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CONSIDERAÇÕES
INTRODUÇÃO
É imperioso destacar que o Ato do Estado de reconsideração ou de arrependimento,
no que tratou a sua Motivação Política que caçou mais de 120 mil empregos através de
demissões imotivadas, arbitrárias e sem justa causa na “Reforma Administrativa” durante
o ex-governo de Fernando Collor de Mello e, por sua Comissão Especial de Administração e
Secretaria de Administração Federal - CEA/SAF/94, ele (o Estado) restaurou o vínculo
empregatício dos trabalhadores atingidos. Esse Ato, (RECONSIDERAÇÃO ou de
ARREPENDIMENTO) não mais poderia ser modificado (ANULADO) por outro ato
administrativo do Estado (CERPA Decreto nº 1498/1499 ambos de 1995) tendo em vista
que o assunto já havia sido exaurido administrativamente, como assevera o art. 2º do
Decreto nº 1.344/94 em vigor, combinado, com o teor do § 1º do art. 5º da Lei nº
8.878/94, o qual apresenta caráter definitivo quando não houver recurso.
Bem como, o que trata o art. 6º § 1º da Lei de Introdução ao Código Civil, além,
também, de ofender o ato perfeito assegurado no art. 5º XXXVI Constituição Federal em
vigor, visto que, a Anistia no processo para sua concessão, teve o princípio, meio e fim
administrativamente.
Assim, o Estado na aplicabilidade da Súmula nº 473 do STF que permite que a
Administração reveja seu Ato, afrontou a literalidade da Lei, isto é, a interpretação
razoável de preceito de Lei, como assevera a Súmula nº 221 do Tribunal Superior do
Trabalho - TST alterada pela Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21/11/2003.
● (..) Eis porque, em boa hora, afastado o Presidente Fernando Collor de Mello
(embora tardiamente), cuidou o novo Presidente da República, o Sr. Itamar Franco,
de reconhecer a irregularidade e desnecessidade da política de demissões
anteriormente imposta, enviando projeto de lei em que anistiava todos os
empregados demitidos a pretexto da chamada reforma administrativa, resultando,
após vários debates, na aprovação da Lei nº 8.878, de 11 de maio de 1994.
- (..) Não resta dúvida, também que os malsinados Decretos (1498/1499) criaram
uma “instância recursal não prevista em lei”, pois somente se pode concluir do art.
5º, da Lei 8.878/94, que a competência recursal e instância final para a apreciação
dos pedidos de anistia seria da Comissão Especial de Anistia (CEA/SAF), que já
concluí os trabalhos nos prazos fixados em lei.
● Entendo que, neste caso, observa-se uma extrapolação dos chamados limites
específicos do poder regulamentar. De fato, o Poder Executivo alterou, por
regulamento, o procedimento pelo qual, segundo a Lei, obtêm-se o pronunciamento
da Administração, concessivo ou denegatório de postulação de reconhecimento da
condição de anistiado. Ao regulamentar, sem fundamento em Lei anterior e
extrapolando as fronteiras da complementaridade até onde está autorizado, o Poder
Executivo violou nos princípios da PRECEDÊNCIA DA LEI e da ACESSORIEDADE
DOS REGULAMENTOS, cabendo, desta forma, a sustação dos atos eivados por
exorbitância.
Pelo até aqui exposto, bem como, na incidência do principio da garantia da Ampla
Defesa e do Contraditório, assegurado no inciso LV do art. 5º e outros da CF, a qual foi
ofendida pela CERPA, quanto apenas fez a mera publicação em Diário Oficial da União -
DOU como forma da Administração se comunicar para que os Requerentes tomassem
conhecimentos dos fatos para produzir defesa, como não existia ainda a Lei nº 9784/99, e
na falta, a CERPA deveria socorrer-se dos artigos 213, 214 e 215 do CPC, instituído pela
Lei nº 5869/73.
● Não há como se deixar de falar da omissão do Estado, bem como, dos Tribunais,
pôs, que, se fala na aplicabilidade da lei de anistia (8.878), mas não se menciona
seu Decreto regulamentado em vigor (1.153) em seu Artigo 6º, que determinou
que a Administração convocasse os anistiados para o efetivo retorno, bem como,
sua estrutura judicante, através de Comissões especificas para tal efeito.
E, no que trata ainda sobre esse período (16/03/90 a 30/09/92) para ilustrar como
foi o mais conturbado e agressivo para a Administração Pública, conseqüentemente, aos
trabalhadores vinculados à mesma, quando o Estado na pessoa de seu representante
maior (Fernando Collor) foi para todos os meios de comunicações e tornou pública a sua
Motivação Política, anunciando a sua “Reforma Administrativa”, mais conhecida como caça
aos marajás, transcrevo, trechos de algumas considerações sobre o tema, é o que segue:
Pois bem, se esse período de 16/03/90 a 30/09/92 não fosse o que o Legislador
considerou como da MOTIVAÇÃO POLITICA que atropelou as NORMAS e a CONSTITUIÇÃO
FEDERAL, onde, a Motivação Política estava com toda força para o seu propósito que era a
demissão em massa, onde foi atingindo a marca de mais de 120 mil demissões, não teria
sentido ele (o Legislador), limitar um período do governo Collor como tal, ou seja, se fosse
para generaliza, o Legislador não iria limitar um marco temporal, e sim, todo período do
governo Collor.
CONCLUSÃO
Passados esses mais de 20 anos, não é mais permitido que o Estado, por conta de
alguns de seus agentes, continue maculando os Princípios básicos de Lei e a Constituição
Federal em vigor, os atingidos, que tiveram seus vínculos empregatícios caçados na
política de Estado do ex-governo Collor, não podem permanecer exilados (excluído) e,
pior, dentro da sociedade brasileira, ou seja, colocados à margem dos parâmetros de uma
sociedade organizada e democrática.
Mas, esse mesmo Estado que vem em passos firmes fortalecendo o Estado de
Democrático de Direito, não consegue tratar com o mesmo afinco e velocidade a questão
que trata a Lei nº 8.878/94, principalmente, para a compreensão que o assunto em Pauta,
trata-se, de CIDADANIA DE JUSTIÇA SOCIAL.
Nesse contexto, a Comissão Especial Interministerial - CEI, dentro da sua realidade
de ação e campos vencidos, vem desenvolvendo o seu trabalho, isto é, dentro da Lei, já
restabeleceu o ora concedido pela CEA/SAF, logo, o vínculo empregatício de mais de 17
mil trabalhadores, assim, devolvendo aos mesmos a CIDADANIA.
Com fito ainda no trabalho da CEI, agora, em tema onde possa haver qualquer
possibilidade de dúvida no Pleno para decidir, hoje, a Comissão tem sob sua tutela o
resultado das instruções colhidas nas oitivas (ouvir testemunho) onde se somam mais de
80 depoimentos colhidos em data, hora e diferente momento em vários Estados da
Federação, que de forma positiva, sustentam os pleitos sobre análise no que se refere aos
processos da FASE I (anistia concedida pela CEA/SAF e anulada por Comissões de FHC);
FASE II (processo retido em Ministérios desde 1993 ou 1994) e os PEDIDOS DE
RECONSIDERAÇÕES, principalmente, processos no que tratam:
DO PLANO DEMISSIONAL
DA “REFORMA ADMINISTRATIVA” DO COLLOR, onde, numa simples leitura no
quadro do até aqui julgado sobre o tema, só aproximadamente 1% assinaram o PLANO
antes da Rescisão de Contrato, assim, em um primeiro momento, estariam manifestando
vontade em ser demitidos.
Entretanto, não é essa realidade dos fatos, até porque, o próprio quadro já julgado
sobre o tema fala por si só, e, não teria nenhuma justificativa para se firmar que esses
trabalhadores (1%) manifestaram vontade, pois, que, assinando antes, no mesmo dia
ou depois da data da rescisão eles seriam demitidos do mesmo jeito e, a única:
MANIFESTAÇÃO DE VONTADE
Expressada de forma latente e a olho nu, são as das Empresas e os Órgãos da
União, e isto, está estampado na Rescisão de Contrato do Trabalho, onde, a justificativa
da demissão foi SEM JUSTA CAUSA, sob o CÓDIGO 01 e SOBRE A INDENIZAÇÃO de 40%,
ou seja, o PLANO DEMISSIONAL DO COLLOR não foi o objeto das demissões.
Vejamos como a CAIXA ECONÔMICA FEDERAL trata a questão ao reedita a
Movimentação de saque do FGTS, pela Circular CEF nº 427, no DOU de 12/03/08,
é o que segue:
● Código 01 - Despedida, pelo empregador, sem justa causa, inclusive a indireta.
Se a demissão for pela vontade do empregador - o empregado tem direito a recebe
o soldo de salário (se existente). Se o empregador não der o aviso prévio de 30
dias, deve pagar um salário a mais. O empregado pode sacar o FGTS, a indenização
de 40% do valor total dos depósitos realizados (..) e se o empregado tiver mais de
um ano de serviço, o termo de rescisão contratual deverá ser aprovado pelo
Sindicato profissional, ou perante o Órgão do Ministério do Trabalho.
I - o empregado teria que formalizar seu Pedido de próprio punho primeiro junto ao
Sindicato.
Assim, foi contrariando o art. 611 da CLT, combinado com art. 444 da CLT,
bem como, o art. 9 da CLT, que asseveram, o que segue:
● Artigo 444 da CLT - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre
estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha ás
disposições de proteção ao trabalho, aos contratos (...).
● Artigo 9 da CLT - a lei não permite transação de direitos laboriais, como assegura
o Principio da Irrenunciabilidade dos Direitos Trabalhistas.
Hoje, o Pleno da CEI para o que trata julgamento denominado com mais
complexidade, além das instruções de oitiva (testemunho) e, as contribuições de Teses
Simplificadas sobre diversos temas, tais como: CVRD, ESCELSA, FAS, FIOCRUZ, ITAIPU,
INTERBRAS LIQUIDAÇÃO, LIGHT, LLOYD, INDEFERIMENTO CEI NO RETORNO EM FUNÇÃO
DO MESMO JÁ DE OCORRIDO NA JUSTIÇA e INDEFERIMENTO CEI EM FUNÇÃO DO
INDEFERIMENTO DA JUSTIÇA, na pertinência da dúvida, o Pleno pode se socorre do que
assevera o Parecer CGU/AGU nº 01/2007-RVJ, ou seja, na dúvida, o voto é do anistiado.
DO MÉRITO
Diante o exposto, é garantido, que, o Estado à época, por parte de alguns de seus
agentes, através dos Órgãos e Empresas da União, TUTELOU, a ele, deliberar sobre as
NORMAS E REGRAS CONSTITUCIONAIS e, sendo esses Órgãos e Empresas do controle da
União, estão sob o regime e diretrizes com fins de atividade pública, assim, sujeita aos
seguintes Princípios Constitucionais que norteiam os atos da Administração Pública,
nos termos do artigo 37, II, da Constituição Federal e outros, tais como:
Com efeito, a decisão em demitir por qualquer ordem de enfoque pelas Empresas
ou Órgãos da União, não livra os mesmos do regime da ordem pública consolidado nos
princípios do Caput do Art. 37 da CF/88 em vigor.
E, esse mesmo Estado, por conta de alguns de seus agentes, vem há mais de 20
anos postergando e dificultando a aplicabilidade da Lei n° 8.878/94, conseqüentemente,
levando à míngua as esperanças, os planos profissionais e a vida social daqueles que
tiveram PERVERSAMENTE seu vínculo empregatício CAÇADO por conta de uma
MOTIVAÇÃO POLÍTICA AVENTUREIRA e, hoje, não se pode mais permitir que continue
essa falsa impressão de impunidade a que se refere ao Estado, até porque, o grande
vencedor dessa incansável luta, não é o empregado ou o empregador, sim, o ESTADO
DEMOCRÁTICO DE DIREITO, pois, que, o objetivo da Lei n° 8.878/94, não é esquecer o
ato ilegal do autor das demissões, para favorecer os atingidos, SIM, aniquilar o
mal que subtraiu a Fiel Execução da Lei, rasgou as Normas, a Hierarquia das Leis
e a Constituição Federal, no seu Artigo 37 e outros.
Não o bastante, o momento histórico que estamos vivendo no País. Sem dúvida, é
o momento que está a exigir de todos nos, tanto do Congresso Nacional e da sociedade
em geral, uma reflexão e um debate mais profundo sobre determinados temas que há
alguns anos nem todos debatiam; temas de ponto de vista, político, econômico,
previdenciário, trabalhista, agrário, meio ambiente e JUSTIÇA SOCIAL.