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Fórum da disciplina Legislação social e trabalhista.

Prezado (a) aluno (a),


Seja muito bem-vindo ao Fórum da disciplina Legislação social e trabalhista.
O tema proposto para esse debate é: Inconstitucionalidade da Súmula 450 do
TST.
Esclarecimento inicial: Súmula é o entendimento pacificado jurisprudencial de
um tribunal sobre um tema do direito. A partir de decisões reiteradas, o tribunal
chega ao entendimento de como a lei deve ser aplicada. Assim, Súmula é uma
interpretação da lei, mas não é a própria lei. Quem faz lei é o poder legislativo e
não o poder judiciário.
No dia 05 de agosto de 2022, o Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu o
julgamento da Ação Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 501, que
considerou a inconstitucionalidade da Súmula 450 do Tribunal Superior do Trabalho
(TST).
A Súmula prevê o seguinte:
FÉRIAS. GOZO NA ÉPOCA PRÓPRIA. PAGAMENTO FORA DO PRAZO. DOBRA
DEVIDA. ARTS. 137 E 145 DA CLT. (conversão da Orientação Jurisprudencial nº
386 da SBDI-1) – Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014. É
devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluído o
terço constitucional, com base no art. 137 da CLT, quando, ainda que
gozadas na época própria, o empregador tenha descumprido o prazo
previsto no art. 145 do mesmo diploma legal.
Para ter acesso ao acórdão do julgamento da ação, acesse o seguinte
link: https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15352760759&ext=.
pdf Acesso em 29 ago. 2022.
Faça a leitura do acórdão e depois responda à seguinte pergunta: quais os
fundamentos (argumentos) utilizados pelos ministros do STF para declarar a
inconstitucionalidade da Súmula 450 do TST?
Orientações:
1.As contribuições devem ser escritas com suas palavras, ou seja, realize
reflexões e leituras sobre o que está sendo abordado e escreva sobre o que você
entendeu e analisou da proposta.
2.As suas respostas devem ser bem fundamentadas e relevantes, não apenas
“concordo” ou “discordo”.
3.No prazo da atividade fórum, sua resposta deve ser direcionada ao
professor/tutor.
Bons estudos!
Prof. Patrícia
RESPOSTA
A)
No dia 8 de agosto, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou procedente a Arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental - ADPF, 501 para declarar a
inconstitucionalidade da súmula 450 do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Com esse
Acórdão serão invalidadas as decisões judiciais não transitadas em julgado que,
amparadas no texto sumular, tenham aplicado a sanção de pagamento em dobro das
férias pelo atraso da respectiva quitação com base no Art. 137 da Consolidação das Leis
do Trabalho - CLT. A referida ação trouxe como argumento a ausência de embasamento
legal para a aplicação da Súmula 450 do TST, uma vez que a Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) apenas prevê o pagamento em dobro em caso de concessão das férias
fora do prazo legal, consoante dispõe o Art. 137 da CLT, de modo que inexiste tal
penalidade quanto ao pagamento da remuneração (férias) e do respectivo terço
constitucional quando forem quitados com atraso, ou seja, fora do prazo estabelecido
no Art. 145 da CLT. Ou seja, a conclusão do Supremo Tribunal Federal fora no sentido de
que o Poder Judiciário, no caso em enfoque, o TST, não poderia criar penalidade
inexistente em lei.

B)
No dia 8 de agosto, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou procedente a Arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental - ADPF, 501 para declarar a
inconstitucionalidade da súmula 450 do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Votaram
pela inconstitucionalidade da Súmula 450/TST o Relator, Ministro Alexandre de Moraes
e os Ministros Dias Toffoli, André Mendonça, Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Luiz Fux
e Nunes Marques. Divergiram os Ministros Edson Fachin, Cármen Lúcia, Rosa Weber e
Ricardo Lewandowski. Propondo reflexão sobre os artigos Art. 137 e 145 da CLT. Sendo
que o Art. 137 da CLT define que “Sempre que as férias forem concedidas após o prazo
de que trata o art. 134 (12 meses subsequentes à data em que o empregado tiver
adquirido o direito), o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração” e o Art.
145 da CLT prevê que “O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do
abono referido no art. 143 (1/3 de férias) serão efetuados até 2 (dois) dias antes do início
do respectivo período”. Onde a maioria do Plenário acompanhou o entendimento do
ministro Alexandre de Moraes (relator) de que o verbete ofende os preceitos
fundamentais da legalidade e da separação dos Poderes. O Plenário também invalidou
decisões judiciais não definitivas (sem trânsito em julgado) que, amparadas na súmula,
tenham aplicado, por analogia, a sanção de pagamento em dobro com base no artigo
137 da CLT.

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