados. Foi com esse espı́rito que Carlos, antes de seu casamento,
con idenciou a Zita seus pontos de vista sobre a reorganizaçã o do
impé rio na forma de uma federaçã o do Danú bio e esclareceu seus
deveres como imperador, dizendo: "Um pai nã o deve dar preferê ncia a
ningué m de seus ilhos11 . "
Quando Carlos se torna imperador, Zita con idencia:
Certamente tive, enraizado em mim, um profundo carinho pelo povo e
por todos os que sofrem; o fato de ter me tornado soberano, senti um
fardo ainda maior sobrenó s todas as di iculdades e necessidades de
nosso povo. Lembro-me de ter percebido isso especialmente durante as
oraçõ es e oraçõ es na coroaçã o em Budapeste, algumas semanas depois.
Mesmo assim, minha vida mudou totalmente. Até agora, preocupava-
me principalmente com o bem-estar social e com os assuntos culturais
e, desde o inı́cio da guerra, principalmente com a assistê ncia social e o
atendimento aos enfermos e feridos.
Para dizer a verdade, isso foi feito de forma desigual: tratou-se
sobretudo de ajudar as famı́lias dos falecidos, dos ó rfã os e dos que
tinham pais e irmã os à frente. Estive mais do que antes detido em
Viena, bem como em Budapeste, mas fui, sempre que possı́vel, para a
frente e vi a misé ria in inita na Transilvâ nia, no Tirol, no Karst ...
Tı́nhamos que ganhar vantagem onde era possı́vel, tı́nhamos que
ajudar. Acima de tudo, era importante fazer a paz o mais rá pido
possı́vel.
Esse era o principal objetivo do imperador Carlos, para o bem de seu
povo e por lealdade ao legado do antigo imperador.12 .
A princesa Clementine de Metternich, que proferiu palavras tã o
animadoras apó s a partida de Schö nbrunn, deixou um retrato
inesquecı́vel de Zita, enquanto ela era presidente do movimento de
mulheres cristã s:
O que me impressionou primeiro quando a rainha apareceu foi algo
inde inı́vel, gracioso. Todos os seus movimentos, o seu ritmo, a sua
maneira de segurar a cabeça eram inimitá veis ... Os seus grandes olhos
castanhos podiam perscrutar as profundezas da alma, mas que pudor e
que naturalidade! Por todo o seu ser, com todas as suas palavras,
irradiou a ideia de que estejovem era a mã e do paı́s, desejando
conhecer todas as misé rias para poder ajudá -las até o impossı́vel13 .
Por ocasiã o de seu vigé simo quinto aniversá rio, em 9 de maio de 1917,
um belı́ssimo poema foi oferecido a Zita:
No dia de seu nascimento,
(Por ocasiã o do seu vigé simo quinto aniversá rio)
A nossa misericordiosa Imperatriz e Rainha, Sua Majestade Zita.
“Mais para você do que para mim. "
Zita de Bourbon, princesa de Parma
Tristes ó rfã os é ramos, privados do afeto materno, A alvorada branca
poderia amanhecer ou a noite escura cairia, O mundo era para nó s nada
alé m de trevas, tristeza cruel ...
Você veio, ó mã e querida, de alegria você soube nos preencher!
Sua alma é realmente um re lexo da nobreza de sua mã e;
E sua gentileza maternal, sua compaixã o e sua coragem,
Pois os humanos brilhavam como uma esperança em sua misé ria;
Você é abençoado pelos pobres por suas obras de caridade!
Seja feliz, ó Imperatriz, estrela, pressá gio de paz,
O você , fonte viva de amor, sorriso amado do ó rfã o,
O coraçã o dos a litos sente o doce efeito de suas palavras!
Viva, reine! - O nossa querida mã e, de bom coraçã o, misericordiosa,
Que vendo sua felicidade, o povo se regozije sem parar!
Deus faça da terra um paraı́so glorioso para você !
O soneto escrito por Vicko Markovic, professor principal da aldeia de
Prvic-Luka, localizada na pequena ilha dá lmata de Prvic, em frente à
cidade de Sibenik, é dedicado à Imperatriz e Rainha da Dalmá cia-
Croá cia-Eslavô nia Zita14 .
O autor enfatiza as virtudes morais e obras de caridade de Zita. Ele
també m evoca o papel paci icador que ela desempenhou, como seu
marido, o imperador Carlos, desde sua ascensã o ao trono da Austria-
Hungria. Os povos da dupla monarquia, ó rfã os apó s o assassinato da
Imperatriz e da Rainha Elizabeth em Genebra em 1898, inalmente
encontraram, segundo o autor, a doçura maternal de uma rainha, que
Zita demonstrou com tanto amor para com seus sú ditos.
O soneto é composto de octossı́labos duplos. Alé m disso, foi publicado
em uma coleçã o de poemas intitulada Caru i Domu , ou seja, “Ao
imperador e à pá tria”. Todo o lucro resultante da venda do livreto foi
para as viú vas e ó rfã os dos soldados croatas do Reino da Dalmá cia, que
caı́ram no campo de honra durante a Primeira Guerra Mundial.
Em Zita, a unidade da sua vocaçã o é iluminada pela vida e pela amá vel
proteçã o da Virgem Maria. Durante a Primeira Guerra Mundial, o futuro
Cardeal Mindszenty, entã o um jovem seminarista, publicou a primeira
versã o de um magnı́ ico livro, A Mãe, Espelho de Deus, que deu a
Zita. Mais tarde, na prisã o, onde passou mais de quinze anos, durante os
quais sua mã e nunca o abandonou, publicou uma nova ediçã o que seria
traduzida para o francê s em 1953. Ele dedicou seu livro à s mã es de seu
paı́s, “para grandes e maravilhosos sã o os mé ritos da mã e em Cristo e
na Igreja ”.
“Meu livro, A Mãe, foi todo inspirado na personalidade de minha
pró pria mã e. Foi para mim o mais belo presente da Providê ncia. Nunca
poderei agradecer a Deus o su iciente por tê -lo guardado para mim nas
horas mais dolorosas de minha existê ncia.15 . "
“Quanto mais a humanidade se afasta de Deus, mais difı́cil se torna
compreender e valorizar a contribuiçã o pessoal das mulheres. [...] Deus,
em sua in inita sabedoria, escreve o cardeal Mindszenty, poderia
encontrar mil e uma maneiras de levar a salvaçã o ao mundo. As
mulheres deveriam ver uma grande marca de distinçã o no fato de que
Deus apareceu nos braços de uma mã e, e que Ele carregou até o im, ao
lado de uma mã e, sua existê ncia como Deus feito homem. A mã e é , com
o padre, a mais preciosa aliada de Deus,
o primeiro apó stolo da Igreja. A Virgem Maria é a imagem mais
magnı́ ica do amor maternal, a imagem també m do amor maravilhoso
de Deus pelos homens.16 . "
Zita vive sua maternidade espiritual com Maria. Ser mã e é acolher a
vida, carregá -la e doá -la, é també m carregar a vida ferida, dani icada,
des igurada e abandonada diante daquele que, só , pode trans igurá -
la. Ela oferece todo esse sofrimento, essa misé ria a cada uma das
Missas, porque sabe que nã o pode suportar sozinha.
Seu ato de consagraçã o ao Imaculado Coraçã o de Maria, apó s a morte
de Carlos, signi ica “levar Maria para casa.17 ”, como o apó stolo
Joã o. Como, aliá s, nã o pensar em Zita quando evocamos as raras
palavras da Virgem Maria nos grandes acontecimentos da sua vida
terrena:
Como Maria, Zita responde na hora da coroaçã o em Budapeste: “Eu sou
a serva do Senhor. "
A cada nascimento, a cada evento, Zita responde com um Fiat .
Como Maria, em Caná , Zita se afasta diante do imperador e o
acompanha: “Eu era apenas sua companheira de viagem. "
Como Maria aos pé s da cruz, em vez da possessã o da paixã o, Zita vive o
dom da paixã o oferecendo o marido no leito de morte e recebe a sua
missã o: “Encontrar-nos-emos de novo no Coraçã o de Jesus. "
Pela recitaçã o diá ria do Rosá rio, pela consagraçã o de toda a sua famı́lia
ao Sagrado Coraçã o de Jesus e ao Imaculado Coraçã o de Maria, Zita
deixou-se transformar pela maternidade divina da Virgem Maria para
exercer por sua vez esta maternidade espiritual para com os seus
povos.
A proximidade com a Virgem Maria fez com que descobrisse a pró pria
vocaçã o de "mulher, esposa e mã e" na fé , na esperança e na caridade.
22
A pátria encontrada
23
Reunião celestial
24
Da coroa de espinhos à coroa de glória
25
A festa de casamento do Cordeiro
Posfácio
Obrigado
Anexo
A oferta alegre
Oblação dolorosa
Bibliogra ia
Trabalho
Gordon B ROOK -S HEPHERD , The Last Habsbourg , Flammarion, Paris,
1971.
Erik C ORDFUNKE , Zita, a última imperatriz , ed. Duculot, Louvain-la-
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Joseph D ELABAYS , O trágico destino de um monarca pací ico ,
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Catherine H OREL , Almirante Horthy, Regente da Hungria , Perrin, Paris,
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Conde Jozsef K AROLYI , De Budapeste à Madeira. As últimas horas da
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Cardeal M INDSZENTY , Memoirs , ed. da Mesa Redonda, Paris, 1974.
Conde P OLZER -H ODITZ , Imperador Charles e a missão histórica da
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Giorgio R UMI (dir.), Benedetto XV e la pace (1918), Morcelliana, Brescia,
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Artigos
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Olivier C HALINE , in Communio n ° 38, maio 2013, “Carlos da Austria, as
razõ es de uma beati icaçã o”.
SAIR Arquiduque Rudolf de H ABSBOURG , Família Cristã , 6 de maio de
2013.
Paolo M ATTEI , “Carlos de Habsburgo. O Ultimo Imperador Cató lico
”, 30Dias , 4 de agosto de 2003.
Recursos da Internet
Site da Liga de Oraçã o do Bem-aventurado Carlos da Austria pela Paz
dos Povos:
www.bienheureuxcharlesdautriche.com .
Site da Associaçã o para a Beati icaçã o da Imperatriz
Zita: www.associationimperatricezita.com .
Mesa
Prefácio
Introdução
1 Uma infância feliz e despreocupada
Charles
Zita
2 "Devemos ajudar uns aos outros para ir para o céu"
3 Do amor conjugal ao amor paternal
4 A tragédia de Sarajevo
5 A unção do rei
6 "Bem-aventurados os paci icadores, eles serão chamados ilhos
de Deus"
7 Zita, o anjo da guarda de quem sofre
8 “Felizes os que têm fome e sede de justiça, eles icarão
satisfeitos”
9 Do amor conjugal ao amor pelos seus povos
10 Amigos da paz
11 Apoio mútuo de Charles e Zita
12 Eu renuncio pelo bem de meus povos
13 Fidelidade à Coroa de Santo Estêvão
14 Madeira: a ilha do im do mundo
15 "Nas tuas mãos, Senhor, entrego o meu espírito"
16 Requiem æternam
17 Lealdade: a graça da viuvez
18 Charles e Zita, ícones do casamento cristão
19 Pela intercessão de Charles
20 "Eu, irmã Zita, me ofereço ao Deus Todo-Poderoso"
21 A vocação da mulher segundo Zita
A mulher ou o misté rio da feminilidade
A esposa ou o misté rio do patrocı́nio
A mã e ou o misté rio da maternidade
22 A pátria encontrada
23 Reunião celestial
24 Da coroa de espinhos à coroa de glória
25. A festa de casamento do Cordeiro
Posfácio
Obrigado
Anexo
A oferta alegre
Oblaçã o dolorosa
A oferta amorosa
Bibliogra ia
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