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ACIDENTE DO TRABALHO

Módulo: Providências do empregador


decorrentes do acidente do trabalho

TEMA 06 – RECURSO ADMINISTRATIVO


CONTRA O ENQUADRAMENTO PELO
INSS.

Aula 01 – RECURSO ADMINISTRATIVO


CONTRA O ENQUADRAMENTO PELO
INSS.

1. RECURSO ADMINISTRATIVO CONTRA O


ENQUADRAMENTO PELO INSS
Uma das primeiras coisas que aprendemos na Faculdade de Direito é
que uma vez não estando de acordo com determinada decisão devemos
recorrer. Diferente não é aqui. Logo, não estando de acordo com a primeira
decisão do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que indicará
enquadramento ou não como hipótese de acidente do trabalho, analisando o
nexo causal com o evento, que ocorrerá na Agência da Previdência Social que

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a Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) foi feita bem como o
requerimento por incapacidade.
O empregado terá 30 (TRINTA) DIAS DE PRAZO PARA RECORRER
DA DECISÃO, devendo interpor recurso ordinário administrativo à JUNTA DE
RECURSOS DO CONSELHO DE RECURSOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
(CRPS), também conhecida como primeira instância administrativa, que é um
órgão colegiado, independente, que tem competência de controle jurisdicional,
composto por 29 juntas de recursos (JR) e 4 (quatro) Câmaras de Julgamento
(CAJ).
Ao analisar o recurso, o INSS tem por obrigação fundamentar se
mantém ou altera sua decisão, assim como o empregado deve fundamentar
as razões que ensejou o recurso, inclusive, podendo juntar novos documentos
que deverão ser analisados e fundamentados pelo INSS quando de sua
decisão pelos motivos que não foram aceitos, por exemplo. E mais, uma vez
interposto, nova análise acontecerá sobre o nexo causal alegado pelo
empregado, que, sendo favorável para o empregado, sequer precisa que a
Junta de Recursos se manifeste sobre. Agora, se mesmo assim a decisão for
a mesma, aí sim a JRPS precisará se manifestar a respeito. Além disso, é de
suma importância sabermos que NÃO É CABÍVEL APELAÇÃO das decisões
DAS JUNTAS DE RECURSOS para as Câmaras de Julgamento quando a
matéria a ser discutida for exclusivamente médica bem como houver
concordância entre os pareceres Técnico-Médica e os laudos emitidos pelos
Peritos (médicos) do INSS, uma vez que é de competência exclusiva da
primeira instância tratar sobre isso. Logo, não sendo sobre isso, sim, é possível
apelar.
No caso de interposição de recurso, deve-se observar e respeitar os
princípios jurídicos fundamentais do processo em geral bem como do Direito
Administrativo: princípio da ampla defesa, princípio do contraditório, princípio
da legalidade, princípio da segurança jurídica, princípio da finalidade, princípio
da motivação, princípio da moralidade, princípio da razoabilidade, princípio da
proporcionalidade, princípio do interesse público e princípio da eficiência. Não
sendo respeitados os princípios em comento, isso gerará nulidade.

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1.1. Recurso administrativo
O RECURSO ADMINISTRATIVO SE SUBDIVIDE EM RECURSO
ORDINÁRIO e RECURSO ESPECIAL. O recurso ordinário é aquele
direcionado às Juntas de Recursos para julgamento, cuja finalidade é
questionar decisão do INSS. O recurso especial é utilizado para questionar
decisão das Juntas de Recursos, podendo ser utilizado tanto pelo empregado
como pelo próprio INSS, sendo apreciado pelas Câmaras de Julgamento.
Tanto para o primeiro quanto para o segundo, o prazo é de trinta dias.
Além do empregado, também é cabível ao empregador recorrer da
decisão, inclusive, tendo EFEITO SUSPENSIVO.
Pois bem. Imaginando que tudo seguiu dentro da legalidade, mas, ao
final, o processo administrativo foi desfavorável ao empregado (segurado),
neste caso, deverá buscar o Poder Judiciário para ajuizar ação judicial contra
o enquadramento.
1.2. Ação judicial

A AÇÃO JUDICIAL é utilizada quando o empregado (segurado) não


se convence da justificativa da recusa por parte do INSS. Inclusive, pode
propor ação mesmo que eventual recurso interposto ainda esteja pendente de
análise na via administrativa. Mas, uma vez interposto recurso na esfera
administrativa e ao mesmo tempo proposta ação judicial, o entendimento é que
o empregado (segurado) renunciou à análise do seu recurso, ficando
entendido que o empregado abriu mão.
Além disso, por um tempo muito se debateu a respeito da possibilidade
ou não de ajuizar ação judicial, sendo que ainda existia processo
administrativo, inclusive, por um tempo o próprio Supremo Tribunal Federal
(STF) entendeu assim, já que existia uma lei sobre isso, Lei nº 5.316/1967. No
entanto, a Constituição Federal de 1988 nasceu e essa discussão morreu,
esclarecendo que sim, É POSSÍVEL AJUIZAR AÇÃO MESMO QUE EXISTA
PROCESSO ADMINISTRATIVO EM CURSO. Para ser mais preciso, o
Superior Tribunal de Justiça (STJ) pacificou o entendimento por meio da

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Súmula nº 89, esclarecendo que pouco importa exaurimento ou não da via
administrativa, tendo em vista que o STF não aplica mais a Súmula nº 552.
Então, se alguém perguntar se é possível ou não, a resposta é: sim.
Hora da Leitura:
“Ementa: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO.
PREVIDENCIÁRIO. PRÉVIA POSTULAÇÃO
ADMINISTRATIVA COMO CONDIÇÃO DE POSTULAÇÃO
JUDICIAL RELATIVA A BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO.
REPERCUSSÃO GERAL. EXISTÊNCIA. Está caracterizada a
repercussão geral da controvérsia acerca da existência de
prévia postulação perante a administração para defesa de
direito ligado à concessão ou revisão de benefício
previdenciário como condição para busca de tutela
jurisdicional de idêntico direito.”(STF, RE 631240 RG,
Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, julgado em
09/12/2010, DJe-072 DIVULG 14-04-2011 PUBLIC 15-04-
2011 EMENT VOL-02504-01 PP-00206)
Hora da Leitura:
STF – DESNECESSIDADE DE ESGOTAMENTO DA VIA
ADMINISTRATIVA COMO REQUISITO PARA A
PROVOCAÇÃO DO JUDICIÁRIO. É infraconstitucional e não
enseja debate de constitucionalidade as seguintes matérias: a
violação ao princípio do contraditório, ampla defesa, coisa
julgada, exigência de requerimento administrativo prévio para
fins de acesso ao judiciário. Inteligência dos julgados:
STF/Tema 350 e STF/Tema 660.
Todavia, não confunda prévio REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO
com ESGOTAMENTO DA VIA ADMINISTRATIVA, pois, o primeiro é sim
necessário, conforme podemos precisar por meio da decisão abaixo:
Hora da Leitura:
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL/REMESSA NECESSARIA -
PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR
INSALUBRIDADE .I - Constata-se a presença do interesse
processual ante a presença do binômio necessidade-

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adequação, verificado quando há a imprescindibilidade da
análise do litígio pelo Poder Judiciário e a via processual
utilizada condiz com a pretensão almejada. Conforme
entendimento do ex. STF no julgamento de seu Tema 350, é
imprescindível o prévio requerimento administrativo, pelo
servidor interessado, da pretendida concessão do benefício da
aposentadoria, o que não se confunde com esgotamento da
via administrativa. II - Embora dotado de instituto
previdenciário próprio (IPREMB) o Município de Betim é parte
legítima para figurar no polo passivo de demanda em que se
discute direito ao recebimento aposentadoria por
insalubridade, pois, nos termos do art. 23 da Lei nº 4.275/2005,
o RPPS é gerido pelo ente federado municipal e o instituto de
previdência, com vistas garantir o equilíbrio financeiro e
atuarial, sendo inafastável o litisconsórcio passivo. III - Além
dos requisitos essenciais elencados no art. 498 do CPC/2015,
a sentença deve conter fundamentação precisa, sem a mácula
de obscuridade e/ou contradições, procedendo-se à análise
dos fatos e fundamentos jurídicos expostos pelas partes
litigantes. IV - Ausente manifestação judicial acerca das
pretensões formuladas pelas partes, impõe-se o
reconhecimento de que a sentença é "citra petita", e, por
conseguinte, há de ser decretada sua nulidade. V - Não
obstante a regra impositiva do art. 1.013, § 3º, III, do CPC/2015
determinar o imediato julgamento do processo nos casos de
sentença omissa no exame de um dos pedidos, é vedado o
órgão "ad quem" julgar pretensão não analisada pelo juízo "a
quo", sob pena de supressão de instância e afronta ao duplo
grau de jurisdição. V.V.: SENTENÇA "CITRA PETITA" -
CAUSA MADURA - POSSIBILIDADE. Constatada a omissão
da sentença, caberá ao Tribunal decidir o mérito da questão,
mostrando-se prescindível a remessa dos autos à instância de
origem para que seja proferida nova decisão se o feito se
encontrar em condições de imediato julgamento. (TJ-MG - AC:

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10000190643924002 MG, Relator: Peixoto Henriques, Data
de Julgamento: 29/11/2022, Câmaras Cíveis / 7ª CÂMARA
CÍVEL, Data de Publicação: 07/12/2022)
Pois bem. Quando da propositura de uma AÇÃO ACIDENTÁRIA,
aquele que propuser deve propor em face do INSS, perante a JUSTIÇA
COMUM ESTADUAL. Além dos documentos de praxe, como, por exemplo,
juntada de procuração, o autor deve juntar o comprovante de emissão da CAT
bem como algum documento que comprove o envio à Previdência Social.
Quando o juiz autorizar nova perícia, o responsável não será um perito do
INSS, mas sim um independente, escolhido pelo magistrado, que não terá
qualquer vínculo com o processo administrativo anterior. Uma vez realizada a
perícia, o juiz concordando com o novo laudo e sendo favorável ao empregado,
o enquadramento inicial do INSS será revisto por ele mesmo, devendo
conceder o benefício requerido inicialmente pelo empregado (segurado).
De olho no detalhe: Havia uma enxurrada de ações com a
finalidade de ser considerado acidente do trabalho, uma vez
que o benefício era superior. No entanto, o legislador percebeu
isso e criou a Lei nº 9.032/1995 e equiparou os benefícios.
1.3. Competências recursais
Temos como fundamento o Regimento Interno, Portaria MDSA/GM nº
116/2017:
1.3.1. Conselho Pleno
O respaldo legal são os artigos 3º, 61, 62, 63 e 64.
O conselho tem como responsabilidade uniformizar, em tese, a
jurisprudência administrativa previdenciária e assistencial; no caso concreto,
as divergências jurisprudenciais entre as Juntas de Recursos nas matérias de
sua alçada ou entre as Câmaras de julgamento em sede de Recurso Especial,
mediante a emissão de Resolução; decidir, no caso concreto, as Reclamações
ao Conselho Pleno, mediante a emissão de Resolução, conforme esclarece o
artigo 3º.
Segundo o artigo 61, a uniformização, em tese, da jurisprudência
administrativa previdenciária poderá ser suscitada para encerrar divergência

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jurisprudencial administrativa ou para consolidar jurisprudência reiterada no
âmbito do CRSS, mediante a edição de enunciados. Ainda, o parágrafo 1º diz
que a uniformização em tese poderá ser provocada pelo Presidente do CRSS,
pela Coordenação de Gestão Técnica, pela Divisão de Assuntos Jurídicos,
pelos Presidentes das Câmaras de Julgamento ou, exclusivamente em matéria
de alçada, por solicitação de Presidente de Juntas de Recursos, ou pela
Diretoria de Benefícios do INSS, mediante a prévia apresentação de estudo
fundamentado sobrea matéria a ser uniformizada, no qual deverá ser
demonstrada a existência de relevante divergência jurisprudencial ou de
jurisprudência convergente reiterada. Segundo o parágrafo 2º, a divergência
ou convergência de entendimentos deverá ser demonstrada mediante a
elaboração de estudo fundamentado coma indicação de decisórios divergentes
ou convergentes, conforme ocaso, proferidos nos últimos cinco anos, por outro
órgão julgador, composição de julgamento, ou, ainda, por resolução do
Conselho Pleno. Feito isso, o parágrafo 3º esclarece que elaborado o estudo
na forma prevista no §2º, a autoridade competente encaminhará a proposta de
uniformização em tese da jurisprudência previdenciária ao Presidente do
CRSS que a distribuirá ao relator da matéria no Conselho Pleno. Ainda,
segundo o parágrafo 4º, aplica-se à uniformização em tese da jurisprudência
administrativa previdenciária e assistencial, no que couber, o procedimento
previsto no artigo 63 deste Regimento.
Hora da Leitura: Da Uniformização em Tese da
Jurisprudência
“Art. 62. A emissão de enunciados dependerá da aprovação
da maioria absoluta dos membros do Conselho Pleno e
vincula, quanto à interpretação do direito, todos os
Conselheiros do CRSS.
§1º A interpretação dada pelo enunciado não se aplica aos
casos definitivamente julgados no âmbito administrativo, não
servindo como fundamento para a revisão destes.
§2º O enunciado poderá ser revogado ou ter sua redação
alterada, por maioria simples, mediante provocação das
autoridades de que trata o § 1º do art. 61, sempre precedido

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de estudo fundamentado, nos casos em que esteja
desatualizado em relação à legislação previdenciária; houver
equívoca interpretação da norma; ou quando sobrevier
parecer normativo ministerial, aprovado pelo Ministro de
Estado, nos termos da Lei Complementar nº 73, de 1993,que
lhe prejudique ou retire a validade ou eficácia.”
Hora da Leitura: Do Pedido de Uniformização de
Jurisprudência
“Art. 63. O Pedido de Uniformização de Jurisprudência poderá
ser requerido em casos concretos, pelas partes do processo,
dirigido ao Presidente do respectivo órgão julgador, nas
seguintes hipóteses:
I - quando houver divergência na interpretação em matéria de
direito entre acórdãos de Câmaras de Julgamento do CRSS,
em sede de Recurso Especial, ou entre estes e resoluções do
Conselho Pleno; ou
II - quando houver divergência na interpretação em matéria de
direito entre acórdãos de Juntas de Recursos do CRSS, nas
hipóteses de alçada exclusiva previstas no art. 30, § 2º, deste
Regimento, ou entre estes e Resoluções do Conselho Pleno.
§1º A divergência deverá ser demonstrada mediante a
indicação do acórdão divergente, proferido nos últimos cinco
anos, por outro órgão julgador, composição de julgamento, ou,
ainda, por resolução do Conselho Pleno. § 2º É de 30 (trinta)
dias o prazo para o requerimento do Pedido de Uniformização
de Jurisprudência e para o oferecimento de contrarrazões,
contados da data da ciência da decisão e da data da intimação
do pedido, respectivamente, hipótese em que suspende o
prazo para o seu cumprimento. §3º Reconhecida em sede
cognição sumária a existência da divergência pelo Presidente
do órgão julgador, o processo será encaminhado ao
Presidente do Conselho Pleno para que o pedido seja
distribuído ao relator da matéria. §4º Do não recebimento do
pedido de uniformização pela Presidência do órgão julgador,

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caberá recurso ao Presidente do CRSS, no prazo de 30 (trinta)
dias da ciência da decisão comprovada nos autos. §5º O
pedido de uniformização poderá ser formulado pela parte uma
única vez, tratando-se do mesmo caso concreto ou da mesma
matéria examinada em tese, à luz do mesmo acórdão ou
resolução indicados como paradigma. §6º O Conselho Pleno
poderá pronunciar-se pelo não conhecimento do pedido de
uniformização, ou pelo seu conhecimento e seguintes
conclusões: I - edição de Enunciado, com força normativa
vinculante, quando houver aprovação da maioria absoluta de
seus membros e havendo deliberação do colegiado para sua
emissão; II - edição de Resolução para o caso concreto,
quando houver aprovação da maioria simples de seus
membros; §7º Proferido o julgamento, caso haja deliberação
para edição de enunciado, o Conselheiro responsável pelo
voto vencedor deverá redigir o projeto de enunciado, a ser
aprovado na mesma sessão ou na sessão ordinária seguinte.
§8º O pronunciamento do Conselho Pleno, nos casos de
uniformização de jurisprudência, poderá ser adiado, uma
única vez, para a sessão seguinte a pedido de, no mínimo, três
membros presentes. §9º O pedido de adiamento na forma do
parágrafo anterior não impedirá que votem os Conselheiros
que se julguem habilitados a fazê-lo. §10. Os Conselheiros
que tenham participado do julgamento na Câmara do CRSS
não estão impedidos de julgar o pedido de uniformização no
Conselho Pleno. §11. Aplica-se ao pedido de uniformização de
jurisprudência, no que couber, o disposto no Capítulo VII deste
Regimento. §12. No caso de provimento do Pedido de
Uniformização de Jurisprudência, o Órgão Julgador do CRSS
que proferiu o acórdão infringente deverá revê-lo de ofício,
após ser notificado do resultado do julgamento, adequando o
julgado à tese fixada pelo Pleno.”
Hora da Leitura: Da Reclamação ao Conselho Pleno

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“Art. 64. A Reclamação ao Conselho Pleno poderá ocorrer, no
caso concreto, por requerimento das partes do processo,
dirigido ao Presidente do CRSS, somente quando os acórdãos
das Juntas de Recursos do CRSS, em matéria de alçada, ou
os acórdãos de Câmaras de Julgamento do CRSS, em sede
de Recurso Especial, infringirem: I - Pareceres da Consultoria
Jurídica do MDSA, aprovados pelo Ministro de Estado do
Desenvolvimento Social e Agrário, bem como, Súmulas e
Pareceres do Advogado-Geral da União, na formada Lei
Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993; II -
Pareceres da Consultoria Jurídica dos extintos MPS e MTPS,
vigentes e aprovados pelos então Ministros de Estado da
Previdência Social e do Trabalho e Previdência Social; III -
Enunciados editados pelo Conselho Pleno. §1º O prazo para
o requerimento da Reclamação ao Conselho Pleno é de 30
(trinta) dias contados da data da ciência da decisão infringente
e suspende o prazo para o seu cumprimento. §2º Caberá ao
Presidente do CRSS fazer o juízo de admissibilidade da
Reclamação ao Conselho Pleno verificando se estão
presentes os pressupostos previstos no caput, podendo: I -
indeferir por decisão monocrática irrecorrível, quando verificar
que não foram demonstrados os pressupostos de
admissibilidade previstos no caput; II - distribuir o processo ao
Conselheiro relator da matéria no Conselho Pleno quando
verificar presentes os pressupostos de admissibilidade
previstos no caput. §3º Os processos poderão ser
preliminarmente submetidos pelo Presidente do CRSS ao
órgão julgador que prolatou o acórdão infringente, para
facultar-lhe a Revisão de Ofício nos termos do art.59 deste
regimento. §4º O resultado do julgamento da Reclamação pelo
Conselho Pleno será objeto de notificação ao órgão julgador
que prolatou o acórdão infringente, para fins de adequação do
julgado à tese fixada pelo Pleno, por meio da Revisão de
Ofício.”

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1.3.2. Câmaras de julgamento
Conforme esclarece o artigo 4º, às Câmaras de Julgamento compete
julgar os Recursos Especiais interpostos contra as decisões proferidas pelas
Juntas de Recursos (JR). Além disso, segundo o artigo 30, Das decisões
proferidas no julgamento do Recurso Ordinário caberá Recurso Especial
dirigido às Câmaras de Julgamento; O INSS recorrerá das decisões das Juntas
de Recurso quando:
✓ Violarem disposição de lei, de decreto ou de portaria ministerial;
✓ Divergirem de Súmula ou de Parecer do Advogado Geralda União,
editado na forma da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro
de 1993;
✓ Divergirem de pareceres da Consultoria Jurídica do MDSA, dos
extintos MTPS e MPS ou da Procuradoria Federal Especializada-
INSS, aprovado pelo Procurador-Chefe;
✓ Divergirem de enunciados editados pelo Conselho Pleno do CRSS
e do antigo CRPS;
✓ Tiverem sido fundamentadas em laudos ou pareceres médicos
divergentes emitidos pela Assessoria Técnico-Médica no âmbito
do CRSS e pelos Médicos peritos do INSS, ressalvados os
benefícios de auxílio-doença e assistenciais nos termos do inciso
I do §2º deste artigo; e
✓ Contiverem vício insanável, conforme parágrafo 1º.
Além disso, de acordo com o parágrafo 2º, constituem alçada exclusiva
das Juntas de Recursos, não comportando recurso às Câmaras de
Julgamento, as seguintes decisões:
✓ Fundamentada exclusivamente em matéria médica, e relativa aos
benefícios de auxílio-doença e assistenciais;
✓ Proferida sobre reajustamento de benefício em manutenção, em
consonância com os índices estabelecidos em lei, exceto quando
a diferença na Renda Mensal Atual - RMA decorrer de alteração
da Renda Mensal Inicial - RMI.

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O parágrafo 3º esclarece que a interposição tempestiva do Recurso
Especial suspende os efeitos da decisão de primeira instância e devolve à
instância superior o conhecimento integral da causa.
1.3.3. Juntas de recursos
De acordo com o artigo 5º, às Juntas de Recursos compete julgar os
Recursos Ordinários interpostos contra as decisões do INSS nos processos de
interesse dos beneficiários e do Regime Geral de Previdência Social e das
empresas; nos processos referentes aos benefícios assistenciais de prestação
continuada previstos no art. 20 da Lei nº 8.742, de 07 de dezembro de 1993 e,
nos casos previstos na legislação, nos processos de interesse dos
contribuintes do Regime Geral de Previdência Social.
Segundo o artigo 29, denomina-se Recurso Ordinário aquele
interposto pelo interessado, segurado ou beneficiário da Seguridade Social,
em face de decisão proferida pelo INSS, dirigido às Juntas de Recursos do
CRSS, observada a competência regimental. Considera-se decisão de
primeira instância recursal os acórdãos proferidos pelas Juntas de Recursos,
exceto em matéria de alçada, na forma definida pelo neste Regimento,
hipótese em que a decisão será de única instância.
1.3.4. Processo judicial x Processo administrativo
Temos os seguintes órgãos julgadores:
Processo Judicial Processo Administrativo
Supremo Tribunal Federal (STF) Conselho Pleno
Superior Tribunal de Justiça (STJ) Câmaras de Julgamento
Tribunal Regional Federal (TRF) / TR Juntas de Recursos e composições
adjuntas
Varas Federais (JEF) Agências da Previdência Social
(INSS)

Pela prática, quando o assunto é um processo judicial, além de ser


mais caro, também costuma demorar um pouco mais, fato que não ocorre no
processo administrativo. Por exemplo, um processo administrativo é muito

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mais prático e rápido, mais barato, não ocorre prescrição enquanto o processo
não terminar no CRPS, INSS não recorre das decisões do CRPS na via judicial
entre outros. Então, é muito mais indicado o segundo do que o primeiro. Dito
isso, temos as seguintes vantagens do recurso administrativo:
✓ Em condições normais, o processo anda mais rápido que no
Judiciário;
✓ O processo administrativo é mais barato que o Judicial;
✓ No Programa de Atendimento Prioritário (PAP) é possível saber
o resultado no INSS e CRPS antes do requerimento;
✓ É possível fazer dilação probatória mesmo na fase recursal;
✓ Não corre prescrição enquanto o processo não finda no CRPS;
✓ As partes podem criar e modificar a jurisprudência administrativa;
✓ Prazos extensos;
✓ Possibilidade de relevação da intempestividade;
✓ INSS não recorre das decisões do CRPS na via judicial;
✓ Entendimento do CRPS melhor que o judiciário;
✓ Não há “coisa julgada” administrativa;
✓ Possibilidade de ingressar no Judiciário exclusivamente em
relação à matéria controversa.

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Bibliografia
Leite, Carlos Henrique Bezerra Curso de Direito do Trabalho / Carlos
Henrique Bezerra Leite. – 14. ed. – São Paulo: SaraivaJur, 2022.

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Delgado, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho: obra


revista e atualizada conforme a lei da reforma trabalhista e inovações
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Martinez, Luciano. Curso de Direito do Trabalho: relações


individuais, sindicais e coletivas do trabalho / Luciano Martinez. – 10. ed. – São
Paulo: Saraiva Educação, 2019.

Castro, Carlos Alberto Pereira de. Manual de direito previdenciário /


Carlos Alberto Pereira de Castro, João Batista Lazzari. – 21. ed., rev., atual. e
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Romar, Carla Teresa Martins. Direito do Trabalho / Carla Teresa


Martins Romar; coordenador Pedro Lenza. – 5. ed. – São Paulo: Saraiva
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Oliveira, Sebastião Geraldo de. Indenizações por acidente do trabalho


ou doença ocupacional/ Sebastião Geraldo de Oliveira. - 8. ed. rev., ampl. e
atual ~ São Paulo: LTr, 2014.

Nascimento, A. M. Iniciação ao Direito do Trabalho. 17. ed. São


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Lamarca, Antonio. Manual das Justas Causas. 2. ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 1983.

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