ENQUADRAMENTO PELO INSS Uma das primeiras coisas que aprendemos na Faculdade de Direito é que uma vez não estando de acordo com determinada decisão devemos recorrer. Diferente não é aqui. Logo, não estando de acordo com a primeira decisão do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que indicará enquadramento ou não como hipótese de acidente do trabalho, analisando o nexo causal com o evento, que ocorrerá na Agência da Previdência Social que
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a Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) foi feita bem como o requerimento por incapacidade. O empregado terá 30 (TRINTA) DIAS DE PRAZO PARA RECORRER DA DECISÃO, devendo interpor recurso ordinário administrativo à JUNTA DE RECURSOS DO CONSELHO DE RECURSOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL (CRPS), também conhecida como primeira instância administrativa, que é um órgão colegiado, independente, que tem competência de controle jurisdicional, composto por 29 juntas de recursos (JR) e 4 (quatro) Câmaras de Julgamento (CAJ). Ao analisar o recurso, o INSS tem por obrigação fundamentar se mantém ou altera sua decisão, assim como o empregado deve fundamentar as razões que ensejou o recurso, inclusive, podendo juntar novos documentos que deverão ser analisados e fundamentados pelo INSS quando de sua decisão pelos motivos que não foram aceitos, por exemplo. E mais, uma vez interposto, nova análise acontecerá sobre o nexo causal alegado pelo empregado, que, sendo favorável para o empregado, sequer precisa que a Junta de Recursos se manifeste sobre. Agora, se mesmo assim a decisão for a mesma, aí sim a JRPS precisará se manifestar a respeito. Além disso, é de suma importância sabermos que NÃO É CABÍVEL APELAÇÃO das decisões DAS JUNTAS DE RECURSOS para as Câmaras de Julgamento quando a matéria a ser discutida for exclusivamente médica bem como houver concordância entre os pareceres Técnico-Médica e os laudos emitidos pelos Peritos (médicos) do INSS, uma vez que é de competência exclusiva da primeira instância tratar sobre isso. Logo, não sendo sobre isso, sim, é possível apelar. No caso de interposição de recurso, deve-se observar e respeitar os princípios jurídicos fundamentais do processo em geral bem como do Direito Administrativo: princípio da ampla defesa, princípio do contraditório, princípio da legalidade, princípio da segurança jurídica, princípio da finalidade, princípio da motivação, princípio da moralidade, princípio da razoabilidade, princípio da proporcionalidade, princípio do interesse público e princípio da eficiência. Não sendo respeitados os princípios em comento, isso gerará nulidade.
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1.1. Recurso administrativo O RECURSO ADMINISTRATIVO SE SUBDIVIDE EM RECURSO ORDINÁRIO e RECURSO ESPECIAL. O recurso ordinário é aquele direcionado às Juntas de Recursos para julgamento, cuja finalidade é questionar decisão do INSS. O recurso especial é utilizado para questionar decisão das Juntas de Recursos, podendo ser utilizado tanto pelo empregado como pelo próprio INSS, sendo apreciado pelas Câmaras de Julgamento. Tanto para o primeiro quanto para o segundo, o prazo é de trinta dias. Além do empregado, também é cabível ao empregador recorrer da decisão, inclusive, tendo EFEITO SUSPENSIVO. Pois bem. Imaginando que tudo seguiu dentro da legalidade, mas, ao final, o processo administrativo foi desfavorável ao empregado (segurado), neste caso, deverá buscar o Poder Judiciário para ajuizar ação judicial contra o enquadramento. 1.2. Ação judicial
A AÇÃO JUDICIAL é utilizada quando o empregado (segurado) não
se convence da justificativa da recusa por parte do INSS. Inclusive, pode propor ação mesmo que eventual recurso interposto ainda esteja pendente de análise na via administrativa. Mas, uma vez interposto recurso na esfera administrativa e ao mesmo tempo proposta ação judicial, o entendimento é que o empregado (segurado) renunciou à análise do seu recurso, ficando entendido que o empregado abriu mão. Além disso, por um tempo muito se debateu a respeito da possibilidade ou não de ajuizar ação judicial, sendo que ainda existia processo administrativo, inclusive, por um tempo o próprio Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu assim, já que existia uma lei sobre isso, Lei nº 5.316/1967. No entanto, a Constituição Federal de 1988 nasceu e essa discussão morreu, esclarecendo que sim, É POSSÍVEL AJUIZAR AÇÃO MESMO QUE EXISTA PROCESSO ADMINISTRATIVO EM CURSO. Para ser mais preciso, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) pacificou o entendimento por meio da
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Súmula nº 89, esclarecendo que pouco importa exaurimento ou não da via administrativa, tendo em vista que o STF não aplica mais a Súmula nº 552. Então, se alguém perguntar se é possível ou não, a resposta é: sim. Hora da Leitura: “Ementa: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. PREVIDENCIÁRIO. PRÉVIA POSTULAÇÃO ADMINISTRATIVA COMO CONDIÇÃO DE POSTULAÇÃO JUDICIAL RELATIVA A BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. EXISTÊNCIA. Está caracterizada a repercussão geral da controvérsia acerca da existência de prévia postulação perante a administração para defesa de direito ligado à concessão ou revisão de benefício previdenciário como condição para busca de tutela jurisdicional de idêntico direito.”(STF, RE 631240 RG, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, julgado em 09/12/2010, DJe-072 DIVULG 14-04-2011 PUBLIC 15-04- 2011 EMENT VOL-02504-01 PP-00206) Hora da Leitura: STF – DESNECESSIDADE DE ESGOTAMENTO DA VIA ADMINISTRATIVA COMO REQUISITO PARA A PROVOCAÇÃO DO JUDICIÁRIO. É infraconstitucional e não enseja debate de constitucionalidade as seguintes matérias: a violação ao princípio do contraditório, ampla defesa, coisa julgada, exigência de requerimento administrativo prévio para fins de acesso ao judiciário. Inteligência dos julgados: STF/Tema 350 e STF/Tema 660. Todavia, não confunda prévio REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO com ESGOTAMENTO DA VIA ADMINISTRATIVA, pois, o primeiro é sim necessário, conforme podemos precisar por meio da decisão abaixo: Hora da Leitura: EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL/REMESSA NECESSARIA - PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR INSALUBRIDADE .I - Constata-se a presença do interesse processual ante a presença do binômio necessidade-
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adequação, verificado quando há a imprescindibilidade da análise do litígio pelo Poder Judiciário e a via processual utilizada condiz com a pretensão almejada. Conforme entendimento do ex. STF no julgamento de seu Tema 350, é imprescindível o prévio requerimento administrativo, pelo servidor interessado, da pretendida concessão do benefício da aposentadoria, o que não se confunde com esgotamento da via administrativa. II - Embora dotado de instituto previdenciário próprio (IPREMB) o Município de Betim é parte legítima para figurar no polo passivo de demanda em que se discute direito ao recebimento aposentadoria por insalubridade, pois, nos termos do art. 23 da Lei nº 4.275/2005, o RPPS é gerido pelo ente federado municipal e o instituto de previdência, com vistas garantir o equilíbrio financeiro e atuarial, sendo inafastável o litisconsórcio passivo. III - Além dos requisitos essenciais elencados no art. 498 do CPC/2015, a sentença deve conter fundamentação precisa, sem a mácula de obscuridade e/ou contradições, procedendo-se à análise dos fatos e fundamentos jurídicos expostos pelas partes litigantes. IV - Ausente manifestação judicial acerca das pretensões formuladas pelas partes, impõe-se o reconhecimento de que a sentença é "citra petita", e, por conseguinte, há de ser decretada sua nulidade. V - Não obstante a regra impositiva do art. 1.013, § 3º, III, do CPC/2015 determinar o imediato julgamento do processo nos casos de sentença omissa no exame de um dos pedidos, é vedado o órgão "ad quem" julgar pretensão não analisada pelo juízo "a quo", sob pena de supressão de instância e afronta ao duplo grau de jurisdição. V.V.: SENTENÇA "CITRA PETITA" - CAUSA MADURA - POSSIBILIDADE. Constatada a omissão da sentença, caberá ao Tribunal decidir o mérito da questão, mostrando-se prescindível a remessa dos autos à instância de origem para que seja proferida nova decisão se o feito se encontrar em condições de imediato julgamento. (TJ-MG - AC:
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10000190643924002 MG, Relator: Peixoto Henriques, Data de Julgamento: 29/11/2022, Câmaras Cíveis / 7ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 07/12/2022) Pois bem. Quando da propositura de uma AÇÃO ACIDENTÁRIA, aquele que propuser deve propor em face do INSS, perante a JUSTIÇA COMUM ESTADUAL. Além dos documentos de praxe, como, por exemplo, juntada de procuração, o autor deve juntar o comprovante de emissão da CAT bem como algum documento que comprove o envio à Previdência Social. Quando o juiz autorizar nova perícia, o responsável não será um perito do INSS, mas sim um independente, escolhido pelo magistrado, que não terá qualquer vínculo com o processo administrativo anterior. Uma vez realizada a perícia, o juiz concordando com o novo laudo e sendo favorável ao empregado, o enquadramento inicial do INSS será revisto por ele mesmo, devendo conceder o benefício requerido inicialmente pelo empregado (segurado). De olho no detalhe: Havia uma enxurrada de ações com a finalidade de ser considerado acidente do trabalho, uma vez que o benefício era superior. No entanto, o legislador percebeu isso e criou a Lei nº 9.032/1995 e equiparou os benefícios. 1.3. Competências recursais Temos como fundamento o Regimento Interno, Portaria MDSA/GM nº 116/2017: 1.3.1. Conselho Pleno O respaldo legal são os artigos 3º, 61, 62, 63 e 64. O conselho tem como responsabilidade uniformizar, em tese, a jurisprudência administrativa previdenciária e assistencial; no caso concreto, as divergências jurisprudenciais entre as Juntas de Recursos nas matérias de sua alçada ou entre as Câmaras de julgamento em sede de Recurso Especial, mediante a emissão de Resolução; decidir, no caso concreto, as Reclamações ao Conselho Pleno, mediante a emissão de Resolução, conforme esclarece o artigo 3º. Segundo o artigo 61, a uniformização, em tese, da jurisprudência administrativa previdenciária poderá ser suscitada para encerrar divergência
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jurisprudencial administrativa ou para consolidar jurisprudência reiterada no âmbito do CRSS, mediante a edição de enunciados. Ainda, o parágrafo 1º diz que a uniformização em tese poderá ser provocada pelo Presidente do CRSS, pela Coordenação de Gestão Técnica, pela Divisão de Assuntos Jurídicos, pelos Presidentes das Câmaras de Julgamento ou, exclusivamente em matéria de alçada, por solicitação de Presidente de Juntas de Recursos, ou pela Diretoria de Benefícios do INSS, mediante a prévia apresentação de estudo fundamentado sobrea matéria a ser uniformizada, no qual deverá ser demonstrada a existência de relevante divergência jurisprudencial ou de jurisprudência convergente reiterada. Segundo o parágrafo 2º, a divergência ou convergência de entendimentos deverá ser demonstrada mediante a elaboração de estudo fundamentado coma indicação de decisórios divergentes ou convergentes, conforme ocaso, proferidos nos últimos cinco anos, por outro órgão julgador, composição de julgamento, ou, ainda, por resolução do Conselho Pleno. Feito isso, o parágrafo 3º esclarece que elaborado o estudo na forma prevista no §2º, a autoridade competente encaminhará a proposta de uniformização em tese da jurisprudência previdenciária ao Presidente do CRSS que a distribuirá ao relator da matéria no Conselho Pleno. Ainda, segundo o parágrafo 4º, aplica-se à uniformização em tese da jurisprudência administrativa previdenciária e assistencial, no que couber, o procedimento previsto no artigo 63 deste Regimento. Hora da Leitura: Da Uniformização em Tese da Jurisprudência “Art. 62. A emissão de enunciados dependerá da aprovação da maioria absoluta dos membros do Conselho Pleno e vincula, quanto à interpretação do direito, todos os Conselheiros do CRSS. §1º A interpretação dada pelo enunciado não se aplica aos casos definitivamente julgados no âmbito administrativo, não servindo como fundamento para a revisão destes. §2º O enunciado poderá ser revogado ou ter sua redação alterada, por maioria simples, mediante provocação das autoridades de que trata o § 1º do art. 61, sempre precedido
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de estudo fundamentado, nos casos em que esteja desatualizado em relação à legislação previdenciária; houver equívoca interpretação da norma; ou quando sobrevier parecer normativo ministerial, aprovado pelo Ministro de Estado, nos termos da Lei Complementar nº 73, de 1993,que lhe prejudique ou retire a validade ou eficácia.” Hora da Leitura: Do Pedido de Uniformização de Jurisprudência “Art. 63. O Pedido de Uniformização de Jurisprudência poderá ser requerido em casos concretos, pelas partes do processo, dirigido ao Presidente do respectivo órgão julgador, nas seguintes hipóteses: I - quando houver divergência na interpretação em matéria de direito entre acórdãos de Câmaras de Julgamento do CRSS, em sede de Recurso Especial, ou entre estes e resoluções do Conselho Pleno; ou II - quando houver divergência na interpretação em matéria de direito entre acórdãos de Juntas de Recursos do CRSS, nas hipóteses de alçada exclusiva previstas no art. 30, § 2º, deste Regimento, ou entre estes e Resoluções do Conselho Pleno. §1º A divergência deverá ser demonstrada mediante a indicação do acórdão divergente, proferido nos últimos cinco anos, por outro órgão julgador, composição de julgamento, ou, ainda, por resolução do Conselho Pleno. § 2º É de 30 (trinta) dias o prazo para o requerimento do Pedido de Uniformização de Jurisprudência e para o oferecimento de contrarrazões, contados da data da ciência da decisão e da data da intimação do pedido, respectivamente, hipótese em que suspende o prazo para o seu cumprimento. §3º Reconhecida em sede cognição sumária a existência da divergência pelo Presidente do órgão julgador, o processo será encaminhado ao Presidente do Conselho Pleno para que o pedido seja distribuído ao relator da matéria. §4º Do não recebimento do pedido de uniformização pela Presidência do órgão julgador,
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caberá recurso ao Presidente do CRSS, no prazo de 30 (trinta) dias da ciência da decisão comprovada nos autos. §5º O pedido de uniformização poderá ser formulado pela parte uma única vez, tratando-se do mesmo caso concreto ou da mesma matéria examinada em tese, à luz do mesmo acórdão ou resolução indicados como paradigma. §6º O Conselho Pleno poderá pronunciar-se pelo não conhecimento do pedido de uniformização, ou pelo seu conhecimento e seguintes conclusões: I - edição de Enunciado, com força normativa vinculante, quando houver aprovação da maioria absoluta de seus membros e havendo deliberação do colegiado para sua emissão; II - edição de Resolução para o caso concreto, quando houver aprovação da maioria simples de seus membros; §7º Proferido o julgamento, caso haja deliberação para edição de enunciado, o Conselheiro responsável pelo voto vencedor deverá redigir o projeto de enunciado, a ser aprovado na mesma sessão ou na sessão ordinária seguinte. §8º O pronunciamento do Conselho Pleno, nos casos de uniformização de jurisprudência, poderá ser adiado, uma única vez, para a sessão seguinte a pedido de, no mínimo, três membros presentes. §9º O pedido de adiamento na forma do parágrafo anterior não impedirá que votem os Conselheiros que se julguem habilitados a fazê-lo. §10. Os Conselheiros que tenham participado do julgamento na Câmara do CRSS não estão impedidos de julgar o pedido de uniformização no Conselho Pleno. §11. Aplica-se ao pedido de uniformização de jurisprudência, no que couber, o disposto no Capítulo VII deste Regimento. §12. No caso de provimento do Pedido de Uniformização de Jurisprudência, o Órgão Julgador do CRSS que proferiu o acórdão infringente deverá revê-lo de ofício, após ser notificado do resultado do julgamento, adequando o julgado à tese fixada pelo Pleno.” Hora da Leitura: Da Reclamação ao Conselho Pleno
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“Art. 64. A Reclamação ao Conselho Pleno poderá ocorrer, no caso concreto, por requerimento das partes do processo, dirigido ao Presidente do CRSS, somente quando os acórdãos das Juntas de Recursos do CRSS, em matéria de alçada, ou os acórdãos de Câmaras de Julgamento do CRSS, em sede de Recurso Especial, infringirem: I - Pareceres da Consultoria Jurídica do MDSA, aprovados pelo Ministro de Estado do Desenvolvimento Social e Agrário, bem como, Súmulas e Pareceres do Advogado-Geral da União, na formada Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993; II - Pareceres da Consultoria Jurídica dos extintos MPS e MTPS, vigentes e aprovados pelos então Ministros de Estado da Previdência Social e do Trabalho e Previdência Social; III - Enunciados editados pelo Conselho Pleno. §1º O prazo para o requerimento da Reclamação ao Conselho Pleno é de 30 (trinta) dias contados da data da ciência da decisão infringente e suspende o prazo para o seu cumprimento. §2º Caberá ao Presidente do CRSS fazer o juízo de admissibilidade da Reclamação ao Conselho Pleno verificando se estão presentes os pressupostos previstos no caput, podendo: I - indeferir por decisão monocrática irrecorrível, quando verificar que não foram demonstrados os pressupostos de admissibilidade previstos no caput; II - distribuir o processo ao Conselheiro relator da matéria no Conselho Pleno quando verificar presentes os pressupostos de admissibilidade previstos no caput. §3º Os processos poderão ser preliminarmente submetidos pelo Presidente do CRSS ao órgão julgador que prolatou o acórdão infringente, para facultar-lhe a Revisão de Ofício nos termos do art.59 deste regimento. §4º O resultado do julgamento da Reclamação pelo Conselho Pleno será objeto de notificação ao órgão julgador que prolatou o acórdão infringente, para fins de adequação do julgado à tese fixada pelo Pleno, por meio da Revisão de Ofício.”
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1.3.2. Câmaras de julgamento Conforme esclarece o artigo 4º, às Câmaras de Julgamento compete julgar os Recursos Especiais interpostos contra as decisões proferidas pelas Juntas de Recursos (JR). Além disso, segundo o artigo 30, Das decisões proferidas no julgamento do Recurso Ordinário caberá Recurso Especial dirigido às Câmaras de Julgamento; O INSS recorrerá das decisões das Juntas de Recurso quando: ✓ Violarem disposição de lei, de decreto ou de portaria ministerial; ✓ Divergirem de Súmula ou de Parecer do Advogado Geralda União, editado na forma da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993; ✓ Divergirem de pareceres da Consultoria Jurídica do MDSA, dos extintos MTPS e MPS ou da Procuradoria Federal Especializada- INSS, aprovado pelo Procurador-Chefe; ✓ Divergirem de enunciados editados pelo Conselho Pleno do CRSS e do antigo CRPS; ✓ Tiverem sido fundamentadas em laudos ou pareceres médicos divergentes emitidos pela Assessoria Técnico-Médica no âmbito do CRSS e pelos Médicos peritos do INSS, ressalvados os benefícios de auxílio-doença e assistenciais nos termos do inciso I do §2º deste artigo; e ✓ Contiverem vício insanável, conforme parágrafo 1º. Além disso, de acordo com o parágrafo 2º, constituem alçada exclusiva das Juntas de Recursos, não comportando recurso às Câmaras de Julgamento, as seguintes decisões: ✓ Fundamentada exclusivamente em matéria médica, e relativa aos benefícios de auxílio-doença e assistenciais; ✓ Proferida sobre reajustamento de benefício em manutenção, em consonância com os índices estabelecidos em lei, exceto quando a diferença na Renda Mensal Atual - RMA decorrer de alteração da Renda Mensal Inicial - RMI.
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O parágrafo 3º esclarece que a interposição tempestiva do Recurso Especial suspende os efeitos da decisão de primeira instância e devolve à instância superior o conhecimento integral da causa. 1.3.3. Juntas de recursos De acordo com o artigo 5º, às Juntas de Recursos compete julgar os Recursos Ordinários interpostos contra as decisões do INSS nos processos de interesse dos beneficiários e do Regime Geral de Previdência Social e das empresas; nos processos referentes aos benefícios assistenciais de prestação continuada previstos no art. 20 da Lei nº 8.742, de 07 de dezembro de 1993 e, nos casos previstos na legislação, nos processos de interesse dos contribuintes do Regime Geral de Previdência Social. Segundo o artigo 29, denomina-se Recurso Ordinário aquele interposto pelo interessado, segurado ou beneficiário da Seguridade Social, em face de decisão proferida pelo INSS, dirigido às Juntas de Recursos do CRSS, observada a competência regimental. Considera-se decisão de primeira instância recursal os acórdãos proferidos pelas Juntas de Recursos, exceto em matéria de alçada, na forma definida pelo neste Regimento, hipótese em que a decisão será de única instância. 1.3.4. Processo judicial x Processo administrativo Temos os seguintes órgãos julgadores: Processo Judicial Processo Administrativo Supremo Tribunal Federal (STF) Conselho Pleno Superior Tribunal de Justiça (STJ) Câmaras de Julgamento Tribunal Regional Federal (TRF) / TR Juntas de Recursos e composições adjuntas Varas Federais (JEF) Agências da Previdência Social (INSS)
Pela prática, quando o assunto é um processo judicial, além de ser
mais caro, também costuma demorar um pouco mais, fato que não ocorre no processo administrativo. Por exemplo, um processo administrativo é muito
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mais prático e rápido, mais barato, não ocorre prescrição enquanto o processo não terminar no CRPS, INSS não recorre das decisões do CRPS na via judicial entre outros. Então, é muito mais indicado o segundo do que o primeiro. Dito isso, temos as seguintes vantagens do recurso administrativo: ✓ Em condições normais, o processo anda mais rápido que no Judiciário; ✓ O processo administrativo é mais barato que o Judicial; ✓ No Programa de Atendimento Prioritário (PAP) é possível saber o resultado no INSS e CRPS antes do requerimento; ✓ É possível fazer dilação probatória mesmo na fase recursal; ✓ Não corre prescrição enquanto o processo não finda no CRPS; ✓ As partes podem criar e modificar a jurisprudência administrativa; ✓ Prazos extensos; ✓ Possibilidade de relevação da intempestividade; ✓ INSS não recorre das decisões do CRPS na via judicial; ✓ Entendimento do CRPS melhor que o judiciário; ✓ Não há “coisa julgada” administrativa; ✓ Possibilidade de ingressar no Judiciário exclusivamente em relação à matéria controversa.
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