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Arquiteto suíço, escritor e professor

universitário, colecionador de grandes


prêmios, dentre eles o Prêmio Pritzker em
2009.

Defende uma arquitetura intimamente


conectada ao lugar, por meio da adequação
do edifício ao clima, topografia, contexto
urbano, história e cultura local.

Explora a essência da arquitetura,


estimulando os cinco sentidos. Cria espaços
comoventes, que conferem “mágica e poesia
ao cotidiano” (DAVEY, 1998).

DAVEY, P. Zumthor the shaman. The


Architectural Review, 1998. Disponível em:
http://www.thefreelibrary.com/Zumthor+the+sh
aman. Acesso em 30 de agosto de 2021.
Termas de Vals

Capela São Benedito

Museu de Mineração Allmannajuvet


Segundo Zumthor (2006), atmosfera é algo que se percebe
numa primeira impressão sobre o edifício e define uma
ligação emocional gerada por tudo aquilo que compõe o
espaço: coisas, pessoas, ar, ruídos, sons, cores, materiais,
texturas e formas.

É uma percepção individual, influenciada pela disposição,


sentimentos e expectativas de quem experimenta o espaço.
A atmosfera mora dentro do observador. É um efeito
recíproco entre as pessoas e as coisas.

É a magia do real.

ZUMTHOR, P. Atmosferas. Barcelona: GG, 2006


1. O corpo da arquitetura
2. A consonância dos materiais
3. O som do espaço
4. A temperatura do espaço
5. As coisas que me rodeiam
6. Entre a serenidade e a sedução
7. A tensão entre o interior e o exterior
8. Degraus da intimidade
9. A luz sobre as coisas

ZUMTHOR, P. Atmosferas. Barcelona: GG, 2006


A presença material do edifício, sua
geometria, a construção propriamente
dita. Análogo ao corpo humano.

“Tal como nós temos o nosso corpo


com uma anatomia e coisas que não se
veem e uma pele...etc., assim funciona
também a arquitetura e assim tento
pensá-las”.

Residência Pedroso, BAK Architectos


Os materiais empregados e as sensações por
eles despertadas.

“Materiais soam em conjunto e irradiam, e é


desta composição que nasce algo único. Os
materiais são infinitos – imaginem uma pedra
que podem serrar, limar, furar, cortar e polir, e
ela será sempre diferente. E depois pensem
nesta mesma pedra em quantidades muito
pequenas ou em quantidades enormes, será
outra vez diferente. E a seguir exponham-na à
luz, e ela será mais uma vez diferente”.

Cozinha toscana
Os tipos de som e a forma como ressoam no
espaço.

“Cada espaço funciona como um instrumento


grande, coleciona, amplia e transmite os sons.
Isto tem a ver com a sua forma, com a superfície
dos materiais e com a maneira como estes estão
fixos. (...) Acho muito bonito construir um
edifício e pensá-lo a partir do silêncio. (...) e
imaginar a partir do silêncio como soará o
edifício, com as suas proporções e materiais...”.
Diz respeito ao movimento no espaço, a forma
como as pessoas são conduzidas pelo espaço ou
seduzidas por ele.

Conduzir
“Para certo tipo de utilização, é melhor e faz mais
sentido criar calma, serenidade, um lugar onde não
terão de correr e procurar a porta “

Seduzir
“Achamos muito importante criar um certo ‘vaguear
livre’, não conduzir, mas seduzir. Por exemplo, um
corredor de hospital: condução. Mas também existe
a sedução, o deixar andar, o vaguear, e isto nós os
arquitetos conseguimos fazer. (...)...ao virar da
esquina, há algo que desperta minha atenção, a luz
que entra duma certa maneira, e eu passo
descontraidamente. Museu da Mineração Allmannajuvet (2016), Peter Zumthor
https://youtu.be/l1tf6EIK3Sg
A temperatura física (literal) e psíquica
(figurativa). Diz respeito não só ao que
sinto e toco, mas ao que vejo.

Casa Gilardi, Luis Barragán


Os objetos, os pertences, os livros, que
dão o sentido de lar.

“Acontece-me sempre que entro em


edifícios, nas salas de alguém, amigos,
conhecidos ou pessoas que não conheço,
ficar impressionado com as coisas que
eles têno no seu espaço de habitar ou de
trabalhar”.

Casa La Sebastiana (Pablo Neruda), Valparaiso, Chile


O desenrolar do jogo entre o público e o privado.

“A fachada diz: sou, posso, quero, seja o que for


que queriam dizer o dono da obra e o arquiteto em
conjunto. E a fachada diz também: mas eu não vos
mostro tudo. Certas coisas estão lá dentro e não
vos dizem respeito”.

“Night Windows”, de Edward Hopper (1928)


Diz respeito ao tamanho, a
massa ao peso das coisas. A
escala do edifício, das portas e
janelas, das escadas etc.

“O interessante é constatar que


coisas maiores do que eu me
podem intimidar (...) Não se
pode simplesmente dizer,
grande é mau, falta a escala
humanas”.

Casa Luis Barragán


A noção da grandeza das coisas depende de um
referencial. No caso da arquitetura, este referencial é
quem a experimenta: o homem. Se o homem estiver
sozinho ou em grupo, a noção de escala do espaço
muda completamente.

Casa Luis Barragán


A forma como a luz realça, esconde, aprofunda,
amplifica.... o espaço e as coisas nele contida.
“Uma das ideias preferidas é a seguinte: pensar o
edifício primeiro como uma massa de sombra e a
seguir, como num processo de escavação, colocar
luzes e deixar a luminosidade infiltrar-se. (...) A
segunda ideia é colocar os materiais e superfícies
propositadamente à luz e observar como refletem”.

Casa Luis Barragán

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